Giro rápido
Astrônomos identificaram a estrela em rotação mais rápida já vista até hoje.
Os astrônomos acreditam que esta estrela pode ter tido um passado violento, tendo sido ejetada de um sistema de estrelas duplas pela sua companheira em fase de explosão.
A estrela, chamada VFTS 102, gira a mais de dois milhões de quilômetros por hora - um avião viajando a esta velocidade levaria cerca de 1 minuto para dar uma volta na Terra ao longo do equador.
Isto é mais de 300 vezes mais rápido do que o Sol e muito próximo do ponto onde a estrela seria desfeita em pedaços devido às forças centrífugas. A VFTS 102 é a estrela em rotação mais rápida que se conhece até hoje.
Estrela fugitiva
Os astrônomos descobriram também que a estrela, que tem cerca de 25 vezes a massa do Sol e é cerca de cem mil vezes mais brilhante, desloca-se no espaço a uma velocidade muito diferente da velocidade das suas companheiras.
A VFTS 102 desloca-se a cerca de 228 quilômetros por segundo, 40 quilômetros por segundo mais devagar do que estrelas semelhantes situadas na mesma região.
A diferença de velocidades pode indicar que a VFTS 102 seja uma estrela fugitiva - uma estrela que foi ejetada de um sistema de estrelas duplas depois da sua companheira ter explodido sob a forma de supernova.
Esta hipótese é corroborada por mais duas pistas adicionais: um pulsar e um resto de supernova a ele associado, encontrados na vizinhança da estrela.
Os pulsares têm origem nas explosões de supernovas. O núcleo da estrela colapsa, criando uma estrela de nêutrons muito pequena, que gira muito depressa, emitindo jatos de radiação muito intensos.
Estes jatos dão origem a uma "pulsação" regular observada a partir da Terra, à medida que a estrela roda em torno do seu eixo. O resto de supernova associado consiste em uma nuvem de gás característica, "soprada" pela onda de choque, que resulta do colapso da estrela numa estrela de nêutrons.
Roteiro para estrelas
A equipe desenvolveu um possível cenário evolutivo para esta estrela tão incomum.
O objeto poderia ter começado a sua vida como uma componente de um sistema estelar binário.
Se as duas estrelas estivessem próximas uma da outra, o gás da companheira poderia ter fluído continuamente na sua direção, fazendo com que a estrela começasse a rodar mais e mais depressa, o que explicaria o primeiro dos fatos incomuns - o porquê da sua rotação extremamente elevada.
Após um curto espaço de tempo na vida da estrela, de cerca de dez milhões de anos, a companheira de elevada massa teria explodido como uma supernova - o que explicaria a nuvem de gás característica, conhecida como resto de supernova, que se encontra nas proximidades.
A explosão teria também dado origem à ejeção da estrela, o que poderia explicar a terceira anomalia - a diferença entre a sua velocidade e a das outras estrelas da região.
Ao colapsar, a companheira de grande massa ter-se-ia transformado no pulsar que observamos hoje, completando assim a solução do quebra-cabeças.
Inovação Tecnológica
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