segunda-feira, 31 de julho de 2017

O Declínio do Papel da Música nas Igrejas

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por: Jeff Brumley

Compositor vê “boas notícias” no declínio do papel da música na igreja

Algumas pessoas ficaram surpresas – e preocupadas – ao descobrir através de uma pesquisa publicada em abril [de 2017] que os sermões são um atrativo muito mais forte para a frequência à igreja do que a música.

E ainda fica pior para os amantes da música. A pesquisa Gallup apresentou uma lista de motivos dados pelos americanos para irem aos cultos, e a música estava firmemente no último lugar.

Mas depois de um mês para refletir sobre esta descoberta, o músico cristão, compositor e ministro Kyle Matthews não está preocupado. Longe disso.

“Penso que essas podem ser boas notícias”, Matthews disse durante uma conferência convocada pela FaithSoaring Churches Learning Community. “Isto indica que as pessoas estão mais famintas por substância do que nós presumíamos”, diz Matthews, ministro de artes de adoração na Primeira Igreja Batista em Greenville, Carolina do Sul.

Matthews tem acompanhado a música cristã e o que as igrejas querem e não querem, por um longo tempo. Por mais de 20 anos ele foi um intérprete em gravações e compositor para empresas editoras em Nashville, Tennessee. Ele venceu um Prêmio Dove além de outros prêmios, como compositor.

Mas Matthews disse que abandonou a indústria [fonográfica] por causa de seu foco nos lucros, às custas de fornecer educação teológica e formação cristã. Através de seu ministério atual, ele busca a composição de músicas de adoração que colocam a liturgia acima do entretenimento. Mas música que forneça inspiração e letras com conteúdo não vendem em um mundo de louvor gospel, disse Matthews.

É por isso que os resultados da pesquisa Gallup são tão interessantes, ele disse a outros ministros durante a conferência.

A indústria da música cristã, diz ele, é composta por pessoas que estão tentando servir a um mercado. “Eles são homens de negócios, não teólogos, historiadores ou educadores musicais. Eles são homens de negócios”.

E o que vende são músicas com letras superficiais, com pouco ou nenhum conteúdo teológico. Matthews disse que conheceu compositores e intérpretes que não são familiarizados com as Escrituras. Como resultado, a música tem se tornado “papel de parede, em vez de mobiliário” na adoração.

Em vez de trabalhar para instruir os cristãos na fé, a música de adoração contemporânea está cheia de mantras e clichés planejados para alterar o estado mental, disse Matthews. Este tipo de música vem e vai, porque se tornou descartável. “Não penso que se permita às pessoas conhecer a música da igreja o suficiente para interagir com ela”.

Mas a indústria [fonográfica] não é o problema, acrescenta Matthews. “Se a igreja exigisse um produto diferente, teria um produto diferente”. Isso envolve as pessoas que estão nos bancos da igreja. A indústria [fonográfica] está “respondendo àquilo que o público está pedindo”.

Tem havido músicas de louvor que são divertidas e felizes, e que evitam conceitos sombrios e difíceis, diz ele. “Elas se tornam uma forma de escapismo, em vez de serem uma maneira de se encontrar com Deus”.

É por isso que a pesquisa Gallup de abril [de 2017] pode ser boas notícias. Ela pode sinalizar que as pessoas nos bancos das igrejas podem estar desejando algo mais. Pode ser por isso que os sermões estão no topo da lista, e a música cristã contemporânea, com seus mantras e clichés, está no final.

Contudo, diz Matthews, “eu detestaria ver o sermão se tornando o único lugar do qual as pessoas pensam que podem extrair conteúdo”.

domingo, 30 de julho de 2017

A idade da Terra



Acreditar que o universo seja bem mais antigo do que a vida em nosso planeta não tem que ver com o pensamento evolucionista, mas com as evidências bíblicas

Mas isso não é bíblico!”, exclamou o aluno. Aquilo era demais para mim. Ali estava eu, bacharel em Teologia e mestre em Ciências da Religião, pastor pertencente a uma família de quatro gerações de ministros e professor de religião para turmas de ensino superior, sendo acusado publicamente de manter uma posição equivocada. “Quanta ousadia!”, pensei. “Eles não podem estar certos! Ou podem?”

