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quinta-feira, 12 de março de 2015

Deus proibiu que as mulheres vestissem calça?


Lembro-me que certa vez vi uma moça na igreja usando gravata. Alguns a olhavam e pensavam alto com ar confuso: “Tomara que essa mania não pegue”. Não conseguiam entender a razão de uma bela mulher, com aparência tão delicada, usar um acessório tão masculino. “Talvez ela esteja num nível elevado de estilo”, diziam, achando-se ignorantes no quesito moda. Devido à repercussão do caso, surgiu a dúvida entre nós: seria certo mulheres cristãs aderirem vestimentas típicas de homens (ou vice-versa)?

Claro que a Bíblia tem respostas para esse questionamento: “A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o Senhor, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede” (Deuteronômio 22:5). Este texto é o encaixe perfeito para muitas dúvidas, mas você sabia que ele é motivo de grande polêmica? Ele é usado por muita gente como forma de condenar que mulheres cristãs usem calça. Porém, você sabia que na época em que Moisés escreveu isso nem existia calça comprida? Os trajes de homens e mulheres eram bem parecidos. Apenas alguns detalhes faziam a diferença, como a roupa íntima. Naquele tempo, os homens usavam uma vestimenta do tipo saia, assim como as mulheres. O que diferenciava a roupa masculina e feminina era uma espécie de cinto. O do homem era de tonalidade mais neutra, e o da mulher era mais vibrante e colorido.

Claro que a Bíblia foi inspirada por Deus para ser válida em todos os tempos, inclusive num futuro bem distante, então podemos acreditar que Ele já previa que a vestimenta passaria por uma revolução, a ponto de roupas masculinas e femininas serem bem distintas. Como será que esse conceito de Deuteronômio se aplica nos dias de hoje? O jornalista Leandro Quadros, muito conhecido por responder dúvidas bíblicas ao vivo no programa Na mira da verdade, da TV Novo Tempo, disse algo interessante sobre o assunto:

Na Escócia, por exemplo, é costume os homens usarem saia. Será que Deus deixará de amar e salvar os escoceses por isto? De modo algum. Tal vestimenta faz parte da cultura deles. Assim, se algum pastor quiser fundamentar uma doutrina a respeito do vestuário na Bíblia, sem levar em conta o contexto histórico, terá também que ensinar aos irmãos da própria igreja que devem voltar a usar túnicas (como dos tempos bíblicos), parecidas com saias.

(Jornalista e apresentador Leandro Quadros)

Na década de 60, algumas peças que eram comuns entre os homens entraram para o guarda-roupa feminino, como botas, calças e outros acessórios. Perceba que hoje homens e mulheres usam várias roupas do mesmo segmento: camisa, colete, chapéu, camiseta, meia, cachecol, casaco, blazer e, claro, calça. Mas estas peças têm características específicas que as deixam totalmente diferenciadas para cada público. Vamos usar um exemplo para facilitar a compreensão: o blazer. O conceito desta vestimenta é o mesmo: casaco, geralmente de corte clássico e com mangas compridas. Mas é fácil olhar para um blazer e dizer se ele é de homem ou de mulher. Suas particularidades — como a modelagem, estampa e o corte — fazem toda a diferença.

Você já deve ter visto blazers com estampa floral, com bordados delicados e botões totalmente femininos. Também já deve ter usado esta peça com modelagem sequinha e corte acinturado, características apropriadas para o corpo da mulher. Estes pontos fazem toda a diferença. Um homem não fica com jeito efeminado por usar um blazer, afinal a peça para o público masculino é confeccionada com um estilo completamente distinto.

O mesmo acontece com as calças. Podemos encontrar muitas delas esbanjando decência, elegância e feminilidade. Em algumas situações, elas são indispensáveis. Imagine, por exemplo, como seria se as garotas tivessem de andar de saias e vestidos nos acampamentos da igreja. Essa seria uma péssima ideia, já que em vários momentos precisam se sentar no chão e participar de atividades recreativas que exigem muito movimento. No dia a dia, em meio a uma vida corrida, as calças também podem ser bem apropriadas para mulheres que pegam ônibus, brincam com os filhos, carregam compras, limpam a casa… Com esta peça, é possível ficar mais à vontade, além de eliminar a preocupação de mostrar o que não deve num momento ou outro.

Direto flagro situações constrangedoras em lugares públicos, como os shoppings. Por mais que algumas mulheres estejam com uma saia ou vestido com comprimento decente, o momento da escada rolante com as laterais em vidro é crucial. Às vezes, elas nem imaginam que estão “dando um show” para o pessoal do andar debaixo.

Saiba que o uso de calça pelas mulheres não é proibido pela Bíblia. Às vezes, esta afirmação parece entrar em controvérsia com alguns textos da Ellen White — inspirada escritora e profetiza — por causa da interpretação errada que não leva em conta o contexto histórico e cultura do mundo e nem considera o fato das roupas sofrerem variação com o passar dos anos. Olhem uma declaração feita por ela que mostra sua aceitação à peça:

Seja qual for o comprimento do vestido, devem as mulheres vestir seus membros tão cabalmente como os homens. Isso se pode fazer usando calças forradas, terminadas num cadarço preso aos tornozelos, ou calças amplas, estreitando para os pés.
(Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 461)

Quando a escritora falava algo negativo sobre mulheres usarem calça, era para defender alguns princípios cristãos que estavam sendo negligenciados por algumas delas, como a saúde e a decência. Além disso, também não devemos ignorar a elegância. Nada de parecer um alimento embalado à vácuo! A gente vê muitas e muitas mulheres estragando o visual, que poderia ser muito bonito, usando calças que parecem ser de um manequim de tamanho bem menor. A coisa piora quando a blusinha usada na composição do look ainda é meio curta. Já sabe o que acontece, né?

O fato é: toda roupa é feita de pano. O modo como o tecido vai ser usado é que define se a vestimenta é ou não apropriada para nós a usarmos. Assim como existem saias e vestidos extremamente escandalosos, o mesmo acontece com as calças. Tenha bom senso! Para qualquer peça, os princípios de Deus são os mesmos. Seus ideais nunca devem sair de moda. Eles precisam ser respeitados em qualquer situação, tempo e lugar.

Veja vídeo com resposta de Leandro Quadros sobre esse tema:



Por Emanuelle Sales

sábado, 9 de agosto de 2014

Ellen G. White era contra o uso de calças FEMININAS?

Mulher com calça comprida
Um dos maiores problemas gerados em nosso País corrupto e com um sistema educacional precário é o chamado analfabetismo funcional, que é o mesmo que ler e não entender o que se leu. Infelizmente, a Bíblia e os escritos de Ellen G. White não estão isentos de distorções por causa desse tipo de analfabetismo, como poderá ver a seguir.
Uma pessoa um pouco enfurecida por causa de um de meus posts sobre a calça comprida, me apresentou um texto da Sra. White que se encontra na obra Testemunhos Para Igreja vol.1, onde, na opinião dele, ela condena o uso de calças femininas. Transcreverei o texto e o analisaremos em seguida, por partes, para deixarmos que ele nos dê o real pensamento da autora:
Alguns que acreditam na verdade podem pensar que seria mais saudável para as irmãs adotarem o traje americano; todavia, se esse estilo de vestido prejudicar nossa influência entre os descrentes, de maneira que não nos seja possível ter tão fácil acesso a eles, não devemos de modo algum adotá-lo, ainda que soframos muito em consequência[1]
Outra citação que se encontra na mesma página e que é mal compreendida pelos defensores da “saia por 24h”, diz o seguinte:
Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; por que qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus”. Deut. 22:5. Deus não deseja que seu povo adote essa pretensa reforma de vestuário. Trata-se de um vestuário ousado, completamente inadequado às modestas e humildes seguidores de Cristo[2]
Há outras citações importantes no mesmo capítulo que o leitor poderá conferir em momento oportuno. Não redigirei por causa do espaço. Agora, daremos sequência à nossa resposta.

Entendendo o texto em seu contexto

Algumas perguntas precisamos fazer aos textos que Ellen White escreveu para buscarmos nos escritos dela as respostas a tais questões:
1) O que era o “traje americano” que ela não recomendava?
2) Todas as calças femininas utilizadas hoje podem ser caracterizadas como “ousadas” e “completamente inadequadas às modestas e humildes seguidoras de Cristo”? (Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 457).
3) Todas as saias usadas na igreja não são ousadas e “completamente inadequadas às modestas e humildes seguidoras de Cristo”? (Ibidem)?
4) Ellen White era contra o progresso da moda?
A busca por essas respostas será fundamental para lermos e entendermos o que a profetisa realmente quis ensinar.

