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domingo, 8 de janeiro de 2017

Dia de Reis e a verdadeira história dos Sábios do Oriente


O Dia de Reis, segundo a tradição cristã, seria aquele em que Jesus Cristo recém-nascido recebera a visita de "alguns magos do oriente" (Mateus 2:1) que, segundo o hagiológio, foram três Reis Magos, e que ocorrera no dia 6 de janeiro. A noite do dia 5 de janeiro e madrugada do dia 6 é conhecida como "Noite de Reis". A data marca, para os católicos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos Belchior, Gaspar e Baltazar. Nesta data, ainda, encerram-se para os católicos os festejos natalícios, sendo o dia em que são desarmados os presépios, e portanto, são retirados todos os enfeites natalícios. (Informações de Wikipédia)

Ellen G. White em O Desejado de Todas as Nações, no capítulo 6, "Vimos a sua estrela", nas páginas 33 a 38, faz o relato do que aconteceu naqueles dias. Vejamos alguns trechos:

"Tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está Aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a Sua estrela no Oriente, e viemos a adorá-Lo”. (Mateus 2:1, 2)

Os magos do Oriente eram filósofos. Faziam parte de uma grande e influente classe que incluía homens de nobre nascimento, bem como muitos dos ricos e sábios de sua nação. Entre estes se achavam muitos que abusavam da credulidade do povo. Outros eram homens justos, que estudavam as indicações da Providência na natureza, sendo honrados por sua integridade e sabedoria. Desses eram os magos que foram em busca de Jesus. [...]

"Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino." (Mateus 2:9)

Viram os magos uma luz misteriosa nos céus, naquela noite em que a glória de Deus inundara as colinas de Belém. Ao dissipar-se a luz, surgiu uma luminosa estrela que permaneceu no céu. Não era uma estrela fixa, nem um planeta, e o fenômeno despertou o mais vivo interesse. Aquela estrela era um longínquo grupo de anjos resplandecentes, mas isso os sábios ignoravam. Tiveram, todavia, a impressão de que aquela estrela tinha para eles significado especial. Consultaram sacerdotes e filósofos, e examinaram os rolos dos antigos registros. A profecia de Balaão declarara: “Uma Estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel." (Números 24:17)

Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido? Os magos acolheram com agrado a luz da verdade enviada pelo Céu; agora era sobre eles derramada em mais luminosos raios. Foram instruídos em sonhos a ir em busca do recém-nascido Príncipe. [...]

Em Belém, não encontraram nenhuma guarda real a proteger o recém-nascido Rei. Não havia a assisti-Lo nenhum dos grandes da Terra. Jesus estava deitado numa manjedoura. Os pais, iletrados camponeses, eram Seus únicos guardas. Poderia ser Este Aquele de quem estava escrito que havia de restaurar “as tribos de Jacó”, e tornar a “trazer os remanescentes de Israel”; que seria “luz para os gentios”, e “salvação [...] até à extremidade da Terra”? (Isaías 49:6).

“E, entrando na casa, acharam o Menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram.” (Mateus 2:11)

Através da humilde aparência exterior de Jesus, reconheceram a presença da Divindade. Deram-Lhe o coração como a seu Salvador, apresentando então suas dádivas — “ouro, incenso e mirra”. Que fé a sua! Como do centurião romano, mais tarde, poder-se-ia haver dito dos magos do Oriente: “Nem mesmo em Israel encontrei tanta fé”. (Mateus 8:10). [...]

Por meio dos magos, Deus chamara a atenção da nação judaica para o nascimento de Seu Filho. Suas indagações em Jerusalém, o despertar do interesse popular, e o próprio ciúme de Herodes, que forçou a atenção dos sacerdotes e rabis, dirigiu os espíritos para as profecias relativas ao Messias, e ao grande acontecimento que acabava de ocorrer.


Leandro Quadros expõe as lições que podemos tirar desta história:



Via Megaphone Adventista

quinta-feira, 24 de março de 2016

Examinais ou Examinai as Escrituras? Uma Crítica ou uma Ordem? – João 5:39


“Examinais (ou examinai) as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”.

Por que razão algumas traduções da Bíblia apresentam o verbo examinar em João 5:39 no modo indicativo e outras no imperativo?

Seriam ambas as traduções igualmente corretas? Ou seria uma melhor do que a outra?

O problema com esta passagem encontra-se no seguinte: as segundas pessoas do plural do presente do indicativo e do imperativo são idênticas em grego, portanto, o original “ereunate” pode ser traduzido por examinais ou examinai. Diante deste impasse, a única maneira segura de solucionar o problema é o estudo do contexto.

Comentários

As traduções de Almeida Revista e Corrigida, e Almeida Atualizada no Brasil, bem como a Bíblia de Jerusalém apresentam examinais, mas a Atualizada e a Bíblia de Jerusalém trazem uma nota ao pé da página indicando ser possível também traduzir o verbo no modo imperativo examinai.

Após a leitura da exposição de comentaristas e exegetas, que se seguem, você estará em condições de responder com mais autoridade sobre esta declaração de Cristo:

“Examinai as Escrituras. Esta passagem pode ser traduzida ou como uma simples declaração ‘Vós examinais as Escrituras’, ou como uma ordem ‘Examinai as Escrituras’. O contexto parece indicar que estas palavras são mais bem compreendidas como uma franca declaração de Cristo aos judeus: “Vós examinais…”. Era um antigo pensamento judeu que o conhecimento da lei asseguraria ao homem a vida eterna. Afirmam que Hillel, um rabino do 1º século a.C., havia declarado: ‘aquele que adquiriu para si as palavras da Torá, adquiriu para si mesmo a vida do mundo por vir’. Jesus aqui faz uso desta crença para lembrar aos judeus que as Escrituras nas quais eles pensavam encontrar a vida eterna eram os escritos que testificavam dEle (veja Patriarcas e Profetas, 367). Esta passagem tem também sido usada efetivamente como uma injunção para estudar as Escrituras (veja Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 121). Tivessem os judeus pesquisado as Escrituras com os olhos da fé, eles teriam sido preparados para reconhecer o Messias quando Ele estivesse entre eles” (Comentário Bíblico Adventista, referente João 5:39).

“Orígenes e Tertuliano advogam o uso imperativo aqui, portanto, a nossa exortação familiar ‘Examinai as Escrituras’ remonta pelo menos ao fim do segundo século. Este mesmo comentário, porém, opina que é melhor traduzir pelo indicativo – examinais, e interpreta: ‘Vós examinais a Escritura por causa da vossa crença errada de que essa minuciosa pesquisa de palavras e sílabas nos livros sagrados vos assegure a vida no porvir. Estais errados. O valor das Escrituras é que testemunham de Mim. E estais duplamente errados porque não vindes para Mim pessoalmente, quando Eu vos concedo a oportunidade’” (William Carey Taylor, O Evangelho de João, vol. 2, pág. 171).

“Todos os antigos exegetas, com exceção de Ciril, lêem no modo imperativo. Mais recentemente é que um bom número tem considerado no indicativo. A questão é unicamente de contexto, desde que nenhuma outra evidência está disponível. Mas, o certo é que o imperativo se ajusta à situação total, enquanto que o indicativo requer modificações, que não temos o direito de fazer. Jesus disse aos judeus: ‘Aqui está o Meu testemunho, examinai-o’” (R. C. H. Lenski, The Interpretation of St. John’s Gospel, pág. 413).

“A forma do verbo pode ser indicativa ou imperativa; o contexto mostra que o indicativo foi a forma usada. Somente esta interpretação faz sentido com “ereunate”, que segue, e com o contexto total” (C. K. Barrett, The Gospel According to St. John, pág. 222).