A razão de tanta polêmica foi a pergunta da prova que eu havia acabado de aplicar: “Quando Deus criou a água?”. Eu esperava que eles tivessem respondido que foi “no segundo dia da semana da criação”. No entanto, quase a metade da turma argumentou que havia sido “antes da semana da criação”. Tomando como base aquilo que aprendi sobre a origem da Terra na minha infância, risquei a resposta e atribui nota zero para aquele aluno. Porém, fui surpreendido pela reação dos demais estudantes quando receberam a avaliação. Eu estava convicto de minha posição, mas, diante de tantos questionamentos, resolvi recolher as provas e reavaliar a questão.

sábado, 29 de julho de 2017

A grandiosidade da futura capital do Reino de Deus


"Ali está a Nova Jerusalém, a metrópole da nova Terra glorificada." (Ellen G. White)

A belíssima canção “Jerusalém de Ouro” (Yerushalayim Shel Zahav), composta por Naomi Shemer em 1967, transformou-se num segundo hino nacional para o povo de Israel. Ela foi interpretada por grandes nomes da música, incluindo-se Ofra Haza, Roberto Carlos e o adventista Leonardo Gonçalves. Sua poesia traduz dois milênios do anseio de um povo pelo retorno à sua capital espiritual. Inicia com o “ar das montanhas” em uma cidade “aprisionada em seu sonho”. Fala de uma Jerusalém solitária, recolhida em si, como que tendo “um muro em seu coração”. “Choram os ventos nas cavernas das rochas”, lamentando ausências no “mercado vazio”, enquanto Sião anela rever seu povo no “templo da montanha” e os que descem “para o Mar Morto via Jericó”.

A nostalgia dá lugar a uma declaração de amor a Jerusalém, descrita em tons reluzentes, refletindo o imenso valor que seus filhos exilados lhe atribuem. No refrão irrompe um cântico de incomparável sonoridade na língua original: “Jerusalém de ouro, de bronze e de luz [veshel or]. Para todas as suas canções serei o violino [ani kinor]”.

Aos que estão familiarizados com as profecias bíblicas é impossível não relacionar essa poesia à Nova Jerusalém – uma cidade cujo brilho dourado não é apenas poético, mas incrivelmente literal. Uma cidade que concentra em si a realização de todas as promessas de Deus aos fiéis de todos os tempos.

Contudo, apesar de muito se falar e se cantar a respeito da Jerusalém futura, é preciso ir além para entender e, por que não, sonhar com o que foi revelado sobre ela. Há certas distorções a respeito da Nova Jerusalém. Isso se reflete, por exemplo, nas concepções artísticas da cidade, geralmente desenhadas como uma tímida Nova York de ouro, cheia de torres. Porém, não foi isso o que o apóstolo viu.

A visão
Assim como o idoso Moisés subiu a um monte e avistou milagrosamente toda a terra de Canaã (Deuteronômio 34:1-5), o velho ­apóstolo foi transportado a uma “grande e elevada montanha” para contemplar a cidade santa, cuja extensão é incomparavelmente maior (Apocalipse 21:2, 10).

Nas descrições da Nova Jerusalém, predomina um literalismo singular no Apocalipse. A cidade é uma cidade, o muro é um muro, as portas são portas, a árvore da vida é uma árvore, o rio é um rio, o trono é um trono, etc. Não há nenhuma indicação de um sentido subjacente a esses elementos. No entanto, cada componente literal da Nova Jerusalém tem uma representatividade, um significado especial para o povo de Deus.

Comecemos pelo formato da cidade, que João descreve como um cubo gigantesco – “seu comprimento, largura e altura são iguais” (Apocalipse 21:16). Isso remete o leitor ao único recinto cúbico do Antigo Testamento: o lugar santíssimo do santuário terrestre, onde se manifestava a presença visível de Deus (1 Reis 6:20; Êxodo 25:21, 22). A Nova Jerusalém será, toda ela, o lugar santíssimo, no qual toda criação adorará a Deus (Isaías 66:23; Apocalipse 21:22). Por isso, não haverá sentido em se construir ali um santuário, assim como não faria sentido colocar um aquário no fundo do mar.

