quinta-feira, 12 de maio de 2016

O véu do templo

 
"Farás também um véu de estofo azul, púrpura e carmesim, e de linho fino retorcido, com querubins, obra de artífice se fará. (Ex 26:31)
A cortina ou véu era a divisória entre o lugar santo e o santíssimo, era o limite para as funções do sacerdote. O véu era bordado com imagens de querubins para apresentar um quadro de um ambiente celestial.
 
Pensamos por instantes no privilégio que deve ter sido contemplar aquele lindo véu. Por muito tempo aquele belo tecido foi objeto de admiração e respeito. Os pilares que sustentavam aquela cortina foram feitos de madeira de acácia revestidos com ouro, firmados com ganchos de ouro.
 
Somente o sumo-sacerdote poderia ultrapassar aquela cortina, isso ocorria no dia da expiação para interceder em favor da nação.
 
O véu é descrito como um trabalho hábil. Os trabalhadores que o produziram foram especialmente escolhidos sob a direção do Espírito Santo.
 
As figuras dos querubins estampados no véu eram imagens de seres angelicais da mais alta ordem que simbolicamente guardavam a entrada. O caráter deles era beleza e poder, que ultrapassam qualquer linguagem humana.
 
Símbolos de querubins eram usados por outros povos semíticos, embora parecendo com leões alados e touros, para vigiar os templos e palácios. Ezequiel nos deu a impressão que estes seres angelicais têm ambas as características de homens e animais (Ez 10). Eram simbolos da presença protetora de Deus ao santo dos santos. Era como se Deus tivesse colocado guardas continuamente na entrada. Eles foram colocados à entrada do Jardim de Eden após Adão e Eva terem caído em pecado, para proteger a o acesso a árvore de vida (Gn 3:24).
 
O véu era um quadro gráfico da vida de Jesus e seu ministério. Como o véu no Tabernáculo escondeu a glória de Deus, assim a glória divina de Deus era escondida durante o ministério terrestre dEle (Jo 1:1, 14, 18). Paulo escreveu, "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens". (Fl 2:6-7). Cristo que é da mesma natureza e essência de Deus se esvaziou, ou assumiu as limitações de humanidade sem se render quaisquer dos atributos dele como deidade. Ele permitiu a limitação de alguns dos direitos divinos dele voluntariamente durante o ministério terrestre. Em um certo momento de seu ministério, Ele revelou a sua glória a alguns discípulos quando foi transfigurado ante eles (Mt 17:2).
Assim, Jesus é representado no tabernáculo quando olhamos para o véu ou cortina, pois é Cristo quem se põe entre nós e Deus.
 
Antes do rasgar do véu, nenhum gênero humano teve acesso direto à presença de Deus. O próprio Deus rasgara de forma profunda o véu que era a divisão que separava a humanidade pecadora por 1500 anos.
 
Este véu foi rasgado quando Cristo morreu na cruz "Neste instante o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. Tremeu a terra, e fenderam-se as rochas" (Mt 27:51).
 
Muitos críticos da Bíblia negam que o rasgar do véu foi caso de intervenção divina. Alguns até acreditam que o terremoto foi o motivo para rasgar o véu, porém, isso seria impossível. O véu pode ter caído ao chão durante o terremoto, mas a Bíblia apresenta que o mesmo foi rasgado de alto a baixo. Além disso o texto claramente apresenta que o terremoto foi posterior ao rasgar do véu. Se um terremoto tivesse causado tal rompimento do véu, outras partes do tabernáculo também teriam sido afetadas, o que não foi o caso.
 
Outros reivindicam que os próprios homens rasgaram o véu, mas seu tamanho e espessuras fazem esta reivindicação quase inconcebível. O fato ocorreu no momento da morte de Jesus Cristo (15h), a nona hora, e naquele momento, os homens estavam ocupados no Templo preparando o sacrifício de noite. Centenas de pessoas estavam na área do templo, e todo olho ali pôde testemunhar este evento milagroso. Temor e assombro devem ter golpeado as pessoas que viram o golpe divino de Deus rasgando o véu pela metade. O espaço mais sagrado agora apresentava um inútil quadro mostrando que todos eram iguais e tinham outro mediador.
 
Jesus, o verdadeiro sumo-sacerdote tinha aberto o caminho para os homens a um acesso direto a presença de Deus pelo sangue de seus méritos (Hb 6:19; 9:3-15; 10:19).
 
O véu rasgado é um quadro do corpo rasgado de Cristo que tornou possível adorar a Deus em seu trono. A mesma mão que rasgou o véu no Templo rasgou o corpo de Jesus.
 
Bom é, saber que a qualquer momento os cristãos podem vir a qualquer hora à presença de Deus com a confiança que nós obteremos clemência e graça para achar ajuda em tempo oportuno.

Weber Marques e Adriano Euzébio

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