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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O sinal de Caim e seu casamento


Gostaria de saber qual foi o sinal que Deus pôs em Caim, para que ninguém o matasse, e com quem ele teria se casado.


Caim foi o primeiro bebê deste mundo. Deve ter sido muito lindo, forte e sadio. Talvez sua mãe, Eva, tenha até imaginado que ele pudesse ser o Messias prometido, Aquele que esmagaria a cabeça de Satanás, simbolizado pela serpente. Mal sabia ela que segurava em seus bra­ços o primeiro assassino, aquele que, por ciúme, mata­ria seu irmão, o piedoso e justo Abel. Chamado a se ex­plicar diante de Deus, declarou cinicamente: "Acaso sou eu tutor de meu irmão?" (Gn 4:9).

O relato bíblico afirma que Caim estava com medo de morrer devido a seu crime (Gn 4:14). Isso poderia aconte­cer pelas mãos de algum "vingador do sangue", que pode­ria ser Adão mesmo ou qualquer um de seus outros irmãos (veja, em Gn 5:4, que ele teve outros irmãos e i rmãs). Então, Deus pôs nele um sinal, "para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse" (Gn 4:15). A palavra "sinal", no original, é "ôt, e significa "sinal", "marca", "emblema", "símbolo". Essa palavra aparece também em Gênesis 9:12 e 13, com respeito ao arco-íris, sinal divino de que a Terra não mais seria destruída por outro dilúvio. No entanto, apenas pelo significado dessa palavra hebraica não se pode saber qual teria sido o sinal posto em Caim.

"Alguns comentaristas têm interpretado este sinal como uma marca externa, posta em Caim, ao passo que outros interpretam o sinal como sendo a promessa di­vina de que nada poria em risco a vida de Caim. De toda maneira, não era um sinal de perdão, mas tão-somente de proteção temporal" (E D. Nichol, Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v. 1, p. 254).

R.N. Champlin (em O Antigo Testamento Interpretado, v. 1, p. 47) lista diversas tentativas de explicação para esse sinal, algumas até risíveis:

1. Caim teria se tornado negro e foi o pai das pessoas de pele escura. Essa é uma hipótese nitidamente racista. Na verdade, os negros se originaram com um dos filhos de Noé - Cam;

2. Ele teria recebido uma espécie de tatuagem;

3. O nome de Deus, Yahweh, teria sido estampado na testa dele;

4. O nome "Caim, o fratricida", teria sido escrito em sua testa;

5. Deus teria tornado Caim invencível - não podia ser queimado, afogado, nem ferido à espada;

6. Uma luz, como o círculo do Sol, o acompanhava por onde quer que ele fosse.

Como se pode ver, nenhuma dessas explicações sa­tisfaz a curiosidade em relação àquele sinal. Contudo, o mais importante não é o sinal em si, mas a razão pela qual Deus o pôs em Caim: foi para que ele tivesse tempo de se arrepender. Percebe o grande amor de Deus pelo pri­meiro homicida? Pena que Caim não tenha aproveitado sua longa vida (talvez perto dos mil anos, como muitos dos seus parentes antediluvianos) para se arrepender, desprezando o oferecimento divino de salvação.

Sobre o casamento de Caim, deve-se dizer que as in­formações são bem escassas. Sabemos apenas que ele se retirou "da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden" (Gn 4:16) e, nesse lugar, "coabi­tou com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque" (4:17). "Coabitar", nesse verso, é ter relações sexuais.

Como Caim teria conseguido mulher na terra de Node, uma vez que, segundo a Bíblia, Adão e Eva forma­ram o casal que iniciou o povoamento da Terra? Perceba que o relato bíblico diz apenas que, em Node, Caim teve relações sexuais com sua mulher. Com certeza, já era ca­sado com uma de suas irmãs ou sobrinhas, antes de fu­gir da presença do Senhor (em Gn 5:4 é dito que Adão teve outros filhos e filhas).

No início da história da Terra, não havia problemas com casamentos tão próximos, o que não é o caso hoje, devido às tendências degenerativas no ser humano. Note que Abraão era casado com Sara, sua irmã por parte de pai (Gn 20:12), e Moisés era filho de um casamento entre tia e sobrinho (a mãe dele era tia do marido, conforme Êxodo 6:20). Casamentos com parentes tão próximos fo­ram proibidos por Deus ainda nos dias de Moisés (ver Levítico 18:9-14).

