A visão teológica adventista sobre sobre transgêneros foi expressa de maneira oficial em um documento votado na última terça-feira (12) pelo comitê executivo da denominação durante o Encontro da Primavera, evento anual que acorre no mês de abril na sede da igreja, em Silver Spring, Maryland (EUA).
Fruto de dois anos de estudos e discussões sobre o tema, a declaração foi redigida pela Comissão de Ética do Instituto de Pesquisa Bíblia (BRI
Fruto de dois anos de estudos e discussões sobre o tema, a declaração foi redigida pela Comissão de Ética do Instituto de Pesquisa Bíblia (BRI, na sigla em inglês), com a participação de teólogos, sociólogos, psicólogos e membros da comunidade médica.A visão teológica adventista sobre sobre transgêneros foi expressa de maneira oficial em um documento votado na última terça-feira (12) pelo comitê executivo da denominação durante o Encontro da Primavera, evento anual que acorre no mês de abril na sede da igreja, em Silver Spring, Maryland (EUA)
De acordo com o doutor Elias Brasil, diretor do Biblical Research Institute, o documento teve pelo menos 21 versões diferentes antes da oficial. “Consultamos dezenas de pessoas, entre elas médicos, psiquiatras, teólogos e psicólogos. Lemos documentos, artigos científicos e materiais diversos sem ignorar o que a ciência diz a respeito. A preocupação do documento foi a de oferecer uma posição teológica e prover princípios bíblicos que ajudem a igreja a lidar com o assunto e, de forma cristã, com as pessoas envolvidas diretamente com o assunto”, esclarece.
Ao conduzir a votação, o pastor Ted Wilson, líder mundial da igreja, também frisou que a última coisa que a igreja quer é afugentar as pessoas de Cristo e dos templos. “Desejamos que elas venham aos pés da cruz e para Sua graça transformadora”, sublinhou.
Conforme diz a declaração, os adventistas creem que “a Escritura provê princípios para orientação e aconselhamento aos transgêneros e à igreja, transcendendo as convenções e a cultura humanas”. Para ler a versão em português do documento (que também será publicada integralmente na edição de maio da Revista Adventista), clique aqui. [Márcio Tonetti, equipe RA / Com informações de Felipe Lemos, da ASN] na sigla em inglês), com a participação de teólogos, sociólogos, psicólogos e membros da comunidade médica.
De acordo com o doutor Elias Brasil, diretor do Biblical Research Institute, o documento teve pelo menos 21 versões diferentes antes da oficial. “Consultamos dezenas de pessoas, entre elas médicos, psiquiatras, teólogos e psicólogos. Lemos documentos, artigos científicos e materiais diversos sem ignorar o que a ciência diz a respeito. A preocupação do documento foi a de oferecer uma posição teológica e prover princípios bíblicos que ajudem a igreja a lidar com o assunto e, de forma cristã, com as pessoas envolvidas diretamente com o assunto”, esclarece.
Ao conduzir a votação, o pastor Ted Wilson, líder mundial da igreja, também frisou que a última coisa que a igreja quer é afugentar as pessoas de Cristo e dos templos. “Desejamos que elas venham aos pés da cruz e para Sua graça transformadora”, sublinhou.
Conforme diz a declaração, os adventistas creem que “a Escritura provê princípios para orientação e aconselhamento aos transgêneros e à igreja, transcendendo as convenções e a cultura humanas”. Para ler a versão em português do documento (que também será publicada integralmente na edição de maio da Revista Adventista),
[Márcio Tonetti, equipe RA / Com informações de Felipe Lemos, da ASN]
Declaração sobre Transgêneros
A crescente familiaridade com as necessidades e desafios que homens e mulheres transgêneros enfrentam e o aumento das questões sobre transgêneros, com proeminência social no mundo todo, levantam perguntas importantes não apenas para os afetados pelo fenômeno transgênero, mas também para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Embora as lutas e os desafios daqueles que se identificam como transgêneros tenham alguns elementos em comum com as lutas de todos os seres humanos, reconhecemos a singularidade de sua situação e a limitação de nosso conhecimento em casos específicos. Contudo, cremos que a Escritura provê princípios para orientação e aconselhamento aos transgêneros e à Igreja, transcendendo as convenções e a cultura humanas.
