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domingo, 5 de janeiro de 2020

Riscado da lista: A forma de cruz da laminina é evidência para um Criador?

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Enquanto viajo pelo país para falar sobre as evidências bioquímicas de um Designer Inteligente, o Criador bíblico, muitas vezes me pedem para comentar sobre o laminina. As pessoas que mencionam essa proteína geralmente ficam bastante empolgadas, convencidas de que sua estrutura fornece fortes evidências científicas para a fé cristã. Infelizmente, eu não concordo.

O que motiva essa pergunta incomum é a afirmação popular de um biólogo molecular de que a estrutura da laminina fornece evidências físicas de que o Deus da Bíblia criou seres humanos e também sustenta nossas vidas. Embora eu acredite sinceramente que Deus criou e sustenta a vida humana, a aparente forma de cruz de laminina não é o caso.

A laminina é um dos principais componentes da lâmina basal, uma fina estrutura em forma de folha que envolve as células do tecido animal. A lâmina basal faz parte da matriz extracelular (MEC). Essa estrutura consiste em uma malha de proteínas fibrosas e polissacarídeos secretados pelas células. Forma o espaço entre as células no tecido animal. O ECM executa uma ampla gama de funções que incluem o fornecimento de pontos de ancoragem e suporte para as células.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

02. Filosofia das Origens (Dr. Nahor Neves de Souza Jr.)

terça-feira, 14 de agosto de 2018

01. Confrontos entre a Ciência e a Bíblia (Dr. Nahor Neves de Souza Jr.)

domingo, 12 de agosto de 2012

Dr. Nahor Neves - Confrontos entre a Ciência e a Bíblia

domingo, 8 de julho de 2012

A Criação do Universo e da Terra



“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Génesis 1:1); a que “princípio” se refere este versículo? O próprio verso nos dá a resposta logo de seguida: “criou Deus os céus e a terra”. Ou seja, “princípio” refere-se a uma época onde se inclui o momento em que a terra e os céus foram criados por Deus.


Porém, este termo surge por diversas vezes na Bíblia, em diferentes contextos. Há, no entanto, alguns textos bíblicos com o mesmo sentido e contexto específico do que é aqui mencionado, os quais nos poderão ajudar a confirmar definitivamente qual a época em causa:
1) “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra das Tuas mãos” (Hebreus 1:10). Mais uma vez é nos dito que a fundação da terra e dos céus foram um dos acontecimentos desta época designada “princípio”.
2) “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai: ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (João 8:44). Podemos entender aqui que “princípio” diz respeito ao período que decorria quando o mal surgiu em Lúcifer, pois antes desse facto não existia o mal nem homicidas. Nessa altura o diabo era um anjo celestial sem mácula. Tudo isto aconteceu antes da fundação do mundo, nos céus.
3) “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3).
Sabemos que o “Verbo” aqui mencionado é Cristo:
.1) “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” (Apocalipse 19:13);
.2) “Pai, aqueles que Me deste, quero que, onde Eu estiver, também eles estejam Comigo, para que vejam a Minha glória que Me deste; porque Tu Me hás amado antes da fundação do mundo” (João 17:21);
.3) “E, agora, glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha Contigo, antes que o mundo existisse” (João 17:5).
Constatamos que aqui “princípio” se refere à época anterior à fundação do mundo.
4) “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (I João 3:8); refere-se à época durante a qual surgiu o mal, e por consequência o pecado. Sabemos que este acontecimento sucedeu nos céus, antes da criação do mundo.
Concluímos assim que este “princípio” foi um período, de duração desconhecida, que antecedeu a criação do mundo. Acontecimentos deste período (não podem ser datados, por isso não há aqui ordem cronológica, mas sim uma ordem da sucessão dos fatos):
- os céus foram criados;
- surge o mal, em Lúcifer;
- rebelião de Satanás contra Deus;
- batalha de Jesus e Satanás no céu;
- criação da terra “sem forma e vazia”; este acontecimento teria de ser obrigatoriamente anterior à expulsão de Satanás;
- Satanás e os seus anjos foram expulsos para a terra.
Outra questão que se levanta é: a que céus se refere Génesis 1:1?
Mais uma vez, a Palavra de Deus não nos deixa desamparados e esclarece-nos, se analisarmos alguns textos:
1) “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca” (Salmos 33:6).
Que exércitos são estes? São os exércitos dos céus,tal como o próprio verso indica . Mas por quem é constituído esse exército dos céus? Sabemos que a Bíblia chama de exército aos anjos de Deus, que O servem, conforme podemos observar nestes versículos:
2) “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo...” (Lucas 2:13);
3) “Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto, por quarenta anos, ó casa de Israel?” (Atos 7:42);
4) “E como antes disse Isaías: se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, teríamos sido feitos como Sodoma, e seríamos semelhantes a Gomorra” (Romanos 9:29);
5) “E seguiam-no os exércitos no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro” (Apocalipse 19:14);
6) “Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tiago 5:4);
7) “Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados” (Génesis 2:1).
A expressão “Senhor dos exércitos”, repetida inúmeras vezes em toda a Bíblia, é clara, trata-se dos exércitos do Senhor, os anjos celestiais.
No entanto, Génesis 2:1 acaba com esta dúvida de vez, indicando-nos precisamente o mesmo contexto de Salmos 33:6 “os céus, e a terra, e todo o seu exército”, ou seja, o exército dos céus e o exército da terra, isto é, tudo o que os céus contém, e tudo o que a terra contém. Podemos assim concluir que este exército é constituído não apenas pelos anjos celestiais, mas também por todo o universo e seus planetas, bem como pelos seres não caídos.
1) “Quando vejo os Teus céus, obra dos Teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste...” (Salmos 8:3); trata-se dos céus que contém a lua e as estrelas.
2) “Ele fez a terra com o Seu poder, e ordenou o mundo com a Sua sabedoria, e estendeu os céus com o Seu entendimento” (Jeremias 51.15).
3) “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para Ele como gafanhotos: Ele é o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda para neles habitar” (Isaías 40:22); se Deus está assentado sobre o globo da terra estes “céus” apenas se podem referir ao espaço sideral, isto é, todo o espaço para além da atmosfera terrestre, onde estão localizadas as estrelas e todos os outros planetas.
4) “Ele fez a terra pelo Seu poder; Ele estabeleceu o mundo por Sua sabedoria, e com a Sua inteligência estendeu os céus” (Jeremias 10:12).
Se isto ainda não bastasse, há ainda um aspeto que nos permite afirmar, com certeza, o fato de que estes “céus” correspondem ao espaço sideral.
A própria Bíblia (pelo menos na tradução da edição revista e corrigida João Ferreira de Almeida) faz a distinção entre “céus” (espaço sideral) de Génesis 1:1 e “Céus” (atmosfera terrestre) de Génesis 1:8.
De destacar que esta distinção surge única e exclusivamente nestes versículos, ao longo de toda a Bíblia. E mesmo assim a distinção apenas está presente desde o versículo 1 até ao versículo 8, pois no versículo 9, e a partir daí, no resto da Bíblia, quando se fala da atmosfera terrestre o termo utilizado é “céus”, como podemos observar nos versos 14, 17, 20 e em diante (nestes, porém, a distinção continua mesmo assim a ser efetuada, quando se está a falar da atmosfera terrestre, não pelas letras minúsculas ou maiúsculas, mas através do termo “expansão dos céus”. Mas, a partir daí desaparece totalmente).
Esta diferenciação, feita pela própria maneira como os termos estão escritos, é natural se tivermos em conta que no versículo 8 se trata de um nome próprio, que aliás, estava a ser utilizado pela primeira vez para designar algo, neste caso a atmosfera terrestre. Para além disso, o termo “céus” de Génesis 1:1 nunca poderia ser no sentido de atmosfera terrestre, pois esta só foi criada posteriormente, no versículo 8.
Ainda em Génesis 1:1, outra questão se coloca: a que “terra” se refere este verso?
a) A uma “terra” sem forma e vazia, sem qualquer tipo de luz, coberta de água. “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Génesis 1:2); “observei a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz” (Jeremias 4.23). Apesar do contexto aqui ser diferente e de ter passado muito tempo depois de Génesis 1:1, 2, Jeremias, como que tendo uma visão, faz uma descrição do estado desta “terra”, descrição essa que até mesmo nos termos é praticamente igual à de Génesis 1:2.


b) Esta “terra” representa o estado primordial do planeta, antes de Deus iniciar o seu processo de ordenamento e renovação, processo esse iniciado apenas a partir do verso 3, pois no verso 2 Deus estava presente mas ainda não tinha comçado a agir: “o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Trata-se de uma terra que existiria provavelmente sob a forma de matéria, talvez um “planeta morto”; “envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra” (Salmos 104:30).


c) De fato, esta “terra” de Génesis 1:1 apenas se poderia referir a este “esboço” do planeta, pois a Terra (continente) propriamente dita só foi criada posteriormente, nos versículos 9 e 10: “... e apareça a porção seca. E assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra...”
E mais uma vez, à semelhança do que aconteceu com a questão dos “céus”, a distinção entre “terra” (“esboço”) de Génesis 1:1 e “Terra” (continente) de Génesis 1:10 é feita também pela própria maneira dos termos estarem escritos, sendo que no verso 10 surge com maiúscula (na tradução João Ferreira de Almeida, edição revista e corrigida) pois é um nome próprio, uma designação que estava a ser dada a algo novo e que estava a surgir pela primeira vez. Esta distinção, tal como aconteceu com a questão dos “céus”, surge unicamente entre Génesis 1:1 e Génesis 1:10 (logo de seguida, no versículo 11 e em diante, já aparece “terra”, com minúscula e não maiuscúla) não estando presente em mais lado nenhum em toda a Bíblia.