“Examinais as Escrituras. Estudaram as Escrituras pensando que a obediência mecânica aos preceitos da lei lhes daria o galardão da vida eterna. Não estavam errados em estudar as Escrituras na esperança de encontrar a vida eterna, mas sua interpretação delas estava totalmente errada, e não podiam encontrar o Cristo, que é o centro das Escrituras” (Edições Vida Nova, O Novo Comentário da Bíblia, pág. 1075).

“Não há maneira (com base na gramática grega ou na estrutura das sentenças do versículo) de averiguar com certeza se a palavra examinais é a tradução correta aqui, pois no grego pode ser tanto o indicativo, o que significaria costumais examinar, indicando uma ação contínua, ou, então, pode ser o imperativo, o que seria ‘examinai as Escrituras‘, como se fora uma ordem. Segundo a gramática grega pode ser uma coisa ou outra e há uma longa lista de nomes de intérpretes que têm defendido ambos os lados da questão. Porém, como quer que compreendamos a sentença, o sentido do versículo em nada é afetado. Parece mais provável que a tradução da Almeida Atualizada está correta aqui, ao traduzir a frase com o verbo no modo indicativo, o que descreve a febril atividade do estudo das Escrituras do Antigo Testamento, por parte do povo de Israel, e, mais especialmente ainda, pelas suas autoridades religiosas, para quem o conhecimento das Escrituras era motivo de intensa ufania…

“Os rabinos costumavam dizer: ‘Aquele que adquire as palavras da lei, adquire para si mesmo a vida eterna'” (Russell Norman Champlin, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 2, págs. 350-351).

“Este verso deve ser traduzido não no modo imperativo, mas no indicativo. Assim: ‘Examinais diligentemente as Escrituras’. É sobejamente conhecido que estas palavras são comumente traduzidas no imperativo; mas tal tradução não se ajusta de maneira alguma ao verso seguinte, e a força e intensidade das palavras também não pode ser percebida por esta versão” (Adam Clarke, Clarke’s Commentary, vol. 5, pág. 554).

Conclusão

A estrutura da frase em grego nos leva a concluir que a única tradução correta é examinais. Se fosse imperativo, a oração subordinada seria: para que tenhais ou a fim de terdes vida eterna.

O plano da salvação apresentado na Bíblia jamais admitiria que Cristo ensinasse que a vida eterna possa ser adquirida pelo diligente estudo das Escrituras.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Conceitos e Sugestões Úteis para Explicar e Compreender a Bíblia


Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

A tarefa de explicar a Bíblia é difícil pelas seguintes circunstâncias:

a) Muitos foram seus autores.

b) O tempo da sua composição compreende um período de 1.600 anos.

c) Seus livros foram compostos em lugares inteiramente diversos.

d) Os costumes daquelas pessoas eram totalmente diferentes dos do mundo moderno.

e) O cunho das línguas hebraica e grega é bem diferente das línguas modernas.

Regras de Interpretação

1º) O texto bíblico deve ser explicado gramaticalmente, tendo em vista a significação das palavras; observando que há palavras que possuem significados diferentes em contextos diferentes.

Um exemplo frisante é carne, que significa, algumas vezes, o que é terno e dócil, como em Ezequiel 11:19: “Dar-lhe-ei um coração de carne“, em oposição a um coração de pedra. Significa também a natureza humana sem referência alguma ao estado pecaminoso, como em João 1:14; Romanos 1:3; 9:3; porém, mais comumente ainda se refere à natureza humana, corrupta e pecadora como em Romanos 8:5; Efésios 2:3. Tem, além disso, a significação daquilo que, religiosamente falando, é exterior e cerimonial, como distinto do que é interior e espiritual, o que se pode ver em Gálatas 6:12 e 3:3.

Em Romanos 11:14 (RC) – “incitar à emulação os da minha carne”, significa minha raça, meu povo. João 1:14 – “o verbo se fez carne”, Deus se tornou um ser humano.

Outra palavra importante por possuir muitas significações é sangue. As passagens seguintes confirmam suas diferenças:

Mateus 27:25 – “Caia sobre nós o Seu sangue”, significa a culpa de O terem sentenciado à morte caia sobre nós.

Romanos 5:9 – “… sendo justificados pelo Seu sangue”, tem o sentido da sua obediência até a morte.

Hebreus 9:14 – “… o sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas”, isto é, o Seu sacrifício é o fundamento da justificação e o instrumento e o motivo da santificação.

2º) A segunda regra de interpretação muito útil é conhecer o objetivo de certos livros serem escritos e também específicos capítulos. Por exemplo, Gálatas foi escrito porque membros da Galácia influenciados por mestres judaizantes pensavam em ser justificados guardando a lei e requisitos dos judaizantes. (Gálatas 2:16; 3:1-6)

Tiago – o objetivo do autor é provar que ninguém pode ser justificado por uma fé passiva, uma fé que não produza boas obras.

Certas parábolas apenas serão compreendidas levando em consideração as circunstâncias em que foram proferidas, como exemplo a do Rico e Lázaro.

3º) A terceira regra exegética da Bíblia é comparar a Escritura com a Escritura. Se este princípio fosse sempre seguido muitos erros seriam evitados. Um exemplo bastante frisante neste aspecto é Mateus 16:18 – “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha igreja”. Comparando esta passagem com 1Coríntios 3:11, tudo começa a se esclarecer, porque Paulo diz que o único fundamento da igreja é Cristo. Outra passagem incisiva para provar quem era a pedra sobre a qual a igreja seria edificada é do próprio Pedro na sua primeira epístola, capítulo 2:4-8.

Este princípio hermenêutico é também denominado de consulta às passagens paralelas, isto é, aquelas que tratam do mesmo assunto. Dentre os muitos exemplos bíblicos, que podem ser citados de passagens paralelas, o primeiro que me veio à mente foi Lucas 16:16. A passagem paralela muito mais clara em explicar o que Lucas queria dizer é Mateus 11:13 – “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João”.

Como segundo exemplo elucidativo pode-se ver Atos 2:21. Neste verso, Pedro declarou: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Parece haver uma contradição com Mateus 7:21 – “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos Céus”.

Que significa invocar o nome do Senhor? A leitura das passagens paralelas de Romanos 10:13-15 e 1Coríntios 1:2 (citação de Joel 2:32) nos informa que significa a aceitação da obra do Messias e ter confiança nas doutrinas que Ele revelou.

Muitas passagens das Escrituras tem de ser explicadas pondo-as em relação, não com um ou mais textos, mas com as normas gerais da Palavra de Deus. Por exemplo: se alguém quiser interpretar as passagens da Bíblia que se referem à justificação pela fé, como se elas nos desobrigassem de obedecer à lei e de levar uma vida de santidade, tal interpretação deve ser rejeitada, porque é contrária ao espírito do evangelho.

Uma passagem sempre citada para esposar ideias não defensáveis pela Bíblia é Provérbios 16:4 – “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade”. Uma interpretação deste texto isoladamente parece indicar que os ímpios foram criados para poderem ser condenados, mas esta ideia não se conforma com muitas outras passagens da Bíblia. Basta ler Salmos 145:9 e 2Pedro 3:9. O significado, portanto, de Provérbios 16:4 é este: todo mal contribui para a glória de Deus e promove a realização dos seus insondáveis desígnios.

O sentido geral das Escrituras foi denominado por teólogos antigos, como Orígenes, de “a analogia da fé”, pela interpretação que davam a Romanos 12:6, onde está a palavra […]. Hoje os intérpretes afirmam que a passagem se refere à medida ou à proporção da fé dos que profetizam.

Auxílios Prestados pelas Línguas Originais

Mesmo as melhores traduções não conseguem transmitir as nuances de certas palavras, as subtilezas das expressões idiomáticas, as tênues diferenças de significação dos sinônimos. Sendo que muitos destes aspectos ficam velados nas traduções, a leitura do verso no hebraico e no grego poderá captar o seu verdadeiro sentido.