O fenômeno transgênero
Na sociedade moderna, a identidade de gênero denota tipicamente “o papel público (e geralmente reconhecido legalmente) vivido como menino ou menina, homem ou mulher”, enquanto o termo sexo se refere “aos indicadores biológicos de macho e fêmea”[1]. Geralmente, a identificação de gênero se alinha com o sexo biológico da pessoa no nascimento. Porém, pode ocorrer um desalinhamento nos níveis físico e/ou mental-emocional.
No nível físico, a ambiguidade na genitália pode resultar de anormalidades anatômicas e fisiológicas, de modo que não é possível estabelecer claramente se a criança é do sexo masculino ou feminino. Essa ambiguidade da diferenciação sexual anatômica é muitas vezes chamada de hermafroditismo ou intersexualidade.[2]
No nível mental-emocional, o desalinhamento ocorre com transgêneros cuja anatomia sexual é claramente masculina ou feminina mas que se identificam com o gênero oposto de seu sexo biológico. Eles podem se descrever como estando presos em um corpo errado. O transgenerismo, no passado clinicamente diagnosticado como “desordem de identidade de gênero” e agora definido como “disforia de gênero”, pode ser entendido como um termo geral para descrever a variedade de formas pelas quais os indivíduos interpretam e expressam sua identidade de gênero, diferentemente daqueles que determinam o gênero com base no sexo biológico.[3] “A disforia de gênero é manifesta de várias formas, incluindo o forte desejo de ser tratado como outro gênero, ou ser libertado de suas características sexuais, ou uma forte convicção de possuir sentimentos e reações típicos do outro gênero.”[4]
Devido a tendências contemporâneas de rejeitar o binário bíblico de gênero (homem e mulher) e substituí-lo por um crescente espectro de tipos de gênero, certas escolhas desencadeadas pela situação transgênera passaram a ser consideradas como normais e aceitas na cultura contemporânea. Porém, o desejo de mudar ou de viver como uma pessoa de outro gênero resulta em escolhas de estilo de vida biblicamente impróprias. A disforia de gênero pode, por exemplo, resultar no uso de roupas do sexo oposto,[5] cirurgia de redefinição de sexo e o desejo de ter um relacionamento conjugal com uma pessoa do mesmo sexo biológico. Por outro lado, o transgênero pode sofrer calado, vivendo no celibato ou se casando com um cônjuge do sexo oposto.
Princípios bíblicos relativos à sexualidade e o fenômeno transgênero
Visto que o fenômeno transgênero deve ser avaliado pela Escritura, os seguintes princípios e ensinos bíblicos podem ajudar a comunidade de fé a se relacionar com pessoas afetadas pela disforia de gênero num modo bíblico e semelhante a Cristo.
1.Deus criou o ser humano como duas pessoas que são respectivamente identificadas como homem e mulher em termos de gênero. A Bíblia associa inseparavelmente o gênero ao sexo biológico (Gênesis 1:27; 2:22–24) e não faz distinção entre os dois. A Palavra de Deus afirma a complementaridade, bem como as claras distinções entre homem e mulher na criação. O relato da criação de Gênesis é fundamental para todas as questões da sexualidade humana.
