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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Batismo - É realmente necessário?



Por Joe Crews 

Introdução

Suponha que você pudesse pesquisar as pessoas que moram nas centenas de casas mais próximas de sua própria casa sobre o assunto do batismo cristão. Que tipo de resposta você obteria em resposta a esta pergunta: “Como uma pessoa deve ser batizada para cumprir os requisitos bíblicos de salvação?”

É provável que você obtenha uma dúzia de respostas diferentes e possivelmente até uma centena. Alguns diriam que não acreditam que seja necessário ser batizado para ser salvo. Outros responderiam que o verdadeiro batismo é ir para a frente três vezes completamente debaixo d'água. Alguns argumentariam que algumas gotas de água aspergidas na cabeça constituiriam um batismo válido, enquanto outros insistiriam em derramar a água sobre o candidato. Alguns sustentam fortemente que um batismo adequado consiste em uma única imersão de costas na água. De alguma forma, o assunto do batismo gerou uma infinidade de ideias sobre como deve ser administrado e para quem. No entanto, todos acreditam que seu método se baseia no único livro de autoridade — a Bíblia. Como essa confusão de convicções pode resultar da leitura do mesmo livro?

sábado, 17 de setembro de 2016

Batismo de crianças na Igreja Adventista - Qual o momento certo?



Talvez esse não seja um tema fácil de se falar. É possível que as opiniões sejam diversas, contudo, é necessário pensar a respeito deste assunto, e por isso queremos abordá-lo aqui.

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia não são realizados batismos de crianças recém-nascidas, mas tem se tornado cada vez mais comum o costume de batizar crianças. Há alguns anos, as crianças na faixa etária de desbravadores eram batizadas, hoje, até os aventureiros têm sido batizados em nossas Igrejas. Isso, particularmente, me preocupa bastante!

As crianças ao longo de seu desenvolvimento vão adquirindo capacidades e conhecimentos que são fundamentais para a aquisição de novas capacidades e conhecimentos.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Voto Batismal: em nome da Trindade ou em nome de Jesus? (Mateus 28:18-20)



Na grande comissão evangélica de Mateus 28:18-20, Cristo ordenou que o Evangelho fosse pregado a “todas as nações”, e que os conversos dessas nações fossem batizados “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (verso 19). No entanto, eventos registrados no livro de Atos falam de conversos que foram batizados “em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5). Diante disso surge a indagação: esses batismos “em nome de Jesus” invalidam a ordem de ministrar-se o batismo em nome da Trindade?
Várias teorias têm sido propostas para explicar essa aparente tensão entre a ordem de Cristo e a prática da igreja apostólica. A mais convincente delas parece ser a de que as referências ao batismo “em nome de Jesus Cristo” não estejam sugerindo uma nova fórmula batismal, mas apenas enfatizando a condição básica para esse rito ser ministrado. Em outras palavras, um judeu étnico ou prosélito, que já cria no verdadeiro Deus, só poderia ser batizado na comunidade cristã se ele cresse também em Jesus de Nazaré como o prometido Messias.

O mesmo Cristo que declarou, em Mateus 28:19, que o rito do batismo deve ser ministrado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, também afirmou, em Marcos 16:16, que a submissão a esse rito deve ser precedida pela fé que se centraliza no próprio Cristo (João 3:16; Hebreus 12:2). Por ocasião do Pentecostes, aqueles que, em resposta ao discurso de Pedro, aceitaram a Jesus de Nazaré como o Messias, foram batizados “em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38) como demonstração pública dessa aceitação.
Mas é importante notar que mesmo os textos que falam do batismo “em nome de Jesus Cristo” estão impregnados pelo conceito da Trindade. Analisando-se o conteúdo desses textos, percebe-se, em primeiro lugar, que aqueles que foram então batizados “em nome de Jesus Cristo” eram pessoas que já criam previamente em Deus o Pai. Além disso, em todas essas ocasiões o batismo “em nome de Jesus Cristo” foi acompanhado pelo recebimento prévio, simultâneo ou posterior do “dom do Espírito Santo” (Atos 2:38; 8:14-17; 10:44-48; 19:1-6).

Procurando invalidar a fórmula batismal em nome da Trindade, alguns indivíduos alegam que o texto de Mateus 28:19 não aparece no original grego do Novo Testamento. Essa alegação é totalmente infundada, pois não existem quaisquer evidências textuais que a comprovem. Embora hajam discussões significativas a respeito do conteúdo original de Marcos 16:9-20 (ver Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, ed. corr. [Londres: United Bible Societies, 1975], págs. 122-128), o mesmo não ocorre com Mateus 28:18-20.

Cremos, portanto, que a ministração do batismo “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito” é parte dos ensinos de Cristo que devem ser observados por Sua igreja “até à consumação do século” (Mateus 28:20).

Alberto Timm, “Sinais dos Tempos”, agosto de 1999, p. 29.

domingo, 22 de maio de 2016

Só o Pastor “Pode” Batizar? (Mateus 28:18-20)



O relacionamento entre o clero e os leigos foi desequilibrado por duas distorções opostas que emergiram no meio do cristianismo. A primeira foi a superênfase do catolicismo medieval sobre as funções sacerdotais, que acabou enaltecendo o clero em detrimento dos leigos. A segunda foi a tentativa anabatista, no século 16, de eliminar toda e qualquer distinção entre clérigos e leigos, obliterando assim as funções eclesiásticas. O equilíbrio entre esses dois extremos foi mantido por Lutero, que restaurou o conceito bíblico do “sacerdócio universal” de todos os crentes, sem abolir as funções sacerdotais exercidas por alguns crentes escolhidos especificamente para tais funções.
Rompendo com os dogmas católicos da confissão auricular e da mediação dos santos, Lutero ensinava que todos os crentes tinham pleno direito (1) de orar diretamente ao Pai, por meio de Jesus Cristo (João 14:6; 1Timóteo 2:5), e (2) de testemunhar a outros as boas-novas da salvação (Atos 1:8). Mas esse “sacerdócio universal” não eliminava a necessidade de um bem-organizado ofício ministerial; pois, de acordo com Lutero, “o povo não pode fazê-lo como um todo, mas tem que delegá-lo a uma pessoa ou deixá-lo aos cuidados de alguém. Do contrário, que aconteceria se cada qual quisesse falar e administrar [o sacramento], e ninguém quisesse ceder ao outro?” (Martinho Lutero: Obras Selecionadas, vol. 3, p. 413).

A importância do ofício dentro da comunidade dos crentes é enfatizada tanto no Antigo Testamento, por meio da instituição do sacerdócio levítico (Êxodo 28), como no Novo Testamento, através do ensino apostólico. Paulo é claro em afirmar que o próprio Cristo “concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4:11 e 12). Isso significa que nem todos são chamados a exercer as mesmas funções dentro da igreja.
Além disso, o Novo Testamento atesta que o rito do batismo não era oficiado por todos os crentes da igreja primitiva. Por exemplo, o batismo de arrependimento que preparava o caminho do Messias era ministrado especificamente por João Batista (Mateus 3; João 1:19-34). Aqueles que aceitavam o evangelho, durante o ministério de Cristo, eram batizados pelos “Seus discípulos” (João 4:1 e 2). Já o livro de Atos revela que, após a ascensão de Cristo, esse rito era oficiado pelos apóstolos e por outros líderes da igreja (ver Atos 2:38-41; 8:12, 35-39; 9:18; 10:44-48; 16:14 e 15, 30-34; 18:8).

