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domingo, 12 de junho de 2016

O Homem é Predestinado? Existe Predestinação? – Atos 13:48



Atos 13:48 assim foi traduzido na Almeida Revista e Atualizada no Brasil: “… e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.

Seria útil saber que o povo atribui um significado para predestinação, mas o contexto bíblico apresenta outro um pouco diferente.

Para o povo, é crer que Deus traçou um plano para nossa vida, e que devemos segui-lo sem o direito de escolha. Para a Bíblia, predestinar refere-se ao decreto de Deus que possibilita a salvação a todos os que aceitam a Cristo.

Para compreender bem Atos 13:48 os seguintes pontos são importantes:

1º) A palavra predestinação não aparece na Bíblia, mas o verbo predestinar é usado quatro vezes (Romanos 8:28-29; Efésios 1:5 e 11).

2º) O livre arbítrio é uma plena verdade bíblica. Se há livre arbítrio, é impossível haver Deus escolhido um grupo para a salvação e outro para a perdição, sem considerar o privilégio humano da escolha.

3º) Três princípios exegéticos (explicativos) devem ser observados no estudo desta passagem:

a) Que palavra original foi traduzida por “predestinados”;

b) A passagem bíblica deve ser compreendida à luz de todas as outras passagens. Uma passagem não pode contradizer outras;

c) Ter em mente o contexto. Ler o que está antes e o que está depois para concluir o que o autor tinha em mente.

Aplicação desses princípios a Atos 13:48: As traduções não transmitem exatamente a ideia do original. O verbo usado por Lucas é tasso, que significa ordenar, designar, determinar, colocar, mas nesta específica passagem os dicionários gregos lhe atribuem o sentido de dispor, ajustar, submeter-se a um esquema. O verbo não transmite nenhuma ideia de predestinação. Se a palavra original tem vários significados, o contexto deve determinar o sentido em que foi usada.

R. C. H. Lenski, em seu Comentário sobre Atos, pág. 553, afirma: “Embora esta passagem trate da doutrina da conversão, tem sido muitas vezes considerada como um pronunciamento sobre a predestinação. Esta concepção teve início com Jerônimo, que modificou a antiga tradução latina ao trocar ‘ordinati’ por ‘praeordinati’ a fim de tornar a aceitação da fé e da salvação produto de um decreto predestinatório-eterno.

O contexto nos ajuda a compreender o verdadeiro significado de Atos 13:48. O verso 45 declara que os judeus blasfemadores rejeitaram a salvação que Paulo lhes apresentava. Esta rejeição o fez voltar-se para os gentios, que se alegraram ao saber que eles também tinham o privilégio da salvação, concluindo que creram todos aqueles que se dispuseram a aceitar a salvação oferecida.

No contexto das passagens de Romanos e Efésios, onde aparece o verbo predestinar, Paulo ensina que através de Cristo todos fomos predestinados para a salvação.

Se a doutrina da predestinação fosse verdadeira, como harmonizá-la-íamos com as passagens que trazem convites e apelos de Deus aos pecadores para que se arrependam? A leitura atenta de oito versos bíblicos (Jeremias 21:8; Ezequiel 18:32; João 3:16; Atos 10:34; 1Tessalonicenses 5:9; 1Timóteo 2:4; Tito 2:11; 2Pedro3:9) é suficiente para provar que a predestinação não é defensável na Bíblia. Essas passagens e outras que poderiam ser acrescentadas desmoronam o frágil edifício da predestinação calvinista.

Muitas provas poderiam ser adicionadas, confirmantes de que não há nesta passagem nenhuma base para a defesa da predestinação.

Segue-se apenas parte do comentário de Adam Clarke sobre Atos 13:48:

“Esse texto tem sido muito lamentavelmente mal entendido. Muitos supõem que ele signifique simplesmente que os que naquela Assembleia estavam destinados por decreto divino, para a vida eterna creram, dada a força do decreto. Ora, deveríamos ter o cuidado de examinar o que uma palavra significa, antes de tentar estabelecer seu significado. Apalavra original não inclui nenhuma ideia de predeterminação de qualquer espécie”.

Após apresentar vários significados para a palavra original, ele prossegue:

“Portanto tem sido considerada aqui como implicada disposição e prontidão de várias pessoas da congregação, como os prosélitos piedosos mencionados no verso 43, que possuíam o reverso da disposição dos judeus que falavam contra aquelas coisas; contradizendo e blasfemando, verso 45, embora a palavra aqui tenha sido traduzida de várias formas, em todos os sentidos, mesmo assim, de todos os significados que se lhe atribuíram nenhuma discorda mais de sua natureza e significação conhecida do que o que a representa como designando os que foram predestinados para a vida eterna: este não é absolutamente o significado do termo, e jamais se aplicaria a ele”.

Há traduções como esta do Novo Testamento Vivo: “…e todos os que queriam a vida eterna, creram”, que transmitem bem o sentido original.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

sábado, 24 de novembro de 2012

Deus determinou antecipadamente quem vai ser salvo e quem se perderá?



Deus sabe realmente quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (I Jo 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Is 46:10). Mas esse conhecimento divino, que é absoluto mas não-causativo, não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição.

A Bíblia deixa claro que o mesmo Deus que “faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:45) também oferece a salvação a todos igualmente. Ele não apenas ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura” (Mc 16:75), mas também convida: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas...” (Is 55:1) e “Vinde a Mim, todos...” (Mt 11:28). O mesmo conceito da imparcialidade divina é apresentado pelo apóstolo Pedro em sua declaração: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (At 10:34 e 35).

Alegar que todos os seres humanos já nasceram individualmente predestinados para a salvação ou para a perdição implica na rejeição das declarações apostólicas de que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (I Tm 2:4) e “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (II Pe 3:9). Como poderia o apóstolo Paulo haver instado a “que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17:30), se nem todos pudessem se arrepender?

Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Ef 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a conseqüência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação.

A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas conseqüências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna.” – Mais Perto de Deus (São Paulo: Mundo Cristão, 1980), pág. 132.

Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Ef 1:3-14), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”

O Novo Testamento esclarece que mesmo os eleitos do Senhor podem cair da salvação, ao se afastarem de Cristo (Hb 6:4-6). Por essa razão, o apóstolo Paulo declarou: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Co 9:27). E é pelo mesmo motivo que Cristo disse que somente os que perseverarem até o fim serão salvos (Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13).

