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Tentação. O sentido bíblico de tentação distancia-se do moderno de sedução, desde que significa pôr a pessoa em prova com o elevado objetivo de evidenciar ou melhorar a sua qualidade.
Deus testa o Seu povo, colocando-o em (permitindo) situações que revelam a qualidade de sua fé, para verificar o que está em seu coração, como vemos em Gênesis 22:1, Êxodo16:4, e 20:20. Deus nos testa para nos purificar, assim como o metal é purificado no cadinho do depurador, fortalecendo-nos a paciência e amadurecendo nosso caráter (Salmos 66:10; Zacarias 13:9; 1Pedro 1:6). Por meio da fidelidade em tempos de provação os homens se tornam “doki moi” (aprovados) aos olhos de Deus (Tiago 1:12; 1Coríntios 11:19).
As tentações são permitidas por Deus (Mateus 4:1; 6:16), mas Ele não consente que sejamos tentados acima do que podemos resistir (1Coríntios 10:13). Deus dá ao seu povo a capacitação para resistir à tentação e também para se livrar dela (2Pedro 2:9).
A tentação é permitida como um teste (Jó 1:9-12; 1Pedro 1:17; Tiago 1:2-3), porém, de acordo com a teologia bíblica, podemos ter uma certeza: este teste sempre visa o nosso bem, nunca é um incitamento para o mal. O desejo que nos impele ao pecado é nosso. De maneira nenhuma poderá ser proveniente de Deus.
Tentação não é pecado, pois Cristo foi tentado como nós o somos, mas permaneceu impecável (Hebreus 4:15; Lucas 22:28). A tentação somente se torna pecado quando a sugestão para que se pratique o mal é aceita.
O substantivo grego para tentação, peirasmós, indica qualquer tipo de provação ou tribulação, incluindo a instigação para o pecado. Esta palavra é em pregada 21 vezes, tanto no sentido positivo quanto no negativo.
Para o comentarista Russell Norman Champlin (em O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 6, pág. 16), as provações nos trazem os seguintes benefícios:
1º) Promovem a glória de Deus (João 11:3-4; 21:8-19).
2º) Mostram o poder e a fidelidade de Deus (Salmos 34:18-19; 2Coríntios 4:7-11).
3º) Ensinam-nos a vontade de Deus (Deuteronômio 4:30-31; Oseias 2:6-7).
4º) Fazem-nos voltar a Deus para obter ajuda (Deuteronômio 4:30-31).
5º) Fazem-nos buscar a Deus em oração (Juízes 4:3; Jeremias 31:18).
6º) Elas nos convencem do pecado (Jó 36:8-9; Salmos 119:67).
7º) Elas nos ensinam a obediência (Gênesis 22:1-2)”.
O Espírito de Profecia diz sobre tentação:
“A tentação não é pecado, nem é indício do desagrado de Deus para conosco. O Senhor permite que sejamos tentados, mas mede cada tentação, distribuindo-a segundo as nossas forças para resistir e vencer o mal. É em tempos de prova e tentação que somos capazes de avaliar o grau de nossa fé e confiança em Deus, de calcular a estabilidade de nosso caráter cristão. Se somos facilmente impelidos e derrotados, devemos alarmar-nos, pois pouca é nossa resistência” (Signs of the Times, 18/12/1893).
“As provas sobrevirão a toda alma que ama a Deus. O Senhor não opera um milagre para impedir a provação, para escudar Seu povo das tentações do inimigo” (Review and Herald, 14/09/1897).
Segue-se a resposta dada por W. Arndt (A Bíblia se Contradiz?, págs. 63-64) para a pergunta: “Deus nos Tenta?”
“Gênesis 22:1 – ‘Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova…’
“Tiago 1:13 – ‘Ninguém, ao ser tentado, diga: sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele mesmo a ninguém tenta’.
“Como haveremos de explicar o fato de a Bíblia afirmar que Deus jamais tenta o homem, quando, em outros textos, afirma que o tenta? A solução está no sentido da palavra ‘tentar‘. Esse termo é usado em sentido bom e em sentido mau. Quando empregado em sentido bom, significa experimentar ou provar um homem de modo tal que a disposição de seu coração e suas convicções mais íntimas se tornem manifestas, a fim de que todos possam receber prova indiscutível quanto a seu verdadeiro caráter.
Usado em sentido mau, significa incitar o homem a que faça o mal, para destruí-lo. Todas as aflições que Deus nos envia (permite) podem ser chamadas provas ou tentações que objetivam o nosso bem e, como tais, deveríamos considerá-las bem-vindas. O próprio Tiago, que, na passagem supracitada, afirma que Deus a ninguém tenta, admoesta seus leitores poucos versículos antes: ‘Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança’ (Tiago 1:2-3).