As dimensões inimagináveis da cidade – “12 mil estádios” ou 2.200 km – também falam. Alguns eruditos, talvez assustados com o número, supõem que ele se refira à soma dos quatro lados. Porém, ainda que fosse assim (com lados de 550 km), a cidade superaria a extensão das maiores metrópoles mundiais somadas, e suas estruturas se projetariam para o espaço. No entanto, se as medidas da cidade forem de 2.200 km, também podemos acreditar, pois nela habitará aquele que não pode ser contido nem pelos “céus dos céus” (2 Crônicas 6:18).

Por outro lado, as dimensões exageradas da cidade nos falam sobre a “extravagância” da graça. A cidade reflete todo o “exagero” do amor de Cristo que foi “até o fim” (João 13:1), superlativo “em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade” (Efésios 3:18, NTLH). João descreve uma estrutura tão vasta que seus zeros não cabem numa calculadora: a grosso modo, equivalente a um prédio de 733 mil andares, cada um com uma área de 4,84 trilhões de metros quadrados, que ofereceriam 17 trilhões de apartamentos de 200 metros quadrados. Tanto a cidade quanto o amor divino refletem um conceito que, em física, se chama de singularidade – algo tão diferente quanto inexplicável.

Lugar para todos
A Nova Jerusalém não será um clube de poucos. O sangue de Cristo não foi derramado para salvar apenas um punhado de pessoas, mas uma “grande multidão que ninguém podia enumerar” (Apocalipse 7:9). O amor de Deus, embora resistível, é todo-inclusivo em suas intenções, “não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9).

Pouco antes de dar sua vida, Jesus afirmou que na “casa” de seu Pai “há muitos aposentos” (João 14:2, NVI; do grego monai), como se Deus quisesse receber todos os filhos em sua casa, cada um em seu lugar reservado. O que parece uma simples afirmação poética de Cristo se mostra real na Nova Jerusalém. A tradição cristã, talvez influenciada pelo sonho americano, alterou a linguagem da promessa, ensinando que Cristo está construindo mansões. Porém, tanto Cristo como João nos falam de um novo lar, no singular, embora isso não impeça empreendimentos futuros na nova Terra. O Pai nos quer mais perto dele do que imaginamos. “Deus mesmo estará com eles [os seres humanos]. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Apocalipse 21:3, 4). Não há linguagem mais forte que essa!

Há profundas lições eclesiológicas sobre os nomes das tribos de Israel acima das portas, e dos apóstolos sobre os fundamentos da muralha, entre outros belíssimos aspectos. Todo esse “eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4:17), só nos faz sonhar e cantar sobre nossa formidável Jerusalém de ouro. Por outro lado, imaginamos que o Céu também anseia pela nossa presença. Talvez os lugares vazios “sintam” a ausência dos filhos de Deus. Numa época tão solene como esta, ainda há tempo para repensarmos nossas prioridades e a que lugar pertencemos. Neste mundo escuro “não temos cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hebreus 13:14). Nenhum atrativo daqui pode ser mais compensador do que entrar “na cidade pelas portas” (Apocalipse 22:14). Não é por acaso que o Apocalipse termina com o maior e mais direto apelo da Bíblia: Vem!

Diogo Cavalcanti (via Revista Adventista) (Título original: Cidade de Ouro)

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Quem eram os serafins?



O significado do termo hebreu “śãrãph” (serafins, no plural) é incerto. A sugestão mais frequente é que seja uma derivação do verbo “śaraph”, que significa “queimar completamente”. O substantivo “śãrãph” significaria, então, “abrasador/ardente”. Muitos creem que o termo designa uma criatura semelhante à serpente, mas isso está longe de ser exato. Precisamos examinar a evidência bíblica e os diferentes usos do mesmo termo.

