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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Será que Deus Destrói?

Por William McCall
Foram os terremotos recentes no Haiti e Chile juízos de Deus? E o tsunami no Oceano Índico em 2004? E o furacão Katrina em 2005? Parece que toda vez que ocorre uma catástrofe de grandes proporções, algum perito religioso dá a Deus o crédito da culpa.
Deus é rápido para infligir desastres? Ele não se importa quando pessoas inocentes sofrem? Deus é um terrorista que atinge tanto as pessoas boas quanto as pessoas más, sem aviso?
Este tipo de opinar, depois do fato, aparece como auto-justificativa, e pinta Deus como um tirano. Isso leva muitas pessoas a rejeitarem o Deus da Bíblia, tendo-o como injusto, vingativo, e pronto para destruir a vida humana em qualquer momento. É fácil, basta ler a Bíblia, para ficar com a ideia de que Deus está constantemente infligindo desastre sobre os seres humanos. Mas é importante ter em mente que o Antigo Testamento abrange milhares de anos, assim os juízos sobre os ímpios são raros. No entanto, existem histórias na Bíblia sobre Deus infligindo desastres naturais na Terra, por isso é importante que nós examinemos algumas dessas lições para ver o que elas podem nos ensinar, enquanto contemplamos as catástrofes que atingem o nosso planeta hoje.
O Dilúvio de Noé
O primeiro registro bíblico de um julgamento de Deus é a história do Dilúvio. E a primeira pergunta que surge em nossa mente é: Por que um Deus amoroso destruiu toda uma população global de seres humanos a quem ele mesmo havia criado? A Bíblia dá a resposta. Descrevendo o mundo antes do dilúvio, ele diz: “A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra” (Gênesis 6:11-13). Em nosso mundo moderno, nós encarceramos as pessoas violentas como uma proteção para a sociedade. Mas o que acontece quando toda a ordem social torna-se violenta? Esse aparentemente foi o caso antes do Dilúvio. Quando Deus olhou para baixo na terra, Ele viu que os seres humanos tornaram-se tão perversos que Ele se arrependeu mesmo de tê-los criado! E a solução era destruir o mundo.
Mas primeiro ele mandou o seu servo Noé construir um grande barco, chamado de “arca”, em que qualquer pessoa que desejasse poderia ser salva. Então, Ele deu a Noé 120 anos para dizer ao povo o que estava por vir. Infelizmente, no final, apenas Noé e sua família escolheram entrar na arca.
Desta história podemos aprender duas lições importantes sobre as catástrofes naturais que Deus provoca. Primeiro, ele adverte as pessoas sobre o desastre à frente do tempo, com antecedência e, segundo, ele fornece uma maneira de escapar.
Sodoma e Gomorra
Nós vemos estas mesmas lições da história em Sodoma e Gomorra, duas cidades muito ímpias no tempo de Abraão. De acordo com a história da Bíblia, Deus enviou dois anjos a Sodoma para avisar as pessoas do seu plano de destruir a cidade, mas em vez de aceitarem o aviso, os cidadãos tentaram atacar os anjos. Ló os protegeu, e eles passaram a noite com ele e sua família. Na manhã seguinte, eles apressaram Ló e sua família para fora da cidade antes que ela fosse destruída. Novamente, vemos que Deus deu um aviso e forneceu uma maneira de escapar, mas as pessoas se recusaram a aceitá-la. Devido à relação de Ló e Abraão, os anjos levarem ele e sua família para fora da cidade, quase contra a vontade deles.
Há uma outra lição da história de Sodoma e Gomorra. Vou começar por dar-lhe um teste simples de seu conhecimento da Bíblia. Verdadeiro ou falso: Abraão orou para a destruição de Sodoma. A resposta, evidentemente, é falso. Abraão orou para que Deus poupasse Sodoma. A Bíblia diz que Abraão, se aproximou de Deus e disse: “Destruirás o justo com o ímpio? Se houver, porventura, cinqüenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinqüenta justos que nela se encontram? Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra? Então, disse o SENHOR: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles” (Gênesis 18:23-26).
A partir disso aprendemos que  havendo algumas pessoas boas em uma população, uma população inteira pode ser poupada da destruição.
A história de Jó
Os dois primeiros capítulos na história bíblica de Jó nos ajuda a compreender algo mais sobre a relação de Deus para com o desastre, embora neste caso o desastre foi a um único indivíduo e sua família. A história começa com uma conversa entre Deus e Satanás. Deus considera Jó como um dos seus servos mais fiéis, mas Satanás desafia-o sobre isso. Claro, Jó lhe serve! Satanás diz com vigor. Veja como Você o abençoou! Ele tem 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 1.000 bois e 500 jumentos! Jó é um homem rico! Em seguida, vem o desafio de Satanás, Tire tudo o que possui, e Jó vai te amaldiçoar na tua face.