Particularidades idiomáticas

Certas peculiaridades do original são mantidas nas traduções, dificultando assim a compreensão do verdadeiro sentido. Os seguintes exemplos são primordiais:

a) Romanos 12:20 – “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça”. Amontoar brasa viva sobre a cabeça de alguém é uma expressão idiomática hebraica, com o sentido de fazer com que a pessoa fique envergonhada do seu procedimento.

b) Mateus 6:3 – “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. Este idiotismo assim deveria ser traduzido: quando deres esmola, não deves contar o que fizeste nem mesmo ao mais íntimo amigo.

Sistema Verbal Hebraico e Grego

A compreensão destas línguas, quanto ao verbo, é muito útil na explicação de passagens difíceis. No hebraico há o intensivo e o causativo. (Intensivo – Piel e Pual; Causativo – Hifil e Hofal)

Hifil é causativo, mas também é permissivo. Em Êxodo 7:3 se diz que Deus endureceu o coração de Faraó. Moisés pergunta em Êxodo 5:22 – “Ó Senhor, por que afligiste este povo?” Há nestas duas passagens um idiotismo hebraico, o verbo usado não para expressar a execução de algo, mas a permissão para fazer isso.

Não é possível alguém fazer uma exegese correta se desconhecer alguns princípios do sistema verbal grego, como o “aspecto”, que é a duração da ação verbal. O aspecto linear nos ajuda a explicar 1João 3:9.

O uso da voz média nos indica em Atos 9:39 que as mulheres estavam usando as vestes naquele momento.

Alguns hebraísmos

Os judeus muitas vezes exprimiam o sentido de qualidade usando não o adjetivo mas um segundo nome, tendência também seguida no grego hebraizado do Novo Testamento.

1Tessalonicenses 1:3 – “a obra da vossa fé” = a vossa obra fiel.

Efésios 1:13 – “o Santo Espírito da promessa”, logo se percebe que significa – o Espírito Santo prometido.

É um hebraísmo comum na Bíblia chamar a uma pessoa que tinha uma qualidade ou era inclinada a certo mal, o filho dessa qualidade ou desse mal.

Lucas 10: 6 – “filho da paz” = pessoa pacífica.

Efésios 5: 6 – “filhos da desobediência” = filhos desobedientes.

Por respeito e consideração os hebreus evitam o uso excessivo do nome de Deus, por isso em vez de usarem a expressão “reino de Deus” eles a substituíam por “reino dos Céus”.

É um hebraísmo usar, no plural, nomes designativos de coisas grandes e suntuosas, como o céu e o mar. Daí ser comum na Bíblia o emprego de “céus” em lugar de “céu”.

A linguagem humana é muito imperfeita para transmitir conceitos divinos. Não existe nenhuma língua perfeita que possa transmitir precisamente pela palavra o pensamento exato. Neste sentido a língua grega leva vantagens sobre todas as línguas modernas. Alguém já disse com muita presteza ser a língua portuguesa “o túmulo do pensamento”. Concorda você com esta assertiva?

Não é possível numa tradução reproduzir variantes de pensamento que se encontram em uma única palavra hebraica e grega. Os exemplos poderiam ser citados às centenas confirmando esta verdade, mas limitemo-nos a estes bem elucidativos.

A mesma palavra hebraica significa abençoar e amaldiçoar, o mesmo acontecendo com ligar e separar, afligir e honrar, conhecer e desconhecer, emprestar e tomar emprestado, matar e curar. Em oposição a esta pobreza vocabular, o hebraico por vezes é rico em outros aspectos, apresentando subtilezas difíceis de serem expressas em outras línguas; por exemplo: há três palavras para janela no relato do dilúvio; três traduzidas por bolsa na história dos irmãos de José no Egito; três traduzidas por fermento no relato da páscoa; três para navio no primeiro capítulo de Jonas; cinco traduzidas por leão em apenas dois versos de Jó (4:10-11); dez palavras para lei no Salmos 119. Estes exemplos são suficientes para comprovarem a quase impossibilidade de comunicar em uma tradução todas as sombras de pensamento encontradas na língua hebraica.

Existem palavras tanto no hebraico quanto no grego difíceis de serem traduzidas por terem muitos significados, ou por não termos nenhuma palavra que transmita o seu significado original.

Hesed – afirmam os estudiosos ser a palavra mais difícil de ser traduzida do hebraico porque não temos nenhuma com o seu significado. Tem sido traduzida por graça, amor, misericórdia, compaixão, tolerância, clemência, favor, bondade etc., etc.

Logos é o melhor exemplo do grego de uma palavra com muitos significados, são mais ou menos uns 15 (João 1:1 – verbo; João 21:23 – dito, notícia; Atos 1:1 – livro, tratado; 1Coríntios 2:1 – expressão, declaração). O tradutor, ao deparar com um termo como este precisa escolher uma palavra que transmita mais exatamente o pensamento do escrito original.

Doxa, normalmente traduzida por glória, nem de longe expressa a ideia do original. Significa em grego o caráter de Deus, ou o conjunto dos atributos divinos.

O expositor das verdades bíblicas precisa estar bem consciente deste fato: muitas palavras tinham um significado no hebraico e grego secular, mas adquiriram no contexto bíblico outro significado, às vezes totalmente diferente. Uma extensa e interessante monografia poderia ser escrita sobre este assunto. Pensemos nos seguintes exemplos: batizar, fé, graça, justificar, expiar, mundo, conversão, salvar, apóstolo.

O Problema das Variantes nos Manuscritos

Chama-se variante a maneira diferente da mesma passagem se apresentar nos manuscritos ou nas traduções. Infelizmente não temos nenhum autógrafo ou manuscrito original da Bíblia. Possuímos apenas cópias de cópias.

Na maioria das passagens da Bíblia existe perfeito acordo, mas em outras surgem dificuldades de correntes da obscuridade dos caracteres originais ou de dificuldades gramaticais dessas línguas, acrescentando-se ainda algumas mudanças de um ou outro copista, de que resultam variações textuais. Um dos trabalhos da Crítica Textual é estudar essas variações e determinar o que teria escrito o autor bíblico.

Uma verdade deve ser conhecida: nenhuma doutrina bíblica foi afetada por mudanças no seu texto. Um dos maiores expoentes em Arqueologia Bíblica e Crítica Textual, Frederico Kenyon, afirma: “Nenhuma doutrina fundamental da fé cristã repousa num texto em disputa… O cristão deve tomar a Bíblia em suas mãos e afirmar, sem hesitação, que ele está segurando a verdadeira Palavra de Deus, transmitida de geração em geração, através dos séculos, sem nenhuma mudança essencial” (Our Bible and the Ancient Manuscripts, pág. 23).

Linguagem Figurada

Pelo seu amplo uso merece estudo aprofundado. Por não ter sido bem compreendida, muitos erros de interpretação têm aparecido.

Joseph Angus, em História Doutrina e Interpretação da Bíblia, cita muitos exemplos, como este da página 169: “Diz-se, no Salmos 18:11, que “Deus fez das trevas o seu lugar oculto” e em 1Timóteo 6:16, que “Deus habita na luz”. No primeiro caso, as trevas significam inescrutabilidade, e, no segundo, a luz significa pureza,inteligência ou honra”.

A boa compreensão das alegorias, símbolos, tipos, metáforas, parábolas bíblicas é fator indispensável na exposição das verdades escriturísticas.

É princípio fundamental na exegese bíblica que nenhuma parábola ou alegoria deve ser tomada como base ou prova de doutrina. As parábolas nos foram dadas para ilustrar ou confirmar verdades e não para ensinar doutrinas. Ver História Doutrina e Interpretação da Bíblia, de Angus, Leis da Linguagem Figurada, pág. 172.