1. Śeraphîm e Serpentes
Várias passagens associam “śeraphîm” a serpentes. Como resultado da rebelião dos israelitas no deserto, “o Senhor enviou serpentes (śeraphîm) venenosas” para o meio deles (Números 21:6). Depois que o povo confessou seu pecado, o Senhor ordenou a Moisés: “Faça uma serpente (śeraphîm) e coloque-a no alto de um poste” (Números 21:8). Nesse último verso, o termo “śãrãph” refere-se, outra vez, à frase completa: “serpente (śeraphîm) venenosa”. Em Deuteronômio 8:15 o deserto é descrito como “terra seca e sem água, de serpentes (“nachas śãrãph”, literalmente “serpente serafim”) e escorpiões venenosos”.

A pergunta é: Qual é o significado do termo “śãrãph” nessas passagens? Ele é usado como um adjetivo que designa um tipo específico de serpente. Com base no significado da forma verbal, “śãrãph” pode designar uma serpente cuja picada causa sensação de queimadura, inflamação severa da pele que mata a pessoa, isto é, uma serpente venenosa.

2. Śeraphîm como Seres Celestiais
Em Isaías 6, o termo “śãrãph” é aplicado a seres celestiais. Devemos manter em mente alguns detalhes. Primeiro, o termo “serpente” não é usado nesse capítulo. Segundo, o termo é usado como substantivo. Terceiro, a forma desse ser é fundamentalmente humana. Os dois serafins tinham rosto, mãos, pés, cantavam e se comunicavam por meio de linguagem, isto é, eram seres racionais (Isaías 6:2, 6 e 7). Tinham seis asas e podiam voar; eles estavam “acima” do trono de Deus, talvez pairando sobre ele ou em pé ao seu redor, como guardas reais, prontos para servir ao Senhor. Mais especificamente, sua função era proclamar a santidade do Senhor e ministrar em favor dos pecadores no templo celestial (Isaías 6:3 e 7). Sua conduta expressa um espírito de humildade e reverência diante da presença do Senhor.

Por que eles são chamados de “śeraphîm”? O verbo “queimar” (śãraph) pode expressar a ideia de brilho, sugerindo que os serafins eram seres angelicais de extraordinário brilho ou de aparência flamejante. Talvez o seu esplendor, as seis asas e sua posição de respeito para com o trono de Deus os distinguisse dos querubins que, muitas vezes, estão associados ao trono de Deus.

3. Śeraphîm e Seres Demoníacos
Em Isaías, duas passagens associam serafim com o mal. Possivelmente, por causa da experiência de Israel no deserto. Deserto na Bíblia é símbolo de morte e de resistência dos demônios. Os israelitas, que durante o tempo de Isaías estavam pedindo o apoio do Egito, eram descritos como passando pelo deserto, “atravessando uma terra hostil e severa, de leões e leoas, de víboras e serpentes velozes (“śãraph mopheph”, literalmente serpentes voadoras)” (Isaías 30:6).

Os animais podiam ser usados como símbolo de demônios (Salmos 7:2; 1 Pedro 5:8), e o profeta poderia estar sugerindo que a estrada para o Egito é o lugar em que residem os poderes demoníacos. Nesse caso, os “serafins voadores” poderiam representar os poderes dos anjos maus (Comparar Isaías 30:7 com Salmos 89:10, onde o Egito é identificado com Raabe, um monstro demoníaco derrotado pelo Senhor). Em Isaías 14:29, os filisteus não deviam se alegrar, pois um rei, pior que os outros, viria; ele será como um “serafim voador”. Em nenhuma das duas passagens, Isaías 30:7 e 14:29, serafim é identificado como uma serpente. Em ambos os casos ele voa e é o símbolo do pecado que poderia defender os poderes demoníacos operando através da história. Isso pode sugerir que Lúcifer era apoiado por serafins.

Pelo lado positivo, pense na reverência e humildade demonstrada pelos serafins que, a despeito de sua aparência gloriosa, escolhem cobrir o corpo para proclamar que somente O que está assentado no trono é digno de toda glória.