Embora o imperativo de ir e fazer “discípulos de todas as nações, batizando-os…” (Mateus 28:19) fosse dado originalmente aos “onze discípulos” (versos 16 e 18), cremos que ele se aplica a todos os cristãos, de todas as épocas e lugares. Todos os crentes têm, portanto, a solene responsabilidade de testemunhar do evangelho aos descrentes, incentivando-os a uma experiência genuína com Cristo que culmine com o batismo. Isso não significa que todo crente deva oficiar pessoalmente o batismo de seus conversos; pois essa cerimônia deve ser ministrada apenas por aqueles que foram escolhidos dentro da comunidade dos crentes, como ministros do evangelho, para esse ofício.

Alberto Timm, “Sinais dos Tempos”, junho de 1998, p. 29.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

 Os conversos ao cristianismo devem ser batizados em nome da Trindade ou apenas em nome de Cristo?



Na grande comissão evangélica de Mateus 28:18-20, Cristo ordenou que o Evangelho fosse pregado a “todas as nações”, e que os conversos dessas nações fossem batizados “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (verso 19). No entanto, eventos registrados no livro de Atos falam de conversos que foram batizados “em nome de Jesus Cristo” (At 2:38; 8:16; 10:48; 19:5). Diante disso surge a indagação: Esses batismos “em nome de Jesus” invalidam a ordem de ministrar-se o batismo em nome da Trindade?Várias teorias têm sido propostas para explicar essa aparente tensão entre a ordem de Cristo e a prática da igreja apostólica. 

A mais convincente delas parece ser a de que as referências ao batismo “em nome de Jesus Cristo” não estejam sugerindo uma nova fórmula batismal, mas apenas enfatizando a condição básica para esse rito ser ministrado. Em outras palavras, um judeu étnico ou prosélito, que já cria no verdadeiro Deus, só poderia ser batizado na comunidade cristã se ele cresse também em Jesus de Nazaré como o prometido Messias.O mesmo Cristo que declarou, em Mateus 28:19, que o rito do batismo deve ser ministrado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, também afirmou, em Marcos 16:16, que a submissão a esse rito deve ser precedida pela fé que se centraliza no próprio Cristo (Jo 3:16; Hb 12:2). Por ocasião do Pentecostes, aqueles que, em resposta ao discurso de Pedro, aceitaram a Jesus de Nazaré como o Messias, foram batizados “em nome de Jesus Cristo” (At 2:38) como demonstração pública dessa aceitação.Mas é importante notar que mesmo os textos que falam do batismo “em nome de Jesus Cristo” estão impregnados pelo conceito da Trindade.

Analisando-se o conteúdo desses textos, percebesse, em primeiro lugar, que aqueles que foram então batizados “em nome de Jesus Cristo” eram pessoas que já criam previamente em Deus o Pai. Além disso, em todas essas ocasiões o batismo “em nome de Jesus Cristo” foi acompanhado pelo recebimento prévio, simultâneo ou posterior do “dom do Espírito Santo” (At 2:38; 8:14-17; 10:44-48; 19:1-6).Procurando invalidar a fórmula batismal em nome da Trindade, alguns indivíduos alegam que o texto de Mateus 28:19 não aparece no original grego do Novo Testamento. Essa alegação é totalmente infundada, pois não existem quaisquer evidências textuais que a comprovem. Embora hajam discussões significativas a respeito do conteúdo original de Marcos 16:9-20 (ver Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, ed. corr. [Londres: United Bible Societies, 1975], pp. 122-128), o mesmo não ocorre com Mateus 28:18-20.Cremos, portanto, que a ministração do batismo “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito” é parte dos ensinos de Cristo que devem ser observados por Sua igreja “até à consumação do século” (Mt 28:20).

Fonte: Sinais dos Tempos, agosto de 1999, p. 29 (usado com permissão)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O perdão de nossos pecados se dá somente quando nos batizamos?



            De acordo com a Bíblia, os únicos requisitos para que o pecador seja perdoado são os seguintes:
      1. Arrepender-se do pecado: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” Atos 3:19
      2. Confessar o pecado a Deus: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I João 1:9
      3. Perdoar o próximo: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as nossas ofensas”. Mateus 6:14 e 15
            O batismo é:
           a) Um símbolo de nossa morte para o pecado e da ressurreição para uma nova vida (novo nascimento). Romanos 6:4-9.
b) Um ato pelo qual demonstramos publicamente que cremos no Salvador (em seu sacrifício, morte e ressurreição) e que nosso coração realmente O aceitou.
Vemos, portanto que o perdão para os pecados é concedido a todo aquele que se arrepende, confessa seu pecado a Deus, e perdoa o próximo, e o batismo é também símbolo do novo nascimento, mas não significa que só após o batismo a pessoa é perdoada.
Na Bíblia encontramos a história do ladrão na cruz que não tinha condições físicas de batizar-se no momento de evidenciar sua crença no Senhor; se o tivesse, teria aceitado o batismo. Como ele não poderia descer do madeiro onde estava pendurado, mas creu em Jesus e o aceitou, o Senhor concedeu-lhe o perdão, e deu-lhe a salvação.
Isto não quer dizer que nós não precisamos do batismo; o ladrão na cruz não tinha condições físicas para fazê-lo; já muitos de nós temos. Se tivermos como ir a um tanque batismal ou rio e não o fizermos, não estamos provando que realmente aceitamos a Jesus. (Leia Marcos 16:16 e Mateus 10:32 e 33). Seria o mesmo que um noivo dizer que ama sua noiva e, ao ela pedir para que ele assuma um compromisso (casamento) ele diga: “eu te amo, mas casamento não!”.
            Que amor seria este?
O batismo é uma demonstração de fé no Salvador; e a fé evidencia-se pelas obras (Tiago 2:26). Quando não há nenhum empecilho do tipo que o do ladrão na cruz teve, devemos evidenciar nosso amor pelo Salvador sendo imersos na água.

terça-feira, 28 de abril de 2015

É normal, às vezes, falharmos em alguma coisa após termos nos batizado?


Todos nós herdamos de nossos pais a natureza pecaminosa, ou seja, já nascemos com a tendência para o pecado dentro de nós. Sem a ajuda de Deus é impossível vencermos o pecado. Este é consequência da rebelião que houve no Céu e da desobediência de Adão e Eva a Deus. Não conseguimos vencer por nós mesmos os defeitos de caráter que temos por causa de nossa natureza pecaminosa, mas através de Jesus isto é possível. A culpa que temos por causa do pecado é justificada quando aceitamos Jesus Cristo como nosso Salvador pessoal e pedimos a Ele o perdão dos nossos pecados (1 João 1:9). Esta é a justificação pela fé.
A natureza pecaminosa não desaparece quando nos batizamos. O que acontece no batismo é que, através dele, a pessoa batizada se entrega verdadeiramente a Jesus, inicia uma nova vida ao lado dEle, deixando que Ele tome conta dela e realize nela as mudanças necessárias para que seja cada vez mais parecida com Jesus. Nesse processo a pessoa erra e acerta. Veja que Paulo, mesmo após ser convertido, disse: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:19). Mesmo tendo se comprometido em viver uma vida ao lado de Jesus, Paulo não conseguiu; e nem nós conseguimos, não mais pecar. Somente à medida em que os anos passam e com perseverança, a vida cristã vai amadurecendo.
Veja que Paulo se esforçava para ser um imitador de Cristo (1 Coríntios 11:1) e no final de sua vida, disse: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). Isto demonstra que Paulo não se acomodou ao entender que era um pecador; em vez disto, se esforçou em Jesus para que crescesse em graça a cada dia. Somente quando Jesus voltar este processo de restauração da nossa natureza pecaminosa será completado (Apocalipse 21:4). Por isso, inevitavelmente ainda iremos falhar mesmo após o batismo.
Nós, que somos pecadores, precisamos estar diariamente em contato com Aquele que é perfeito, para que Ele nos mude de acordo com aquilo que precisamos e que colocamos nas mãos dEle. Nossa condição humana é inconstante e apesar de cada um ter uma personalidade e um caráter, não conseguimos ser equilibrados como Deus é. Ora sentimos alegria e poucos minutos depois sentimos raiva. Ora perdoarmos, ora guardamos mágoa. Ora pecamos, ora nos arrependemos. Como somos inconstantes! Mas Deus é Aquele em quem podemos ter confiança porque Ele é o Único que tem equilíbrio, que é constante, que permanece para sempre! (Hebreus 13:8; Malaquias 3:6).