Levantam-se assim algumas questões pertinentes: qual o motivo de surgir esta distinção na forma como os termos, “céus” e “terra”, foram escritos? Por que razão não surge esta diferenciação em lado algum na Bíblia, e apenas nestes versículos? Por três razões possíveis, algumas delas já enunciadas:
a) Os termos com maiúsculas são nomes próprios, dados a algo novo que surgia pela primeira vez;
b) Esta distinção surge apenas neste capítulo e nestes versos específicos provavelmente porque era justamente aqui que era necessário ela ser feita;
c) Depois dos termos “Céus” e “Terra” aparecerem não voltam a surgir, pois depois de atribuídos pela primeira vez seria desnecessário estar sempre a repetir e a própria distinção também seria desnecessária.


Conclusões
a) Foi para o “esboço” do planeta terra que Satanás foi precipitado, juntamente com os anjos que aderiram à sua causa (isso aconteceu no período designado “princípio”, de Génesis 1:1), pois a criação da Terra (continente) e do ser humano foram posteriores (Génesis 1:9, 10). A ação de criação e renovação deste “esboço” só foi iniciada no versículo 3.
b) A Terra propriamente dita, que consistia num único continente (a chamada “Pangea”, que ficou dividida posteriormente com o Dilúvio) só foi criada já no terceiro dia: “...e chamou Deus à porção seca Terra... E foi a tarde e a manhã o dia terceiro” (Génesis 1:10, 13); "eles voluntariamente ignoram isto: que, pela palavra de Deus, já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste" (II Pedro 3:5).
c) O planeta irá, de certa forma, regressar ao seu estado inicial (o “esboço”), depois da segunda vinda de Cristo, quando Satanás ficar cá sozinho durante o milénio, enquanto os filhos de Deus estarão no céu com Cristo. Podemos constatar isso pela descrição que é feita na Bíblia do estado em que o planeta ficará e estabelecendo os paralelismos:
.1) “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (II Pedro 3:10);
.2) “Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e destruir os pecadores dela. Porque as estrelas dos céus e os astros não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz... Pelo que, farei estremecer os céus, e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira” (Isaías 13:9, 10, 13);
.3) “Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! para que quereis vós este dia do Senhor? trevas será, e não luz... Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz? Não será completa escuridade, sem nenhum resplandor?” (Amós 5.18, 20);
.4) “Tocai a buzina em Sião, e clamai em alta voz, no monte da Minha santidade: perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do Senhor vem, ele está perto: Dia de trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas, como a alva espalhada sobre os montes, povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração. Diante dele, um fogo consome; e atrás dele, uma chama abrasa: a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele, um desolado deserto; sim, nada lhe escapará...Como o estrondo de carros sobre os cumes dos montes, irão eles saltando; como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, ordenado para o combate... Diante dele, tremerá a terra” (Joel 2:1, 2, 3, 5, 10);


.5) “O grande dia do Senhor está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do Senhor: amargamente clamará, ali, o homem poderoso. Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas...” (Sofonias 1:14, 15);
.6) “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas, e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas” (Lucas 21:25);
.7) “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra” (Apocalipse 6:12);
.8) “E, naquela mesma hora, houve um grande terramoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terramoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu” (Apoca. 11.13);
.9) “E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terramoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terramoto. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilónia se lembrou Deus, para lhe dar o cálix do vinho da indignação da sua ira. E toda a ilha fugiu; e os montes não se acharam” (Apocalipse 16:18, 19, 20).
Pormenores que se destacam: a terra ficará em trevas, desolada, vazia, como um deserto (Jeremias 4:23-28); as águas invadirão a terra (se bem que não permanecerão “e vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21:1); um tremor de terra gigantesco altera a geografia e topografia dos continentes, ficando a forma da terra alterada por consequência. O paralelismo com o “esboço” da terra de Génesis 1:1 é flagrante, as características são as mesmas (com a exceção de que o planeta não ficará totalmente coberto com águas).
Destaque também para Apocalipse 20:1-3: “e vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão... Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos; E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois, importa que seja solto por um pouco de tempo.E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois, importa que seja solto por um pouco de tempo.”
O lugar onde Satanás é lançado é descrito como um “abismo”, que é precisamente o mesmo termo utilizado em Génesis 1:2 para descrever o “esboço” da terra. O Pr. Mark Finley confirma este fato; no livro “Examinai Tudo”, pág.70, a respeito deste aspecto diz também “Apocalipse 20:1,2 acrescenta que Satanás está amarrado por uma cadeia de circunstâncias nesse “poço sem fundo”, ou abismo. A palavra grega “abussos” é a mesma palavra usada na tradução grega do hebraico do Velho Testamento para a frase “sem forma e vazia”. Em Génesis 1:2, quando Deus chamou o mundo à existência, ele era sem forma e vazio, isto é, um mundo desolado, envolto em trevas, um abismo onde nada existia, até que Deus separou a parte seca e criou então um novo mundo, cheio de vida. A terra será, de novo, reduzida ao nada. O pecado será destruído. Desse abismo do velho mundo, Deus criará uma nova terra de extraordinária beleza (II Pedro 3:13; Apoc. 21.1-5).


O ciclo da Criação voltará assim a repetir-se. Em Génesis 1 o “esboço” da terra foi criado e depois Deus iniciou o processo de organização e renovação, surgindo o território retirado das águas. Da mesma forma, durante o milénio Satanás estará num planeta Terra muito semelhante ao “esboço” que existia em Génesis 1, mas depois disso, com a descida da Nova Jerusalém, tudo voltará a ser renovado e reorganizado (o que é confirmado, como se viu, pelo texto acima mencionado do Pr. Mark Finley).


A luz presente em Génesis 1:3 não era proveniente do Sol nem da Lua, pois estes só foram criados posteriormente em Gén. 1:14-18, no quarto dia da criação/remodelação da Terra. Mas esta iluminação era proveniente da glória de Deus; “porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (II Coríntios 4:6), tal como voltará a suceder na Nova Jerusalém: “e a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite” (Apocalipse 21:23, 24, 25).


Da mesma forma, assim como na Nova Jerusalém o Sol e a Lua não serão necessários, também no “esboço” da terra de Génesis 1 não eram necessários porque Deus a iluminava, pois “o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas...” (Génesis 1:2), sendo como “lâmpada... e luz...” (Salmos 119:105).


Os criacionistas, de uma forma geral, atribuem uma idade de cerca de 6.000 anos à Terra: não se sabe, porém, quanto tempo teve o período designado “princípio” (Génesis 1:1), nem se sabe durante quanto tempo existiu o “esboço” da terra (Génesis 1:2).
Autor: Nuno Neves, arqueólogo, membro da IASD Coimbra

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Foram o Universo e a Terra criados ao mesmo tempo?


Segundo o relato da Criação, com que a Bíblia se inicia, “no princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Génesis 1:1).
Mas, pergunta fundamental: que “princípio” foi este? À primeira vista, esta pergunta poderá parecer desnecessária e, por conseguinte, até ridícula! A resposta mais óbvia parece ser uma simples redundância: o princípio é o princípio, ponto final!


Certamente que deveria ser por aqui que deveríamos ficar, se a própria Bíblia não nos falasse de outros “princípios”! De fato, esses outros “princípios” parecem não ter nada a ver com este “princípio” mencionado em Génesis 1:1. Senão vejamos:


Disse Jesus: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8:44; meu negrito).


“Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.” (1 João 3:8; meu negrito).


Segundo o relato da Criação (em Génesis 2), assim que Deus criou Adão e Eva, deu-lhes imediatamente uma ordem para não comerem do fruto de uma determinada árvore que havia no jardim do Éden: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o Senhor Deus lhe deu esta ordem(1): De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:15-17). Fácil nos é compreender que, se Deus deu esta ordem a Adão e Eva, é porque o diabo já era um inimigo declarado de Deus e, se estava presente no jardim do Éden, é porque já tinha sido “atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Apocalipse 12:9)!


Ou seja, os acontecimentos que rodearam a criação deste mundo e de Adão e Eva, tiveram claramente lugar num tempo posterior à expulsão de satanás e dos seus anjos do céu. Ora, se a criação deste mundo e de Adão e Eva ocorreram após a expulsão de satanás do céu, com muito maior legitimidade podemos afirmar que a criação da terra e da raça humana ocorreram muito depois da criação de Lúcifer, uma vez que, também ele, foi criado por Deus (o texto de Ezequiel 28:15, referindo-se a satanás, afirma: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti.” - meu negrito). Ou seja, uma primeira conclusão podemos já retirar: o Deus Criador trouxe à existência seres criados em diferentes momentos, no tempo! Mas há mais…


Não só foram satanás, e provavelmente outros anjos, criados muito antes de Deus ter criado este planeta Terra e os seus habitantes, mas outros seres (não angélicos) foram também criados bem antes desta terra e dos seus habitantes terem vindo à existência! É o que nos diz o próprio Deus, numa série de perguntas que colocou ao Seu servo Jó para levar este a cair em si e a reconhecer a Sua autoridade suprema sobre todas as coisas: “Onde estavas tu, quando Eu lançava os fundamentos da terra(2)? Diz-mo, se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva [entenda-se: anjos], juntas, alegremente cantavam e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38:4-7).


