terça-feira, 8 de novembro de 2011

Testemunhos sob ataque

 
Primeiro vêm as ideias discordantes, depois a dúvida e por fim a apostasia


Em Apocalipse 12:17, Satanás é apresentado na forma de um dragão que persegue a mulher, símbolo da igreja verdadeira. O motivo da perseguição é bastante claro: porque a igreja guarda os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus. E de acordo com o próprio Apocalipse (19:10), o testemunho de Jesus é o “espírito de profecia”.


 Satanás perseguiu, persegue e continuará perseguindo a igreja, especialmente por causa desses dois pilares fundamentais. Ele tenta convencer as pessoas de que a lei de Deus é inadequada aos dias de hoje, que ela foi abolida, ou mesmo que a graça dispensa a lei. Mas se permanecemos firmes aos princípios da santa lei, Satanás intensifica seus ataques em outra direção: contra o testemunho de Jesus.


 Quando não consegue destruir a fé na lei de Deus, o inimigo tenta com todas as forças e formas destruir a fé no espírito de profecia, nos escritos de Ellen G. White. Isso funciona mais ou menos assim: o inimigo ajuda alguns a terem uma interpretação diferente da igreja. Faz com que eles tenham certeza de que estão certos. Quando ele acha que atingiu o objetivo, faz o arremate: mostra à pessoa uma citação do espírito de profecia que diga exatamente o oposto do que ela está pensando. Nesse momento, ou a pessoa se humilha diante de Deus e estuda a Bíblia em oração, ou mantém seu posicionamento, desacreditando o espírito de profecia. Esse é um processo gradual que leva a pessoa a não querer nem mesmo ouvir alguém pregar ou falar sobre Ellen White. Cria-se uma aversão infundada.


 Levar as pessoas a extremos também é uma tática amplamente utilizada por Satanás. Se há os que esposam ideias legalistas e radicais a respeito dos escritos do espírito de profecia, há também os que os ignoram por completo. Os segundos às vezes até fazem isso em função dos primeiros. Mas uma leitura cuidadosa e sem preconceitos mostra que Ellen White foi uma mulher equilibrada em tudo o que escreveu. Portanto, os que usam seus escritos de forma inadequada e sem a devida consideração para com o contexto e a época da profetisa apenas lançam sombras sobre seu ministério. Para “ajustar o foco” a respeito da vida e obra dessa mulher singular, vale a pena ler o livro Mensageira do Senhor, de Herbert E. Douglas, e mesmo o livreto Histórias de Minha Avó, de Ella M. Robinson, neta da Sra. White (ambos da CPB).


 Embora saibamos que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática, e que os escritos de Ellen White são, como ela mesma diz, uma luz menor que conduz à luz maior, a negação da inspiração de tais escritos é algo muito sério. No livro Mensagens Escolhidas, volume 1, página 48, está escrito que “será ateado contra os testemunhos um ódio satânico. [...] Satanás não pode achar caminho tão fácil para introduzir seus enganos e prender almas em seus embustes se as advertências e repreensões e conselhos do espírito de profecia forem atendidos.”


 No mesmo livro, à página 84, é dito que “uma coisa é certa: os adventistas do sétimo dia que tomarem sua posição sob o estandarte de Satanás, primeiramente renunciarão à sua fé nas advertências e reprovações contidas nos testemunhos do Espírito de Deus”.


 O perigo das ideias especulativas


 É curioso notar como há pessoas que vivem à caça de ideias especulativas que invariavelmente tendem a desviar a atenção do que realmente é essencial. Encontram as mais esdrúxulas “revelações”, tanto na Bíblia quanto no Espírito de Profecia. Quanto a isso, também, a mensageira do Senhor é bem clara: “Não devem ser promovidas ideias especulativas, pois há mentes singulares que gostam de apegar-se a um ponto que outros não aceitam, e argumentar e atrair tudo para aquele único ponto, insistindo nele, ampliando-o, quando ele na verdade não é de importância vital e será entendido de maneira discordante. Duas vezes me foi mostrado que se deve conservar em segundo plano tudo o que for de natureza a levar nossos pastores a divergirem dos pontos que são agora essenciais para este tempo” (Ellen G. White, Carta 37, 1887 [Manuscript Releases, v. 15, p. 20-22]).


 É de extrema importância, pois, que saibamos dar a “razão [de nossa] esperança” (1Pd 3:15), alicerçada em profundo conhecimento bíblico, pois, “ao vir a sacudidura, pela introdução de falsas teorias, esses leitores superficiais não ancorados em parte alguma, são como areia movediça” (Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, p. 112).


 Mais ainda: não basta um conhecimento meramente racional da verdade. É preciso experiência. A verdadeira religião desce da mente para o coração e impregna toda a vida, pois está baseada numa relação de íntima comunhão com Jesus. Ellen White diz que “estão rapidamente se aproximando dias quando haverá grande perplexidade e confusão. Satanás, trajado com vestes angelicais, enganará, se possível, os próprios escolhidos. [...] Soprará todo vento de doutrina. [...] Os que confiaram no intelecto, no gênio ou talento, não permanecerão à testa das fileiras e colunas. Eles não mantiveram seu passo com a luz” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 80).


 A Bíblia nos adverte a estarmos bem firmados na Rocha e a sermos cuidadosos em nossas interpretações para não perdermos a coroa da vitória (Ef 4:14; Mt 7:24, 25; 2Pd 3:15-18; Ap 3:11). Devemos, acima de tudo, reconhecer o inestimável presente que nos foi legado por Deus por meio dos escritos inspirados de Ellen White, e utilizá-los em nossa edificação e na edificação do próximo. “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20).


Vanderlei Ricken é bibliotecário do IACS, RS; Michelson Borges é jornalista, mestre em teologia e editor na Casa Publicadora Brasileira.

0 comentários:

Postar um comentário

▲ TOPO DA PÁGINA