Algumas lições podem ser tiradas da vida de Caim:

(1) ira mal resolvida pode levar ao ódio, e este ao assas­sinato,

(2) Deus não nos rejeita quando praticamos um ato mau, mas nos dá oportunidade para que nos arre­pendamos, sejamos perdoados e salvos,

(3) a piedade e religiosidade dos pais não são automaticamente trans­feridas aos filhos. Com certeza, ajudam no desenvolvi­mento de um bom caráter, mas o fator decisivo é a to­mada de decisões por parte de cada filho, "pois cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" (Rm 14:12).

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

terça-feira, 13 de março de 2012

O "argumento Caim" na adoração



A experiência de Caim, Abel e suas respectivas ofertas sempre surge no debate sobre música. Analisando-se alguns artigos e livros sobre o tema, percebe-se claramente que o fato de Deus ter rejeitado a oferta de Caim é rapidamente associado a elementos do culto cristão considerados polêmicos.
O argumento é: "Não podemos adorar a Deus como queremos, mas como Deus quer. Veja o caso de Caim!" A partir daí, o usuário do "argumento Caim" o aplica da seguinte forma: "O modo como EU adoro é 'oferta de Abel', e o modo como VOCÊ adora é 'oferta de Caim'".
Parece-me que o “argumento Caim” deteriorou-se como o “argumento do escândalo”. É uma espécie de carta-curinga, sacada da manga e encaixada sem critério algum em qualquer discussão sobre música e adoração.
Utiliza-se o “argumento Caim” para atacar desde o uso de spots de iluminação em cantatas de coral até para embasar “biblicamente” a proibição de se retirar o púlpito da plataforma.
Ironicamente, é comum ver na mesma pessoa que usa o “argumento Caim” a atitude extrema e violenta de Caim: dedo em riste, críticas, ataques e perseguições aos irmãos.

Refletindo sobre o tema, conclui-se que o “argumento Caim” só é aplicável a situações onde a expressa vontade de Deus estiver sendo desconsiderada na adoração. Uma mudança na ordem da liturgia, por exemplo, não é desobediência a Deus, já que Ele não estabeleceu uma sequência litúrgica inflexível no culto cristão. No entanto, na mente de alguns, colocar o ofertório antes do hino inicial já seria "querer fazer do seu jeito, e não do jeito de Deus. Lembre-se de Caim!!!". E assim, o 'argumento Caim' vai se sacralizando, sob uma falsa aura de "argumento bíblico".
No entanto, utilizado dessa forma, não é nem bíblico e nem lógico. Vejamos:
“Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente que o de Caim.” (Hb 11:4)

Abel ofereceu seu sacrifício pela fé, de acordo com a Palavra de Deus.

“De sorte que, a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10:17)

Se adorarmos a Deus pela fé, nós o faremos de acordo com a Sua Palavra.
Se nossa adoração não é pela fé, em obediência à Palavra de Deus, ela se torna pecaminosa, pois "tudo o que não provém da fé é pecado" (Rm 14:23).
O caso de Caim envolve algo simples mas perigoso: substituir uma ordem de Deus por outra coisa, mesmo por coisas aparentemente boas e aceitáveis.
Os hipócritas da época de Jesus praticavam muitas coisas boas e aceitáveis, frutos de boas intenções. No entanto, isso se tornou pecado quando os mandamentos divinos começaram a ser substituídos por tais coisas:

“Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês.” Mt 15:6


Sobre isso, Jesus disse:

“Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’". Mt 15:8-9


O caso de Caim não é apenas uma ingênua questão de gosto pessoal ("ele preferia frutos a cordeiros..."). É uma questão de desrespeito e desobediência deliberada. Longe de ser um sincero adorador ignorante, Caim era um rebelde que conhecia a vontade de Deus, mas decidiu desobedecer de propósito.

“Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas.” 1 Jo 3:12


Deus é muito específico acerca do que quer de nós na adoração. No entanto, quando o "argumento Caim “ é usado na discussão sobre música, implicitamente colocamos várias normas e práticas que Deus NÃO especificou na adoração. Assim, cometemos o mesmo erro das pessoas a quem queremos corrigir: colocar a vontade humana à frente da vontade de Deus.