Cântico dos Cânticos é considerado por muitos comentaristas como uma extensa alegoria representando a afeição espiritual de Cristo para com a Sua Igreja.

É fato conhecido dos intérpretes bíblicos que as parábolas e muitos outros escritos figurados jamais devem ser tomados no sentido literal. Se alguém usar tal processo violentará o que o autor almejava transmitir. As metáforas devem ser entendidas metaforicamente.

É sempre útil ter em mente o que declarou W. Arndt no livro Dificuldades Bíblicas, pág. 14: “Muitas vezes não é fácil traçar a linha divisória entre as duas espécies de linguagem. Também neste caso recomendamos ao leitor da Bíblia humildade e oração, assim que gradualmente possa desenvolver conhecimento e entendimento”.

“Outro princípio capital da interpretação da Escritura assim pode enunciar-se:  as passagens obscuras e figurativas devem ser interpretadas por meio daquelas que são claras e desprovidas de sentido metafórico”.

Um Bom Conselho

A pesquisa, para o esclarecimento de qualquer verso da Bíblia, deve ser feita com humildade e não com pretensões à infalibilidade.

Esta recomendação inspirada é oportuna: “Irmãos, cumpre-nos cavar fundo na mina da verdade. Podeis examinar o assunto a sós ou em consulta recíproca, unicamente se o fizerdes num espírito sincero. Demasiadas vezes, porém, o eu é grande, e logo que se inicia a investigação, manifesta-se um espírito não cristão. Exatamente nisto se deleita Satanás, mas devemos ter um coração humilde para conhecer, por nos mesmos, o que é a verdade” (Counsel to Writers and Editors, pág. 41).

Pensamentos Esparsos

1º) O conhecimento dos costumes antigos, da índole das línguas hebraica e grega, dos escritos de autores contemporâneos da Bíblia, da história, arqueologia, etnologia facilitam a exegese dos trechos mais obscuros da Escritura, evitando-se assim graves enganos e erros na interpretação.

2º) É útil na interpretação de um texto, ter em mente, certas regras simples, que se aplicam à compreensão de qualquer texto bíblico. Uma delas é lembrarmo-nos do tempo e das circunstâncias em que foi escrita uma declaração.

3º) Os Adventistas do Sétimo Dia sustentam a posição protestante de que a Bíblia e somente a Bíblia é a regra única de fé e prática para os cristãos.

4º) Para a formação de ideias equilibradas sobre uma verdade bíblica, é preciso atentar para tudo o que os diversos autores inspirados disseram sobre o assunto. Exemplo: Como somos salvos?

Ideias extremistas e fanáticas surgem quando alguém defende uma doutrina baseado numa só passagem.

5º) As aparentes contradições da Bíblia podem ser resolvidas com um estudo aprimorado de alguns princípios exegéticos, como: atentar bem para o contexto, a analogia da fé, estudar as passagens paralelas; consultando ainda uma concordância bíblica e um comentário digna de confiança, como o Comentário Bíblico Adventista.

6º) Há duas espécies de passagens difíceis na Bíblia, algumas podem ser aclaradas com o trabalho consciencioso dos estudiosos, outras jamais serão esclarecidas aqui.

As palavras de Pascal são oportunas: “O último passo da razão é saber que há uma infinidade de coisas que ela não pode atingir. Resolvam-se todas as questões, expliquem-se todas as palavras da Bíblia, e ficarão ainda as maiores dificuldades para a prova da nossa fé: a origem do mal, o mistério da divina presciência e da livre ação, e muito ainda sobre o plano da redenção”.

7º) Só devemos esperar encontrar nas Escrituras Sagradas o que sob o ponto de vista religioso nos importa conhecer.

Tudo o que foi revelado deve-se estudar, o que não foi considere-se como não essencial ao plano da salvação.

8º) “Não pode haver conflito entre a ciência e a religião. A Bíblia é autoridade absoluta e decisiva no domínio da verdade religiosa, mas não pretende ser a respeito de fatos e princípios científicos”. Angus – História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 109.

9ª) A Bíblia é, em essência, uma revelação graduada e progressiva do plano de Deus em salvar o homem. Revela em toda a parte o mesmo Deus, santo, sábio e bom, fala dos seus desígnios no governo do mundo, e do resultado final da presente luta entre o bem e o mal.

10º) É um fato bastante conhecido que muitas palavras mudam o seu significado com o passar dos anos; portanto, provas baseadas no significado de uma palavra têm que levar em consideração o seu sentido quando o autor bíblico a empregou.

11º) Dentre tantos comentaristas bíblicos notáveis, como: Orígenes,  Crisóstomo, Jerônimo, Lutero, Adam Clarke, Strong, Barnes, Vincent –  a quem devemos seguir? A única resposta segura seria esta: nenhuma interpretação da Escritura por uma pessoa, embora culta e bem intencionada, deveria ser considerada como infalível.

12º) A Igreja Católica estabeleceu no Concílio de Trento um plano ou base de doutrina, de acordo com o qual toda a Escritura devia ser interpretada, mas apesar disso ela nunca publicou um comentário infalível que pudesse explicar as passagens difíceis da Escritura.

13º) “Há realmente passagens e frases cujo sentido é obscuro. Esta obscuridade é, em muitos casos, devida à nossa ignorância de algum fato especial que esclareça o assunto, e a respeito do sentido exato das palavras” (História Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 203).

14º) Sendo a Santa Bíblia a Palavra de Deus, ela não deve ser interpretada de modo arbitrário e particular. As Escrituras estão baseadas em princípios claros e firmes, por isso Jesus declarou: “a Escritura não pode falhar” (João 10:35).

15º) É princípio fundamental da exegese que as Escrituras são seu próprio intérprete. Cristo o aplicou quando repreendeu o diabo por interpretar mal um texto da Bíblia (Mateus 4:6 e 7).

sábado, 2 de janeiro de 2016

Sobre a Bíblia de Estudo Andrews




 A Casa Publicadora Brasileira lançou para o público brasileiro, há poucos meses, a Bíblia de Estudo Andrews. Bem-recebida pelos leitores, com inúmeras manifestações de apreço encaminhadas à editora, ela traz a contribuição dos principais teólogos adventistas ao redor do mundo. Em meio às manifestações públicas de reconhecimento pela excelência da obra, há também interesse e alguma indagação quanto ao papel desempenhado por seu editor-geral, John Dybdahl, autor de um livro que se tornou polêmico em razão de controvérsias sobre a espiritualidade cristã. A despeito disso, por suas qualificações acadêmicas e dedicação à obra adventista, uma comissão indicou o Dr. Dybdahl para ser o editor da Bíblia de Estudo Andrews, que foi lançada em inglês três anos depois de seu livro (em 2010). O Dr. Dybdahl tem uma lista de serviços prestados à Igreja Adventista como professor de teologia e administrador nas Universidades Walla Walla e Andrews. Ele se aposentou em 2006, depois de ter sido pastor e evangelista em diversas localidades, incluindo a Tailândia. Essa folha de serviços naturalmente não foi ignorada por ele ter escrito um livro que se tornou objeto de debates.

Como editor, ele contou com um grupo de colaboradores para preparar as notas e as introduções aos livros bíblicos, conforme se pode observar nas páginas introdutórias, em que há uma seção intitulada “Comissão e Colaboradores”. Nessa página há uma lista de pastores que fizeram parte da “Comissão Supervisora” dessa Bíblia, incluindo teólogos e administradores da Igreja Adventista do Sétimo Dia e da Universidade Andrews. Depois, há uma segunda lista de pessoas que escreveram as notas e introduções aos livros bíblicos. Nessa lista estão alguns dos maiores e mais confiáveis teólogos da Igreja Adventista. Além disso, há também os tradutores e editores da Casa Publicadora Brasileira, os quais fizeram um trabalho minucioso de edição e revisão que resultou na versão em português.

