domingo, 28 de outubro de 2012

Arena do Futuro - O Milênio





sábado, 27 de outubro de 2012

Quem escreveu o livro de Hebreus. Foi mesmo Paulo?


Muitas sugestões têm sido feitas com respeito à autoria do livro de Hebreus, mas a maioria dos especialistas na Bíblia prefere crer que tenha sido da autoria de Paulo. Hebreus é uma vibrante apologia da superioridade de Cristo e do cristianismo sobre o judaísmo em termos de sacerdócio e sacrifício.
O autor demonstra notável perícia literária e retórica. Seu estilo é um modelo de prosa helenista. Tanto ele quanto seus leitores são versados no Antigo Testamento em sua tradução grega. Há 29 citações diretas do Antigo Testamento, além de 53 alusões claras a várias outras passagens. Estas são utilizadas para demonstrar o caráter definitivo da revelação cristã e sua superioridade à velha aliança.
O tema do livro de Hebreus é portanto a superioridade de Cristo e, assim, do cristianismo. As palavras melhor,0 superior, perfeito, e celestial aparecem freqüentemente. O esboço mostra como o tema é desenvolvido demonstrando que Cristo é superior tanto em Sua pessoa quanto em Seu sacerdócio.
Portanto, dentre os nomes sugeridos entre os possíveis escritores do livro de Hebreus, Paulo é o que tem a maior aprovação.

O que significa a expressão “o sangue de Jesus tem poder”?


A expressão “o sangue de Jesus tem poder” se refere ao sacrifício de Jesus realizado no calvário em benefício da salvação do homem. Na verdade, esta expressão ficaria melhor da seguinte forma: o sacrifício que Jesus realizou na cruz derramando Seu sangue por mim, tem poder para me salvar e me libertar de todo o pecado.
É bom demais sabermos que o Senhor Jesus Cristo nos salvou! Não podemos rejeitar tão grande salvação! Que esta expressão (o sangue de Jesus tem poder) seja uma realidade na sua e na minha vida. Eis a promessa bíblica: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Basta aceitar a Jesus como senhor e salvador e nossa salvação estará garantida, desde que não desistamos do Senhor e da decisão que tomamos.

Por que o Espírito é chamado de "Conselheiro" no evangelho de João?


O termo grego parakletos, traduzido como "conselheiro" em algumas versões da Bíblia, não tem equivalência exata em português. Ele foi usado na literatura grega para se referir a uma pessoa chamada para auxiliar alguém, ou que se apresenta em nome de outra pessoa como conselheiro, intercessor, mediador, ajudante ou como advogado no tribunal. Quando Jesus usa esse termo para o Espírito Santo, revela algo sobre a natureza e função do Espírito.

Uma vez que o termo é usado exclusivamente nos escritos de João, examinarei essas passagens.

1. Jesus e o Conselheiro: Em João, assim como em todo Novo Testamento, Jesus e o Espírito são muito próximos. Não são, porém, a mesma pessoa. Em João, Jesus identifica o parakletos com o Espírito (16:15), o Espírito Santo ( 14:26), e o Espírito da verdade (14:17; 15:26; 16:13). Em outras palavras, Ele usou uma nova terminologia para Se referir ao Espírito Santo. Quando Jesus diz "outro Consolador" (14:16, ACRF/NVI; cf. 1Jo2:1)1*, inferindo que Ele também é um conselheiro, está fazendo uma clara distinção entre Ele (Jesus) e o Espírito. A diferença entre os dois também é acentuada pelo fato de o Espírito (parakletos) ser enviado pelo Pai, quando solicitado pelo Filho (14:16,26). Finalmente, a diferença entre os dois é indicada pelo fato de que a vinda do Espírito acontece após Jesus retornar para o Pai (16:7).
O Espírito (parakletos) permanecerá com Seu povo para sempre (14:16). Portanto, diferente de Jesus, o Espírito não retornará para o Pai enquanto o povo de Deus ainda estiver no mundo. Ele tomará o lugar de Jesus na terra.

2. Funções do Conselheiro: Três funções específicas são atribuídas ao Espírito ( parakletos). Ele é professor: Ele "lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que Eu lhes disse" (14:26, NVI).2* O Espírito edificará a igreja sobre a base dos ensinamentos de Jesus, lembrando os Seus ensinos aos discípulos e revelando seu significado profundo. Ele também revelará a eles o conteúdo escatológico da mensagem de Jesus (16:13). É somente nesse sentido que o Espírito " os guiará em toda verdade" (16:13, NVI).
Segundo, e intimamente relacionado com o anterior, o Espírito glorifica Jesus. Jesus é glorificado quando o Espírito revela o que pertence a Jesus (16:13). Ele glorifica a Si mesmo, não quando nos concede coisas novas, mas ao nos dizer que tudo o que recebemos vem de Jesus.
Terceiro, o papel do Espírito é testemunhar contra o mundo em nome de Jesus e de Seu povo. A vinda do Espírito testifica do fato de que os fieis pertencem a Deus, radicalizando, assim, a distinção entre eles e o mundo.
Junto aos fieis, o Espírito também testifica em nome de Jesus ao chamar as pessoas para virem a Jesus como O exaltado (15:25, 26). Seu testemunho contra o mundo é devido ao fato de Jesus ter sido rejeitado pelo mundo, o pecado que o caracteriza e o julgamento de Deus contra o mal (16:8-11).

