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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Mais de 34 mil igrejas rompem com a Presbiteriana dos EUA



Distorção do conceito bíblico

Como forma de estimular a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) a se arrepender de sua apostasia, a Iniciativa Nacional das Igrejas Negras (NBCI), que representa 34 mil igrejas de 15 denominações, declarou o rompimento de seus laços com a PCUSA, depois que alterou a sua constituição e aprovou o casamento homossexual (confira). “A NBCI e sua base de membros são posicionados na Palavra de Deus, dentro da mente de Cristo. Nós pedimos que nossos irmãos e irmãs da PCUSA se arrependam e sejam restaurados à comunhão”, disse o presidente da NBCI, Reverendo Anthony Evans. “A manipulação da PCUSA representa um pecado universal contra toda a Igreja e seus membros. Com essa ação, a PCUSA não pode mais basear seus ensinamentos em 2 mil anos de escrituras e tradição cristã, e ainda se chamar de entidade cristã no corpo de Cristo. Ela abandonou o seu direito por esse único ato errado”, acrescentou Evans, que representa 15,7 milhões de afro-americanos.

“O Apóstolo Paulo nos advertiu sobre isso quando declarou em Gálatas 1:8 que há quem pregue outro evangelho”, disse Evans. “Nenhuma igreja tem o direito de mudar a Palavra de Deus. Ao votar para redefinir o casamento, a PCUSA perde automaticamente a graça salvadora de Cristo. Há sempre a redenção no corpo de Cristo através da confissão de fé e aderência à Sagrada Escritura.” 

Evans disse que a PCUSA votou, propositadamente, para mudar a Palavra de Deus, com outra interpretação do casamento entre um homem e uma mulher. “É por isso que temos de romper a comunhão com eles e pedir que toda a cristandade faça isso também.”

(CPAD News)

Nota: É muito bom ver que ainda há cristãos preocupados com a fidelidade à Palavra de Deus. Gostaria de acrescentar apenas um detalhe: o casamento não é a única instituição edênica que vem sendo atacada – o sábado também tem origem no Jardim do Éden. A verdade é que, para se sustentar o casamento como instituição abençoada por Deus, temos que reconhecer a literalidade do relato contido nos primeiros capítulos de Gênesis. É lá que está relatado o primeiro casamento oficializado pelo próprio Deus, quando uniu Adão e Eva pelos sagrados laços matrimoniais. E é lá, também, que está relatado o estabelecimento do sétimo dia da semana como memorial eterno da criação. Será que essas milhares de igreja que se opuseram à distorção do casamento heterossexual concordam com a literalidade do relato da criação e com a vigência do sábado como dia de guarda? Fidelidade é fidelidade. [MB]

Via Criacionismo

domingo, 2 de setembro de 2012

Corrupção e Apostasia dos últimos dias - A degradação moral de Sodoma nos dias de Hoje.


O estado de corrupção e apostasia que nos últimos dias existiria no mundo religioso, foi apresentado ao profeta João, na visão de Babilônia, "a grande cidade que reina sobre os reis da Terra". Apoc. 17:18. Antes de sua destruição será feito do Céu o convite: "Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas". Apoc. 18:4. Como nos dias de Noé e Ló, tem de haver uma separação distinta do pecado e pecadores. Não pode haver transigência entre Deus e o mundo, nem um retrocesso para se conseguirem tesouros terrestres. "Não podeis servir a Deus e a Mamom." Mat. 6:24.
 
    Como os habitantes do vale de Sidim, o povo está sonhando com prosperidade e paz. "Escapa-te por tua vida" - é a advertência dos anjos de Deus; mas outras vozes são ouvidas a dizer: "Não te deixes excitar; não há motivos para sustos". As multidões clamam: "Paz e segurança" (I Tim. 5:3), quando o Céu declara que repentina destruição está para sobrevir ao transgressor. Na noite prévia à sua destruição entregaram-se as cidades da planície aos prazeres turbulentos, e caçoaram dos temores e avisos do mensageiro de Deus; mas esses escarnecedores pereceram nas chamas; naquela mesma noite a porta da misericórdia fechou-se para sempre aos ímpios e descuidados habitantes de Sodoma. Deus não será sempre zombado; não será por muito tempo menosprezado. "Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a Terra em assolação, e destruir os pecadores dela." Isa. 13:9. A maioria no mundo rejeitará a misericórdia de Deus, e submergir-se-á na repentina e irreparável ruína. Mas aquele que atender à advertência, habitará "no esconderijo do Altíssimo", e "à sombra do Onipotente descansará". "Sua verdade" será seu "escudo e broquel". Para ele é a promessa: "Dar-lhe-ei abundância de dias, e lhe mostrarei a Minha salvação". Sal. 91:1, 4 e 16. Patriarcas e Profetas, pág. 167. Ellen G. White.

Como nos dias de Sodoma e Gomorra e também no tempo dos Anti-diluvianos a apostasia e a falta de temor do Senhor se apoderou da maioria da população e se entregaram aos seus prazeres e paixões terrestres, atendendo sempre aos seus desejos mais pervertidos e destrutivos, a degradação moral também já alcançou os nossos dias, pare e olhe ao seu redor por um segundo e compare o mundo hoje com as descrições dada pela palavra de Deus. Hoje parece que alcançamos tamanha pecaminosidade que as pessoas se afastaram completamente do Criados e de sua bondade, refletem em si mesmas um caráter completamente corrompido e entregue aos desejos de sua carne e coração pecador.

É bem assim que o mundo se tornaria antes do tempo do fim, e quando menos estiver apercebido como estavam os anti-diluvianos, zombando e escarnecendo de Noé e sua pregação do diluvio vindouro, como os homens pervertidos de Sodoma, praguejando contra Ló e escarnecendo de suas palavras totalmente envoltos em seus desejos, ai então vira Jesus e surpreenderá a todos que estão dormindo embalados nos braços de Satanás.

Atender hoje a advertência de Deus é buscar a salvação pra você e sua família sem olhar para traz e se preocupar com oque vai ser deixado, é sim, olhar para a frente para o futuro glorioso que Jesus reservou pra você, e se seus amigos a familiares desdenham desse futuro você não deve abandona-lo por isso mas sim prosseguir com fé. "[...]Antes importa obedecer a Deus que aos homens" Atos 5:29.

por Marcelo Mariano Mapa.Extraído do blog Reencontrando-se com Jesus

sábado, 5 de maio de 2012

Salvação Para os Apóstatas?


Como se explica Hebreus 6:4-6?
Parece dizer que quem abandona a verdade jamais será salvo. Será assim?


Diz a passagem: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados e provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-O à ignomínia”.

O texto refere-se, sem dúvida, à pessoa que tenha apostatado da fé cristã. Poderá ela ser restabelecida na fé? De uma leitura superficial tem-se a impressão de que todos os que se afastam de Cristo estão irremediavelmente perdidos. Tal conclusão, porém, não se justifica à luz dos ensinamentos de Cristo. Não se pode fixar uma posição doutrinária com base somente num texto. Cumpre comparar os demais textos e narrativas bíblicas sobre o mesmo assunto.

Nas parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho pródigo, Jesus ensina claramente que o apóstata pode ser recuperado (Ler S. Lucas 15). A ovelha havia-se desgarrado, mas o filho pródigo escolheu deliberadamente deixar a casa paterna. Entretanto, também ele encontra o perdão quando, arrependido, torna ao lar. 

Considerando-se as declarações de Cristo, a passagem de Hebreus 6:4-6 pode ser entendida de dois modos:

1. O apóstolo, autor da carta aos Hebreus, está falando do pecado imperdoável, que Cristo definiu como sendo “blasfêmia contra o Espírito Santo” S. Mateus 12:31 e 32. É obra do Espírito Santo convencer do pecado, conduzir o homem à verdade e a Cristo, e transformar a vida. 8. João 16:7-13; 15:26; 3:5-8. Sendo o arrependimento um dom de Deus, concedido por obra do Espírito, só se pode, pois, arrepender-se pelo incitamento do Espírito. Atos 5:31; Romanos 2:4; Atos 2:37 e 38.

A “blasfêmia” contra o Espírito Santo não é tanto um ato único, mas, sim, um comportamento de contínua resistência à intercessão do Espírito. Com o tempo, a consciência endurece, insensibiliza-se e não pode mais ser despertada. Não reage aos apelos do Espírito. 

A pessoa que tenha chegado a este triste estado não pode mais provar o arrependimento porque sua consciência foi completamente sufocada e ficou cauterizada. Ou, para exemplificar, os fios do telefone espiritual foram cortados, e a voz do Espírito não pôde mais ser ouvida. E o pecador, inerte, petrificado espiritualmente, é dessa forma deixado sem perdão, e em seus pecados.

Deve-se ficar otimista quando o apóstata sente angústia pelo pecado e deseja sinceramente fazer o bem. Mesmo deslizando aqui e ali, continua lutando. Isto prova que o Espírito de Deus também está lutando com ele. Prova que seu estado não chegou ao ponto de anular a possibilidade de ser de novo alcançado pela graça. Ainda há esperança para ele. Poderá firmar-se, com o poder de Deus.

2. Outra explicação é que o apóstolo está falando do pecador que peca continuamente. A palavra traduzida “crucificando”, no grego, está no particípio presente. Do ponto de vista gramatical, esta construção permite traduzir desta forma o pensamento: “Em princípio, é impossível um arrependimento enquanto continuam crucificando o Filho de Deus”. 
Assim traduzido, o versículo diz ,que o pecador, que despreza sua experiência anterior como cristão, não pode ser perdoado enquanto persistir na senda do pecado (ver Ezequiel 18:24). É a rebelião deliberada e persistente que conduz finalmente ao pecado imperdoável.

O Céu, porém, espera que os filhos pródigos caiam em si antes que ultrapassem o ponto donde não haja mais retorno. Enquanto vige o tempo da graça, o penitente pode encontrar misericórdia e abundante perdão no Senhor (Isaías 55:6-7). 

Cristo veio à Terra como Redentor e, agora, continua desenvolvendo no Céu Sua obra de mediação em favor do homem pecador, movido pelo amor, intenso e profundo gozo de “salvar totalmente” (Hebreus 7:25). 


- Extraído e adaptado de “Consultoria Doutrinária”. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Igreja Sofre Eclipse: O Escuro Capítulo da Apostasia da Igreja


 
É dever inelutável do estudante do cristianismo devotar atenção especial ao capítulo escuro da apostasia da igreja, porque somente essa apostasia explica a demora da segunda vinda de Cristo, e projeta luz sobre muitas áreas da história secular. Seja sublinhado que essa apostasia da Igreja não afetou apenas a periferia, alguns membros ou congregações aqui ou acolá, mas afetou seu próprio coração. Este abandono da fé deve ser diagnosticado como uma doença gradual, estendendo-se através de décadas e séculos, progredindo do centro para a periferia, eventualmente envenenando cada célula do corpo. Não foi o resultado de um só erro, quer de um indivíduo preeminente, quer de uma igreja ou de um concílio eclesiástico. Indivíduos e igreja caíram em erro e foram restaurados mais de uma vez, como as páginas do Novo Testamento fazem-no transparentemente claro.
Nem foi a apostasia o resultado de uma deficiência de graça divina. Ungida com o Espírito Santo, a Igreja estava perfeitamente aparelhada para sua tarefa. Seu ímpeto original, ao sair “vencendo e para vencer”, era digno de seu divino Autor. O impacto inicial da proclamação do evangelho era tão extraordinário que seus adversários o descreviam como um transtorno do mundo. A vitalidade surpreendente da Igreja apostólica encerrava a promessa de que dentro de uma geração ou duas ela podia ter evangelizado o mundo de então. “Toda a autoridade…no Céu e na Terra” tinha sido outorgada a seu Fundador, cuja presença com a Igreja tinha sido prometida “até a consumação do século”.
O eclipse da Igreja, não pode ser atribuído tampouco a circunstâncias externas incoercíveis. Pressões sociais e políticas sobre a Igreja nascente só estimularam seu zelo de evangelização. Num sentido muito real “o sangue dos mártires foi a semente da igreja”. Quando irromperam as perseguições, a Igreja cerrou fileiras e prosseguiu em sua missão sem esmorecimento. Aos olhos estarrecidos de seus adversários, a Igreja continuou a crescer mesmo sob perseguição. Mas quando a perseguição deu lugar à tolerância, e mais tarde ao favor imperial, sob Constantino e seus sucessores, o zelo dos cristãos transformou-se em complacência, a humildade em orgulho, a dependência de deus em dependência do poder político.
O fato é que nenhuma “razão” pode ser aduzida para a apostasia da Igreja, se por “razão” queremos dizer circunstâncias justificadoras. Aduzir “razões” significa transferir a apostasia do plano de decisões moralmente livres ao da necessidade. Seria, em outras palavras, interpretar o fracasso como inevitável. Mas como a Igreja foi fundada pelo próprio Cristo, admitir que ela tinha de falhar em sua missão, seria atribuir a Cristo poder menos que divino. O Novo Testamento deixa, porém, bem claro que suficiente graça foi provida para que a Igreja triunfasse em cada prova. Com Paulo a igreja poderia dizer: “Graças, porém, a Deus que em cristo sempre nos conduz em triunfo, e, por meio de nós, manifesta em todo lugar, a fragância de Seu conhecimento”. Como não havia razão compulsiva por que Adão devesse cair em primeiro lugar, não havia razão compulsiva por que a Igreja devesse desviar-se do ideal divino. De outro lado, a Igreja, composta de agentes morais livres, estava sujeita a erro, como resultado das decisões livres de seus membros. Essa possibilidade de pecado e eclipse é inerente à idéia de liberdade. O reconhecimento deste fato salvaguarda a origem divina da Igreja, ao mesmo tempo que admite a realidade histórica da apostasia.
É a tarefa do historiador cristão, analisar a fundo o desvio gradual da cristandade da fé apostólica. No presente estudo, propomo-nos analisar cinco áreas em que a Igreja se afastou da posição cristã primitiva. Esta breve lista não pretende esgotar o assunto, mas tão-somente salientar as características principais dessa apostasia. Se a tendência, outrora, em certos círculos eclesiásticos, era de negar qualquer desvio das diretrizes bíblicas, observa-se hoje maior humildade e maior inclinação em admitir que nem tudo está bem com a saúde espiritual da Igreja.

