Pular carnaval em clubes e trios elétricos pode causar prejuízos irreversíveis à audição. Animação à parte, é nessa época do ano que aumenta o número de casos de pessoas com perda auditiva causada pelos ruídos de sons superpotentes dos clubes e trios elétricos.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBOL), o ouvido humano suporta até 90 decibéis, mas a aparelhagem geralmente utilizada em bailes e carnaváis de rua chega a atingir intensidades sonoras da ordem de 120 decibéis.
O otorrinolaringologista Luis Carlos Alves de Sousa, membro da SBOL, afirma que uma pessoa não pode permanecer em um ambiente com atividade sonora de 85 decibéis de intensidade por mais de 8 horas. Esse tempo cai para 4 horas em lugares com 90 decibéis; 2 horas em locais com 95 decibéis; e 1 hora onde a intensidade chega a 100 decibéis.
“Não nos passa pela cabeça tentar convencer as pessoas para que não brinquem o carnaval, mas alertá-las para algumas coisas que podem parecer sem importância, como a altura do som, mas que podem acarretar conseqüências desastrosas para sua vida”, alerta o médico.
Intensidades de som superiores a 85 decibéis, dependendo do tempo de exposição, podem comprometer a capacidade auditiva para sons ambientais, e ainda causar um distúrbio contínuo e muito incômodo, o zumbido.
Uma outra preocupação dos especialistas é com a poluição sonora ambiental, muito comum nas grandes cidades e que pode acarretar conseqüências severas à qualidade de vida da população.
Algumas pesquisas mostram que o ruído fora de controle constitui um dos agentes mais nocivos à saúde humana, causando perda da audição, zumbidos, distúrbios do labirinto, ansiedade, nervosismo, hipertensão arterial, gastrites, úlceras e até impotência sexual.
As repercussões são de ordem individual e coletiva. No Rio de Janeiro, por exemplo, 60% das reclamações recebidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente são relacionadas às agressões sonoras. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera a poluição sonora a terceira maior do meio ambiente, perdendo apenas para a poluição da água e do ar.
Fonte: http://www.ecolnews.com.br