3. Natureza do Espírito: Ao chamar o Espírito de " outro Conselheiro" Jesus declarou de uma vez por todas que o Espírito é uma pessoa como Ele. Embora no grego o substantivo "espírito" (pneuma) seja neutro, o substantivo "conselheiro" (parakletos) é masculino e pessoal. O Espírito não é neutro, mas um ser divino e pessoal. Sua divindade é mencionada por Jesus quando Ele diz que o Espírito "provém do Pai" (ekperuomai) indicando o lugar de origem do Espírito. Seu local de existência natural é junto ao mistério da Trindade, e Ele é enviado por Deus. Ao identificar o Espírito como parakletos, Jesus nos deu uma forma de pensar no Espírito como uma pessoa.
Podemos visualizá-Lo como Conselheiro, como uma pessoa que nos ajuda em tempo de necessidade (consolador), e que nos acompanha durante nossa peregrinação, nos sustentando, nos transformando e nos revelando o que pertence a Jesus. O Espírito fala por nós e a nós; Ele é o parakletos.

1* Texto creditado como ACRF foi extraído da versão Almeida Corrigida e Revista Fiel.
2* Texto creditado como NVI foi extraído da Nova Versão Internacional.

Texto de Ángel Manuel Rodríguez, hoje aposentado, serviu muitos anos como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O “dia longo” de Josué mudou o dia de guarda?


Como Deus realizou um milagre em favor de Josué “segurando” o Sol por quase um dia, o sábado passou a ser sexta-feira? – M.

Resposta: 

Primeiramente, é bom lembrar que Jesus, o Filho de Deus, intérprete autorizado das Escrituras, guardou o sábado do sétimo dia quando esteve aqui na Terra. Portanto, qualquer que tenha sido o fenômeno que ocorreu nos dias de Josué, certamente não afetou o ciclo semanal. O dia pode ter sido mais longo, mas não foram dois dias – terminou ao pôr do sol, e só aí veio um novo dia.

Parece não haver relato desse fenômeno nos registros de nenhum outro povo distante, portanto, é possível que talvez tenha se tratado de um fenômeno local.

Via Criacionismo

O Temor ao Inferno



Um dos ensinos do cristianismo popular que tem causado mais perturbações e temores, e, por outro lado, tem induzido muitos a se declararem ateus, é aquele segundo o qual os réprobos, os ímpios sofrerão os tormentos do inferno de fogo, que arderá através de todos os séculos da eternidade, queimando-os e produzindo-lhes sofrimentos angustiosos, sem esperança alguma de término.

O conceito de inferno desperta sentimentos díspares nos seres humanos. Para uns, trata-se de uma realidade indiscutível e tremenda, que os mantém de contínuo aterrorizados. Para outros, é uma mera expressão alegórica que simboliza alguma classe de castigo moral que Deus infligirá aos pecadores. Para os livres pensadores, é só uma invenção pueril e supersticiosa que os clérigos utilizam para manter o domínio das consciências.

Quando eu era criança, a idéia do inferno de fogo que ia queimar indefinidamente os maus, provocava-me pânico e até desespero. O único consolo era pensar que ainda faltava muito tempo para tal acontecimento, pois aos cinco ou seis anos a vida parecia um poente muito extenso que o separava das chamas devoradoras do inferno.

Grande número de pessoas de perguntam a si mesmas se possui o mais elementar sentido de justiça este proceder de um Deus que submete a tal tipo de suplício interminável seres humanos que, por mais perversos e degenerados que sejam, não vivem mais de setenta ou oitenta anos. E por oitenta anos de maldade, deve sofrer o homem ou mulher o mais doloroso dos tormentos conhecidos, a saber, o de se queimar vivo, e continuar se queimando sem se consumir, nem perder a consciência, não por uma hora, nem por um dia, nem por um ano ou século, nem por um milhão de séculos, mas por todos os milhões de séculos da eternidade.

Queremos deixar de lado, sobre este assunto, toda idéia que seja ditada pela teologia popular ou pela fantasia, e investigar o que Deus ensinou a este respeito na Sua Palavra, porque nesta matéria só a revelação divina pode declarar-nos a verdade. Existe o inferno, ou não existe? Pode ser que cheguemos a uma comprovação surpreendente e aparentemente revolucionária, porém de qualquer maneira convém fazer uma investigação imparcial e aceitar a verdade, tal como a estabelece a Sagrada Escritura, pois essa verdade nos trará paz, consolo e segurança.

Digamos desde já que a doutrina do inferno eterno não encontra apoio na Bíblia. Esta doutrina tem causado possivelmente mais dano ao cristianismo, que todos os ataques de que este tenha sido objeto através de todos os tempos. Não somente é rechaçada pelo sentido comum como ilógica, absurda e obviamente injusta, mas é irreconciliável com o conceito e a descrição que fazem as Escrituras da divindade. De fato, ali nos é apresentado um Deus justo, e ao mesmo tempo clemente, misericordioso e cheio de amor. Tanto é assim que o apóstolo João declara que “Aquele que não ama não conhece a deus, pois Deus é amor” (I João 4:8).

A noção de inferno, pelo contrário, tal como é ensinada, ordinariamente, incita as pessoas com tendências religiosas a buscarem reconciliarem-se com Deus, movidas pelo medo. A este respeito, cabe assinalar que alguns sistemas de teologia cristã, tem cometido o equívoco de lançar mão do sentimento de terror que infunde no espírito apenas a menção do inferno, utilizando-o como motivação básica de sua pregação.