“Foi uma tentação dessa espécie que Deus trouxe sobre Abraão, uma provação severa, na qual ficou provado que sua fé era genuína e vigorosa, e na qual ela sem dúvida foi grandemente fortalecida, sendo que no fim da provação foram reafirmadas as gloriosas promessas que Deus lhe dera. Mas o termo também é usado para designar experiências do tipo oposto, ataques velados que objetiva a lançar o homem na perdição eterna. Quando Tiago diz com referência a Deus: ‘E ele mesmo a ninguém tenta’, fala daquelas seduções perniciosas arquitetadas pelos poderes do mal e que tem por objetivo nossa final e infindável miséria. Semelhantes tentações, naturalmente, não vêm de Deus.
“Nessa conexão pode ser interessante uma palavra adicional sobre a sexta petição do Pai Nosso: ‘E não nos deixes cair em tentação’. Essa petição muitas vezes tem sido entendida como dizendo que Deus tenta seus filhos. Na verdade, não diz nada disso. Simplesmente expressa a súplica de que Deus nos guie de maneira tal que nossos inimigos não possam executar seus ímpios desígnios contra nós, a saber, seduzir-nos ao pecado. Guia-nos de maneira tal (este é o sentido da oração), que Satanás não tenha oportunidade para colocar pedras de tropeço em nosso caminho. De sorte que essas palavras não militam contra as declarações de Tiago de que Deus a ninguém tenta”.
Pecado. O aparecimento do pecado é apresentado na Bíblia como sendo um mistério. 2Tessalonicenses 2:7 o chama de mistério da iniquidade. A origem do mal e a existência do pecado têm dado motivo a profundas divagações para a filosofia e teologia.
“O pecado é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar-se causa para a sua existência, deixaria de ser pecado” (O Grande Conflito, pág. 493).
“É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência” (O Grande Conflito, pág. 492).
Sabemos que o pecado teve sua origem com Lúcifer. Criado com livre arbítrio, ele escolheu deixar de ser Lúcifer (portador de luz) para tornar-se o diabo. Para o significado do vocábulo diabo existem duas explicações:
1ª) Lançado através do espaço para a Terra.
2ª) É assim chamado porque lançou na mente dos anjos dúvidas sobre o caráter de Deus. Continua através dos séculos a fazer esta mesma obra na mente dos homens.
Definições Para Pecado. Por ser difícil incluir numa definição tão abarcante tema, serão apresentadas várias definições para melhor compreensão do assunto.
a) É a transgressão da lei de Deus (1João 3:4).
b) Toda a iniquidade é pecado (1João 5:17).
c) O que não é da fé é pecado (Romanos 14:23).
d) Toda a imaginação do coração não regenerado é pecado (Gênesis 6:5; 8:2).
e) A insensatez é pecado (Provérbios 24:9).
f) A omissão em fazer o que é bom é pecado (Tiago 4:17).
g) Pecado de omissão consiste em deixar de fazer o que a lei de Deus ordena. Pecado de comissão consiste em fazer o que a lei proíbe.
h) Paulo designa o pecado com vários nomes do vocabulário bíblico: impureza, violação da lei, iniquidade, desobediência, transgressão, erro.
i) Pecado é separação entre o homem e Deus (Isaías 59:2). Pecado é quebrar o nosso relacionamento com Deus.
j) Pecado é amor próprio; é egoísmo. O pecado fez com que o homem deixasse de ser Cristocêntrico, alterocêntrico, para tornar-se egocêntrico. Pecado é um mau estado da alma e este mau estado é essencialmente o egoísmo. A conversão consiste na crucifixão do próprio eu (Gálatas 2:20).
k) “Pecado é a falta de conformidade com a Lei moral de Deus, quer por ato, disposição ou estado” (Strong).
l) “Pecado é fechamento egoístico do homem em si mesmo, é negar-se a amar os demais, é ruptura de amizade” (Gutierrez – Teólogo da Libertação).
m) Pecado é uma ação má, contrária a uma ordem que determina o que deve ser.
n) “Pecado é qualquer desvio do padrão de perfeição revelado em Jesus Cristo” (Cliffor E. Barbour).
o) “Pecado é o oposto de santidade; pecado é discrepância de uma lei absolutamente santa” (R. L. Dabney).
p) “Pecado consiste em colocar o homem a sua vontade, ou o seu eu, acima do amor e dos deveres” (W. N. Clarke).
q) “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus ou qualquer transgressão da Lei Divina” (Assembleia de Westminster).
r) “Pecado, no sentido mais lato, é um estado mau da alma ou da personalidade” (A. B. Langston).
s) Para o profeta Oseias, pecado é uma alienação de Deus, tanto coletiva como individualmente.
t) “Pecado é uma nota dissonante na harmonia da obra criadora de Deus” (Francisco Jacinto Pereira Filho).
u) Pecado é a vontade livre e consciente de praticar o mal.
v) Pecado é mais do que transgressão, é a rebelião contra uma pessoa.
w) Se desejar ter um amplo quadro, embora dantesco, do que seja pecado, basta ler as declarações de Paulo em Romanos 1:18-32.
Termos Bíblicos Para Pecado. Há no original, tanto hebraico quanto grego, várias palavras que podem ser traduzidas por pecado.