A seguir, a análise de algumas afirmações sobre o tema, encontradas em livros e artigos, sob a luz da Bíblia e dos escritos de Ellen White:


1) “O pecado de Caim foi uma ‘modernização’, uma ‘culturalização’


Não. O pecado de Caim foi desobedecer.
Caim levou a Deus uma simples oferta de gratidão, e não uma oferta pelo pecado [1].
Tecnicamente, trazer uma oferta “do fruto da terra” é algo encontrado na Bíblia, uma oferta legitimamente bíblica (Lv 2:1, 14; Nm 18:12, 13; Dt 26: 2, 4, 10). No entanto, não era esse tipo de oferta que o Senhor requeria naquele episódio.
“Sua oferta assemelhava-se à de Caim. Traziam ao Senhor os frutos da terra, os quais eram, em si mesmos, aceitáveis aos olhos de Deus. Muito bom era, na verdade, o fruto; mas, a virtude da oferta - o sangue do Cordeiro morto, representando o sangue de Cristo - isso faltava.”[2]
Não houve nenhum tipo de modernização ou culturalização. Houve sim uma desobediência a uma ordem expressa do Senhor. Ele ofereceu uma oferta tecnicamente correta, mas em substituição à oferta requerida por Deus.
“Caim obedeceu ao construir o altar, obedeceu ao trazer um ‘sacrifício’; prestou, porém apenas uma obediência parcial. A parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída”.[3]
A atitude de Caim indica que ele se achava justo. Aos seus próprios olhos, não havia necessidade de confissão de pecados e nem de misericórdia. Utilizar o “argumento Caim” contra inovações é ignorar a existência de ofertas do fruto da terra.


2) “A adoração de Caim foi ‘pomposa’, ‘chamativa’ e ‘de fazer barulho’”.


Não. A oferta de Caim foi uma “simples oferta de gratidão”[4].
Caim não estava preocupado nem mesmo em trazer “o melhor dos frutos”[5].
Não há nada de pomposo, chamativo ou barulhento na oferta de Caim. Ele trouxe sua oferta com “murmuração e infidelidade”[6].


3) “Caim ofereceu o seu melhor”


Não. “Caim não estava preocupado em trazer nem mesmo o melhor dos frutos”[7].
Abel sim trouxe o melhor, cheio de fé[8].


4) “Caim adorou com sinceridade”


Não. A oferta de Caim foi feita com murmuração, infidelidade e dúvida[9]. Caim não era um adorador do Deus vivo, ele era do Maligno (1 Jo 3:12).
Caim sabia a vontade de Deus, mas a recusou deliberadamente numa atitude de desrespeito e rebeldia[10].


5) “Caim não tinha cordeiros para oferecer”


Não era difícil para Caim conseguir um cordeiro. O próprio Abel o aconselhou a trazer um cordeiro. “(Caim) não estava disposto a seguir estritamente o plano de obediência e procurar um cordeiro e oferecê-lo com os frutos da terra. Meramente tomou do fruto da terra e desrespeitou as exigências de Deus.”[11].
Note a interessante possibilidade de oferecer o cordeiro com os frutos da terra.


Conclusão


Teologicamente, a oferta de Caim representa a tentativa de salvação pelas obras, sem cordeiro, sem sangue, sem os méritos de Jesus:
“O esforço que o homem faz em suas próprias forças para obter a salvação é representado pela oferta de Caim”[12].
Caim e Abel representam duas classes distintas: “fiéis X infiéis”, “salvos pela graça X legalistas”, “obedientes X rebeldes”. Eles não representam “os que cantam sem melismas X ‘melismeiros’”, nem “eruditos X populares”, muito menos “louvor com percussão X sem percussão”.
Assim, tanto o culto desordeiro e indecente quanto o silencioso culto gregoriano idólatra podem ser “oferta de Caim”. Independentemente do estilo e da música, ambos desobedecem a ordens explícitas de Deus.
O barulhento louvor da Carne Santa acompanhado de “gritos com tambores, musica e dança” é “oferta de Caim” por seus graves erros doutrinários e por sua irreverência. O culto ao som do órgão e do coral também pode ser “oferta de Caim” por sua ostentação e idolatria:
“O culto da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo silenciar a voz da razão e da consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor do belo. O ouvido também é cativado. A música é excelente. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência.
Este esplendor, pompa e cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado, são evidência da corrupção interna.”[13].
Caim substituiu o que Deus pediu. Ele decidiu desobedecer. Esse argumento não pode ser utilizado contra inovações e estilos que não comprometam ordens claras e específicas de Deus. Podemos discutir racionalmente o que é melhor e mais conveniente ao culto sem apelar para o "argumento Caim" a todo instante.
_____________________________
[1] Parábolas de Jesus, 152.
[2] Evangelismo, 188.
[3] Patriarcas e Profetas, 72.
[4] Parábolas de Jesus, 152.
[5] História da Redenção, 52.
[6] História da Redenção, 52.
[7] História da Redenção, 52.
[8] A verdade sobre os anjos, 64.
[9] História da Redenção, 53.
[10] História da Redenção, 52; Patriarcas e Profetas, 72; 1Mens. Escolhidas, 233.
[11] A Verdade sobre os anjos, 64.
[12] Fé e Obras, 94.
[13] O Grande Conflito, 566 e 567.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Literal ou simbólico?