2.A partir da perspectiva bíblica, o ser humano é uma unidade psicossomática. Por exemplo, a Escritura repetidamente chama o ser humano como um todo de alma (Gênesis 2:7; Jr 13:17; 52:28-30; Ezequiel 18:4; At 2:41; 1Co 15:45); um corpo (Efésios 5:28; Romanos 12:1–2; Apocalipse 18:13); carne (1Pedro 1:24); e espírito (2Timóteo 4:22; 1João 4:1–3). Portanto, a Bíblia não endossa o dualismo no sentido de uma separação entre o corpo e a percepção da sexualidade. Além disso, a Bíblia não ensina que existe uma parte imortal nos seres humanos, porque somente Deus possui a imortalidade (1 Timóteo 6:14-16) e Ele a concederá àqueles que crerem nEle, por ocasião da primeira ressurreição (1 Coríntios 15:51-54). Portanto, o ser humano também deve ser uma entidade sexual indivisível, e a identidade sexual não pode ser independente do corpo da pessoa. De acordo com a Escritura, nossa identidade de gênero, como designada por Deus, é determinada por nosso sexo biológico no nascimento (Gênesis 1:27; 5:1–2; Salmos 139:13–14; Marcos 10:6).
3.A Escritura reconhece, porém, que, devido à Queda (Gênesis 3:6-19), o todo do ser humano, ou seja, nossas faculdades mental, física e espiritual, foi afetado pelo pecado (Jeremias 17:9; Romanos 3:9; 7:14–23; 8:20–23; Gálatas 5:17) e necessita ser renovado por Deus (Romanos 12:2). Nossas emoções, sentimentos e percepções não são indicadores plenamente confiáveis dos propósitos, ideais e verdade de Deus (Provérbios 14:12; 16:25). Precisamos da orientação de Deus por meio da Escritura para determinar o que é de nosso melhor interesse e para viver de acordo com Sua vontade (2 Timóteo 3:16).
4.O fato de alguns indivíduos alegarem uma identidade de gênero incompatível com seu sexo biológico revela uma grave dicotomia. Essa debilidade ou angústia, sentida ou não, é uma expressão dos efeitos danosos do pecado sobre os seres humanos e pode ter diversas causas. Embora a disforia de gênero possa não ser considerada intrinsecamente um ato pecaminoso, pode resultar em escolhas pecaminosas. Esse é outro indício de que, no nível pessoal, os seres humanos estão envolvidos no grande conflito.
5.Desde que os homens e mulheres transgêneros estejam comprometidos em ordenar sua vida de acordo com os ensinos bíblicos sobre a sexualidade e o casamento, eles podem ser membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A Bíblia identifica clara e consistentemente qualquer atividade sexual fora do casamento heterossexual como pecado (Mateus 5:28, 31–32; 1 Timóteo 1:8–11; Hebreus 13:4). Estilos alternativos de vida sexual são distorções pecaminosas da boa dádiva da sexualidade dada por Deus (Romanos 1:21–28; 1 Coríntios 6:9–10).
6.Visto que a Bíblia considera os seres humanos como entidades integrais e não faz distinção entre sexo biológico e identidade de gênero, a Igreja veementemente adverte os homens e mulheres transgêneros contra a cirurgia de mudança de sexo e contra o casamento, se tiverem passado por esse procedimento. Do ponto de vista holístico bíblico da natureza humana, uma completa transição de um gênero para outro e a obtenção de uma identidade sexual integrada não podem ser esperadas no caso da cirurgia de transgenitalização.
7.A Bíblia ordena os seguidores de Cristo a amarem uns aos outros. Criados à imagem de Deus, todos devem ser tratados com dignidade e respeito. Isso inclui os homens e mulheres transgêneros. Atos de ridicularização, abuso ou bullying contra os transgêneros são incompatíveis com o mandamento bíblico “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12:31).
8.Como a comunidade de Jesus Cristo, a Igreja deve ser um refúgio e um lugar de esperança, de atenção e de compreensão a todos que estão confusos, aos sofredores, aos que passam por lutas e solidão, pois a Bíblia diz: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, […]” (Mateus 12:20). Todas as pessoas são convidadas a frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a desfrutar da comunhão de seus crentes. Aqueles que são membros podem participar plenamente da vida da igreja, desde que abracem a mensagem, a missão e os valores da Igreja.