Angel Manuel Rodríguez (via Revista Adventist World)

Vejamos alguns trechos dos escritos de Ellen G. White onde ela cita a presença de serafins:

"Tais eram os pensamentos que fervilhavam na mente de Isaías ao estar sob o pórtico do templo. Subitamente, pareceu-lhe que o portal e o véu interior do templo eram levantados ou afastados, e foi-lhe permitido olhar para dentro, sobre o santo dos santos, onde nem mesmo os pés do profeta podiam entrar. Ali surgiu ante ele a visão de Jeová assentado em Seu trono alto e sublime, enquanto o séquito de Sua glória enchia o templo. De cada lado do trono pairavam serafins, a face encoberta em adoração, enquanto ministravam perante seu Criador, e se uniam em solene invocação: 'Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a Terra está cheia da Sua glória' (Isaías 6:3)." (Profetas e Reis, p. 306)
"Do templo celestial, morada do Rei dos reis, onde milhares de milhares O servem, e milhões de milhões estão diante dEle (Daniel 7:10), templo repleto da glória do trono eterno, onde serafins, seus guardas resplandecentes, velam o rosto em adoração." (Conselhos para a Igreja, p. 356) 
"Os serafins habitam na presença de Jesus, mas ainda assim cobrem com as asas a face e os pés. Ao olharem para o Rei em Sua beleza, cobrem-se a si próprios." (A Verdade sobre os Anjos, p. 136)
"Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador." (O Desejado de Todas as Nações, p. 103)

"Os principados e os poderes das trevas estavam congregados em torno da cruz, lançando no coração dos homens a diabólica sombra de incredulidade. Quando Deus criou esses seres para estar diante de seu trono, eram belos e gloriosos. Sua formosura e santidade estavam em harmonia com a exaltada posição que ocupavam. Enriquecidos com a sabedoria de Deus, cingiam-se com a armadura celestial. Eram os ministros de Jeová. Quem poderia, no entanto, reconhecer nos anjos caídos os gloriosos serafins que outrora ministravam nas cortes celestiais?" (O Desejado de Todas as Nações, p. 539)

Via Megaphone Adventista

terça-feira, 25 de julho de 2017

Dez chaves para interpretar o Apocalipse


O Apocalipse é, ao mesmo tempo, um dos livros mais importantes da Bíblia e um dos mais difíceis de ser compreendido. Ele ocupa um lugar singular na interpretação bíblica e, assim, precisamos de alguns critérios para desvendar sua mensagem. Este artigo se concentra em dez chaves que ajudam o intérprete dessa obra apocalíptica a entender sua natureza singular.

1. Gênero 
O Apocalipse reivindica ser uma profecia. No prólogo do livro, é proferida uma bênção sobre aqueles que leem, ouvem e guardam as palavras “da profecia” (1:3). Novamente, no epílogo, encontramos declaração semelhante, pronunciada pelo próprio Jesus (22:7). E o anjo diz a João: “Não seles as palavras da profecia deste livro” (v. 10). O mesmo anjo, ao que parece, considerava João um dos profetas, porque ele se referiu a “teus irmãos, os profetas” (v. 9). Em 22:18 e 19, o Apocalipse é denominado profecia outras duas vezes.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

O que “Game of Thrones” tem a ver com pornografia?



A pornografia é um assunto tabu no mundo cristão. Poucas pessoas se arriscam a falar do tema. Porém, isso não significa que o assunto não seja importante. É muito importante!

Vou abrir meu coração para vocês: Eu fico muito preocupado com cristãos achando que o conteúdo de esta e outras series e filmes “não afetam” as pessoas. Não se iluda, afeta sim! Tudo o que colocamos na nossa mente, que é parte do Templo do Espírito Santo, afeta nossa vida. Não é à toa que Salomão diz: Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.” Outra versão: “Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.” O principal é guardar a nossa mente e cuidar as coisas que colocamos lá! Não há dúvidas sobre este assunto!

sábado, 8 de julho de 2017

A Origem da Vida, Paleontologia e Datação - Adauto Lourenço (Série: Criação x Evolução)