I. Cisão no Corpo da Igreja

Um dos sintomas mais óbvios da enfermidade espiritual que acometeu a igreja foi a cisão crescente no corpo da Igreja entre o clero e os membros leigos. No estágio inicial a igreja toda era considerada “raça eleita, sacerdócio real, nação santa”. O edifício da Igreja era concebido como construído “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”. Exceto pela posição dos apóstolos, cuja dignidade especial é reconhecida por todos, crentes individuais são comparados a “pedras vivas” e exortados a constituir “casa espiritual”, “sacerdócio santo”, a fim de oferecer “sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”. Não havia divisão entre membros do clero e leigos. A Igreja era uma democracia representativa na qual anciãos e diáconos não exerciam maior autoridade do que a de “pastores do rebanho”.
Mas o descaso dos leigos por seus privilégios espirituais resultou numa transferência gradual de autoridade às pessoas eleitas para cargos de liderança na Igreja. Privilégios espirituais implicavam responsabilidades que a maioria tendia a negligenciar. A natureza humana displicente, acha mais fácil delegar o cuidado da alma a outra pessoa cuja piedade é acima de suspeitas. De outro lado, uma certa medida de autoridade suscita o desejo de maior autoridade, e autoridade não freada tende a se tornar absoluta. O único freio à autoridade desmesurada teria sido um corpo de leigos esclarecidos e responsáveis. Mas o cidadão comum do Império Romano não mais aspirava a assumir sua parcela de responsabilidade na esfera religiosa do que na política. O esgotamento geral de energia moral que caracterizou os dias finais do Império não podia deixar de afetar a vitalidade da Igreja no período pós-apostólico. Que a Igreja retivesse tanto de seu vigor até os dias de Constantino, era uma fonte perene de admiração ao mundo pagão, e testificava de sua origem divina.
À medida que os membros leigos abriam mão de suas responsabilidades religiosas, o clero assumia mais do que sua medida justa. A democracia original da Igreja, expressa no conceito do “sacerdócio universal dos crentes”, foi substituída por uma oligarquia clerical que dominava sobre a massa cada vez mais passiva dos leigos. O pensamento gnóstico com sua ênfase de que para o crente ordinário bastava fé para a salvação, ao passo que os poucos eleitos possuíam gnosis, “conhecimento”, contribuiu para acentuar essa tendência. Foi uma ironia trágica da História que heresias, embora combatidas com energia, tinham a subtileza de moldar permanentemente o pensamento de seus adversários.
É ponto pacífico que a igreja abraçava originalmente a convicção de que “há um só Deus e um só Mediador entre deus e os homens, Cristo Jesus”, excluindo, deste modo, mediação angélica ou humana na confrontação do homem com Deus. No entanto, a opinião que prevalecia durante a Idade Média era que o leigo não tinha acesso direto a Deus, exceto através do sacerdote que o admitia na Igreja através do batismo, retinha nas mãos sua salvação eterna pela ministração dos sacramentos, e o preparava para a morte através da extrema-unção. Esse cerceamento da autonomia espiritual dos leigos fez com que a Igreja perdesse a reserva imensa de energia moral latente na participação leiga na vida e obra da igreja.
Segundo tendência bem conhecida da natureza humana, era de se prever que anciãos ou bispos das igrejas principais, usualmente nas maiores cidades do Império, ganhassem de início uma ascendência administrativa, e mais tarde espiritual, sobre seus pares em igrejas vizinhas. Esse processo, uma vez iniciado, só podia ganhar ímpeto até que os Bispos de Roma e Constantinopla se tornassem respectivamente o papa da Igreja Ocidental e o patriarca da Igreja Oriental. E quando as duas metades do Império se separaram definitivamente, era inevitável que as igrejas de Roma e de Bizâncio seguissem caminhos à parte, como de fato ocorreu em 1054 A.D.
Se a enfermidade mortal daIgreja resultava, em grande parte, da cisão entre o clero e os leigos, então o melhor remédio para renovamento espiritual consistia em reparar a brecha. Isto significava restaurar aos membros leigos seu verdadeiro papel na Igreja. Mas o que testemunhamos durante os séculos escuros da Idade Média é uma tendência crescente do clero no sentido de definir e consolidar seus privilégios.

II. Salvação pelas Obras

Igualmente deletéria para o bem-estar espiritual da Igreja era a doutrina da salvação pelas obras, que gradualmente permeou a teologia popular. Cristãos de origem judaica eram particularmente sujeitos a este erro, como depreendemos de uma leitura da carta aos gálatas. O evangelho, em vez de ser as boas novas do perdão dos pecados pela fé em Cristo, pouco a pouco passou a ser considerado uma nova “lei”. Outrossim, a natureza da sociedade romana, com sua longa tradição de governo, pela lei tomava os adeptos da fé cristã suscetíveis à tendência legalista. O orgulho natural do homem exige que ele opere sua própria salvação para que tenha de que se vangloriar. Fazer nossa esperança de salvação depender inteiramente da graça divina, contraria o sentimento de estima própria arraigado em cada coração. À base de toda concepção pagã de salvação jazem obras meritórias. Como resultado o batismo, participação na Ceia do Senhor, e até martírio passavam a ser interpretados como “obras”. A estes foram acrescentados, no curso dos anos, jejuns, celibato, atos de penitência, peregrinações, flagelação, construção de igrejas, e, eventualmente, participação nas cruzadas contra os sarracenos, turcos e hereges. Agostinho está quase que só entre os escritores patrísticos em sua insistência sobre a doutrina de salvação pela graça.
No clima dominante de salvação pelas obras, a razão para a morte de Cristo sobre a cruz, que era intuitiva aos cristãos primitivos, tornou-se um tropeço ao pensador medieval. Tanto assim que o desafio foi aceito pelos escolásticos, tais como Anselmo, que escreveu uma obra Cur Deus Homo, “Por que o Homem-Deus”, na qual ele tenta justificar a encarnação e paixão de Cristo. Que esta verdade axiomática do cristianismo precisasse agora ter uma explicação racional, mostra que ela havia perdido seu significado existencial para o homem comum.
Um erro leva inevitavelmente a outro. Dia chegaria em que a noção de que os santos praticaram maior número de boas obras do que exigido pela “lei” obteria aceitação nos meios teológicos. Essas obras super-rogatórias dos santos vieram a constituir um tesouro de méritos que a Igreja podia pôr a disposição de pecadores necessitados. Disto, à noção de indulgências, era apenas um passo. Concedidas no começo como recompensa por serviços prestados à Igreja ou por atos de penitência praticados, gradualmente estes serviços foram substituídos por pagamentos monetários, e finalmente pelos abusos escandalosos da venda de indulgências, denunciados por Wiclef e reformadores subsequentes. De início as indulgências visavam apenas à remissão de penas temporais impostas pelo confessor; mas acabaram sendo interpretadas como remissão também de penas a serem sofridas no pugatório. Na pregação de uma das cruzadas, o papa promete efetivamente: “a retribuição dos justos e aumento de salvação eterna” em troca de dinheiro para financiar a guerra santa.
Outro produto da concepção errônea de salvação pelas obras, foi o sacramentalismo, isto é, a crença em que o batismo, bem como o sacramento da eucaristia, como a Ceia do Senhor veio a ser chamada, tinha efeito quase mágico sobre o recipiente, garantindo sua salvação. Independentemente do caráter do ministrante, ou da fé do recipiente, cria-se que o sacramento tinha eficácia para o fim proposto, ex opere operato, isto é, automaticamente. A transformação do ofício de ancião ou guia espiritual no de sacerdote acarretava a noção de que o sacerdote devia oferecer sacrifícios a exemplo dos sacerdotes israelitas e pagãos. Que mais natural do que interpretar a comunhão do pão e do vinho, que originalmente comemorava “a morte do Senhor, até que Ele venha”, como o sacrifício perpétuo e incruento da missa? Mas um pouco de reflexão teria mostrado que a noção de um sacrifício perpétuo chocava-se com a doutrina do Novo Testamento de que o sacrifício de Cristo só podia ocorrer uma vez para sempre.
Inexoravelmente, todo plano de salvação pelas obras apenas contribuía para perpetuar a servidão humana. O fardo do legalismo, do qual Cristo veio libertar o homem, foi de novo atado às costas do crente na Idade Média. Como regra, as massas que adoravam nas belas catedrais da Europa jamais experimentaram plenamente a liberdade conferida por Cristo e que faz os homens verdadeiramente livres. As catedrais góticas, com suas espirais apontando para o céu, erigidas com o trabalho de amor de muitas gerações, permanecem como símbolos da aspiração do homem a algo que escapava a seu alcance. Salvação como recompensa de obras meritórias sempre permanece além do alcance humano.

III. A Posição das Escrituras

Todos concordam em que a proclamação original das boas novas centralizava-se na Bíblia. Os evangelhos insistem em que os acontecimentos decisivos no ministério de Cristo ocorreram em cumprimento das Escrituras. Pedro, em seu sermão no dia de Pentecostes, validou sua interpretação da vida, morte e ressurreição de Cristo por repetidos apelos ao Velho Testamento. Nisto estava apenas seguindo o precedente do próprio Cristo que, no caminho de Emaús, “começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas”, expunha aos dois discípulos” “o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras”. A Igreja apostólica plantou seus pés diretamente sobre a autoridade do Velho Testamento. Paulo descreve a Igreja como sendo edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas”. Os apóstolos falaram como testemunhas oculares e desfrutavam num grau especial da direção do espírito. Suas instruções escritas eram, consequentemente, reputadas como normativas e de igual autoridade com “as outras Escrituras”. Como fonte de leitura devocional, e como a arma mais valiosa para combater as várias heresias, a Igreja para todos os efeitos práticos, tinha o Novo Testamento completo pelo fim do segundo século.
Ao passo que nos primeiros séculos as Escrituras desfrutavam na Igreja a posição indisputável de regra única de fé e prática, gradualmente uma tradição oral, da qual a hierarquia se considerava depositária, obteve uma autoridade idêntica, ou quase idêntica às Escrituras. Outro competidor por uma posição de influência e autoridade, surgiu nos escritos patrísticos da idade pós-apostólica aos quais, nas disputas teológicas da Idade Média, se apelava tão frequentemente como às próprias Escrituras.
Forçada a dividir sua autoridade com a tradição e a literatura patrística, encerrada numa língua desconhecida das massas da Europa, a saber, o latim, numa época de analfabetismo quase geral, as Escrituras foram praticamente esquecidas durante esses séculos escuros. Coube aos Valdenses e cátaros, lolardos e hussitas, precursores da Reforma, redescobrir seu poder regenerador. Possuir ou ler as Escrituras no vernáculo era, naqueles tempos, passível de punição pela igreja, como é fácil de se verificar em muitos autos-da-fé movidos contra supostos hereges. Da acusação contra um lolardo – assim eram chamados os seguidores de Wiclef na Inglaterra – que data do século XV, lê-se: “Nicolau Belward é um da mesma seita e tem um Novo Testamento que ele comprou em Londres por 4 marcos e quarenta pence, e ensinava o dito William Wright e Margery sua esposa, e trabalhou com eles durante um ano e estudou diligentemente no dito Novo Testamento”. Como observa o historiador Trevelyan, esta passagem mostra que a leitura da Bíblia era motivo para perseguição, e que os lolardos estavam dispostos a pagar somas exorbitantes para possuir uma cópia da Bíblia. A Bíblia, no todo ou em parte, era copiada a mão, o que tornava seu preço quase proibitivo ao comum do povo. É um monumento à fé dos lolardos o fato de estarem dispostos a tudo sacrificar, mesmo a vida, pelo privilégio de estudar a Bíblia na sua língua materna.
Privada de sua ancoragem nas Escrituras, ignorante de suas verdades eternas, era inevitável que a Igreja se distanciasse cada vez mais do ensino apostólico. Deve-se à Reforma a restauração da Bíblia a sua posição básica como fonte de iluminação espiritual e pedra de toque de toda doutrina religiosa.

