Lutero, antes de conhecer a justificação pela fé, não entendia como Deus poderia salvá-lo em Sua Justiça, sendo que entendia que justiça é dar a pessoa o que ela merece.
Justificação forense é ser declarado legalmente justo.
Imaginem que vocês tenham uma conta bancária em que está negativa em R$200.000,00, e não tendo como pagar.
Então imaginem que um milionário liga para seu banco e diz que quer unir a conta dele com a sua, ou seja, abrir uma conta conjunta.
O que pertence a ele passa a pertencer também a você. É creditado, transferido para sua conta. E então a sua dívida é coberta pela imensa fortuna deste milionário. Como o gerente trataria agora você? Trataria como um milionário. Isto é imputação.
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. (II Coríntios 5:21).
Na cruz Cristo tomou nosso lugar, ele foi declarado, atribuído, imputado, de forma forense os nossos pecados. Pecado sobre Ele, mas não nEle.
Da mesma forma nós somos com Sua justiça declarados justos. Você passa a ter justiça sobre você, mas não em você.
Somos declarados justos da mesma forma que Cristo foi declarado pecado. E isso é a Graça de Deus, um favor imerecido.
O fundamento da justificação é a graça de Deus, e não a fé: a fé em si, é apenas o instrumento, o meio, pelo qual nos apropriamos da (recebemos a) graça.
Corremos o risco muitas vezes de fazer da fé, outro tipo de obras. Esta questão fica clara quando é lido o texto “Porque pela graça sois salvos, mediante [através] a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Efésios 2:8).
“Mediante a fé, recebemos a graça de Deus; mas a fé não é nosso Salvador. Ela não obtém nada. É a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado. E nem sequer nos podemos arrepender sem o auxílio do Espírito de Deus. Diz a Escritura de Cristo: "Deus com a Sua destra O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados." Atos 5:31. O arrependimento vem de Cristo, tão seguramente como vem o perdão” (Desejado de Todas as Nações, pág. 175).
A fé não é auto-gerada, você não a produz; ter fé é como se apaixonar; você se apaixona não devido a sua habilidade de produzir amor, mas devido à habilidade da outra pessoa de despertar amor em você. Da mesma forma a fé é baseada na habilidade de Cristo despertar fé em você.
A fé não é contra as obras, no ensino dos apóstolos, ela é somente contra quando obras se tornam um método de salvação, criando uma forma de competição com Cristo.
Quando nós estamos doentes, esperamos melhorar quanto para ir ao médico? Acaso não vamos até ele doentes? E os doentes (físicos e espirituais) que encontraram Jesus, eles continuaram doentes?
Santificação
Santificação é o resultado da justificação. Justificação não depende da santificação, mas a santificação depende da justificação. Logo elas não devem ser confundidas, mas também não devem ser separadas.
Justificação é aceitação da obra de Cristo por mim; santificação, em mim.
Uma é a raiz, a outra o fruto.
Uma é fundamento de nossa paz, a outra é base da nossa pureza
Uma é remoção da culpa do pecado, a outra é a remoção do poder do pecado
Uma é a justiça imputada, a outra é a justiça comunicada.
Uma é o nosso título para o céu, a outra nossa adequação para o Céu.
Uma tem haver com Cristo como Nosso Substituto, a outra como Nosso Exemplo, Modelo.
Uma árvore não produz frutos para provar que está viva, ela produz frutos por que está viva.
O significado de santificação é separar para uso particular, especial. Separação do pecado.
Nós não vencemos como Cristo venceu, mas vencemos porque Ele venceu.
Nossa luta, nossa dedicação, fervor, surgem da gratidão, da vontade de agradá-Lo, cumprindo a vontade de Deus em nós.
A forma que os perfeccionistas consideram a Cristo, apenas como um modelo, e não um substituto também, simplesmente se torna algo frustrante, pois quando está se alcançando o ideal, ele se reprojeta para mais longe.
Nunca chegaremos a um estágio aqui nesta terra, que não nos seja necessário dizer: Pai Nosso, perdoa as nossas dívidas...
Na santificação, obra de uma vida toda, não estamos avançando para a santidade, como fosse um alvo a ser atingido, na verdade estamos avançamos em santidade.
Em busca da perfeição, não nos tornamos cada vez mais independentes de Cristo, por termos nos tornados (pretensamente) mais fortes espiritualmente, mas a santificação verdadeira é você tomar consciência crescente de que você depende de Cristo.
Um menino estava visitando um monumento em Washington, um enorme obelisco branco de granito e mármore de 170 metros de altura, o menino impressionado, tira uma moeda de um quarto de dólar, 25 centavos, e diz: - pai eu gostaria de comprar esse monumento.
O pai em solidariedade diz: - vá conversar com o guarda do parque e fale de seu plano.
O garoto vai ao guarda e diz, tirando novamente do bolso sua moeda brilhante de 25 centavos:
- Eu gostaria de comprar!
O guarda passa a mão sobre a cabeça do garoto e diz:
- filho, primeiro, não está à venda, em segundo lugar, o seu dinheiro não é o suficiente para comprá-lo, e em terceiro lugar, como americano, já é seu.
A salvação é assim, não está à venda, não poderíamos comprá-la, mas se você está em Cristo ela já pertence a você. Pela graça de Deus a salvação é sua.
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Via Arauto do Advento