Sem dúvida, no verdadeiro cristianismo o móvel fundamental é o amor e não o temor. Tanto é assim que a inspirada Palavra divina afirma que “o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rom 5:5), e que “o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4:18). S.Paulo diz: “Pois o amor de Cristo nos constrange” (2 Cor 5:14).

Quando o Senhor Jesus formulou a breve oração magistral que devia servir de modelo e pautar a forma de se dirigir ao Criador, iniciou-a com as palavras: “Pai nosso que estás nos Céus”, destacando assim o traço preponderante de carinho que governa as relações da Divindade com Suas criaturas. O mesmo é advertido nas palavras do profeta Oséias, que procura refletir assim os ternos sentimentos do Senhor para com os homens: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor” (Oséias 11:4). Sobreo Ser Supremo lê-se que é “grande em misericórdia e fidelidade” (Exod 34:6).

Em consonância com este princípio, quando no segundo mandamento do decálogo a Lei de deus ordena: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na Terra, nem nas águas debaixo da Terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto”, dá como razão deste mandamento o seguinte fato: “Porque Eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos” (Exod 20:4-6). Observe-se que ao passo que a justiça de Deus alcança com suas consequências, na lei régia, até a quarta geração, a misericórdia abarca milhares de gerações, de maneira a ultrapassar mil vezes o castigo.

Lamentavelmente, a este falso ensino de um inferno de fogo eterno tiveram que chegar por força, os teólogos que afirmam que a alma é imortal, ou seja que não pode morrer, e que continua vivendo perpetuamente depois da morte do corpo. Nos estudos anteriores tivemos ocasião de demonstrar documentadamente, baseando-nos na infalível e única autoridade na matéria, as Santas Escrituras, que a alma é perfeitamente mortal, e que a imortalidade só poderá ser condicional. “A alma que pecar – declara o profeta Ezequiel – essa morrerá”( Ezeq 18:4). “Temei antes aquele que pode fazer perecer…tanto a alma como o corpo” (Mat 10:28), disse o próprio Senhor Jesus. “A sua alma morrerá” (Jó 36:14 – Trad Matos Soares), lemos em outra passagem.

Estas afirmações inspiradas referentes ao homem, acham-se em perfeita consonância com o que Deus mesmo advertiu a Adão ao dizer-lhe: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás: porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gên 2:17). Desde o momento em que, segundo as próprias palavras da Divindade, Adão seria passível de morte, se violasse a lei divina, não podia ser imortal. Por outro lado, lê-se em Gênesis que depois que o homem pecou, o Criador disse: “Para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente: o Senhor Deus…o lançou fora do Jardim do Éden (Gên 3:22-23). Esta declaração confirma a natureza mortal do homem.

Já vimos também, oportunamente, que os mortos permanecem em absoluta inconsciência (João 11:11, Ecles 9:5-6, Salmo 146:4) até o dia da ressurreição e do juízo retribuitivo de Deus. Abordemos agora este problema: Qual será a sorte dos humanos nesse momento solene?

Há somente duas possibilidades. A primeira consiste na obtenção da vida eterna e imortalidade concedida por Deus, para habitar no Seu sempiterno reino de paz. Esta é uma dádiva, um dom imerecido que o Criador outorga a Suas criaturas com a única condição de aceitarem a Cristo pela fé como salvador pessoal, pois esta é a única maneira pela qual podemos reconciliar-nos com Deus e dEle obtermos o poder que transforma a conduta e habilita o homem a viver conforme os preceitos celestiais. “O dom gratuito de Deus é a vida eterna” (Rom 6:23). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

A segunda e única alternativa fora deste destino de felicidade perdurável, consiste na morte, pois lemos: “O salário do pecado é a morte”. Essa morte é a cessação total e definitiva da vida, a aniquilação completa da personalidade e é denominada por S.João, no apocalipse “a segunda morte” (Apoc 20:14).

Existe uma quantidade impressionante de passagens bíblicas que corroboram este fato fundamental da destruição definitiva e completa dos ímpios, melhor dizendo daqueles que não tenham aceitado a Jesus em sua vida, mas que se acham apegados ao pecado. Embora correndo o risco de excesso nestas considerações, e só com o ânimo de assentar de maneira precisa e irretorquível a verdade de que se trata de uma morte real e definitiva, da anulação total dos que tenham repelido a misericordiosa provisão divina, detalhamos em continuação uma série de vinte passagens bíblicas, que por certo poderiam multiplicar-se, e, utilizando distintos vocábulos, nos apresentam extraordinária reiteração desta verdade. Ao lado da referência bíblica correspondente, transcrevemos apenas a expressão chave.

Salmo 68:2 “Perecem os íniquos”.

Apocalipse 20:9 “Desceu fogo do céu e os consumiu“.

Isaías 1:28 “Serão juntamente destruídos“.

Naum 1:10 “Serão inteiramente consumidos como palha seca”.

Hebreus 10:27 “Fogo vingador prestes a consumir os adversários”

Romanos 2:12 “Perecerão“

Salmo 59:13 “Consome-os … para que jamais existam“

Salmo 145:20 “Os ímpios serão exterminados“

Mateus 3:12 “Queimará a palha”

Isaías 1:31 “O forte se tornará em estopa“

Salmo 104:35 “Desaparecem da Terra os pecadores e já não subsistam os perversos”

Salmo 92:7 “Serão destruídos para sempre“

Salmo 92:9 “Os teus inimigos perecerão“

Salmo 37:28 “A descendência dos ímpios será exterminada“

Salmo 37:22 “Serão exterminados aqueles a quem amaldiçoa”

Salmo 37:38 “Quanto aos transgressores serão a uma destruídos“

Salmo 94:23 “Pela malícia deles próprios os destruirá; o Senhor nosso Deus os exterminará”

Apocalipse 21:8 “A parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte“

Malaquias 4:1 “Pois eis que vem o dia, e arde como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem perversidade, serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raíz nem ramo“.