IV. União da Igreja com o Estado

Tendo sobrevivido vitoriosamente às tempestades de perseguição no tempo do Império Romano, a igreja experimentou seu pior revés quando o favor imperial lhe foi imposto. Identificando seu futuro com o de uma dada cultura ou poder, a Igreja negava desse modo sua universalidade e caráter transcendental. Seu testemunho desse momento em diante foi sufocado pela necessidade de cortejar o favor dos poderes em existência. A majestade do Império era substituto pobre para a majestade de Cristo como Senhor da Igreja. A convocação, por Constantino, do Concílio de Nicéia, em 325, era sugestiva da ascendência que outros imperadores tentariam exercer sobre a Igreja. A reação contra essa tendência provocou a contenda pela supremacia entre o papado e o Santo Império Romano que enche tantos capítulos da história medieval. Se o princípio de separação entre a Igreja e o Estado, expresso por Cristo na fórmula: “Dai, pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, tivesse sido observado fielmente, a Igreja teria escapado a humilhações, de um lado, e do outro, ao estigma de ter promovido guerras em nome da religião.
Depois de se apoiar durante quase um século no braço do Estado, a Igreja tremeu quando Alarico, à frente dos visigodos, saqueou Roma, no ano 410 A.D. A vulnerabilidade do poder secular, do qual dependia, provocou uma onda de consternação que alcançou até Jerônimo no isolamento de seu mosteiro em Belém. Para muitos parecia que se a ordem política naufragasse, a Igreja seria arrastada no desastre geral. A crise moveu Agostinho a escrever sua obra, A Cidade de Deus, a primeira tentativa de esboçar uma filosofia cristã da História. A despeito, porém, de sua perspicácia, Agostinho deixou de advertir a Igreja contra o perigo de concubinagem com o Estado, qualquer Estado.
Para resguardar sua função espiritual, era vedado à igreja tornar-se um instrumento do Estado, como era a intenção óbvia, mas não declarada, de Constantino; nem devia procurar controlar o Estado como se fosse capaz de cumprir sua missão sem apoio político. Reclamando o apoio dos poderes constituídos, a Igreja nega a pretensão de ser uma instituição divina contra a qual os poderes do inferno não haveriam de prevalecer. A subserviência ao Estado mais de uma vez cegou a Igreja a suas responsabilidades morais e espirituais, e a implicou em tentativas de abafar a liberdade de consciência que é a própria essência de sua vida. Todo esforço de silenciar os hereges pelo poder da espada, em vez de pelo poder do Espírito, era uma admissão tácita de bancarrota espiritual, que não podia deixar de impressionar, desfavoravelmente, mentes refletivas.

V. Perda do Zelo Missionário

Outra tendência sintomática da enfermidade da Igreja foi sua perda do fervor missionário. Chegaria o dia em que a Igreja que tinha sido investida com a responsabilidade de ir e fazer “discípulos de todas as nações”, e que num primeiro arroubo de entusiasmo fizera progressos notáveis, daria maior valor à fuga do mundo do que à conquista do mundo para Cristo. Depois de dois séculos de expansão constante, durante os quais o conhecimento de Cristo foi espalhado da Espanha, no Ocidente, à Pártia no Oriente, e da Inglaterra no Norte à Núbia no sul, seu ímpeto começou a diminuir. Houve adesões em massa quanto, sob Constantino e seus sucessores, no trono de Constantinopla, tornou-se expediente político possuir afiliação com a Igreja. Mas essas não podem ser creditadas ao zelo missionário da Igreja. Ao contrário, pode-se, com razão, supor que este engrossamento súbito das fileiras dos crentes foi um fator que contribuiu para rebaixar o tom espiritual da Igreja.
É um triste comentário sobre o estado da Igreja, que no quarto e no quinto séculos missões entre os povos pagãos da Europa foram levadas a cabo com muito maior energia pelos arianos, a despeito de seus erros doutrinários. Assim se explica que os hérulos, os godos, os vândalos, os francos e os lombardos primeiro ouviram o evangelho dos lábios de missionários arianos. O mais bem conhecido destes pioneiros foi Ulfila, qua trabalhou para a conversão dos visigodos, e cujo principal monumento foi a tradução da Bíblia para o gótico. Evidência de que a Igreja reteve maior vitalidade na periferia do que no centro, é o trabalho notável que os missionários irlandeses Columba, Columbano e Gallo levaram a efeito para a conversão da Escócia, Inglaterra e os bárbaros do continente. De idêntico zelo apostólico foi o anglo-saxão Bonifácio, que introduziu o cristianismo entre os bávaros e turíngeos na Alemanha.
Enquanto a Igreja avançava lentamente no centro e norte da Europa, sofreu grave revés quando os países do levante e do norte da África foram varridos pelas conquistas islâmicas. Em 711 os sarracenos cruzaram o Estreito de Gibraltar e penetraram na Espanha, esmagando em seu avanço o reino dos visigodos. A própria França foi invadida, e só em 732 foi a ameaça à Europa removida pela vitória de Carlos Martelo, na batalha de Poitiers. Nossa preocupação aqui é apenas apontar que a Igreja estava sofrendo uma paralisia progressiva. Como um todo, tinha perdido a noção de sua missão. Nenhum esforço organizado foi feito para reintroduzir o evangelho nas terras ocupadas pelos seguidores de maomé. Exceto pelas tentativas esporádicas de um Francisco de Assis, que pregou ao sultão do Egito, ou de um Raimundo Lulo, da Espanha, que pereceu como mártir em sua missão a Túnis em 1315, a Europa cristã permaneceu indiferente à conversão dos infiéis. As cruzadas nunca foram concebidas como empresas missionárias, e só foram levadas a efeito quando os turcos seldjúcidas, que tinham ocupado Jerusalém, proibiram as visitas aos lugares santos pelos peregrinos cristãos. Ainda mais tarde, uma Europa dividida contemplou indiferente a ocupação turca da península balcânica e a queda de Constantinopla. O fato de a Europa oriental pertencer à esfera de influência da Igreja Grega Ortodoxa, explica em parte por que nenhum dedo se moveu para socorrê-la. E mesmo depois da luz da Reforma ter quebrado as trevas da Idade Média, nenhum esforço organizado foi feito pela Europa nominalmente cristã para conquistar os turcos pelo poder do Espírito, em vez de pelo poder da espada.
Um fator contribuinte para que a Igreja perdesse a noção de sua missão foi o desenvolvimento do ideal monástico. Afastamento do mundo, em vez de conversão do mundo, foi o sonho ao qual milhares de cristãos se devotaram. Esse ideal promovido pelo misticismo ascético, tinha seu aspecto salutar como um protesto contra o hedonismo pagão; mas, levado a extremo, obscureceu o fato de que a Igreja, embora não deste mundo, tinha uma missão a cumprir no mundo. O quietismo de proveniência oriental aliou-se com tendências ascéticas para roubar à Igreja seu dinamismo original. A atitude passiva dos leigos e o ideal monástico, conspiraram para produzir a letargia que manteve a Igreja em suas garras vários séculos.
O fato da apostasia da Igreja ocupa uma posição-chave em qualquer interpretação cristã da história. Seria impossível justificar a presença de uma Igreja Perfeita, fiel a sua missão de evangelizar o mundo, não tendo completado sua tarefa depois de dois milênios. Querer compreender a história da humanidade sem levar em consideração que a Igreja caiu de sua pureza apostólica e perdeu muito de seu vigor espiritual, é tentar o impossível. Há estudiosos que comunicam a impressão errônea de que nada de importante ocorreu na vida da Igreja desde a paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Igreja é introduzida como o corpo místico de Cristo, erigida, por assim dizer, sobre pedestal de intocabilidade, e aí deixada em contemplação beatífica, enquanto o curso da História rola a seus pés.
A presença mesmo da Igreja no mundo hoje é evidência de que após dois milênios ainda não completou sua missão. Compare o leitor este fato com o tom jubilante de Paulo ao ver igrejas surgindo com vitalidade onde quer que o evangelho fosse pregado. Para o apóstolo, pareceia como se a consumação do plano divino pudesse ocorrer num futuro não muito distante, uma vez que o cumprimento do sinal mais importante anunciando o fim – “será pregado este evangelho do reino por todo o mundo” – parecia-lhe ao alcance da mão.
A história da apostasia da Igreja, explica, como mais nada poderia fazê-lo sua permanência neste mundo depois de tantos séculos.
Extraído do Livro “O Despontar de Uma Nova Era” de S. Júlio Schwantes – CPB 1984.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Apostasia Ômega - Louvor, adoração e espiritualidade

 por Pr. Joaquim Azevedo Neto, Ph.D.
Professor de Línguas Bíblicas e Antigo Testamento do SALT-IAENE, Bahia
Editor da revista Hermenêutica
Coordenador do Centro de Pesquisa de Literatura Bíblica


Para uma melhor compreensão do termo Ômega, o qual aparece nos escritos do Espírito de Profecia, temos que considerar o tema do selamento. Quem é que sela? E por que sela? Podemos entender, fundamentados em Efésios 1:13 e 4:30, que o Espírito Santo é quem sela para a redenção. Em Apocalipse 7:1-4 (veja também Ezequiel 9:1-6) o anjo sai a selar o povo de Deus antes, durante e depois da sacudidura preparando-os para o alto clamor e o fechamento da porta da graça. Portanto, a função do Espírito Santo é fundamental nos últimos dias desta geração.


Assim podemos acertadamente dizer que o Inimigo das almas tentará neutralizar a obra do Espírito Santo na vida do remanescente. Essa tentativa satânica é a substituição do Espírito verdadeiro pelo falso. Desde a sua queda no Céu, Satanás assim tem trabalhado, mas seus esforços serão mais intensos nos últimos dias. Essa tentativa de substituição pode ser parte do Ômega. Apresentarei detalhes a seguir que corroboram esta asserção.


Da mesma maneira como o Alfa da apostasia no tempo do Dr. Kellogg era relacionado com a natureza de Deus (panteísmo), anulando assim o trabalho de Deus na vida do crente, o qual é a obra do Espírito Santo; assim é de se esperar que o Ômega, contenha esse mesmo elemento de engano, [1] isto é, a tentativa de anular a obra do Espírito Santo para que o remanescente não seja selado e preparado para enfrentar os últimos eventos da história desta terra.


Conseqüentemente, esse é um estudo introdutório à ampla produção literária da IASD e por outros autores mencionados na bibliografia deste estudo. Portanto, diante da expressiva quantidade de publicações referentes ao tema proposto, a objetivação deste estudo é permitir uma re-análise das informações obtidas até o momento por muitos.


Revisão de Literatura


O tema Ômega da apostasia assemelha-se a um quebra cabeça que merece ter atenção devida antes que se torne uma bola de neve que cresce até tornar-se uma avalanche descendo a ladeira. No passado, já tivemos muitos outros problemas teológicos. O Pastor José Carlos Ramos faz uma lista deles na sua obra que cito a seguir; hoje temos outros problemas como os antitrinitarianos, testemunhas de Yoshua, os perfeccionistas, os que querem redefinir babilônia, os pentecostalistas, os legalistas, os pós-modernistas, os liberais e muitos outros que incomodam a igreja de forma geral. Dessa forma, as lições do passado devem ser aprendidas hoje, pois não é seguro ignorar problemas enquanto ainda são embrionários, pois podem gerar danos futuros à igreja.


Podemos ver que muitos estão perguntando sobre o assunto, muito se tem publicado, mas na prática poucos tem tomado o tempo necessário para ler estas instruções. Assim, as opiniões e a cultura prevalecem como autoridade neste assunto. Portanto, devemos colocar de lado nossas pressuposições e opiniões individuais e, usando todas as ferramentas exegéticas, históricas, arqueológicas e teológicas disponíveis para, fundamentados na Palavra e no Espírito de Profecia achar soluções plausíveis para este dilema que se aproxima como uma avalanche místico-religiosa e cultural. Toda solução deverá possuir características redentoras, buscando não causar divisões. A igreja Adventista do Sétimo Dia é, simbolicamente, o corpo de cristo na Terra, é a igreja remanescente, aquela que possui a última mensagem de advertência ao mundo, portanto devemos nos manter unidos na verdade evitando assim, que a igreja se secularize seguindo os moldes populares pós-modernos.


Vários estudiosos têm contribuído com este estudo. O Pr. José Carlos Ramos no seu último livro [2] aponta acertadamente, fundamentado na Bíblia e no Espírito de Profecia, que a oposição de um grupo de pessoas à doutrina da Trindade, especialmente contra o Espírito Santo, é uma peça do quebra cabeça do Ômega. Se não aceitamos a existência do Espírito Santo como é que aceitaríamos a Sua obra na nossa vida dentro do processo da santificação?


Outro autor, Lewis R. Walton também apresenta uma análise histórica do que possivelmente poderia ser o Ômega, adicionando outras peças ao quebra cabeça 
[3]. Ele apresenta nove pontos a ser considerados. Nove características do Alfa da apostasia que poderiam ser repetidos no Ômega:


Enganava as pessoas. Aqueles que apoiavam o Alfa não falavam segundo a Bíblia nem os Testemunhos;
Trazia divisões nas igrejas em vez de uni-las na mensagem presente;
Atacava os fundamentos da nossa crença como igreja remanescente: o Santuário, o Juízo, o Espírito de Profecia, a natureza de Deus, Justificação pela Fé, etc.;
Atacava a estrutura organizacional da IASD e seus líderes;
Esforçava-se para alcançar os jovens, até o ponto que E.G. White teve que escrever, no caso do nosso colégio em Battle Creek, o seguinte “Pais, mantenham os vossos filhos longe de Battle Creek. . . . Heresias sutis tem tomado a mente. . .. Uma advertência tenho recebido para dar aos pais, se teus filhos estão em Battle Creek, chamem nos de volta imediatamente.” [4]
Atacava o Espírito de Profecia, a validade dos Testemunhos e a inspiração de E. G. White;
Causava um clima de ataques e críticas entre os membros da igreja;
Atacava os padrões morais dizendo que isto é legalismo portanto deve ser mudado, assim neutralizando a obra do Espírito na vida do crente;
Proclamava uma reforma na mensagem e não de vida.


Não poderia deixar de mencionar a Joachin Braun, músico professor da Bar-Ilan University, com a sua obra sobre a música na Palestina antiga. Este livro é muito esclarecedor especialmente com respeito à influência das culturas musicais do Antigo Oriente Médio sobre o povo de Israel. Esse autor declara, fundamentado na história e na arqueologia da Palestina, que o uso dos membranofones (instrumentos feito de membrana de couro sobre uma estrutura oca de madeira) eram antagônicos à religião de Israel e estes eram um símbolo do paganismo e idolatria [5].