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Conheça os 15 acontecimentos que marcarão o Fim dos Tempos



Algo que fascina e intriga qualquer estudante da Bíblia são as profecias, principalmente aquelas que ainda estão por se cumprir. Como adventistas, temos uma visão muito ampla dos acontecimentos finais da história. Tão ampla que, às vezes, nos perdemos em meio ao grande volume de informações. Para não se confundir, você encontra a seguir uma visão panorâmica dos eventos que antecederão a segunda vinda de Cristo. A sequência não é rígida, mas procura seguir a ordem mais lógica e natural dos acontecimentos mencionados na Bíblia e nos escritos de Ellen White. Momentos difíceis nos aguardam no futuro, mas a felicidade de estar com Jesus compensará tudo.

1. REAVIVAMENTO E REFORMA
Significa a completa mudança de mentalidade, hábitos e práticas entre o povo de Deus. Requisito para a chuva serôdia, só ocorrerá por meio de verdadeira conversão (Jl 2:12; 13, 23, 28, 29). 

domingo, 2 de julho de 2017

Afinal, o que é o perfeccionismo?


Créditos da imagem: Fotolia

Décadas se passaram desde o lançamento de O Ritual do Santuário, por M. L. Andreasen. Mesmo assim, a discussão sobre perfeição cristã não deixa de gerar debates e atrair a atenção dos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Enquanto muitos consideram as declarações de Andreasen sobre a perfeição da última geração como perfeccionistas, outros o aclamam como o destemido teólogo da verdade.

Embora o tema da perfeição cristã tenha sido tratado em uma quantidade significativa de publicações, proporcionado amadurecimento teológico sobre o assunto, sua contrapartida – o perfeccionismo – é geralmente tratado de maneira supérflua e passageira. Fato é que, para muitos, perfeccionismo é um assunto ainda confuso. Percebe-se isso quando, em certos casos, alguém na igreja é rotulado de perfeccionista porque se tornou vegetariano, evita alimentos contendo açúcar, deixa de assistir à televisão, ou prefere um estilo de adoração ou educação domiciliar mais ortodoxo. Aparentemente, muitas congregações não têm uma definição clara sobre o assunto, levando certos membros a tratar como algo estranho aquilo que é promovido e ensinado pela igreja.

3 questões que os evolucionistas têm que saber responder

Há mitos evolutivos que se tornaram tão enraizados na cultura ocidental (pelo menos entre a "elite pensadora") que muito de nós nem pára para pensar na mecânica de certas alegações. Uma coisa é dizer que um dinossauro "evoluiu" para um colibri, mas outra é mostrar como é que isso pode acontecer gradualmente e de forma a que o animal sobreviva.

Outra "transformação" que desafia tudo o que se sabe de Biologia é a mitológica evolução dos mamíferos marinhos. Reza a lenda que os mamíferos que se encontram nos mares são "parentes distantes" dos mamíferos que estão em terra, separados apenas pelos mitológicos "milhões de anos" e por algumas mutações:

Conhecemos muito pouco sobre os fósseis de antigas espécies de Golfinhos, e o que se conhece é extremamente incerto. Supõe-se que há cerca de 50 milhões de anos atrás, uma espécie de gato pré-histérico (Mesonychidea), começou a passar mais tempo na água à procura de alimento, e que eventualmente se transformou para melhor se adaptar a esse novo meio ambiente. O regresso à água, trouxe benefícios significantes para os carnívoros terrestres. Os animais marinhos eram uma nova fonte de alimento inexplorada.

As evidências em favor deste mito fazem-se notar pela total ausência, mas deixando isso de parte, há algumas coisas que seria interessante saber:

1) Os mamíferos terrestres são respiradores involuntários, enquanto que os golfinhos não.