Portanto, embora o homem seja completamente incapaz de salvar-se a si mesmo, ele pode escolher permitir que Deus o salve ou não.


(Alberto R. Timm)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Deus predestinou Lúcifer para ser Satanás?


diabo
Imagine a cena: Jesus volta em glória e majestade (Ap 1:7) para executar o juízo final sobre o Diabo (Mt 25:41). Antes de Satanás ser jogado no lago de fogo, eles mantêm o seguinte diálogo para “colocar todas as cartas na mesa”:

Demônio: – Por que serei condenado e jogado no lago de fogo se você, em Sua Onisciência, predestinou-me para ser assim?

Jesus Cristo: – Predestinei-o para ser Satanás por causa da minha Soberania.

Demônio: – Mas, se o Senhor é Soberano, por que não determinou, em Sua Soberania, que eu fosse Lúcifer, um anjo de luz, durante a vida toda? Assim, o universo viveria em harmonia por toda a eternidade e muita dor teria sido evitada.

Jesus Cristo: – Já lhe disse: é a minha Soberania quem define isso.

Demônio: – Mas por que tem que ser assim?

Jesus Cristo: – Por que eu sou Soberano e pronto. Mesmo eu sendo amor e tendo estabelecido princípios morais desde a eternidade, em minha Soberania decidi criar seres que me desobedecessem. O que você tem com isso?

Demônio: – Mas eu não poderia ter escolhido ser bom?

Jesus Cristo: – Não! Eu amo o bem e em mim não há treva alguma (1Jo 1:5); escrevi os Dez Mandamentos (Ex 31:18), porém, eu decidi persuadi-lo, desde a eternidade, a ser mau mesmo. Sou Soberano e faço o que eu quiser. Sou livre para predestinar pessoas a desobedecerem aos mandamentos morais que eu mesmo estabeleci (Ex 20; Dt 5).

Demônio: – Tudo bem, Deus. Já que você decidiu em Sua Soberania que eu me tornaria Diabo, vai em frente. Mas que eu ainda não entendi o porquê de haver me criado assim, não entendi. E, nunca entenderei. Afinal, o Senhor deve ter me predestinado para ser ignorante.

[Fim do diálogo]

Esse é mais ou menos o tipo de “diálogo” que os deterministas rígidos (há um tipo de determinismo mais suave) querem que aceitemos. Não foi à toa que o teólogo Clark Pinnock, ex-calvinista, declarou:

“O Calvinismo envolve a pessoa em dificuldades agonizantes de primeira grandeza [ele afirma isso por experiência própria]. Faz com que Deus se transforme num tipo de terrorista que vai por aí distribuindo tortura e desastre [afinal, Deus “determinou” que Hitler mataria 6 milhões de judeus], e até mesmo exigindo que as pessoas façam coisas que a Bíblia diz que Deus aborrece [...]. Não há maneira de limpar a reputação de Deus, num caso assim. Não é preciso a pessoa pensar muito para responder por que muita gente torna-se descrente, ou ateu, ao defrontar-se com tal teologia. Um Deus assim teria muita coisa por que responder”. (Predestinação e Livre-Arbítrio [Mundo Cristão, 2010], p. 78).

Se o Diabo fosse designado por Deus para ser “homicida desde o princípio” (Jo 8:44), o inimigo teria razão em questionar o poder da Soberania de Deus. Afinal, se Deus é Soberano ao ponto de negar a criaturas racionais o direito de escolha, por que não escolheu por elas, para que elas fossem boas por toda a eternidade, assim como Ele é Bondoso?

Separar a soberania de Deus do amor dEle pela moral, tornando-O responsável por aquilo que Ele mesmo odeia, é um sacrilégio. É uma aberração teológica de primeira “grandeza”.

LÚCIFER É QUEM QUIS SER DIABO

Deus não predestinou Lúcifer para se transformar no “capeta”, e muito menos decidiu “programar” criaturas para O amarem, enquanto “programa” outras para O odiarem. O Criador da razão criou Lúcifer perfeito (Ez 28:15) e dotou a humanidade com livre-arbítrio (Gn 2:16, 17; 3:15) para que todos possam amá-Lo livremente e serem moralmente responsáveis pelas próprias atitudes (Gn 4:7; Js 24:15; Tg 1:14). Apenas assim a doutrina do juízo possui sentido (Ec 12:13-14; Rm 14:12; 2Co 5:10).

Os calvinistas rígidos confundem presciência com a predestinação, sendo que Paulo, de modo claro, diferenciou as duas coisas em Romanos 8:29. Se predestinação e presciência não são a mesma coisa, isso significa que Deus não predestina tudo o que Ele prevê.

É claro que presciência e predestinação trabalham juntas; porém, a presciência de Deus não O faz determinar a perdição de grande parte da população. Se assim o fosse, então a presciência de Deus é tão incompetente que O fez “predestinar” a maioria para a perdição (Ap 20:8, 9), ao invés de fazê-Lo predestinar a maioria para o céu (Mt 7:13, 14).

Além disso, os deterministas supervalorizam a Soberania Divina em detrimento do Seu Amor, Onipotência, etc. E, pior: não têm a compreensão correta do conceito bíblico de Soberania Divina.*

Ao invés de crerem que Deus é tão Soberano ao ponto de fazer criaturas livres e moralmente responsáveis (Is 66:4 – preste atenção nesse texto), mesmo após o pecado (interpretemos Romanos 3 à luz de Gênesis 3:15), creem que Ele é Soberano no sentido de programar a mente de cada um para aceitá-Lo ou rejeitá-Lo, sendo que Ele mesmo fica decepcionado quando o ser humano o rejeita! Veja como a Bíblia ignora tal compreensão determinista:

“Como seria bom se eles sempre pensassem assim, e me respeitassem, e sempre obedecessem a todos os meus mandamentos! Assim tudo daria certo para eles e para os seus descendentes para sempre.” (Dt 5:29, NTLH).

