Êxodo 20.15: “Não furtarás”
“Olho gordo” além de feio e desengonçado, estranho
e mau, e no mínimo causa de doenças crônicas na vida das pessoas. O desejo de
possuir o que os outros já têm pode nos levar a perder tudo o que já
conquistamos.
- Este mandamento pede a proteção da propriedade
e do trabalho.
- Todo ser humano tem 3 necessidades básicas, além de
alimentação e do sexo: Ter prestígio, possuir bens para desfrutar deles e
gozar seus direitos legais.
- Mas infelizmente, a questão da propriedade e do
trabalho conduz indivíduos ao crime, à subversão e ao terrorismo, e leva nações
a guerras ofensivas e civis.
O QUE SIGNIFICA NÃO FURTAR?
ü
Não possuir coisa alguma que não tenha sido obtida
por meios lícitos e honestos.
ü
Evitar a subtração oculta ao alheio, contra a
vontade de seu dono legítimo.
ü
Evitar acumular riquezas brutais e esprimidas do
sangue de outros.
ü
Evitar arruinar o próximo em seus haveres, para que
nos cresça o patrimônio.
ABRANGÊNCIA DO CRIME ROUBAR.
1.
Uso de violência para adquirir bens alheios.
2.
Fraude comercial.
3.
Medidas comerciais indevidas.
4.
Preguiça e falta de diligência no trabalho.
5.
Exploração de preços e impostos.
6.
Adulteração de produtos, preços, medidas e regras
comerciais.
7.
Apropriação indevida de comissões e gorjetas.
8.
Suborno.
9.
Desvio de verbas públicas.
10. Ágio e qualquer
forma de desonestidade, comercial ou governamental.
11. Furtar os planos,
sonhos, projetos e atenção pertencente a outra pessoa.
- Absalão roubou o coração do povo de seu pai. II
Sam. 15.6.
- No pensamento hebraico, e bíblico, roubar também
abarca a exploração tanto do pobre como do rico.
- O atraso propositado do pagamento do
trabalhador, bem como o uso de medidas viciadas era consideradas roubo. Lev.
19.13; Deut. 25.13-16.
- Roubar é privar o próximo daquilo que Deus
pretendia conferir.
- Assim, os pastores que não pregam corretamente a
Palavra de Deus e privam a congregação do bem a que tem direito estão
roubando.
COMO OBSERVAR ESTE MANDAMENTO?
1-
Respeitar
as propriedades alheias.
- Isto impede a cobiça descontrolada. Por isto a lei
de Moisés diz que não se deve mudar os marcos fixados pelos antigos. Deut.
19.14.
2-
Confiar
no Senhor. Prov. 28.25.
- O homem que confia no Senhor está convicto da
suficiência de Deus não se deixando iludir facilmente pela confiança
materialista.
3- A honestidade comercial. Deut. 25.15.
- Esta evita a apropriação ilegítima de coisas que
não nos pertence.
- O peso integral e justo evita o roubo e tem ainda
a promessa de prolongar os dias. Comerciantes desonestos podem perder a vida
logo por reações incontroláveis de seus fregueses.
4-
A
honestidade do trabalhador. Sal.128.2.
- Devemos trabalhar honestamente, sem matar o serviço
ou mesmo inventar desculpas para não faze-lo corretamente, como- ganho pouco, meu
patrão é desonesto, etc.
- Para tanto, devem haver incentivos econômicos do
governo para fortalecer a produção, gerar empregos e evitar a especulação.
- Os patrões devem ser dóceis, razoáveis em suas
exigências e equilibrados em todo o seu trato para com seus subordinados.
5-
A
justiça trabalhista. Deut. 24.15.
- Salários humanos e justos reduzem a criminalidade
e também incentivam a produção e prosperidade de uma nação.
- Um funcionário satisfeito produzirá muito mais do
que um funcionário oprimido.
OBS- Efé. 4.28. Paulo mostra aqui a solução
divina para a recuperação de um ladrão.
a) Trabalho honesto
das próprias mãos para o auto-sustento.
b) Assistência aos
necessitados.
As prisões que não possuem este sistema inspirado
por Deus produz apenas receptores passivos e aproveitadores, causa prejuízos
ainda maiores do que os furtos à sociedade (impostos mal utilizados) e ainda
colabora para que o indivíduo preso desenvolva ainda mais sua criminalidade
pelo tempo gasto em associação com pessoas deformadoras de caráter.
O CONCEITO DE
PROPRIEDADE.
- Êxo. 19.5: Deus é o Criador, Senhor do Universo,
e tudo é dEle.
- Sal. 39.12: somos apenas mordomos,
administradores de Seus bens, peregrinos na Terra.
- Israel herdara a Terra prometida, a Palestina.
Para todos os hebreus que entraram nesta terra com Josué foi-lhes dado um
pedaço de terra para dela cuidarem e desenvolverem suas famílias.
- Em dificuldades financeiras, a pessoa podia
vendeu seu direito a esta propriedade, mas nunca estava alienado dela para
sempre. A cada 50 anos, as terras vendidas eram devolvidas aos seus legítimos
donos, permitindo uma reforma agrária justa e adequada, lembrando sempre ao
povo que a terra era do Senhor, e cada um deles mordomos Seus.