Quem eram estes “filhos de Deus”, aqui mencionados, que “rejubilavam”, se os próprios “fundamentos da terra” estavam a ser lançados? Seres humanos? De forma alguma, uma vez que estes só foram criados depois da terra ter sido fundada! A única resposta plausível é que se tratavam de seres, também eles, obviamente, criados por Deus, mas que já existiam aquando da criação desta terra e dos seus habitantes! Foi tudo criado por Deus ao mesmo tempo? A resposta a esta pergunta agora parece-nos óbvia: Não! Mas ainda há mais…


Um fabuloso texto que encontramos no livro de Provérbios vem, de forma clara e definitiva, encerrar este assunto e esclarecer, uma vez por todas, a nossa questão inicial (os negritos por mim acrescentados têm a função de realçar o assunto que estamos a tentar compreender):


“O Senhor me possuía no início da Sua obra, antes das suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida(3), desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda Ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando Ele preparava os céus, aí estava eu;” (Provérbios 8:22-27).


Conclusões óbvias a retirar deste texto:


1ª) Há “obras mais antigas” do que outras, o que significa claramente que Deus não criou tudo ao mesmo tempo, mas foi antes criando diferentes obras em diferentes épocas, no tempo;


2ª) O “princípio” aqui referido nesta passagem bíblica refere-se claramente a uma época que existiu “antes do começo da terra”. Daí que possamos inferir que o “princípio” mencionado em Génesis 1:1 pode não se referir, necessariamente, ao “começo [desta] terra”;


3ª) O texto refere ainda que “ainda Ele não tinha feito a terra” quando já “preparava os céus”. Pelo paralelismo típico da literatura hebraica (sobretudo na chamada literatura poética e sapiencial, de que o livro de Provérbios é um exemplo), podemos colocar em paralelo as seguintes expressões: “antes do começo da terra” = “ainda Ele não tinha feito a terra” e “[as] suas obras mais antigas” = “quando Ele preparava os céus” e concluir que a criação dos céus ocorreu antes da criação da terra, uma vez que a criação dos “céus” aparece na categoria das “Suas obras mais antigas”.


Conclusão final: O texto de Gênesis 1:1, à luz de outros textos bíblicos, pode assim ser facilmente compreendido como sendo uma referência genérica à criação do universo, assim como à criação de um primeiro “esboço” da terra (“esboço” esse que corresponde à “terra… sem forma e vazia”, mencionado no versículo 2). O universo foi, todo ele, criado por Deus (ver Hebreus 11:3), mas numa época anterior à criação deste planeta Terra em que habitamos. E tal conclusão, longe de pôr em causa qualquer princípio de fé bíblico, reforça antes a nossa compreensão do Deus que a Bíblia nos apresenta.


Pensemos no seguinte: acreditamos nós que Deus é simultaneamente um Deus eterno e um Deus criador? Para qualquer cristão bíblico, a resposta é clara e óbvia: sim! Então, se Deus é um Deus criador e ao mesmo tempo um Deus eterno, não faz muito mais sentido acreditar que Ele foi manifestando o Seu poder criador ao longo dos séculos e milênios da Eternidade? Certamente que sim! Caso não acreditássemos nesta premissa básica, e pensássemos que Deus criou tudo num determinado momento, então surgiria uma pergunta, cuja resposta certamente ridicularizaria a pessoa de Deus: se Deus criou tudo ao mesmo tempo, então o que é que Ele esteve fazendo durante os restantes séculos da Eternidade? Nada? Não faz muito sentido ir por essa via!


Uma última pergunta: faz algum sentido aceitar que possam existir estrelas que emitem a sua luz há milhares ou mesmo biliões de anos? Respondo com outra pergunta: o que é que são esses milhares ou biliões de anos, comparados com a eternidade de Deus? Daí que a expressão contida em Gênesis 1:16 “e fez também as estrelas” não faça muito sentido no contexto da criação desta terra! De facto, essa expressão não aparece nos manuscritos mais antigos e terá sido, por isso, adicionada por um escriba no decorrer de um trabalho de cópia, talvez por esse escriba achar que, nesse texto, seria provavelmente o melhor local para se falar da criação das estrelas, cuja referência lhe parecia estar omissa (e estava mesmo).


“Foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”? Sem dúvida nenhuma que sim! Mas o autor da epístola aos Hebreus diz-nos (em Hebreus 11:3) que é “pela fé” que “entendemos” essa realidade, o que pressupõe que tal conhecimento ultrapassa qualquer paradigma meramente racional e/ou científico(4). É pela fé que entendemos, e não apenas pela razão, porque a razão aqui torna-se claramente insuficiente para apreendermos a globalidade das obras criadas por um Deus onipotente! Mas uma coisa podemos saber, com base na Bíblia, e compreender de forma racional: Deus não criou tudo ao mesmo tempo, porque sendo Ele simultaneamente eterno e criador, foi manifestando em diferentes épocas sucessivas o Seu Poder criador.


(1) “Esta ordem” mostra como Deus os tinha feito seres moralmente livres. Afinal de contas, se não tivessem a possibilidade de desobedecer, porquê adverti-los?


(2) Certamente que a “terra” aqui mencionada se refere ao nosso planeta Terra!


(3) Referência à Sabedoria, que Ellen White afirmou tratar-se da pessoa de Jesus Cristo (Ver: Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 247-248 ou Patriarcas e Profetas, nova edição da Publicadora Servir, pág. 12).


(4) Isto tendo em conta que, de uma maneira geral, o paradigma científico atual não aceita nada da ordem do sobrenatural, apenas factos do mundo natural. Por conseguinte, é rejeitada liminarmente à partida qualquer intervenção da fé! Contudo, não deixa de ser estranha tal assunção, pois, na prática, na base de qualquer paradigma científico a fé ou a crença em algo está presente!
Autor: Pastor Adventista Paulo Cordeiro

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ciência, Verdadeira e Falsa, e a Revelação


 A Geologia sem a História Bíblica Não Prova Nada — Geólogos céticos declaram que o mundo é muitíssimo mais velho do que ensina o registro bíblico. Eles rejeitam o relato bíblico por causa de coisas, que são para eles evidências tiradas da própria Terra, de que o mundo existe há dezenas de milhares de anos. E muitos que professam crer no relato bíblico não sabem o que dizer para explicar as coisas maravilhosas que são encontradas na Terra, a partir da visão de que a semana da criação foi de apenas sete dias literais, e que o mundo possui agora somente seis mil anos. Estes, para se livrarem das dificuldades colocadas diante deles por geólogos céticos, adotam a opinião de que os seis dias da criação foram períodos vastos, indefinidos e que o dia de descanso de Deus foi outro período indeterminado, tornando sem sentido o quarto mandamento da santa lei divina. Alguns avidamente aceitam esta posição, porque ela destrói a força do quarto mandamento, fazendo-os sentirem-se livres da responsabilidade que recai sobre eles. Os mesmos têm ideias limitadas do tamanho dos homens, animais e árvores antediluvianos e das grandes mudanças que tomaram lugar na Terra.

Ossos de homens e animais são encontrados nas montanhas e vales, mostrando que homens e animais maiores já viveram na Terra. Foi-me mostrado que animais muito maiores e poderosos existiram antes do dilúvio e hoje não existem mais. Algumas vezes, instrumentos de guerra e árvores petrificadas são encontrados. Pelo fato de os ossos dos seres humanos e dos animais encontrados na Terra serem superiores aos dos homens e animais de hoje, ou daqueles que viveram em muitas gerações passadas, alguns concluem que o mundo é mais antigo do que consta em qualquer relato bíblico, que foi povoado muito tempo antes dos registros da criação, por uma raça de seres humanos muito superiores em tamanho aos homens que hoje vivem sobre a Terra.

Foi-me mostrado que sem a história bíblica a Geologia não pode provar nada. Vestígios encontrados na Terra dão prova de condições que em muitos aspectos diferem do presente; mas o tempo em que essas condições existiram na terra apenas pode ser descoberto pelo Registro Inspirado. Pode parecer inocente conjeturar além da história bíblica, uma vez que nossas suposições não contradizem os fatos encontrados nas Sagradas Escrituras, mas quando os homens deixam a Palavra de Deus com respeito à história da criação e buscam analisar a obra criativa de Deus através de princípios naturais, colocam-se num oceano de incertezas sem limites. Deus nunca revelou aos mortais exatamente como concluiu a obra da criação em seis dias literais. As obras da criação são tão incompreensíveis quanto à Sua existência …

A Palavra de Deus é-nos dada como lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. Aqueles que a deixam de lado e procuram perscrutar os maravilhosos mistérios de Jeová, segundo as suas próprias filosofias cegas, tropeçarão em trevas. Um guia foi dado aos mortais através do qual podem entender a Deus e Suas obras, tanto quanto necessitarem. A Inspiração, ao nos apresentar a história do dilúvio, explicou mistérios grandiosos que a Geologia, independente da Inspiração, nunca o faria.

É obra especial de Satanás levar o homem caído a se rebelar contra o governo de Deus, e ele tem sido bem sucedido em seus esforços. Ele tem tentado obscurecer a lei de Deus, que é, em si mesma, muito clara, bem como manifesta um ódio especial contra o quarto preceito do decálogo, porque este define o Deus vivo, o Criador dos céus e da Terra. Os preceitos mais retos de Jeová são distorcidos, cedendo lugar a fábulas incrédulas.