O que era o “traje americano”

O leitor atento percebe na pág. 465 que o “traje americano” ao qual Ellen White se opunha nada tem a ver com as calças femininas (modestas e decentes) de hoje. Veja a descrição que ela dá de tal roupa de seus dias:
“Consiste de colete, calças e uma peça semelhante a um casaco, que vai até a metade da cocha”.[3]
Essa era uma vestimenta masculina que a Sra. White não recomendada as irmãs usarem porque transgredia o princípio de Deuteronônio 22:5. Não é a peça feminina usada hoje pelas irmãs em certos lugares na Argentina, por exemplo, que usam calças mais folgadas, que não mostram detalhes do corpo e que não são acompanhadas dos coletes e nem dos casacos masculinos da época de Ellen White.
Outras informações sobre o “traje americano” o leitor poderá encontrar no “Apêndice” dos Testemunhos Para a Igreja, vol. 1. Veja o que os Depositários do Patrimônio Literário White nos informam:
O ‘traje americano’, ao qual se refere a irmã White, era a modificação do estilo anterior patrocinada pela Dra. Harriet Austin, de Dansville, Nova Iorque. Combinava saia curta, cujo comprimento ir ‘até metade da coxa’ entre os quadris e joelhos, com calças de aparência masculina, paletó e colete.[4]
Percebe, caro (a) leitor (a)? Até mesmo a saia curta fazia parte do “traje americano”. Os Depositários do Patrimônio Literário White fizeram questão de destacar que as calças em discussão eram calças masculinas, não calças femininas que fossem apropriadas e estivessem em harmonia com os princípios de pureza, modéstia, discrição e decência de 1 Timóteo 2:9, 10.
Sem margem para dúvidas, muitos irmãos leem no texto de Ellen White algo que não existe: que as mulheres não podem usar calças no estilo feminino.  Muito fanatismo e amargura teriam sido evitados se isso não tivesse ocorrido ao longo dos anos.
Todas as calças femininas de hoje podem ser caracterizadas como “ousadas”?
Com certeza, não. É certo que hoje já muitas calças indecentes e que não deveriam estar nem perto do guarda-roupa de mulheres cristãs. Porém, há calças decentes e modestas que estão de acordo com os princípios estabelecidos em 1 Timóteo 2:9, 10.
O que muitos encobrem (não sei por qual motivo), é que existem saias muito mais indecentes do que certos tipos de calças femininas. Há saias e vestidos apertados (sem mencionar os que são curtos…) que possibilitam que nós homens vejamos a marca da calcinha da mulher, e até mesmo a cor em alguns casos. Com isso, nossa mente pecadora e imaginativa já entra em ação, e a nossa trajetória em busca da pureza sexual se torna ainda mais difícil. Antes usassem uma calça mais folgada e elegante para facilitar as coisas!
Veja que o problema não é se uma pessoa usa calça ou saia, mas sim se a roupa em si se adequa aos princípios de modéstia, decência e pureza de 1 Timóteo 2:9, 10 e 1 Pedro 3:3, 4. Leiamos o texto bíblico com atenção e usemos do raciocínio lógico dado por Deus (Rm 12:1, Almeida, Revista e Atualizada) para enxergarmos a realidade. Acima disso, peçamos ao Senhor o discernimento do Espírito Santo (Jo 16:13, 14).

Ellen White era contra o progresso da moda?

Deixemos que ela nos responda:
As mulheres cristãs não se devem dar a trabalhos para se tornarem objeto de ridículo por vestir diferentemente do mundo. Mas, se seguindo suas convicções de dever a respeito do vestir modesta e saudavelmente, elas se acham fora da moda, não devem mudar de vestuário a fim de ser semelhantes ao mundo; porém devem manifestar nobre independência e coragem moral para ser corretas, ainda que o mundo inteiro delas difira. Caso o mundo introduza um modo de vestir decente, conveniente e saudável, que esteja em harmonia com a Bíblia, não muda nossa relação para com Deus ou para com o mundo o adotar o tal estilo de vestuário.[5]
Além de muito equilibrado, o comentário dela é bastante claro: se a moda estabelecida pelo mundo não prejudicar a saúde e for decente, estando em harmonia com os princípios bíblicos, não há problema em dar uma mudada no guarda-roupa.

Uma das maiores preocupações de Ellen G. White

Nunca vi aqueles que se preocupam tanto com a calça das irmãs atentarem para uma das maiores preocupações da Sra. White quanto ao vestuário feminino. Talvez isso ocorra porque se encontram tão obcecados em ver um lado da moeda que não conseguem enxergar o outro.
Quando se lê com atenção a obra Testemunhos Para a Igreja vol. 1, p.p. 456-466, percebe-se que ela tinha grande preocupação em que a mãe e esposa se apresentasse bem diante do marido e dos filhos para, com isso, cativá-los e ganhar a admiração deles:
Algumas esposas e mães parecem pensar que não têm importância sua aparência no trabalho caseiro, quando são vistas apenas por sua família. São muito cuidadosas em se vestir com elegância para os olhos dos outros. Não devem o amor e a estima do marido e dos filhos serem mais prezados do que a simpatia de estranhos e amigos comuns? A felicidade do marido e dos filhos deveria ser de mais valor para a esposa e não do que a de todos os outros[6].
Nossos irmãos que falam das calças “apertadas e imodestas” têm toda razão em reclamar e prezar pela pureza da igreja. Porém, perdem a razão e não possuem qualquer embasamento bíblico quando ignoram que há calças dentro dos padrões de pureza da Palavra de Deus e quando ignoram esse tipo de conselho de Ellen White transcrito acima, pois tem a ver com a felicidade da família. Quem de nós se utilizou da citação supracitada de Ellen G. White em nossos sermões para orientar as irmãs quanto à importância de estar bem apresentável diante da família?

Considerações finais
1) Não estou sendo contra a cultura religiosa em que mulheres se utilizam de saias para irem aos cultos. Respeito muito isso. Porém, questiono a rigidez em estabelecer essa prática quase como uma doutrina. Nesse ponto, tenho o mesmo pensamento de George Knight que sabiamente recomenda:
“A igreja precisa lembrar-se constantemente de que qualquer coisa não ensinada claramente pela Bíblia não pode se tornar uma doutrina”[7].
2) O principio de pureza, modéstia, discrição e decência (1Tm 2:9, 10; 1Pe 3:3, 4) é o mesmo em todas as épocas e culturas. Porém, a forma como ele se aplica varia de acordo com o tempo e a época. Isso não significa que a cultura ditará nossa moda (Ellen White, Testemunhos Para a Igreja, p. 458), mas que os estilistas atuais podem elaborar roupas que se adequem aos princípios bíblicos, de modo que possamos usá-las.
Isso se aplica às calças femininas. Elas são apropriadas para mulheres e não para homens. O princípio de Deuteronônio 22:5 é: homem não deve usar roupa de mulher e nem mulher usar roupas de homens. Afinal, o texto lida com a questão do travestismo.
Usar o texto para definirmos “por nossa conta e risco” o que é e o que não é impróprio para ambos os sexos é querer falar mais do que a Bíblia. É permitir que nosso orgulho se sobressaia, de modo que coloquemos na Palavra de Deus as nossas palavras, ao invés de permitirmos que saiam das Escrituras as Suas palavras transformadoras, inclusive de conceitos errôneos arraigados por tanto tempo em nós.
3) Quais são os resultados de definirmos por nossa própria conta o que é uma roupa apropriada ou inapropriada sem nos basearmos na Bíblia e utilizarmos corretamente os escritos de Ellen G. White? Para defender nossas ideias, usaremos de palavras sem amor, ilógicas, deselegantes, extremistas ou liberais, e inadequadas para aqueles que buscam o Céu, além de adotarmos uma atitude desrespeitosa para com as irmãs.
4) Para finalizar, gostaria de deixar uma questão em aberto para nossa reflexão: os homens cristãos da atualidade não estariam se vestindo, cortando e penteando seus cabelos como os mundanos, transgredindo assim os princípios de 1 Timóteo 2:9, 10? O que temos feito a respeito disso? Temos sido honestos em se preocupar tanto com o uso da calça por parte das irmãs, e fazermos vistas grossas para esse tipo de comportamento masculino, sem dar a devida instrução aos irmãos?