I . Velho Testamento:
Vários aspectos da concepção do pecado são encontrados no Antigo Testamento.
a) Hatah – significa falhar no aspecto moral e religioso, não alcançar o alvo. Desviar-se do caminho reto. Corresponde ao verbo grego hamartano, como nos mostra a Septuaginta.
b) Awon – enfatiza o aspecto moral, estar torcido, encurvado. Revela o estado da alma do pecador pelo peso da culpa do pecado. Pecado é mais que um ato, desde que awon indica o estado de culpabilidade do transgressor da lei.
c) Pesha – em sentido religioso é o termo mais usado para pecado, por significar uma revolta contra Deus; quebrar a fidelidade à Aliança; tornar-se infiel. É a violação dos preceitos divinos ou rebelião contra Deus.
Jó 34:37 mostra seu real significado: “Pois ao seu pecado (hatah) acrescenta rebelião (pesha).
d) Raiah – É a palavra do Velho Testamento mais traduzida por maldade. Indica todo o tipo de mal com as nuances de indignidade, demência, tirania, disparate, mau procedimento.
e) Rashá – É um termo forense, indicando que a pessoa é culpada perante a lei. Designa a culpabilidade perante os homens e perante Deus (Números 5:7; Levíticos 5:19).
“No Salmo 51:1-2, Davi emprega três destas palavras hebraicas para apresentar um quadro completo de sua vida cheia de pecado; cada uma delas apresentando uma faceta de sua perversidade. A primeira é “pesha“, dando uma ideia de sua alma em rebelião, culpada de haver transgredido voluntariamente a lei de Deus. O segundo empregado é “awon“, que em geral se traduz por iniquidade. Etimologicamente significa depravação ou tortuosidade. As cordas do seu coração e caráter se haviam entrançado, desafinando-se com o diapasão divino. O terceiro vocábulo é “hatah“, cuja ideia fundamental é errar o alvo. Toda a sua vida tomara uma direção errada, visto que o pecado o cegara por completo. Sua vida se desviara do elevado alvo que havia proposto em seu coração” (Estudos no Livro dos Salmos, págs. 98-99, Kyle M. Yates).
II. Novo Testamento:
As palavras aqui encontradas apresentam mais ou menos o mesmo sentido dos vocábulos hebraicos.
a) Anomia – É um ato contrário à lei. O termo grego anomia corresponderia ao nosso ilegalidade. O primeiro verso que nos vem à mente é 1João 3:4 – “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”.
b) Adikia – Em grego a palavra significa privação de justiça, transgressão da justiça. O Dicionário Grego de Arndt and Gingrich assim define adikia: “injustiça, transgressão, maldade, perversidade”.
1João 5:17 – “Toda a injustiça (adikia) é pecado”.
c) Hamartia – Perder o alvo. Corresponde ao “Ratah” hebraico. É a palavra mais usada para pecado no Novo Testamento, aparecendo 173 vezes. Nas cartas paulinas, ocorre 60 vezes.
“Deve ser notado que, no Novo Testamento, hamartia não descreve um definido ato de pecado, mas sim um estado, do qual provém o ato pecaminoso” (William Barclay, New Testament Words, pág, 119).
“Esta palavra é usada no Novo Testamento para expressar o pecado em geral ou, em partícula,r uma ofensa que se comete contra Deus, destacando a culpabilidade que esta produz sobre a pessoa que a comete. Surgem três tipos de hamartia:
1) O pecado como ato individual (Atos 2:38; 3:l9; 1Timóteo 5:22; Apocalipse 1:5; 18:4; Hebreus 1:3; 2:17; 5:1).
2) Como expressão que descreve a natureza corrupta do homem e sua hostilidade contra Deus, a qual se apresenta em formas como: ter pecado (João 9:41; 15:22, 24; 19:11; 1João1:8); temos pecado (1João 3:5); morrer no pecado (João 8:21, 24; 9:34; 1Coríntios 15:17); conhecimento do pecado (Romanos3:20); permanecer no pecado (Romanos 5:13, 20; 6:1 ); corpo de pecado (Romanos 6:6); e, carne pecaminosa (Romanos 8:3).
3) Como pecado em sentido geral, que entrou no mundo por um homem (Romanos 5:12), que se torna visível pela existência da lei (Romanos 7:7-9), engana ao homem (Romanos 7:11; Hebreus 3:13), assedia-o (Hebreus 12:1), habita nele (Romanos 7:17, 20), desperta-lhe as paixões pecaminosas (Romanos 7:5) e toda sorte de concupiscência (Romanos 7:8). Todos os homens estão debaixo do pecado (Romanos 3:9; Gálatas 3:22) ao qual são vendidos como escravos (Romanos 6:16, 20; 7:14; João 8:34; Gálatas 2:17) para servi-lo (Romanos 6:6) de acordo com a sua lei (Romanos 7:23) e para receber seu salário (Romanos 6:23), que é a morte (Romanos 5:21; 7:11; Tiago 1:15)” (Mário Veloso, O Homem uma Pessoa Vivente, págs. 88-89).
d) Asébeia – É o pecado que separa o homem de Deus. É usada apenas 6 vezes no Novo Testamento, e pode ser traduzida por impiedade, perversidade, pecado. Quem comete este pecado afasta-se de Deus.