Já pensou Deus ficar chateado por Ele mesmo ter predestinado as pessoas para serem desobedientes e pecadoras? Isso é um absurdo sem tamanho. Imaginou o Criador, em Deuteronômio 5:29, lamentar aquilo que Ele mesmo determinou que as pessoas fossem, ou seja, desobedientes? Se lermos o texto com os olhos calvinistas, poderíamos “reinterpretá-lo” da seguinte maneira:

“Como seria bom se eu tivesse predestinado os Israelitas para obedecerem aos meus mandamentos! Pena que não fiz isso em minha Soberania…”

Graças a Deus que, na Bíblia, não há lugar para o “Deus esquizofrênico” criado pelos calvinistas rígidos.

PARADOXO = DESCULPA ESFARRAPADA

Quando questionados sobre como um ser humano pode ser moralmente responsável pelos próprios pecados, se foi Deus quem decretou que o ser humano pecaria, alguns calvinistas respondem que isso é um “paradoxo”.

Na verdade, o termo “paradoxo”, como usado por eles, é mais uma palavra para justificar o injustificado. É uma maneira de a pessoa “sair de fininho” sem se comprometer ainda mais em dar uma explicação racional para determinado fato contraditório.

Em minha opinião, essa palavra, quando empregada pelos deterministas, é um eufemismo para desculpa esfarrapada.

Nossos irmãos calvinistas deveriam aceitar o que a Bíblia ensina em Lucas 7:30: que o pecador rejeita a Cristo por decisão própria e não por decreto Divino:

“Mas os fariseus e os mestres da Lei não quiseram ser batizados por João e assim rejeitaram o plano de Deus para eles.” (Lc 7:30, NTLH).

Veja que Deus é tão Soberano que permitiu aos fariseus rejeitarem o plano dEle para eles! Deveríamos ler a Bíblia e aceitá-la como ela é. Assim, não precisamos criar termos para justificar aquilo que é absurdamente contra a razão e o bom senso.

Assim como o plano do Salvador para os fariseus não era a perdição, o plano da Divindade para você, amigo leitor, não é o lago de fogo. “Deus idealizou e resolveu a estrutura do plano de salvar a humanidade” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, [Casa Publicadora Brasileira, 2011] p. 132), segundo Efésios 1:9, e não idealizou que alguns O rejeitassem.

Desse modo, use corretamente o livre-arbítrio que Ele devolveu ao ser humano (Gn 3:15). Aproveite que Ele colocou em seu coração uma “inimizade” contra a “serpente” (Satanás – Ap 12:9) e decida-se por Jesus Cristo e as Verdades dEle. Aceite o plano de salvação disponibilizado a “todo o mundo” (Mc 16:15) e faça parte do povo de Deus que desfrutará de vida e felicidade eternas ao lado da Divindade:

“[...] Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida.” (Ap 22:17)

E aí, caro leitor? Você crê que Deus criou Lúcifer para ele se transformar em Diabo e Satanás, trazendo assim dor e sofrimento ao universo? Caso não, parabéns! Você não é (ou está deixado de ser) um calvinista rígido e, portanto, compreenderá melhor o plano de salvação e o amor infinito que Deus sente por todas as criaturas dEle.

Esse amor Ele evidencia também ao dar a cada ser a oportunidade de escolher amá-Lo ou não. Se não fosse assim, o próprio Deus não seria “portador” do amor altruísta de 1 Coríntios 13.


* Nota: Nenhum de nós pode compreender a Onisciência Divina. Afinal, não somos deuses. Como afirmou Davi, no Salmo 139:6: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.” Porém, podemos no mínimo nos aproximarmos da Verdade a respeito do assunto, como revelada na Bíblia (de que a Onisciência Divina não fez o Diabo ser Diabo – Ez 28:15). Basta deixarmos as Escrituras falarem por si mesmas e submetermos nossa lógica pecadora à lógica Divina (Is 55:8, 9).

LEANDRO QUADROS

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Somos predestinados por Deus?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Deus não tem culpa de o Diabo ser Diabo

 
Imagine a cena: Jesus volta em glória e majestade (Ap 1:7) para executar o juízo final sobre o Diabo (Mt 25:41). Antes de Satanás ser jogado no lago de fogo, eles mantêm o seguinte diálogo para “colocar todas as cartas na mesa”:


Demônio: – Por que serei condenado e jogado no lago de fogo se você, em Sua Onisciência, predestinou-me para ser assim?


Jesus Cristo: – Predestinei-o para ser Satanás por causa da minha Soberania.


Demônio: – Mas, se o Senhor é Soberano, por que não determinou, em Sua Soberania, que eu fosse Lúcifer, um anjo de luz, durante a vida toda? Assim, o universo viveria em harmonia por toda a eternidade e muita dor teria sido evitada.


Jesus Cristo: – Já lhe disse: é a minha Soberania quem define isso.


Demônio: – Mas por que tem que ser assim?


Jesus Cristo: – Por que eu sou Soberano e pronto. Mesmo eu sendo amor e tendo estabelecido princípios morais desde a eternidade, em minha Soberania decidi criar seres que me desobedecessem. O que você tem com isso?


Demônio: – Mas eu não poderia ter escolhido ser bom?


Jesus Cristo: – Não! Eu amo o bem e em mim não há treva alguma (1Jo 1:5); escrevi os Dez Mandamentos (Ex 31:18), porém, eu decidi persuadi-lo, desde a eternidade, a ser mau mesmo. Sou Soberano e faço o que eu quiser. Sou livre para predestinar pessoas a desobedecerem aos mandamentos morais que eu mesmo estabeleci (Ex 20; Dt 5).


Demônio: – Tudo bem, Deus. Já que você decidiu em Sua Soberania que eu me tornaria Diabo, vai em frente. Mas que eu ainda não entendi o porquê de haver me criado assim, não entendi. E, nunca entenderei. Afinal, o Senhor deve ter me predestinado para ser ignorante.


[Fim do diálogo]


Esse é mais ou menos o tipo de “diálogo” que os deterministas rígidos (há um tipo de determinismo mais suave) querem que aceitemos. Não foi à toa que o teólogo Clark Pinnock, ex-calvinista, declarou:


“O Calvinismo envolve a pessoa em dificuldades agonizantes de primeira grandeza [ele afirma isso por experiência própria]. Faz com que Deus se transforme num tipo de terrorista que vai por aí distribuindo tortura e desastre [afinal, Deus “determinou” que Hitler mataria 6 milhões de judeus], e até mesmo exigindo que as pessoas façam coisas que a Bíblia diz que Deus aborrece [...]. Não há maneira de limpar a reputação de Deus, num caso assim. Não é preciso a pessoa pensar muito para responder por que muita gente torna-se descrente, ou ateu, ao defrontar-se com tal teologia. Um Deus assim teria muita coisa por que responder”. (Predestinação e Livre-Arbítrio [Mundo Cristão, 2010], p. 78).