Leandro Quadros.
www.fb.com/leandroquadrosnt


[1] Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 457.
[2] Ibidem.
[3] White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, 465.
[4] _____, Ibidem, p.p. 717, 718. Ver “Apêndice”.
[5] White, Testemunhos Para a Igreja…, vol. 1, p.p. 458, 459.
[6] _____, Testemunhos Para a Igreja…, vol. 1, p.p. 464, 465.
[7] George R. Knight, Em Busca de Identidade: o desenvolvimento das doutrinas adventistas do sétimo dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), p. 211,

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Documento: Estilo de Vida e Conduta Cristã



O que é, e qual é o propósito do Documento

Uma comissão de líderes adventistas de oito países sul-americanos votou, no final de 2012, documento intitulado Estilo de Vida e Conduta Cristã. O objetivo é reafirmar a crença bíblica defendida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao comportamento de um cristão diante de diferentes situações da sua vida cotidiana como recreação, mídia, vestuário, sexualidade, joias, ornamentos e saúde. A ideia do documento não é substituir a Bíblia e nem criar novas normas.
A intenção foi resumir, em uma linguagem simples mas clara e objetiva, o que Deus estabeleceu em Sua Palavra sobre esses temas no contexto da misericórdia e da graça cristãs. Trata-se de um material que reúne em um só lugar várias declarações que refletem o pensamento adventista sobre o assunto. Como o próprio documento diz, “as recomendações apresentadas neste documento não devem ser usadas como elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal”.
Segue abaixo o documento na íntegra:

Introdução

A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece a importância do sacrifício de Cristo na cruz como o preço pago pela nossa salvação. Deus, em Seu infinito amor pelo mundo, “deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Ele “prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8), e nos convida a aceitar esse sacrifício de amor, a entregar-Lhe totalmente a vida e a nascermos de novo em Cristo (Jo 3:3-15).
A pessoa que passou por essa experiência com Jesus deve agora andar em “novidade de vida”, entregando-Lhe todo o seu ser e todos os aspectos de sua vida (Rm 6:1-11). “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17). Uma vida renovada leva o cristão a um alto padrão de comportamento através de um estilo de vida que O glorifique e que evidencie publicamente a fé e o compromisso que ele tem com Cristo Jesus. Dois ensinos bíblicos fundamentam a importância do estilo de vida para o cristão adventista: 1) a restauração da imagem de Deus no ser humano; e 2) a missão profética específica da Igreja Adventista no final dos tempos.
A restauração da imagem de Deus. Segundo as Escrituras, o ser humano foi criado à “imagem e semelhança” de Deus (Gn 1:26, 27). Essa realidade foi manchada pelo pecado (Gn 3). Desde a queda, no entanto, Deus tem trabalhado pela restauração plena dessa imagem no ser humano (Rm 8:29; 1Co 15:49; 2Co 3:18; Ef 4:22-24; Cl 3:8-10) através da redenção em Cristo Jesus e da atuação do Espírito Santo na vida e mente daqueles que respondem positivamente ao Seu convite à salvação (Jo 1:12, 13; 3:3-16). Nesse processo de restauração, Deus chama Seus filhos a um reavivamento e reforma através do compromisso com a santidade. “Sede santos porque Eu sou santo” (Lv 11:44, 45; 19:2; 20:26); “sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48).
Essas exortações bíblicas são muitas vezes mal-interpretadas e usadas como base de um legalismo exigente e frio, comumente denominado de perfeccionismo. No entanto, no Sermão da Montanha (Mt 5:43-48), Cristo deixou claro que “ser santo” e “ser perfeito” como Deus, é ser um canal divino de Sua graça, amor e bondade aos seres humanos. O cristão torna-se um canal de Deus ao amar sinceramente todos os indivíduos com quem ele se relaciona, orando por eles e ajudando-os, mesmo sendo seus inimigos ou aqueles que o perseguem.
O chamado do cristão é imitar a Deus em todos os aspectos de sua vida (1Pe 1:13-16). Para que isso seja possível, Deus concede aos Seus filhos o Espírito Santo, o Consolador, que opera na mente e coração dos seres humanos, envolvendo o cultivo de atributos internos (amor, bondade, compaixão, justiça, verdade, pureza, honestidade, responsabilidade, altruísmo, etc.) e externos (modéstia, decência, temperança, boas obras, etc.). Esses atributos representam a restauração do caráter divino evidenciado pelo fruto do Espírito na vida dos filhos de Deus (Rm 12:1-13:14; Gl 5:16-26; Ef 4:17-5:21; Cl 3:1-17; 1Ts 4:1-12; 1Tm 2:8-3:13). A missão profética da Igreja Adventista.
O segundo ensino bíblico que realça a importância de um estilo de vida consagrado a Deus é a missão específica da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Desde seus primórdios, os Adventistas do Sétimo Dia se consideram um movimento profético, com a missão especial de preparar um povo para a Segunda Vinda de Jesus. Esse movimento foi profetizado em Isaías 40:1-5, como a “voz do que clama no deserto” preparando o caminho do Senhor; em Isaías 58:12, como o “reparador de brechas e restaurador de veredas” que restabeleceria verdades bíblicas esquecidas, entre as quais a santificação do sábado; em Malaquias 4:4-6, como o Elias que antecederia a vinda do Messias. Seu cumprimento foi predito em Apocalipse 14:6-12, com a tríplice mensagem angélica pregada nos últimos dias da história humana pelos “santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
A missão da Igreja Adventista é a mesma de João Batista — preparar um povo para a vinda de Jesus, e ambos são objetos das profecias específicas de Isaías 40 e Malaquias 4. João Batista é, portanto, um modelo profético da Igreja Adventista, e grande ênfase é dada ao seu estilo de vida, especialmente em relação à comida, bebida e vestimenta (Mt 3:4; Mc 1:6; Lc 1:15). Isso pressupõe que um estilo de vida específico, ordenado por Deus, é um aspecto importante no cumprimento da missão do mensageiro profético que prepara a vinda do Senhor.

Recomendações

Com base nessa percepção das verdades bíblicas, a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia reafirma seu compromisso com um estilo de vida cristã que represente seu chamado e sua missão diante do mundo e que seja uma resposta de coração à graça e ao amor de Deus. E, com o propósito de aconselhar e incentivar seus membros a crescerem na fé, a aprofundar sua experiência com Deus e a avançar no cumprimento da missão evangélica, faz as seguintes recomendações:

1. Vida de santificação

O cristão é chamado a consagrar a Deus todos os aspectos de sua vida. Como está escrito: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo” (1Pe 1:13-16). Ao fazer a vontade do Mestre, “precisamos chegar ao ponto de reconhecer plenamente o poder e a autoridade da Palavra de Deus, quer ela concorde ou não com nossas opiniões preconcebidas. Temos um perfeito livro-guia. O Senhor nos falou a nós; e, sejam quais forem as consequências, devemos receber Sua Palavra e praticá-la na vida diária. De outro modo estaremos escolhendo nossa própria versão do dever e fazendo exatamente o oposto daquilo que nosso Pai celestial nos mandou fazer” (Ellen G. White, Manuscrito 148, 1902; ver Medicina e Salvação, p. 255, 256).

2. Crescimento espiritual

A santificação implica um contínuo processo de crescimento espiritual pela graça de Deus em Jesus, através da comunhão pessoal com Ele pelo estudo da Bíblia, pela prática da oração e pelo testemunho pessoal. O alvo é chegar “ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado ao outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:13-15). “Muitos têm a ideia de que devem fazer sozinhos parte do trabalho. Confiaram em Cristo para o perdão dos pecados, mas agora procuram por seus próprios esforços viver retamente. Mas qualquer esforço como este terá de fracassar. Diz Jesus: ‘Sem Mim nada podereis fazer’ (Jo 15:5). Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade – tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora – permanecendo nEle – que devemos crescer na graça” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 69).
3. Pureza moral

Todo filho e filha de Deus deve conservar puros o coração e a mente (Sl 24:3, 4; 51:10), seguindo o modelo de Cristo: “E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é puro.” (1Jo 3:3). O cristão deve evitar e rejeitar tudo que possa poluir sua mente e sua vida, levando-o a pecar. Duas exortações de Paulo servem para nortear suas escolhas: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31); “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isto que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).