Thais Seidel de Souza
Conselheira e Instrutora Bíblica

segunda-feira, 23 de março de 2015

O batismo dos cristãos primitivos era feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo?

Boa-pergunta-a-formula-trinitaria-Codex_fmtO batismo dos cristãos primitivos era feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? O texto de Mateus 28:19, que menciona esse tipo de batismo, faz parte do original em grego? 


Essas são perguntas recorrentes. Vamos começar pela segunda. Em relação à fórmula batismal trinitariana de Mateus 28:19, a situação é a seguinte: (1) A fórmula está presente em todos os manuscritos gregos que contêm Mateus 28:19, pois nem todos os manuscritos sobreviveram de forma completa. Na verdade, alguns chegaram até nós em estado bastante fragmentário, mas todos os que contêm o versículo em questão registram a fórmula trinitariana, sem exceção, e isso acontece com vários manuscritos cujo texto remonta ao 2º século. (2) A fórmula também está presente em todas as antigas versões, cujo texto também data do 2º século. (3) Toda a literatura patrística anterior ao 4º século que cita Mateus 28:19 inclui a fórmula trinitariana. Exemplos: a Didaquê (c. 130-150), uma espécie de manual da igreja síria; Justino Mártir (c. 150); Clemente de Alexandria (150-215); e Cipriano (3º século). Levando-se em conta o registro textual, portanto, é praticamente impossível afirmar que a fórmula trinitariana de Mateus 28:19 não seja original.

E quanto ao batismo cristão primitivo, era ele feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? De acordo com o livro de Atos, a resposta é não, pois todos os batismos ali mencionados são em nome de Jesus apenas (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5; 22:16; cf. 1 Coríntios 6:11). Como entender isso? Não é fácil, como não é fácil entender que, mesmo após a ressurreição de Jesus, os apóstolos ainda achavam que ele tivesse vindo para restaurar a independência política de Israel (Atos 1:6, 7), ou que eles, de alguma forma, ainda continuavam envolvidos nas atividades cerimoniais do templo (Atos 2:46; 3:1; 21:23, 24), ou que o próprio Paulo, ao final de sua terceira viagem missionária, ainda tivesse ido ao templo oferecer sacrifício (Atos 21:26).

Seja como for, isso significa que não devemos olhar para o livro de Atos como se fosse um manual de igreja, muito menos como um manual evangelístico, como muitos o fazem. O livro de Atos apenas descreve como foram os primeiros 30 anos da igreja apostólica, seus erros e acertos, e como Deus atuou por meio deles para a consolidação e expansão da igreja. O período histórico abrangido por Atos foi de transição, em que muitos temas e práticas ainda careciam de desenvolvimento ou de uma compreensão mais clara. Foi assim com a questão da volta de Jesus, a pregação aos gentios e a própria organização da igreja.
Já a fórmula batismal em Mateus 28:19 se apresenta como uma clara ordenança de Jesus, e, portanto, é ela que deve pautar as atividades da igreja hoje. No fim do 1º século, a igreja já batizava em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Evidência disso é a própria Didaquê acima citada, que faz referência clara ao batismo trinitariano. Embora sendo do início do 2º século, há suficientes razões para crermos que tal prática retrocede ao período apostólico, na segunda metade do 1º século.

Devemos nos lembrar de que a revelação, mesmo aos apóstolos, foi progressiva (João 16:12; cf. Hebreus 1:1, 2; 2 Coríntios 1:13), e de que esse princípio se aplica também à compreensão dela (cf. João 12:16; 14:29; Lucas 24:8). É por isso que nosso credo é a Bíblia em sua totalidade (tota scriptura), e não apenas o livro de Atos. E é no evangelho de João, por exemplo, que encontramos as revelações mais claras acerca da personalidade do Espírito Santo e sua atuação, juntamente com Cristo e o Pai, no plano da redenção (cf. João 14:16, 17, 26; 16:7-15), e esse evangelho foi um dos últimos livros do Novo Testamento a ser escrito, se não o último, já bem no fim do 1º século.

Seja como for, a crença na personalidade do Espírito Santo e a utilização da fórmula batismal trinitariana são bem anteriores ao Concílio de Niceia, no 4º século, que teria sido, segundo alegam alguns desinformados, quando tal crença foi introduzida na igreja cristã. Um melhor conhecimento da história da igreja e o uso de fontes e evidências documentais, como os manuscritos gregos, as antigas versões e as citações patrísticas, tornam quase impossível afirmar que a fórmula trinitariana de Mateus 28:19 constitua um acréscimo posterior. [Imagem: Wikimedia]

Wilson Paroschi, doutor em Teologia, com especialização em Novo Testamento, é professor no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Por que no Velho Testamento não havia batismo?


Muito obrigado por ter entrado em contato conosco, com prazer respondemos sua pergunta:
Romanos 6:1- 4 é um texto que nos fala sobre o simbolismo do batismo: morte - sepultamento - ressurreição de Jesus, e nossa aceitação do Seu sacrifício. Assim quando um cristão se batiza, simbolicamente ele está morrendo para o mundo e ressurgindo para uma nova vida com Cristo. Somente mergulhando alguém na água, é que se pode ver o simbolismo em seu verdadeiro significado.
Na época de Israel não havia o batismo dessa forma porque não faria sentido, já que Cristo ainda não havia morrido, contudo havia o sacrifício de animais que apontava para o sacrifício vindouro de Cristo na cruz, e havia também a circuncisão[1].
            Em Josué 5:8, encontramos este relato: “Tendo sido circuncidada toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam.  Para entendermos melhor como isso se deu, vale ressaltar que no capítulo anterior (cap.4), lemos a respeito da travessia do Jordão, assim como houve quando o mar se abriu (Êxodo 14:15-31), vejamos agora como a circuncisão foi comparada ao batismo por Paulo:
tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.” I Coríntios 10:2
            A experiência dos filhos de Israel era uma figura do batismo. Os Israelitas estavam envoltos na água quando cruzaram o mar, pois a nuvem os cobria e tinham o mar de ambos os lados; e nesse sentido foram batizados.
Se o apóstolo quisesse ensinar sobre a forma correta de batismo, este texto seria um forte argumento a favor do batismo por imersão. Sabe por quê?
Porque eles foram “cobertos pela nuvem” e as águas estavam “rodeando” eles. Perfeito símbolo do batismo por imersão, que “cobre” a pessoa com as águas (simbolizado pelo cobrir da nuvem e pelas águas que rodeavam de ambos os lados).
Entendemos, portanto que assim como a travessia feita pelo povo no mar, ou no rio Jordão, representou o batismo, a circuncisão representou a conversão. Alguém perguntaria, como ficam as mulheres diante da circuncisão?  A partir desse aspecto podemos afirmar que as mulheres foram também circuncidadas, mas somente em seu interior.
Deus instituiu este ato (circuncisão) como um pacto entre Ele e Abraão e seus descendentes para que fosse um sinal externo (para os homens no aspecto físico, pois sendo que a circuncisão tinha uma dupla finalidade[2], não teria como se dar tal procedimento com uma mulher) de que eles eram um povo escolhido por Deus. Entretanto vejamos alguns versos do Novo Testamento a respeito da circuncisão interior, o que nos leva a ver que no sentido espiritual as mulheres com certeza eram circuncidadas no coração pelo Espírito Santo:
Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.Romanos 2:29
 “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor”. Gálatas 5:6
             “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura”.Gálatas 6:15


