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1. Ocorreu uma era glacial?
Sim. Houve uma época em que as geleiras cobriram grandes áreas da América do Norte e do noroeste da Europa (1). A maioria dos cientistas crê que ocorreram várias eras glaciais, mas alguns criacionistas suspeitam que houve apenas uma Era Glacial, com flutuações que produziram a aparência de mais de uma.
2. Quando ocorreu a era Glacial?
Provavelmente não muito após o dilúvio.
3. O que causou a era Glacial?
Já foram feitas muitas conjecturas acerca da causa da Era Glacial (2) Uma das melhores idéias é a de Michael Oard (3). Oard propõe que o oceano estava ainda morno imediatamente após o dilúvio. Isto significa que muita água se evaporaria e produziria precipitação, especialmente ao longo da trilha de tempestades da costa leste da América do Norte. Esta trilha de tempestades trouxe grandes quantidades de neve para a parte norte da América do Norte, onde o maior acúmulo de gelo ocorreu. Atividades vulcânicas mantiveram os verões frios, aumentando a precipitação e impedindo o derretimento da neve e do gelo. Quando o solo ficava coberto de neve, refletia mais calor do sol do que absorvia, esfriando mais o ar e acelerando o processo. Depois de várias centenas de anos, o oceano se esfriou o suficiente para diminuir a precipitação de mais neve. A atividade vulcânica declinou também, permitindo que os verões se tornassem mais quentes, provocando o derretimento do gelo.
4. Quanto durou a era Glacial?
No modelo de Oard, a Era Glacial pode ter durado menos de 1000 anos. A maioria dos geólogos crê em várias eras glaciais, separadas por períodos mais quentes, durando centenas de milhares de anos.
5. Por que a Bíblia não diz nada sobre a Era Glacial?
A Bíblia registra a história do povo que preservou o conhecimento do Messias prometido. A Era Glacial não é relevante para esta história. Por outro lado, referências tais como Jó 38:22 podem indicar um clima mais frio no princípio da história bíblica.
6. Que se pode dizer sobre outras eras glaciais na coluna geológica?
Outras “Eras Glaciais” têm sido propostas, com base na interpretação de certas evidências, tais como sedimentos não consolidados, que são interpretados como típicos de atividade glacial (4). Entretanto, as evidências de “eras glaciais” pré-quaternárias não são fortes, e já foram propostas interpretações alternativas dos dados (5).
7. Que problemas não resolvidos sobre Eras Glaciais são de maior preocupação?
Como explicar as evidências de que algumas regiões da América do Norte e Europa Setentrional experimentaram intervalos alternados de glaciação e climas mais quentes, sugerindo um período de tempo mais longo do que a maioria dos criacionistas julga disponível? Como explicar sondagens do gelo da Groenlândia e Antártica que são interpretadas como representando períodos de tempo de 100.000 anos ou mais? Qual o significado de seqüências de camadas interpretadas como devidas a mudanças cíclicas na órbita da Terra, chamadas ciclos de Milankovich?
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Notas para as perguntas sobre a Era Glacial
1. Wright A. E., Moseley F., editors. 1975. “Ice Ages: ancient and modern”. Geological Journal Special Issue Nº. 6. Liverpool: See House Press.
2. Imbrie J, Imbrie K. P. 1979. “Ice Ages: solving the mystery”. Cambridge, MA and London: Harvard University Press.
3. Ver: (a) Oard M. J. 1990. “A post-flood ice-age model can account for Quaternary features”. Origins 17:8-26; (b) Oard M. J. 1984a. “Ice ages: the mystery solved?” Part I: “The inadequacy of a uniformitarian Ice Age”. Creation Research Society Quarterly 21:66-76; (c) Oard M. J. 1984b. “Ice ages: the mystery solved?” Part II: “The manipulation of deep-sea cores”. Creation Research Society Quarterly 21:125-137; (d) Oard M. J. 1985. “Ice ages: The mystery solved?” Part III: “Paleomagnetic stratigraphy and data manipulation”. Creation Research Society Quarterly 21:170-181; (e) Oard M. J. 1990. “An ice-age caused by the Genesis Flood”. ICR Technical Monograph. El Cajon, CA: Institute for Creation Research.
4. Ver vários capítulos na referência da Nota 1.
5. Ver: (a) Gravenor C. P., Von Brunn V. 1987. “Aspects of Late Paleozoic glacial sedimentation in parts of the Parana Basin, Brazil, and the Karoo Basin, South Africa, with special reference to the origin of massive diamictite”. In McKenzie G. D, editor. “Gondwana Six: Stratigraphy, Sedimentology and Paleontology”. Geophysical Monograph 41. Washington DC: American Geophysical Union, p 103-111; (b) Rampino M. R. 1994. “Tillites, diamictites, and ballistic ejecta of large impacts”. Journal of Geology 102:439-456; (c) Bennett M.R, Doyle P, Mather A. E. 1996. “Dropstones: their origin and significance”. Palaeogeography, Paleoclimatology, Palaeoecology 121:331-339; (d) Oberbeck V. R., Marshall J. R., Aggarwal H. 1993. “Impacts, tillites, and the breakup of Gondwanaland”. Journal of Geology 101:1-19; (e) “Responses” in Journal of Geology 101:675-679; 102:483-485.