4. Recreação e mídia

Seguindo o princípio da pureza moral, o cristão deve evitar livros e revistas, programas de rádio, televisão, internet ou qualquer outro tipo de mídia, jogos ou equipamentos modernos cujo conteúdo possa poluir sua mente e coração. Deve-se evitar tudo que induza ao mal e promova violência, desonestidade, desrespeito, adultério, pornografia, vícios de toda sorte, descrença, uso de palavrões e linguagem obscena, entre outras coisas. O cristão não pode conformar-se aos valores comuns de um mundo profundamente corrompido pelo pecado, mas deve ser transformado pelo Espírito, renovando sua mente a fim de experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2; ver também 1Jo 2:15-17). Certos lugares públicos de diversão tais como estádios esportivos, teatros e cinemas, em sua programação habitual, são inapropriados para o cristão adventista. Vários fatores contribuem para essa avaliação negativa por parte da Igreja, dentre eles:
a falta de controle sobre o conteúdo que é apresentado ou o evento que está ocorrendo;
a psicologia de massa que muitas vezes leva alguém a seguir em uma direção que de outro modo não o faria;
o fato de todo o ambiente ser planejado para potencializar o impacto sobre o indivíduo e sua mente, facilitando a aceitação, geralmente imperceptível, de ideias e valores contrários à fé cristã;
o tempo e os recursos financeiros gastos nessas diversões que poderiam ser utilizados para outros fins mais condizentes com a fé e os propósitos de vida de um cristão;
o testemunho negativo que a frequência a esses lugares pode deixar na mente de membros e não membros da igreja. O conselho de Ellen White aos jovens acerca do teatro, no seu tempo, parece ainda mais pertinente hoje para todos os lugares de diversão: “Entre os mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas, gestos, expressões e atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem que costuma assistir a essas exibições se corromperá em seus princípios. [...] O amor a essas cenas aumenta a cada condescendência, assim como o desejo das bebidas alcoólicas se fortalece com seu uso. O único caminho seguro é abster-nos de ir ao teatro, ao circo e a qualquer outro lugar de diversão duvidosa” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 380).
A dança e os ambientes sociais como boates e outras casas noturnas são contrários ao princípio da pureza cristã, uma vez que excitam as paixões humanas, a luxúria e sedução. A dança é ainda comumente acompanhada do estímulo ao uso de bebidas alcoólicas, de drogas, da prática de violência e comportamento desenfreado. Sua promoção e prática não se harmonizam com os princípios cristãos adventistas, nem mesmo em um contexto particular, residencial, ou em atividades espirituais e sociais realizadas pela igreja.
A recreação através da música, seja ela religiosa ou não, também deve passar pelos critérios bíblicos da glorificação a Deus e qualidade do material em questão. Uma discussão detalhada desse assunto tão importante aparece nos documentos: “Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música”; e “Orientações com Relação à Música para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul”, que você acessa clicando aqui.

5. Vestuário.

O vestuário cristão é claramente orientado nas Escrituras pelo princípio da modéstia e da beleza interior que implicam bom gosto com decoro. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que os princípios acerca do vestuário que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 10 e 1 Pedro 3:3 e 4, em relação às mulheres cristãs, se aplicam tanto a homens como a mulheres. O cristão deve se vestir com modéstia, decência, bom-senso, evitando a sensualidade provocativa tão comum da moda, e sem ostentação de “ouro, pérolas ou pedras preciosas, ou vestuário dispendioso” (1Tm 2:9).
Esse princípio deve aplicar-se não apenas a roupas, mas a todas as questões que envolvem a aparência pessoal e seus enfeites. Tudo deve evidenciar a riqueza do “homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” (1Pe 3:4). “O caráter de uma pessoa é julgado pelo aspecto de seu vestuário. Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de ornamentos simples e apropriados. [...] É justo amar e desejar a beleza; Deus, porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza que se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande preço” (Ellen G. White, Educação, p. 248, 249).

6. Joias e ornamentos

Os princípios bíblicos da modéstia e da beleza interior, que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 1 Pedro 3:3, deixam bem claro que o cristão deve abster-se do uso de joias e de outros ornamentos, como bijuterias e piercing, e de tatuagens (Lv 19:28). Segundo a exortação bíblica, o cristão deve levar uma vida simples, sem ostentação, evitar despesas desnecessárias e estar livre do espírito de competição tão comum na sociedade. Esses princípios se aplicam às joias ornamentais. As joias funcionais, usadas segundo o contexto sociocultural, também devem seguir os mesmos princípios. Para o cristão, a autoestima e a valorização social estão fundamentadas no fato de o ser humano ter sido criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27); de cada individuo ser dotado de dons e talentos que lhes são únicos (Mt 25:14-29); e, sobretudo, por ele ter sido resgatado do pecado pelo mais alto preço possível no Universo, o precioso sangue de Cristo (1Co 6:20).
A busca de autoestima e valorização social por meio do uso de joias ou ornamentação externa conflita com a profunda experiência cristã que Deus deseja para Seus filhos e filhas (1Tm 2:9, 10; 1Pe 3:3, 4). Apesar de vários personagens bíblicos terem usado joias, o texto bíblico deixa claro que o seu abandono caracteriza um movimento de total reavivamento e reforma espiritual do povo de Deus (Gn 35:2-4; Êx 33:5, 6). É nesse contexto de reforma e reconsagração que os apóstolos Paulo e Pedro apontam a norma a ser seguida pelos discípulos de Cristo. Para os Adventistas do Sétimo Dia, essa norma deve ser ainda mais relevante, visto que nossa missão como o Elias profético nestes últimos tempos significa também simplicidade no vestuário (Mt 11:7-10; Mc 1:6; Lc 7:24-27). “Trajar-se com simplicidade e abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie está em harmonia com nossa fé” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 366).

7. Sexualidade humana

A sexualidade humana é apresentada na Bíblia como parte da imagem de Deus na humanidade (Gn 1:27), e foi planejada por Deus para ser uma bênção ao gênero humano (Gn 1:28). Desde o princípio, Deus estabeleceu também o contexto em que ela deve ser exercida – o casamento entre um homem e uma mulher (Gn 2:18-25; Hb 13:4). A Bíblia deixa claro que a sexualidade deve ser exercida com respeito, fidelidade, amor e consideração pelas necessidades do cônjuge (Pv 5:15-23; Ef 5:22-33).
O fiel adventista deve evitar também o jugo desigual, relacionando-se afetivamente e unindo-se em matrimônio somente com alguém que compartilhe sua fé (2Co 6:14, 15). As Escrituras claramente classificam como pecado as diferentes formas de sexo fora das diretrizes divinas, como:
o sexo pré-marital e a violência sexual (Dt 22:13-21, 23-29);
o adultério ou sexo extraconjugal (Êx 20:14; Lv 18:20; 20:10; Dt 22:22; 1Ts 4:3-7);
a prostituição, feminina ou masculina (Lv 19:29; Dt 23:17);
a relação com pessoas da mesma família ou crianças (Lv 18:6-17; 20:11, 12, 14, 17, 19-21);
a relação entre pessoas do mesmo sexo (Lv 18:22; Lv 20:13; Rm 1:26, 27);
o travestismo (Dt 22:5);
e a relação sexual com animais (Lv 18:23; Lv 20:15, 16).
As Escrituras também condenam:
o assédio sexual (Gn 39:7-9; 2Sm 13:11-13);
o exibicionismo sensual (Ez 16:16, 25; Pv 7:10, 11);
manter pensamentos e desejos impuros (Mt 5:27-28; Fp 4:8);
a impureza e os vícios secretos, como a pornografia e a masturbação (Ez 16:15-17; 1Co 6:18; Gl 5:19; Ef 4:19; 1Ts 4:7).
O argumento comum de que muitos desses comportamentos sexuais não eram aceitos na antiguidade, quando a Bíblia foi escrita, mas que hoje são socialmente aceitos e, portanto, podem ser até mesmo praticados pelos cristãos, demonstra falta de conhecimento da realidade entre os povos vizinhos do antigo Israel. O próprio texto bíblico é bem claro nessa questão. Levítico 18 diz que essas práticas eram comuns e aceitas no Egito e, mais ainda, na terra de Canaã (Lv 18:3, 24, 25, 27).
Deus condenou essas práticas, apesar de serem aceitas na antiguidade. Os israelitas deveriam viver segundo outro modelo de comportamento sexual, ou seja, o que está explícito nos mandamentos de Deus (Lv 18:4, 5, 26, 30). No entanto, para aqueles que sofrem tentações ou que têm sucumbido em qualquer área do comportamento sexual, a promessa de vitória em Deus é animadora: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4:13); “não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). “Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar escravizados por nenhuma tendência ou hábito hereditário, ou cultivado. Em lugar de ficar subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo apetite e paixão. Deus não nos deixou lutar contra o mal em nossa própria, limitada força. Sejam quais forem nossas tendências herdadas ou cultivadas para o erro, podemos vencer mediante o poder que Ele está disposto a nos comunicar” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 175, 176).