A circuncisão no Novo Testamento toma outra forma. O pacto que Deus quer estabelecer com Seu povo no Novo Testamento, toma a forma do batismo, que é a expressão de algo maravilhoso que acontece no coração. Colossenses 2:11 e 12 diz: "Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos."
É através do batismo que você aceita Jesus como seu Deus e que você declara ser Seu filho. É através do batismo que você declara publicamente que aceita o perdão, a transformação e que aceita o poder para viver uma vida vitoriosa. Hoje, o Senhor Jesus apresenta-Se diante de você e lhe diz: "Filho, estou disposto a fazer você nascer de novo. Não importa o seu passado, seu presente ou seu futuro. Quero ser o Seu Deus e que você seja Meu filho. Mas preciso estabelecer um pacto com você. Quero que entre nas águas do batismo e seja batizado e esse será o pacto através do qual estará declarando publicamente que quer seguir-Me até o fim."


Escola Bíblica


[1] A circuncisão é o ato de cortar o prepúcio, que é a pele que cobre a glande (cabeça) do pênis.

[2] Além de ser um sinal do pacto entre Deus e seu povo, tinha também uma outra finalidade de caráter higiênico e de saúde muito importante para aquela época, onde a falta de conhecimento dos micro-organismos e das doenças contagiosas, poderiam causar uma verdadeira epidemia, especialmente num mundo sem saneamento básico.

sábado, 1 de dezembro de 2012

O apóstolo Paulo batizou o carcereiro por aspersão?


Alguns argumentam que o grande apóstolo batizou o carcereiro (At 16:33) por aspersão por que imaginam não ter tido água suficiente na prisão para batizá-lo por imersão. Teria Paulo mudado a forma de batismo estabelecida por Jesus?

Com certeza, não. Provébios 30:5, 6 afirma que o ser humano não tem autoridade para mudar algo que Deus estabeleceu. Além disso, não podemos imaginar qualquer apóstolo querendo “corrigir” a Cristo.

A palavra “batismo” que aparece em Atos 16:33 vem do termo grego baptizo e significa “mergulhar repentinamente”. Portanto, isso indica que no cárcere onde Paulo batizou o carcereiro (Atos 16:33) havia uma fonte ou uma cisterna (reservatório de água cavado na terra e forrado com pedras – comum em cárceres), onde facilmente se poderia realizar o batismo nas águas.

Paulo jamais iria mudar a forma de batismo apoiada por Jesus e praticada pelos Seus discípulos: a por imersão. Veja:

“Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas, e para lá concorria o povo e era batizado.” João 3:23.

“E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” Mateus 3:6.

Se o batismo bíblico fosse por aspersão, não haveria necessidade de João Batista batizar somente onde “havia… muitas águas” e dos discípulos batizarem “no rio Jordão”.

(Leandro Quadros)

Para melhor entendimento: Ler Atos 16:23 à 34

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

É necessário que não tenhamos vícios para sermos batizados?


Quem nos livra de todo hábito pecaminoso é Cristo. O ideal é buscarmos o poder de Jesus para vencermos todo o vício antes de nos batizarmos.
Em 2 Coríntios 5:17 lemos que “...assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.
O batismo é a festa que comemora a libertação do pecado que Jesus operou em nossa vida. 
Algumas pessoas deixam para abandonar o vício (seja ele qualquer) no dia do batismo. Entretanto, para muitos, a boa intenção não é suficiente. Após o batismo a força do hábito, a influência das companhias, e tantos outros fatores podem fazer com que a pessoa volte ao vício. Aí, sentimentos de culpa e de raiva, vêm contra si próprios e contra Deus. Tentam esconder a situação dos demais membros da igreja e tudo se torna muito desagradável.
Deixar de fumar ou beber, ou qualquer outro vício, pode parecer uma batalha simples, mas não é. Essa vitória somente é possível pela graça de Deus mediante a união do poder divino com a escolha humana.
Por isso dizemos que é melhor apegar-se a Deus para obter a vitória sobre cada pecado conhecido antes do batismo. Assim a pessoa chegará ao batismo como um vitorioso e não como um pretendente à vitória.
Existe a possibilidade de que mesmo deixando o mau hábito antes do batismo a pessoa venha a cair novamente, mas desta forma as chances serão muito menores. Se a pessoa já teve a experiência da vitória por alguns dias e semanas, ela tem uma experiência preciosa que lhe dá ânimo para prosseguir e elementos em quê se basear para uma vitória mais permanente. 
Para um passo tão importante quanto o batismo, nada melhor que uma boa preparação. Desde o dia em que uma pessoa entregou o coração a Jesus como seu Salvador pessoal e começou os preparativos para o batismo, a partir desse dia, essa pessoa pode ter a certeza do perdão de seus pecados passados e aceitação perante Deus.
O que nos salva não é o batismo. O batismo é uma consequência, um testemunho público, da salvação que Jesus já efetuou em nossa vida. Quando nos batizamos depois de vencidos os hábitos e vícios conhecidos, essa cerimônia expressa maior significado.

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os discípulos foram batizados?



Realmente a Bíblia não menciona em nenhum lugar que os discípulos tenham sido batizados, mas há alguns relatos interessantes com os quais podemos tirar algumas conclusões importantes.
Em primeiro lugar, não há dificuldade nenhuma para crer que Paulo tenha sido batizado por Ananias (Atos 22:16). Inclusive Paulo explica de forma muito clara o profundo significado do batismo em sua carta à igreja de Roma no capítulo 6. Portanto concluo que esse era um ensinamento, primeiramente de Cristo (Mateus 28:19) e uma prática apostólica com aqueles que aceitavam o Evangelho. 
Outro texto importante é o de 1 Pedro 3:20 e 21 que faz uma alusão ao dilúvio e àqueles que foram salvos "por meio da água" (ver verso 20). 
As águas do dilúvio que sepultaram os pecadores que "desobedeceram" nos dias de Noé, foram o meio para salvar aos que estavam dentro da arca de salvação, e assim se lhes conservou a vida. A possível razão para Pedro referir-se a esse episódio é uma lição que pode ser deduzida, pois da mesma maneira que no passado "foram salvos por meio da água", assim também o "batismo agora nos salva". O batismo é um símbolo da morte e ressurreição de Cristo que indubitavelmente deve significar a morte para o pecado e o ressurgimento em novidade de vida para uma nova vida em Cristo. 
Cremos que os apóstolos conheciam as palavras de Jesus, Marcos 16:16, e concluímos que todos eles foram batizados (1 Coríntios 10:1 e 2).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

sábado, 29 de setembro de 2012

Como Preparar Crianças Para O Batismo


A preparação de crianças entre as idades e sete e quatorze anos para o batismo envolve três passos simples.
1 – Leve as Crianças a uma decisão por Cristo
Ensine-lhes uma breve lição acerca do amor de Deus que enviou Seu Filho para morrer por nós, e está agora convidando cada um de nós a nos tornarmos parte de Sua Família. Cada um que crê é adotado como um dos filhos e filhas de Deus. Então as pergunte se querem fazer parte da família de Deus.

2 – Ensine-lhes as doutrinas primárias da Igreja Adventista do Sétimo Dia usando um jogo de lições adaptadas para a sua idade.
A – Lições adaptadas e ilustradas.
B –Certifique-se de fazer um apelo após o estudo e sele a decisão com uma oração repetida.