Diferença Entre Pecado e Pecados. Alguns comentaristas querem fazer nítida distinção entre pecado, no singular (hamartia – estado), e pecados, no plural (paraptoma – passos em falso).
Pensemos nas seguintes afirmações:
“Pecado é caráter; pecados são conduta. Pecado é centro; pecados são circunferência. Pecado é raiz; pecados são frutos. Pecado é o produtor; pecados são o produto. Pecado é natureza; pecados são manifestações. Pecado é fonte; pecados são o fluxo. Pecado é o que somos; pecados são o que temos feito… Deus abomina o pecado com uma santa indignação” (C. N. Keen, A Doutrina do Pecado, pág. 7).
Calvino assim se expressou sobre o pecado:
“O pecado nesta vida produz os tormentos de uma consciência acusadora; na vida futura, os tormentos da morte. Agora podemos colher o fruto da justiça, a saber, a santidade; e a nossa esperança firme é que, no futuro, colheremos a vida eterna. Essas bênçãos, a menos que sejamos embotados além de toda a medida, deveriam gerar em nossa mente o ódio e o horror ao pecado, como também o amor e o desejo pela justiça”.
Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.
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Você aceita o convite para assistir sua própria autópsia? Pegando um pouco mais leve, quero convidar-lhe para a necropsia da sua igreja. Acabo de receber pelo correio um livro publicado, agora em maio de 2014, muito intrigante: Autopsy of a Deceased Church, de Thom S. Rainer. O conteúdo é muito proveitoso. Mas o que me intrigou foi a associação que fiz deste título com uma realidade de apelo urgente que estamos vivendo na nossa igreja, desde 2010. Podemos interpretar que nosso documento sobre reavivamento e reforma trazido da última Assembleia da Associação Geral da Igreja Adventista nos declara como mortos!
Sim! Que definição etimológica você daria para a palavra “reavivamento”? O Dr. M. L. Torres, coordenador do curso de Tradutor e Intérprete do UNASP (Centro Universitário Adventista de SP), comentando os prefixos, radical e sufixo latinos desta palavra oferecidos pelo Dicionário Aulete, esclarece que “etimologicamente, a palavra ‘reavivamento’ significa ‘ação em que uma pessoa morta sofre uma transformação que faz com que ela volte a viver’”. Definição parecida com a explicação do Dr. M. H. Bentancor, da pós-graduação em Letras na UCS: “sugere que o elemento estava vivo, entrou em um processo de morte, e agora tenta reviver.”
Mortos de verdade? Esse é o nosso status? Isto não é o mesmo que brincar com as letras como Machado de Assis fez em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”! Pode parecer engraçado tentar olhar para o próprio cadáver, mas, na realidade, uma autópsia não é em nada prazeirosa, apesar de útil. Sem rodeios, Paulo deixa claro que quem está vivendo em situação de pecado está espiritualmente morto (Efésios 2:1; Colossenses 2:13; Romanos 5:12; 6:23). Eu peco, tu pecas, ele peca, todos nós pecamos (Romanos 3:23). Esse é o nosso contágio mortífero diário (Romanos 7:15-24). Então, vamos olhar para nós mesmos, pelas lentes de um dos homens mais experientes do mundo em consultoria de igrejas, para tentarmos nos autodiagnosticar.
1. Erosão Lenta – A estrutura física da igreja se deteriora a cada ano. O maior impedimento não é financeiro. Os membros simplesmente parecem não se preocupar com a aparência física do prédio. Mas este ato de não enxergar a degradação contínua do local pode ser um item que represente o todo da decadência denominacional ou congregacional pela qual estejam passando.
2. O Passado é o Herói – Nesse caso, geralmente, nos últimos anos, é possível ver um envelhecimento da faixa etária média da membresia. Os membros idolatram outra era, relembrando saudosamente os velhos e bons tempos. Parecem ver seu futuro retornando-se ao passado. Ao dizerem “no meu tempo”, estão demonstrando que não existem mais.
3. Alienação da Comunidade – A igreja se recusa a se parecer com a comunidade em transição na qual está inserida. Os membros se fecham numa espécie de ilha e deixam de ter um ministério focado nas necessidades do povo de onde ela está plantada. Se fosse tirada dali, não faria falta aos de fora. Parece já não existir.
4. Prioridades Orçamentárias Internas – As finanças de uma igreja em extinção são movidas internamente. O que se gasta com interesses denominacionais, igrejeiros e das próprias necessidades locais representa um percentual maior do que o investimento feito no evangelismo ou nas missões.
5. A Grande Omissão – A falta de ênfase no evangelismo é fatal. Quando a igreja perde sua paixão coletiva e obcecada de buscar, alcançar e trazer os perdidos, a congregação passa a morrer. A Grande Comissão é questão vital.