A Bíblia de Estudo Andrews, portanto, não reflete a teologia de nenhum de seus editores e colaboradores individualmente, mas do conjunto de teólogos e líderes nomeados pela Igreja para essa finalidade.
Sobre a Bíblia, o respeitado pastor Mark Finley afirmou: “A Bíblia de Estudo Andrews foi preparada com a mente de um erudito, o coração de um pastor e a paixão de um evangelista.”

Assim, a Casa Publicadora Brasileira afirma a credibilidade da Bíblia de Estudo Andrews, não com base na autoridade de algum de seus editores ou colaboradores, mas com base na autoridade e na credibilidade das comissões que atuaram em sua produção, edição e revisão teológica, comissões estas indicadas pela liderança mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

(Vanderlei Dorneles é redator-chefe associado da Casa Publicadora Brasileira)

domingo, 6 de dezembro de 2015

10 versículos muito populares que não estão na Bíblia




É comum observar em conversas entre cristãos, letras de música, e até mesmo em mensagens de pregações, os “ditados bíblicos” que não estão na Bíblia. Ainda que estas frases não sejam leais às Escrituras Sagradas, muitas delas são coerentes aos princípios bíblicos – se usadas corretamente.

Veja abaixo os dez versículos imaginários mais populares, conhecidos entre cristãos e não-cristãos:

1. "Vinde a mim como estás."
Jesus faz o convite aos cansados, mas não com estas palavras. O correto é: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês". (Mateus 11:28)

2. "O cair é do homem, mas o levantar é de Deus."
Essa frase, que é muito conhecida, não está na Bíblia. O versículo que remete a este texto é: “Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal”. (Provérbios 24:16)

3. "Quem não vem pelo amor, vem pela dor.”
Embora a ideia seja verdadeira, este não é um versículo bíblico. Em muitas situações, o sofrimento se torna um instrumento para conduzir o homem ao arrependimento.

4. "O dinheiro é a raiz de todos os males.”
A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas sim o amor ao dinheiro. Veja: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores". (I Timóteo 6:10)

5. "Esforça-te, e eu te ajudarei.”
O termo "esforça-te" é, de fato, encontrado várias vezes na Bíblia, mas em nenhum momento está acompanhado de “e eu te ajudarei”. Veja exemplos: "Esforça-te, e faze a obra" (I Crônicas 28:10); "Esforça-te, e clama" (Gálatas 4:27). 

6. "Eu venci o mundo, e vós vencereis.”
No texto correto da Bíblia, não está escrito "e vós vencereis”. O correto é: "Tenho-vos dito isto para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". (João 16:33)

7. "Diga-me com quem tu andas, e eu te direi quem és.”
Embora o livro de Provérbios traga essa ideia, este versículo não existe. Veja: "O homem violento persuade o seu companheiro, e guia-o por caminho não bom". (Provérbios 16:29)

8. "É dando que se recebe.”
Muitos mencionam esta frase, em confusão com o seguinte versículo: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” (Atos 20:35)

9. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
Na verdade, o que a Bíblia diz é: "... todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão". (Mateus 26:52)

10. "Não cai uma folha da árvore sem que Deus queira."
Está ideia é bíblica. Deus não só controla, mas determina todas as coisas. No entanto, este versículo não existe, podendo ser confundido com a ideia do seguinte: “... mas nem um só cabelo de vossa cabeça se perderá.” (Lucas 21:18)

Via Megaphone Adventista

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A produção da Bíblia de Estudo Andrews e seus recursos

Cinco anos depois de ser publicada originalmente em inglês, em 2010, a Bíblia de Estudo Andrews agora também está disponível em língua portuguesa. Saiba como ela foi produzida e quais os principais recursos que oferece para que seus leitores pesquisem fundo nas Escrituras.

domingo, 8 de novembro de 2015

CPB lança a primeira Bíblia de Estudo Adventista em português




Embora existam várias versões de Bíblias de estudo disponíveis em português, os adventistas no Brasil ainda não tinham à disposição nesse idioma um material produzido pela própria igreja. Buscando suprir essa necessidade, a Casa Publicadora lançou oficialmente nesta quinta-feira, 5 de novembro, a primeira versão em português da Bíblia de Estudo Andrews. O material foi apresentado para líderes sul-americanos no Concílio Quinquenal, que acontece em Brasília (DF).

Publicado originalmente em inglês, o volume foi editado pelo doutor Jon L. Dybdahl, em conjunto com um grupo de eruditos e teólogos da Universidade Andrews. A versão, que leva o nome do pioneiro da instituição educacional adventista norte-americana, inclui mais de 12 mil notas. A tradução para a língua portuguesa, feita por Cecília Eller Nascimento, contemplou a transposição da nova versão King James para a Almeida Revista e Atualizada.

Vários recursos
A Bíblia de Estudo Andrews oferece ao leitor vários recursos que ampliam a compreensão das Escrituras. Antes de cada livro, há uma introdução que traz detalhes sobre o autor, o tempo em que escreveu, bem como os principais temas abordados. Outra ferramenta de apoio é a sua coleção de mapas. Na parte final da Bíblia, há ainda uma seção temática que trata de diversos temas e estimula o leitor a passear por outras referências bíblicas sobre aquele mesmo assunto.

O coordenador da versão em português da Bíblia de Estudo Andrews afirma que o volume será uma ferramenta indispensável para todos os líderes da igreja que ensinam e pregam e, portanto, desejam cavar fundo nas Escrituras, avançando na questão linguística, contextual, histórica, arqueológica e interpretativa. Além de ser um material de referência para anciãos, líderes de departamentos, professores e estudantes de Teologia, ela também será de grande proveito para membros da igreja em geral que desejam, por exemplo, complementar o estudo da Lição da Escola Sabatina.

Como adquirir
Diagramada e impressa pela Sociedade Bíblica do Brasil, a Bíblia de Estudo Andrews estará disponível em duas versões: a de luxo, que custa R$ 189,00, e a de capa dura, que será vendida por R$ 129,00. Ambas as versões estarão à venda a partir do dia 22 de novembro, data do lançamento da CPB On-line. O volume (tiragem inicial de 20 mil exemplares), poderá ser adquirido através do site www.cpb.com.br, por meio do canal de televendas da editora (0800 979 06 06) e livrarias da CPB.

Maiores informações em Revista Adventista

sábado, 27 de junho de 2015

Quais são os livros do Antigo Testamento mais citados no Novo Testamento?


O livro dos Salmos é o mais mencionado no Novo Testamento, com quase 80 citações  e mais de 330 alusões. Créditos da imagem: Fotolia

O livro dos Salmos é o mais mencionado no Novo Testamento, com quase 80 citações e mais de 330 alusões. Créditos da imagem: Fotolia

As Escrituras hebraicas eram a Bíblia da igreja apostólica. Porém, os termos “Antigo Testamento”, “Novo Testamento” e “Bíblia” ainda não eram utilizados com o sentido que têm hoje. Foi somente a partir do 2º século da era cristã que os escritos sagrados do judaísmo e do cristianismo começaram a ser chamados de “Antigo Testamento” e “Novo Testamento”, respectivamente. Tais designações, apesar de haverem se popularizado na tradição cristã, não estão corretas, pois o significado teológico do termo grego do qual derivam (diathēkē) é “aliança”, e não “testamento”. Mas isso não significa que deveríamos chamá-los de “Antiga Aliança” e “Nova Aliança”, visto que as alianças não se referem necessariamente a períodos distintos da história redentiva. O termo “Bíblia”, a princípio utilizado esporadicamente por escritores judeus e cristãos apenas com relação ao Antigo Testamento, foi pela primeira vez aplicado aos dois Testamentos na virada do 4º para o 5º século por João Crisóstomo, bispo de Constantinopla.