O homem será deixado sem desculpa, pois se ele deseja crer, Deus deu evidência suficiente sobre a qual sustentar a fé. Nos últimos dias, a Terra será quase destituída de fé verdadeira. Sobre a mais simples pretensão, a Palavra de Deus será considerada sem confiabilidade, enquanto que o raciocínio humano será aceito, embora esteja em oposição aos fatos claros da Escritura. Os homens se esforçarão para explicar por meio de causas naturais a obra da criação, as quais Deus nunca revelou. Mas a ciência humana não poderá desvendar os segredos do Deus do céu e explicar as obras estupendas da criação que foram um milagre do poder do Onipotente, nem mesmo revelar como Deus veio à existência.

“As coisas não reveladas pertencem ao Senhor nosso Deus; mas as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre”. Homens que professam ser ministros de Deus, erguem suas vozes contra a investigação da profecia, apregoando às pessoas que as profecias, especialmente as de Daniel e João, são obscuras e que não podemos entendê-las. Mas alguns desses mesmos homens que se opõem à investigação da profecia por ser obscura, avidamente aceitam as especulações de geólogos que contestam os registros mosaicos. Mas, se a vontade revelada de Deus é tão difícil de ser compreendida, certamente os homens não deveriam apoiar sua fé em meras especulações com respeito àquilo que Deus não revelou. Os caminhos de Deus não são os nossos caminhos, nem os Seus pensamentos são os nossos pensamentos. A ciência humana nunca poderá explicar as obras maravilhosas dEle. Deus fez com que homens, animais e árvores, muitas vezes maiores do que os que estão hoje sobre a Terra, e outras coisas, fossem ser enterradas por ocasião do dilúvio, e lá permanecessem como prova ao homem de que os habitantes do antigo mundo pereceram num dilúvio. Deus desejava que a descoberta destas coisas na Terra fortalecesse a fé da humanidade na história inspirada. Todavia, o homem com seu vão raciocínio, fez mau uso das evidências providas por Deus para exaltá-Lo, incorrendo no mesmo erro que os antediluvianos — as coisas que Deus deu a eles como benefício, transformaram-nas em maldição, ao fazerem mau uso delas. 3SG, págs. 91-96 (1864).


Declarações de 1880 a 1889


Os Cientistas Se Veem Perdidos Quando Tentam Separar a Natureza do Poder de Deus — Quando os cientistas procuram separar as obras da natureza da manifestação imediata e constante do poder divino, eles estão num mar sem bússola … Os céticos podem multiplicar as dúvidas, zombadores podem zombar, mas o verdadeiro cristão repousa tranquilamente em Deus, na certeza de que Ele recompensará a todos que, diligentemente, O buscarem. ST, 11 de novo de 1880.

Os Problemas do Infinito Não São Solucionados Separados da Revelação — A mente finita, ávida em seu desejo de satisfazer a curiosidade e resolver os problemas da eternidade, negligencia seguir o rumo claro indicado pela vontade revelada de Deus e perscruta os segredos não revelados desde a fundação do mundo. O homem constrói suas teorias, perde a simplicidade da fé verdadeira e torna-se demasiadamente importante para acreditar nas declarações do Senhor, resguardando-se com conceitos próprios. ST, 14 de abril de 1881.

O Perigo da Exaltação da Razão Humana sobre a Revelação — Outro pecado da mente é o de exaltar e deificar a mente humana em detrimento da divina revelação. Aqui, também, nós temos que “cingir os lombos da mente”. Vivemos numa época em que a mente dos homens está sempre em busca de algo novo; este desejo é louvável, se corretamente direcionado e mantido dentro dos limites apropriados. Deus tem-nos dado, por meio de Suas obras criadas, o suficiente para estimular o pensamento e motivar a investigação. Não é Seu desejo que os homens sejam menos perspicazes, menos inquiridores ou menos inteligentes, mas com todas as nossas ambições e em todas as nossas pesquisas, deveríamos nos lembrar de que a arrogância não é grandeza, nem o conhecimento, presunção. O orgulho humano é uma evidência, não de força, mas de fraqueza e revela não a sabedoria, mas a tolice. A exaltação excessiva da mente é desprezível; colocar o humano em oposição ao Divino é torná-lo desprezível. ST, 13 de abro de 1882.

Sem a Iluminação da Revelação, a Mente Mais Profunda se Torna Confusa em Sua Investigação da Obras do Criador — Aqueles que não têm vital conexão com Deus são jogados para lá e para cá, apegando-se sempre a opiniões de homens sábios que se sentam em julgamento sobre Deus, Suas obras e caminhos. Mentes finitas e débeis pesam a Palavra de Deus em balanças humanas. A sabedoria destes assim chamados grandes homens é tolice para Deus, pois foram cegados pelo deus deste mundo. Unicamente aqueles que estão dispostos a serem considerados tolos aos olhos destes sábios homens do mundo, terão a sabedoria divina. Deus não habitará com aqueles que rejeitam a Sua verdade, pois todo aquele que ignora a verdade, ignora o Seu Autor …

Como podem aqueles que se acham destituídos de divina iluminação possuir ideias acertadas quanto aos planos e aos caminhos de Deus? Eles O negam inteiramente e passam por alto Sua existência, ou limitam-Lhe o poder segundo suas próprias finitas concepções.

O que tenho visto das coisas eternas, bem como o que tenho testemunhado da fraqueza da humanidade, como Deus tem apresentado para num, tem-me impressionado profundamente o espírito e influenciado a obra de minha vida. Não vejo motivo algum para que o homem seja louvado ou glorificado. Não vejo razão alguma para que as opiniões dos sábios mundanos e dos chamados grandes homens mereçam confiança e sejam exaltadas. Aqueles que estão ligados com o Deus infinito são os únicos que fazem um uso apropriado de seu conhecimento ou do talento confiado a eles pelo Criador onisciente. Nenhum homem realmente excederá em conhecimento e influência, a menos que esteja ligado com o Deus da sabedoria e poder.

A verdadeira evidência do Deus vivo não se encontra meramente na teoria; acha-se na convicção que Deus nos escreveu no coração, iluminada e explanada por Sua Palavra. Acha-se no poder vivo das obras que criou, vistas por olhos iluminados pelo Espírito Santo. A preciosa fé inspirada por Deus dá força e nobreza ao caráter. Os poderes naturais são ampliados por causa da santa obediência. Todas as filosofias da natureza humana têm conduzido à confusão e vergonha quando Deus deixou de ser reconhecido como tudo em todos …

Os mais profundos intelectos do mundo, quando não iluminados pela Palavra de Deus, se tornam confusos e perdidos enquanto tentam investigar questões de ciência e revelação. O Criador e Suas obras estão além da compreensão finita; e como os homens não conseguem explicá-los pelas leis naturais, a história bíblica é considerada duvidosa. Muitos estão tão prontos para excluir a Deus do exercício de (Sua) soberana vontade e poder na ordem estabelecida do universo, que rebaixam o homem, a mais nobre das Suas criaturas. As teorias e especulações da filosofia fazem-nos acreditar que o homem surgiu gradualmente, não meramente de um estado selvagem, mas de uma forma mais baixa da criação bruta. Tais teorias e especulações destroem a dignidade do homem porque não admitem o poder miraculoso de Deus.

Deus tem permitido que uma torrente de luz incida sobre o mundo nas descobertas da ciência e da arte; mas aqueles que prelecionam e escrevem sobre esses assuntos meramente do ponto de vista humano, certamente chegarão a conclusões erradas. Os espinhos do erro, ceticismo e infidelidade são disfarçados ao serem cobertos com as vestimentas da filosofia e da ciência. Satanás tem criado esta maneira engenhosa de atrair almas para longe do Deus vivo, da verdade e da religião. Ele exalta a natureza acima de Seu Criador.

Atualmente, a única segurança está em sentir a importância da relação entre cultura religiosa e educação geral, por meio da qual podemos escapar da maldição do conhecimento não santificado. Todo esforço deve ser empreendido na educação da juventude a fim de impressionar-lhe a mente com o amor e o poder da verdade como em Jesus. Quando o véu que separa o tempo da eternidade for removido, então virá a muitas mentes a clara percepção da política da sabedoria humana em comparação com a palavra segura da profecia. Toda a verdadeira educação conduz à harmonia com Deus e à obediência a Ele. Quando aquilo que parecia incompreensível tornar-se uma luz brilhante vinda do trono de Deus, a alma será preenchida com grandioso assombro que jamais fora visto e compreendido.

Cristo e o Pai estão continuamente operando através das leis da natureza. Aqueles que divagam sobre as leis da matéria e da natureza, seguindo o próprio conhecimento limitado e finito, perdem de vista (se não negam) a contínua e direta atuação de Deus. Muitos se expressam de forma que dão a ideia de que a natureza se opõe ao Deus da natureza, agindo por sua própria conta e limite. Muitos fazem uma forte distinção entre o natural e o sobrenatural, sendo o natural atribuído a causas comuns, não ligadas com a interferência de Deus. O poder vital é atribuído à matéria, e a natureza é deificada. Concebe-se que a matéria é posta em certas relações e abandonada a agir segundo leis fixas, em que o próprio Deus não pode interferir; que a natureza está dotada de certas propriedades, e sujeita a leis, e é então abandonada a si mesma para obedecer a essas leis, e realizar o trabalho que lhe foi originalmente atribuído. Isso é ciência falsa; nada há na Palavra de Deus que o confirme. Deus não anula as Suas leis, mas está continuamente operando por meio delas, usando-as como instrumentos Seus. Elas não atuam por conta própria.