- A propriedade moderada é tida como ideal,
pois tanto a riqueza como a miséria levam o homem à profanação. Prov. 330.7,
23.4.
- Os profetas falaram duramente contra o espírito
materialista, a acumulação de bens fundiários, desapropriações forçadas,
suborno, medidas comerciais injustas e roubos de dízimos.
- O AT não aceita a idéia absolutista de
propriedade, porque isto negaria a soberania e a justiça de Deus. O israelita
considerava-se peregrino e não proprietário eterno, mordomo temporário e não
dono.
- O NT indica que o seguidor de Cristo contenta-se
com um estilo de vida simples. Os bens materiais não devem dominar a mente do
cristão. As riquezas podem possuir o homem, tornando-se um ídolo, por causa da:
ansiedade material do coração humano, do desejo de enriquecer-se, ou pelo
sentimento de falsa segurança proporcionado pelos bens.
- As riquezas põem em risco a vida humana
(Mat.13.22). Por isto, somos convidados a colocar nosso coração, nossos
tesouros no céu. (Mat. 6.19).
- O cristão trabalha para para se manter e Ter o
suficiente para ajudar o necessitado. Efé. 4.28
- Os bens materiais nunca devem se tornar um fator
de discriminação para os fiéis da igreja. Tia. 2.1-5.
- Aos ricos, Paulo diz: I Jo. 3.17.
- Para muitos pais da igreja cristã, aquele que não
partilha sua riqueza com o pobre é considerado ladrão.
O Trabalho.
- Gên. 1.27-28: é uma ordem divina. Para isto, o
homem deve explorar economicamente a terra como protegê-la dos abusos.
- Êxo. 34.21: todos devem trabalhar. Respeitar o
oitavo mandamento significa tanto descansar 1 dia por semana como trabalhar nos
outros 6.
- I Tim. 5.8: Também inclui o cuidado dos
familiares, tanto que em Israel, quem não o fazia era isolado da comunidade. O
cuidado pelos familiares prova nossa religião. Porém o desejo de possuir cada
vez mais leva à negligência da comunhão viva no lar, causando a desgraça da
família.
- Ecle. 3.22: o trabalho traz satisfação, apesar de
salários indignos e a opressão contra o trabalhador.
- Todo trabalho honesto é louvável. A Bíblia
menciona tantos variados, como artístico, comercial, administrativo, agrícola,
espiritual e musical.
- II Tess. 3.10: quem não trabalha, não come. Verso
14: devemos evitar contatos com pessoas que não querem trabalhar.
- Col. 3.22: devemos trabalhar com sinceridade,
pensando que tudo que fazemos o fazemos a deus e não ao patrão.
- Col. 4.1: ser um empregador justo. Deus julgará
os atos de cada patrão no dia do juízo.
- O trabalho secular e as tarefas espirituais são
conciliáveis. Jesus era carpinteiro, Paulo fabricante de tendas, e muitos
discípulos pescadores.
- Para Calvino o trabalho é um instrumento
da providência divina para trabalhar e aprimorar todos os dons e talentos
humanos. Por isto o cristianismo lhe confere a mais iminente dignidade. (E
pensar em tantos pais que permitem, estimulam ou até proíbem seus filhos de
trabalharem desde cedo na vida!). A Bíblia condena severamente aquele que,
tendo financeiramente o poder de dar trabalho a outrem, dele o priva, quando
pode agir de outra maneira. Privar o homem de seu trabalho é uma ofensa a Deus.
O trabalho pessoal deve trazer proveito à toda comunidade.
- Para Emil Bruner o homem trabalha para
sobreviver. Assim confirma e experimenta sua humanidade. Deus quer que o homem
trabalhe mesmo que este, como hoje se apresenta, seja uma conseqüência direta do
pecado. Gên. 3. O trabalho é voltado ao relacionamento com o Criador, ao
cumprimento de Seus propósitos para conosco, e ao relacionamento com e ao
benefício do próximo. O repouso (Sábado) ensina que o trabalho não é um fim sem
si mesmo, mas um meio às realizações. Precisamos de tempo para cultuar a Deus e
para a comunhão. O descanso sabático não significa substituir o dia de trabalho
por um dia cheio de atividades religiosas. As brincadeiras fazem parte da
dignidade humana. Os jogos nos ensinam a relaxar, sorrir e alegrar. Mas o
prazer precisa de moderação para não se transformar em vício. Jamais
praticar a idolatria do trabalho. A partir do momento em que o homem se desliga
da comunhão viva com Deus, ele se torna escravo de seu trabalho, afastando-se
da comunidade; com isto temos a civilização demoníaca, ou seja, escrava. Nunca
o homem foi tão escravo como hoje.
FONTE: A ética dos 10 mandamentos, H.U.Reifler,
Vida Nova 181-219.
APELO:
Por que não viver de forma saudável mantendo nossos olhos de maneira diet, sem
cobiçarmos o que é dos outros? Seja feliz com seu próprio galho.
Pr. MARCELO
CARVALHO DEZEMBRO 25/11/97 SP
0 comentários:
Postar um comentário