A classificação dos instrumentos bíblicos recomendada por Braun baseia-se na classificação de instrumentos atualmente mais difundida entre os estudiosos e está dividida em quatro grupos conforme são produzidos os sons de cada um deles:


os aerofones são aqueles que usam o vento para produzir o som não importando o material, os quais podem ser de osso, madeira ou metal, ex., flauta, trombeta;
os cordofones possuem cordas e possivelmente uma caixa sonora para produzir o som, são eles: alaúde, lira, harpa;
os idiofones são os mais diversificados. Estes são aqueles em que o som é produzido pelas vibrações produzidas no próprio corpo do instrumento e, portanto, não conseguem manter o som. Por isso, eram tocados constantemente nos rituais pagãos junto com os membranofones, marcando assim o ritmo, por exemplo: chocalhos, reco-reco, castanholas, colar de ossos, cintos de pedras que ao dançar causam barulhos. Esses podem ser chamados de causadores de barulho;
os membranofones, que são feitos com uma estrutura de madeira oca recoberta por uma membrana de couro de animal que ao receber um golpe emitiam um som de percussão: tambores, tamborim, pandeiro, adufes [6]. Esta é a classificação usada neste estudo.


Outro estudo esclarecedor é o artigo de Eric Werner, onde ele apresenta de forma lúcida o conflito entre o helenismo e o judaísmo e sua influência com respeito à música e adoração sobre a igreja cristã dos primeiros quatro séculos depois de Cristo [7].


Outra obra que tem sido muito útil para este estudo é o livro escrito por Vanderlei Dorneles [8]. Na sua obra, ele apresenta de forma contundente o surgimento deste tipo do louvor pentecostal modelado pelo pós-modernismo com a sua ênfase no místico, semelhante às religiões primitivas. Nesse tipo de louvor e adoração podemos observar uma substituição do Espírito Santo por outro espírito.


Não poderia deixar de mencionar o pequeno livro publicado pela CPB, fundamentado nos escritos de E.G.W. Aqui há uma seleção de citações do Espírito de Profecia. Os livros dos quais essas citações foram tiradas são de fácil acesso, portanto podem ser lidas no contexto em que a autora inspirada os escreveu. No final do livro encontramos um guia de estudo preparado pelo pastor Erton Köhler [9].


Temos também um clássico da música sacra: a obra de Wolfgang H. M. Stefani. A sua obra já tem sido estudada por anos nos nossos seminários. Ele apresenta de forma lúcida que o nosso conceito e definição de música e reverência estão relacionados com o nosso conceito da natureza de Deus [10].


Na revista do Ancião, temos o artigo "O Hinário Adventista é para Jovem"  do pastor Otimar Gonçalves que aponta para os perigos dos estilos de músicas usados na igreja incluindo o uso dos instrumentos de percussão [11]. Além deste, temos do mesmo autor o artigo "As Preocupantes Implicações do Uso dos Tambores/Bateria na Adoração a Deus", o qual analisa várias expressões atuais de louvor, inclusive a utilização de baterias nos cultos [12].


A última obra que proponho como leitura sobre este assunto é a do pastor Samuel Bacchiochi. Essa obra trata de forma histórica de como o estilo popular de música tem sido introduzida nas igrejas tradicionais e evangélicas, mostrando assim o efeito negativo desse novo estilo e novamente apontando para a substituição do Espírito verdadeiro por outro, que é o falso [13].


Portanto, no desenvolver desse assunto levaremos em consideração as Escrituras Sagradas, o Espírito de Profecia e estes autores. Além disto, deveríamos deixar nossas pressuposições pessoais e observar as evidências para termos a certeza de que aquilo que apoiamos é bíblico e não apenas uma crença popular ou gosto particular. Este estudo não tem de forma alguma a pretensão de ser a última palavra nem mesmo a última peça do quebra cabeça, mas apenas uma avaliação do que já foi encontrado anteriormente por outros estudiosos deste tema.


Qual a Importância de Reavaliar as Evidências


Colocarei de maneira resumida uma lista de razões do porquê da necessidade de se estudar e continuar aprendendo sobre o que realmente implica o ato de adorar através de música na igreja. Esta lista não está completa, é apenas uma amostra observada por mim e outros estudiosos:


1. Relaciona-se com o Futuro: “Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida,” [14]. Se a música seria um laço no futuro, tendo como presente o tempo de Ellen G.White, isto que dizer que hoje poderia ser o futuro que ela tinha em mente. Portanto, devemos estar conscientes disto.


2. Relaciona-se com a Identidade Adventista: “Nós somos adventistas e deveríamos abordar a adoração como adventistas. Uma adoração que preenche as necessidades dos metodistas, episcopais ou presbiterianos não seria necessariamente satisfatória para nós” [15]. Hoje, eu incluiria aqui a adoração e louvor pentecostal como sendo não sendo válidos para nós, adventistas.


3. Relaciona-se com o Sábado: O sábado é fundamental na adoração a Deus, pois Ele é o Criador, o Redentor e o Mantenedor pela eternidade. O sábado envolve assim a criação, recriação e a Nova Terra. Portanto, o serviço de culto aos sábados na igreja é a manifestação das Suas criaturas por esse grande amor criativo e redentor. Deus promove a adoração verdadeira, a qual é fundamentada sobre a Sua palavra. Dessa maneira, o tempo do sábado é santo, sagrado e separado do secular para um propósito especial, o ato de adorar a Deus. Esse tempo separado nos ajuda a diferenciar o sagrado do profano não somente em relação ao tempo, mas também com relação às nossas atitudes, motivos, roupas, comida, trabalhos, música e muitas outras coisas. Por isso, deveríamos ter muito cuidado em empregar qualquer estilo de música associado com estilos seculares como o jazz, blue, samba, rock, bossa nova, chorinho, country, hip-hop, etc. [16]. O sábado não é um dia de nos divertir, mas sim de re-criação, de adoração a Deus, servindo-O [17]. O sábado é o sinal de Deus com o propósito de nos auxiliar no processo da nossa santificação, que é a obra do Espírito na nossa vida [18]. Portanto, se usarmos estilos de músicas seculares estaremos profanando o sábado.


4. Relaciona-se com o reconhecimento da soberania de Deus: O termo “adoração” palavra aparece 58 vezes no Novo Testamento. Dessas, 23 vezes aparece no Apocalipse. Assim podemos ver que a música que faz parte da adoração a Deus deve ser estudada e compreendida, visto que a adoração ao verdadeiro Deus será o ponto divisor final entre o povo de Deus e os ímpios [19].


5. Relaciona-se com a rejeição à magem da Besta: A estátua que Nabucodonosor construiu para ser adorada em Daniel 3 representa de forma paralela um microcosmo do que será no futuro na adoração da imagem da besta (Apocalipse 13). Em ambas as passagens a adoração é fundamental. A música teve um papel importante para a adoração da imagem na planície de Dura. Essa música não era o todo do problema, era apenas uma parte que motivou ou levou o povo a aceitar de forma mais emotiva aquilo que racionalmente não aceitariam. Esse evento em Dura, sendo um paralelo com os eventos finais, poderia ser uma indicação do perigo da música no tempo do fim como E.G.W. menciona no item um desta lista [20], preparando o cristianismo para receber o anticristo. Doukhan escreve que “este episódio do livro de Daniel nos adverte contra uma religião estritamente emocional. A emoção pode fazer parte da experiência religiosa unicamente quando vai unida a reflexão e ao raciocínio. A adoração deve incluir todo o ser e descuidar um desses aspectos poderia conduzir à adoração de um ídolo” [21].


6. Relaciona-se com uma das primeiras coisas que faremos no Céu: Uma das primeiras coisas será o ato de cantar o cântico de Moisés e do Cordeiro sobre o mar de vidro com as harpas de Deus [22]. Nada indica que essa música será dançante, psicodélica ou melodramática. Ao contrário disso, será o cantar da nossa experiência vivida com Cristo aqui na terra cantando todos os feitos de Deus e de Seu Filho por nós com os instrumentos de Deus.


Tendo esta lista de razões e muitas outras que o próprio leitor poderia adicionar, podemos compreender melhor do porquê reavaliar as evidências do tipo de música e instrumentos que poderiam ser usados no louvor a Deus na igreja. Começarei com o Antigo Testamento direcionando, como já mencionei acima, até chegarmos à música no Céu como a encontramos descrita no Apocalipse. Observe que essa peça - louvor e adoração - do quebra cabeça do Ômega é apenas sintomática, e não a patologia em si [23]. Portanto este estudo tem como propósito o aporte de outra peça ao quadro geral já estabelecido por outros autores adventistas, incluindo E.G. White.


Exemplos Bíblicos Esclarecedores sobre o Louvor e Música no Antigo Testamento


Nesta parte do estudo não serei exaustivo, pois o espaço não nos permitiria. O propósito deste estudo não é o de exaurir todas as evidências, mas apresentar um começo à reavaliação das evidências. Começo com uma narrativa bíblica daquilo que Deus disse a Seu povo, neste caso Davi. Lembrem-se que Ele não muda.


Davi leva a Arca para Jerusalém primeira vez (ca. 1000 a.C.)


II Samuel 6:1-7
1 “Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil.
2 Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins.
3 Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo.
4 Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca.
5 Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos.
6 Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram.
7 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus.”


Observe que o espaço dedicado pelo escritor ao preparo espiritual e musical do povo de Deus nesta ocasião foi pouco. Tudo parece ter sido feito no improviso fundamentado no sentimento, cultura, emoções, motivos e boas intenções, porém sem fundamento bíblico.


Tudo deu errado nessa viagem. Apesar de Davi ter preparado um carro novo “à moda dos filisteus,” apesar de terem os melhores motivos e intenções no coração, com uma multidão de pessoas devotas, apesar de estarem cantando e se alegrando, e ainda que todos estivessem se regozijando e achando que tudo isto era a melhor “festa” ao Senhor, tudo saiu errado antes do final da trajetória.


Vejamos agora a segunda tentativa de trazer a arca para Jerusalém.


Davi leva a Arca pela segunda vez (cerca de 1000 a.C)


I Crônicas 15:1-28
1 “Fez também Davi casas para si mesmo, na Cidade de Davi; e preparou um lugar para a arca de Deus e lhe armou uma tenda.
2 Então, disse Davi: Ninguém pode levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o SENHOR os elegeu, para levarem a arca de Deus e o servirem para sempre.
3 Davi reuniu a todo o Israel em Jerusalém, para fazerem subir a arca do SENHOR ao seu lugar, que lhe tinha preparado.
4 Reuniu Davi os filhos de Arão e os levitas: (...)
11 Chamou Davi os sacerdotes ( ...)
12 e lhes disse: Vós sois os cabeças das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe preparei.
13 Pois, visto que não a levastes na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos, segundo nos fora ordenado.
14 Santificaram-se, pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do SENHOR, Deus de Israel.
15 Os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros pelas varas que nela estavam, como Moisés tinha ordenado, segundo a palavra do SENHOR.
16 Disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, os cantores, para que, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos se fizessem ouvir e levantassem a voz com alegria.(...)
19 Assim, os cantores Hemã, Asafe e Etã se faziam ouvir com címbalos de bronze;
20 Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias e Benaia, com alaúdes, em voz de soprano;
21 Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom, Jeiel e Azazias, com harpas, em tom de oitava, para conduzir o canto.
22 Quenanias, chefe dos levitas músicos, tinha o encargo de dirigir o canto, porque era perito nisso.
23 Berequias e Elcana eram porteiros da arca.
24 Sebanias, Josafá, Natanael, Amasai, Zacarias, Benaia e Eliézer, os sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus; Obede-Edom e Jeías eram porteiros da arca.
25 Foram Davi, e os anciãos de Israel, e os capitães de milhares, para fazerem subir, com alegria, a arca da Aliança do SENHOR, da casa de Obede-Edom.
26 Tendo Deus ajudado os levitas que levavam a arca da Aliança do SENHOR, ofereceram em sacrifício sete novilhos e sete carneiros.
27 Davi ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias, chefe dos que levavam a arca e dos cantores; Davi vestia também uma estola sacerdotal de linho.
28 Assim, todo o Israel fez subir com júbilo a arca da Aliança do SENHOR, ao som de clarins, de trombetas e de címbalos, fazendo ressoar alaúdes e harpas.”


Davi ficou sabendo que Deus abençoava a Obede-Edom, o geteu, onde a arca havia sido deixada nos últimos três meses. Davi decide tentar trazer a arca novamente. Mas dessa vez, ele toma todas as precauções devidas, fundamentado nas Escrituras Sagradas. Perceba a quantidade de espaço dedicada ao assunto da música, louvor e preparo pessoal como requisito na participação deste evento. Isso não é apenas um capricho do escritor, mas um sinal para nós da importância que o autor quer transmitir para seus leitores com respeito à correta maneira de adorar a Deus [24].


Tudo deu certo nesta segunda tentativa de levar a arca. Qual foi a diferença na segunda vez que agradou ao Senhor? Compare com a primeira tentativa:


Santificaram-se, preparo espiritual.
Designaram pessoas preparadas para o canto e a música, os levitas, porque eles eram fiéis e conheciam a palavra de Deus. Mesmo no passado durante a apostasia do deserto com o bezerro de ouro, os levitas foram fiéis.
Carregaram-na conforme o mandato divino.
Usaram instrumentos apropriados para a ocasião escolhidos por Deus [25].
Reavaliaram o ato de reverência. Esse aspecto tem haver com obediência à vontade Divina revelada nas Escrituras Sagradas.