Romanos 6:23 “O salário do pecado é a morte“

Ezequiel 28:19 “Jamais subsistirás“

Qualquer comentário adicional a estes textos é supérfluo, ante à clareza contundente com que os mesmos reafirmam a destruição completa dos ímpios.

Que é o Inferno?

Porém, acaso não fala a Bíblia do inferno? – apresentar-se-á a objetar aquele que tenha lido o Livro dos livros. E respondemos: sim, existe um inferno, porém muito diferente daquele que nos tem sido apresentado desde nossa infância.

Analisemos, pois, o inferno em suas diferentes características: sua natureza e destino original; seu propósito e resultados; sua duração; o tempo em que realizará sua obra.

Apalavra “inferno”, que se utiliza no Antigo Testamento, foi traduzida do vocábulo hebraico SHEOL, que significa literalmente “sepulcro”, “sepultura”, “cova”, “abismo”, “fossa”. Este vocábulo hebraico foi traduzido em dezenas de passagens do Antigo Testamento como “sepulcro”, e umas poucas vezes como “inferno”. Porém nestes casos, assim como nos anteriores, não significa senão sepulcro, ou sepultura.

No Novo Testamento, “inferno” corresponde a dois vocábulos gregos. O primeiro HADES, que significa literalmente “sepulcro” ou “morte”. O segundo é GEENA, nome dado primariamente ao vale de Hinon, ao sul de Jerusalém, onde se deitavam os resíduos, os cadáveres dos animais e, também, dos malfeitores, que eram queimados nesse lugar.

Deixando de lado todas as passagens em que a palavra corresponde ao original SHEOL ou HADES, casos em que não há outro sentido que não morte ou sepulcro, analisemos os lugares em que no original se emprega o vocábulo grego GEENA. Neles, a palavra “inferno” designa um luga respecial em que, os que tenham rejeitado a misericórdia de deus serão destruídos pelo fogo. Assim por exemplo, no Sermão da Montanha, Jesus adverte sobre as funestas consequências de abrigar ira e rancor no coração, com estas palavras: “Todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”  (Mt 5:22). Aqui se esclaresce que o inferno será à base de fogo, e terá por propósito castigar o pecador.

O mesmo se observa nesta outra passagem: “Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o, e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado para dentro do lago de fogo” (Mat 18:9). Confirmando estas passagens, em Apocalipse 20:15 lemos que “se alguém não foi achado inscrito no Livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo”. Aqui se dá um nome distinto ao castigo final dos perdidos, denominado “lago de fogo”, que em S.Mateus, o Senhor chama “inferno de fogo”.

É de interesse, sem dúvida, recordar que esse inferno jamais foi feito para os seres humanos.Seu propósito original foi destruir os seres celestiais que se rebelaram contra o governo de deus e provocaram toda tragédia deste mundo: o diabo e seus anjos ou demônios. Assim declara o Evangelho ao relatar as palavras que o Mestre dirá no dia do ajuste final aos que não permitiram que o Evangelho os livrasse do pecado: “Então o Rei [celestial] dirá também aos que estiverem a sua esquerda: apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41).

Não existe um lugar definido do universo onde, neste momento, estejam ardendo os pecadores. O inferno da Bíblia, é o lago de fogo e enxofre que terminará com a rebelião e o pecado, será constituído em nosso próprio planeta, cujos elementos serão abrasados e se fundirão, no final dos tempos, quando chegar a hora em que Deus executar a sentença. Assim estabelece a Segunda Epístola de S. Pedro, ao dizer: “Ora, os céus que agora existem, e a Terra, pela mesma palavra tem sido entesourados para fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios” (2 Pedro 3:7). Note-se que a Terra e os céus atmosféricos que a rodeiam, estão reservados para o dia do juízo, em que serão destruídos pelo fogo, juntamente com os homens ímpios. Este conceito se acha mais esclarescido nas passagens seguintes do mesmo capítulo: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a Terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão” (2 Pedro :10-12). Insiste o apóstolo em que toda esta obra destrutiva se fará “no dia do juízo”, no “dia do Senhor”, no “dia de Deus”.

Não poderiam, pois, os pecadores estar ardendo, nestes momentos, nas torturantes chamas de um inferno atual – fruto da fantasia e dogmas populares – quando a mesma Escritura estabelece  inconsciência total e absoluta dos mortos ( João 11:11, Ecles 9:5-6, Salmo 146:4), até o dia da ressurreição, em que receberão o galardão conforme as suas obras (João 5:28-29).

Há um Inferno Eterno?

Que duração tem o castigo do inferno? Por quanto tempo continuará ardendo a Terra e sendo queimados os pecadores?

Esse inferno dura tão só enquanto realiza sua obra triste, porém necessária de purificar a Terra pelo fogo e destruir Satanás, origem de todo engano, pecado e dor, a seus anjos sequazes, e aos seres humanos que não atendendo aos chamados da misericórdia de Deus, preferiram apegar-se ao pecado, rechaçando o plano da gratuita salvação que o Criador lhes oferecia por meio de Cristo Jesus.