Deus está perpetuamente atuando na natureza. Ela é serva Sua, por Ele dirigida como Lhe aprazo Por sua atuação, a natureza testifica da presença sagaz e da intervenção ativa de um Ser que procede em todas as Suas obras em conformidade com Sua vontade. Não é por meio de uma faculdade original inerente à natureza que ano após ano a Terra produz as suas dádivas, e prossegue em sua marcha em redor do Sol. A mão do infinito poder está perpetuamente em atividade, guiando este planeta. É o poder de Deus, exercido momento a momento, que o mantém em posição na sua rotação. O Deus do Céu trabalha continuamente. É pelo Seu poder que a vegetação cresce, que cada folha brota e toda flor desabrocha. Não é como resultado de um mecanismo que, uma vez posto em movimento, continue a funcionar, que o pulso bate e respiração se segue a respiração. Em Deus vivemos, nos movemos e existimos. Cada respiração, cada batimento do coração constitui prova contínua do poder de um Deus onipresente.

Deus é que faz o Sol surgir no céu. Ele abre as janelas do céu e dá a chuva. Ele faz crescer a vegetação sobre os montes. Ele “dá a neve como lã, esparge a geada como cinza”. (Sal. 147:16). “Fazendo Ele soar a Sua voz, logo há arruído de águas no céu … Ele faz os relâmpagos para a chuva, e faz sair o vento dos seus tesouros”. (ler, 10:13). Embora o Senhor terminou sua obra na criação, Ele está constantemente empenhado em suster e usar, como servas Suas, as coisas que criou. Disse Cristo: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.” (Jó 5:17). 3TS, pág. 260.

Homens da maior inteligência não podem compreender os mistérios de Jeová revelados na natureza. A divina inspiração formula muitas perguntas às quais o mais sábio não sabe responder. Essas perguntas não foram feitas para que eles as respondessem, mas para chamar-nos a atenção para os profundos mistérios de Deus, e ensinar-nos quão limitada é nossa sabedoria; que no ambiente de nossa vida diária, muitas coisas existem além da compreensão das mentes finitas; que o discernimento e propósitos de Deus excedem a pesquisa. Sua sabedoria é inescrutáve1. Se Ele se revela ao homem é envolto em nuvem densa de mistério. O propósito de Deus não é revelar-se ao homem mais do que já se fez conhecido. Pudessem os homens entender plenamente os caminhos e obras de Deus, e então não creriam nEle como um Ser infinito. Sua sabedoria, razões e propósitos não são para ser compreendidos pelo homem. “Quão inescrutáveis os Seus caminhos!” (Rom. 11:33). Seu amor não pode nunca ser explicado por princípios naturais e se pudesse ser feito, não sentiríamos que poderíamos crer nEle com toda nossa alma.

Os céticos recusam-se crer em Deus, porque com sua mente finita não podem compreender o infinito poder com que se revela aos homens. Mesmo o mecanismo do corpo humano não pode ser plenamente compreendido; apresenta mistérios que desconcertam o mais inteligente. Uma vez que a ciência humana não pode em suas pesquisas explicar os caminhos e obras do Criador, os homens duvidam da existência de Deus e atribuem poder infinito à natureza. A existência de Deus, Seu caráter, Sua lei, são fatos que todo homem de intelecto elevado não pode refutar. Negam as advertências divinas e negligenciam o interesse de suas almas, porque não podem compreender Seus caminhos e obras. No entanto, Deus está sempre procurando ensinar os homens finitos que eles podem exercitar fé nEle e se entregarem completamente em Suas mãos. Toda gota de chuva ou floco de neve, cada haste de grama, folha, flor e arbusto, testifica de Deus. Essas pequeninas coisas, tão comuns em torno de nós, ensinam a lição de que nada escapa à consideração do infinito Deus, nada é insignificante demais para a Sua atenção.

Deus deve ser reconhecido mais pelo que Ele não revela de Si, do que por aquilo que é revelado para nossa compreensão limitada. Se os homens pudessem compreender a sabedoria inescrutável de Deus e pudessem explicar aquilo que Ele fez ou pode fazer, eles não O reverenciariam ou temeriam Seu poder. Na revelação divina, Deus deu aos homens mistérios que são incompreensíveis para lhes provar a fé. Assim deve ser. Se os caminhos e obras de Deus pudessem ser explicados por mentes finitas, Ele não seria supremo. Os homens sempre precisam estar pesquisando, sempre aprendendo; contudo, há um infinito além. A luz está brilhando, sempre brilhando com brilho crescente sobre nosso caminho, se nós tão somente caminharmos nos Seus divinos raios. No entanto, não há escuridão mais densa e impenetrável do que aquela que segue a rejeição da luz do céu, independente da forma que se apresenta.

Podem os homens compreender Deus? Não. Eles podem especular com respeito aos Seus caminhos e obras, mas somente como seres finitos. A pergunta é feita pelo Senhor através de Seu profeta: (Isa. 40:12-18, 21-31 citado.) MS4, 1882, págs. 26- 30.

Mentes Finitas Não Devem Testar a Bíblia por Seu Padrão — Para muitos, a pesquisa cientifica se tornou uma maldição, pois suas mentes finitas são tão fracas que perderam o equilíbrio. São incapazes de harmonizar com as declarações das Escrituras suas opiniões sobre a Ciência e julgam que a Palavra de Deus deve ser provada pelos ensinos da “falsamente chamada ciência”. (I Tim. 6:20). Dessa forma, se desviam da fé, e são seduzidos pelo diabo. Os homens têm-se esforçado por ser mais sábios do que o seu Criador; a filosofia humana tem tentado devassar e explicar mistérios que jamais serão revelados por todas as eras eternas. Se os homens tão somente pesquisassem e compreendessem o que Deus tornou conhecido a respeito de Si mesmo e de Seus propósitos, obteriam uma perspectiva tal da glória, majestade e poder de Jeová, que se compenetrariam de sua própria pequenez, contentando-se com aquilo que foi revelado para eles mesmos e seus filhos. ST, 2 de abro de 1885, GC, págs. 522 e 523.

Onde os Anais Humanos Não Lançam Luz — Há uma história de valor inestimável e de profundo interesse (na Palavra de Deus). A luz da revelação brilha claramente no longínquo passado sobre o qual os anais humanos não lançam nenhum raio de luz RH, 22 de set. de 1985.

Deus Nunca Removerá Ocasiões de Dúvida — Ninguém precisa permanecer na incerteza ou dúvida. Sempre há evidência suficiente sobre a qual fundamentar uma fé inteligente. Mas Deus nunca removerá de qualquer homem ocasiões para a dúvida. Aqueles que amam habitar numa atmosfera de dúvida e incredulidade têm um privilégio nada invejável e todo aquele que se volta contra o peso da evidência porque julga haver umas poucas coisas que não pode claramente compreender através de seu entendimento finito, será deixado numa atmosfera fria, insensata de descrença e ceticismo e naufragará na

sua fé. ST, 30 de dez. de 1886.

Mistérios Inexplicáveis pela Mais Profunda Filosofia — Há homens que se gabam orgulhosamente de só crer naquilo que compreendem, mas a loucura de sua vã sabedoria é aparente a toda mente pensante. Há mistérios na vida humana e na manifestação do poder de Deus nas obras da natureza — mistérios que a mais profunda filosofia, as mais extensas pesquisas são incapazes de explicar. ST, 23 de novo de 1888.


Declarações de 1890 a 1899


Não Há Harmonia entre os Assim Chamados Falsos Cientistas e a Bíblia — Os homens tomam os escritos dos assim chamados falsos cientistas e procuram harmonizar suas deduções com as afirmações da Bíblia. Onde, porém, não há acordo, não pode haver harmonia. RH, 24 de novo de 1891, FEC, pág. 181.

Satanás Procura Exaltar a Ciência acima da Bíblia — A assim chamada ciência, razão e poesia humana, não pode continuar como se tivesse a mesma autoridade da revelação, mas é propósito planejado de Satanás exaltar as máximas, as tradições e invenções humanas ao mesmo nível da autoridade da palavra de Deus. Ao realizar tal exaltação, eleva as palavras do homem a um nível de supremacia. RH, 20 de Nov. de 1894.

Como o Céu Vê as Especulações das Mais Elevadas Mentes — A associação com homens instruídos é tida por alguns em mais alta estima que a comunhão com o Deus do Céu. As declarações dos sábios são consideradas de mais valor que a mais elevada sabedoria revelada na Palavra de Deus. Enquanto, porém, a incredulidade levanta orgulhosamente a cabeça, o Céu contempla com desprezo a vaidade e a insignificância do raciocínio humano, pois o homem em si e por si mesmo é vaidade. Todo o mérito, toda a dignidade moral dos homens tem pertencido a eles simplesmente através dos méritos de Jesus Cristo. Que são, então, as especulações das mentes mais elevadas dentre os maiores homens que já viveram? Não obstante, os homens colocam seu raciocínio humano à frente da revelada vontade de Deus, e apresentam ao mundo o que eles afirmam ser sabedoria mais elevada que a do Eterno. YI, 7 de fev. de 1895, FEC, pág. 331.