Gosto de analisar a maneira pela qual as pessoas interpretam a Bíblia por meio das atitudes de Caim e Abel. O primeiro representa uma visão simbólica do texto bíblico. Em outras palavras: está escrito, mas não quer dizer que foi ou tenha que ser exatamente assim. Já o segundo representa uma visão literal, ou seja, daqueles que simplesmente decidem crer na revelação da forma como está apresentada, mesmo que isso entre em conflito com a visão popular. 
Na história de ambos fica claro o conflito entre a visão literal e a simbólica. Mas esse não é o único debate do gênero em Gênesis. O livro das origens levanta essa discussão nos seus primeiros capítulos. Aliás, um debate que até pouco tempo atrás existia apenas no âmbito da ciência secular, mas agora também agita algumas mentes em nossa igreja. A questão em evidência é: tanto o relato da criação do mundo em seis dias quanto o da origem do pecado são literais ou alegóricos?
Pela ótica de Abel, essa é uma descrição literal. Afinal, está na Bíblia que é a revelação escrita de Deus. Envolve Sua ação sobrenatural, que está fora do alcance de nossa razão. Precisa ser lida e aceita pela fé.
Já, pela visão de Caim, é difícil imaginar uma pessoa culta, inteligente e com visão científica, acreditar que um mundo tão complexo tenha surgido de forma tão simples. Ou mesmo que possa crer em um Deus que expressa Suas grandes ações de forma tão “infantil”. Crer que tudo é fruto de uma evolução natural parece mais lógico, inteligente, científico e politicamente correto do que crer na simples ação sobrenatural de Deus. Afinal, como não crer nisso, uma vez que o tema é apresentado por homens inteligentes e eruditos, enquanto a mensagem da Bíblia parece alcançar pessoas simples e movidas por algo tão inocente chamado fé? Parece mais lógico tentar substituir a ação direta de Deus pela ação humana, apresentando nossa criação como um fenômeno natural, nosso desenvolvimento como um processo evolutivo e nossa sobrevivência como a vitória do mais apto. Esse foi o sacrifício de Caim. Substituiu a palavra de Deus pela visão humana, o literal pelo simbólico.
Como você compreende os primeiros capítulos de Gênesis? Pela ótica de Abel ou de Caim? Parece que, quanto mais “evoluídos” estão os seres humanos, mais cadeados precisam colocar em suas portas. Que evolução é essa? Estamos num processo de evolução ou degeneração? Veja o contraste entre o que ensinam os homens e o que vem da Palavra de Deus. A teoria da evolução indica que surgimos de forma natural, dentro de processos muito primitivos. A partir daí, a vida humana começou a se desenvolver de formas primarias até formas superiores, como as que temos hoje. Já a Revelação indica que fomos criados em nosso máximo potencial, de forma perfeita e pela mão de Deus, nosso Criador. Mas, com a entrada do pecado, começamos um processo de degeneração, alcançando nossos níveis mais baixos, até o fim da história, quando Cristo voltará para nos levar de volta ao estado original. São visões totalmente contrastantes. Na primeira, a ação humana e natural está no comando. O homem é quem dirige os processos. Em outras palavras, nossa vida está completamente em nossas mãos. E para onde estamos indo com o completo controle da vida em nossas mãos? O que está acontecendo com o mundo? A outra mostra Deus no comando. Ele nos fez e dEle dependemos para viver e decidir. Sua vontade é que nos mostra o caminho para nos desenvolvermos e ser felizes. Qual é sua visão, de Abel ou Caim?
Visão literal ou simbólica? - O mais preocupante, porém, são as consequências de uma visão bíblica literal ou simbólica. Para os que têm a visão de Caim, o relato dos primeiros capítulos de Gênesis não tem autoridade. Contém apenas uma mensagem ilustrada ou alegórica. Naturalmente, essa visão acaba se expandindo para toda a Bíblia e, com isso, qualquer pessoa pode escolher, de acordo com seu gosto, o que é simbólico ou literal. A Revelação passa a ser um simples brinquedo nas mãos humanas. Por essa razão, existem tantas crenças, polêmicas, diferenças religiosas e contradições entre os próprios cristãos. Além disso, a visão alegórica de Caim, sobre o Gênesis, destrói verdades fundamentais de nossa fé. O casamento, estabelecido por Deus entre um homem e uma mulher, perde sua razão. A família passa a ser um passatempo e o homossexualismo se torna aceitável. O sábado perde seu papel como memorial da criação. Se não houve criação em seis dias literais, significa que ele também não foi dado por Deus no Éden. Sendo assim, passa a ser apenas opcional e pertencente ao povo judeu. A existência de Satanás e do pecado se torna apenas uma história destinada a amedrontar ou manipular as pessoas. Como consequência, se não existe Satanás nem pecado, também não há necessidade do sacrifício expiatório de Cristo na cruz. Todo o plano da salvação perde sua função. Sendo assim, por que Jesus deveria voltar para nos recriar em uma nova Terra sem pecado?
Como você vê, a visão dos primeiros capítulos de Gênesis pela ótica de Caim abala as verdades bíblicas fundamentais, especialmente o plano da salvação. Mais ainda, anula nossa identidade. Somos adventistas do sétimo dia e levamos em nosso DNA o sábado e a vinda de Jesus. Se não cremos na literalidade dos primeiros capítulos da Bíblia, por que estabelecer um memorial para algo que não existe? O sábado passa a ser um simples dia de descanso e relacionamentos sociais. Se estamos evoluindo para uma raça superior, por que a necessidade da segunda vinda de Cristo?
Mantenhamos a posição de Abel e permaneçamos fiéis à pura revelação da Palavra de Deus.
Erton Köhler é presidente da Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quem foi a esposa de Caim?