8. Saúde

O corpo humano é o templo do Espírito Santo e o cristão deve glorificar a Deus em seu corpo (1Co 3:16, 17; 6:19, 20; 10:31). O cuidado do corpo e da saúde faz parte da restauração da imagem de Deus no homem: “Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo nos tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de restaurar em nós a imagem divina. Na Sua palavra escrita e no grande livro da natureza, Ele revelou os princípios da vida. É nossa obra obter conhecimento desses princípios e, pela obediência, cooperar com Ele na restauração da saúde do corpo bem como da alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 114, 115).
Em Sua Palavra, Deus deu orientações claras acerca de comida (Gn 1:29; 3:18; 7:2; 9:3, 4; Lv 11:1-47; 17:10-15; Dt 14:3-21) e bebida (Lv 10:9; Nm 6:3; Pv 20:1; 21:17; 23:20, 29-35; Ef 5:18). A dieta vegetariana é o ideal de Deus para o ser humano (Gn 1-3) e também a abstinência de qualquer tipo de bebida alcoólica e de tudo que seja prejudicial à saúde humana, como bebidas cafeinadas e drogas (Êx 20:13; 1Co 3:17; 6:19; 10:31). As boas coisas que Deus criou para o ser humano devem ser usadas com equilíbrio e sabedoria (Pv 25:16, 27). As coisas más devem ser totalmente evitadas.
Alimentação adequada e abstinência de tudo que é prejudicial à saúde são dois dos oito remédios naturais que Deus prescreveu para a manutenção de uma vida saudável e equilibrada e para a cura de muitas doenças e sofrimento: “Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais e da maneira de aplicá-los. [...] Aqueles que perseveram na obediência à suas leis ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 127).
Conclusão

As recomendações apresentadas neste documento são conselhos e orientações a serem seguidos com oração, como resultado de profundo relacionamento pessoal com Deus, na busca de Suas verdades e de Sua presença na primeira hora de cada dia. Elas não devem ser usadas como um elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal. A Palavra de Deus e os conselhos divinos que nos foram transmitidos pelo ministério profético de Ellen G. White nos exortam, como Adventistas do Sétimo Dia, a viver um estilo de vida que seja uma resposta de amor à bondade, à graça e ao infinito amor de Deus por nós. O fruto do Espírito deve permear todas as dimensões do nosso viver, proporcionando equilíbrio entre os aspectos interiores do ser e os exteriores do fazer. O resultado disso será nossa própria felicidade e bem-estar, e o desenvolvimento da nossa salvação em todos os aspectos desejados por Deus. E, por fim, estaremos lançando uma das bases fundamentais para o cumprimento de nossa missão profética, esperando em breve ouvir dos lábios do próprio Jesus: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:21).

Fonte - Reavivamento e Reforma

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mulheres: o que não vestir



Em 1 Timóteo 2:9, o Senhor oferece três orientações que ajudam as mulheres cristãs a descobrir o que usar e o que não usar: “As mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição.” Vamos examinar essas três diretrizes para nos ajudar a assegurar que nossos looks estão em boa ordem, devidamente arrumados e prontos para mostrar Cristo.

É conveniente ou inconveniente? Kosmio é a forma descritiva do substantivo grego kosmos (colocar em ordem, balancear, enfeitar ou decorar), que está relacionada com a palavra “cosmos” – universo. Os gregos entendiam que o universo deve ser um ordenado, integrado e harmonioso todo. Kosmos é o oposto do caos. Assim, quando Paulo disse para as mulheres que seu adorno deveria ser kosmio, quis dizer que, como o universo, todas as peças devem ser dispostas de forma harmoniosa com as outras partes. Deve ser “conveniente”, isto é, apropriado ou adequado. Dado o contexto, creio que Paulo estava querendo dizer que nosso adorno deveria ser decente numa série de níveis diferentes.

Em primeiro lugar, a roupa deve ser apropriada, adequada e coerente com sua característica de filha de Deus. Mas também deveria ser apropriada ao seu tipo de corpo, apropriada para sua feminilidade, apropriada para seu marido, apropriada para as outras roupas que você está vestindo, e apropriada para a ocasião e o lugar em que você pretende usá-la. Há uma quantidade tremenda de orientação nesta pequena palavra: conveniente. Ela desafia você a avaliar suas roupas, sapatos, bolsas, maquiagem e cabelo de vários ângulos como parte do conjunto harmonioso e integrado de toda a sua vida – para alinhar visível com o invisível e o temporal com o eterno. Ela desafia você a trazer uma perspectiva cósmica a ser considerada em suas decisões cotidianas.

Gosto da palavra que Paulo escolheu. Ela tem implicações enormes. Kosmio significa que o look de uma mulher cristã deve ser consistentemente definido, por dentro e por fora. Isso desafia aqueles que colocam uma ênfase excessiva na aparência externa, bem como aqueles que negligenciam sua aparência pessoal. É um corretivo para as mulheres que se vestem de maneira extravagante. É um corretivo para aquelas que se vestem sedutoramente. Mas também é um corretivo para aquelas que pensam que “santo” significa desmazelado, feio, não feminino e fora de moda. “Conveniente” mostra que andar de jeans largado e camisetas o tempo todo é tão inadequado quanto ser obcecada por roupas estilosas. Isso significa que a aparência de uma mulher deve ser bem definida. Deve ser agradável e atraente – por dentro e por fora.

É decente ou indecente? A segunda palavra, aidous, baseia-se no termo grego para “vergonha” e “desgraça”. A palavra é uma mistura de modéstia e humildade. Quando penso numa palavra que personifica esse conceito, eu penso numa aproximação de Deus com reverência. Trata-se de uma sensação de deficiência, de inferioridade ou indignidade. Sugere vergonha, mas também um sentimento correspondente de reverência e de honra para a autoridade legítima. É o oposto de insolência, imprudência, desrespeito ou ousadia. Olhar cabisbaixo é o oposto de um olhar desafiador.

Então, vestir-se com reverência significa que você está constrangida? Não. Significa que sua roupa diz a verdade sobre o evangelho. Sua roupa mostra ao mundo que Jesus cobre a sua vergonha e a torna decente. Suas roupas cobrem sua nudez como a roupa de Cristo cobre o seu pecado.

Vestir-se com reverência significa que você escolheu as roupas que são decentes aos olhos dEle, não roupas que são provocantes, sedutoras e que valorizam a nudez. Quando se veste decentemente, você reconhece que Deus ordenou que roupas são para cobrir, e não para chamar a atenção para sua pele nua. Você se veste de respeito por Ele, pelo evangelho, pelos irmãos em Cristo – e por respeito a quem Ele fez você para ser. Decência significa que você concorda com o Senhor sobre o verdadeiro propósito de se vestir e deixa de lado o seu próprio interesse para se vestir de uma forma que exalte Cristo.

Então, naquele vestiário, tentando entrar naquela saia, tenha tempo para se sentar, dobrar-se e esticar-se na frente do espelho, e pergunte a si mesma: Esta saia é decente? Ele faz o que deveria fazer? Será que irá me cobrir devidamente? Será que vai ajudar a mostrar minha nudez – ou vai exaltar o evangelho de Cristo?

É moderada ou excessiva? A última coisa a se perguntar sobre a roupa é se é moderada ou excessiva. Paulo usa a palavra grega sophrosunes. Significa “uma mente sã; que inibe desejos e impulsos, autocontrolada, sóbria”. A palavra indica que nosso adorno deve ser razoável e não louco. Devemos controlar nossos impulsos e evitar os extremismos da moda, penteados e maquiagem. Também devemos evitar gastar loucas quantias de dinheiro ou lotar nossos armários com uma quantidade insana de roupas. Devemos governar nossas escolhas de vestimenta com um sentido de moderação, simplicidade e autocontrole. Se a roupa é extremamente louca, insanamente cara ou se é loucura por você estar comprando outra, então você deve ignorá-la.

Entender o propósito das vestimentas e perguntar a si mesma as três questões – É conveniente? É decente? E é moderada? – vai ajudar você a descobrir como se vestir. E não se esqueça de incluir o seu “Ajudador” no processo. O Espírito Santo é uma inestimável fonte de ajuda quando se trata de descobrir se sua aparência glorifica ou não a Deus. Se seu coração é reto e você busca Sua orientação, Ele será seu consultor pessoal de estilo e vai ensinar o que e o que não usar.

(Mary Kassian, via Megaphoneadv)

quinta-feira, 8 de março de 2012

A mulher pode usar calça comprida?Deuteronômio 21-23


Na leitura bíblica de hoje, há um questionamento que muitas pessoas fazem para nós da Escola Bíblica sobre Deuteronômio 22:5: “A mulher pode usar calça comprida?”
Por incrível que pareça, esse assunto é motivo de muita polêmica em alguns meios evangélicos. Veja o que diz o verso: “A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o SENHOR, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede.”
Ao analisarmos o contexto hebreu, vemos que essa proibição quanto ao uso de trajes masculinos para mulheres e femininos para os homens está relacionado, provavelmente, com o costume pagão que existia de uma mudança no jeito de se vestir, estimulada, consciente ou não, para propósitos imorais.
Parece que as coisas hoje, em muitos aspectos, não mudaram muito. Mas não que esse problema seja necessariamente com uma calça. Deus proíbe o uso de trajes masculinos em mulheres e femininos em homens, primariamente, se essa mudança estiver, consciente ou inconscientemente, cumprindo com esse propósito pecaminoso. Então, essa proibição da Bíblia tem a ver com homens se parecendo com mulheres (travestidos) e mulheres querendo parecer homens.
Agora, por outro lado, existe o aspecto cultural. Em algumas culturas como o oriente, por exemplo, tanto homens quanto mulheres usam roupas que chamaríamos de saia ou vestido. O próprio Jesus usou esse tipo de roupa, não é mesmo? E se um homem usasse essa roupa nos dias de hoje, não estaria usando o que, para nós, seria roupa de mulher? Percebeu que isso é, também, uma questão cultural? E na nossa cultura, aqui no Brasil? A saia é uma roupa só de mulher, e a calça é uma roupa tanto para mulher quanto para o homem. Podemos ver que a calça não se encaixa na discussão de Deuteronômio 22:5.
Porém, devemos considerar a modéstia e o decoro que os cristãos devem ter ao se vestir. Por exemplo: Mulheres, ajudem os homens a não pecarem, porque aquele que leva seu irmão a cair, também é digno de ser julgado. Homens, Jesus disse que quem olhar para uma mulher com intenção impura, já adulterou com ela.
Somos espetáculos ao mundo. Não adianta nada enquadrarmos a roupa dentro de uma regra e, ainda dentro dela, fazer com que a própria roupa “liberada” fique indecente. Ou você não concorda comigo que podem haver calças, saias, blusas, camisas, tanto decentes quanto indecentes?
Se você quer honrar seu cristianismo, vista uma roupa que não levará as outras pessoas a se escandalizarem. Não existe proibição bíblica para um tipo de roupa específico, no entanto: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.”