6.Uma Igreja com Preferências – Cada membro tem mais e mais argumentos sobre o que quer. Enquanto a igreja continua declinando, o foco interno dos membros se torna cáustico ou sarcástico. As comissões se tornam amargas. Boca amarga é perda de vida.
7. Mandatos Pastorais Curtos – Igrejas extremamente sadias não são dependentes dos seus pastores. Mas neste caso é o pastorado que vai perdendo seu espaço e diminuindo seu tempo. Quando o ministro sai é um alívio, pois uma característica da igreja que morreu é não precisar mais do pastor, no sentido negativo de rechaçá-lo.
8. Ausência de Programas de Oração Coletiva – A igreja em necrose raramente investe no tempo em que oram juntos. As únicas orações coletivas são breves e em função de algo que aconteceu ou vai acontecer. Mas não existe mais os momentos coletivos que têm a oração como o programa.
9. Sem um Claro Propósito – Uma membresia que não tem suas declarações de missão, visão e propósitos, na realidade não conhece a razão de sua existência. A ausência da razão de viver é a justificativa para o óbito.
10. Obsessão Pelas Instalações – Quando as coisas (e também os cargos, as atividades, os departamentos ou a agenda) são mais importantes que as pessoas, os membros se tornam focados em memoriais e deixam de serem acolhedores. Como a matéria não tem vida, a reprodução cede lugar à falência.
Se a sua igreja apresenta uma ou mais destas propriedades ponderadas por Rainer, procurem o Médico dos médicos (Mateus 9:12). A Igreja nunca morrerá (Mateus 16:18), mas igrejas podem morrer. A única graça alcançada em uma autópsia é a busca pela vida. Por isso, antes deste lançamento, Rainer já publicara uma solução em Breakout Churches (2005), pois é possível que igrejas retornem de seu estado mortuário. Logo, a convocação para o reavivamento é santa e oportuna.
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (João 10:10), disse Jesus à igreja. Não permita que seu corpo fique necrosado.
Autor: Valdeci Júnior
Fonte: http://noticias.adventistas.org/pt
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Quando fazemos
qualquer coisa que seja contra os princípios e os mandamentos dados por Deus na
Bíblia, estamos pecando. Porém, Deus faz distinção entre a gravidade do pecado.
Por exemplo, um cônjuge pode ter pensamentos de relações extraconjugais, mas
não chegar a cometer a ação. O “não cometer a ação” não quer dizer que ele não
tenha pecado; ele pecou em pensamento, sim. Mas a gravidade de seu pecado não
foi tão grande como uma traição. Uma pessoa que mata outra pessoa para se
defender (por exemplo, em um assalto), não deixa de cometer pecado. A Lei de Deus diz que não podemos matar (Ex.
20:13), mas é diferente também de uma pessoa que mata pelo prazer de matar, por
vingança, por ódio, raiva.
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Vivemos em um mundo de sofrimento e doenças. Apesar do desenvolvimento da ciência médica, continuamos com nossas doenças, que geram muito sofrimento e dor. Muitos de nós sofremos e nos perguntamos: “Por quê?” “Por que eu estou sofrendo desta doença? Que mal eu fiz, qual é o pecado de minha alma, pelo qual sofre o meu corpo?”
Muitas vezes, o sofrimento vem de outras causas que não estão relacionadas com algum pecado particular. Jó é um exemplo clássico desta verdade. Após perder todos os filhos e as propriedades, ele sofria de dores lancinantes e intensas na flor da pele, e os seus amigos o “consolavam” dizendo que ele era culpado de pecado. Mas no final da história da grande provação desse patriarca, ficou provado que o seu sofrimento não era causado pelo pecado de que tanto o acusavam. Ele estava sendo provado por Deus e o expunha como um homem íntegro diante de todo o universo.
No tempo de Cristo, os discípulos viram um cego de nascença, e Lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” E Jesus, percebendo logo o erro e o engano em que estavam envolvidos os discípulos, respondeu prontamente: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:2-3). Portanto, nem sempre a doença é o resultado direto de algum pecado.
Entretanto, isso foi diferente no caso de Davi, como ele mesmo descreve no Salmo 38, onde lemos sobre os seus sofrimentos por causa de doença que foi claramente o resultado do seu pecado.
Este Salmo pode ser dividido em 3 partes, e são 3 palavras que se destacam: DOENÇA, DESAMPARO e DECISÃO.
I – DOENÇA (1-8)
“1Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor. 2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou. 3 Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado. 4Pois já as minhas iniquidades se elevam acima de minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças. 5 As minhas chagas se tornam infectas e purulentas, por causa da minha loucura. 6 Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.7 Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há parte sã na minha carne. 8 Estou aflito e muitoquebrantado; dou gemidos por causa do desassossego do meu coração.”