 
Sobre o casamento de Caim, deve-se dizer que as informações são bem escassas. Sabemos apenas que ele se retirou "da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden" (Gn 4:16) e, nesse lugar, "coabi­tou com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque" (4:17). "Coabitar", nesse verso, é ter relações sexuais.
Perceba que o relato bíblico diz apenas que, em Node, Caim teve relações sexuais com sua mulher. Provavelmente, já era ca­sado com uma de suas irmãs, sobrinhas,ou sobrinha-neta, etc. antes de fu­gir da presença do Senhor.


A Bíblia não relata especificamente quem foi a esposa de Caim. A Bíblia não diz qual a idade de Caim quando matou Abel (Gênesis 4:8). Uma vez que eram ambos fazendeiros, eram provavelmente adultos, possivelmente já com suas próprias famílias. Adão e Eva certamente haviam tido mais filhos além de Caim e Abel na época em que Abel foi assassinado – e com certeza tiveram muito mais filhos depois (Gênesis 5:4). O fato de Caim ter temido por sua própria vida depois de ter matado Abel (Gênesis 4:14) indica que provavelmente havia muitos outros filhos e talvez até netos ou bisnetos de Adão e Eva naquele tempo. A esposa de Caim (Gênesis 4:17) era filha ou neta de Adão e Eva.