Embora possamos, obviamente, conscientemente suspender a respiração, para nós, mamíferos terrestres, respirar é um reflexo que está em larga parte fora do nosso controle cônscio. (Por isso é que ao dormirmos, nós continuamos a respirar). No entanto, os golfinhos e a baleias não são respiradores involuntários. Eles têm que estar conscientes para respirar:

Os golfinhos são conhecidos como respiradores conscientes (ou cônscios), o que significa que eles nunca chegam a adormecer totalmente visto que se o fizerem, eles podem afogar. Devido a isto, quando eles descansam, parte do seu cérebro mantém-se alerta de forma a permitir que eles obtenham facilmente o oxigénio que precisam.

Quando foi que a metamorfose de respirador involuntário para respirador consciente ocorreu? Há alguma evidência fóssil disto?

2) Os golfinhos têm as suas narinas no topo da sua cabeça:

Na maior parte dos mamíferos. a abertura nasal encontra-se localizada perto do topo do focinho. Nos golfinhos modernos, por outro lado, ela encontra-se localizada no topo da cabeça. acima dos olhos.
Como foi que este traço físico evoluiu gradualmente e de forma que permitisse que o animal continuasse a respirar e a sobreviver? Existe algum fóssil que revela um animal "a meio caminho" no que toca a relocalização das narinas para a parte superior da cabeça?

3) Os mamíferos terrestres normalmente dão à luz  em terra enquanto que os mamíferos 100% aquáticos dão à luz debaixo de água (obviamente).

Os mamíferos terrestres, especialmente os maiores, normalmente nascem incapazes de se locomover (pelo menos durante alguns minutos):


Por outro lado, os mamíferos marinhos nascem a saber nadar:



Em que fase da "evolução" é que os recém-nascidos dos mamíferos marinhos começaram a nascer a saber nadar, habilidade sem a qual morreriam à nascença?

Darwinismo

sábado, 1 de julho de 2017

A teologia de Deus e o genocídio cananeu | Walter C. Kaiser Jr.

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Uma das objeções mais frequentes ao ensino veterotestamentário de um Deus justo e amoroso é sua ordem, quando Josué entrava em Canaã com os israelitas, de exterminar da face da terra todos os homens, mulheres e crianças pertencentes às sete ou oito nações cananeias presentes na terra. Para muitos, o ensinamento bíblico acerca da justiça e misericórdia de Deus é posto à prova a partir do momento em que Deus exige tamanha condenação maciça e universal de todos os habitantes de Canaã, quando da chegada de Israel.

Isso não quer dizer que Israel era tão superior moralmente que podiam atirar as primeiras pedras. Ronald Goetz afirmou com certa razão que “Israel recebe ajuda apesar de seus pecados”[1]. Porém, conforme o próprio Goetz observou, a resposta não está na retidão imensamente maior de Israel em relação aos cananeus, mas nos níveis crescentes de culpa acumulados por Canaã ao longo de anos e milênios, antes da época da conquista de Josué. Portanto, sem tentar mitigar ou atenuar a ordem divina de extirpar a população de Canaã, o texto que coloca em perspectiva toda essa questão é Deuteronômio 9.5:

“Não é por causa da tua justiça nem da retidão do teu pecado que entras na terra delas para possuí-la, mas é pela culpa destas nações que o Senhor, teu Deus, as expulsa da tua frente, para confirmar a palavra que o Senhor, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.”

Durante todo o período dos patriarcas, da escravidão egípcia, e muitos anos adiante, Deus aguardou que os cananeus se arrependessem e abandonassem os pecados gradativamente acumulados contra si mesmos. Gênesis 15.16 deixa claro que, mesmo no período de 2100 a 1800 a.C., seria prematuro Abraão, Isaque e Jacó tomar alguma atitude, com base na promessa de Deus, invadindo Canaã e capturando-a para si próprios, “porque a medida da maldade dos amorreus ainda não [estava] completa”. Nosso Senhor aguardava que o “cálice de iniquidade” enchesse até a borda e transbordasse.