Se o Diabo fosse designado por Deus para ser “homicida desde o princípio” (Jo 8:44), o inimigo teria razão em questionar o poder da Soberania de Deus. Afinal, se Deus é Soberano ao ponto de negar a criaturas racionais o direito de escolha, por que não escolheu por elas, para que elas fossem boas por toda a eternidade, assim como Ele é Bondoso?


Separar a soberania de Deus do amor dEle pela moral, tornando-O responsável por aquilo que Ele mesmo odeia, é um sacrilégio. É uma aberração teológica de primeira “grandeza”.


LÚCIFER É QUEM QUIS SER DIABO


Deus não predestinou Lúcifer para se transformar no “capeta”, e muito menos decidiu “programar” criaturas para O amarem, enquanto “programa” outras para O odiarem. O Criador da razão criou Lúcifer perfeito (Ez 28:15) e dotou a humanidade com livre-arbítrio (Gn 2:16, 17; 3:15) para que todos possam amá-Lo livremente e serem moralmente responsáveis pelas próprias atitudes (Gn 4:7; Js 24:15; Tg 1:14). Apenas assim a doutrina do juízo possui sentido (Ec 12:13-14; Rm 14:12; 2Co 5:10).


Os calvinistas rígidos confundem presciência com a predestinação, sendo que Paulo, de modo claro, diferenciou as duas coisas em Romanos 8:29. Se predestinação e presciência não são a mesma coisa, isso significa que Deus não predestina tudo o que Ele prevê.


É claro que presciência e predestinação trabalham juntas; porém, a presciência de Deus não O faz determinar a perdição de grande parte da população. Se assim o fosse, então a presciência de Deus é tão incompetente que O fez “predestinar” a maioria para a perdição (Ap 20:8, 9), ao invés de fazê-Lo predestinar a maioria para o céu (Mt 7:13, 14).


Além disso, os deterministas supervalorizam a Soberania Divina em detrimento do Seu Amor, Onipotência, etc. E, pior: não têm a compreensão correta do conceito bíblico de Soberania Divina.*


Ao invés de crerem que Deus é tão Soberano ao ponto de fazer criaturas livres e moralmente responsáveis (Is 66:4 – preste atenção nesse texto), mesmo após o pecado (interpretemos Romanos 3 à luz de Gênesis 3:15), creem que Ele é Soberano no sentido de programar a mente de cada um para aceitá-Lo ou rejeitá-Lo, sendo que Ele mesmo fica decepcionado quando o ser humano o rejeita! Veja como a Bíblia ignora tal compreensão determinista:


“Como seria bom se eles sempre pensassem assim, e me respeitassem, e sempre obedecessem a todos os meus mandamentos! Assim tudo daria certo para eles e para os seus descendentes para sempre.” (Dt 5:29, NTLH).


Já pensou Deus ficar chateado por Ele mesmo ter predestinado as pessoas para serem desobedientes e pecadoras? Isso é um absurdo sem tamanho. Imaginou o Criador, em Deuteronômio 5:29, lamentar aquilo que Ele mesmo determinou que as pessoas fossem, ou seja, desobedientes? Se lermos o texto com os olhos calvinistas, poderíamos “reinterpretá-lo” da seguinte maneira:


“Como seria bom se eu tivesse predestinado os Israelitas para obedecerem aos meus mandamentos! Pena que não fiz isso em minha Soberania…”


Graças a Deus que, na Bíblia, não há lugar para o “Deus esquizofrênico” criado pelos calvinistas rígidos.


PARADOXO = DESCULPA ESFARRAPADA


Quando questionados sobre como um ser humano pode ser moralmente responsável pelos próprios pecados, se foi Deus quem decretou que o ser humano pecaria, alguns calvinistas respondem que isso é um “paradoxo”.


Na verdade, o termo “paradoxo”, como usado por eles, é mais uma palavra para justificar o injustificado. É uma maneira de a pessoa “sair de fininho” sem se comprometer ainda mais em dar uma explicação racional para determinado fato contraditório.


Em minha opinião, essa palavra, quando empregada pelos deterministas, é um eufemismo para desculpa esfarrapada.


Nossos irmãos calvinistas deveriam aceitar o que a Bíblia ensina em Lucas 7:30: que o pecador rejeita a Cristo por decisão própria e não por decreto Divino:


“Mas os fariseus e os mestres da Lei não quiseram ser batizados por João e assim rejeitaram o plano de Deus para eles.” (Lc 7:30, NTLH).


Veja que Deus é tão Soberano que permitiu aos fariseus rejeitarem o plano dEle para eles! Deveríamos ler a Bíblia e aceitá-la como ela é. Assim, não precisamos criar termos para justificar aquilo que é absurdamente contra a razão e o bom senso.


Assim como o plano do Salvador para os fariseus não era a perdição, o plano da Divindade para você, amigo leitor, não é o lago de fogo. “Deus idealizou e resolveu a estrutura do plano de salvar a humanidade” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, [Casa Publicadora Brasileira, 2011] p. 132), segundo Efésios 1:9, e não idealizou que alguns O rejeitassem.


Desse modo, use corretamente o livre-arbítrio que Ele devolveu ao ser humano (Gn 3:15). Aproveite que Ele colocou em seu coração uma “inimizade” contra a “serpente” (Satanás – Ap 12:9) e decida-se por Jesus Cristo e as Verdades dEle. Aceite o plano de salvação disponibilizado a “todo o mundo” (Mc 16:15) e faça parte do povo de Deus que desfrutará de vida e felicidade eternas ao lado da Divindade:


“[...] Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida.” (Ap 22:17)


E aí, caro leitor? Você crê que Deus criou Lúcifer para ele se transformar em Diabo e Satanás, trazendo assim dor e sofrimento ao universo? Caso não, parabéns! Você não é (ou está deixado de ser) um calvinista rígido e, portanto, compreenderá melhor o plano de salvação e o amor infinito que Deus sente por todas as criaturas dEle.