Designações à parte, o Antigo Testamento era o tesouro literário da igreja apostólica. Era a ele que os primeiros cristãos se reportavam em busca de autoridade escriturística para suas crenças e práticas. Em nenhum momento vemos os apóstolos e evangelistas depreciando ou se referindo ao Antigo Testamento como algo, ultrapassado. Pelo contrário, eles consideram as Escrituras como “santas” (Rm 1:2; 2Tm 3:15) e fonte inspirada de conforto, instrução e correção (2Tm 3:16, 17). É por isso que eles se reportam ao Antigo Testamento a todo instante. São cerca 250 citações diretas. Se alusões e paralelos verbais forem incluídos, então o número passa de 2.500.

Muitas passagens são citadas mais de uma vez, como Levítico 19:18 (Mt 5:43; 19:19; 22:39; Mc 12:31; 12:33; Lc 10:27; Rm 13:9; Gl 5:14; Tg 2:8) e Salmo 110:1 (Mt 22:44; 26:64; Mc 12:36; 14:62; Lc 20:42, 43; 22:69; At 2:34, 35; Hb 1:13), o que reduz o número de passagens citadas para 160. O livro dos Salmos é o mais citado. São quase 80 citações diretas e mais de 330 alusões e paralelos verbais. Em seguida vem Isaías, com pouco menos de 70 citações diretas e quase 350 alusões e paralelos verbais.

É verdade que o Novo Testamento também cita escritos judaicos não canônicos e até mesmo autores clássicos, mas nenhum deles é tratado como “Escritura”, ou seja, como fonte autoritativa de informação religiosa (Mt 2:5; 4:4, 6, 7, 10; Mc 7:6; Lc 2:23-24; 3:4; 24:27; Jo 6:45; At 23:5; Rm 1:17). Por outro lado, os apóstolos consideravam seus próprios escritos como possuindo autoridade idêntica à dos livros do Antigo Testamento (1Ts 2:13; 1Tm 5:18; 2Pe 3:15, 16). Ambos os Testamentos são, portanto, necessários. Eles se complementam de modo extraordinário e nos dão uma visão completa do plano da redenção e do cuidado de Deus por seu povo.

WILSON PAROSCHI, doutor em Teologia, com especialização em Novo Testamento, é professor no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Menor Bíblia do mundo é exposta em museu de Jerusalém

 Foto: BBC
Uma Bíblia hebraica do tamanho da cabeça de um alfinete está sendo exposta no Museu de Israel, em Jerusalém. A chamada nano-Bíblia é considerada a menor versão do livro sagrado que já existiu. Ela contém 1,2 milhão de caracteres que foram “escritos” em um chip envolto em ouro por engenheiros do Technion (Instituto Israelense de Tecnologia). Para ler os caracteres, é preciso ampliar as letras em pelo menos dez mil vezes. A exposição da Bíblia tecnológica faz parte das comemorações dos 50 anos do museu. [Foto: BBC / Com informações do G1

Clique na imagem para ver o vídeo:

 Menor-Biblia-do-mundo-e-exposta-no-Museu-de-Israel-2

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Martírio de cristãos pelo Estado Islâmico: uma reflexão bíblica



A maioria de nós leu a história dos 21 cristãos egípcios sequestrados na Líbia. Um vídeo do Estado Islâmico mostrou cerca de 12 deles sendo decapitados, e é quase certo que todos eles foram assassinados.

Não estamos surpresos

Jesus nos disse para esperar perseguição, ensinando os seus discípulos que os incrédulos nos odiariam assim como o odiaram (João 15.18-20).

Jesus previu que alguns daqueles nos matariam, pensariam estar oferecendo serviço a Deus (João 16.2).

Embora a maioria de nós não venha a perder a própria vida em nome de Cristo, não devemos ficar surpresos se isso acontecer. Todos nós precisamos estar prontos para entregar as nossas vidas por Cristo. “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26).

Somos mais que vencedores

Jesus nos chama a ser fiéis até a morte para receber a coroa da vida (Apocalipse 2.10).

Jesus também nos chama a nos alegrarmos quando perseguidos, pois é grande honra morrer pelo nosso Senhor e Salvador, e a nossa recompensa excederá em muito o nosso sofrimento (Mateus 5.10-12; Atos 5.41). Naturalmente, podemos ficar temerosos e assustados com tal possibilidade, preocupados de que não tenhamos a força para sofrer. E não temos a força em nós mesmos, mas Deus promete ser conosco no fogo e na água (Isaías 43.2), e promete nos dar graça para suportar o que há de mais difícil. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2 Coríntios 9.8).

Ao morrer em nome de Cristo, ao não amar as nossas próprias vidas mesmo mediante a morte, não somos perdedores, mas vencedores; não somos vencidos pelo mal. Pelo contrário, somos “mais que vencedores” (Romanos 8.37; Apocalipse 12.11). Aqueles que são mortos em nome de Cristo ressuscitam e reinam com Jesus Cristo (Apocalipse 20.4).

Choramos com os que choram

Paulo diz que “o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21). Ainda assim, a questão não é simplista, e a vida não é fácil. Nós choramos com aqueles que choram (Romanos 12.15). Paulo disse que se Epafrodito tivesse morrido, ele teria experimentado “tristeza sobre tristeza” (Filipenses 2.27). A tristeza enche os corações daqueles que ficam.

Oramos tanto pelos nossos inimigos quanto pelos nossos irmãos e irmãs que sofrem

Precisamos de uma graça especial para orar pela salvação daqueles que praticaram tamanho mal.

Também oramos pelos nossos irmãos e irmãs que sofrem ao redor do mundo; pedimos que Deus conceda a eles alegria, força e perseverança para suportar até o fim.

Oramos para que Deus os proteja e sustente a sua igreja.

Oramos pelo justo juízo de Deus

Ao mesmo tempo, assim como os mártires debaixo do altar em Apocalipse 6.9-11, nós clamamos: “Até quando, ó Soberano Senhor?” Quando tu agirás com justiça para com este mundo? Quando tu vindicarás os teus santos e julgará os perversos por amor ao teu grande nome?

O dia do juízo está chegando, o dia em que tudo será ajustado. Enquanto isso, Deus está chamando muitos mais para serem seus filhos, mesmo dentre aqueles que nos perseguem. Nós louvamos a Deus tanto pelo seu amor salvador quanto pelo seu justo juízo, e oramos: “Vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22.20).

Via Voltemos ao Evangelho

domingo, 29 de março de 2015

Os dois Livros de Deus: A Bíblia e a Natureza


Introdução 

Enquanto estudava os átomos e as moléculas, num laboratório de química, um estudante louvou a Deus por Seu gênio criativo. 
“Deixe Deus fora disso” , interrompeu o professor. 
Mas o estudante continuou: “Como o próprio Criador do átomo pode ser deixado fora do estudo de Sua Criação?” 

É impossível deixar Deus fora, porque Ele está interessado em se comunicar conosco em todos os momentos de nossa vida.

Pergunta: E Como Ele Se comunica conosco? 

Respostas: 

1. Ele Se comunicava com Adão e Eva face a face. 
2. Ele Se comunicava com os primeiros profetas de modo oral. 
3. Em ocasiões especiais Ele Se comunicava através do Urim e Tumim. 
4. Ele também pode Se comunicar conosco através da providência. 
5. Ele também Se comunica através do Espírito Santo. 
6. E por meio de Jesus, Deus fez a maior de todas as comunicações. 

Porém, hoje, vamos estudar como Deus Se comunica conosco através: 

      Do livro da Natureza. 
      Do livro Escrito. 

Vamos abrir estes dois livros e descobrir em suas páginas a revelação de Deus para nós. 

Note: 
A Palavra escrita é oriunda da Palavra divina.
As obras da natureza foram criadas pela Palavra divina.