Salmos 150 (Período de Davi)


Não poderia deixar de mencionar o Salmo 150, pois este é muito usado para apoiar o uso de membranofones (percussão) na adoração e louvor. Recomendo para este estudo o artigo do professor Vanderlei Dorneles que tem por título “O Canto do Senhor”. Seu trabalho é preciso na questão da exegese e da análise histórica. Portanto, o estudioso desse assunto deveria ler esse artigo de Dorneles e tomar a sua própria decisão [26].


Salomão: Inauguração do Templo (cerca de 960 a.C.)


II Crônicas 7:6
“Assim, o rei e todo o povo consagraram a Casa de Deus. Os sacerdotes estavam nos seus devidos lugares, como também os levitas com os instrumentos músicos do SENHOR, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações de graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre. Os sacerdotes que tocavam as trombetas estavam defronte deles, e todo o Israel se mantinha em pé.”


Várias décadas mais tarde Salomão recebe o reino do seu pai Davi e inaugura o templo que seu pai planejou construir, mas não foi permitido por Deus, pois havia derramado muito sangue [27]. Perceba que Salomão usa os mesmos instrumentos musicais que seu pai usava no louvor a Deus, mas não houve membranofones (aqueles instrumentos que possuem membrana de couro sobre algo oco para produzir sons) nem danças. Então, o Senhor fez cair fogo do Céu como sinal de aceitação do Templo. Tome em consideração a frase “os instrumentos músicos do SENHOR”. Essa frase indica que eles conheciam a vontade de Deus a esse respeito, e assim se dispuseram a obedecê-lo.


Deus não permitiu o uso de instrumentos do tipo dos membranofones no templo para evitar a relação com o paganismo e os efeitos de tais instrumentos sobre o caráter e a mente dos ouvintes [28], e o seu efeito entorpecente, excitando os sentidos e motivando a dança, ainda que fossem instrumentos populares na sua época e muito usados pelos cananeus que rodeavam os israelitas em Canaã. Segundo Braun, com respeito aos tambores, ele escreve que “diferentemente dos shofar, este [membranofone] nunca é mencionado em conexão com a música do templo,” (I Crônicas 25:6). Esses instrumentos como o tamborim, tambor e pandeiros pertenciam a estrata mais antiga dos instrumentos em Israel, pois a iconografia desses instrumentos contradiz a fé ortodoxa do Antigo Testamento[29].


Lembrem-se que o santuário terrestre era um modelo e sombra da realidade celestial; uma réplica daquele que está no céu, assim o ritual, música, tipo de instrumento, mensagem, construção, etc., eram ordenados por Deus, conforme Hebreus 8:2 e 5:


“2 como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. ...
5 os quais [sacerdotes] ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte.”
Tempo do rei Ezequias (cerca de 715 a.C.)
Ezequias repara o templo depois de uma longa era de apostasia, mas perceba: que “instrumentos músicos do SENHOR” eram estes usados pelo rei Ezequias mais de um século depois de Salomão? O rei Ezequias nos dá esta resposta em II Crônicas 29:25-26 (ênfase acrescentada):
"25 Também estabeleceu os levitas na Casa do SENHOR com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por intermédio de seus profetas.
26 Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas.”


Portanto, podemos ver que os “instrumentos músicos do Senhor” revelado a Davi pelos profetas eram o címbalos, alaúdes e harpas e as trombetas de pratas ordenadas a Moisés no deserto [30]. Esses eram para ser usados no louvor a Deus, ainda que já existissem os tambores, pandeiros, e muitos outros. Aqui se encontra não uma sugestão, mas uma ordem divina para o Seu louvor revelado a Seus profetas, pois o texto é “porque este mandado veio do SENHOR.”


Vejam que o os instrumentos acerca dos quais o mandato veio da parte do Senhor pelos profetas eram o címbalo, alaúdes e harpas. Por isso, esses são os mesmos instrumentos usados por Salomão e anteriormente por Davi no louvor a Deus no templo ou em qualquer outra ocasião de culto solene. Ainda que haja menções esporádicas de tambores e pandeiros aqui e ali no texto do Antigo Testamento, indica-se que não eram os melhores para louvar a Deus. Na verdade, foram tolerados, devido a ignorância do povo, como o foram a poligamia e as bebidas fortes. No louvor dentro da Casa de Deus, porém, essas coisas nunca foram permitidas nem mesmo toleradas. Deus não aceita – na verdade Ele abomina – a mistura do sagrado com o profano, ou que as coisas santas sejam tratadas como se fossem comuns. Podemos constatar isso através da reação de Deus a Nadabe e Abiu, quando estes trouxeram fogo estranho para dentro do santuário, ou quando Uzá tocou a arca, ou então pelo fato de que nenhum dos sacerdotes jamais entrou em união de poligamia e também pelo fato de nunca ter sido permitido o uso de membranofones dentro do templo.


O címbalo, apesar de ser um idiofone, não era usado para marcar o ritmo, mas unicamente o início e as pausas, como o selah dos Salmos. Seu formato era diferente do usado no paganismo onde se primava pelo ritmo marcado pelos membranofones. Veja a descrição, de ambos os tipos de címbalos, na obra de Braun. Segundo Kleining o uso dos címbalos nos tempos bíblicos do Antigo Testamento tinha a seguinte função:


“o címbalo não era usado pelo maestro para conduzir o canto marcando o ritmo da estrofe ou refrão por meio das batidas, pelo contrario, este era usado para indicar o início ou a nova estrofe na música. Pelo fato de que este instrumento era usado apenas para introduzir a música, este era manuseado pelo condutor do coral de vozes em ocasiões comuns (I Crônicas 16:5), ou por três lideres do canto em ocasiões especiais (I Crônicas 15:19). Já que a trombeta e o címbalo eram tocados juntos com o propósito de anunciar o início da música os instrumentistas que os tocavam eram chamados de ‘ressoadores’ (I Crônicas 16:42) [31].


Portanto este uso bíblico dos címbalos não deve ser usado como justificativa para usá-los, como têm sido nos conjuntos de rock ou bandas de músicas populares. No templo este instrumento não marcava o ritmo nem era usado como acompanhante do alaúde e da harpa. Esse método musical do templo é completamente oposto ao das músicas populares contemporâneas dos nossos dias, que usam os címbalos precisamente no auxílio dos tambores na bateria para marcar o ritmo da música.


O Profeta Ezequiel (Exílio Babilônico 605-530 a.C.) (Ezequiel 28:13)


Ezequiel é considerado o profeta do povo de Deus no exílio babilônico. Este profeta viveu na Babilônia. Assim, a passagem de Ezequiel 28:13 [32] tem sido considerado como uma possibilidade de que Deus tenha criado Satanás com tambores nas mãos. Isso, porém, iria não somente contra todas as narrativas bíblicas sobre o uso dos instrumentos de percussão no templo, mas também seria um crime contra o próprio texto de Ezequiel. O contexto geral é sobre a queda de Lúcifer e o contexto específico é de como ele estava paramentado para servir na presença de Deus antes da sua rebeldia.


Dois Termos-Chave para Entendermos esse Texto


Há dois termos (ou frases) hebraicos neste verso que esclarecem esta questão. O primeiro deles é tupeykha, traduzida por algumas versões por “teus tambores/tamborins.” Em nenhum outro lugar na Bíblia Hebraica esse termo aparece com esta vocalização, somente aqui ela ocorre. Portanto não há um paralelo bíblico para uma exata tradução. Contudo, fundamentando-se no contexto e no estudo etimológico do dado vocábulo, suas cabíveis traduções seriam: “estrutura” “engaste,” “encrave,” “suporte,” “encaixe,” ou “beleza.”


As versões antigas testemunham sobre o texto Massorético [33] traduzindo a frase tupeykha - supostamente “teus tambores” - da seguinte maneira: a Septuaginta traduz “[de ouro] os teus tesouros,” a versão Siríaca por “teu tórax”; a Vulgata latina de Jerônimo traduz por “teus adornos”; Áquila e Teodósio, duas versões antigas que primavam pela literalidade do texto traduziram como “tua beleza.”


Considerando-se o estudo semântico da língua hebraica e de suas cognatas, vários comentaristas preferem traduzir este primeiro termo, ou frase, como sendo apenas um suporte para as pedras preciosas e não como instrumento musical. O hebraísta H. J. van Dijk conclui que a melhor tradução para tupeykha seria “os trabalhos da tua beleza,” tomando por base a vocalização da palavra hebraica yafah “belo”. O reconhecido lingüista G. R. Driver interpreta esse termo como sendo um ornamento com o formato de um tamborim, onde as pedras preciosas eram encaixadas [34]. Assim conclui Driver ao analisar tupeykha em símile com o texto de Jeremias 31:4. Semelhantemente G. A. Cook, autor de um dos melhores comentários crítico textual já publicados [35], segue a mesma linha de interpretação de Driver. Por sua vez, o lexicógrafo Jahnow Hedwig sugere “tua obra esculpida” [36].


O segundo termo hebraico encontrado no mesmo verso que apóia a palavra “engaste” como a mais provável tradução para tupeykha é uneqaveykha “e os teus suportes” (traduzido por alguns por “adufes” ou “pífaros”), isto é, das pedras preciosas. Esse termo, na forma em que se encontra aqui, não ocorre em nenhum outro lugar do texto hebraico; portanto, sem um paralelo exato no texto hebraico, o que torna sua interpretação ainda mais difícil.


A Septuaginta traduz uneqaveykha por “os teus armazéns,” enquanto que a Vulgata Latina apresenta o seguinte texto “teu peito” ou “tua fronte”. O assiriologista Schiel, apoiado num estudo paralelo com a língua dos caldeus, propôs que este segundo termo implique em um “ornamento oco” onde se encaixavam as pedras preciosas [37]. Dijk (p. 119), por sua vez, prefere tomar essa palavra como um termo expressando algo “notável”. Ele conclui assim baseado em Amós onde um termo semelhante a este (uneqaveykha) aparece “... homens notáveis [nequevay] da principal das nações...,” Amós 6:1. Desta maneira Dijk propõe a tradução “e esplendor em ti,” para este segundo termo e não “teus adufes” ou “pífaros.” Um dos léxicos hebraicos mais populares no mundo acadêmico [38] explica esta palavra (nequeva, cujo significado primário é “orifício, túnel, buraco”) como “termo técnico para trabalhos de pedras preciosas, provavelmente contendo algum orifício ou cavidade,” e apresenta a seguinte tradução para ambos os termos encontrados em Ezequiel 28:13 thy sockets and thy grooves (“teus engastes e cavidades”) ou thy settings and thy sockets (“teus lugares de receber as pedras e teus engastes”). Esse termo está no dicionário de W. L. Holladay [39] como significando uma “mina,” isto é, onde se explora minério ou pedras preciosas, clarificando ainda mais o contexto desta passagem onde Lúcifer recebe pedras preciosas e não instrumentos musicais.


Perceba que as duas versões Bíblicas publicadas pela Sociedade Judaica de Publicações (JPS) traduzem parte deste verso como se segue, “And gold beautifully wrought for you, Mined for you” (“e ouro belamente trabalhado para ti, extraído para ti” [40]), e “and gold; the workmanship of thy settings and of thy sockets was in thee,” (“o trabalho elaborado da tua estrutura e dos teus engastes estava em ti” [41]). Semelhantemente a versão Almeida Revista e Atualizada de 1999 traduz “de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos.” Assim podemos ver que as versões antigas e as modernas, que apresentam uma tradução próxima do texto hebraico, não usam as palavras “tambores,” “tamborins,” “adufes,” ou “pífaros” para traduzir os termos hebraicos deste texto.


Isto demonstra que a melhor tradução para ambos os termos não é a de instrumentos musicais, mas sim apenas os encaixes e suportes das pedras preciosas. Portanto, estes dois termos descrevem apenas parte da vestimenta de Lúcifer que recebiam as pedras preciosas, como por exemplo, as 12 pedras e o urim e o tumim que estavam encaixados no peitoral do sumo sacerdote e este por sua vez servia de suporte para essas gemas preciosas.


Conseqüentemente, essa passagem em hebraico não é uma evidência apoiando ou não o uso de percussão na igreja, sendo apenas a descrição das vestes de Lúcifer quando ele servia na presença de Deus.


Como regra de interpretação bíblica, não se deve fundamentar algo de suma importância, como o tema de louvor e adoração na igreja, sobre um texto com termos ambíguos indo contra todos os outros textos bíblicos que são claramente entendidos sobre o assunto. Isso não seria uma boa regra de hermenêutica e demonstra apenas a parcialidade do suposto intérprete em favor de uma versão que apóie sua preferência musical. Concluo que uma das versões portuguesas que reflete neste caso específico o texto hebraico é a Almeida Revista e Atualizada de 1999, que diz: “de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos.” A tradução literal do texto hebraico é “de ouro se te fizeram os teus engastes e os teus encaixes.” Outras versões com traduções semelhantes a essas também são aceitáveis.


Esdras e Neemias (5 séc. a.C.)


Após o exílio (quinto século a.C.) a adoração foi feita da mesma forma que no tempo de Salomão. A ênfase não era apenas na letra, mas também na música. Letras de salmos e atos salvíficos de Deus só poderia ser apropriadamente transmitida através de um ritmo sóbrio, não dançante, sem sensualidade ou balburdia e com instrumentos escolhidos por Deus.