Sem a Bíblia Seríamos Levados a Conjeturar sobre a Criação do Mundo — A Bíblia é uma história que nos conta a criação do mundo, e nos revela os séculos passados. Não fora ela, e seríamos deixados a conjeturar e formar fábulas quanto aos acontecimentos do remoto passado. CP, pág. 421 (1896).

Toda Verdadeira Ciência Provém do Deus da Ciência — Um mundo cético, que fala e escreve sobre educação elevada, fala de coisas sobre as quais não compreende. Não percebem que a verdadeira e elevada educação envolve um conhecimento mais perfeito de Deus e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou. Há poucos que entendem que toda verdadeira Ciência humana provém do Deus da Ciência, e que Deus demonstra para o mundo que Ele é rei acima de tudo. MS, pág. 36, 1896.

Homens Talentosos, Mas Orgulhosos, Colocam A Ciência acima do Deus da Ciência — Eles (homens talentosos que são a imagem de Cristo) se vangloriam de sua ciência e filosofia, e colocam-nas acima de Cristo, o Deus da Ciência e da verdadeira filosofia. ST, 28 de jan. de 1897.

Na Linguagem que o Homem Pode Compreender — O sofisma com respeito à criação do mundo num período de tempo indefinido, é outra das falácias de Satanás. Deus fala à família humana numa linguagem que ela pode compreender. Ele não deixa os assuntos tão indefinidos que os seres humanos venham a compreendê-los conforme suas teorias. Carta 31, 1898.

Necessidade de Vigilância com Respeito à Geologia e Outros Ramos da Assim Chamada Falsa Ciência — Este é o ponto onde jaz a fraqueza de milhares hoje. Colocam o homem finito onde Deus deveria estar e é onde perdem uma grande riqueza de experiência. Eles apropriam-se do espírito do mundo; agem como o mundo age, e falam como fala o mundo. Recebem suas crenças, tradições e sentimentos de incredulidade como verdade e quando alguma coisa nova é introduzida, agarram-se a ela com avidez. Olham para aquilo que não passa de restolho como se fosse o maná que vem do céu. São influenciados por ideias e sentimentos humanos de professos cristãos que estão longe de serem cumpridores da palavra …

Temos de guardar-nos continuamente contra os enganos com respeito à geologia e outros ramos da ciência, falsamente assim chamada, que não têm nenhuma semelhança com a verdade. As teorias dos grandes homens precisam ser peneiradas cuidadosamente, para excluir o mínimo traço de sugestões ateístas. Uma pequenina semente lançada por professores de nossas escolas, acolhida pelos estudantes, suscitará uma colheita de incredulidade. RH, 1° de mar. de 1898.



Declarações de 1900 a 1912


A Natureza Só Pode Ser Verdadeiramente Entendida Quando Deus, Pelo Seu Espírito, Santifica a Observação — Ele que criou o mundo e fez as altas montanhas, que abriu as fontes do grande abismo, que formou as poderosas rochas e as altas árvores, deu poder ao homem para apreciar estas maravilhas da Terra e céu, capacitou-o para entender as lições tiradas destas maravilhas através de Cristo. Mas a inteligência humana nunca poderia ter originado estas lições e nem pode o homem entendê-las, a não ser através do Espírito Santo de Deus que santifica a observação … Pouca confiança deve ser colocada no raciocínio humano. Se Cristo estivesse no mundo hoje, os imaturos jovens nas escolas estariam tagarelando insensatamente com Ele sobre a assim chamada ciência. No entanto, Cristo responderia: “Ninguém pode servir a dois senhores.” (Mat. 6:24).

As montanhas, os rios, as pedras, estão repletas de verdade. Eles são nossos professores. No momento em que o Senhor propõe que a natureza fale, ela solta sua voz com lições de sabedoria celestial e de eterna verdade. Mas a raça caída não compreenderá. Imagina se que as leis da natureza controlam o Deus da natureza. Os corretos ensinamentos não podem impressionar as mentes daqueles que não conhecem a verdade ou a Palavra de Deus. RH, 3 de julho de 1900.

Porque as Obras de Deus Não Podem Ser Explicadas Pelas Mentes Finitas, Muitos Duvidam — Há muitos hoje que tomam posição ao lado da incredulidade, como se duvidar fosse uma virtude ou sinal de uma grande mente. Porque as obras de Deus não podem ser explicadas pelas mentes finitas, Satanás apresenta seus sofismas para suplantá-las e envolvê-las nas malhas da incredulidade. Se esses indecisos estivessem em comunhão íntima com Deus, Ele tornaria Seus propósitos claros para a compreensão desses duvidosos. YC, 21 de mar. de 1901.

Quando o Homem Estabelece Seu Julgamento Contra Deus, Resulta em Confusão — Ele, que trouxe o mundo à existência, não perdeu seu poder ou soberania. Ainda reina sobre o mundo. É sua prioridade expor seus propósitos; através de seu Filho, o mediador entre Deus e o homem, estes propósitos são executados e o Espírito Santo os torna eficazes. A terrível confusão no mundo tem se manifestado porque o caminho do Senhor não tem sido seguido e porque o homem estabeleceu o julgamento humano contra a lei de Deus, que criou o mundo. Os seres humanos têm-se lançado à tarefa de louvor e glorificação próprios, colocando-se acima da verdade e acima de Deus. Carta 141, 1902.

A Natureza, Apesar de Imperfeita, Revela a Grandeza e Majestade de Deus — A existência de um Deus Pessoal, a unidade de Cristo com Seu Pai fazem parte do fundamento de toda a verdadeira ciência. Podemos ter apenas uma ideia imperfeita da grandeza e majestade de Deus a partir da natureza … Vemos a obra de seu poder e de sua sabedoria, mas Ele mesmo está além de nossa compreensão.

O oceano, as cataratas, as altas e fortes montanhas revelam apenas imperfeitamente a obra das Suas mãos. Satanás tem introduzido confusão e deformidade na criação de Deus. É necessário muito mais do que a natureza para revelar o caráter do Pai. MS 30, 1904.

Cornélio Não Esqueceu Deus em Sua Investigação da Verdadeira Ciência — Em nosso mundo, há muitos homens que são como Cornélio. Eles não são informados completamente com respeito à verdade deste tempo, e ainda, como fez Cornélio, temem a Deus, e seguem princípios de retidão. Em toda a esfera de ação eles trabalham em princípios que Deus aceita. Em todas as épocas houve homens devotos cujas vidas eram exemplo que outros podiam seguir. Eles deixaram um testemunho claro, puro e sem mácula pela verdade e justiça e em sua alta posição de responsabilidade, mesmo entre exímios homens do mundo, foram luzes brilhantes e radiantes. Nem todos os homens se esquecem de Deus em sua investigação da verdadeira ciência.

Assim como trabalhou por Cornélio, Deus trabalha por esses verdadeiros porta-estandartes, preparando o caminho para que estes tomem o lugar daqueles a quem fora dado o conhecimento da verdade da Bíblia, mas que desapontaram o Senhor, nosso Salvador. Estes homens serão verdadeiros aos puros e santos princípios em sua investigação das leis que regem nosso mundo. Como Cornélio, eles obterão conhecimento de Deus pela visita de anjos do Céu. E para que obtenham avançada luz, Deus os coloca em conexão com homens de elevado conhecimento a respeito de Sua Palavra.

Há homens de nobreza e influência a quem Deus chamará para Sua obra e os usará como Suas testemunhas, caso homens não consagrados não os influenciem através da lisonja e os exaltem como deuses. Carta 197, 1904.

Natureza: Um Livro Imperfeito de Deus — Mas conquanto seja verdade que Deus podia assim ser discernido na natureza, isto não favorece a afirmação de que depois da queda um perfeito conhecimento de Deus fosse revelado a Adão e sua posteridade no mundo natural. A natureza podia comunicar suas lições ao homem em sua inocência; a transgressão, porém, trouxe sobre a natureza uma desgraça, e interveio entre a natureza e o Seu Deus. Não tivessem Adão e Eva nunca desobedecido ao seu Criador, tivessem eles permanecido na vereda da perfeita retidão, poderiam ter conhecido e compreendido a Deus. Mas quando ouviram a voz do tentador e pecaram contra Deus, a luz das vestes da inocência celestial se afastou deles; e, separados das vestes da inocência, aconchegaram a si as negras vestes da ignorância a respeito de Deus. A clara e perfeita luz que até então os tinha circundado iluminava todas as coisas de que se aproximavam; mas, privados dessa luz celeste, a posteridade de Adão não pôde por mais tempo reconhecer o caráter de Deus em Suas obras criadas.

As coisas da natureza que hoje contemplamos dão-nos uma ideia muito pálida da beleza e glória do Éden; entretanto, o mundo natural, com voz inequívoca, proclama a glória de Deus … A natureza está repleta de lições espirituais para a humanidade … Mas a natureza não pode ensinara lição do grande e maravilhoso amor de Deus. Por isso, depois da queda, não foi a natureza a única professora do homem.

