Documentário que apresenta um desagradável olhar ao mundo corporativo da indústria de alimentos nos Estados Unidos. Se por um lado ela segue a evolução no quesito tecnógico, por outro – graças ao consentimento do governo americano por meio das agências regulatórias -, a indústria possui um método de trabalho mantido em segredo dos consumidores. Com essa premissa, o filme discute o fato de que o suprimento de alimentos é controlado por algumas poucas corporações que frequentemente objetivam mais os lucros do que a saúde daqueles que consomem seus produtos. São, em boa parte, alimentos que chegam ao mercado contaminados por bactérias que causam, anualmente, doenças a cerca de 73 mil americanos.
Frangos com peitos maiores, artificialmente engordados. Novas cepas da bactéria letal E. coli. Alimentos controlados por um punhado de grandes corporações.
O documentário “Food, Inc.” retrata esses perigos e as transformações operadas na indústria alimentícia norte-americana, afirmando seus efeitos prejudiciais à saúde pública, ao meio ambiente e aos direitos dos trabalhadores e dos animais.
Grandes corporações como a Monsanto, produtora de alimentos geneticamente modificados, as empresas de carnes americanas Tyson Food Inc. e Smithfield Fods e a produtora de frangos Perdue Farms se negaram a conceder entrevistas para o filme.
Mas a indústria alimentícia não se calou. Associações comerciais representativas da indústria de carne nos EUA, que movimenta 142 bilhões de dólares por ano, se uniram para refutar as alegações feitas no filme. Lideradas pelo Instituto Americano da Carne, criaram vários sites na Internet, incluindo um chamado SafeFoodInc.com (Alimentos Seguros.com).
A campanha delas afirma que os alimentos norte-americanos são seguros, abundantes e de preços acessíveis, enquanto o filme afirma que as imagens de animais pastando em fazendas verdejantes, impressas nos rótulos de produtos alimentícios, são enganosas.
“Food, Inc.” explora o argumento de que os alimentos não vêm de fazendas simpáticas, mas de fábricas industriais que priorizam o lucro, e não a saúde humana.
O filme mostra imagens rodadas dentro de unidades de produção de gado bovino e suíno e de frangos. Algumas foram gravadas por trabalhadores imigrantes, mostrando a falta de espaço dos trabalhadores e dos animais.
A fazendeira Carole Morison, do Estado de Maryland, autorizou a entrada das câmeras para mostrar frangos morrendo antes de serem postos no mercado, devido, disse ela, à engorda rápida promovida pelos antibióticos inseridos nas rações. Morison disse que, depois disso, a Perdue encerrou o contrato que tinha com ela.
De acordo com o filme, as grandes empresas americanas do setor alimentício hoje fazem uso amplo de técnicas industriais vinculadas a problemas crescentes, como obesidade, diabetes, salmonela, cepas tóxicas da bactéria comum E. coli, e poluição ambiental.
O filme afirma que os consumidores podem provocar mudanças, apontando para o caso de Gary Hirshberg, cuja fazenda Stonyfield hoje vende sua linha de produtos orgânicos na rede gigantesca Wal-Mart, devido à demanda.