A misericórdia, graça e amor de Deus fizeram com que ele agisse extremamente devagar ao executar sua ameaça de julgamento contra Canaã. Deve-se lembrar que todas as profecias (exceto as de caráter incondicional, dentro dos esquemas da aliança abraâmica, davídica e da nova aliança) têm explícita ou implicitamente um “a menos que” ou “se” e, por isso, são condicionais nas ameaças que levantam contra as nações. “Se” Canaã se arrependesse em qualquer momento ao longo daquele período que teve início na constatação de Noé das perversões sexuais de seu neto Canaã, à semelhança do que demonstrava seu filho Cam (Gn 9.25), Deus teria mudado sua acusação contra aquela nação (Jr 18.7-10). Não temos como datar o dilúvio de Noé, mas, ainda que fosse por volta de 3500 a.C. – e Deus vigiou Canaã desde aquela data até aproximadamente 1400 ou 1300 a.C. –, Deus teria esperado mais dois milênios antes de ordenar a Josué que destruísse os habitantes daquela terra.

Deus não corrompe a justiça (Jó 8.3), mas, sendo o Juiz de toda a terra, faz o que é justo (Gn 18.25). O problema gira em torno da legitimidade e significado da ira divina (ira Dei). É costumeiro os seres humanos, mortais, definirem ira ao estilo ao estilo de Aristóteles, como “o desejo por retaliação”[2], ou como a ardente necessidade de retribuir ao mínimo ou real dano causado contra nós. Há quem tenha definido ira como “loucura momentânea”[3], mas foi o pai da igreja Lactâncio (segunda metade do século III d.C.) quem a definiu como “comoção da alma se insurgindo para refrear o pecado”[4].

No século II da era cristã, argumentos de Marcião contra o Deus do Antigo Testamento, considerando-o como um “demiurgo” (divindade subordinada responsável pela criação do mal), obrigaram a igreja a excomungar Marcião em 144 d.C. Tertualiano escreveu seu Contra Marcião com o objetivo de responder a diversas das objeções marcionistas ao Deus do Antigo Testamento. Contudo, foi a partir de De Ira Dei (“Sobre a ira de Deus”), de Lactâncio, que se começou a responder e entender corretamente as passagens concernentes à ira de Deus. Lactâncio escreveu:

“Quem ama o bem, por isso mesmo odeia o mal; e quem não odeia o mal não ama o bem; pois o amor da benignidade advém diretamente do ódio do mal, e o ódio de coisas más advém diretamente do amor da benignidade. Ninguém pode amar a vida sem abominar a morte; e ninguém pode ter apetite pela luz sem antipatia às trevas.[5]”

A ira e a cólera de Deus são expressões legítimas de sua abominação a tudo o que é pecaminoso, errado, injusto, e contrário a sua natureza e ser. Deus não irrompeu em ira por mera impetuosidade contra os cananeus, mas deu-lhes séculos e milênios para que acertassem e corrigissem seus erros. No fim das contas, ele teve de agir; caso contrário, não seria santo, justo correto e equânime[6].

__________________________________

[1] Ronald Goetz, “Joshua, Calvin and Genocide”, Theology Today 32 (1975): 266.

[2] Aristóteles, De Anima 1.1. Ver a excelente discussão sobre o assunto em Abraham Heschel, The Prophets. Nova Iorque: Harper and Row, 1962, 2:1-86, esp. 60.

[3] Horácio, Epistolae 1:2:62. Ver também J. C. Hardwick, “The Wrath of God and the Wrath of Man”, The Hibbert Journal 39 (1940-1941): 251-261.

[4] Citado por Heschel, The Prophets, 2:82.

[5] Lactâncio, De Ira Dei, 51.

[6] Ver quatro pontos de vista sobre o assunto em Show Them No Mercy: Four Views on God and Canaanite Genocide, ed. Stanley Gundry. Grand Rapids: Zondervan, 2003 [publicado em português com o título Deus mandou matar? 4 pontos de vista sobre o genocídio cananeu. São Paulo: Vida, 2006]. Os defensores de cada perspectiva são C. S. Cowles, Eugene H. Merrill, Daniel L. Gard e Tremper Longman III.

Trecho extraído da obra “O plano da promessa de Deus: Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos”, de Walter Kaiser Jr., publicado por Vida Nova: São Paulo, 2011, p. 113-115. Traduzido por Gordon Chown e A. G. Mendes. Publicado com permissão.

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