Então, Deus diz a Satanás, Vá em frente. Leve tudo para longe dele. Só não toque o seu corpo.
Em 24 horas, a riqueza de Jó foi exterminada. Porém, através de toda esta perda da riqueza, Jó manteve sua fidelidade a Deus.
Então, Satanás volta para Deus e diz: OK, Jó foi fiel a você mesmo perdendo toda a sua riqueza, mas deixe-me tocar em seu corpo, e ele te amaldiçoará na tua face!.
Então, Deus disse: Vá em frente. Prejudique-o fisicamente. Apenas poupe sua vida.
Logo Jó irrompe com furúnculos por todo o corpo. A dor é tão insuportável que a esposa diz: “Por que você não amaldiçoa a Deus e morre?” Durante a maior parte do resto do livro, quatro amigos de Jó (se é que podemos chamá-los assim) continuam insistindo que o seu sofrimento é uma punição de Deus por seus pecados. Mas Jó mantém a sua fidelidade a Deus.
Para o nosso propósito neste artigo, o ponto da história é que o sofrimento de Jó foi causado por Satanás, e não por Deus. Este é um ponto extremamente importante para observarmos como nós consideramos as causas das catástrofes naturais que atingem o nosso planeta.
A História de Jonas
Jonas dá-nos a história de um julgamento de Deus que não aconteceu. Esta história revela mais sobre o coração de Deus do que todas as outras histórias sobre os seus juízos, na Bíblia. Jonas é um profeta israelita, e Deus lhe diz para ir a Nínive e avisar os seus habitantes que a cidade seria destruída em 40 dias. Nínive era a capital da antiga nação assíria e uma cidade muito ímpia. Os assírios eram um povo cruel, que foram responsáveis pela captura, deportação e escravização das tribos do norte de Israel.
Jonas teve medo de ir a Nínive e realmente tomou um barco no Mediterrâneo na direção oposta! Você sem dúvida sabe o resto da história: Deus faz com que uma grande tempestade apareça, os marinheiros jogam Jonas no mar, ele é engolido por um peixe grande (a Bíblia não o chama de baleia), e o peixe o cospe para fora em terra seca. Novamente, Deus manda Jonas para advertir o povo de Nínive que sua cidade estava prestes a ser destruída, e desta vez Jonas coopera. E o povo responde. Eles se arrependem, e a cidade é poupada.
Jonas ficou zangado com Deus quando a cidade não foi destruída, mas Deus disse, “Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?” (Jonas 4:11). Aparentemente, Deus não somente teve compaixão do povo, mas do seu gado também!
Contrariamente à percepção de algumas pessoas do Deus do Antigo Testamento, Ezequiel cita Deus dizendo: “Tão certo como eu vivo. . . Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim que se converta dos seus caminhos, e viva’” (Ezequiel 33:11).
O que nós aprendemos
Aprendemos várias lições dessas histórias bíblicas sobre catástrofes naturais. Em primeiro lugar, a partir da história de Jó, nós aprendemos que Satanás e não Deus é muitas vezes a causa das catástrofes. No entanto, quando os seres humanos chegam a um certo ponto em seus maus caminhos, Deus pode resolver o problema, provocando um desastre natural que destrói. Mas, se o desastre é verdadeiramente de Deus, Ele vai avisar o povo antes do tempo. Se se arrependerem e mudarem seus maus caminhos, Ele pode mudar seu propósito e se recusar a trazer o desastre. Se o povo como um todo não se arrepender, ele irá fornecer uma maneira para que aqueles que são leais a ele escapem.
Mas talvez a lição mais importante que podemos aprender com essas histórias da Bíblia é que não é de nossa alçada fazer juízos de valor sobre as vítimas de um desastre. Eles têm bastante sofrimento para lidar logo em seguida. Eles não precisam de nós culpando-os pelo desastre. Como cristãos, ao invés de condená-los, devemos fazer tudo que pudermos para ajudá-los.
A Bíblia adverte que nos últimos dias, o mal na história da Terra vai se tornar novamente desenfreado. O pior terremoto de todos os tempos – um terremoto que irá abalar todo o planeta – situa-se bem diante de nós. Este terremoto será tão terrível que as montanhas do mundo irão achatar-se e as ilhas do mar irão desaparecer (Apocalipse 6:14; 16:18-20). No entanto, Deus já está alertando o mundo desta terrível calamidade que se aproxima. Ele está chamando as pessoas em toda parte para  “adorar aquele que fez os céus e a terra, o mar e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7).
A questão-chave, como com todos os desastres que Deus faz é como vamos reagir. Seu convite continua de pé. Qual é a sua resposta?