Davi começa com uma súplica a Deus, a fim de que ele não fosse repreendido, nem castigado pela Sua ira. Muitas pessoas começam negando a ira de Deus, afirmando que Ele não tem ira, que Deus nunca fica irado. Mas não podemos negar a ira divina, que ocorre na Bíblia cerca de 700 vezes. Este não é o caminho, muito menos a explicação. A melhor atitude é orar como Davi, para que Deus desvie a Sua indignação de nós e use de Sua imensa misericórdia.
Neste ponto é bom sabermos que a ira divina, mencionada na Bíblia não é uma ira apaixonada como a ira humana. É por isso que muitos querem negar a ira de Deus. Não podem aceitar que um Deus de amor e cheio de misericórdia tenha acessos de ira. Confundem a ira divina com a ira humana. Mas a ira divina, pelo contrário, é uma indignação motivada e despertada pelo nosso pecado, reclamando a justiça.
Davi usa uma linguagem figurada para descrever a ação da ira de Deus sobre ele. “2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou.” E no verso 3, ele relaciona 3 coisas: a doença, a ira e o pecado: “Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.” Aqui está a verdadeira causa da ira divina. O pecado, a iniquidade, a desobediência e a rebelião trazem a ira e a manifestam. E aqui está a verdadeira causa de muitas doenças. Davi sofria de uma doença que desconhecemos, mas como ele mesmo reconhece, era motivada pelo seu pecado.
O pecado traz a indignação, a ira e o furor divino. Paulo tinha em mente a mesma verdade quando escreveu aos Romanos: “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.” (Rm1:18). Davi sentia agora em sua própria carne a realidade da ira divina. Mas não deixou de esclarecer que isso era motivado pelo pecado de sua alma: “4 Pois já as minhas iniquidades se elevam acima de minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças.”Doente, com a saúde debilitada, sem forças, sentindo um fardo pesado, os seus ferimentos estavam infeccionando: “5 As minhas chagas se tornam infectas e purulentas, por causa da minha loucura.” Davi não esconde que o culpado de todo esse sofrimento é ele mesmo.
Muitas pessoas são apressadas em culpar a Deus por seus problemas, doenças e todo o tipo de sofrimentos. “Por que Deus permite que eu sofra tanto assim?” perguntam. Mas, muitas vezes, nós somos os culpados. Quebramos as regras da saúde, desobedecemos a Deus, transgredimos as Suas leis, e ainda inculpamos ao nosso amorável Criador.
Muitos estão sofrendo de câncer do pulmão por causa do vício de fumar. Outros sofrem de cirrose no fígado, pelo vício de beber. Muitos estão sofrendo de obesidade por culpa de sua intemperança no comer. Ainda outros estão sofrendo com o vírus da AIDS, por motivo de sua imoralidade. Outros estão doentes por causa vício das drogas.
Conheci um jovem que era cego, mas reconhecia que ficou assim devido à sua diabete, que por sua vez ocorreu por causa de suas extravagâncias anteriores. Mas conheci outro jovem, ainda, que ficou paralítico por causa de sua bebedeira, que resultou em um grave acidente de moto, e ao visitá-lo, culpava a Deus por sua infelicidade. Conheci um jovem que estava à beira da morte, sofrendo do vírus da AIDS, e mesmo convertido, agora lamentava a devassidão de sua vida passada.
Entretanto, não somos deixados sem esperança. Assim como Davi, seja lá qual for o nosso caso, podemos clamar a Deus e pedir que a Sua ira seja aplacada pela Sua misericórdia, a fim de que afaste de nós o Seu justo castigo de nossos merecidos pecados. Como Habacuque orou: “Na Tua ira, lembra-Te da misericórdia” (Hb 3:2).
II – DESAMPARO (vs. 9-12)
“9Na tua presença, Senhor estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta. 10 Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo. 11 Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe. 12 Armam ciladas contra mim os que tramam tirar-me a vida; os que me procuram fazer o mal dizem coisas perniciosas e imaginam engano todo o dia.”
Por quem foi Davi desamparado?
1. Davi não foi desamparado por Deus. “Na Tua presença, Senhor!” (v.10). Ele sente a presença do Senhor. Pode ter alguma esperança uma pessoa que está muito doente porque viveu em vícios e pecados? Será que Deus abandona uma pessoa que de tanto pecar ficou enferma? Somos fracos pecadores, muitas vezes despertamos a indignação de Deus contra nós por causa de nossos pecados, mas Ele nunca nos abandona, nunca nos desampara. Se nos voltarmos a Ele com fé e confiança, Ele voltará para nós com perdão, paz e proteção. Jesus Cristo não abandonou ao paralítico de Cafarnaum, que ficou doente por pecados de extravagante imoralidade. E Deus não abandonou a Davi, que sofria uma doença por causa de seus pecados.
Então, Davi apresenta uma oração modelo para aqueles que estão aflitos e em pecado: ele apresenta todos os seus desejos e toda a sua ansiedade diante de Deus, não ocultando nada do que se passa em seu coração. Davi apresenta todos os seus motivos diante do Senhor. Assim disse o apóstolo Pedro que devemos fazer: “lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7).