Como Adão e Eva foram os primeiros (e únicos) seres humanos, seus filhos não tinham outra escolha a não ser o casamento entre si. Neste ponto, Deus não proibiu o casamento dentro de uma mesma família; somente o fez muito mais tarde, quando já havia suficiente número de pessoas para que o casamento dentro da mesma família não fosse mais necessário. Note que Abraão era casado com Sara, sua irmã por parte de pai (Gn 20:12), e Moisés era filho de um casamento entre tia e sobrinho (a mãe dele era tia do marido, conforme Êxodo6:20). Casamentos com parentes tão próximos fo­ram proibidos por Deus ainda nos dias de Moisés (ver Levítico 18:9-14). 
A razão pela qual o incesto freqüentemente resulta em anormalidades genéticas nos filhos se explica no fato de que duas pessoas de genética semelhante (por exemplo, irmão e irmã), ao terem filhos, os expõem a uma maior probabilidade de defeitos genéticos, pois tanto o pai quanto a mãe têm os mesmos defeitos em seus próprios genes. Quando pessoas de famílias diferentes têm filhos, é altamente improvável que ambos tenham os mesmos defeitos genéticos. O código genético humano tem se tornado altamente “poluído” através dos séculos à medida que os defeitos genéticos vão se multiplicando, ampliando e sendo passados de geração em geração. Adão e Eva não tinham defeitos genéticos, o que permitiu que tanto eles quanto as primeiras gerações de seus descendentes pudessem gozar de uma saúde muito melhor do que a que temos agora. Os filhos de Adão e Eva tiveram poucos defeitos genéticos, se é que os tiveram. Por isso, era seguro que se casassem entre si. Pode parecer estranho ou causar repulsa imaginar a esposa de Caim como sua própria irmã. No começo, uma vez que Deus começou com um homem e uma mulher, a segunda geração não teve outra escolha a não ser o casamento entre si.
 Artigo de Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bíblica e editor na Casa Publícadora Brasileira,e Gotquestions.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EUTANÁSIA/O TEMPO DE DEUS PARA A MORTE

Enfurecido pela inveja, Caim matou seu irmão Abel; então, Deus o amaldiçoou e o mandou embora. Temendo ser assassinado também, Caim implorou a Deus por proteção e a resposta foi que quem matasse Caim receberia vingança do próprio Senhor. Colocou nele um" sinal" que protegeria sua vida e declarou a todos que a vida vem de Deus (Gn 4.1-15). O Senhor não só proíbe a vingança da morte, como também deixa claro que tanto a vida quanto a morte estão sujeitas a ele. A vida é sagrada e somente Deus pode determinar o seu término.
A palavra eutanásia (gr.) é definida como colocar um término á vida a fim de alcançar algo bom, como acabar com o sofrimento físico. Ela pode tanto ser uma escolha individual como determinada por outras pessoas. Muitos outros conceitos estão envolvidos na questão, tais como:
“morte digna”, “misericórdia na morte” ou até “morte por escolha”. A palavra eutanásia abrange um conceito muito amplo e pode ser tanto ativa quanto passiva, envolvendo ações que produzam a morte ou que simplesmente interrompam os procedimentos que prolongam a vida. E embora estes extraordinários procedimentos sejam louváveis e nobres para aqueles que têm acesso a eles e os escolhem, não há nem uma obrigação moral para que assim se proceda. Deus ordenou um processo natural para por fim a vida terrena e iniciar a vida eterna, entretanto, em qualquer dos casos, a eutanásia envolve uma decisão humana para determinar a maneira e a hora da morte em nome de algo supostamente bom.
Os cristãos devem confiar sua mortalidade a Deus. A vida não nos pertence e a oportunidade de experimenta-lá é uma dádiva do nosso Criador que nos confia a sua posse para administra-lá. Deus permanece sempre como o “Dono” da vida, portanto, não podemos dispor da mesma como queremos. A hora da morte é escolha dele e não do indivíduo ou da sociedade. A vida é preciosa para o Senhor e até mesmo a continuidade da vida do assassino, Caim foi protegido pelo seu Criador.
Veja também Gn 1.27; tópicos sobre Envelhecimento ( Is 48); Morte (1Co 15); Deficiências (Mc 2); Dor (Jó 7; 2 Co 12); Santidade da vida ( Gn 9); Sofrimento (Sl 33; Is 43; 1 Pe 5).
Texto extraído da Bíblia da Mulher na página 14, créditos da edição Evely Behling

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desenhos para colorir - Caim e Abel

Todas as gravuras abaixo são distribuídas gratuitamente. Proibida venda ou comercialização. Reprodução permitida, desde que para uso exclusivo para ensino e de forma gratuita. Utilize-as como atividades nas lições para crianças na faixa de 6 a 12 anos. Para Salvá-las basta clicar na imagem escolhida para amplia-la e apertar direito do mouse e salvar imagem como...
 Caim agricultor, Abel pastor de ovelhas
 Profissões de Caim e Abel
 Caim e Abel
Caim e Abel
Caim e Abel filhos de Adão e Eva
Abel
Caim
 Caim irou-se
 Família
 Caim agricultor Abel pastor
 Oferta de Abel foi aceita
 Caim irado
 Caim e sua oferta
 Caim foge de Deus
 Abel Morto
Oferta de Abel foi aceita









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