Fonte: Sétimo Dia

sábado, 25 de agosto de 2012

Fé e Obras – de Mãos Dadas


Jesus morreu para salvar o Seu povo dos pecados deles, e redenção em Cristo significa cessar a transgressão da lei de Deus e estar livre de todo pecado; nenhum coração que é incitado pela inimizade contra a lei de Deus está em harmonia com Cristo, o qual sofreu no Calvário para vindicar e exaltar a lei diante do Universo.

Os que fazem ousadas pretensões de santidade demonstram com isso que eles não vêem a si mesmos à luz da lei; não são iluminados espiritualmente e não sentem aversão a toda espécie de egoísmo e orgulho. De seus lábios manchados pelo pecado saem as expressões contraditórias: “Sou santo, sou sem pecado. Jesus me ensina que se eu guardar a lei, cairei da graça. A lei é um jugo de servidão.” Diz o Senhor: “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” Devemos estudar diligentemente a Palavra de Deus para que cheguemos a decisões corretas e procedamos de acordo com elas; pois então obedeceremos à Palavra e estaremos em harmonia com a santa lei de Deus.

Não Somos Salvos Pela Lei, nem na Desobediência


Conquanto tenhamos de estar em harmonia com a lei de Deus, não somos salvos pelas obras da lei; contudo, não podemos ser salvos sem obediência. A lei é a norma pela qual é avaliada o caráter. Mas não podemos absolutamente guardar os mandamentos de Deus sem a graça regeneradora de Cristo. Só Jesus pode purificar-nos de todo pecado. Ele não nos salva pela lei, nem nos salvará na desobediência à lei.

Nosso amor a Cristo será proporcional à profundeza de nossa convicção do pecado. No entanto, ao vermos a nós mesmos, desviemos o olhar para Jesus, que a Si mesmo Se deu por nós para que pudesse remir-nos de toda iniqüidade. Pela fé apoderai-vos dos méritos de Cristo, e será aplicado o sangue que purifica a alma. Quão mais claramente discernirmos os males e os perigos a que temos estado expostos, tanto mais gratos seremos pela libertação por meio de Cristo. O evangelho de Cristo não dá licença aos homens para transgredirem a lei, pois foi pela transgressão que se abriram sobre o nosso mundo as comportas da aflição.

Hoje o pecado é a mesma coisa maligna que era no tempo de Adão. O evangelho não promete o favor de Deus para alguém que, com impenitência, viola Sua lei. A depravação do coração humano, a culpa da transgressão, a ruína do pecado, são todas manifestadas pela cruz em que Cristo proveu um meio de escape para nós.


Uma Doutrina Cheia de Engano


Justiça própria é o perigo desta época; ela separa a alma de Cristo. Os que confiam em sua própria justiça não podem compreender como a salvação advém por meio de Cristo. Chamam o pecado de justiça, e a justiça de pecado. Não têm noção do mal da transgressão, nem compreensão do terror da lei; pois não respeitam o padrão moral de Deus. A razão de haver tantas conversões não genuínas nestes dias é que há tão pouco apreço da lei de Deus. Em lugar do padrão de justiça de Deus, os homens criaram um padrão de sua própria escolha para avaliar o caráter. Eles vêem como em espelho, obscuramente, e apresentam falsas idéias de santificação ao povo, incentivando assim o egoísmo, o orgulho e a justiça própria. A doutrina da santificação defendida por muitos está cheia de engano, pois é lisonjeira ao coração natural; mas a coisa mais afável que pode ser pregada ao pecador é a verdade da lei de Deus. A fé e as obras precisam andar de mãos dadas; pois a fé sem as obras, por si só está morta.

A Prova da Doutrina


O profeta declara uma verdade pela qual podemos provar toda doutrina. Diz ele: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva.” Isa. 8:20. Embora haja abundante erro no mundo, não há razão para que os homens permaneçam no engano. A verdade é clara, e quando ela é contrastada com o erro, seu caráter pode ser discernido. Todos os súditos da graça de Deus podem compreender o que é requerido deles. Pela fé podemos submeter nossa vida à norma da justiça, porque podemos apropriar-nos da justiça de Cristo.

Na Palavra de Deus o sincero pesquisador da verdade encontrará a regra da genuína santificação. Diz o apóstolo: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós.” Rom. 8:1, 3-9.


Artigo de Ellen G. White publicado na Revista Signs Of The Times de 21 de Julho de 1890, intitulado: “Que Farei Para herdar a Vida Eterna?”

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A boa notícia sobre a morte!



A Misteriosa Casa de Winchester

Durante anos dirigindo pela estrada 101 na Califórnia central, eu via cartazes publicitários sobre uma casa misteriosa de Winchester. Eu nunca tinha visitado esta atração turística mas, por curiosidade, pesquisei sobre o assunto. Aparentemente, ela pertencia a uma mulher chamada Sarah Pardee casada com William W. Winchester, o qual, durante a guerra civil americana, tornou-se herdeiro da fábrica de rifles Winchester.


Com o tempo, Sarah deu à luz uma menina, a quem deram o nome de Annie, mas a criança morreu poucas semanas depois. Alguns anos depois, seu marido William Winchester morreu de tuberculose. Sarah estava perturbada e teria visitado um médium espírita, que lhe disse que os espíritos das pessoas que haviam sido mortas pelos rifles Winchester estavam em busca de vingança.


Mas o médium garantiu a Sarah que ela poderia contrariar a maldição mudando-se para a Costa Oeste, construindo lá uma casa. Enquanto ela continuasse a construção, ela poderia confundir os maus espíritos, receber a proteção dos bons, e permanecer segura.


Sarah Winchester mudou-se para a área de San José, na Califórnia, comprou uma fazenda com oito quartos, e começou a construir novos cômodos. Por ser a herdeira de uma fortuna de US $ 20 milhões e ter poucas responsabilidades, ela construiu, construiu e construiu, frequentemente, demolindo e reconstruindo os cômodos. Quando ela morreu, em 1922, a Mansão Winchester tinha 160 quartos. Construtores que tinham examinado a casa, estimaram que ela realmente construíu 600 quartos, mas por causa do espaço limitado em sua propriedade, ela teve que derrubar muitos deles e construir outra coisa.


A casa é um dos mais bizarros arranjos de corredores, câmaras e escadas. Não existem dois quartos que estejam no mesmo nível. Muitas das escadas tem 13 degraus, alguns deles muito curtos. Os corredores são muito estreitos. A Sra Winchester construíu também câmaras secretas, onde supostamente recebia informações sobre o que devia construir, durante sessões noturnas com seus médiuns.