9.A Bíblia proclama as boas-novas de que os pecados sexuais cometidos por heterossexuais, e por homens e mulheres envolvidos em homossexualidade, transgenerismo ou outros, podem ser perdoados, e a vida pode ser transformada pela fé em Jesus Cristo (1 Coríntios 6:9-11).
10.Aqueles que experimentam desajuste entre seu sexo biológico e sua identidade de gênero são incentivados a seguir os princípios bíblicos ao lidar com sua angústia. Eles são convidados a refletir sobre o plano original de Deus de pureza e fidelidade sexual. Pertencendo a Deus, todos são chamados a honrá-Lo com seu corpo e suas escolhas de estilo de vida (1 Coríntios 6:19). Com todos os crentes, os homens e mulheres transgêneros são incentivados a esperar em Deus, e é-lhes oferecida a plenitude da compaixão divina, da paz e da graça, em antecipação da breve volta de Cristo, quando todos os verdadeiros seguidores de Cristo serão plenamente restaurados ao ideal de Deus.
[Equipe ANN, com informações de Felipe Lemos]
________________________________________
[1] Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5a. ed. (DSM-5TM), editado pela Associação Americana de Psiquiatria (Washington, DC: American Psychiatric Publishing, 2013), 451.
[2] Indivíduos nascidos com genitália ambígua podem ou não se beneficiar de tratamento cirúrgico corretivo.
[3] Ver DSM-5TM, 451–459
[4] Esta sentença faz parte de um resumo sucinto de disforia de gênero provido para apresentar o DSM-5TM que foi publicado em 2013: https://www.psychiatry.org/File%20Library/Psychiatrists/Practice/DSM/APA_DSM-5-Gender-Dysphoria.pdf (acessado em 11 de abril de 2017).
[5] O uso de roupas do sexo oposto, também referido como comportamento travesti, é proibido em Deuteronômio 22:5.
A crescente familiaridade com as necessidades e desafios que homens e mulheres transgêneros enfrentam e o aumento das questões sobre transgêneros, com proeminência social no mundo todo, levantam perguntas importantes não apenas para os afetados pelo fenômeno transgênero, mas também para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Embora as lutas e os desafios daqueles que se identificam como transgêneros tenham alguns elementos em comum com as lutas de todos os seres humanos, reconhecemos a singularidade de sua situação e a limitação de nosso conhecimento em casos específicos. Contudo, cremos que a Escritura provê princípios para orientação e aconselhamento aos transgêneros e à Igreja, transcendendo as convenções e a cultura humanas.
O fenômeno transgênero
Na sociedade moderna, a identidade de gênero denota tipicamente “o papel público (e geralmente reconhecido legalmente) vivido como menino ou menina, homem ou mulher”, enquanto o termo sexo se refere “aos indicadores biológicos de macho e fêmea”[1]. Geralmente, a identificação de gênero se alinha com o sexo biológico da pessoa no nascimento. Porém, pode ocorrer um desalinhamento nos níveis físico e/ou mental-emocional.
No nível físico, a ambiguidade na genitália pode resultar de anormalidades anatômicas e fisiológicas, de modo que não é possível estabelecer claramente se a criança é do sexo masculino ou feminino. Essa ambiguidade da diferenciação sexual anatômica é muitas vezes chamada de hermafroditismo ou intersexualidade.[2]
No nível mental-emocional, o desalinhamento ocorre com transgêneros cuja anatomia sexual é claramente masculina ou feminina mas que se identificam com o gênero oposto de seu sexo biológico. Eles podem se descrever como estando presos em um corpo errado. O transgenerismo, no passado clinicamente diagnosticado como “desordem de identidade de gênero” e agora definido como “disforia de gênero”, pode ser entendido como um termo geral para descrever a variedade de formas pelas quais os indivíduos interpretam e expressam sua identidade de gênero, diferentemente daqueles que determinam o gênero com base no sexo biológico.[3] “A disforia de gênero é manifesta de várias formas, incluindo o forte desejo de ser tratado como outro gênero, ou ser libertado de suas características sexuais, ou uma forte convicção de possuir sentimentos e reações típicos do outro gênero.”[4]
Devido a tendências contemporâneas de rejeitar o binário bíblico de gênero (homem e mulher) e substituí-lo por um crescente espectro de tipos de gênero, certas escolhas desencadeadas pela situação transgênera passaram a ser consideradas como normais e aceitas na cultura contemporânea. Porém, o desejo de mudar ou de viver como uma pessoa de outro gênero resulta em escolhas de estilo de vida biblicamente impróprias. A disforia de gênero pode, por exemplo, resultar no uso de roupas do sexo oposto,[5] cirurgia de redefinição de sexo e o desejo de ter um relacionamento conjugal com uma pessoa do mesmo sexo biológico. Por outro lado, o transgênero pode sofrer calado, vivendo no celibato ou se casando com um cônjuge do sexo oposto.