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Produções cinematográficas como a animação “A Era do Gelo” dão sua parcela de contribuição para solidificar a ideia de que os períodos glaciais teriam durado centenas de milhares de anos. De fato, existem evidências de que há muitos anos as geleiras cobriram grandes áreas da América do Norte e do noroeste da Europa, mas teriam durado tanto tempo? Foram várias glaciações (a maioria dos geólogos crê que foram quatro) ou foi apenas uma?
Causa da glaciação – Segundo o Dr. James Gibson, diretor do Geoscience Research Institute, uma das melhores sugestões para a causa da glaciação é a de Michael Oard. Oard propõe que o oceano estava ainda aquecido imediatamente após o dilúvio (devido à liberação das águas sob pressão das “fontes do grande abismo” [Gênesis 7:11]). Isso significa que muita água se evaporaria e produziria precipitação, produzindo grandes quantidades de neve nas regiões mais próximas aos polos. Atividades vulcânicas (que lançam muita poeira na atmosfera) mantiveram os verões frios, aumentando a precipitação e impedindo o derretimento da neve e do gelo. Quando o chão ficou coberto de neve, passou a refletir mais a radiação solar. Isso teria esfriado ainda mais o ar acelerando o processo. Depois de várias centenas de anos, o oceano se esfriou o suficiente para diminuir a precipitação de mais neve. A atividade vulcânica declinou também, permitindo que os verões se tornassem mais quentes, provocando o derretimento do gelo.
Em seu livro O Mundo Já Foi Melhor, Harry J. Baerg acrescenta: “De acordo com as estatísticas realizadas por William J. Humphrey, professor de Física e Meteorologia, três ou quatro vezes o número de vulcões ativos, bloqueando a passagem do calor solar, poderiam reduzir a temperatura média da atmosfera o suficiente para trazer outra era glacial” (p. 66). E existem evidências de que no passado, em certo momento da história, houve muito mais atividade vulcânica (confira as pesquisas do geólogo Nahor Neves de Souza Jr., explicadas em seu livro Uma Breve História da Terra).
Outro requisito importante para uma glaciação é a umidade abundante. “Deve haver uma enorme precipitação de neve para a formação dos vastos campos. Quando a terra emergiu vagarosamente das águas do dilúvio, grandes lagos foram represados atrás de barreiras de material empilhado. Elas devem ter proporcionado parte da umidade necessária para a formação de nuvens de neve. Os oceanos circundando as áreas glaciadas supriram, sem dúvida, o resto. A temperatura fria das primeiras geleiras e a ação dos ventos tenderiam a precipitar a umidade das nuvens carregadas” (O Mundo Já Foi Melhor, p. 67, 68).
Mas como entender as evidências de que teria havido mais de uma glaciação? Segundo Baerg, a atividade vulcânica que teria causado a glaciação excessiva deve ter variado consideravelmente e o gelo poderia ter avançado e recuado várias vezes, não ocupando milhões de anos, necessariamente. Geólogos criacionistas acreditam que o gelo cobriu grande parte das regiões apenas uma vez, e que a evidência atribuída às outras eras é fruto do trabalho das águas durante o dilúvio. “Alguns glaciologistas creem que talvez as glaciações tivessem sido somente fases de avanço e retração de geleiras durante uma época glacial única” (Jean Flori e Henri Rasolofomasoandro, Em Busca das Origens, p. 274).
Duração da glaciação – No modelo de Oard, a Era Glacial pode ter durado menos de mil anos. “Devemos ter em mente”, escreve Baerg, “que não houve necessidade de milhões de anos para se desenvolver uma era glacial. Todos os fenômenos ligados ao gelo poderiam ter ocorrido em um espaço de tempo relativamente curto. Não precisamos pensar que foram necessários milhões de anos para acumular o gelo das geleiras, uma vez que, em poucos meses durante o inverno, grandes porções de terra são cobertas. [...] A formação e o desaparecimento dos lençóis de gelo devem ter ocorrido entre o tempo do dilúvio e o começo da história registrada” (O Mundo Já Foi Melhor, p. 70). E, conforme lembram Flori e Rasolofomasoandro, “a pequena glaciação do século 18 fez oscilar o limite do gelo em torno de alguns milhares de quilômetros, de norte a sul. A oscilação foi verificada no intervalo de tão-somente 150 anos” (Em Busca das Origens, p. 275).
Embora a Bíblia não registre claramente um evento como a glaciação (e esse nem é o propósito dela, ser um documento geológico), o texto de Jó 38:22 pode indicar um clima mais frio no princípio da história bíblica.
Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia
Seu blog: www.criacionismo.com.br
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