Sara Winchester também tinha 40-60 funcionários e carpinteiros, que durante 38 anos, mudaram, aumentaram, destruíram e reconstruíram indefinidamente aquela construção para apaziguar os espíritos revoltados.


Este projecto de 38 anos é um exemplo exagerado do que uma compreensão distorcida da morte pode levar uma pessoa a fazer! E a história da Sra Winchester é um clássico exemplo do porque este assunto é tão importante hoje em dia.


O perigo do espiritismo


Segundo os espiritualistas, quando nossos corpos morrem, os nossos espíritos continuam uma existência consciente em outra esfera. Não podemos ver esses espíritos, mas eles “podem” nos contactar. A Sra. Winchester acreditava neste ensinamento fundamental do espiritismo, seguindo as instruções do médium sobre a construção permanente de sua casa.


A Sra. Winchester aparentemente não sabia que a Bíblia condena todos os esforços para se comunicar com os mortos através de médiuns espíritas. “Não recorram aos médiuns, nem busquem a quem consulta espíritos”, disse Moisés aos antigos Israelistas em Levítico 19:31. “Não permitam que se ache alguém entre vocês que…pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria, ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos” (Deuteronômio 18:10-11).


Séculos mais tarde, o profeta Isaías advertiu, “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?” (Isaías 8:19).


Há uma boa razão do por que os escritores da Bíblia tão vigorosamente condenaram o espiritismo e a bruxaria: Estas práticas são um convite aberto para os seres demoníacos nos enganar! A Bíblia nos adverte que “Satanás se disfarça em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14). O Apocalipse prevê que nos últimos dias da história da Terra, uma religião cristã apóstata vai se tornar “morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo”, e que os maus espíritos irão “aos reis de todo o mundo, a fim de reuni-los para a batalha do grande dia do Deus todo-poderoso” (Apocalipse 18:2; 16:14).


Os enganos de Satanás no fim dos tempos serão tão inteligentes que o povo de Deus estará em perigo de ser enganado! (Mateus 24:24). Não admira que Deus adverte os cristãos contra o fascínio enganador do espiritismo! Proponho que a melhor proteção que temos hoje contra este engano é uma correta compreensão da morte.


Duas visões falsas da morte


Há duas visões extremas sobre a morte. Uma delas é que a morte é o fim absoluto. As pessoas se transformam em terra e é isso! humanistas do mundo afirmam que nós iremos nos transformar em adubo que alimentarão as árvores e outras plantas, então nós vamos viver novamente na grama, nas flores, e nas maçãs. Eu não acho isso muito gratificante.


Reencarnacionistas, por outro lado, alegam que os seres humanos sempre viveram e sempre viverão. Cada indivíduo segue morrendo e reencarnando, idealmente em sucessivas mais elevadas formas de vida. Um inseto pode reencarnar como um rato, o rato como um cão, o cão como um macaco, e o macaco como um ser humano.


Antes de me tornar um cristão, eu sinceramente acreditava na reencarnação. Meus amigos e eu tentávamos descobrir o que éramos em existências anteriores. Perguntávamos uns aos outros, “O que você fazia na sua antiga vida?” Ninguém nunca disse: “Eu costumava varrer cocô de elefante” ou “eu era um lixeiro”. Todo mundo sempre foi alguém muito importante: “Eu fui Cleópatra!” Ou “Eu estive com Júlio César.” Incomodava-me que todos tinham visões de grandeza de suas vidas anteriores.


O que a Bíblia diz


Então eu descobri o que que a Bíblia diz: a morte é real, mas o dia da ressurreição está chegando. Paulo chamou a morte de um inimigo que será destruído (1 Coríntios 15:26), e que os “mortos ressuscitarão incorruptíveis”, “vestidos. . . com a imortalidade”(1 Coríntios 15:52, 54).


A pergunta é: O que acontece entre o dia em que morremos e o dia em que somos levantados de volta à vida? A resposta é muito simples: Nós jazemos na sepultura dormindo, inconscientes de tudo o que está acontecendo no mundo ao nosso redor. “Os vivos sabem que morrerão”, escreveu Salomão “mas os mortos não sabem nada” (Eclesiastes 9:5). E Davi disse que quando uma pessoa morre, “naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos” (Salmo 146:4).


Jesus ensinou a mesma coisa no Novo Testamento. Quando seu amigo Lázaro morreu, Jesus disse aos discípulos que Lázaro estava dormindo. Quando eles perguntaram a Jesus porque Ele iria querer acordar um homem dormindo, Jesus lhes disse claramente: “Lázaro está morto” (João 11:14). E Paulo disse aos cristãos de Tessalônica que Jesus na manhã da ressurreição vai despertar os que dormem, ou seja, que estão mortos (1 Tessalonicenses 4:13, 16).


A comparação bíblica da morte com o sono é uma clara indicação de que a morte é um estado de inconsciência.


É muito ruim que a Sra. Winchester não entendia esse fato sobre a morte. Teria poupado muitas noites sem dormir e milhões de dólares em dinheiro desperdiçado. Felizmente, você e eu entendemos a boa notícia sobre a morte: ela é um sono que tem um fim.