Princípios bíblicos relativos à sexualidade e o fenômeno transgênero
Visto que o fenômeno transgênero deve ser avaliado pela Escritura, os seguintes princípios e ensinos bíblicos podem ajudar a comunidade de fé a se relacionar com pessoas afetadas pela disforia de gênero num modo bíblico e semelhante a Cristo.
1.Deus criou o ser humano como duas pessoas que são respectivamente identificadas como homem e mulher em termos de gênero. A Bíblia associa inseparavelmente o gênero ao sexo biológico (Gênesis 1:27; 2:22–24) e não faz distinção entre os dois. A Palavra de Deus afirma a complementaridade, bem como as claras distinções entre homem e mulher na criação. O relato da criação de Gênesis é fundamental para todas as questões da sexualidade humana.
2.A partir da perspectiva bíblica, o ser humano é uma unidade psicossomática. Por exemplo, a Escritura repetidamente chama o ser humano como um todo de alma (Gênesis 2:7; Jr 13:17; 52:28-30; Ezequiel 18:4; At 2:41; 1Co 15:45); um corpo (Efésios 5:28; Romanos 12:1–2; Apocalipse 18:13); carne (1Pedro 1:24); e espírito (2Timóteo 4:22; 1João 4:1–3). Portanto, a Bíblia não endossa o dualismo no sentido de uma separação entre o corpo e a percepção da sexualidade. Além disso, a Bíblia não ensina que existe uma parte imortal nos seres humanos, porque somente Deus possui a imortalidade (1 Timóteo 6:14-16) e Ele a concederá àqueles que crerem nEle, por ocasião da primeira ressurreição (1 Coríntios 15:51-54). Portanto, o ser humano também deve ser uma entidade sexual indivisível, e a identidade sexual não pode ser independente do corpo da pessoa. De acordo com a Escritura, nossa identidade de gênero, como designada por Deus, é determinada por nosso sexo biológico no nascimento (Gênesis 1:27; 5:1–2; Salmos 139:13–14; Marcos 10:6).
3.A Escritura reconhece, porém, que, devido à Queda (Gênesis 3:6-19), o todo do ser humano, ou seja, nossas faculdades mental, física e espiritual, foi afetado pelo pecado (Jeremias 17:9; Romanos 3:9; 7:14–23; 8:20–23; Gálatas 5:17) e necessita ser renovado por Deus (Romanos 12:2). Nossas emoções, sentimentos e percepções não são indicadores plenamente confiáveis dos propósitos, ideais e verdade de Deus (Provérbios 14:12; 16:25). Precisamos da orientação de Deus por meio da Escritura para determinar o que é de nosso melhor interesse e para viver de acordo com Sua vontade (2 Timóteo 3:16).
4.O fato de alguns indivíduos alegarem uma identidade de gênero incompatível com seu sexo biológico revela uma grave dicotomia. Essa debilidade ou angústia, sentida ou não, é uma expressão dos efeitos danosos do pecado sobre os seres humanos e pode ter diversas causas. Embora a disforia de gênero possa não ser considerada intrinsecamente um ato pecaminoso, pode resultar em escolhas pecaminosas. Esse é outro indício de que, no nível pessoal, os seres humanos estão envolvidos no grande conflito.
