Os resultados iniciais do exame de DNA realizado pelas autoridades americanas confirmam a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, informaram nesta segunda-feira fontes do governo citados pela agência de notícias Reuters e a TV CNN.
O teste mostrou “grande nível de confirmação” de que Bin Laden é um dos homens mortos na operação de um comando americano, em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad.
Fontes do governo haviam dito mais cedo que as autoridades americanas realizavam um teste de DNA em sangue coletado do corpo identificado como Bin Laden. O líder terrorista, contudo, já havia sido identificado por outras técnicas, como reconhecimento facial.
O líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, foi morto com um tiro de um dos cerca de 20 militares da Marinha dos Estados Unidos que invadiram, de helicóptero, sua mansão de alta segurança em Abbottabad, a cerca de 50 km da capital paquistanesa.
A operação durou 40 minutos e deixou ainda um dos filhos de Bin Laden, uma mulher e dois homens mortos. Nenhum militar americano ficou ferido.
Os detalhes da ação ainda não foram confirmados pelo governo dos EUA, mas autoridades americanas e testemunhas paquistanesas revelaram algumas informações à imprensa.
“Depois da meia noite [16h em Brasília], um grande número de militares cercou o complexo residencial [de Bin Laden]. Três helicópteros estavam sobrevoando o local”, disse Nasir Khan, morador da cidade de Abbottabad, onde fica a mansão do líder terrorista.
“De repente, houve tiros do chão em direção aos helicópteros. Houve um intenso tiroteio e eu vi um dos helicópteros cair”, disse Khan, que viu a batalha de seu telhado.
Oficiais americanos consultados pela agência de notícias Reuters confirmaram que um dos helicópteros americanos foi perdido, mas disseram que houve uma falha mecânica e que todos os tripulantes foram retirados em segurança.
Um oficial americano citado pelo jornal “Telegraph” descreveu a operação como “cirúrgica”, realizada por uma equipe pequena para minimizar efeitos colaterais, termo que designa morte de civis.
Os militares teriam descido de corda no complexo de Bin Laden, iniciando um novo tiroteio no local. Os disparos dos marines americanos mataram o homem mais procurado do mundo, além de um de seus filhos e dois aliados que viviam no complexo com suas famílias. Uma mulher também foi morta após ser usada como escudo humano por um dos homens de Bin Laden. Outras duas mulheres ficaram feridas.
O governo paquistanês afirmou que só soube da operação quando ela havia acabado. Em pronunciamento feito na TV na noite deste domingo (1º), o presidente norte-americano, Barack Obama, confirmou a morte e agradeceu a ajuda do Paquistão. O trabalho conjunto foi mencionado no discurso.
A identidade da equipe que matou Bin Laden também está sendo mantida sob sigilo, mas o próprio Barack Obama revelou que a CIA (agência de inteligência americana) esteve envolvida no planejamento e execução da operação.
O que se sabe é que os homens fazem parte de uma unidade SEAL –a força de elite da Marinha, cujo nome é um anagrama com as iniciais de sea, air e land (mar, ar e terra em inglês).
MANSÃO
Abbottabad é um destino popular de férias de verão, localizado em um vale cercado de morros verdes perto da Caxemira paquistanesa. Militantes islâmicos, principalmente os que lutam na Caxemira indiana, costumavam ter campos de treinamento perto da cidade.
A mansão de Bin Laden na cidade foi construída em 2005. Alguns jornais especulam que ela já tenha sido construída com todos os recursos de segurança para manter o líder da Al Qaeda seguro.
Na época em que foi construído, o complexo residencial ficava em uma área isolada, no fim de uma estrada de terra. Com os anos, contudo, mais casas surgiram nos arredores.
Mesmo assim, a mansão se destacava das demais. Segundo o jornal “Telegraph”, ela ocupava uma área oito vezes maior que qualquer vizinho. Era protegida ainda por dois portões de segurança e muros de cinco metros, com arame farpado no topo.
O prédio principal, a casa de Bin Laden, tem três andares. Poucas janelas de todo o complexo tinham vista para a parte externa e o terraço era escondido dos vizinhos por um muro de dois metros.
Apesar do tamanho, não havia telefone ou internet e todo o lixo produzido no complexo era queimado, segundo oficiais americanos consultados pela Reuters.
“Tudo que vimos, a segurança extremamente elaborada, o passado dos moradores e seu comportamento e a localização do complexo eram perfeitamente consistentes com o que nossos especialistas esperavam de um refúgio de Bin Laden”, disse um dos nomes da administração Obama, em condição de anonimato.
INVESTIGAÇÃO
A inteligência americana chegou ao complexo residencial após mais de quatro anos investigando um dos aliados mais confiáveis de Bin Laden, que oficiais americanos disseram ter sido identificado pelos homens capturados após os ataques de 11 de Setembro.
“Detentos também identificaram esse homem como um dos poucos espiões de confiança de Bin Laden. Eles indicaram que ele estaria vivendo com Bin Laden ou sendo protegido por ele”, disse um funcionário de alto escalão do governo americano.
Em agosto de 2010, as autoridades descobriram que o espião vivia com seu irmão e familiares em um prédio de alta segurança. O espião e um de seus irmãos estariam entre os mortos na operação.
“Quando nós vimos o complexo onde os irmãos viviam, ficamos chocados com o que vimos: um complexo extremamente único”, disse o funcionário.
“O resumo de nossa investigação é que lá havia um alvo terrorista de grande valor. Os especialistas que trabalharam neste tema por anos descobriram uma grande probabilidade de que o terrorista que se escondia lá era Osama bin Laden”, disse outro funcionário da administração Obama.
Os EUA chegaram a consideram um ataque de míssil por um avião não tripulado, mas excluíram a possibilidade pelos riscos de um grande número de civis mortos. Em vez disso, Obama autorizou na sexta-feira (29) uma operação de helicóptero que seria realizada nas primeiras horas de domingo, no horário paquistanês.
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