A lição mais difícil e humilhante que o homem tem que aprender é sua própria ineficiência ao confiar na sabedoria humana, e o fracasso certo de seus esforços para ler corretamente o livro da natureza. O pecado lhe obscureceu a visão, e de si mesmo não pode ele interpretar a natureza sem colocá-la acima de Deus. Não pode discernir nela a Deus, ou a Jesus Cristo, a quem enviou …

Os que possuem verdadeiro conhecimento de Deus não se tornarão tão obcecados com as leis da matéria ou as operações da natureza a ponto de passarem por alto, ou se recusarem a reconhecer a constante operação de Deus na natureza. A natureza não é Deus, nem jamais foi Deus. A voz da natureza testifica de Deus, mas a natureza não é Deus. Como Sua obra criada, ela simplesmente dá testemunho do Seu poder. A Divindade é a autora da natureza. O mundo natural não tem, em si, poder algum senão o que Deus lhe supre. RH, 17 de mar. de 1904, 1ME, págs. 290-293.

Sem a Bíblia Não Teríamos Uma História Autêntica do Nosso Mundo — Somos dependentes da Bíblia quanto a um conhecimento da história primitiva de nosso mundo, da criação do homem e de sua queda. Remova-se a Palavra de Deus, e o que podemos esperar senão ser deixados às fábulas e conjeturas, e ao enfraquecimento do intelecto, que é o resultado certo de se cultivarem erros?

Carecemos da autêntica história da origem da Terra, da queda de Lúcifer e da chegada inesperada do pecado ao mundo. Sem a Bíblia, seríamos confundidos por teorias falsas. A mente seria sujeita à tirania da superstição e falsidade. Estando, porém, de posse da autêntica história do princípio do mundo, não precisamos nos embaraçar com conjeturas humanas e teorias que não merecem confiança. RH, 10 de Novembro, 1904; 2MCP, pág. 742.

Jesus Cristo é Criador de todas as coisas — Aqueles que leem e ouvem os sofismas que prevalecem neste século não conhecem a Deus como Ele é, pois contradizem a palavra de Deus, exaltam e adoram a natureza em lugar do Criador. Mas, conquanto possamos discernir as obras de Deus nas coisas que Ele criou, essas coisas não são Deus. A voz da natureza é ouvida através da sua influência sobre os sentidos. Sua voz, a Palavra declarada é ouvida nos confins do mundo. A criação física testifica de Deus e Jesus Cristo como o grande Criador de todas as coisas. “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. nEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens” ao.1:3, 4). O salmista testemunha. “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes”. (Sal. 19:1-3).

O inculto pagão aprende suas lições através da natureza e de suas próprias necessidades, e insatisfeito com a escuridão, busca a luz, procurando a Deus em sua Primeira Grande Causa. Há registros em Gênesis das várias maneiras através das quais Deus fala com o ímpio. Mas o contraste entre a revelação de Deus em Gênesis e as ideias do ímpio é chocante. Muitos filósofos pagãos possuíam um conhecimento puro de Deus, mas a degeneração e a adoração às coisas criadas começaram a obscurecer este conhecimento. A obra das mãos de Deus no mundo natural — o sol, a lua, as estrelas — era adorada.

O homem de hoje declara que os ensinamentos de Cristo concernentes a Deus não podem ser fundamentados em coisas do mundo natural e que a natureza não está em harmonia com o Velho e o Novo Testamentos. Essa suposta falta de harmonia entre natureza e ciência não existe. A Palavra do Deus do Céu não está em harmonia com a ciência humana, mas em perfeito acordo com a ciência criada pelo próprio Deus.

Esse Deus Vivo é digno de nossos pensamentos, nosso louvor, nossa adoração, como o Criador do mundo, como o Criador do Homem. Nós devemos adorar a Deus, pois fomos espantosa e maravilhosamente criados. Nossa essência não Lhe era oculta, quando fomos feitos em segredo. MS 11, 1908.

Ideias Humanas Geralmente Contradizem a Palavra de Deus Porque o Homem Vê as Coisas do Ponto de Vista Humano — Separados de Cristo, somos ainda incapazes de interpretar corretamente a linguagem da natureza. A lição mais difícil e humilhante que o homem tem que aprender é sua própria ineficiência ao confiar na sabedoria humana e o fracasso certo de seus esforços para ler corretamente a natureza …

Deus permitiu que uma inundação de luz fosse derramada sobre o mundo, tanto nas ciências como nas artes; mas quando professos cientistas tratam estes assuntos de um ponto de vista meramente humano, chegarão certamente a conclusões errôneas. Os maiores espíritos, se não são guiados pela Palavra de Deus em sua pesquisa, desencaminham-se em suas tentativas de traçar as relações entre a ciência e a revelação. O Criador e Suas obras acham-se além de sua compreensão e visto que são incapazes de os explicar pelas leis naturais, consideram a história bíblica como indigna de confiança.

Os que duvidam da exatidão dos registros do Velho e Novo Testamentos serão levados a um passo além e duvidarão da existência de Deus; e então tendo perdido sua âncora, são abandonados a baterem de um lado para outro nas rochas da incredulidade. Muitos, quando são incapazes de medir o Criador e Suas obras por seu imperfeito conhecimento da ciência, duvidam da existência de Deus e atribuem infinito poder à natureza.

Na verdadeira ciência, nada pode haver que esteja em contradição com o ensino da Palavra; uma vez que procedem ambas do mesmo Autor. A verdadeira compreensão delas demonstrará sua harmonia. A verdade, quer na natureza quer na revelação, é coerente consigo mesma em todas as suas manifestações. Mas a mente que não é iluminada pelo Espírito de Deus estará sempre em trevas no tocante ao Seu poder. É por isso que as ideias humanas relacionadas à ciência tão frequentemente contradizem os ensinamentos da Palavra de Deus.

A obra da criação jamais poderá ser explicada pela ciência. Que ciência pode explicar o mistério da vida? A teoria de que Deus não criou a matéria ao trazer à existência o mundo, não tem fundamento. Na formação de nosso mundo, Deus não dependeu de matéria pré-existente. Ao contrário, todas as coisas, materiais e espirituais, surgiram perante o Senhor Jeová ao Seu comando, e foram criadas para o Seu próprio desígnio. Os céus e todas as suas hostes a Terra e tudo quanto nela há, são não somente obra de Suas mãos; vieram à existência pelo sopro de Sua boca … ST, 12 de maio de 1909, 3 TS, pág. 258.

O Conhecimento Científico Não se Interpõe entre a Alma e a Bíblia — Qualquer coisa, como orgulho em aprender, qualquer dependência sobre o conhecimento científico, que é colocado entre sua alma e as palavras da Bíblia, irá certamente fechar a porta do seu coração para a doce e humilde religião do meigo e manso Jesus. RH, 03 de agosto de 1911.

Em Muitas Escolas Fica a Impressão de que, se Homens Sábios Estão Certos, a Bíblia Pode Não Estar — Em muitas das escolas e das universidades da atualidade, as conclusões a que os sábios têm chegado como resultado de suas pesquisas científicas são cuidadosamente ensinadas e explicadas na íntegra; ao passo que se dá distintamente a impressão de que se estes eruditos estão certos, a Bíblia não pode ter razão. Os espinhos do ceticismo são dissimulados; são encobertos pela louçania e o verdor da ciência e da filosofia. O ceticismo é atraente para a mente humana. Os jovens veem nele uma independência que fascina a imaginação, e acabam sendo enganados …

A Palavra de Deus deve ocupar um lugar — o primeiro — em todo sistema de educação. Como poder educativo, ela é mais valiosa do que os escritos de todos os filósofos de todos os séculos. A luz da revelação brilha claramente no longínquo passado sobre o qual os anais humanos não lançam nenhum raio de luz. RH, 22 de agosto de 1912, FEC, pág. 542.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Ciência e a Bíblia


 Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto?” (Jó 12:9).

Visto como o livro da natureza e o da revelação apresentam indícios da mesma mente superior, não podem eles deixar de estar em harmonia mútua. Por métodos diferentes em diversas línguas, dão testemunho e das mesmas grandes verdades. A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito com a revelação divina. O livro da natureza e a palavra escrita lançam luz um sobre o outro. Familiarizam-nos com Deus, ensinando-nos algo das leis por cujo meio Ele opera.

Inferências erroneamente tiradas dos fatos observados na natureza têm, entretanto, dado lugar a supostas divergências entre a ciência e a revelação; e nos esforços para restabelecer a harmonia, tem-se adotado interpretações das Escrituras que abalam e destroem a força da Palavra de Deus.

Tem- se pensado que a geologia contradiz a interpretação literal do relatório mosaico da criação. Pretende-se que milhões de anos foram necessários para que a Terra evoluísse do caos; e com o fim de acomodar a Bíblia a esta suposta revelação da ciência, supõe-se que os dias da criação fossem períodos vastos, indefinidos, abrangendo milhares ou mesmo milhões de anos.

Tal conclusão é absolutamente infundada. O relato bíblico está em harmonia consigo mesmo e com o ensino da natureza. Relativamente ao primeiro dia empregado na obra da criação, há o seguinte registro: “Houve tarde e manhã, o primeiro dia”. (Gên. 1:5). E substancialmente o mesmo é dito de cada um dos seis primeiros dias da semana da criação. Declara a Inspiração que cada um desses períodos foi um dia formado de tarde [isto é, noite] e manhã, como todos os dias desde aquele tempo. Em relação à obra da própria criação diz o testemunho divino: “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. (Sal. 33:9). Para Aquele que assim poderia evocar à existência inumeráveis mundos, quanto tempo seria necessário para fazer surgir a Terra do caos? Deveríamos, a fim de dar explicação às Suas obras, afrontar Sua palavra?

