Portais magnéticos se abrem aproximadamente a cada oito minutos para conectar nosso planeta com o Sol.
Quando o portal se abre, cargas de partículas altamente energéticas podem viajar 150 milhões de km através da passagem, de acordo com cientistas espaciais.
O fenômeno recebeu o nome “evento de transferência de fluxo” ou FTE (de flux transfer event, em inglês). Ele é real e ocorre com o dobro da freqüência que qualquer pessoa poderia imaginar. “Dez anos atrás eu tinha certeza que eles não existiam, mas agora a evidência é irrefutável”, disse o astrofísico estadunidense David Sibeck.
Explosões dinâmicas
Os pesquisadores já sabiam que a Terra e o Sol deveriam estar conectados. Por exemplo, partículas solares incidem na Terra constantemente por causa do vento solar e freqüentemente seguem as linhas do campo magnético que conectam a atmosfera do Sol com a terra firme. As linhas do campo permitem que as partículas penetrem a magnetosfera da Terra; o escudo magnético que envolve nosso planeta.
Uma das hipóteses sobre a formação do evento é que o lado da Terra que está de frente para o Sol pressiona o campo magnético da Terra contra o campo magnético do Sol. E a cada oito minutos os dois campos se conectam brevemente, formando um portal através do qual as partículas podem fluir. O portal toma a forma de um cilindro magnético com a largura da Terra.
Mais de um FTE podem se abrir em um mesmo momento e eles ficam abertos entre 15 e 20 minutos. Algumas medições foram feitas com sondas da Agência Espacial Européia e da NASA que voaram através destes cilindros e nas suas bordas. Apesar das sondas terem conseguido medir a largura de um FTE o seu comprimento ainda é incerto. Mas uma medida preliminar concluiu que teria mais de 5 raios da Terra (um raio da Terra tem cerca de 6.400 km).
O astrofísico Jimmy Raeder, da Universidade de New Hampshire, nos EUA, criou uma simulação computadorizada com estes dados e concluiu que os portais FTE cilíndricos tendem a se formar sobre o equador até que em dezembro eles deslizam sobre o Pólo Norte. Em julho eles deslizariam sobre o Pólo Sul.
Parece também que existem fluxos ativos e passivos o que faz com que ocorram com o dobro da freqüência que se pensava antes.
Os fluxos ativos permitem que as partículas passem com facilidade, formando dutos de energia importantes para a magnetosfera da Terra e os cilindros passivos ofereceriam mais resistência para as partículas que transitam.
Os cientistas ainda estão empenhados em descobrir porque os portais se abrem a cada oito minutos e como os campos magnéticos no seu interior se torcem e enrolam.
Via[LiveScience]
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