Amigo, quais são os desejos do seu coração? Pode ser que você queira a cura divina, o restabelecimento de uma doença incurável e pede um milagre de Deus. Você pode pedir ao Todo-poderoso que é grande em poder e misericórdia. Pode ser que você muito mais do que um milagre, deseje o Seu perdão, a cura da alma, a vitória sobre um pecado ou um vício oculto. Mas este é o maior milagre que pode ser visto em nossa vida. O que você deseja? Apresente todos os seus desejos diante da presença de Deus, que é rico em graça e abundante em misericórdia.
2. Davi foi desamparado pelos seus “amigos”. “Bate-me excitado ocoração” (v. 10). Ele está com o seu coração tenso, agitado, pulsando descompassadamente. Mas por quê?Qual é o problema que o aflige tanto? Aqui estão os seus problemas: “Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe” (v. 11). Esta era a sua grande tribulação: ele estava doente, quase cego (v. 10), com feridas purulentas, fétido, e as pessoas se afastavam dele. Já aconteceu isso com você? As pessoas se afastaram de você quando você estava doente? Quando você ficou pobre, por acaso os seus amigos ainda permaneceram com você? Quando mais precisamos dos “amigos” parece que eles somem.
Os amigos de Davi se transformaram em inimigos: “Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe” (v. 11). Os amigos e até os seus parentes se afastaram dele, como se ele estivesse leproso. É uma situação muito triste ficar doente e perder os amigos e ver os parentes se afastando e dando desculpas esfarrapadas. Davi se sentiu triste e solitário.
Os amigos de Davi se transformaram em inimigos cruéis: “Armam ciladas contra mim, os que tramam tirar-me a vida.” (v. 12). Havia um perigo de morte contra o rei de Israel. Havia aqueles que desejavam a sua morte, mas se fingiram de “amigos” até que pudessem dar o golpe e ser promovidos. Como em nosso tempo, quando você se sobressai em seu emprego ou negócio ou nos estudos, ou mesmo dentro da igreja você se destaca em um cargo especial, sempre há os invejosos querendo o seu lugar, e tramando derrubar a sua reputação.
De que modo os inimigos de Davi planejavam conseguir os seus maus intentos? “Dizem coisas perniciosas, e imaginam engano todo o dia” (v. 12, úp). Eles não falavam de paz, eles não falavam das grandes obras que o rei havia realizado, nem da segurança do reino que Davi tinhaalcançado. Não falavam das grandes vitórias do grande herói de Israel. Eles falavam de coisas perniciosas, malévolas ou malignas. Falavam de como poderiam enganar os outros contra o rei.
Hoje mais do que nunca precisamos de pessoas que falem de coisas boas, agradáveis e encorajadoras a respeito dos outros. Já estamos cansados de tanto falatório e maledicência contra pessoas íntegras, pessoas na liderança ou fora dela, mas que são um alvo certo das palavras ameaçadoras, palavras malévolas, que estragam a reputação dos melhores homens e mulheres que temos em nossa igreja.
Como é com você, amigo? Você sempre tem palavras sinceras, palavras agradáveis, palavras que constroem a boa reputação dos seus irmãos? Não podemos nem calcular a influência das palavras que refletem para o bem ou para o mal de uma pessoa. Não nos esqueçamos da advertência que nos deixou Cristo em Mateus 12: “36Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo. 37 Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12).
III – DECISÃO (vs. 13-22)
“13 Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a boca. 14 Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que replicar. 15 Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás. 16 Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé. 17 Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.
18Confesso a minha iniquidade; entristeço-me por causa do meu pecado. 19 Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam.20 Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom. 21 Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim. 22 Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.”
Qual foi a reação de Davi diante da triste situação que ele estava enfrentando? Ele decidiu fazer quatro coisas.
1. Davi decidiu calar. V. 13: “Mas eu, como um surdo, não ouço; e,qual mudo, não abro a boca. Sou, com efeito, como quem não ouve, e em cujos lábios não há réplica” (v. 13-14). Diante de tantas acusações que lhe chegavam, diante de tantas infâmias, diante de tantas maledicências, Davi resolveu se calar. Ele sabia que há muita sabedoria em se calar em certas circunstâncias. Noutro Salmo, ele orou ao Senhor: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141:3). Este foi o conselho do profeta Miqueias, no mesmo contexto: “Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro. Guarda a porta de tua boca” (Mq 7:5). E Cristo diante das acusações dos Seus inimigos, “guardou silêncio”, “nada respondeu” (Mt 26:63; Mc 15:5), vindo os governantes a se admirar sobremaneira.
Muitas vezes, deveremos seguir o mesmo exemplo de Davi, de Miqueias e de nosso Senhor Jesus Cristo. Sabiamente, Salomão disse que há um “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3:7). Quando os nossos inimigos estiverem rugindo suas maledicências contra nós, quando estiverem ofendendo as nossas sensibilidades, machucando injustamente os nossos sentimentos, então é o “tempo de estar calado”.