Esdras 3:10-11
10 Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR, apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem o SENHOR, segundo as determinações de Davi, rei de Israel.
11 Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao SENHOR, com estas palavras: Ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, louvando ao SENHOR por se terem lançado os alicerces da sua casa.
Neemias 12:27-31
27 Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas.
28 Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias dos netofatitas,
29 como também de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém.
30 Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro.
31 Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão, sendo um à mão direita sobre a muralha para o lado da Porta do Monturo.
Observe que em Esdras 3:10 e Neemias 12:27 não há qualquer menção de danças ou músicas dançante. Pelo tipo de instrumentos e pela linguagem que o autor se refere ao preparo musical, tudo indica que o tipo de adoração era semelhante ao tipo ordenado por Deus a Davi pelos profetas.


Conclusão Parcial


E o Antigo Testamento termina com Malaquias 3:6 dizendo: “Eu sou o Senhor e Eu não mudo...” Deus é o mesmo ontem, hoje e amanhã. Se Ele escolheu assim, assim deveria ser até termos outra ordens dEle para que pudéssemos mudar. A cultura não deveria sobrepor aos mandatos divinos com respeito à adoração ou sobre qualquer outro estatuto explicitamente dados por Deus na sua Palavra. Lembre-se que o santuário terrestre era um modelo e sombra da realidade celestial; uma réplica daquele que está no céu, assim o ritual, música, tipo de instrumento, mensagem, etc., eram ordenados por Deus [42].


O Modelo de Adoração da Sinagoga (5 séc a.C-19 séc. d.C.)


A origem da sinagoga tem sido aceita como tomando lugar no tempo do exílio de Judá em Babilônia. Essa instituição teria sido fortalecida na Palestina com a volta de Esdras. E é nesta instituição que deveríamos observar os vestígios da adoração do templo do Antigo Testamento e da igreja primitiva apostólica até o quarto ou quinto século d.C., quando ocorreu a invasão do Império Romano pelos bárbaros. Os intelectuais do judaísmo no período helenista (330 a.C.-330 d.C.) viam o caminho do helenismo com certo temor. Criam que o helenismo poderia ser uma ameaça à identidade da religião judaica. Rodeados pelo helenismo especialmente depois da destruição do templo (70 d.C.) os líderes do judaísmo temiam que a música helênica fosse uma tentação para abandonar o judaísmo.


O Talmude de Babilônia menciona que o Rabino Elisha bem Abuyah se apostatou devido à melodia grega que ele ouvia e pelos instrumentos musicais da cultura grega que ele possuía em sua casa [43]. Essa preocupação com os instrumentos, com a música e com estilo de louvor da parte desses intelectuais judeus tinha como fundamento erigir uma muralha de proteção ao redor da lei. Esta era o fundamento da sua religião [44]. Chegaram a proibir a participação em desfiles musicais gregos com o temor de assimilarem os costumes gregos [45]. Podemos ver através da história judaica que os instrumentos musicais foram banidos da sinagoga já no exílio em Babilônia e enfatizado depois da destruição do templo no ano 70 d.C., sendo que a partir daí somente o shofar permanece como instrumento simbólico-litúrgico. A razão principal foi evitar qualquer associação com os cultos pagãos assimilando assim a cultura babilônica e posteriormente a greco-romana e conseqüentemente diluindo a identidade judaica. Principalmente, o culto a Cibele na Àsia Menor e de Dionísio em Roma fizeram com que os lideres judeus evitassem tais associações. Sibyl, escritor da época, é muito explícito no que diz respeito aos cultos pagãos em relação aos cultos judaicos deste período da história; ele diz o seguinte a respeito dos judeus:


"Eles não derramam sangue dos sacrifícios sobre o altar; nem mesmo os tambores são tocados, nem címbalos, nem as flautas com seus orifícios, instrumentos cheios de sons histéricos, nem um assovio da flauta pan é ouvido imitando a serpente, nem a trombeta chamando para a guerra de maneira selvagem” [46].


Somente no século vinte é que certas sinagogas permitem o uso de instrumentos variados. Ainda assim o uso só foi permitido nas sinagogas liberais da época, e hoje nas progressistas, messiânicas “pentecostais,” ou ultra-liberais. Os rabinos ortodoxos e chassidim não os permitem até os nossos dias, somente o shofar continua sendo aceito. Instrumentos variados, porém, são usados fora do recinto sagrado.


Conclusão Parcial


As evidências do Antigo Testamento não apóiam o uso dos membranofones (percussão) no templo ou na sinagoga ou em qualquer ajuntamento solene, mesmo que fora do templo. Estes estavam associados ao paganismo e foi tolerado no folclore israelita como o foi a poligamia e as bebidas alcoólicas, mas que posteriormente deveriam ser eliminados.


Na segunda parte deste estudo apresentarei as evidências do Novo Testamento, do Espírito de Profecia, da história antiga e dos cristãos dos primeiros séculos d.C. mostrando que todos seguiram a orientação divina evitando os membranofones (instrumentos de percussão) e os estilos da música popular das respectivas épocas. 


Louvor e Música no Novo Testamento e nos Primeiros Séculos d.C.


O modelo de adoração do Novo Testamento segue o modelo do templo do Antigo Testamento e o da sinagoga até meados do quarto século ou quinto d.C. Os autores da igreja cristã durante os primeiros quatro séculos foram mudando de atitude gradativamente à medida que o helenismo foi se infiltrando dentro do cristianismo, até a queda do Império Romano. Com o passar do tempo a ala progressista a favor do sincretismo helenista, ganhou pela maioria contra os que eram a favor da identidade de uma religião bíblica [47]. Nessa época encontramos Clemente de Alexandria que escreve a respeito dos pagãos dizendo:


"fazem barulho com címbalos e tambores, rangendo com instrumentos de frenesi; ... A flauta pertence a estes homens supersticiosos que correm à idolatria. Mas nós baniremos estes instrumentos de nossas sóbrias e descentes reuniões" [48].


O canto vocal sem instrumento era o mais prezado por todos os pais da igreja sem exceção, como sendo o canto que agrada ao Senhor [49]. Como o perigo da infiltração vinha de duas frentes ideológicas, a latina e a grega, estes cristãos optaram por cantarem somente música vocal, sem instrumentos, com letras dos salmos, imitando assim o costume dos rabinos nas sinagogas. As evidências mostram que a igreja cristã primitiva empregara judeus convertidos como cantores e estes usaram o mesmo estilo que se usava na sinagoga [50]. Os dois tipos de música usados na igreja eram o responsorium e o canto antifonal. Ambos eram de origem bíblico-judaica, e esta última tendo sua origem no Antigo Testamento [51]. Estes cantos eram do tipo cantochão, isto é, seguindo o modelo da sinagoga, que por sua vez seguiam a acentuação dos textos bíblicos como tonalidade e ferramenta sintática. No concílio de Laodicéia (360-381 d.C.) se proibiu completamente qualquer canto que não usasse as Escrituras como letra dos hinos no serviço de culto na adoração na igreja. Essa decisão tinha o propósito de neutralizar o efeito da influência gnóstica que estava usando a música sacra da época como meio de propagar as suas idéias teológicas, isto é música sacra com letras contendo uma teologia contrária à da igreja [52].


Temos que levar em consideração que essa época (1-5 séc. d.C.) era o auge dos escritos apócrifos, pseudo-epígrafos, seitas cristãs heréticas diversas, como as de Marcião, Ário e outras dentro do judaísmo, mais o paganismo, a filosofia greco-romana e o domínio militar dos romanos, tudo isso somado à ameaça cultural e bélica dos bárbaros. Portanto essa época era crítica na questão da ameaça de uma nova cosmovisão que avançava de forma progressiva colocando em risco a existência da jovem igreja cristã. Esta igreja devia tomar uma decisão entre se conformar com a nova visão de adoração ou crer que Deus supriria o que fosse necessário para a sua sobrevivência numa nova ordem ideológica sem perder a sua identidade peculiar.


A identidade da igreja primitiva já corria perigo de diluir-se em nome da justificativa de manter a sua existência diante de tantos concorrentes e num mundo onde o paradigma de adoração havia sido mudado pelo sincretismo da nova cosmovisão greco-romana. A igreja estava prestes a entrar na Idade Média.


Somente depois da infiltração da filosofia greco-romana dentro do cristianismo é que este perdeu seu temor ao sincretismo e viu isto como algo positivo para a conversão e conservação dos pagãos [53]. Podemos aceitar, portanto, que a música da igreja cristã desta época, considerando esta como um todo e já influenciada pelo helenismo, era o canto dos salmos (cantochão), hinos da igreja (de influência helenística), e cantos merismáticos que podiam levar ao êxtase (de influência pagã) [54].


A jovem igreja no quarto século d.C. teve que tomar uma decisão entre o não usar quaisquer instrumentos, como a sinagoga e a igreja apostólica, ou permitir certa abertura ao que o helenismo e ao que a cultura latina usavam nos seus cultos pagãos, mudando, apenas, a letra como o fazia Àrio na conversão dos bárbaros e talvez amaciando o ritmo das mesmas. Essa aceitação sincrética da parte de um grupo dentro da igreja foi posteriormente rejeitada na época de Clóvis, o rei dos francos (508 d.C.). Esse rei, com a aprovação do bispo de Roma, impôs o canto gregoriano vocal, cantochão, sem instrumento. Esse tipo de música cantochão perdurou até 1290; é claro que com as suas variedades e modificações sofridas pela influência do meio cultural. Foi nesta época (1290) que o uso do órgão foi permitido e posteriormente a reforma introduz outros elementos bons à música cristã medieval como o coral e outros. A Reforma Protestante não banalizou a música sacra, apenas introduziu elementos que a tornou mais acessível a todos. Os elementos, porém, do sacro foram preservados. Não temos espaço aqui para comentar sobre a música no período da reforma, consulte a obra de Samuele Bacchiocchi que menciono no início, sobre a música na Reforma Protestante.


Segundo Werner, os pontos que enfraqueceram os princípios originalmente mantidos pela igreja cristã foram:


aceitação ainda que parcial do helenismo;
aceitação dos instrumentos musicais associados com o culto pagão, ainda que estes fossem posteriormente banidos no sexto séc. no tempo de Clovis o rei dos francos
sua flexibilidade com respeito ao canto de hinos que não fossem fundamentados no texto bíblico [55].


Novo Testamento


No Novo Testamento, menciona-se o canto vocal como sendo o canto da igreja apostólica. Alguns instrumentos são mencionados no Novo Testamento: as trombetas 20 vezes, a flauta 4, a harpa 3 vezes. Mas tambores e pandeiros nunca são mencionados no Novo Testamento, nem mesmo música dançante, com exceção da dança de Salomé pedindo a cabeça de João Batista. Veja que os instrumentos nas visões do Apocalipse a respeito do Céu são as harpas:


Quatro animais e vinte e quatro anciãos “tendo cada um deles uma harpa.” (Apocalipse 5:8).
Os 144.000 "tocavam com as suas harpas" (Apocalipse 14:1-3).
Multidão no mar de vidro “tendo harpas de Deus” (Apocalipse 15:1-3). Note que o cântico de Moisés e do Cordeiro não são dançantes.
E. G. White descreve o instrumento dos salvos e dos anjos como sendo as harpas de Deus, sempre cantando nunca dançando [56].


Vemos que través de todo o Antigo e Novo Testamentos até chegarmos ao céu, a música de Deus é, era, e será do mesmo tipo e os instrumentos musicais seguindo o modelo celestial, e lembre-se que Deus não muda. Essa música é, era, e será não dançante e tocada pelos instrumentos escolhidos por Deus. Como é que podemos agora no tempo do fim, com as qualidades de Laodicéia [57], dizer que sabemos mais sobre louvor e adoração do que as Escrituras Sagradas, introduzindo coisas que foram rejeitadas, por instrução divina, ao longo da história?


Alguém pode argumentar que as coisas eram diferentes naqueles dias do Antigo e Novo Testamentos, e que não havia este tipo de música. Isto é um engano, a história demonstra que havia o que eu chamaria de “rock de baal” no Antigo Testamento, e não é difícil de perceber isto no carnaval de Dionísio e Cibele no Império Romano no tempo do Novo Testamento [58].


Podemos ver que cada vez que Israel se apostatou havia música pagã, e estas estavam sempre relacionadas com a adoração de espíritos e deuses do paganismo. O culto ao bezerro de ouro, ao pé do Monte Sinai é um exemplo disso, conforme Êxodo 32:17-21:


17Ouvindo Josué a voz do povo que gritava, disse a Moisés: Há alarido de guerra no arraial.
18Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas alarido dos que cantam é o que ouço.
19Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte;
20e, pegando no bezerro que tinham feito, queimou-o, e o reduziu a pó, que espalhou sobre a água, e deu de beber aos filhos de Israel.
21Depois, perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que trouxeste sobre ele tamanho pecado?


Esse bezerro de ouro poderia ter sido o filho de Hator, a deusa com cabeça de vaca. Esta era deusa da música e do amor. Outro deus poderia ser o boi Apis; ambos deuses pertencem à religião egípcia. Portanto, os israelitas estavam dançando ao ritmo daquela vida que tinham tido no paganismo seguindo os modelos e estilos egípcios.
Temos outro exemplo na Bíblia: o plano de Balaão em Moabe, em Números 25:1-3:


“1Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas.
2Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas.
3Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel.”


E.G.W. diz que os israelitas foram "iludidos pela música e dança" [59].


A palavra hebraica para tambor (bateria) é toph, e batidas de tambores topheth. Esse tipo de instrumento era usado para a adoração de demônios nos seus rituais e não foi permitido o seu uso no templo. Em Jeremias 7:31-32 encontramos uma clara proibição sobre a adoração pagã que era associada aos tambores:


“31 Edificaram os altos de Tofete (dos tambores), que está no vale do filho de Hinom, para queimarem a seus filhos e a suas filhas; o que nunca ordenei, nem me passou pela mente.”