A série de diferentes vocábulos acima mencionados, que as Escrituras usam, tanto no Antigo como no Novo Testamentos, para se referir ao castigo dos homens que não se tenham preparado para o futuro reino imortal, convencem com força de evidência indiscutível da destruição completa de tais pessoas, e anulam de maneira irrefutável a crença num inferno perpétuo. Dificilmente poderíamos achar, no vocabulário humano, gama mais variada e completa de palavras, para reiterar o pensamento de uma morte real e destruição definitiva.

Sem dúvida, alguns sinceros estudiosos da Bíblia descobriram umas poucas passagens, que parecerão contradizer essa multidão de textos, ensinando o castigo eterno. Essas declarações são de três tipos, e vamos analisá-las detalhadamente, em tópicos correspondentes.

A) Fogo Inextínguível; Fogo que Nunca se Apaga

(S.Mateus 3:12; S,Lucas 3:17; S.Marcos 9:44)

Estes versículos falam do fogo que devorará os ímpios, e usam uma mera figura literária, uma hipérbole, que não se pode entender literalmente, mas é necessário interpretá-la em função de todo o conjunto de declarações bíblicas que tratam do mesmo assunto.

Esse “fogo que nunca se apaga”, apagar-se-á sem dúvida quando tenha cumprido sua obra de consumir e destruir a Satanás e seus anjos, a todos os ímpios e à Terra inteira, com todos seus elementos. Vamos demonstrar que isso é assim e que se trata de mera figura. S. Pedro declara em sua segunda Epístola, com respeito ao fim dos maus: “Ora, os céus [atmosféricos] que agora existem, e a Terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para fogo, reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios…Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a Terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Pedro 3:7-12).

É esseo fogo a que aludem os versículos dos Evangelhos, que mencionam o “fogo que nunca se apaga”. É o fogo que consome a Terra e seus ímpios moradores. Porém esse fogo “que nunca se apaga”, segundo o Novo Testamento, apagar-se-á completamente, pois S. João, na sua última e gloriosa visão profética do Apocalipse nos diz: “Vi novo céu e nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém” (Apoc 21:1-2). E assim continua descrevendo a morada dos remidos, com todas as suas formosuras e maravilhas. Assim pois, a terra que estava ardendo, S.João a viu afinal transformada num precioso vergel. O “fogo que nunca se apaga” enquanto tenha o que queimar, se extinguirá.

B) “Fogo Eterno; Castigo Eterno”

(S. Mateus 18:8; S. Mateus 25:46)

Já vimos que esse “fogo eterno” que se incendeia para abrasar a Terra, por ocasião do juízo retribuitivo de deus, termina, pois essa mesma terra S. João a viu formosa e renovada.

A palavra “eterno” e a expressão “para sempre” não denotam em todos os casos – na Bíblia – duração ilimitada. Por exemplo, o livro de Êxodo, quando fala do sistema de servidão entre os hebreus, diz que o servo que aos sete anos preferia ficar voluntariamente com seu amo, não aproveitando a liberdade gratuita, seria servo “para sempre” (êxod 21:2-6). Porém, em levítico 25:39-41 se conclui que toda servidão cessa automaticamente no ano do jubileu; de maneira que “para sempre” não implicava perpetuidade.

O profeta Jonas se refere ao tempo em que esteve no ventre do peixe, com estas palavras: “Desci à terra cujos ferrolhos se correram sobre mim para sempre“. Porém na linha seguinte diz: “contudo fizeste subir da sepultura a minha vida, ó Senhor, meu Deus!” (Jonas 2:6-7). De maneira que outra vez a expressão “parasempre” denota tempo muito limitado.

Em S.Judas lemos o seguinte sobre o castigo dos anjos caídos: “E os anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande dia” (Judas 6). Quer dizer que as “algemas eternas” duram só até o “juízo do grande dia”.

De igual maneira o mesmo S.Judas assinala no versículo seguinte, que as corrompidas cidades de Sodoma e Gomorra “são postas para figura do fogo eterno, sofrendo punição” (Judas 7). Aqui se alude ao fogo que Deus fez descer do céu e que consumiu estas cidades, e não ao fogo do juízo vindouro, pois Jesus, ao falar do castigo definitivo de Sodoma e Gomorra, fala no futuro (Mat 10:15). Mas o interessante é que o fogo que consumiu Sodoma e Gomorra e que a Bíblia chama “eterno”, faz tempo que deixou de arder. Outra vez se observa que a palavra “eterno” não denota, nestes casos duração ilimitada.

Que são pois “fogo eterno” e “tormento eterno”? São um fogo ou tormento de consequências eternas, pois extinguirão completamente a pessoa, não deixando “nem raiz nem rama”. Exemplo desta acepção do vocábulo “eterno” o temos nos seguintes casos:

II Tessalonicenses 1:9 “Estes sofrerão penalidade de eterna destruição”

Hebreus 6:2  ”Juízo Eterno” (aqui a palavra juízo não se refere a castigo, mas ao estudo prévio do caso, pois a palavra original é Kríma, e procede do verbo Krino, que significa “discernir, examinar”.

Nem o juízo nem o exame nem a perdição são algo iterativo, que continua a se realizar através de toda a eternidade. Por conseguinte, é óbvio que, tanto a perdição como o exame do caso dos seres humanos que se faz no juízo investigativo, são eternos em suas consequências. Assim, também, é o fogo destruidor dos ímpios.