Esse amor Ele evidencia também ao dar a cada ser a oportunidade de escolher amá-Lo ou não. Se não fosse assim, o próprio Deus não seria “portador” do amor altruísta de 1 Coríntios 13.





www.leandroquadros.com.br


@namiradaverdade


@lsquadros


 * Nota: Nenhum de nós pode compreender a Onisciência Divina. Afinal, não somos deuses. Como afirmou Davi, no Salmo 139:6: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.” Porém, podemos no mínimo nos aproximarmos da Verdade a respeito do assunto, como revelada na Bíblia (de que a Onisciência Divina não fez o Diabo ser Diabo – Ez 28:15). Basta deixarmos as Escrituras falarem por si mesmas e submetermos nossa lógica pecadora à lógica Divina (Is 55:8, 9).

sábado, 5 de novembro de 2011

Nascemos com Nosso Destino Traçado?


Em Romanos 9:22-23, Paulo fala em “vasos de ira, preparados para a perdição” e “vasos de misericórdia, preparados de antemão para a glória”. Não seria isso dupla predestinação: uns para a salvação e outros para a perdição?


Devemos nos aperceber de que, em Romanos 9, Paulo trata de dois tipos de predestinação: de papéis ou funções e de caracteres. Analisemos os dois tipos:


1. Predestinação de papéis ou funções - Esse tipo de predestinação é mostrado com o exemplo de Jacó e Esaú, em Romanos 9:11-13: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela [Rebeca]: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei a Jacó, porém Me aborreci de Esaú.” Aqui, Paulo não está falando em “eleição” ou predestinação para a salvação ou perdição, e sim para papéis ou funções no mundo. Jacó, o mais novo, teria um papel mais importante que o do irmão Esaú. Antes do nascimento dos gêmeos, Deus escolheu Jacó para ser o ancestral do Messias. E por que escolheu Jacó e não Esaú? Porque Deus é soberano. Ele escolhe quem quer. Contudo, devemos entender que a escolha soberana de Deus não se dá no vácuo, isto é, por um mero capricho. Em Sua presciência, Deus sabia que tipo de pessoa seria Jacó: mesmo tendo sido enganador algumas vezes, ele “lutaria com Deus” e consigo mesmo para ser uma pessoa melhor e diferente. Sua luta com Deus no vau do ribeiro Jaboque (Gn 32:24-32) foi o momento de seu arrependimento e conversão, tanto que teve seu nome mudado de Jacó, enganador, para Israel, príncipe de Deus. Desse modo, Jacó se tornou habilitado para ser ancestral do Messias, e Jesus nasceu de sua família. Por esse papel destacado na história, Jacó se tornou um “vaso de honra” (Rm 9:21).


Já Esaú, por ter sido “impuro” e “profano” (Hb 12:16), não foi escolhido para o importante papel de ancestral de Cristo. Contudo, ele ainda poderia ser salvo, se assim o desejasse. A escolha de seu irmão Jacó para um papel de destaque não significava que ele, Esaú, devesse perder sua salvação. Esaú e seus descendentes, os edomitas, não tiveram a mesma importância histórica que tiveram Jacó e os israelitas. Foram ”vasos para desonra”, ou “vasos com menos honra” (Rm 9:21). Mas deve-se lembrar de que um vaso “para desonra” ou “menos honra”, como uma lixeira, por exemplo, não é menos útil que um “vaso para honra”, como um vaso para flores, por exemplo. Vasos “para honra” ou “para desonra” não têm nada que ver com salvação ou perdição, e sim com posições de maior ou menor destaque no mundo.


2. Predestinação de caracteres - Esse tipo de predestinação é apresentado pela figura de dois tipos de vasos: “vaso de ira” e “vaso de misericórdia”. “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a Sua ira e dar a conhecer o Seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas de Sua glória em vasos de misericórdia, que para a glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Rm 9:22-24). Esse tipo de predestinação indica que Deus “predestinou”, ou “determinou”, que quem tiver um caráter justo se salvará e quem tiver um caráter mau se perderá. Note que é o tipo de caráter que é predestinado, e não pessoas. Cada pessoa é livre para escolher que tipo de caráter irá desenvolver. Quem (pelo poder de Deus) desenvolver um caráter justo será salvo, tornando-se “vaso de misericórdia”. E quem, ao contrário, desenvolver caráter mau se perderá, tornando-se, assim, “vaso de ira”. A esta altura de nossa análise, é importante deixar bem claro que os vasos não devem ser ”misturados”, isto é, “vaso de honra” não é o mesmo que “vaso de misericórdia”, nem “vaso de desonra” o mesmo que “vaso de ira”. Os vasos “para honra e para desonra” têm que ver com maior ou menor destaque na história, e é Deus quem escolhe; os vasos “para ira e para misericórdia” têm que ver com o tipo de caráter que poderá resultar em perdição ou salvação, e são as pessoas que escolhem que tipo de vaso desejam ser, ou que caráter irão desenvolver.


Pelas informações bíblicas, vemos que Jacó tanto foi um ”vaso de honra” (pela escolha divina) quanto um “vaso de misericórdia” (por sua escolha em se arrepender e mudar de vida). Ele teve papel destacado no mundo, tornando-se ancestral de Cristo, bem como estará, como “vaso de misericórdia”, entre os salvos (ver sua menção entre os heróis da fé, em Hebreus 11:21, 22). Já seu irmão Esaú, além de ter sido um “vaso para desonra” (ou menos honra), ou seja, não ter tido papel de destaque no mundo, pelo seu caráter “impuro e profano” (Hb 12:16), tornou-se também um “vaso de ira” e, a menos que tenha se arrependido antes de morrer, estará entre os perdidos.


Nosso papel no mundo (de maior ou menor destaque) depende, em grande medida, dos dons ou habilidades naturais com os quais Deus nos dotou ao sermos gerados e das oportunidades que Ele nos propicia ao longo da vida. Essa decisão é dEle. Nossa parte é desenvolver ao máximo essas potencialidades. Mas não nos esqueçamos: todos são úteis, com muita ou pouca honra, com maior ou menor destaque. Mas, quanto à salvação ou perdição, podemos escolher se vamos ser “vasos de misericórdia” ou “vasos de ira”. O tipo de caráter desenvolvido determinará se estaremos entre os salvos ou entre os perdidos. Você já fez sua escolha? -


Por Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bíblica e professor de Teologia no Unasp, campus de Engenheiro Coelho, SP. Publicado na RA de Ago/2010.
Via Sétimo Dia

sábado, 29 de outubro de 2011

Quantas vezes Jesus inscreve e risca o nome de alguém no Livro da Vida?