2. Davi decidiu confiar. Somente Deus poderia ajudá-lo e atendê-lo em sua aflição. “Pois em Ti, SENHOR, espero; Tu me atenderás, Senhor, Deus meu” (v. 15). Há aqui 3 invocações feitas por Davi. Na primeira, ele usa a palavra Jeová, no original, que significa “o Eterno” (Yahweh,Jehovah). Ele resolveu confiar em um Deus Eterno. Na segunda invocação, ele usa a palavra Adonay, que significa Senhor, e, como Senhor do universo, Ele é digno de obediência. Davi, ao usar essa palavra, decide ter uma nova vida de obediência e submissão ao Senhor de sua vida.
Na terceira invocação, Davi usa as palavras messiânicas “Deus meu”, que foram as palavras usadas por Cristo na Cruz, ao dizer: “Deus meu, Deus meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27:46). Cristo foi desamparado, a fim de que jamais fôssemos desamparados por Deus. Cristo foi abandonado, a fim de que jamais fôssemos abandonados. Assim como Davi, podemos decidir confiar nesse Deus maravilhoso que fez um imenso sacrifício entregando o Seu amado Filho numa infamante Cruz, a fim de nos salvar. Podemos decidir colocar a nossa suprema esperança e gloriosa confiança em nosso Deus, ainda que todos estejam contra nós, assim como todos estavam contra Davi.
3. Davi decidiu confessar. Davi estava em uma grande angústia, padecendo pela sua doença, em um intenso sofrimento, tendo a sua dor continuamente presente: “Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre perante mim” (v. 17). O que você faria se estivesse doente por causa de seu pecado, se todos os seus amigos estivessem acusando-o e prometendo matá-lo, tendo sido abandonado por seus parentes, e sofrendo ainda a dor de ter magoado o coração de Deus, por causa de seu pecado? Davi decidiu confessar o seu pecado que tanto o atormentava: “Confesso a minha iniquidade; suporto tristeza por causa do meu pecado.” Este é o verdadeiro arrependimento: Confissão, tristeza e abandono do pecado que se confessa e pelo qual se sente tristeza por ter ofendido a Deus.
Conhece a história dos dois irmãos, em que o menino escravizava a irmã? Ambos moravam com seus pais numa fazenda. Num belo dia, a menina brincava como irmão que era mais velho, e jogou uma pedra que acertou no pato, e ele depois de agonizar um pouco, morreu. Disse o irmão: “Vou contar para a mamãe que você matou o pato!” “Não, por favor, não conta. Ela vai brigar muito comigo, porque esse era o seu pato predileto.”
Daí, o menino, querendo se aproveitar do fato, disse: “Então, me puxa no carrinho comigo dentro!” Ela concordou para não sofrer que ele contasse a história do pato para a sua mãe. Mas os dias foram passando e o irmão sempre fazia a mesma chantagem, apelando para a ameaça de contar a história do pato morto para a mamãe, se a irmã não fizesse tudo o que ele queria. Então, veio-lhe uma grande ideia: ela decidiu contar ela mesma para a mamãe e foi confessar o que tinha feito. A mãe a perdoou, e disse que já sabia de tudo e que só esperava que ela contasse, para se livrar da escravidão que o irmão tinha imposto a ela.
Assim, quando todos estavam condenando a Davi por seu pecado, e quando ele já estava doente por causa de tudo isso, então, ele mesmo foi contar ao seu Pai celeste, tudo o que ele tinha feito, e confessou todo o seu pecado e a sua iniquidade diante de Deus. Quando você se sentir abandonado por todos, com a consciência acusando de pecado, siga o exemplo de Davi, confessando o pecado ao nosso amorável Deus que é grande em misericórdia.
4. Davi decidiu comungar. “21 Não me desampares, Senhor; Deus meu, não te ausentes de mim. 22 Apressa-Te em socorrer-me, Senhor, salvação minha!” Comungar significa aproximar-se, comunicar-se, manter comunhão. Davi queria o seu Deus perto dele, em uma feliz comunhão. Então, ele teria a certeza de não ser desamparado. Então, ele teria o socorro que vem de um Deus eterno. Então, ele teria a salvação do Senhor.
CONCLUSÃO
Davi começou procurando livrar-se da repreensão e do castigo de Deus, em Sua ira. Contou de sua doença, do seu abandono de seus amigos, que eram fortes e vigorosos e injustos, pois lhe pagavam o mal pelo bem que receberam, procurando tirar-lhe a própria vida com ódio sem causa no coração (v. 19,20). Mas então, Davi decidiu agir e finalmente se entregou completamente nas mãos de um Deus eterno, alcançando a certeza da salvação em seu Senhor. Siga o seu exemplo, amigo.
Quando se sentir doente, fraco, abatido, vacilante, busque a Deus. Não se desespere, mas confie. Pede ao Senhor que lhe conceda a Sua misericórdia, pede-Lhe a Sua gloriosa graça, apresente-Lhe os argumentos da Cruz do Calvário, em que foi morto o Senhor Jesus Cristo para salvar a sua vida do pecado e do mal, e garantir a sua entrada no Céu.
Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
prbiagini@gmail.com
12/09/2013
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