Pr. Valdeci Júnior

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

4 Princípios Básicos do Vestuário: modéstia, simplicidade, feminilidade e saúde


 “Deus deseja agora que Seu povo adote o vestuário da reforma, não apenas para distingui-los do mundo como Seu povo particular, mas porque uma reforma no vestuário é essencial à sua saúde física e mental.” Testemunhos Para a Igreja, vol.1, p. 524.2

Modéstia
“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia…” (I Timóteo 2:9)
“Tudo que tenha o objetivo de chamar a atenção para a pessoa, ou provocar admiração, está excluído do traje modesto recomendado pela Palavra de Deus.” Ciência do Bom viver, p. 287
“Nossa modéstia tornará os homens mais virtuosos, e nos protegerá do perigo. Mulheres são o sexo mais frágil, e são mais vulneráveis tanto física quanto emocionalmente. A modéstia reconhece esta vulnerabilidade especial, e a protege.” Wendy Shalit
“Poucas tentações são mais perigosas ou mais fatais, aos jovens, do que a tentação da sensualidade, e nenhuma, se permitida, se demonstrará tão decididamente nociva à alma e ao corpo, para o tempo e a eternidade. ..” Mente, Caráter e Personalidade, Vol.1 , p. 231
“Pela modéstia no vestir e equilibrado comportamento, podem dar testemunho da verdade em sua simplicidade. Podem deixar que sua luz brilhe diante de todos para que vejam suas boas obras e glorifiquem ao seu Pai que está no Céu. Uma mulher verdadeiramente convertida exercerá poderosa influência transformadora para o bem.” Beneficência Social, p. 157

Simplicidade
“A simplicidade no vestir, aliada à modéstia das maneiras, muito farão no sentido de cercar uma jovem com aquela atmosfera de sagrada reserva que para ela será uma proteção contra os milhares de perigos.” Orientação da Criança, p. 417
“Ele [vestuário] deve possuir a graça, a beleza, a conveniência da simplicidade natural. Cristo nos advertiu contra o orgulho da vida, mas não contra a sua graça e beleza naturais.” A Ciência do Bom Viver, p. 288 e 289

Feminilidade
“Deve-se ensinar às moças que o verdadeiro encanto da feminilidade não consiste apenas na beleza da forma ou do aspecto, ou na posse de realizações; mas no espírito manso e quieto, na paciência, generosidade, bondade, e na prontidão para fazer algo pelos outros e sofrer por eles. Devem ser ensinadas a trabalhar, a estudar para algum propósito, a viver por algum objetivo, a confiar em Deus e a temê-Lo, e a respeitar aos pais. Assim, ao avançarem em anos tornar-se-ão mais puras, mais confiantes em si e amadas. Será impossível desprezar tal mulher. Ela escapará às tentações e provas que têm sido a ruína de tantos.” Filhos e Filhas de Deus – Meditação Matinal, p. 318
Quando o seu valor estabelecido é alto por você ter protegido tanto a sua reputação quanto a sua sexualidade, há obstáculos entre você e o homem; obstáculos que convidam aqueles que estão realmente interessados em você a ganhar o seu coração.

Saúde
“Metade das doenças femininas são causadas por um vestuário não saudável.” Healthful Living, p. 123
“Não se pode calcular a quantidade de sofrimento físico originado pelo vestuário anormal e prejudicial à saúde… Deslocamentos e deformidades, câncer e outras doenças terríveis estão entre os males resultantes da moda.” Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, p. 634
“Faixas apertadas impedem o funcionamento do coração e dos pulmões, devendo ser evitadas. Parte alguma do corpo deve jamais ficar mal-acomodada por meio de roupas que comprimam qualquer órgão, ou restrinjam sua liberdade de movimento.” Ciência do Bom Viver, p. 382
“Estamos confessando a Cristo em nossa vida diária? Confessamo-nos em nosso vestuário, adornando-nos com um traje simples e modesto? É nosso adorno o do espírito manso e tranqüilo que tem tão grande valor à vista de Deus? Estamos procurando promover a Causa do Mestre? A linha demarcatória entre vós e o mundo é bem distinta, ou estais procurando seguir as modas deste século degenerado?” Este Dia Com Deus, p. 137
“O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos.” (I Pedro 3: 3-5)
Via Tudo Para Vegetarianos

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mordomia no vestuário – parte 2

E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” Lucas 16:2
Há alguns dias atrás, publicamos um post com o título “Mordomia no vestuário – parte 1”. Encerraremos, hoje, com a parte 2, uma reflexão acerca dos outros 2 aspectos da mordomia cristã – o Talento e o Tempo.
O que será que Talento e Tempo tem a ver com mordomia no vestuário?
Selecionei 4 pequenos fragmentos do Espírito de Profecia, para ajudar-nos nessa reflexão:
“A fala é um talento. De todos os dons concedidos à família humana, nenhum outro deve ser mais apreciado que o dom de falar. Deve ser usado para declarar a sabedoria e o maravilhoso amor de Deus. Assim devem os tesouros da Sua sabedoria e da Sua graça ser comunicados.” Conselhos Sobre Mordomia, p. 115
“A força é um talento, e deve ser usada para glorificar a Deus. Nosso corpo Lhe pertence. Ele pagou o preço da redenção tanto pelo corpo como pela alma. … Melhor podemos servir a Deus no vigor da saúde do que na apatia da doença; portanto, deveríamos cooperar com Deus no cuidado de nosso corpo.” Conselhos Sobre Mordomia, p. 115
“A influência é um talento, e é um poder para o bem quando penetra em nosso trabalho o fogo sagrado aceso por Deus. A influência de uma vida santa tanto é sentida no lar como em toda parte. A beneficência prática, a abnegação e o sacrifício próprio que assinalam a vida de um homem exercem influência para o bem sobre aqueles com quem este se associa.” Conselhos Sobre Mordomia, p. 115
“Há mães que gastam horas e horas em trabalho desnecessário com as suas próprias roupas e as de seus filhos, com o propósito de ostentação, e alegam então que não dispõem de tempo para ler e obter a informação necessária para cuidar da saúde de seus filhos.” Conselhos sobre Educação, p. 6
Os fragmentos de textos selecionados abordam 3 dos vários talentos que devem ser aplicados à obra de Deus – a fala, a força e a influência. Então eu pergunto: O nosso vestir tem sido coerente com a nossa fala? Falamos de Deus e de Seu amor, mas nos vestimos como o mundo? Até que ponto nossa fala pode deixar de ser um talento usado por Deus devido a forma como eu me visto? Minha roupa diz o mesmo que minha boca? Tenho usado roupas que colaboram para a preservação de minha saúde, para que minha força possa estar à disposição do Mestre? O meu calçado e minhas roupas não colaboram tanto para que o meu corpo esteja em pleno vigor? E que influência o meu modo de vestir exerce sobre as pessoas? Será que só de olhar para mim elas reconhecem uma serva do Senhor?
Muitas vezes, nossa roupa prega uma mensagem diferente daquela que deveríamos pregar com os lábios, e não é possível ser verdadeiramente cristão, sendo incoerente. Muitas vezes não estamos prontos para dizer “eis-me aqui” quando o Senhor nos chama, porque o calçado inadequado tem comprometido a saúde dos nossos pés, da circulação do corpo, da coluna… a roupa inadequada, escolhida pelos motivos errados, colabora para o desenvolvimento de doenças… e estamos constantemente impedidos de fazer aquilo que o Senhor nos pede, como Ele nos pede, pois sequer temos o vigor necessário. É sutil, mas nosso vestir inadequado é um fator limitador do avanço da obra através de nós.
E o que dizer do nosso tempo? Quanto dele temos empregado em ler sobre as últimas tendências da moda, pesquisar novos modelos e passear por shoppings experimentando dezenas de roupas? É mais agradável gastar tempo com esses assuntos do que estudando a palavra de Deus? Vestimentas, adornos, maquiagem e calçados ocupam mais sua mente durante o dia do que as verdades do Céu? Então algo está errado! Nosso tempo pertence a Deus, e o próprio Jesus disse: “Portanto, não se preocupem, dizendo: […] ‘que vamos vestir?’” (Mateus 6:31). Por que, então, ocuparmos tanto tempo pensando nisso?
Talvez você nunca tenha pensado em Mordomia dessa forma. Talvez você tenha se acostumado a devolver os dízimos, e sentir que cumpriu seu dever de mordomo diante de Deus. Mas Deus deseja que não apenas devolvamos os dízimos, mas que administremos com sabedoria tudo o que Ele nos confiou.
Que as palavras de Jesus para nós seja: “[…] Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mateus 25:21).