A questão importante é, como estar do lado certo quando o sono acabar? Jesus respondeu a esta questão. “Deus amou tanto o mundo”, ele disse, “que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).


Nossa garantia de vida eterna está em Jesus. Por que não aceitar Jesus como seu Salvador hoje de modo que você pode ter a certeza de acordar na manhã da ressurreição?


Artigo escrito pelo Pastor Doug Batchelor e publicado na Revista Signs of The Times de Setembro/2010. Crédito da tradução: Blog Sétimo dia. http://setimodia.wordpress.com/

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Obediência e Santificação


“E andai em amor, como também Cristo vos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (Efés. 5:2). Em toda a plenitude de Sua divindade, em toda a glória de sua imaculada humanidade, Cristo Se entregou a Si mesmo por nós, como sacrifício completo e amplo, e todo aquele que vai ter com Ele deve aceitá-Lo como se fosse o único indivíduo pelo qual foi pago o preço. Assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo; pois os obedientes serão ressuscitados para a imortalidade, e os transgressores ressurgirão dentre os mortos para sofrer a morte, a penalidade da lei que eles violaram.



Obediência à lei de Deus é santificação. Há muitos que têm idéias erradas a respeito dessa obra na vida, mas Jesus orou que Seus discípulos fossem santificados pela verdade, e acrescentou: “A Tua Palavra é a verdade.” (João 17:17). A santificação não é uma obra instantânea, mas progressiva, assim como a obediência é contínua. Enquanto Satanás nos importunar com suas tentações, a batalha pela vitória sobre o próprio eu terá de ser travada reiteradas vezes; mas pela obediência, a verdade santificará a alma. Os que são leais à verdade irão, pelos méritos de Cristo, vencer toda debilidade de caráter que tem feito com que sejam moldados por toda e multiforme circunstância da vida.


Embuste e Cilada de Satanás


Muitos têm adotado o conceito de que não podem pecar porque estão santificados, mas isto é uma enganosa cilada do maligno. Há constante perigo de cair em pecado, pois Cristo nos admoestou a vigiar e orar para que não entremos em tentação. Se estivermos cientes da debilidade do próprio eu, não seremos presunçosos nem indiferentes ao perigo, mas sentiremos a necessidade de recorrer à Fonte de nossa força: Jesus, Justiça nossa. Iremos em arrependimento e contrição, com pungente senso de nossa própria fraqueza finita, e aprenderemos que precisamos apropriar-nos diariamente dos méritos do sangue de Cristo, a fim de que nos tornemos vasos preparados para uso do Mestre.


Confiando assim em Deus, não seremos achados a pelejar contra a verdade, mas sempre seremos habilitados a colocar-nos ao lado do que é direito. Devemos apegar-nos ao ensino da Bíblia e não seguir os costumes e tradições do mundo, as palavras e os atos de homens.


Quando surgem erros e são ensinados como verdade bíblica, os que têm ligação com Cristo não confiarão no que diz o pastor, mas, à semelhança dos nobres bereanos, examinarão as Escrituras todos os dias para ver se essas coisas são de fato assim. Quando eles descobrem qual é a recomendação do Senhor, colocam-se ao lado da verdade. Ouvem a voz do verdadeiro Pastor dizendo: “Este é o caminho; andai nele.” (Isa. 30:21). Assim sereis ensinados a fazer da Bíblia o vosso conselheiro, e não ouvireis nem seguireis a voz do estranho.


Duas Lições


Para que o ser humano seja purificado, enobrecido e habilitado para as cortes celestiais, há duas lições a serem aprendidas – abnegação e domínio-próprio. Alguns aprendem essas importantes lições com mais facilidade do que outros, porque são adestrados pela simples disciplina que o Senhor lhes aplica com brandura e amor. Outros requerem a morosa disciplina do sofrimento, para que o fogo purificador possa livrar-lhes o coração do orgulho e da confiança em si mesmo, da paixão terrena e do egoísmo, a fim de que apareça o verdadeiro ouro do caráter e eles se tornem vitoriosos pela graça de Cristo.


O amor de Deus fortalecerá o indivíduo, e em virtude dos méritos do sangue de Cristo podemos permanecer ilesos no meio do fogo da tentação e prova. Mas nenhuma outra ajuda poderá ser útil para salvar, senão Cristo, Justiça nossa, o qual se nos tornou sabedoria, santificação e redenção.


Verdadeira santificação não é nada mais nem menos do que amar a Deus de todo o coração e andar irrepreensivelmente em Seus mandamentos e preceitos. Santificação não é uma emoção, mas um princípio de origem celestial que coloca todas as paixões e desejos sob o domínio do Espírito de Deus; e essa obra é efetuada por meio de nosso Senhor e Salvador.


A falsa santificação não glorifica a Deus, mas leva os que dizem possuí-la a exaltar e glorificar a si mesmos. Tudo que surge em nossa experiência, quer de alegria ou de tristeza, que não reflete a Cristo nem aponta para Ele como seu autor, dando-Lhe glória e deixando o próprio eu fora de vista, não constitui verdadeira experiência cristã.


