segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Flor usada no Egito antigo tem sucesso contra câncer em pesquisa


Um novo remédio feito com uma flor que já tinha usos medicinais no Egito antigo pode destruir células de câncer, segundo uma pesquisa realizada por cientistas britânicos.
O novo remédio produzido a partir do açafrão-do-prado (Colchicum autumnale) circula na corrente sanguínea, mas só é ativado por uma substância química emitida por tumores malignos.
Ele atacaria então as células cancerosas que se espalharam, mas deixaria intactos os tecidos saudáveis.
O medicamento foi testado com sucesso em camundongos contra câncer de mama, intestino, pulmão e próstata, mas deve ser eficiente contra qualquer tipo de tumor sólido, segundo os pesquisadores.
Nos testes de laboratório, metade dos camundongos ficou completamente curada após uma única injeção do remédio e houve redução no ritmo de crescimento dos tumores em todos os animais testados.
Os testes clínicos devem começar em até dois anos.
“Inanição”
Os pesquisadores dizem que a chave para o sucesso do tratamento é que ele é ativado por uma enzima usada pelos tumores para invadir os tecidos a seu redor.
Uma vez ativado, o remédio destrói as veias que alimentam o tumor e faz com que o câncer morra de inanição, como explica Laurence Patterson, da Universidade de Bradford e coordenador da pesquisa.
- O que criamos é, efetivamente, uma “bomba inteligente”, que pode ser direcionada a matar qualquer tumor sólido, aparentemente sem danificar os tecidos saudáveis.
Veneno
O extrato do açafrão-do-prado tem um histórico de usos medicinais e também como veneno na Grécia e no Egito antigos.
Mais frequentemente, a substância colchicina, retirada da planta, é usada no tratamento de crises de gota.
Tentativas anteriores de usá-la no combate ao câncer fracassaram devido à alta toxicidade do composto, mas o problema teria sido resolvido depois que a equipe britânica conseguiu torná-la inofensiva até entrar em contato com um tumor.
O novo medicamento pertence à mesma família de remédios do Paclitaxel, o agente de quimioterapia mais usado no mundo, produzido a partir da casca da árvoreTaxus brevifolia.
Paul Workman, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, comentou a pesquisa.
- Se [os resultados] forem confirmados em testes de laboratórios mais extensos, os remédios baseados nessa abordagem podem ser muito úteis como parte de uma combinação de tratamentos contra diversos tipos de câncer.
Pacientes do hospital de St. James, em Leeds, poderão ser os primeiros a testar o novo remédio dentro de 18 a 24 meses.
Fonte: R7

0 comentários:

Postar um comentário

▲ TOPO DA PÁGINA