Essa, diríamos,
é a pergunta “arroz com feijão” de um bom número de nossos irmãos. Por esse motivo,
pedimos para transcrever nesta página o que escrevemos no livro Consultoria Doutrinária, pág. 225,
esperando que nossos consulentes divulguem as ponderações ali expostas.
A ideia central
do Espírito de Profecia é que idealmente as orações sejam feitas ajoelhados. Em Mensagens Escolhidas , vol 2, pág 132, lê-se:
“Quando em oração a Deus, a posição indicada é prostrado de joelhos.” Isto,
porém, não é uma lei férrea.
No final do
mesmo capítulo, à página 316, Ellen White diz: “Para orar não é preciso que
estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o Salvador
quando a sós, quando estais caminhando e quando ocupados com os trabalhos
diários.” E em outra obra, diz mais: “Não há tempo nem lugar impróprios para se
erguer a Deus uma oração. ... entre as turbas de transeuntes na rua, em meio de
uma transação comercial, podemos elevar a Deus um pedido, rogando a direção
divina, como fez Neemias quando apresentou seu pedido perante o rei
Artaxerxes.” Caminho a Cristo, pág.
98 e 99.
Ezequias orou
deitado. Não era, porém, uma regra. A própria Sra. White, também em ocasiões
especiais, orou em pé. O
livro Mensagens Escolhidas, vol. 1,
pág. 152, transcreve o trecho de um apelo feito por ela aos presentes na
assembléia geral de 1909, que assim termina: “Que o Senhor vos ajude a lançar
mão dessa obra como nunca dantes fizeste. Fá-lo-eis? Erguer-vos-ei aqui e
dareis testemunho de que fareis de Deus vossa confiança e vosso ajudador?
[Levanta-se a congregação, e a Sra. White ora]: “Graças Te dou, Senhor Deus de
Israel. Aceita esse compromisso deste Teu povo. Põe sobre eles o Teu Espírito.
Seja neles vista a Tua glória. Ao falarem eles a Palavra da Verdade, vejamos em
nós a salvação de Deus. Amém.” E isto não foi um caso isolado.
Em outras
oportunidades, ela fez apelos ao povo, e os convidava a ficar em pé, enquanto
ela, também em pé, orava. O Manuscrito 35
registra fato semelhante ocorrido na igreja de Oakland, em sete de março de
1908. Na mesma igreja, em oito de fevereiro de 1909, ela também orou em pé,
conforme informação dela própria no Manuscrito
7,1909.
Depoimento
valioso, de testemunha ocular, é o do Pastor D. E. Robinson. Em 1934, em resposta
à pergunta sobre o orar somente de joelhos, escreveu: “Diversas vezes estive
presente em reuniões campais e sessões da Associação Geral em que a própria
irmã White fez oração, estando a congregação e ela mesma em pé.”
Carta de D. E.
Robinson, de quatro de março de 1934 (arquivos do Patrimônio Literário
White).
Ao descrever a
atitude de Cristo quando prestes a realizar Seu maior milagre – a ressurreição
de Lázaro – a Sra. White assim se expressou: “Cristo, sereno, Se acha em pé
ante a tumba. Paira sobre todos os presentes uma santa solenidade. Cristo Se
aproxima do sepulcro. Erguendo os olhos ao Céu, diz: ‘Pai, graças dou por Me
haveres ouvido’.” O Desejado de Todas as
Nações, pág. 511.
Os relatos
bíblicos de Jonas, que dificilmente poderia ter-se ajoelhado no ventre do
peixe, do ladrão na cruz, que orou na posição incômoda em que se achava, e do
publicano no templo, que estando em pé, não ousava nem ainda levantar os olhos
ao céu, mas batia no peito dizendo: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Luc.
18:13), também indicam que não se deve dogmatizar quanto a haver uma única forma aceita por Deus
para orações. Deus atendeu a todos esses: Jonas foi livrado da desagradável
prisão submarina, o ladrão na cruz obteve a promessa de ir ter com Cristo no
Paraíso, e o publicano “desceu justificado” (verso 14).
Permanece,
pois, o princípio: a postura ideal para a oração é de joelhos. Há, porém,
ocasiões em que isso não é possível ou recomendável sem quebra da solenidade do
momento de oração.
Extraído da Revista Adventista de Março de 1997
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