Quando a graça de Cristo é implantada na alma pelo Espírito Santo, seu possuidor tornar-se-á humilde de espírito e buscará a companhia daqueles cuja conversação é sobre as coisas celestiais. Então o Espírito tomará as coisas de Cristo e no-las revelará, e glorificará, não o recebedor, e, sim, o Doador. Se, portanto, tiverdes no coração a sagrada paz de Cristo, vossos lábios estarão cheios de louvor e ações de graça a Deus. Vossas orações, o desempenho de vosso dever, vossa benevolência, vossa abnegação, não serão o assunto de vosso pensamento ou conversação, mas engrandecereis Aquele que Se entregou a Si mesmo por vós quando ainda éreis pecadores. Direis: “Eu me entrego a Jesus. Achei Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas.” Enaltecendo-o, tereis uma preciosa bênção, e todo o louvor e glória pelo que é efetuado por vosso intermédio será restituído a Deus.


Não Turbulento nem Indomável


A paz de Cristo não é um elemento turbulento nem indomável manifestado em altas vozes e exercícios corporais. A paz de Cristo é uma paz inteligente, e não faz com que os que a possuem se caracterizem pelo fanatismo e extravagância. Não é um impulso casual, mas procede de Deus.


Quando o Salvador comunica Sua paz à alma, o coração estará em perfeita harmonia com a Palavra de Deus, pois o Espírito e a Palavra estão de acordo. O Senhor honra Sua palavra em todas as Suas relações com os homens. Ela é Sua própria vontade, Sua própria voz, que é revelada aos homens, e Ele não tem outra vontade, nem outra verdade, à parte de Sua Palavra, para revelar a Seus filhos. Se tendes uma maravilhosa experiência que não está em harmonia com as explícitas instruções da Palavra de Deus, bem podeis pô-la em dúvida, pois sua origem não é do alto. A paz de Cristo advém do conhecimento de Jesus a quem a Bíblia revela.


Se a felicidade é extraída de fontes exteriores, e não da Fonte Divina, será tão variável como as multiformes circunstâncias podem torná-la; mas a paz de Cristo é uma paz constante e duradoura. Ela não depende de qualquer circunstância na vida, da quantidade de bens materiais, nem do número de amigos terrenos. Cristo é a fonte de águas vivas, e a paz e a felicidade extraídas dEle nunca se esgotarão, pois Ele é a origem da vida. Os que confiam nEle podem dizer: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a Terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. … Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.” Sal. 46:1-4.


Temos motivo para incessante gratidão a Deus porque Cristo, por Sua perfeita obediência, reconquistou o paraíso que Adão perdeu pela desobediência. Adão pecou, e os filhos de Adão partilham de sua culpa e suas conseqüências; mas Jesus assumiu a culpa de Adão, e todos os filhos de Adão que correrem para Cristo, o segundo Adão, podem livrar-se da penalidade da transgressão. Jesus recuperou o Céu para o homem suportando a prova a que Adão deixou de resistir; pois Ele obedeceu perfeitamente à lei, e todos os que têm correta compreensão do plano da redenção verão que não podem estar salvos enquanto continuam na transgressão dos santos preceitos de Deus. Precisam cessar de transgredir a lei e apegar-se às promessas de Deus que se acham à nossa disposição por meio dos méritos de Cristo.


Não Confiar em Pessoas


Nossa fé não deve apoiar-se na habilidade dos homens, e, sim, no poder de Deus. Há perigo em confiar em homens, mesmo que tenham sido usados como instrumentos de Deus para realizar grande e boa obra. Cristo deve ser nossa força e nosso refúgio. Os melhores homens podem cair de sua firmeza, e o melhor da religião, quando corrompido, é o que há de mais perigoso em sua influência sobre as mentes. A religião pura e viva se encontra na obediência a toda palavra que procede da boca de Deus. A justiça exalta as nações, e sua ausência degrada e arruina o homem.


“Crede, Tão-Somente Crede!”


Dos púlpitos modernos são proferidas as palavras: “Crede, tão-somente crede! Tende fé em Cristo; nada tendes que ver com a velha lei; tão-somente confiai em Cristo.” Quão diferente é isso das palavras do apóstolo, o qual declara que a fé sem as obras é morta! Diz ele: “Sede cumpridores da Palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” (Tiago 1:22). Precisamos ter aquela fé que opera pelo amor e purifica a alma. Muitos procuram substituir a retidão de vida por uma fé superficial, pensando obter deste modo a salvação.


O Senhor requer neste tempo o mesmo que Ele requereu de Adão no Éden – perfeita obediência à lei de Deus. Precisamos ter justiça sem um defeito, sem uma mancha. Deus deu o Seu Filho para morrer pelo mundo, mas Ele não morreu para revogar a lei que era santa e justa e boa. O sacrifício de Cristo no Calvário é um argumento irrefutável que mostra a imutabilidade da lei. Sua penalidade foi sentida pelo Filho de Deus em favor do homem culpado, para que por Seus méritos o pecador pudesse obter a virtude de Seu caráter imaculado pela fé em Seu nome.


Proporcionou-se ao pecador uma segunda oportunidade para guardar a lei de Deus na força de seu divino Redentor. A cruz do Calvário condena para sempre a idéia de que Satanás colocou diante do mundo cristão, a saber: que a morte de Cristo aboliu não somente o sistema típico de sacrifícios e cerimônias, mas também a imutável lei de Deus, o fundamento de Seu trono, a transcrição de Seu caráter.