3 – Peça uma decisão pelo batismo
É importante que você envolva os pais das crianças no processo. Muitos pais que ainda não de decidiram ao batismo podem se unir à criança. E os pais que já são membros da Igreja darão maior apoio se são envolvidos.
Se os pais estão resistindo ao batismo de crianças, com tato e oração louve a sua preocupação para com os filhos, e ouça-os para identificar a causa da oposição ao batismo dos filhos. Uma vez conhecida a razão, explique para eles que Jesus quer que seus filhos O sigam e busque respostas às objeções.


4 – Coopere com o Espírito Santo
“Ao tocar o Espírito Santo o coração  das crianças, cooperai com Sua Obra. Ensinai-lhes que o Salvador as está chamando, que coisa alguma Lhe poderá causar maior alegria do que se entregarem a Ele na florescência e vigor de seus anos”.
                                                          A Ciência do Bom Viver, 44

Como saber se uma Criança está pronta para o Batismo

“Deus quer que toda criança de tenra idade seja Seu Filho, adotado em Sua família. Ainda que de pouca idade, podem os jovens ser membros da família da fé, e ter experiência preciosíssima.
A eminente  teólogo perguntou-se certa vez que idade deveria ter uma criança antes que houvesse razoável esperança de se tornar cristã. A idade nada tem com isso, foi a resposta”
                                                 Orientação da Criança,p.486
“Trabalhando em favor da conversão de nossos filhos, não devemos buscar violentas emoções como testemunho de convicção do pecado. Nem é necessário saber o tempo exato em que se convertem “
                                                 Desejado de todas as Nações p. 575

Há dois indicadores do preparo de uma criança para o batismo. Primeiro, eles devem possuir um relacionamento de respeito e obediência para com seus pais. Ellen White diz, “tão breve uma criança possa amar e confiar em sua mãe, pode ela amar e confiar em Jesus como o amigo de sua mãe. Jesus será seu Amigo, amado e honrado”
Segundo, a criança deve aceitar Cristo  como seu Salvador e ter um entendimento básico das doutrinas.

Advertência:
“...quanto mais os jovens permanecerem impenitentes, tanto mais confirmados se tornarão em resistir ao Espírito de Deus. Ao passarem os anos, é provável que diminuam a sensibilidade pelas coisas divinas e seja menor a susceptibilidade às influências religiosas. Diariamente Satanás trabalha para prendê-las aos hábitos de desobediência e no espirito de impenitência, havendo menos probabilidade de que se tornem cristãos”
                                                 Conselhos sobre Escola Sabatina,p. 80
                     Norman, Dossmam & Jones
                     Gaining Decisions. Personal Ministries Department
                     South Central Conference of S.D.A, 1977. p.p. 77- 80

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quando ocorre o batismo do Espírito Santo?

Quando ocorre o batismo do Espírito Santo?
A mulher deve usar o véu na igreja?
O que é segunda morte?
Existe um dia especial para ser guardado?
O texto de I Cor. 5:11-14 apoia a excomunhão?
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma seita?
Quando Jesus voltar, o Espírito Santo e Deus, o Pai virão nas nuvens também?
Se a resseureição será no fim dos tempos, por que Jesus disse ao ladrão que ele já iria ao céu?

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Por que os apóstolos batizavam em nome de Jesus?


Se Jesus disse que o batismo deveria ser realizado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19), por que os apóstolos batizavam em nome de Jesus (At 2:38; 8:16; 10:48; 19:5)?

Antes de estudar o que o Novo Testamento ensina sobre o batismo, precisamos entender o que significava um “nome” para os primeiros cristãos. Para nós, essa é apenas uma palavra que permite identificar alguém ou alguma coisa. Mas, na Bíblia, “nome” tem um significado muito mais profundo e belo. Ele representa todas as qualidades de alguém, seu verdadeiro caráter, tudo aquilo que a pessoa realmente é (ver Gn 11:3; 27:36; Êx 5:23; Nm 1:2; 26:53; 1Sm 17:45; 18:30; 2Sm 8:13; 1Rs 21:8; Is 56:5; Mc 6:14; Lc 6:22; At 1:15; Fp 2:9; Ap 3:1, 4).[1]

O que significa “em nome de Jesus”? – Muitas vezes o Novo Testamento fala sobre o “nome de Jesus”. À luz do que vimos acima, o “nome de Jesus” representa Suas qualidades e caráter. Por exemplo, crer no nome de Jesus é confiar no próprio Jesus (At 4:12; 1 Co 6:11). Ser curado por meio do nome de Jesus é ser curado pelo poder que existe nEle (At 4:7; 16:18). Portanto, ser batizado em nome de Jesus significa entregar-se completamente a Ele e ter um relacionamento com Ele (At 8:16; 19:15; 1 Co 1:13).[2]

A Bíblia de Jerusalém, erroneamente citada por alguns contra a autenticidade de Mateus 28:19, esclarece o que significa ser batizado “em nome de Jesus”: “O batismo é dado ‘em nome de Jesus Cristo’ (cf. [At] 1,5+) e é recebido ‘invocando-se o nome do Senhor Jesus’ (cf. [At] 2,21+; 3,16+; 8,16; 10:48; 19,5; 22,16; 1Cor 1,13.15; 6,11; 10,2; Gl 3,27; Rm 6,3, cf. Tg 2,7). Essa maneira de falar talvez não vise tanto à fórmula ritual do batismo (cf. Mt 28,19), quanto ao significado do próprio rito: profissão de fé em Cristo, tomada de posse, por Cristo, daqueles que doravante Lhe são consagrados.”[3] Ou seja, “nome de Jesus” não era necessariamente uma expressão exata pronunciada por alguém. Essas palavras significam que a condição para ser batizado era aceitar a Jesus como Salvador.

Quantas “fórmulas batismais” existiam? – A Bíblia apresenta três expressões relacionadas ao batismo: (1) “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:19); (2) “em nome de Jesus Cristo” (At 2:38; 10:48); e (3) “em nome do Senhor Jesus” (At 8:16; 19:5). Como o livro de Atos apresenta uma fórmula batismal fixa e precisa, que sempre deveria ser utilizada, se esse livro menciona duas expressões diferentes? A explicação mais natural é que, “dadas as variações na linguagem do Novo Testamento, claramente não havia uma fórmula batismal definida” nos primórdios do cristianismo.[4] Negar isso é tentar negar o óbvio.

Os apóstolos eram infalíveis?[5] – Algumas pessoas parecem crer que o livro de Atos é um infalível “manual da Igreja”, ou seja, tudo que os primeiros cristãos fizeram era correto e deve ser imitado por nós. Mas é necessário lembrar que a revelação da verdade é progressiva (Mc 4:33; Jo 16:12, 13; 1Co 3:2) e que a própria compreensão da revelação é progressiva (Mc 9:32; Lc 2:50; 9:45; 18:34; Jo 12:16). Em outras palavras, Deus não revelou toda a verdade em um momento. Mas, mesmo as verdades já reveladas e explicadas demoravam certo tempo para ser entendidas e obedecidas pelo povo de Deus.

Vários exemplos do Novo Testamento ilustram essa verdade. Antes de subir ao Céu, Jesus disse que o evangelho deveria ser pregado a “todas as nações” (Mt 28:19). Apesar da clareza dessa ordem, o livro de Atos mostra que os cristãos demoraram muito tempo para compreendê-la. As palavras do próprio Jesus também poderiam sugerir que, logo após a descida do Espírito Santo, o “reino” seria restaurado “a Israel” e viria o fim (At 1:6-8, 11).