5.Desde que os homens e mulheres transgêneros estejam comprometidos em ordenar sua vida de acordo com os ensinos bíblicos sobre a sexualidade e o casamento, eles podem ser membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A Bíblia identifica clara e consistentemente qualquer atividade sexual fora do casamento heterossexual como pecado (Mateus 5:28, 31–32; 1 Timóteo 1:8–11; Hebreus 13:4). Estilos alternativos de vida sexual são distorções pecaminosas da boa dádiva da sexualidade dada por Deus (Romanos 1:21–28; 1 Coríntios 6:9–10).
6.Visto que a Bíblia considera os seres humanos como entidades integrais e não faz distinção entre sexo biológico e identidade de gênero, a Igreja veementemente adverte os homens e mulheres transgêneros contra a cirurgia de mudança de sexo e contra o casamento, se tiverem passado por esse procedimento. Do ponto de vista holístico bíblico da natureza humana, uma completa transição de um gênero para outro e a obtenção de uma identidade sexual integrada não podem ser esperadas no caso da cirurgia de transgenitalização.
7.A Bíblia ordena os seguidores de Cristo a amarem uns aos outros. Criados à imagem de Deus, todos devem ser tratados com dignidade e respeito. Isso inclui os homens e mulheres transgêneros. Atos de ridicularização, abuso ou bullying contra os transgêneros são incompatíveis com o mandamento bíblico “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12:31).
8.Como a comunidade de Jesus Cristo, a Igreja deve ser um refúgio e um lugar de esperança, de atenção e de compreensão a todos que estão confusos, aos sofredores, aos que passam por lutas e solidão, pois a Bíblia diz: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, […]” (Mateus 12:20). Todas as pessoas são convidadas a frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a desfrutar da comunhão de seus crentes. Aqueles que são membros podem participar plenamente da vida da igreja, desde que abracem a mensagem, a missão e os valores da Igreja.
9.A Bíblia proclama as boas-novas de que os pecados sexuais cometidos por heterossexuais, e por homens e mulheres envolvidos em homossexualidade, transgenerismo ou outros, podem ser perdoados, e a vida pode ser transformada pela fé em Jesus Cristo (1 Coríntios 6:9-11).
10.Aqueles que experimentam desajuste entre seu sexo biológico e sua identidade de gênero são incentivados a seguir os princípios bíblicos ao lidar com sua angústia. Eles são convidados a refletir sobre o plano original de Deus de pureza e fidelidade sexual. Pertencendo a Deus, todos são chamados a honrá-Lo com seu corpo e suas escolhas de estilo de vida (1 Coríntios 6:19). Com todos os crentes, os homens e mulheres transgêneros são incentivados a esperar em Deus, e é-lhes oferecida a plenitude da compaixão divina, da paz e da graça, em antecipação da breve volta de Cristo, quando todos os verdadeiros seguidores de Cristo serão plenamente restaurados ao ideal de Deus.
[Equipe ANN, com informações de Felipe Lemos]
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[1] Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5a. ed. (DSM-5TM), editado pela Associação Americana de Psiquiatria (Washington, DC: American Psychiatric Publishing, 2013), 451.
[2] Indivíduos nascidos com genitália ambígua podem ou não se beneficiar de tratamento cirúrgico corretivo.
[3] Ver DSM-5TM, 451–459
[4] Esta sentença faz parte de um resumo sucinto de disforia de gênero provido para apresentar o DSM-5TM que foi publicado em 2013: https://www.psychiatry.org/File%20Library/Psychiatrists/Practice/DSM/APA_DSM-5-Gender-Dysphoria.pdf (acessado em 11 de abril de 2017).
[5] O uso de roupas do sexo oposto, também referido como comportamento travesti, é proibido em Deuteronômio 22:5.