Relação entre os dois livros:

1. A Palavra escrita explica os mistérios do livro da Natureza.
2. A Palavra escrita é como uma lente através da qual percebemos os atos de Deus na natureza.
3. A Palavra escrita ilumina a natureza e a natureza testifica de Deus.
4. Unicamente pela Palavra escrita, o estudante consegue ver a harmonia que existe nos dois livros.
5. A verdadeira ciência é uma interpretação da escrita de Deus no mundo natural.
6. Observando o mundo natural com o auxílio do Espírito Santo compreendemos melhor a Palavra escrita.

I Parte – O Livro da Natureza 

Jesus Cristo, nosso Salvador disse: "E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (João 17:3).

"Visto que a vida eterna vem por conhecer a Deus, Ele nos torna possível conhecer a Seu respeito tudo o que considera necessário. Nesta lição estudaremos o livro da natureza como meio pelo qual Deus Se comunica conosco, e como meio pelo qual podemos conhecê-Lo melhor.

Tem Deus se comunicado conosco através da natureza?

A resposta é sim.

"Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem, e claramente se vêem, pelas coisas que estão criadas." (Rom. 1:20) 

"Deus procura revelar-Se a nós de muitas maneiras, através das quais nos põe em comunhão com Ele" 

A natureza fala sem cessar aos nossos sentidos.

1. "O coração aberto é impressionado com o amor e a glória de Deus manifestados nas Suas obras.

2. O ouvido atento ouve e compreende as comunicações de Deus por meio da natureza.

3. Os campos verdejantes, as árvores altaneiras, os botões e as flores, a nuvem que passa, a chuva, o sussurro das águas do riacho, as glórias do firmamento, tudo nos fala ao coração, convidando-nos a conhecer mais dAquele que os criou." – Caminho a Cristo pág. 85.

Há na natureza evidências das obras do criador?

A resposta é sim.

1. "Em todas as coisas criadas vêem-se os sinais da divindade. A natureza testifica de Deus. A mente sensível, levada em contato com o milagre e mistério do Universo, não poderá deixar de reconhecer a operação do poder infinito." – Educação pág. 99.

2. "DEle procede toda vida. Unicamente em harmonia com Ele poderá ser achada a verdadeira esfera daquelas funções. Para todas as coisas de Sua criação, a condição é a mesma: Uma vida que se mantém pela recepção da vida de Deus, uma vida exercida de acordo com a vontade do Criador."

Observação:

A natureza nos ensina preciosas lições de obediência e de confiança.

1. "Se apenas estivermos atentos, as obras de Deus nos ensinarão preciosas lições de obediência e confiança." 
2. "...Todas as coisas na natureza obedecem a vontade do Criador."
(C. a Cristo pág. 85 e 86) 

II Parte – O Livro das Escrituras 

Após o pecado, a natureza também ficou sujeita aos efeitos do pecado. O livro Patriarcas e Profetas pág. 56 diz que a maldição do pecado repousava agora sobre a terra. A atmosfera que até então fora amena estava agora sujeita a assinaladas mudanças. As flores começaram a murchar e a cair. Eram os resultados do pecado na natureza.

A Natureza continua fazendo revelações de Deus, É esta revelação completa? 

A resposta é não: "A natureza ainda fala de seu Criador. Todavia, estas revelações são parciais e imperfeitas..."- Educação, pág., 17.

De que precisamos então para uma revelação mais ampla? 

"...E em nosso estado decaído, com faculdades enfraquecidas e visão restrita, somos incapazes de as interpretar corretamente. Necessitamos da Revelação mais ampla que de Si mesmo Deus nos outorgou em Sua Palavra escrita." – Educação pág. 17.

Na Palavra revelada as coisas estão mais claras. 

1. "Deus nos fala através de Sua Palavra. Nela encontramos em linhas mais claras a revelação de Seu caráter, de Sua forma de tratar com os homens, e da grande obra da redenção." Caminho a Cristo pág. 87.

2. "...Como a revelação de Deus na Pessoa divino-humana de Jesus, a revelação de Deus na Bíblia divino-humana é perfeita para o propósito a que foi designada."

3. Unicamente na Palavra revelada encontramos resposta satisfatória para os anseios humanos. 

4. Unicamente na Palavra escrita encontramos resposta para as grandes interrogações da vida, tais como: De onde vim, por que estou aqui e para onde vou?

5. Na Palavra revelada encontramos resposta para a origem e o fim do sofrimento, da dor, da morte e do pecado.

6. É a Palavra revelada que nos diz que a natureza maculada e imperfeita voltará a ser perfeita outra vez. (Ver Apoc. 21:1-7 e II Pedro 3:10-13) 

Conselhos para você: 

1. Leia sua Bíblia cada dia.
2. Estude assuntos que fortaleçam sua vida espiritual.
3. Medite em seus ensinos.
4. Creia em suas mensagens.
5. Partilhe com outros a mensagem de esperança que você encontrou.

III Parte – A harmonia entre Natureza e Escrituras 

Como O Grande Mestre, Jesus, fez uso constante da natureza que Ele criara para ilustrar as grandes verdades do evangelho?

1. Usou o lírio, as plantas e os pássaros em Suas ilustrações. 
2. Contou parábolas extraindo verdades eternas destas ilustrações.
3. Fez comparações de Si mesmo com plantas, ovelhas, etc. 

Ao estudarmos o livro da natureza e o livro da revelação, podemos fazer algumas afirmativas sobre a harmonia existente entre ambos: São elas:

Primeira Afirmativa: O livro da Natureza e o livro da Revelação estão em perfeita harmonia.

"Visto como o livro da natureza e o da revelação apresentam indícios da mesma mente superior, não podem eles deixar de estar em harmonia mútua. Por métodos diferentes em diversas línguas, dão testemunho das mesmas verdades." – Educação pág. 128.

Segunda Afirmativa: Como a ciência estuda a natureza, a verdadeira ciência também está em harmonia com a revelação.

"A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada trás de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito com a revelação divina" – Educação pág.128.

Terceira Afirmativa: Somente pela orientação do Espírito Santo, os que estudam a natureza poderão ver a relação que existe entre a ciência e a revelação.

"Os maiores espíritos, se não são guiados pela Palavra de Deus em suas pesquisas, desencaminham em suas tentativas de traçar as relações entre a ciência e a revelação." – Patriarcas e Profetas, pág. 113. 

Quarta Afirmativa: Quando estudamos a natureza através da ajuda do Espírito Santo, compreendemos melhor a Palavra de Deus. 

"Observando nós as coisas do mundo natural, habilitamo-nos, sob a guia do Espírito Santo, para compreender mais amplamente as lições da Palavra de Deus." –Educação pág. 120.

Quinta Afirmativa: Os ensinos da natureza brilham diante de nós, quando iluminados pela cruz do Calvário. "Na luz que brilha da cruz podemos interpretar acertadamente o ensino da natureza." – Ciência do Bom Viver, pág. 366.

IV Parte – Existe Contradição entre a Bíblia e a Natureza?

O estudo de hoje começa com uma pergunta que em essência já foi respondida com as afirmativas anteriores. Mas, como a pergunta é clara e incisiva, a resposta também deverá acompanhar o mesmo raciocínio.

Resposta: Não existe contradição entre a Bíblia e a natureza.

Então, em que se baseiam os que afirmam que há contradição?

RESPOSTAS:
1. Muitos que afirmam que há contradição entre a Bíblia e a Natureza, seguem andando em suas próprias concupiscências. (II Pedro 3:3)
2. Outros não aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus.
3. Outros acham que as leis naturais podem explicar toda história desde a Criação, até os nossos dias.
4. Muitos fazem inferências erradas tiradas dos fatos observados na natureza.