Deus não envia esse fogo sobre a Terra, para alegrar-Se no sofrimento. Para Ele, a tarefa de castigar é um mal necessário, mas contrário a Sua natureza. Por isso o Senhor qualifica de “estranha” essa obra: O profeta Isaías afirma: “Porque o Senhor Se levantará como no Monte Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para realizar a Sua obra, a Sua obra estranha, e para executar o Seu ato inaudito” (Isaías 28:21). Como o cirurgião que se vê na imperiosa necessidade de amputar um membro pela raiz, para salvar a vida, realiza estranha obra, lamentando ter que fazê-lo, o divino Cirurgião terá que efetuar a desagradável obra de apagar da existência, no dia da sentença final, todo o que não tenha se preparado para a nova ordem mundial de perfeição e paz, e que ademais poderia ser um germe de dissolução.

Por esta razão o Senhor faz este rôgo amoroso, agora que está ao alcance dos filhos de Adão o prevenir-se da destruição eterna, e tomar as providências necessárias: “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, porque morreríeis, ó casa de Israel? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e viveis” (Ezeq 18:31-32). Estas palavras são ditadas pelo terno amor que Deus dedica a cada um de nós, seres feitos a Sua imagem e semelhança. Mesmo quando enfrentamos as debilidades da carne, e nos vemos submetidos aos efeitos do pecado, que é a violação da lei divina, se aceitarmos o convite de Deus, submetendo-se à influência de Seu poder em nossos corações, seremos transformados e convertidos; receberemos um coração novo, e estaremos assim preparados para morar no reino eterno de justiça, paz e felicidade, onde tudo será alegria e perfeição. Eis aí o destino glorioso que Deus tem reservado para cada um de nós, se tão somente decidirmos submeter-nos ao maravilhoso plano divino que transforma e marca novos rumos à vida.

Quando Deus finalizar a estranha obra de purificar do pecado a Terra, quando nosso planeta deixar de ser o lago de fogo em que se converterá por breve lapso de tempo, cristalizar-se-á a magnífica e grandiosa visão profética que Deus mostrou ao apóstolo amado, as glórias inefáveis do Éden restaurado: Vi novo céu e nova Terra” – Exclama S. João – “… Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da parte de deus ataviada como a noiva adornada para o seu esposo. Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles … E a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apoc 21:1-4). Queira Deus que todos nós que lemos estas linhas, desfrutemos do inefável gozo eterno desse mundo radiante do futuro.

Extraído do livro Paz na Angústia de Fernando Chaij ( CPB – 1967).
Via Sétimo Dia

Informativo Mundial das Missões – 27/10/12

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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Temor aos Espíritos



Uma das coisas que mais me aterrorizavam nos dias de minha infância, eram os relatos vívidos que ouvia, de vez em quando, sobre aparições de espíritos, encontros misteriosos, manifestação de fantasmas e uma série de outros fenômenos de caráter desusado e sobrenatural. A verdade é, sem dúvida, que não somente as crianças, ante às quais se comete o erro de mencionar tais cenas. os que vivem angustiados, mas milhares de adultos experimentam também temores com respeito à ação dos espíritos que têm, segundo eles a faculdade de atuar em benefício ou detrimento dos seres humanos.

E estas angústias não são apenas patrimônio de certo tipo de pessoas de baixo nível cultural, propensas a superstições, mas também podem ser observadas em gente de maior educação, céticos por natureza e parcos para aceitar qualquer coisa que não se possa explicar de forma lógica e convincente.

Precisamente o que tem submergido muitos na incerteza, com respeito à atividade dos espíritos, infundindo-lhes medo, é a militância no espiritismo e a participação em suas sessões e práticas.

Por isso, convém que falemos um pouco sobre o despertar do espiritismo moderno. Na realidade a história do espiritismo, nas suas formas antigas, data dos próprios albores da humanidade. Os livros do Antigo Testamento contém reiteradas alusões aos cultores destas práticas, aos quais denominam de agoureiros, forjadores de encantamentos, sortílegos, feiticeiros, magos, adivinhadores, os que consultam a píton, os que consultam aos mortos etc.

O Despertar do Espiritismo Moderno

Sem dúvida, a etapa moderna da milenária história do espiritismo teve início, praticamente no ano de 1848 na América do Norte, na povoação de Hydesville, Estado de Nova York. A família foz, que acabava de se instalar numa casada vizinhança, começou a ser molestada por ruídos misteriosos e estranhos logo desde as primeiras noites. Embora a princípio tivessem procurado explicação para esses ruídos ficou evidente que eram produzidos por um poder extra-humano e sobrenatural.

Certa noite, uma das filhas da família disse algo assim: “Mandinga, faz como eu faço”. Para assombro seu os ruídos começaram a responder de maneira aparentemente inteligível. As duas senhoritas, que a princípio se assustaram pelo fenômeno extraordinário, logo se transformaram em médiuns.

O intercâmbio de mensagens com os espíritos continuou sendo cultivado e aperfeiçoado, até que por esse meio, um dia foi recebida a informação de que uma pessoa morta há anos atrás, se achava enterrada em certo lugar da casa. A investigação comprovou a veracidade dessa mensagem.