É verdade que vestígios encontrados na Terra testificam da existência do homem, animais e plantas muito maiores do que os que hoje se conhecem. Tais são considerados como prova da existência da vida vegetal e animal anterior ao tempo referido no relato mosaico. Mas, com referência a estas coisas a história bíblica fornece ampla explicação. Antes do dilúvio, o desenvolvimento da vida vegetal e animal era superior ao que desde então se conhece. Por ocasião do dilúvio, fragmentou-se a superfície da Terra, notáveis mudanças ocorreram, e na remodelação da crosta terrestre foram preservadas muitas evidências da vida previamente existente. As vastas florestas sepultadas na Terra no tempo do dilúvio, e desde então transformadas em carvão, formam os extensos territórios carboníferos, e fazem o suprimento de óleos que servem ao nosso conforto e comodidade hoje. Estas coisas, ao serem trazidas à luz, são testemunhas a testificarem silenciosamente da verdade da Palavra de Deus.

Em afinidade com a teoria relativa à evolução da Terra, há aquela que atribui a evolução do homem, a coroa gloriosa da criação, a uma linha ascendente de microrganismos, moluscos e quadrúpedes. Considerando as oportunidades do homem para a pesquisa, bem como quão breve é a sua vida, limitada sua esfera de ação, restrita sua visão, frequentes e grandes seus erros nas conclusões, especialmente relativas aos fatos julgados anteriores à história bíblica; considerando quantas vezes as supostas deduções da ciência são revistas ou rejeitadas, bem como com que prontidão os admitidos períodos de desenvolvimento da Terra são de tempos em tempos aumentados ou diminuídos em milhões de anos, e como as teorias sustentadas por diferentes cientistas se acham em conflito entre si, deveremos nós, para ter o privilégio de delinear nossa descendência pelos microrganismos, moluscos e macacos, consentir em rejeitar a declaração da Escritura Sagrada, tão grandiosa em sua simplicidade: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou”? (Gên. 1:27). Deveremos rejeitar aquele relato genealógico, mais nobre do que qualquer zelosamente conservado nas cortes reais: “Sete, de Adão, e Adão, de Deus”? (Luc. 3:38).

Corretamente entendidas, tanto as revelações da ciência, como as experiências da vida se acham em harmonia com o testemunho das Escrituras relativo à constante operação de Deus na natureza. No hino registrado por Neemias, cantavam os levitas: “Tu só és Senhor, Tu fizeste o céu, o Céu dos céus e todo o seu exército, a Terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e Tu os guardas em vida a todos”. (Neem. 9:6).

No que diz respeito à Terra, declaram as Escrituras ter-se completado a obra da criação. As Suas obras estavam “acabadas desde a fundação do mundo.” (Heb. 4:3). O poder de Deus, porém, ainda se exerce na manutenção das coisas de Sua criação. Não é porque o mecanismo uma vez posto em movimento continue a agir por sua própria energia inerente que o pulso bate, e uma respiração se segue a outra. Cada respiração, cada pulsar do coração, é uma evidência do cuidado dAquele em quem vivemos, nos movemos e temos existência. Desde o menor inseto até ao homem, toda criatura vivente depende diariamente de Sua providência.

“Todos esperam de Ti. Dando-o Tu, eles o recolhem; Abres a Tua mão, e enchem-se de bens. Escondes o Teu rosto, e ficam perturbados; Se lhes tiras a respiração, morrem e voltam ao próprio pó Envias o Teu Espírito, e são criados, E assim renovas a face da Terra.” (Sal. 104:27-30). “O norte estende sobre o vazio; Suspende a Terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, E a nuvem não se rasga debaixo delas. Marcou um limite à superfície das águas em redor, Até aos confins da luz e das trevas. As colunas do céu tremem. E se espantam da Sua ameaça. Com a Sua força fende o mar. Pelo Seu Espírito ornou os céus; A Sua mão formou a serpente enroscadiça. Eis que isto são apenas as orlas dos Seus caminhos; E quão pouco é o que temos ouvido dEle! Quem, pois, entenderia o trovão do Seu poder?” (Jó 26:7-14).
“O Senhor tem o Seu caminho na tormenta e na tempestade, E as nuvens são o pó dos Seus pés.” (Naum 1:3).

A poderosa força que opera em toda a natureza e a todas as coisas sustém, não é, como alguns homens de ciência pretendem, meramente um princípio que tudo invade, ou uma energia a atuar. Deus é espírito; não obstante é Ele um ser pessoal, visto que o homem foi feito à Sua imagem. Como Ser pessoal, Deus Se revelou em Seu Filho. Jesus, o resplendor da glória do Pai e “expressão exata do Seu Ser” (Heb. 1:3), encontrou-Se na Terra sob a forma de homem. Como Salvador pessoal veio Ele ao mundo. Como Salvador pessoal ascendeu aos Céus. Como Salvador pessoal intercede nas cortes celestiais. Diante do trono de Deus ministra a nosso favor, “Um como o Filho do homem”. (Dan. 7:13).

O apóstolo Paulo, escrevendo pelo Espírito Santo, declara acerca de Cristo: “Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele”. (Col. 1:16 e 17). A mão que sustém os mundos no espaço, a mão que conserva em seu ordenado arranjo e incansável atividade todas as coisas através do Universo de Deus, é a que na cruz foi pregada por nós.

A grandeza de Deus nos é incompreensível. “O trono do Senhor está nos Céus” (Sal. 11:4); não obstante, pelo Seu Espírito Santo, está Ele presente em toda parte. Tem conhecimento íntimo de todas as obras de Suas mãos e interesse pessoal em todas elas.



“Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas;
Que Se curva para ver o que está nos céus e na Terra?” (Sal. 113:5 e 6).
“Para onde me irei do Teu Espírito
Ou para onde fugirei da Tua face?
Se subir ao Céu, Tu aí estás;
Se fizer no Seol a minha cama, eis que Tu ali estás também;
Se tomar as asas da alva,
Se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a Tua mão me guiará
E a Tua destra me susterá.” (Sal. 139:7-10).
“Tu conheces o meu assentar e o meu levantar;
De longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar e o meu deitar;
E conheces todos os meus caminhos.
Sem que haja uma palavra na minha língua,
Eis que, ó Senhor, tudo conheces.
Tu me cercaste em volta
E puseste sobre mim a Tua mão.
Tal ciência é para mim maravilhosíssima;
Tão alta, que não a posso atingir.” (Sal. 139:2-6).



Foi O Criador de todas as coisas que ordenou a maravilhosa adaptação dos meios ao fim, e do suprimento às necessidades. Foi Ele que no mundo material proveu para que todo o desejo implantado devesse ser satisfeito. Foi Ele que criou o ser humano, com sua capacidade para aprender e amar. E Ele mesmo não deixará insatisfeitas as necessidades da alma. Nenhum princípio intangível, nenhuma essência impessoal ou simples abstração poderia satisfazer às necessidades e anelos dos seres humanos nesta vida de lutas com o pecado, tristeza e dor. Não basta crermos na lei e na força, em coisas que não têm piedade ou nunca ouvem o brado por auxílio. Precisamos saber acerca de um braço Todo-poderoso que nos manterá, e de um Amigo infinito que tem piedade de nós. Necessitamos agarrar -nos a uma mão aquecida pelo amor, confiar em um coração cheio de ternura. E efetivamente assim Deus Se revelou em Sua Palavra.

Aquele que mais profundamente estudar os mistérios da natureza, mais plenamente se compenetrará de sua própria ignorância e fraqueza. Compreenderá que existem profundidades e alturas que não poderá atingir, segredos que não poderá penetrar, e vastos campos de verdades jazendo diante de si, não penetrados. Dispor-se-á a dizer com Newton: “Pareço-me com a criança na praia, procurando seixos e conchas, enquanto o grande oceano da verdade jaz por descobrir diante de mim”.

Os mais profundos estudantes da ciência são constrangidos a reconhecer na natureza a operação de um poder infinito. Ora, para a razão humana, destituída de auxílio, o ensino da natureza não poderá deixar de ser senão contraditório e enganador. Unicamente à luz da revelação poderá ele ser interpretado corretamente. “Pela fé, entendemos”. (Heb. 11:3). “No princípio … Deus”. (Gên. 1:1). Aqui somente poderá o espírito, em suas ávidas interrogações, encontrar repouso, voando como a pomba para a arca. Acima, abaixo, além – habita o Amor infinito, criando todas as coisas para cumprirem o “desejo da Sua bondade”. (2 Tess. 1:11).
“As suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder como a Sua divindade, … se veem pelas coisas que estão criadas”. (Rom. 1:20). Mas o seu testemunho poderá ser compreendido apenas mediante o auxilio do Mestre divino. “Qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”. (1 Cor. 2:11).

“Quando vier aquele Espírito da verdade, Ele vos guiará em toda a verdade”. (João 16:13). Exclusivamente pelo auxilio daquele Espírito que no princípio “Se movia sobre a face das águas” (Gên. 1:2), pelo auxilio daquela Palavra pela qual “todas as coisas foram feitas” (João 1:3), e daquela “luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo” (João 1:9), pode o testemunho da ciência ser corretamente interpretado. Apenas sob sua orientação se podem discernir suas mais pro fundas verdades. Unicamente sob a direção do Onisciente, habilitar-nos-emos a meditar segundo os Seus pensamentos, no estudo de Suas obras. Ed, págs. 128-134.

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