Perceba que o único meio que Satanás encontrou para unir o mundo debaixo de uma só bandeira teológica foi o “espiritualismo,” o mesmo das religiões animistas pagãs. Este é o mesmo engano no qual Adão e Eva caíram, “Certamente não morrereis. (...) sereis como Deus” [60]. Satanás quer todos nós no ocultismo e espiritismo. Satanás fez de tudo contra o povo de Deus; ele perseguiu, matou, foi fazer guerra contra os descendentes da mulher, “aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus Cristo” [61], mas enquanto os membros da igreja se mantiveram fieis à verdade revelada o inimigo não conseguiu nenhuma vitória.


Há uma força misteriosa no pós-modernismo guiando o mundo inteiro para a adoração de demônios. Explico: Desde 1445 a.C. até 1798 d.C. todo o mundo bíblico-cristão seguia o padrão teocêntrico, com suas variadas formas, fundamentados na síntese teológica “façamos o homem à nossa Imagem...” O louvor tinha como centro a Deus. Com a chegada do humanismo, o foco se tornou a razão humana, “não há Deus,” ninguém criou nada. Esta cosmovisão foi apenas uma ponte para o pós-modernismo, “façamos a Deus à nossa imagem,” com o seu foco nos sentimentos do ser humano, no eu, o qual é, em outras palavras, paganismo; e paganismo é por sua vez, ocultismo. O pentecostalismo nos moldes da pós-modernidade possui o seu próprio estilo de música e adoração centralizando o “eu.” Portanto, com prerrogativas semelhantes ao pós-modernismo. Segundo Tsaltalbasidis:


... música rock (e suas forma híbridas) comunica o entendimento pós-moderno sobre a verdade. As palavras podem estar comunicando as mais profundas verdades, mas a música em si mesma está pregando outro evangelho. A música ensina que não há verdade absoluta, não há padrão de julgamento entre o certo e o errado. Esta é a mensagem real pregada ao usar o conjunto de baterias [62].


Reverência e Pós-modernismo
Segundo Wolfgang [63], é o nosso conceito da natureza de Deus que afetará nossa reverência e o tipo de adoração que damos a Deus. Assim temos, de acordo com este autor, três abordagens à natureza divina. O primeiro é Deus além de mim. Este conceito é encontrado no Antigo e no Novo Testamento, na Sinagoga, através da Idade Média; o segundo conceito sobre Deus é Deus por mim: No protestantismo e reforma da Igreja; Deus dentro de mim: Teologia existencialista, neo-pentecostalismo, espiritismo moderno, Alfa da apostasia com o panteísmo, e o pós-modernismo e o Ômega.


Quando centralizo o eu, isto se torna paganismo. Os sentimentos e as emoções, a sensualidade, o místico, o sobrenatural e o carnal são as bases do paganismo. Em suma, paganismo é a adoração do eu. O que derrubou Satanás do Céu? Foi o paganismo. Ele queria ser como Deus, ou seja, queria colocar a Deus no seu nível. E é isto que acontece com o Ômega, é o engano da serpente no jardim “serás como Deus.”
Isto é um retorno ao paganismo primitivo das religiões naturais místicas. Nas religiões modeladas pelo pós-modernismo, o centro são as emoções do ser humano, um antropocentrismo; a ênfase está nos sentimentos, na experiência pessoal, sentir é o importante. O certo é aquilo que funciona, motiva, toca as emoções e mexe com o eu, independentemente do certo ou errado. As principais características do pós-modernismo são as seguintes [64]:


Não há verdade absoluta, tudo pode ser verdadeiro se for válido útil para uma determinada cultura num determinado tempo da sua história.
Não há verdade universal que deve ser encontrada, cada individuo é a verdade para si mesmo.
Contra todo dogma, doutrinas, leis, tradições, hábitos, cultura, e meta-narrativas, incluindo a Bíblia.
Crença na imortalidade da alma, espiritismo, misticismo e o sobrenatural.
Ênfase na experiência, sentimentos e emoções e na participação corporal.
Centralização do eu e suas paixões como elemento de realização pessoal.


Podemos ver, baseado no pós-modernismo, um interesse pelo ocultismo na TV, filmes, novelas, revistas moda, música, desenhos infantis, política, cultura, religiões e na ciência; o mundo está se tornando um covil de demônios.


Apocalipse 16:13-14:
“13 Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs;
14 porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso.”


O Perigo do Louvor Falso Segundo os Escritos do Espírito de Profecia


Por volta de 1900, surge o neo-pentecostalismo nos EUA. Em uma carta que o pastor Stephen Haskell escreveu a E.G.W. ele descreve o que viu e ouviu na nossa campal de evangelismo público em Indiana em Setembro 25, 1900:


“Está além de qualquer descrição... Há um grande poder que acompanha este movimento que se estabeleceu lá... por causa da música que é trazida para ser tocada na cerimônia. Eles possuem um órgão, um contra-baixo, três violinos, duas flautas, três tamborins, três trombetas, e um bumbo enorme, e talvez outros instrumentos que não mencionei... Quando eles alcançam as notas elevadas, não se pode ouvir uma só palavra do canto da congregação, nem mesmo ouvir qualquer outra coisa, somente os gritos daqueles que estão meio dementes. Não acho que estou exagerando. Nunca vi tal confusão na minha vida. Tenho presenciado cenas de fanatismos, mas nunca algo como isto.” [65]


E.G. White responde esta carta com as seguintes palavras:


“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes do terminação do tempo da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.


O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo. É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo” [66]


“Ao findar a reunião campal, o bem que devia haver sido feito e poderia havê-lo sido pela apresentação da verdade sagrada, não se realiza. Os que participam do suposto reavivamento recebem impressões que os levam ao sabor do vento. Não podem dizer o que sabiam anteriormente quanto aos princípios bíblicos. Nenhuma animação deve ser dada a tal espécie de culto” [67].


Percebam a urgência destas palavras: “imediatamente antes do termino do tempo da graça.” Para nós que vivemos mais próximos do fechar da porta da graça estas palavras são mais significativas. Naquela época a sua mensagem foi tão bem entendida que este tipo de adoração não prosperou na igreja; pelo contrario, desapareceu completamente. E.G. White viveu mais uma década depois deste evento e ela nunca menciona que os seus escritos, com relação a este evento em Indiana, tivessem sido mal interpretados pela liderança da igreja Adventista do Sétimo Dia. Isto é, ela concordou com o não uso de membranofones (percussão) e com o abandono do estilo pentecostal de louvor.


O Porquê da Situação Sintomática do Ômega


Todas as igrejas tradicionais (ex., Batista, Metodista, Anglicana, Luterana, etc.) que aceitaram este tipo de abordagem ao louvor e adoração tiveram que mudar a sua teologia e perderam sua identidade, tornando-se, na prática, pentecostais nos moldes pós-modernos. Assim, a nossa igreja não deveria ir pelo mesmo caminho; sabendo que somos a igreja remanescente, temos um objetivo de existir nos dias finais da história deste mundo. Veja a seguir algumas das razões que levaram estas igrejas à perda da identidade particular que possuíam; razões essas que poderiam causar o mesmo efeito sobre nós como povo remanescente.


Ênfase somente na graça imputada em detrimento às doutrinas bíblicas e à graça comunicada. Um povo sem doutrinas, por mais graça que tenha, não saberá discernir entre o certo e errado, pois esta abordagem leva a espiritualização, sentimentalismo, emoção, e ao misticismo da religião. O que vale é experimentar, sentir a Cristo e o Santo Espírito de Deus em detrimento da prática da verdade [68].
Ênfase no crescimento da Igreja seguindo os moldes pentecostais pós-modernos e fundamentados nas leis de marketing. Ênfase nos números; os novos “discípulos” são colocados numa comunidade desnutrida pela falta do conhecimento doutrinário, a qual é o resultado do item anterior [69].
Aceitação do secularismo, agora nos moldes do pós-modernismo na vida diária (TV, filmes, DVD, MP4, vídeo games, música popular, moda, esportes, mídia, política, capitalismo, globalização, internet, notícias, cultura popular, entretenimentos diversos, etc. Estes meios de transmitir informações e de entreter são cheios de mensagens ocultistas, pós-modernas e pagãs quase na sua totalidade).


Características do Engano


E.G. White disse que no seu tempo houve o Alfa da apostasia, o panteísmo pregado pelo Dr. Kellogg, que enfatizava Deus em tudo e em todos, religião centralizada no eu, Deus em mim. Isto é, o espiritismo e o paganismo camuflado por uma interpretação distorcida da Palavra de Deus. No fim dos tempos, E.G. White diz que o Ômega da apostasia seria semelhante ao Alfa, porém seria mais sutil do que o Alfa. Este, o Ômega, envolve o espiritismo, a adoração de demônios no lugar de Deus. Essa adoração ao inimigo pode ocorrer de maneira inconsciente; é só aceitar o erro como verdade e conformar-se com isto, que a armadilha já está pronta para apanhar o despercebido.


Chegaria o tempo em que as doutrinas bíblicas poderiam ser confundidas na prática das mesmas. E. G. White disse o seguinte a respeito disto o seguinte:


“Antes dos últimos desenvolvimentos da apostasia haverá uma confusão de fé. Não haverá idéias claras e definidas a respeito do mistério de Deus. Uma verdade após a outra serão corrompidas” [70].


Portanto devemos estar alicerçados na Palavra de Deus. Sobre este mesmo assunto ela disse ainda:


“Não sejais enganados; muitos se apartarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas de demônios. Temos diante de nós o alfa deste perigo. O ômega será de natureza assombradora” [71].


“Devemos estar alertas e não nos separar da mensagem que Deus tem para este tempo. Satanás não é ignorante dos resultados que vem da tentativa de definir a Deus e Jesus Cristo de maneira espiritual que colocam a Deus e a Cristo como uma entidade não existente. O tempo ocupado neste tipo de ciência, em lugar de estar ocupado preparando o caminho do Senhor, prepara o caminho para Satanás entrar e confundir as mentes com o misticismo da sua própria invenção. Ainda que estejam vestidos como anjos de luz, eles têm feito de Deus e de Cristo como se não existissem. Porque? Porque Satanás vê que as mentes estão prontas para este trabalho. As pessoas tem perdido o rumo das pegadas de Jesus e do Senhor Deus, e tem estado a obter uma experiência que é o Ômega de um dos mais perigosos enganos que já existiu com o propósito de levar cativo as mentes dos seres humanos”[72].


“Se Deus, certamente, tem falado através de mim, vocês ouvirão muito em breve de uma ciência deslumbrante -- uma ciência do demônio. O seu objetivo é de anular a Deus e a Jesus Cristo quem Ele enviou. Alguns exaltarão esta ciência e tratarão com a ajuda de Satanás, de anular a lei de Deus. Grandes milagres serão feitos à vista dos homens a favor desta ciência deslumbrante” [73].


Fundamentado nestes textos do Espírito de Profecia, podemos afirmar que as características mais importantes do Ômega, dentre outras, são as seguintes:


Anular a Deus como Pessoa: Façamos a Deus a nossa imagem, isto é, colocar o “eu” no lugar de Deus. Ter como cosmovisão o pós-modernismo, com a sua tendência ao misticismo, sentimentalismo, antropocentrismo, sentidos e emoções, experiências, relacionamento, sem compromisso com verdade anulando assim a obra de Deus. Isto não é nada menos do que paganismo (pentecostalismo). A teologia existencialista segue a mesma vereda. Veja, por exemplo, o livro Vida com Propósito de Rick Warren [74], que está cheio da filosofia espírita da Nova Era, anulando a Deus como ser e rebaixando Sua existência apenas como um ser sobrenatural do tipo da Nova Era que existe dentro de cada individuo.
Anular a justificação pela fé: Ênfase em um dos elementos da justificação pela fé em detrimento do outro. Isto é, aceitar a graça imputada, que é a obra de Jesus por nós em detrimento a santificação que é a obra do Espírito Santo em nós, transformando o coração do pecador que aceitou os méritos do sacrifício de Cristo, que é a graça comunicada.
Substituir o próprio Espírito Santo: Substituí-lo por outro espírito, evitando assim o selamento que preparará o povo de Deus para os eventos finais. Esta é a característica principal desta peça do Ômega.


Estas três características do Ômega estão intimamente relacionadas com a obra do Espírito Santo na vida de um cristão. Ele, o Espírito Santo, revela a Deus para os seres humanos, Ele comunica a Justificação pela fé, especialmente em se falando sobre a santificação, e por último Ele é o que sela a pessoa para a salvação mais tudo aquilo que está implicado neste processo. Assim, em síntese, uma das peças do Ômega é a tentativa satânica de substituição do Espírito Santo por outro espírito, usando meios variados, evitando assim o selamento do remanescente. Por isto E.G. White disse que este tipo de adoração aconteceria antes do fechamento da porta da graça, pois o inimigo sabe que se não temos o Espírito Santo não seremos selados para a salvação. A música, dirigida de maneira errada, entraria neste processo de engano ao suprir o sentimento de posse de um suposto espírito que não é o de Deus no adorador. Isto não quer dizer que todos que participem desta música e louvor não estão sendo selados pelo Espírito Santo, mas implica no perigo de estarmos aventurando no terreno encantado do inimigo.