No dia de Pentecostes, da perspectiva daqueles crentes, o evangelho foi pregado às pessoas “de todas as nações debaixo do céu” (At 2:5). Como, para eles, o fim estava perto, venderam todos os seus bens – as posses materiais eram totalmente irrelevantes e os cristãos possuíam um fundo comum para suas posses (At 2:44; 4:32). Essa atitude precipitada levou a igreja na Judeia a severas dificuldades financeiras (Rm 15:25-28; 1Co 16:1-4; 2Co 8-9).

Outro exemplo é a discussão sobre quais grupos de pessoas constituíam a igreja. Vários anos depois da morte de Cristo, os cristãos ainda criam que apenas os judeus eram o povo de Deus. Os próprios líderes em Jerusalém pensavam que apenas os judeus poderiam ser salvos (At 11-12), e muito tempo passou antes que oportunidade de salvação fosse entendida aos não judeus (At 14:27). Mesmo depois os cristãos pensavam que uma pessoa deveria praticar todos os rituais judaicos para seguir a Cristo (At 15; Gl 2).

O próprio Paulo, que falou sobre Israel e a Igreja (Rm 9-11; Gl 2, 3), se submeteu às práticas do voto de nazireado (At 18:18), circuncidou a Tito (Gl 2:3) e praticou sacrifícios e rituais de purificação (At 21:17-26). É verdade que Paulo agia “como judeu, a fim de ganhar os judeus” (1Co 9:20); no entanto, Paulo praticou esses rituais não por simpatia aos judeus não cristãos, mas devido aos líderes cristãos em Jerusalém. No fim da vida de Paulo, nem todos os cristãos judeus compreendiam ainda que a morte de Cristo havia dado término à lei cerimonial.

Alguém poderia indagar: Então os primeiros cristãos eram ímpios e rebeldes contra a vontade de Deus? Não, pois eles viviam à altura da compreensão que possuíam, e isso era o mais importante para Deus. Os primeiros cristãos entendiam a mensagem básica do cristianismo: que Cristo havia morrido, ressuscitado e triunfado sobre o mal; e essa era a mensagem que anunciavam desde o início (At 2:32-36; 13:33-34).

Em que devemos basear doutrinas e práticas? – Um estudo mais aprofundado da Bíblia mostra que existe clara distinção entre textos descritivos e textos prescritivos. Textos descritivos mencionam as práticas das pessoas. Mesmo o povo de Deus pode cometer atitudes que não estão de acordo com o ideal, mas que são toleradas por Deus. Esse conceito é verdadeiro sobre o povo de Deus no Antigo Testamento (por exemplo: poligamia, guerra, divórcio, etc.) e também no Novo (ver acima).

O povo de Deus não está imune aos erros, como é visto na experiência individual de todos nós. As doutrinas e estilo de vida dos cristãos devem estar baseados nos textos prescritivos da Bíblia, ou seja, naqueles que contêm um mandamento ou prescrição, um claro “assim diz o Senhor”.

Por que, então, os cristãos em geral não utilizam as palavras “em nome de Jesus”, mas “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”? Como em outros casos relacionados à prática cristã, essa não é uma escolha entre certo e errado, mas entre bom e melhor. A prática dos apóstolos era boa, mas a ordem de Jesus é melhor.

A doutrina cristã deve ser baseada nos textos prescritivos da Bíblia. Todo genuíno cristão concordará que a expressa ordem de Cristo é muito melhor que as práticas de um ser humano imperfeito (ainda que esse ser humano seja apóstolo ou profeta). Como hoje compreendemos as instruções de Jesus em Mateus 28:18-20, esse texto deveria ser suficiente para encerrar toda discussão sobre o assunto.

Conclusão – Um estudo do Novo Testamento mostra que (1) ser batizado em “nome de Jesus” significava aceitá-Lo como Salvador e Senhor, e não necessariamente usar essas palavras durante o batismo; (2) Mateus 28:19 e o livro de Atos mencionam três expressões diferentes relacionadas ao batismo, o que mostra que os primeiros cristãos provavelmente não possuíam uma fórmula definida e precisa; (3) os apóstolos não eram infalíveis, porque cometeram vários equívocos doutrinários e de comportamento; e (4) devemos basear nossa doutrina em instruções explícitas da Bíblia, e não no que seus personagens fizeram ou deixaram de fazer.[6]

(Matheus Cardoso é editor associado da revista Conexão JA e editor assistente de livros na Casa Publicadora Brasileira)

Referências:

[1] G. F. Hawthorne, “Name”, em International Standard Bible Encyclopedia, ed. Geoffrey W. Bromiley (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1979), v. 3, p. 480-482.
[2] H. Bietenhard, “Nome”, em Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, ed. Lothar Coenen e Colin Brown (São Paulo: Vida Nova, 2000), v. 2, p. 1.400.
[3] Bíblia de Jerusalém (São Paulo: Paulus, 2002), p. 1.904 (nota sobre At 2:38) (ênfase acrescida).
[4] John Nolland, The Gospel of Matthew: A Commentary on the Greek Text, The New International Greek Testament Commentary, ed. I. Howard Marshall e Donald A. Hagner (Grand Rapids. MI: Eerdmans, 2005), p. 1.268.
[5] O restante deste artigo é baseado em uma aula de Wilson Paroschi, Ph.D., professor de Novo Testamento no Unasp, campus Engenheiro Coelho.
[6] Para estudo adicional, veja Ángel Manuel Rodríguez, “The right words”; e Alberto R. Timm, “Em Nome da Trindade”
Fonte: Criacionismo

terça-feira, 22 de maio de 2012

Existe base bíblica para o batismo de crianças por imersão?


Na Bíblia encontramos referências à circuncisão de crianças (Gênesis 17:12; Levítico 12:3; Lucas 2:21; confrontar com Gálatas 5:6; 6:15), à apresentação de crianças em tenra idade ao Senhor (Levítico 12:6-8; Lucas 2:22-24), bem como ao fato de Cristo haver abençoado algumas crianças durante o Seu ministério (Marcos 10:13-16); mas em nenhum lugar aparece, ao longo do texto Sagrado, qualquer alusão ao batismo de crianças. Foi somente após a Era Apostólica que tanto o batismo infantil quanto o batismo por aspersão acabaram sendo incorporados ao cristianismo.



Várias evidências bíblicas mostram que durante a Era Apostólica o batismo era ministrado por imersão. Por exemplo, se o Rito não fosse praticado dessa forma, que necessidade haveria de João Batista oficializa-lo onde havia ‘muitas águas’ (João 3:23)’


Como Jesus poderia ter saído ‘da água’ (Mateus 3:16; Marcos 1:10), após ser batizado, se Ele não houvesse entrado? E que razão haveria para Felipe entrar com o eunuco na água, a fim de batizá-lo (Atos 8:36-39)? Além disso, a própria expressão de Paulo ‘sepultados com Ele [Cristo] no batismo’ (Romanos 6:4) só tem significado se o batismo for por imersão.


Já a ministração do batismo apenas às pessoas que tenham condições de atender o significado desse rito baseia-se (1) no fato de Cristo ter dado o exemplo, batizando-se como adulto (Lucas 3:21-23); (2) na ordem de Cristo de que só deveriam ser batizados aqueles que previamente exercessem fé (Marcos 16:16); (3) no ensino apostólico de que, antes de ser batizada, a pessoa deve se arrepender e crer no Evangelho (Atos 2:38; 8:36,37; 16:30-33); e (4) no fato de não encontrarmos qualquer texto nas Escrituras que fale a respeito do batismo de crianças. Diante disso, somos levados à conclusão de que o batismo infantil por aspersão é uma prática baseada na tradição pós-apostólica, não sancionada pelas Escrituras Sagradas.