Por meio de todo artifício possível, Satanás tem procurado invalidar o sacrifício do Filho de Deus, tornar inútil Sua expiação e Sua missão um fracasso. Ele tem afirmado que a morte de Cristo tornou desnecessária a obediência à lei e possibilitou que o pecador caísse nas boas graças de um Deus santo sem abandonar o seu pecado. Ele tem declarado que a norma do Antigo Testamento foi rebaixada no evangelho e que os homens podem ir a Cristo, não para serem salvos de seus pecados, mas em seus pecados.


Quando, porém, João contemplou a Jesus, disse qual era Sua missão, declarando: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. A toda alma penitente, a mensagem é: “Vinde, então, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” (Isaías 1:18).


Artigo de Ellen G.White publicado na revista Signs of The Times, de 19 de maio de 1890.


Sétimo Dia

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Arrebatamento Secreto é verdade?


 
Quando Jesus prometeu aos Seus discípulos: “Eu voltarei” (João 14:3), Ele criou uma esperança que têm ardido no coração de quase todos os cristãos por 2.000 anos. E, raras vezes desde o primeiro século dC tem esta esperança queimado mais intensamente nos corações dos cristãos do que hoje.
Esta esperança é escurecida, no entanto, por uma sombra. Segundo a Bíblia, um momento terrível de angústia, muitas vezes chamado de “tribulação” – terá lugar na Terra pouco antes da segunda vinda de Cristo. Por quase 1.800 anos, os cristãos acreditavam que todo o povo de Deus iria passar por essa tribulação. No entanto, cerca de 200 anos atrás, uma nova teoria foi proposta – que Deus levará os verdadeiros cristãos para fora do mundo e os transportará para o céu antes da Tribulação. Aqueles que ficarem para trás passarão pela Tribulação, durante a qual milhões de judeus serão convertidos ao cristianismo. A segunda vinda de Cristo ocorrerá no final da Tribulação.
A deportação dos santos para o céu antes da Tribulação é chamada de “arrebatamento”. Segundo os que defendem essa teoria, o arrebatamento será secreto no sentido de que, num primeiro momento, ninguém vai saber que ele ocorreu. Aqueles que são deixados para trás na terra só irão perceber que isso aconteceu quando eles se tornam conscientes de que muitas pessoas desapareceram de repente, sem qualquer razão. Uma série de filmes religiosos tentou retratar este arrebatamento nos últimos anos. Estes filmes mostram tipicamente pessoas espantadas perguntando o que aconteceu com seus amigos e entes queridos. Outra cena comum é a de carros desgovernados e aviões caindo, porque seus motoristas e pilotos foram “arrebatados”.
Em certo sentido, esta visão do fim do mundo poderia ser chamada de uma teoria dupla da segunda vinda, porque divide o retorno de Cristo para o nosso planeta em duas partes, o arrebatamento antes da Tribulação e a Segunda Vinda na sua conclusão. Neste artigo, examinaremos a evidência bíblica sobre o fim do mundo e a segunda vinda de Cristo.

Quatro razões para rejeitar a idéia de um arrebatamento secreto

Um estudo cuidadoso da Bíblia sugere pelo menos quatro razões rincipais para rejeitar o ponto de vista de uma segunda vinda de Cristo em duas fases:

1. O vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista

Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o retorno de Cristo ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto antes da tribulação (muitas vezes chamado de “arrebatamento pré-tribulacionista”) como objeto da esperança cristã no Advento.
Os pré-tribulacionistas alegam que em 1 Tessalonicenses 4:15, Paulo usou a palavra parousia-vinda para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1 Tessalonicenses 3:13, ele usou a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos” (NVI) – uma descrição, de acordo com os pré-tribulacionistas, da segunda fase da volta de Cristo. Em 2 Tessalonicenses 2:8, Paulo de novo emprega o termo parousia para se referir à vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo – um evento que, de acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da vinda de Cristo (ver também Mateus 24:27, 38, 39). Da mesma forma, as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento (1 Cor 1:7; 1 Tim 6:14) como o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo (2 Tess 1:7-8, 2:8). Assim, o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção da volta de Cristo em duas fases. Seus termos são utilizados para descreverem um único, indivisível, pós-tribulacional Advento de Cristo que vai trazer salvação aos crentes e retribuição aos descrentes.

2. O Novo Testamento não contém traços de um secreto e invisível arrebatamento instantâneo da Igreja.

Na verdade, 1 Tessalonicenses 4:15-17, que dá a descrição mais notória do Segundo Advento, sugere exatamente o oposto. Ela fala que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”. “(versículos 16, 17).
A ”palavra de ordem”, ”a trombeta”, e o grande ajuntamento dos vivos e santos ressurretos dificilmente sugeriria um evento secreto, invisível e instantâneo. Pelo contrário, como tem sido freqüentemente apontado, essa talvez seja a passagem mais barulhenta da Bíblia. As referências a uma trombeta ressoando em paralelo com as passagens de Mateus 24:31 e 1 Coríntios 15:52 corroboram a natureza pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer uma destas passagens.

3. As Passagens bíblicas sobre a Tribulação não oferecem suporte para um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja.