A questão incerta para as criaturas Quem vencerá ao lado de Jesus Cristo? Quem são os “salvos”? Na Bíblia encontro motivos para achar essas perguntas fáceis e difíceis, simultaneamente, de serem respondidas! É fácil no sentido de que os salvos existirão aconteça o que acontecer. O difícil é como entender a Ciência da graça de Deus, a Ciência da “Salvação”! Longe de mim dizer com isto que Deus é complicado ou obscuro em Seu julgamento. Não. Nós é que complicamos tudo, até o assunto “salvação”! Afirmar que a salvação pode ser perdida, bem como afirmar que alguém já está salvo são coisas semelhantemente simples e complexas, segundo a Bíblia, pelo seguinte:


A Salvação de Sansão Este cidadão israelita é um exemplo perfeito dos contrastes que existem dentro do assunto que estamos estudando. JAVÉ abençoou Sansão desde o seu nascimento (Jz 13:24), mas não esqueça do que vimos antes. Há um motivo divino honesto para isto descrito parcialmente na Bíblia. A outra parte certamente Deus explicará aos salvos durante os mil anos de julgamento (ou de revisão do julgamento) no Céu, entre a primeira ressurreição e a segunda morte (Ap 20:4-6). O fato é que Sansão viveu, aos olhos divinos e humanos, como perdido (é só ler sua biografia resumida no livro de Juízes!). Mas, segundo Paulo, além e apesar de caminhar na direção da perdição eterna, Sansão, “por meio da fé”, praticou “a justiça” (Hb 11:32,33) e aguarda a ressurreição dos salvos (:39,40)! Ou seja, existe algo sobre ele que não está na Bíblia ou está e não enxergamos. Além disso, embora eu tenha escrito acima “aos olhos divinos” pelo fato de a Lei de Deus nos informar o que Ele espera daqueles que nEle esperam a salvação, “JAVÉ não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém JAVÉ, o coração” (I Sm 16:7) e este princípio faz uma enorme diferença, embora ele não seja o único critério divino para dar o veredito a respeito do destino do pecador. As obras do pecador refletem (não garantem, mas refletem) seu destino (Tg 2:14-26)! Certamente em vários momentos da vida de Sansão, seu nome não estava na lista dos salvos. Será? A propósito, existe tal lista nas Escrituras? E caso exista, como ter o nome inscrito ali ou riscado desse importante registro? Esse registro é determinante?


O Livro da Vida do Cordeiro “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20:15); “adorá-la-ão [a besta] todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (13:8). “Nela [na Cidade Santa], nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro” (21:27). Portanto, existe sim uma lista com os nomes dos salvos e não ter o nome ali significa perdição eterna. Para ter o nome inscrito nesse Livro deve-se seguir o “Cordeiro”, Jesus Cristo, o “Descendente da mulher”, o Salvador, Aquele que é o Dono da lista! E devido essa comunhão entre pecador e Salvador há transformação de caráter e de estilo de vida: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz JAVÉ: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31:33). E mesmo o povo de Israel falhando em ser o disseminador da redenção divina e a aliança sendo substituída por outra (Mt 21:43), a aliança entre o próprio Cristo e o pecador arrependido e perdoado (Mt 26:28), o resultado permanece o mesmo da aliança anterior: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre” (Hb 10:16,17). E assim como Jesus inscreve o pecador em Seu Livro, da mesma forma Ele o risca! “Que o nome deles seja riscado do livro da vida e que não seja colocado na lista dos que te obedecem!” (Sl 69:28, NTLH). “Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste. Então, disse JAVÉ a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:33). Contudo, como vimos na história típica (verídica e representativa) de Sansão, resta-nos saber se JAVÉ ou o Cordeiro ficará “inscrevendo” e “riscando” o nome de um ser humano várias e várias vezes no decorrer de sua vida! Pois, se descobrirmos isto, saberemos responder completamente as perguntas-motivos desta pesquisa.  


“Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:33) Aqui chegamos num outro momento imprescindível deste estudo: a maneira como Deus julga o pecador! JAVÉ se fez carne na maravilhosa pessoa de Jesus Cristo também para aumentar ainda mais a credibilidade de Seu julgamento. E é o Senhor Jesus, dos Três, quem dará a sentença final sobre cada ser humano (Jo 5:22 e At 17:31). Ele viveu 33,5 anos como ser humano na Terra e de lá pra cá quase 2000 anos como ser humano no Céu! Além disso, Jesus é “Deus Eterno” e nunca deixou de existir (Gn 21:33). Logo, Ele tem credibilidade aumentada para dar Seu veredito! No entanto leia o que Ele mesmo disse a respeito de como exerceria Sua função de Juiz: “Quem me rejeita e não aceita a minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que eu tenho dito serão o juiz dessa pessoa no último dia” (Jo 12:48, NTLH), o que está em completa harmonia com o que Ele já havia dito ao povo israelita (no AT): “Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras” (Jr 17:10, NVI. Leia também Jo 5:45). Em outras palavras isso quer dizer que, não é Jesus quem escolhe ou determina quem será salvo e, consequentemente, quem se perderá! Ele apenas separará uns dos outros em Sua vinda (Mt 13:41-43 e 25:31-33) dando-lhes o que escolheram e determinaram para si, conscientemente, enquanto viviam aqui no mundo! O “riscar” de Deus corresponde, portanto, a uma escolha por parte do individuo.