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Barreiras que Atrapalham – Nossas igrejas devem ser centros de amor e ternura


Certo vaqueiro sentiu o desejo de ir a uma igreja. Vestiu sua roupa de cowboy, entrou no templo e sentou-se na primeira fila de bancos. Em poucos segundos, todos os olhares se dirigiram para ele. Demonstrando intolerância e desagrado, algumas pessoas mudaram de lugar, deixando-o isolado. Ninguém o cumprimentou.
Terminada a reunião, o cowboy dirigiu-se, o mais rápido possível, ao estacionamento. Quando entrava no carro, o pastor se aproximou dele e disse: “Volte no próximo domingo. Mas ore a Deus pedindo que lhe mostre o tipo de roupa que você deve usar na igreja.”
No domingo seguinte, o vaqueiro retornou com a mesma roupa. Dessa vez, a reação dos membros foi pior do que na semana anterior. Quando o visitante indesejado saía do templo, o pastor lhe perguntou:
- Você orou como lhe sugeri?
- Orei.
- O que Deus lhe disse?
- Ele me falou que não sabia o tipo de roupa que eu devia usar porque nunca esteve nesta igreja.
A história fala por si só e nos relembra a sequinte advertência de Tiago:
“Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade. Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro e roupas finas, e também entre um pobre com roupas velhas e sujas. Se vocês derem atenção especial ao homem que está vestido com roupas finas e disserem: ‘Aqui está um lugar apropriado para o senhor’, mas disserem ao pobre: ‘Você, fique em pé ali’, ou: ‘Sente-se no chão, junto ao estrado onde ponho os meus pés’, não estarão fazendo discriminação, fazendo julgamentos com critérios errados?” (Tg 2:1-4, NVI) .
O vaqueiro deve ter ouvido um belo sermão naquele culto dominical, mas a atitude dos freqüentadores do templo não combinava com a mensagem do pregador. A roupa daqueles “cristãos” podia estar de acordo com as normas e regras da igreja, mas o coração deles não estava revestido da justiça de Cristo.
Toda atitude exclusivista destoa da atmosfera que deve reinar no ambiente da igreja. A acepção de pessoas é filha do preconceito, que “tem mais raízes do que os princípios”, de acordo com Maquiavel.
Ainda existem raízes de preconceito em nossos relacionamentos. Em quase todos os níveis da igreja, há pessoas exclusivistas e preconceituosas. Por essa razão, nossa influência sobre os de fora não é tão forte quanto deveria.
Algumas pessoas são “excluídas” da música, da liderança e das atividades da igreja. O lobby das ”panelinhas” é poderoso, mas sabemos que ele é fruto de orgulho e inveja. Ele inibe talentos, sufoca vocações e afugenta os que gostariam de cooperar. E o pior: essa atitude escorraça pessoas que ainda não conhecem o amor de Deus.
Jesus deixou belíssimo exemplo de inclusão. A mulher pecadora foi acolhida por Ele num momento extremamente delicado. Zaqueu teve a alegria de receber o Mestre em sua casa. A mulher que tinha fluxo de sangue não foi ignorada pelo Médico dos médicos. Jesus comeu com pecadores para atraí-los a Si.
Ellen White afirma que Jesus “procurava derribar as barreiras que separavam as diversas classes sociais, a fim de unir os homens como filhos de uma só família” (O Desejado de Todas as Nações, p. 150). ”Não menosprezava ser humano algum, mas buscava aplicar o bálsamo de cura a toda e qualquer alma. Em qualquer companhia que estivesse, apresentava uma lição apropriada ao tempo e às circunstâncias. [...] Buscava incutir esperança no mais rústico e menos prometedor dos homens, assegurando-lhes de que poderiam tornar-se irrepreensíveis e inofensivos, e adquirir caráter que deles faria filhos de Deus” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 387).
Como igreja e como indivíduos, precisamos desenvolver uma atitude mais acolhedora. “Não deve haver nenhuma parcialidade, nem hipocrisia. Não deve haver favoritos, cujos pecados sejam considerados como menos pecaminosos que os dos outros” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 369).
Graças a Deus, cresce entre nós o número de igrejas que praticam a inclusão cristã. Já outras precisam permitir que o amor de Cristo as transforme em centros de paz, acolhimento e ternura.
Que essa transformação seja operada em mim e você, para que saibamos conviver fraternalmente com os que são ”diferentes”!
Artigo de Rubens Lessa, editor da Revista Adventista, publicado na RA de Dezembro/2008.

sábado, 28 de maio de 2011

É pecado pintar as unhas?

Existem na Bíblia alguns princípios que devem nortear a vida do cristão. Infelizmente muitos costumes do mundo têm adentrado na igreja e isso já havia sido predito por Paulo quando disse: “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (2 Timóteo 3:1-5).


O cristão deve ter a Bíblia como seu padrão normativo de fé e conduta e o primeiro princípio está no seguinte verso:

(1) “Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). Tudo deve ser feito para honrar o nome de Deus, quer seja com o vestuário, com o trabalho, dinheiro, passatempo, tudo para honrar Àquele que nos criou e com o Seu precioso sangue nos comprou!

O segundo princípio tem a ver com a “modéstia” e o “bom senso.”

(2) “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)” (1 Timóteo 2:9-10). “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o interior do coração, unido ao incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus”(1 Pedro 3:3-4).

Nota-se que a modéstia não é sinônimo de desleixo ou falta de cuidado. O texto bíblico aponta para a extravagância. Como classificaríamos a extravagância ou indecência? Alguma coisa dispendiosa, talvez algo que destoe, que mostre as partes íntimas, que desperte o apetite sexual do outro, etc.

No terceiro princípio, Cristo nos instrui que não devemos nos pôr como (3)“tropeço ou escândalo ao nosso irmão” (Romanos 14:13). Devemos nos abster (4)“de toda forma (ou aparência) de mal” (1 Tessalonicenses 5:22). Portanto, modéstia significa pureza, beleza em todos os aspectos que condizem com os princípios cristãos; isso envolve saúde física que proporcionará uma melhor aparência (assim, fazer exercícios físicos e alimentar-se corretamente é muito importante), envolve a bondade, a beleza de um sorriso simpático e alegre, uma conduta nobre e elevada; tudo isso dignifica e exalta o Criador.

Neste momento você pode estar perguntando novamente; “mas então... pintar as unhas é pecado?” Um cristão não pode servir de consciência para ninguém, mas deve apontar princípios bíblicos que norteiem a vida de quem possa estar com dúvida. O texto de Oséias 2:13 usa como ilustração a figura de uma mulher toda adornada e enfeitada para correr “atrás de seus amantes, mas de Mim se esqueceu, diz o Senhor.” Perceba que esta linguagem figurativa é forte! O quinto princípio é visto por mais um texto de Paulo:

(5) “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele” (Romanos 12:2). Entende-se que o cristão deve buscar conhecer a vontade de Deus através da renovação da mente, e isso acontece quando o indivíduo se relaciona com o Criador.

Conclusão: Entendo que há cosméticos que auxiliarão a manter uma boa aparência como xampu, creme hidratante, protetor solar, ou um tonalizante para a pele com proteção UV, e também uma base para as unhas que, além de deixá-las mais bonitas, também as protegerá deixando-as mais vigorosas. Vejo problema com a falta de “modéstia” e “bom senso.” Tendo em vista os princípios listados acima, é importante cultivarmos bons hábitos de vida que resultarão em saúde, beleza física e vitalidade. Devemos buscar aquilo que seja o mais natural possível, sem “extravagâncias”, ou seja, mantendo a beleza com simplicidade e naturalidade. Particularmente não aprecio unhas coloridas. Acho muito artificial, realça mais a sensualidade do que a feminilidade, contrariando assim os valores bíblicos! Contudo, ser cristão não significa trajar-se como no século XIX! Devemos representar muito bem Aquele que nos comprou com Seu precioso sangue. Isso exige cuidados especiais com nossa aparência.