Em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus falou da grande tribulação que irá preceder imediatamente a Sua vinda, prometendo que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados”(Mateus 24:22). Argumentar que ”os eleitos” são apenas os crentes judeus e não membros da igreja é ignorar o fato de que Cristo estava se dirigindo a Seus apóstolos que representavam não só o Israel nacional, mas também a igreja em geral. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos como Lucas, que escreveram seus evangelhos para a Igreja gentílica, relatam o mesmo discurso (Marcos 13:20, Lucas 21).
Notável também é a semelhança entre a descrição de Cristo da Sua segunda vinda em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. No entanto, os pré-tribulacionistas dizem que a passagem de 1 Tessalonicens descreve o arrebatamento antes da Tribulação, mas a passagem de Mateus descreve a segunda vinda de Cristo após a tribulação. O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação.

4. Por fim, Paulo e o livro do Apocalipse negam a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional.

Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo refutou um equívoco que era predominante entre os cristãos de Tessalônica. Aparentemente, eles acreditavam que o dia do Senhor já tinha chegado. Para refutar esse equívoco, Paulo citou dois grandes eventos que devem ocorrer antes da vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e o aparecimento do ”homem da iniqüidade” que perseguirá o povo de Deus (2 Tessalonicenses 2:3). Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento antes da vinda do Senhor.
O livro de Apocalipse trata dos eventos associados com a grande tribulação em maior detalhe do que qualquer outro livro do Novo Testamento, eventos tais como o aparecimento de uma besta que persegue os santos de Deus e o derramamento das sete últimas pragas (Apocalipse 8-16).
Embora João descreva estes eventos tribulacionais em grande detalhe, ele nunca menciona ou sugere um Advento de Cristo secreto e pré-tribulacional para levar embora a Igreja. Isto é tanto mais surpreendente tendo em conta o expresso propósito de João de instruir as igrejas a respeito dos eventos finais. Na verdade, João explicitamente menciona uma incontável multidão de crentes que passarão pela grande tribulação: “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).
Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são todos da raça judaica, supostamente porque, durante os eventos descritos em Apocalipse 4 à19, a igreja não está mais na terra mas no céu. Este raciocínio é desacreditado, em primeiro lugar, pelo fato que em nenhum lugar João faz uma distinção entre os santos judeus e gentios, na Tribulação. Ao contrário, João afirma explicitamente que os crentes vitoriosos da Tribulação vêm “de toda nação, tribo, povo e língua “(Apocalipse 7:9). Esta frase ocorre repetidamente no Apocalipse para designar não exclusivamente os judeus mas inclusivamente muitos membros da família humana, independentemente da sua origem étnica ou nacional (Apocalipse 5:9; 10:11, 13:07, 14:6). Obviamente, Cristo não resgatou somente judeus, mas pessoas de todas as raças.
Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para testificar estas cousas à Igreja”. É difícil ver como as mensagens dadas pelo anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas se a Igreja não está diretamente envolvida nos eventos descritos nos capítulos 4 à 19, em outras palavras – na maior parte do livro.
O fato é que o Apocalipse descreve a Igreja como sofrendo perseguição por poderes satânicos durante a tribulação final mas não como sofrendo a ira divina. Como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante as dez pragas (Êxo. 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua ira divina cair sobre os ímpios. O Apocalipse representa essa divina proteção através de um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apoc. 7:3) para que sejam protegidos quando a ira de Deus sobrevir sobre os impenitentes (Apoc. 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo glorioso Retorno de Cristo (Apoc. 16:15; 19:11-21). O apocalipse então, não retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, mas um Retorno pós-tribulacional de Cristo.
Em face das razões aqui discutidas, concluímos que o ensino popular de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja antes da tribulação final é desprovida de qualquer apoio bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de dar tratamento preferencial à Igreja removendo-a da terra, deixando os crentes judeus a sofrer a tribulação final. As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será experimentada pelos crentes de todas as eras e de todas as raças. Esta é a Bendita Esperança que une “toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apoc. 14:6).

Arrebatamento Atrasado

Quanto tempo se espera que levará para o desaparecimento maciço dos verdadeiros cristãos de todas as nações? Muitos acreditam que esse evento está iminente porque sua principal pré-condição, ou seja, o restabelecimento do Estado de Israel e a posse da antiga Jerusalém, já tiveram lugar.
De acordo com cálculos iniciais de Hal Lindsey, em seu livro “The Late Great Planet Earth”, esse arrebatamento secreto da Igreja já passou do prazo. Em 1970 ele predisse que “em quarenta anos desde 1948 [ano da formação do Estado de Israel], ou por volta disso, tudo isso poderia ter lugar. Lindsey calcula os “quarenta anos” da duração bíblica de uma geração e alega, com base na parábola da Figueira (Mateus 24:32-33) que a formação do Estado de Israel em 1948 assinala o início da última “geração” (Mateus 24:34) que verá primeiramente o arrebatamento, daí os sete anos de tribulação, e finalmente o Retorno de Cristo em glória. Sendo que o arrebatamento, de acordo com Lindsey e a maioria dos dispensacionalistas, ocorre sete anos (Daniel 9:27) antes do Retorno visível de Cristo em glória, já deveria ter ocorrido em 1981 ou 1982. O que isso significa é que o tempo já se esgotou para essas predições sensacionais, porém sem sentido.
Texto de autoria de Samuele Bacchiocchi, publicado na Revista Signs of The Times de Janeiro/2011. Crédito da Tradução: Blog Sétimo Dia www.setimodia.wordpress.com

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