E.G. White escreveu que aquele fenômeno de “fanatismo pentecostal” que aconteceu em Indiana por volta do ano 1900 se repetirá no futuro antes do término do tempo de graça. Note que ela chama este tipo de adoração de “fanatismo.” Observe por onde entrariam as teorias e os métodos errôneos, isto é, o “fanatismo,”: pelas “nossas reuniões campais.” Satanás quer destruir o meio que a igreja possui para levar a mensagens ou mundo, trazendo este estilo de adoração e louvor para dentro da igreja neutralizando assim a mensagem, resultando em uma igreja cheia, inchada, carecendo do poder do Espírito e da prática da verdade.


Com respeito à música ela disse que “Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida,” mas não fomos abandonados: “instruções claras e definidas têm sido dadas a fim de todos entenderem.” A seguir apresento as citações sobre este parágrafo de acordo com o que está escrito no Espírito de Profecia perceba que ela frisa bem as palavras “o Senhor me mostrou,” indicando a urgência e a fidelidade da origem da informação:


“Não entrarei em toda a triste história; é demasiado. Mas em janeiro último o Senhor mostrou-me que seriam introduzidos em nossas reuniões campais teorias e métodos errôneos, e que a história do passado se repetiria. Senti-me grandemente aflita. Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens, trabalhando com todo o engenho que Satanás pode empregar para tornar a verdade desagradável às pessoas sensatas; que o inimigo estava procurando arranjar as coisas de maneira que as reuniões campais, que têm sido o meio de levar a verdade da terceira mensagem angélica perante as multidões, venha a perder sua força e influência...


O Espírito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de sons como me foram apresentados em janeiro último. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente” [75].


“Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida. Deus convida Seu povo, que tem a luz diante de si na Palavra e nos Testemunhos, a ler e considerar, e dar ouvidos. Instruções claras e definidas têm sido dadas a fim de todos entenderem. Mas a comichão do desejo de dar origem a algo de novo dá em resultado doutrinas estranhas, e destrói largamente a influência dos que seriam uma força para o bem, caso mantivessem firme o princípio de sua confiança na verdade que o Senhor lhes dera" [76].


Conclusão


Com respeito ao termo Ômega, este é a tentativa satânica de substituir o Espírito Santo, quer seja teologicamente, quer seja pela má interpretação das doutrinas bíblicas ou pelo tipo de adoração, ou por qualquer outro meio. Por exemplo, a má interpretação da justificação pela fé e a negação da existência do Espírito Santo ou por qualquer outra coisa que simule emocional e sentimentalmente a obra transformadora do Espírito Santo, como o estilo de música e adoração evangélico pentecostal e pós-moderno. Esta substituição tem como objetivo evitar o selamento do povo remanescente evitando assim o preparo do mesmo para passar pela sacudidura e receber as vestes da justiça de Cristo para participarem nas bodas do Cordeiro.


Temos que, com a ajuda das Escrituras Sagradas e do Espírito Santo, terminar a obra que Deus nos incumbiu unidos. Todo esforço deverá ser feito para não causar desunião. Devemos colocar nossas idéias e preconceitos de lado e seguir os passos de Cristo na obediência da verdade. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é o último movimento verdadeiro sobre a terra, não haverá outro depois deste. Devemos advertir ao mundo com as três mensagens angélicas e fazer o reavivamento do povo remanescente, causando assim uma reforma de vida. Esta é a mensagem presente para o mundo que perece sem o conhecimento da Palavra de Deus [78]. No livro O Grande Conflito está escrito:


“Vigiai, pois, ... para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo." Marcos 13:35 e 36. Perigosa é a condição dos que, cansando-se de vigiar, volvem às atrações do mundo. Enquanto o homem de negócios está absorto em busca de lucros, enquanto o amante dos prazeres procura satisfazer aos mesmos, enquanto a escrava da moda está a arranjar os seus adornos - pode ser que naquela hora o Juiz de toda a Terra pronuncie a sentença: ‘Pesado foste na balança, e foste achado em falta” [77].


Notas Bibliográficas


[1] Jesus disse “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último...” Os próprios títulos “Alfa” e “Ômega” da apostasia podem ser uma indicação da imitação que o inimigo quer fazer da verdade, isto é, tomar o lugar que só é dado a Cristo. Satanás sempre quis ser como Deus, tomando sobre si os Seus atributos de poder e deixando de lado os atributos relacionados como o amor. Satanás dizia no seu coração “. . . serei semelhante ao Altíssimo,” (Is 14:14).
[2] José Carlos Ramos, A Igreja em perigo: O Ômega da apostasia predita por Ellen White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008).
[3] Lewis R. Walton, Ômega (Washington: Review and Herald, 1981), cap. 7.
[4] Ellen G.W. Manuscripts Release, 20, 1906.
[5] Braun, Music in the Ancient Israel/Palestine, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2002).
[6] Braun, 11-12.
[7] Eric Werner, “The Conflict Between Hellenism and Judaism in the Music of the Early Christian Church,” Hebrew University Studies (1975): 407-470.
[8] Vanderlei Dorneles, Cristãos em Busca do Êxtase (Engenheiro Coelho, SP:Unaspress, 2008).
[9] Elen G.White, Música: Sua influência na vida do Cristão (Tatuí, SP: CPB, 2005).
[10] Wolgang Hans Martin Stefani, Música Sacra, Cultura e Adoração, 2 ed. (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2002)
[11] Otimar Gonçalves, “O Hinário Adventista é para Jovem,” Revista do Ancião, abr-jun (2009): 26-28.
[12] Otimar Gonçalves, As Preocupantes Implicações do Uso dos Tambores/Bateria na Adoração a Deus, disponível em http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/implicacoes_bateria.htm
[13] Samuel Bacchiochi, The Christian and Rock Music: a Study on Biblical Principles of Music (Berrien Springs, MI: Biblical Perspective, 2000). Disponível em Português, com a permissão do autor, em http://www.musicaeadoracao.com.br/livros/rock/index.htm
[14] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), vol. 2, p. 38
[15] Norval Peace, And Worship Him (Nashville, TN: Publishing House, 1967), 8.
[16] Ver Manual da Igreja (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), p. 180
[17] Isaías 1:13-14
[18] Ezequiel 31:13
[19] Apocalipse 14:6-12 (As três mensagens angélicas).
[20] Veja também Ellen G.White, Testemunhos para a Igreja (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), vol. 5, p. 453
[21] Jacques B. Doukhan, Secretos de Daniel: Sabiduría y Sueños de um Príncipe Hebreo em el Exilio [Casa Editora Sudamericana: Buenos Aires, 2007], 49
[22] Apocalipse 15:1-8
[23] Ver: Helen G. Grauman, A Música em Minha Bíblia (Santo André, SP: CPB, 1968); Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), vol. 2, pp. 31-39, e outros.
[24] Quando E. G. White comenta este texto não enfatiza o problema da música na ocasião porque o texto já o faz. Portanto, seria redundante ou desnecessário. Ela enfatiza mais a falta de reverência e a presunção da parte Uzá pelo fato de ter pecado acariciado.
[25] Ver II Crônicas 7:6
[26] Vanderlei Dorneles, O Canto do Senhor (artigo), disponível em http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/canto_senhor.htm
[27] I Crônicas 22:6-10
[28] Eric Werner, 416: “Isto é notável o fato de que os três instrumentos ... eram considerado não propícios para o uso no serviço do templo: o aulos (lylj), o tympanom (¸t), e o címbalos (mylxlx) ... os rabinos possuíam uma estima muito baixa sobre estes instrumentos.” Estes címbalos eram os do tipo usados no paganismo.
[29] Joachin Braun, Music in the Ancient Israel/Palestine, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2002), 29, 30, 31.
[30] Números 10
[31] John W. Kleining, The Lord’s Song: The Basis, Function and Significance of Choral Music in Chronicles (England: Sheffield, 1993), 82-83.
[32] “... a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti...,” Almeida Revista e Corrigida, 1969
[33] Veja o aparato crítico da Bíblia Hebraica Stuttgartensia
[34] G. R. Driver, Uncertain Hebrew Words, JTS 45 [1944]: 14
[35] G. A. Cook, The Book of Ezekiel, International Critical Commentary [Edinburg, T &T Clark, 1936], 317
[36] Jahnow Hedwig, "Das Hebräische Leichenlied im Rahmen der Volkerdichtung", em Beihefter zur Zeitschrift fur die Alttestamentliche Wissenchaft, 36 [Giessen: Alfredo Töpelmann, 1923], 222
[37] Schiel, "Fragments de la legende du dieu zu", Revue de Assyriologie et d’Archéologye Orientale, 35 (1938), 14-25
[38] F. Brown, S.R. Driver e C.A. Brigg, eds., A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament (Oxford: Clarendon Press), 1951
[39] W. L. Holladay, A Concise Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1988), 244
[40] JPS-Tanakh, 1985
[41] JPS-1917
[42] Ver novamente Hebreus 8:2-5
[43] b. Chagiga 15b.
[44] Eric Werner, 410.
[45] Ibid. 415. Veja o tratado b. Sukkah 50b sobre os instrumentos usados nos cultos pagãos da Ásia Menor.
[46] Oracula Sibyllina 8, 113 (J. Geffken, Die Oracula Sibyllina, Leipzig, Hinrichs, 1902.), 147; Werner, “Tu,mpanon ouk hvcei. . ., p. 416.
[47] Eric Werner, “The Conflict Between Hellenism and Judaism in the Music of the Early Christian Church,” Hebrew University Studies (1975), p. 411.
[48] Clemente de Alexandria, Paedagogus II, 4.
[49] Eric Werner, 420.
[50] P. Wagner, Einführung in die Gregorianische Melodien ( Leipzig, 1911), I., p. 17. Eric Werner, 432. “Uma lápide de um cristão cantor do quinto séc.: Hic levitarum primus in ordine vivens Davitici cantor carminis iste fuit. Esta descrição foi encontrada na lápide do diácono chamado Deusdedit (Jônatas). “Aqui temos certamente um cristão cantor que havia sido Judeu.” Citado por De Rossi, Roma Sotteranea III (Rome; 1864-77), p. 239, 242; Veja também E. K. Kaufmann, Handbuch der altchristlichen Epigraphik, (Freiburg im Breisgau, 1917), 272.
[51] I Crônicas 30:20, Neemias 12:27, Salmos 136, etc.
[52] P. Wagner, I., p. 43.
[53] Podemos ver isto na conversão de Constantino e suas tropas, na mudança do sábado para o domingo, e muitos outros elementos sincréticos entre o cristianismo e o paganismo.
[54] Eric Werner, 446.
[55] Werner, 457.
[56] Ver (entre outros) O Grande Conflito, p. 678; Primeiros Escritos, pp. 16, 17, 39, 52,125, 126, 151, 153, 167, 191, 288, 289
57] Ver Apocalipse 3:14-22
[58] Veja a obra já citada de Joachin Braun, e verifique como Israel tanto no A.T. como no N.T. estava rodeado de todo tipo de cultura musical e de uma influência fortíssima da cultura dos seus vizinhos e posteriormente dos seus dominadores políticos, os romanos, e seus dominadores filosófico-cultural, os gregos.
[59] Ver Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 454
[60] Gênesis 3:4-5
[61] Veja o capítulo “O Culto Pentecostal Carismático,” em Vanderlei Dorneles, Cristãos em Busca do Êxtase (Unaspress: 2008), 73-134.
[62] Karl Tsatalbasidis, Drums, Rock, and Worship: Modern Music in Today´s Church (Roseville, CA: Amazing Facts, 2003), 41.
[63] Wolfgand, Stefani, Música Sacra, Cultura e Adoração ( Unaspress: 2002 ).
[64] James W. Sire, O Universo ao lado (United Press: São Paulo, 2001).
[65] Ver Ellen G.White, Música: Sua Influência na Vida do Cristão (Casa Publicadora Brasileira: Tatuí, 2005), 36-37; Mensagens Escolhidas vol. 2, pp. 31-39.
[66] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), vol. 2, p. 36.
[67] Idem, p. 37.
[68] Esforços tem sido feito para não cairmos nesta armadilha como as publicações das revistas Membro, Revista do Ancião, Ministério, a tradução do livro Question on Doctrines ao português e a ênfase doutrinária nos treinos de anciãos e nos cursos de Capacitação Teológicas de obreiros oferecido pelo SALT, os Simpósios Teológicos da América Latina, as publicações da Unaspress, CPB e da CePLiB e muitos outros meios. A organização está trabalhando arduamente neste sentido. Portanto todos os Adventistas, não importando sua posição dentro da igreja, deveriam contribuir apoiando estes esforços da organização mantendo todas as características adventistas de povo remanescente.
[69] Há vários artigos que enfocam este problema, veja o Ministério Março – Abril (2009).
[70] Signs of the Times, 28, Maio 1894 em Donald E. Mansell, The Shape of the Coming Crisis (Nampa, ID: Pacific Press, 1998), 140
[71] Manuscripts Release, vol. 7, p. 188; Lt 263, 1904 em Donald E. Mansell, The Shape of the Coming Crisis (Nampa, ID: Pacific Press, 1998), 140
[72] Manuscripts Release, vol. 11, p. 211, em Donald E. Mansell, The Shape of the Coming Crisis (Nampa, ID: Pacific Press, 1998), 140
[73] (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 408; Lt 48, 1907, em Donald E. Mansell, The Shape of the Coming Crisis (Nampa, ID: Pacific Press, 1998), 140
[74] Veja comentários acerca deste livro e desta filosofia de criação e gerenciamento de igrejas em http://www.musicaeadoracao.com.br/crescimento/index.htm
[75] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), vol. 2, p. 37
[76] Idem, p. 38.
[77] Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP - Casa Publicadora Brasileira), p. 495.
[78] João 1:1-18

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