A predestinação bíblica e o Espírito Santo Todos os descendentes da mulher, no caso de Eva, receberiam do próprio Deus a capacidade (vamos chamar assim) de nascer inimigos de Satanás (Gn 3:15). Por meio do Cordeiro, todos, antes e depois dEle ter morrido sobre o altar da cruz, teriam a oportunidade da “salvação”; isto é, “em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade” (Ef 1:5, NVI). Independente da escolha humana, a “salvação” seria sempre uma opção divina real desde “antes da fundação do mundo” (:4) para um individuo, até que ela seja verificada em seu estilo de vida ou até que ele cometa o pecado contra o Espírito Santo (Mt 12:31,32) e perca eternamente essa opção da Graça (Ef 2:8,9). A Pessoa divina Espírito Santo garante esta opção na vida de todos os que nascem e é um equivoco pensar que só os cristãos possuem o Ajudador. “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador [ou Ajudador], a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14:16,17). Ora, mesmo antes de pedir ao Pai que enviasse o Deus Espírito, Jesus afirmou que Ele já habitava nos discípulos e olha que, pelo menos Pedro, dentre aqueles homens, não era convertido (Lc 22:32) ainda!  Ou seja, mesmo os não cristãos e até os ateus são agraciados com a presença do Senhor Espírito no santuário de seus corpos, como garantia de que eles ainda têm a opção da salvação! “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co 6:19,20). Ele impede Satanás de tomar conta da alma humana desde o ventre materno, de modo que a criança já nasce inimiga de Satanás pela presença de Deus em seu corpinho! Desse modo, enquanto o pecado contra o Espírito Santo não for cometido pelo individuo, há a esperança da salvação, pois o nome daquele pecador permanece no “Livro da Vida do Cordeiro”, de lá não foi riscado. Assim, como o Cordeiro morreu por “todos os homens” (I Tm 2:4, I Jo 2:2 e II Pe 3:9), Ele mesmo inscreveu “todos os homens” em Seu Livro! Se não atrapalharmos Seu trabalho em nosso favor e a transformação que o Espírito busca efetuar em nosso caráter, não teremos nossos nomes riscados e seremos salvos (Ap 3:5). Foi o que aconteceu com Sansão!


Inscrito uma só vez e riscado uma só vez! Não encontro um só versinho nas Escrituras que apóie a ideia de que, no curso de sua vida, o pecador possua várias vezes seu nome inserido no Livro, pelo Cordeiro, por ter sido várias vezes riscado. E isso faz sentido quando entendemos que o Juiz é onisciente! “Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6:64). Apesar de os assistentes de Seu governo sobre o vasto universo serem criaturas, inclusive humanas (Ap 4); a despeito de o caráter do Deus trino ser honesto e preocupado em explicar Suas ações e decisões divinas para Seus súditos; embora anjos e homens sejam limitados em relação ao Criador e não possuam os atributos distintivos de Deus (vida original, onisciência, onipresença, onipotência, imortalidade, etc.), o Deus Eterno pede a confiança de Suas criaturas. Pela limitação de Seus assistentes Deus poderia trabalhar com a repetição dos verbos “inscrever” e “riscar” no Tribunal (ou Santuário celestial: Dn 7:10, Hb 8:2 e Ap 21:22). Mas, o assunto do destino de uma criatura construída por Suas próprias mãos, “a Sua imagem”, é tão solene para o Juiz que Ele inscreveu uma vez todos no livro da vida através de Sua morte substitutiva (I Jo 2:2) e só riscará uma única e determinante vez o nome dos que escolherem se perder, em Seu julgamento pré-advento. Nesse julgamento, embora o Senhor Jesus tenha recebido a incumbência do juízo, JAVÉ trino está envolvido: 


   a)  Deus o Pai – “Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles, até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn 7:21,22); “porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4:23; cf. Jo 8:16).
   b)  Deus o Espírito – “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir” (Mt 12:31,32); “convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:7,8).


Os Três, na Terra e no Céu, a começar pela “casa de Deus” (I Pe 4:17), isto é, pelos que professaram seguir ao Cordeiro (Mt 7:21-23), ser santos (separados do mundo, cf. Lc 18:11) e pertencer ao povo de Deus (Ez 9:6, Mt 8:12), “selam” e “riscam” segundo a decisão de cada pessoa. E isto antes de Jesus voltar, pois como traria Ele o galardão “para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12), como faria “justiça aos santos do Altíssimo” (Dn 7:22) se o Juiz não tivesse concluído os casos perante a nuvem de testemunhas e assistentes presentes no Santuário celestial (Ap 4 e 5)? Certamente Deus julgará também antes da segunda vinda de Jesus os que, aparentemente, não eram religiosos e não professaram seguir nenhuma denominação religiosa. Primeiro porque existirão salvos entre eles (Mt 8:10,11 e 21:31,32); depois porque, como Ele salvaria alguns (após julgá-los) e mesmo sem julgar condenaria outros? “Afinal de contas eu não tenho o direito de julgar os que não são cristãos. Deus os julgará” (I Co 5:13, NTLH). “Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça” (At 17:31; cf Ap 11:18).


Os Julgamentos A Bíblia apresenta quatro momentos de julgamento divino ou retribuição divina (Ap 22:11) definidores e imutáveis. O primeiro já começou há mais de um século e os outros três dependem deste e ocorrerão logo após. Por (Hendrickson Rogers)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os males são resultado do destino?

Há pessoas que não se constrangem em acusar a Deus pelos males que acontecem. É certo que Deus não apenas disciplina e corrige os Seus filhos errantes (Apocalipse 3:19), mas também castiga e destruirá, finalmente, a todos os ímpios impenitentes (Mal. 4:1; Judas 5-7; Apocalipse 20:11-15). Mas essa disciplina e esse castigo são sempre a reação divina, misericordiosa e justa, à manifestação destrutiva do pecado (Rom. 6:23). Assim, não podemos jamais responsabilizar a Deus pelos males que existem no mundo.
Ao longo das Escrituras encontramos inúmeros incidentes em que pessoas, fazendo uso de seu livre-arbítrio, afastaram-se do plano de Deus, e acabaram tendo de suportar as desastrosas conseqüências de suas próprias ações. Foi assim que o pecado entrou no mundo (Gênesis, capítulo 3), e apesar das advertências divinas (Gênesis 2:15-17). Foi também assim que muitos idólatras israelitas acabaram perdendo a vida, em decorrência de sua atrevida desobediência às leis divinas (Êxodo 32 e 20:1-6). E será pela obstinada recusa de aceitar o convite divino à salvação que muitos se perderão, apesar da vontade de Deus ser que “nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pedro 3:9). O princípio da escolha e de suas conseqüências é claramente enunciado nas palavras “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7).
Existem males que nos sobrevêm, e que não podem ser qualificados como castigo divino nem como resultado de nossa imprudência pessoal. Eles ocorrem devido à própria presença do pecado (2a Tim. 3:1-7) e à atuação das forças demoníacas (Efésios 6:10-12). Os sofrimentos de Cristo (Mateus 26 e 27) e do apóstolo Paulo (2aCor. 11:23-27) confirmam essa realidade (João 15:20; 16:33). Mas, além da maravilhosa promessa de que Deus não permite que ninguém seja tentado além de suas forças (1a Cor. 10:13), temos também a confortadora certeza de que Ele é poderoso para transformar males em bem, de forma que “todas as coisas” cooperem eventualmente para o nosso próprio bem (Romanos 8:28).
Num mundo habitado por criaturas morais, dotadas de livre-arbítrio, Deus não predetermina ou predestina tudo o que acontece. Portanto, não podemos culpar o “destino” pelas conseqüências de nossos atos ou pelos males provocados pelos poderes das trevas, antagônicos (contrários) à vontade divina. Mas, como disse alguém, apesar de Deus nunca ter prometido “eliminar todas as tempestades de nossa vida, Ele nos deu a certeza de estar conosco em meio às tempestades”.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Predestinação, vinho e fim do mundo