Comentários:

"Inferências erroneamente tiradas dos fatos observados na natureza têm...dado lugar a supostas divergências entre a ciência e a revelação." – Educação,pág. 128.

"...O livro da natureza e a Palavra escrita não estão em desacordo; cada um lança luz sobre o outro. Corretamente compreendidos, eles nos permitem conhecer a Deus e ao Seu caráter, ensinando-nos algo das sábias e beneficentes leis através das quais trabalha. Somos assim levados a adorar Seu Santo nome e a ter uma confiança inteligente em Sua Palavra." Signes of the Times, 20 de Março de 1884. 

"Tem sido comprovado que a Palavra de Deus é verdade, e sabe que a verdade não pode se contradizer nunca. Não se deve aquilatar a Bíblia pelas idéias que os homens têm da ciência, pelo contrário, estas idéias devem ser submetidas à prova da autoridade infalível. Sabe que na ciência verdadeira não pode haver nada contrário aos ensinos da Palavra; visto que ambas procedem do mesmo Autor, a verdadeira compreensão de ambas demonstrará que há harmonia entre elas." El Ministério de Curacion, pág. 367.

Mas, e se houver uma afirmativa da ciência sobre a natureza, que contradiga a Bíblia, que devo fazer?

Resposta: Aguarde, que por certo novas descobertas farão com que a afirmativa da ciência que hoje é aparentemente contraditória, se dobre diante da Bíblia amanhã.

Conclusão – Fé e Razão 

O estudo de hoje, é um desafio para o estudante perceber a harmonia entre a fé e a razão. Aliás, neste momento, podemos perguntar: Existe harmonia entre fé e razão? Existe intimidade entre fé e razão? São opostas entre si ou se harmonizam?

Definições:

RAZÃO: Razão é a capacidade intelectual que o homem tem dada por Deus, para raciocinar, comparar, decidir, compreender, aprender e tomar decisões lógicas.

FÉ: "Ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem." (Heb. 11:1)

Resultados da razão operando sozinha:

1. A razão operando sozinha, gera vãos conceitos filosóficos.
2. A razão operando sozinha gera vãs subtilezas.
3. A razão operando sozinha tenta medir o infinito conhecimento de Deus por meio de nossa mente finita.
4. A razão operando sozinha gera sabedoria mundana que é loucura para Deus. (I Cor. 1:19-21)

"Phillips chama tudo isso de intelectualismo ou tolice eloqüente"

Qual é o resultado de usar a razão sem o auxílio Divino?

Resposta: "Ora, para a razão humana, destituída de auxílio, o ensino da Natureza não poderá deixar de ser senão contraditório e enganador" – Educação, pág. 134.

E a razão não pode explicar muitas coisas:

Coisas que a razão não pode explicar.

1. A razão não pode explicar a Criação.
2. A razão não é capaz de explicar a ressurreição.
3. A razão não tem explicação para a Encarnação, etc.

Todos estes maravilhosos feitos são aceitos Pela fé. Mas não é uma fé cega.

1. A Bíblia é a fonte para as razões de nossa fé.
2. Paulo usava a razão para explicar as razões de sua fé em Cristo. (Atos 17:2 e 18:4)
3. Pedro diz que devemos ser capazes de explicar as razões de nossa fé. (I Pedro 3:15)
4. A justiça de Cristo nos é dada pela fé.

Conclusão:     Razão e fé se harmonizam e se complementam 

Ivanaudo B. de Oliveira

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Cópia mais antiga do Evangelho é encontrada em múmia


Máscara de múmia do Egito

Um grupo de cientistas encontrou a cópia mais antiga do Evangelho em um papel papiro reutilizado para construir a máscara de uma múmia egípcia, revelou à Agência Efe Craig Evans, doutor em Estudos Bíblicos e um dos responsáveis pela descoberta. Trata-se de um fragmento do Evangelho de São Marcos, localizado há três anos e que, agora, especialistas da Universidade Evangelista de Acadia, no Canadá, consideram como o primeiro manuscrito do Novo Testamento da Bíblia de que se tem conhecimento. Os cientistas acham que a origem do papiro remonta ao primeiro século de nossa era, entre o ano 80 e 90 d.C., o que representa uma grande novidade. Até então, as cópias mais antigas datavam do século II depois de Cristo.Os especialistas acreditam que alguém escreveu o fragmento de texto no papiro e, depois, outras pessoas reciclaram o material, muito caro na época, para elaborar a máscara funerária. As máscaras de papel eram utilizadas pelas pessoas pobres do Egito, não tendo relação com as feitas em ouro e joias para cobrir os rostos dos grandes faraós, explicou Evans.Acredita-se que São Marcos escreveu seu evangelho em Roma, acompanhado de São Pedro. Mas como a cópia viajou da atual capital italiana ao Egito? O caminho não é assim tão longo, garante o pesquisador. “No Império Romano, o correio tinha a mesma velocidade de hoje em dia. Uma carta escrita em Roma pode ser lida no Egito semanas depois. Marcos escreveu seu evangelho no final dos anos 60 d.C. [quando ainda havia muitas testemunhas oculares de Jesus, que poderiam refutar o registro dos evangelistas, caso fosse mentira], portanto, era possível encontrar uma cópia no Egito 20 anos depois”, defende.Para determinar a data dos papiros, os cientistas usaram uma técnica que permite descolar o papel das máscaras sem danificar a tinta. Dessa forma, os textos podem ser lidos com a mesma clareza.Esse evangelho é uma das centenas de documentos que estão sendo analisados pela equipe de Evans, composta por mais de 30 especialistas. “Estamos recuperando antigos documentos do primeiro, do segundo e do terceiro séculos depois de Cristo. Não só documentos bíblicos, mas também textos gregos clássicos ou cartas pessoais”, explicou Evans, que revelou que alguns deles pertencem ao poeta grego Homero, autor de grandes obras clássicas comoIlíada e Odisseia.No caso do fragmento do evangelho de São Marcos, foram analisados também odesign do projeto e as decorações da máscara, assim como o estilo da escrita e a datação do material, através do uso do isótopo carbono-14.No fim do ano, as descobertas serão divulgadas em uma revista especializada. Só então o público conhecerá qual o trecho do Evangelho de São Marcos está escondido nos papiros da máscara egípcia.

Via (UOL Notícias)

Comentário de Luiz Gustavo Assis, por e-mail: Há uns três anos, outro estudioso do Novo Testamento, Daniel Wallace, já havia mencionado a existência desse manuscrito. Ele de certa forma é revolucionário, já que o fragmento mais antigo do Novo Testamento era o chamado P52, Papiro Johns Rylands, contendo alguns versos do capítulo 18 de João, produzido aproximadamente em 125 d.C. Há uma discussão envolvendo um fragmento encontrado em Khirbet Qumran, o local onde os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados. O 7Q5, como ele é chamado, estaria aparentemente relacionado com o evangelho de Marcos capítulo 7, e sendo que a comunidade que ali morava foi destruída no começo dos anos 60, o livro de Marcos teria de ter sido escrito na década de 50. Mas essa opinião está longe de ser dogmática. Esse novo manuscrito recentemente anunciado é inquestionavelmente do primeiro século d.C. Se a tradição estiver correta ao afirmar que esse evangelho foi escrito em Roma por João Marcos, o fato de ele ter sido encontrado no Egito é sugestivo. Sugere que o cristianismo, de fato, estava se espalhando pelo Oriente em um curto período de tempo e numa época em que testemunhas oculares dos eventos ali narrados ainda estavam vivas. Um dos acadêmicos que estão trabalhando no estudo desse manuscrito e de outros ali encontrados é Craig Evans, da Acadia DivinStrobel, no livro Em Defesa de Cristo. College, no Canadá. Ele é um dos entrevistados por Lee Strobel, no livro "Em Defesa de Cristo."

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