Fonte: Sinais dos Tempos, maio de 1999, p. 29 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Iniciando uma Vida Cristã



Aqui está uma carta surpreendente de um dos representantes de nossa escola bíblica na África:
“Cinco anos atrás, recebi um pedido do pessoal da Voz da Profecia para visitar um prisioneiro que era aluno da escola bíblica postal. Eu mostrei o pedido para as autoridades da prisão, que graciosamente me deram a permissão para a visita. Em virtude do desejo profundo daquele homem de estudar a Bíblia, eu o visitava regularmente.
Seis meses depois da minha primeira visita, ele pediu para ser batizado e se unir à igreja. As autoridades concordaram em arranjar as coisas necessárias para que o batismo pudesse ocorrer na prisão. Os carcereiros e outros prisioneiros se ajuntaram para testemunhar um dos mais tocantes batismos que já tive o privilégio de oficiar.
Pouco depois disso, nosso irmão foi libertado da prisão, apesar de ainda ter muito tempo restante para completar a pena. Quando perguntei o motivo, foi me dito que sua vida tinha mudado tão drasticamente, e ele era uma testemunha tão poderosa do seu Salvador e da sua religião que não se conseguia mais vê-lo nem tratá-lo como prisioneiro. Esse homem voltou ao convívio de sua família, e hoje é um líder de uma das nossas congregações no lugar onde mora”.
1. QUAL É O SIGNIFICADO DO BATISMO?
Quando esse prisioneiro se tornou um cristão e sua vida mudou completamente, por que foi necessário que ele fosse batizado? Numa conversa com Nicodemos, o líder da comunidade religiosa que foi ver Jesus à noite, Jesus ressaltou para ele a importância e o significado do batismo:
“Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo… se não nascer da água e do Espírito”. João 3:3, 5 (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos da série DESCOBERTAS BÍBLICAS são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
Portanto, de acordo com Jesus, precisamos ser nascidos “da água e do Espírito”. “Nascer do Espírito” significa entrar numa nova vida mediante uma mudança de mente e de coração. Por envolver um tipo de experiência completamente novo, e não apenas um aperfeiçoamento do velho estilo de vida, o ato de fazer parte do reino de Deus é denominado novo nascimento. O batismo pela água é um símbolo exterior que retrata a mudança interior. Nosso colaborador na África batizou um prisioneiro como reconhecimento de seu compromisso com Cristo e como símbolo da transformação que o Espírito Santo estava operando em seu caráter.
2. POR QUE EU DEVERIA SER BATIZADO?
Nossa salvação é possível em virtude de três grandes atos de Cristo:
“Cristo MORREU pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi SEPULTADO e RESSUSCITOU no terceiro dia, segundo as Escrituras”. I Coríntios 15:3, 4
Cristo possibilitou a nossa salvação mediante a Sua morte, sepultamento e ressurreição.
“Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos BATIZADOS EM SUA MORTE? Portanto, fomos SEPULTADOS COM ELE na morte POR MEIO DO BATISMO, a fim de que, ASSIM COMO CRISTO FOI RESSUSCITADO DOS MORTOS mediante a glória do Pai, TAMBÉM NÓS VIVAMOS UMA VIDA NOVA”. Romanos 6:3, 4
Cristo morreu por nossos pecados, foi sepultado, e então ressurgiu da tumba para nos dar uma nova vida de justiça. Ao sermos batizados, estamos simbolicamente participando de Sua morte, sepultamento e ressurreição. O batismo significa que morremos para o pecado com Cristo, sepultamos nossa vida de pecado com Cristo, e estamos ressurgindo para viver “uma nova vida” em Cristo. A morte e a ressurreição de Jesus se tornam a nossa própria morte e ressurreição. Deus pode fazer com que morramos para o pecado, como se tivéssemos crucificado nossa vida de pecado. Ele pode nos ressuscitar para as coisas do Espírito, como se estivéssemos ressuscitando dos mortos.
O ato físico do batismo representa simbolicamente os passos da conversão. Primeiramente, somos mergulhados na água, somos imersos completamente, da mesma forma que uma pessoa que morre é enterrada e coberta com terra. Isso mostra que estamos desejosos de morrer com Cristo e enterrar nosso velho estilo de vida. O batismo é um funeral, uma despedida formal de uma existência na qual o pecado nos dominava. Então, somos erguidos da água pela pessoa que está nos batizando, da mesma forma que uma pessoa é ressuscitada do túmulo. Isso mostra que somos uma “nova criação”, que recebemos a “nova vida” prometida por Deus.
Apenas o batismo por imersão pode demonstrar precisamente o verdadeiro significado do batismo: morte, sepultamento e renascimento. O “batismo por aspersão” não simboliza adequadamente o novo nascimento.
O que realmente significa morrer com Cristo?
“Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído ['seja deixado sem poder', nota da margem], e não mais sejamos escravos do pecado”. Romanos 6:6
O batismo representa exteriormente o que uma pessoa deve fazer interiormente: entregar tudo a Cristo. Se não quisermos fazer isso, e nos apegarmos a qualquer das velhas coisas, continuaremos “escravos do pecado”. Quando nos entregamos totalmente a Cristo, nossos desejos pecaminosos são “deixados sem poder”, e nossa transformação começa.
Quem é responsável pela mudança que ocorre em nossa vida?
“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas CRISTO VIVE EM MIM. A vida que agora vivo no corpo, VIVO-A PELA FÉ NO FILHO DE DEUS, que me amou e se entregou por mim”. Gálatas 2:20
Quando me identifico com a crucifixão de Cristo através do batismo, dou oportunidade para que uma poderosa força tome conta da minha vida: “Cristo vive em mim”.
A fim de depositar sua vida totalmente nas mãos de Cristo, olhe primeiramente para Cristo morrendo na cruz. Não olhe para o pecado que ameaça você, não olhe para o seu passado e nem reclame; olhe para Jesus. Ao observarmos a maneira corajosa pela qual Cristo morreu no Calvário, conseguimos nos solidarizar com Ele e dizer: “Pelo poder da cruz, afirmo que estou morto para os velhos hábitos e me entrego a Deus. Escolho empunhar a bandeira de Cristo. De agora em diante, ‘vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim’ “.
Ao nos apropriarmos do poder da morte e ressurreição de Cristo, vemos mais e mais que as Suas boas qualidades substituem nossos velhos hábitos:
“Portanto, se alguém está EM CRISTO, é NOVA CRIAÇÃO. As coisas ANTIGAS já passaram; eis que surgiram coisas NOVAS”. 2 Coríntios 5:17
Mediante o batismo, expressamos nosso desejo andar de mãos dadas com Jesus e vivermos uma vida nova e melhor “em Cristo”. Jesus efetua em nós o que nunca poderíamos fazer por nós mesmos. Ressurgimos da água como “nova criação”; Ele nos concede poder e força para termos uma nova vida.
3. POR QUE JESUS FOI BATIZADO?
No Pentecostes, Pedro disse aos que buscavam se libertar da culpa que deveriam arrepender-se e ser batizados “em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados” (Atos 2:38). Já que Jesus nunca cometeu um único pecado, por que Ele se permitiu ser batizado?
“Então JESUS VEIO da Galiléia AO JORDÃO PARA SER BATIZADO por João… PARA CUMPRIR TODA JUSTIÇA”. Mateus 3:13-15
Jesus era uma pessoa sem pecado. Ele não precisava se arrepender de qualquer pecado. Ele foi batizado por outra razão: “cumprir toda a justiça”. Ao ser batizado, Jesus deixou um exemplo positivo para nós, seres humanos fracos e pecados. Cristo nunca pede a Seus seguidores para irem a algum lugar onde Ele já não tenha ido. Por isso, quando os crentes são imersos na água do batismo, eles estão seguindo os passos do Mestre.