Com base nestas experiências, evidentemente bem sucedidas, cuja notícia cruzou o continente em várias direções com desusada rapidez, despertou-se grande interesse no trato com os espíritos, e o espiritismo começou a ser praticado em todos os âmbitos tanto do Novo Mundo, como da velha Europa. Desta maneira, as estatísticas indicavam que em 1892 só na América do Norte o espiritismo tinha onze milhões de adeptos, que abrigavam a ilusão de poder comunicar-se com seus mortos e receber grandes benefícios por meio destas práticas misteriosas. Em 1912 existiam nada menos que dez mil médiuns e grande número de propagandistas.

Há Alguma Coisa de Sobrenatural no Espiritismo?

Há realmente algo de sobrenatural no espiritismo, ou se trata de meros subterfúgios e de arte de prestidigitação enganosa? Respondemos dizendo que não se pode negar o caráter sobrenatural de grande parte dos fenômenos espiritistas, e que a própria Ciência não está hoje em condições de desvirtuá-lo, não obstante o ceticismo de muitos, até ao ponto de existirem centenas de investigadores científicos e homens eminentes no campo da medicina, das ciências físico-químicas, da biologia, da astronomia, da filosofia, que não somente aceitam o espiritismo como real, mas que tem tal convicção a respeito, que são induzidos a praticá-lo.

Embora exista alguma coisa de artificioso e de prestidigitação, ninguém pode ignorar o fato de que nas autênticas sessões espiritistas intervém verdadeiros espíritos, seres de natureza extraterrena e sobre-humana que realizam fatos verdadeiramente assombrosos. Estes fenômenos assumem diferentes modalidades, golpes na parede, ranger de correntes, pequenos objetos que flutuam no ar no recinto onde se realiza a sessão, móveis pesados que se deslocam, mudam de lugar e são as vezes trasladados para fora sem intervenção humana, instrumentos musicais tocados por mãos misteriosas e invisíveis, mensagens escritas com a letra do morto etc. As vezes as chapas fotográficas ficam impressas com os difusos contornos dos espíritos. Em ocasiões são vozes estranhas que se fazem ouvir e que pretendem pertencer ao morto, cujo espírito se invoca. De vez em quando se recebe alguma mensagem bem definida e concreta, referente a algum segredo da vida do falecido. E até se dá o caso de se manisfestar em algumas ocasiões uma espécie de materialização do espírito, pela emanação de uma estranha substância chamada matéria astral, que sai do médium e assume a forma do morto.

Algumas universidades européias estabeleceram cátedras para o estudo e a investigação destes fenômenos do ocultismo e de outras disciplinas mais ou menos semelhantes, às quais se dão diversos nomes, como magnetismo, hipnotismo, telepatia etc. As duas grandes guerras do século passado aumentaram mutíssimo o interesse popular por estes problemas, e produziram verdadeira efervescência de interesse em torno do espiritismo.

Um dos mais altos dirigentes desta ideologia afirmou que atualmente se realizam nada menos de dez mil sessões espiritistas particulares em diversos lares de uma só nação do mundo: Inglaterra. Em nossos países latino-americanos podem observar-se centros espiritistas em quase todo bairro das cidades mais importantes, e se realiza intensa e constante propaganda, inteligentemente planejada para impressionar tanto religiosos como livres pensadores. Pelas ruas, abundam grandes letreiros com legendas como estas:O espiritismo matou o materialismo com fatos”; “O espiritismo é uma ciência que conduz a Deus” etc.

Em sua forma ultra moderna, o espiritismo invadiu os círculos científicos e universitários com o nome de parapsicologia, disciplina que intenta estudar como processos científicos os fenômenos da mediunidade e clarividência, e a múltiple atividade dos espíritos entre os vivos.

Por outro lado, o espiritismo está colocando ênfase crescente na cura de enfermos, atribuindo virtude curadora aos espíritos. Tornou-se também muito ativo no desenvolvimento de um movimento educacional para ganhar a juventude. Por último, está-se generalizando um novo tipo de clarividência que leva sua ação da sala obscura à plataforma pública, onde se realizam episódios realmente estranhos e inexplicáveis, ante grandes multidões em plena luz do dia.

Descrevendo uma destas demonstrações públicas de clarividência realizada, realizada na cidade de Londres, e explicando de passagem como o espiritismo moderno se está revestindo de uma capa de cristisnismo para captar o interesse dos religiosos, o Sr. Elman J.Folkenberg, clérigo que então exercia seu ministério na capital inglesa, relatou na revista Ministry o interessante caso:

“Asreuniões que o Sr. José Benjamim – um dirigente espírita – realiza duas vezes por semana são características desta nova e agressiva campanha. Apesar da entrada que se cobra de um xelim, acodem grandes multidões. Por espaço de uma hora e meia o Sr. Benjamim percorre a plataforma, causando a impressão de manter o auditório na palma da mão. Suas demostrações de mensagens físicas são salpicadas liberalmente de numerosas citações bíblicas, muitas das quais habilmente isoladas de seu contexto e usadas equivocadamente com estranha afetividade.

“Certo dia – continua relatando o pastor Folkenberg – quando ia a caminho de uma das reuniões do Sr.Benjamim, desci a uma estação subterrânea próxima do auditório onde se realizava a reunião. Acercou-se de mim um agradável casal perguntando pelo Forester´s Hall. Depois de dizer-lhes que eu também estava à sua procura, seguimos juntos. Meus novos amigos me disseram que era a primeira vez que iam a uma reunião dessa espécie…Por casualidade encontramos três lugares juntos.