Forte abraço, e que Deus lhe abençoe!
Pr. Frederico Branco

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O que a Bíblia diz sobre Jóias, brincos, anéis e colares?

Jóias

O uso de jóias é um assunto ligado à conduta cristã. O estilo de vida de um seguidor de Deus manifesta-se em grata resposta à magnificente salvação através de Cristo.

Cristo orou: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou” (João 17:15, 16).

Os Cristãos devem adotar um estilo de vida diferente do mundo não pelo capricho de serem diferentes, mas porque Deus os chamou para viverem por princípio. Ser diferentes também representa um aspecto da sua missão: servir o mundo – servir como o sal do mesmo, e como a sua luz.

Conduta e Salvação

Ao determinar o que constitui uma conduta adequada, deveremos evitar dois extremos. O primeiro é aceitar as regras e aplicações de princípios como meio de obter a salvação. Paulo resume este extremo nas seguintes palavras: (Gálatas 5:4) - “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes”.

O extremo oposto é crer que, uma vez que as obras não salvam, não são elas importantes. Paulo também fala deste extremo: (Gálatas 5:13) - “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor”. Quando cada um dos membros da igreja segue a sua própria consciência em desrespeito ao sentimento do grupo, a igreja torna-se não o corpo de Cristo, mas uma coleção de indivíduos isolados, cada um dos quais seguindo o seu próprio caminho.

Embora nossa conduta e espiritualidade estejam intimamente relacionadas, jamais poderemos obter salvação através de conduta correta. Em vez disso, o comportamento cristão é um fruto natural da salvação e encontra-se alicerçado naquilo que Jesus já realizou por nós no Calvário.
Adornos

A percepção de beleza, por parte do céu, caracteriza-se pela graça, simplicidade, pureza e encantos naturais.

Em lugar de adornos exteriores o apóstolo Pedro aconselha que os cristãos se concentrem no desenvolvimento do “interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (I Pedro 3:1-4).

Tanto Pedro como Paulo expõem o princípio básico que deve orientar homens e mulheres na área dos adornos: (1PE 3:3) - Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; (1TM 2:9, 10) - Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas).

Quando Jacó convocou sua família para a dedicação de si próprios a Deus, entregaram ao Patriarca “todos os deuses estrangeiros que tinham em mãos e as argolas que lhes pendiam das orelhas”, os quais foram enterrados por Jacó (Gênesis 35:4). Vemos que a simplicidade harmoniza-se com a reforma e o reavivamento que Deus quer operar em seu povo.

Simplicidade no estilo de vida e na aparência coloca o Cristão em notório contraste com a ganância, materialismo e ostentação da sociedade do século vinte, onde os valores focalizam as coisas materiais em lugar das pessoas.
Conclusão

Em vista destes ensinamentos das Escrituras e dos princípios aqui relacionados, cremos que os cristãos não devem se adornar com jóias. Entendemos assim que o uso de brincos, anéis, colares e braceletes, bem como vistosos prendedores de gravata, abotoaduras e broches – ou qualquer outro tipo de jóia cuja função principal seja de adorno – é desnecessário e não se harmoniza com a simplicidade de adorno recomendada pelas Escrituras.

Sob todas as circunstâncias, favoráveis ou adversas, deveríamos procurar a compreensão e a prática da harmonia com a vontade de Cristo (1 Coríntios 2:16). “Toda verdadeira obediência vem do coração. Se consentirmos, Cristo se identificará de tal forma com os nossos pensamentos e ideais, que, obedecendo-Lhe, não estaremos senão seguindo nossos próprios impulsos” O Desejado de Todas as Nações, p. 668.

Finalizamos dizendo que o desenvolvimento da conduta cristã – “semelhança com Cristo” – é progressivo. Envolve a união de toda uma vida com Cristo. Esta entrega da vontade ao controle de Cristo é efetuada à medida que nos familiarizamos com os ensinos de Cristo mediante a oração e o estudo da Bíblia. Uma vez que “amadurecemos” em velocidades diferentes, devemos abster-nos de julgar nossos irmãos ou irmãs mais fracos que não procedem da maneira como nós viemos a compreender (Romanos 14:1; 15:1).

Escola Bíblica Novo Tempo

quarta-feira, 9 de março de 2011

Trajes no Casamento: Desprazer para Deus?


Tudo em um casamento deve glorificar a Deus, incluindo os trajes dos noivos, padrinhos e convidados.

Entre as mais belas cerimônias da igreja, está a do casamento, instituído pelo próprio Criador, ao unir o primeiro casal, Adão e Eva (Gn 2:22-24). Essa instituição traz, em si, o aroma do Éden, e deve ser uma bênção a cada homem e mulher que dão esse passo. É de lamentar que o inimigo de Deus e do ser humano tenha logrado seu intento de macular o casamento, com falta de amor, brigas, agressões físicas ou verbais e, em muitos casos, o divórcio.
Sendo uma instituição divina, tudo em um casamento, incluindo os trajes dos noivos, dos padrinhos e convidados, deveria seguir as orientações bíblicas para, assim, trazer glória a Deus. Certamente, ao traje para o casamento se aplicam também as palavras de Paulo: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (ICo 10:31), e “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (ICo 6:19,20).

Mas o que se vê em muitos casamentos de professos adventistas do sétimo dia? Noivos, padrinhos e convidados se esquecem das normas bíblicas e se trajam como as pessoas do mundo: abusam de pinturas, usam roupas extremamente decotadas e sensuais, que chamam a atenção para o corpo, atraindo glória para si, e não para Cristo, o autor do matrimônio.


E o que dizer da noiva, para a qual todos os olhares se voltam? Muitas se apresentam com vestidos do tipo ”tomara-que-caia”, de frente única, cavados, com decotes que vão quase até a cintura, maquiadas como pessoas que não conhecem a Cristo. Com certeza, Ele desaprova esse modo de trajar. E o que dizer do mau testemunho que dão aos não-adventistas e do escândalo que dão aos adventistas que procuram seguir a Palavra de Deus quanto ao vestuário? A verdade é que muitos ficam constrangidos ao assistir a tais cerimônias.


Noivos, não se esqueçam de que a cerimônia de seu casamento, com tudo que ela envolve, é um sermão. Que mensagem estarão comunicando? Se, mais tarde, seus filhos perguntarem sobre a decência no vestuário e virem as cenas da cerimônia nupcial de vocês, o que dirão a eles? Que haveria dois padrões de moralidade quanto ao vestuário – um para o dia-a-dia e outro, bem diferente e fora dos padrões bíblicos, para a ocasião do casamento?


Deus não é contra o bom gosto, o asseio e o capricho, pois Ele é o autor de tudo que é belo. O que Ele pede, no entanto, é que haja modéstia no modo de trajar, em qualquer lugar e ocasião. A seguir, algumas orientações que Ele deu por meio de Sua mensageira, Ellen G. White:


A Bíblia ensina modéstia no vestuário. “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia” ( l Tm 2:9). Isto proíbe ostentação nos vestidos, cores berrantes, profusa ornamentação. Tudo que tenha o objetivo de chamar a atenção para a pessoa, ou provocar admiração, está excluído do traje modesto recomendado pela Palavra de Deus” (A Ciência do Bom Viver, p. 287).


“Como é? Estamos confessando a Cristo em nossa vida diária [...], em nosso vestuário, adornando-nos com um traje simples e modesto? É nosso adorno o do espírito manso e tranquilo que tem tão grande valor à vista de Deus? Estamos procurando promover a Causa do Mestre? A linha demarcatória entre nós e o mundo é bem distinta, ou estamos procurando seguir as modas deste século degenerado? Não há diferença entre nós e as pessoas mundanas? Produz em nós o mesmo espírito que produz nos filhos da desobediência?” (O Cuidado de Deus, [ M M, 1995], p. 239).


“Se o mundo apresentar um modo de vestir discreto, conveniente e saudável, que esteja em harmonia com a Bíblia, não alterará nossa relação para com Deus ou o mundo o adotarmos esse estilo. Os cristãos devem seguir a Cristo, e harmonizar seu traje com a Palavra de Deus” (Mensagens aos Jovens, p. 350).


“Cerimônias de casamento são usadas como ocasião de exibicionismo, extravagância e condescendência. Mas se as partes contraentes estão de acordo na crença e prática religiosa, sendo tudo coerente, e a cerimônia é conduzida sem ostentação e extravagância, o casamento neste tempo não necessita ser um desprazer para Deus” (O Lar Adventista, p. 101).


Que Deus ilumine cada noivo e noiva no sentido de O glorificarem no dia do casamento, glória que passa pela questão de como estarão trajados. Que tipo de sermão vocês pregarão nesse dia?
Texto de autoria de Ozeas C. Moura, editor na Casa Publicadora Brasileira, publicado na Revista Adventista de Março/2009. Retirado do site Sétimo Dia

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