Por ter morrido por nossos pecados, Cristo pode nos dar Sua justiça.
“Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nEle nos tornássemos justiça de Deus”. II Coríntios 5:21
Diante de Deus, somos transformados de pecadores em santos, crescendo com isso na “justiça” e vivendo uma nova vida em Cristo.
4. POR QUE DEVERÍAMOS PASSAR PELA IMERSÃO?
Cristo foi imerso em Seu batismo; não aspergido com água. João O batizou no Rio Jordão “porque havia ali muitas águas” (João 3:23). Quando Jesus foi batizado, Ele desceu até a água e, “assim que Jesus foi batizado [em grego, 'imerso'], SAIU DA ÁGUA”. (Mateus 3:16).
Quando entendemos o verdadeiro significado do batismo, temos pouca dificuldade em reconhecer e autenticar a forma de batismo. A própria palavra “batizar” vem da palavra grega baptizo, e significa mergulhar ou imergir.
Durante a visita de John Wesley à América em 1737, um júri de uma igreja, formado por 34 homens, discutiu com ele sobre a estranha decisão de “se recusar a batizar o filho do Sr. Parker, a não ser por imersão”. É evidente que o pai do metodista batizava seus conversos por imersão.
O reformista João Calvino afirmou: “É certo que a imersão era a prática da igreja primitiva”. Institutes of the Christian Religion, livro 4, cap. 15, seção 19.
A história da igreja primitiva deixa claro que o batismo significa imersão. Dean Stanley, da Igreja da Inglaterra, escreveu: “Pelos primeiro treze séculos, a prática quase universal do batismo era a mesma que lemos no Novo Testamento, e que é o próprio significado da palavra “batismo” – aqueles que eram batizados eram submergidos, imersos, mergulhados na água. Christian Institutions, pág. 21
Os batistérios para imergir os conversos começaram a aparecer em muitas igrejas que foram construídas entre o quarto e o quinto século na Europa e Ásia, igrejas como a Catedral de Pisa, na Itália, e a de S. João, a maior igreja de Roma.
Não foi até o Concílio de Ravenna, no começo do décimo quinto século que a Igreja Católica aceitou a aspersão como equivalente à imersão. Quanto a práticas da igreja, não devemos seguir o que um homem ensina, mas o que Cristo e Seus apóstolos ensinam.
Muitos cristãos sinceros cultivam a tradição do batismo de crianças, e dedicar os filhos a Deus desde que nascem, com certeza é recomendável. A Bíblia, contudo, deixa claro que uma pessoa deve ser ensinada qual o caminho da salvação antes do batismo (Mateus 28:19, 20): a pessoa deve crer em Jesus antes de ser batizada (Atos 8:35-38), e deve se arrepender do pecado e ser perdoada antes de ser batizada (Atos 2:38). Um bebê é incapaz de crer, arrepender-se e confessar seus pecados, que são passos que devem preceder o batismo.
5. POR QUE É IMPORTANTE SER BATIZADO?
De acordo com Jesus, o batismo é essencial para aqueles que desejam entrar no céu:
“Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito”. João 3:5
Jesus apresenta apenas uma exceção. O ladrão na cruz foi “nascido do Espírito”, mesmo porque era impossível para ele deixar a cruz e ser imerso na água como um sinal de sua mudança de coração. Jesus lhe prometeu que estaria no paraíso (Lucas 23:42, 43). Para o ladrão, ser “nascido da água e do Espírito” representou aceitar o sangue de Jesus que estava sendo derramado para perdão dos seus pecados. Agostinho observou: “Há um caso de arrependimento na hora da morte registrado, o do ladrão arrependido, por isso ninguém deveria se desesperar; mas há apenas um, para ninguém supor que isso é aplicável a todas as situações”.
O próprio Jesus deu essa solene advertência:
“Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer [portanto, não for batizado] será condenado”. Marcos 16:16
Ao morrer em nosso lugar no Calvário, Jesus tornou pública aquela demonstração do Seu amor por nós. Precisamos responder a uma confissão pública e sem receios de nosso compromisso com Cristo através do batismo. Você já se iniciou numa vida em Cristo? Você já foi batizado? Se não, por que não se preparar para fazer isso num futuro próximo?
6. O BATISMO É APENAS O COMEÇO
O batismo representa nosso compromisso com um estilo de vida cristão. Mas, nossa entrega pelo batismo não significa que podemos confiar que a transformação dura pelo resto da vida.
Quando uma criança nasce, uma celebração é preparada. Depois que o dia termina e o entusiasmo diminui, o bebê demanda cuidado diário, banhos, e uma constante preocupação por seu bem estar. O mesmo acontece quanto ao batismo. Paulo, falando de sua experiência, disse: “Todos os dias enfrento a morte” (I Coríntios 15:31). Mediante a rejeição diária do egoísmo, nos tornamos mais e mais dispostos a responder ao chamado de Cristo.
O rito do batismo, bem como a cerimônia de casamento, foi planejado para ser uma confirmação formal de que um relacionamento maravilhoso e crescente foi iniciado. A fim de crescer consistentemente, precisamos nos entregar diariamente a Cristo, e diariamente receber uma nova vida mediante a oração e o estudo da Bíblia.
7. UM MOTIVO PARA SE ALEGRAR
O batismo é motivo de grande alegria porque aqueles que colocam sua fé em Cristo têm a certeza da vida eterna. “Quem crer e for batizado será salvo” (Marcos 16:16). Quando somos batizados, iniciamos uma caminhada que nos leva para o alto, em direção à felicidade eterna.
O batismo também celebra a felicidade presente em Cristo. Ele promete o dom inestimável do Espírito Santo para aqueles que são batizados (Atos 2:38). Com o Espírito, recebemos também “o fruto do Espírito”, o “amor”, que enche a vida com “alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22, 23).
Ter Jesus vivendo em nós através do Seu Espírito Santo nos dá uma profunda certeza. “O próprio Espírito testemunha… que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16).
Essa relação segura com Deus nos traz muitos benefícios, mas não nos garante uma vida livre de problemas. Na verdade, o inimigo freqüentemente tenta colocar as maiores dificuldades na vida daqueles que há pouco tempo fizeram seu compromisso com Cristo. Contudo, quando estamos nas mãos de Deus sabemos que Ele usa todas as coisas que acontecem a nós, sejam boas ou ruins, para nos ensinar e nos ajudar a crescer (ver Romanos 8:28).
Uma jovem tomou a decisão de entregar sua vida a Cristo, e ser batizada, apesar da ameaça de seu marido de se divorciar dela caso isso acontecesse. Ele não queria tomar parte na nova fé dela, mas ela ficou firme com Jesus e tentou se tornar uma esposa mais amável do que já havia sido no passado. Por algum tempo, o marido complicou as coisas em casa. Finalmente, ele foi vencido por um argumento que ele não tinha como contrariar: a vida transformada de sua esposa. Esse homem dedicou sua vida a Cristo e também foi batizado.
Apegar-se intimamente a Cristo nos torna instrumentos poderosos em Suas mãos. Podemos dedicar nossa vida a Ele incondicionalmente, pois Ele já fez um compromisso muito maior conosco quando pagou o preço pelos nossos pecados na cruz. Que grande privilégio o de entregarmos publicamente nosso amor e nossa submissão a Deus. Se você ainda não fez isso, escolha dedicar sua vida a Cristo agora mesmo. Peça para Ele criar uma nova vida em você pelo Espírito Santo, e então seja batizado em Cristo.
Lição 19. Copyright © 2004 The Voice of Prophecy Radio Broadcast
Los Angeles, California, U.S.A.

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