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O livre-arbítrio de Deus e o nosso


Deus sabe realmente quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (I João 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Isaías 46:10). Mas esse conhecimento divino, que é absoluto mas não-causativo, não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição. A Bíblia deixa claro que o mesmo Deus que “faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:45) também oferece a salvação a todos igualmente. Ele não apenas ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura” (Marcos 16:75), mas também convida: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas...” (Isaías 55:1) e “Vinde a Mim, todos.. ” (Mateus 11:28). O mesmo conceito da imparcialidade divina é apresentado pelo apóstolo Pedro em sua declaração: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (Atos 10:34 e 35). Alegar que todos os seres humanos já nasceram individualmente predestinados para a salvação ou para a perdição implica na rejeição das declarações apostólicas de que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (I Timóteo 2:4) e “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (II Pedro 3:9). Como poderia o apóstolo Paulo haver instado a “que todos, em toda parte, se arrependam” (Atos 17:30), se nem todos pudessem se arrepender? Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Efésios 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a conseqüência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação. A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas conseqüências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna.” – Mais Perto de Deus (São Paulo: Mundo Cristão, 1980), p. 132. Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Efésios 1:3-14), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” O Novo Testamento esclarece que mesmo os eleitos do Senhor podem cair da salvação, ao se afastarem de Cristo (Hebreus 6:4-6). Por essa razão, o apóstolo Paulo declarou: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Coríntios 9:27). E é pelo mesmo motivo que Cristo disse que somente os que perseverarem até o fim serão salvos (Mateus 10:22; 24:13; Marcos 13:13). Portanto, embora o homem seja completamente incapaz de salvar-se a si mesmo, ele pode escolher permitir que Deus o salve ou não.

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, Dezembro de 1997.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Será Que Existe Destino?

Muitos crêem no destino e dizem que quando acontece alguma coisa para alguém, é por causa do destino. Quando nasce uma criança, Deus já lhe traçou o destino?
Antes mesmo do nascimento de qualquer pessoa, Deus já sabe como será essa pessoa e quais as peripécias que lhe assinalarão a vida, mas o que acontecerá com tal indivíduo não ocorre. por estar previsto por Deus, mas é previsto porque irá ocorrer pelo uso que a pessoa fará do seu livre arbítrio. Deus prevê, mas Deus não predetermina.
O Senhor tem um propósito geral para o Universo e para cada pessoa, mas Ele não estabelece o destino de indivíduo algum, nem força a vontade humana, tanto no que diz respeito aos interesses eternos como os temporais. (Ver Josué 24:15; Isaias 55:1; S. João 1:12; 3:16; 7:37; Apocalipse 22:17. Esse propósito geral é que todos cheguem ao conhecimento da verdade e tenham uma vida feliz (II Pedro 4:9, João 10:10; III João 2, etc.) Contudo, Ele não interfere na vontade individual, e cada pessoa colherá as conseqüências da maneira em que empregar o livre arbítrio.
Naturalmente, as ocorrências da vida estão sob o domínio de Deus, e Ele faz com que todas as coisas cooperem "para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito" (Romanos 8:28). Também sucede que Quando alguém se endurece no mal, o Senhor retira Sua proteção dessa pessoa, e ela fica entregue ao domínio de Satanás. Não olvidemos, porém que em tudo isso a livre escolha do indivíduo desempenha uma parte preponderante.
Para confirmar o que foi exposto acima, citamos os seguintes textos bíblicos:
"O tempo e a sorte pertencem a todos" (Eclesiastes 9:11).

"Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo iniqüidade, morrerá por causa dela; na iniqüidade que cometeu morrerá. Mas, convertendo-se o perverso da perversidade que cometeu, e praticando o que é reto e justo, conservará ele a sua alma em vida" (Ezequiel 18:26 e 27).
Todo o capítulo 28 de Deuteronômio constitui também cabal demonstração de que é a atitude e a vontade da pessoa que influem grandemente em seu bem-estar futuro, tanto nas questões materiais como espirituais.
Declara a senhora White: "As profecias não moldam os caracteres dos homens que as cumprem. Os homens executam seu próprio livre arbítrio". - Rcview and Herald, 13 de novembro de 1900.

"Oh! pudesse cada pessoa compreender ser ela o árbitro de seu próprio destino! Convosco jaz vossa felicidade para esta vida e para a futura vida imortal". - Mensagens aos Jovens, p. 31.

"O destino não teceu tão firmemente suas malhas ao redor de qualquer homem, que precisasse permanecer desamparado e na incerteza. Circunstâncias adversas devem criar firme determinação de vencê-las". - Idem, p. 100.

"A cada nação, a cada indivíduo de hoje, tem Deus designado um lugar no Seu grande plano. ... Todos estão pela sua própria escolha decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito". - Educação, p. 178.

"Ver um acontecimento no futuro não faz com que o mesmo ocorra, assim como ver um acontecimento no passado tampouco o leva a ocorrer. Quanto aos eventos futuros, podemos dizer com Whedon: "O conhecimento apanha-os. mas não os origina"". - Strong, Systhematic Theology, p. 286.


- Extraído do livro Consultoria Doutrinária.

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