“Após o serviço de canto, seguiu-se um serviço devocional de dez minutos…Depois de cantar outro hino, o conferencista iniciou uma das apresentações mais assombrosas que já presenciei. Em meio de suas mensagens, supostamente procedentes de espíritos dirigentes do outro mundo, deteve-se e disse: “Entre as numerosas pessoas que vieram pela primeira vez a este lugar, encontra-se um cavalheiro e uma dama que chegaram da cidade de Cabo, Sul da Africa, em 6 de abril”. Voltando-se repentinamente para nós, apontou diretamente para a última fila, onde estávamos assentados, e prosseguiu: “Vou dizer o nome agora… N___…sim, o Sr.N___ e sua esposa”, e apontou para os novos amigos a quem eu encontrara na estação do subterrâneo. Os rostos destas pessoas revelaram profundo assombro. “Faz menos de seis semanas – continuou o orador – a querida irmã da Sra.N___faleceu e cruzou para o outro mundo” E sem a menor vacilação acrescentou: “Pelo correio desta manhã ela recebeu um grande envelope aéreo, com uma carta e uma fotografia de sua irmã desaparecida” Fazendo uma pausa anunciou: “Essa fotografia foi tirada na praia da cidade de Cabo dois dias antes de sua morte, ocorrida num acidente automobilístico. E mais – disse com decisão – a Sra.N___tem consigo a fotografia no compartimento direito de sua carteira de cor castanha”

“Com mão tremente, a Sra.N___tirou a fotografia da carteira, bem como a carta que lhe havia chegado naquela manhã. “E – perguntou o orador – como sei eu tudo isto? Porque sua irmã está de pé ao meu lado neste instante!”

Era certo que o espírito dessa senhora se achava junto do conferencista que revelava aqueles dados tão precisos, sem que nenhuma pessoa humana lhos tivesse revelado? E se tal não fora o caso, como podia ser tão específico e tão exato na apresentação dos mesmos? Breve tornaremos a este ponto e daremos a resposta a ambas as perguntas.

Primeiro, elucidemos esta outra interrogante:

É o Espiritismo Cristão? Há harmonia entre o Espiritismo e a Bíblia?

Na sua forma mais recente, o espiritismo pretende terestreita vinculação com o cristianismo. Reveste-se de uma capa religiosa cristã, e em seus centros, organizados as vezes com o nome de “escolas”, invoca-se reiteradamente a Cristo e citam-se passagens da Escritura, de maneira que mesmo alguns dos dirigentes religiosos ficam perplexos diante deste avanço e até se interrogam se afinal o espiritismo não é um aliado da religião de Cristo, porquanto dá evidência de que o homem sobrevive à morte. Achamo-nos pois no direito de estabelecer de forma clara e incontrovertível a verdade de que o espiritismo se acha em franca contradição com os princípios fundamentais do cristianismo, conforme passaremos a demonstrar, valendo-nos das Sagradas Escrituras, o grande livro inspirado, sendo portanto a única autoridade suficiente no assunto.

Primeiro: A imortalidade da alma e sua sobrevivência após a morte antes da hora da ressurreição, doutrina básica do espiritismo, ensinada com tanto fervor porseus dirigentes, é um postulado totalmente antibíblico e se baseia na primeira mentira de que temos registro, pronunciada por Satanás nos primeiros dias da história humana, no jardim do Éden. De fato, quando o pai da mentira – nome que as Escrituras dão a Satanás – apareceu na Terra para perturbar os planos de paz, perfeição e harmonia que Deus tinha para nossa humanidade, apresentou-se a nossos primeiros pais astutamente encarnado numa formosa e sedutora serpente, que utilizou como médium. “Do fruto da árvore que está no meio do jardim, – havia declarado o criador ao primeiro par – … Dele não comereis, nem tocareis nele, paraque não morrais. Então a serpente disse à mulher:” – continua o relato inspirado – “É certo que não morrereis” (Gênesis 3:3 e 4). Segundo Apocalipse 12:9 essa serpente é Satanás.

Lamentavelmente, esse primeiro engano – “Não morrereis” – tem servido de base a uma série de sistemas espiritualistas e religiosos, que postulam a sobrevivência dos mortos.

No capítulo anterior explicamos e documentamos biblicamente os seguintes fatos:

1) Que não existe uma entidade imaterial, imortal, chamada alma, que se desprende do corpo por ocasião da morte, para continuar vivendo.

2) Que o ser humano é formado de dois fatores: a) o corpo, ou substância material; b) o espírito, ou fôlego, alento ou sopro de vida procedente de Deus.

3) Que a alma vivente não é outra coisa senão o ser vivo, resultado da união do sopro divino com o corpo humano antes inerte.

4) Que em nenhuma parte das escrituras é atribuída imortalidade à alma ou ao espírito. Antes pelo contrário, afirma-se que “a alma que pecar, essa morrerá”.

5) Que quando ocorre a morte, o espírito ou sopro de vida volta para Deus, Fonte originária da energia vital, ao passo que o corpo se decompõe e se converte em pó.

6) Que portanto, a situação do além-túmulo é de absoluta inconsciência: “Os mortos nada sabem…não tem eles parte alguma do que se faz debaixo do sol” (Ecles 9:5-6).

7) Que essa inconsciência perdurará até o dia da ressurreição que, além dos frios portais da tumba, permitirá aos seres preparados entrarem no eterno e glorioso reino de Cristo, ao passo que os não preparados, ressuscitarão para a destruição eterna.

De maneira que em sua primeira e fundamental doutrina, o espiritismo contradiz um ensinamento básico da revelação divina, pois que se fundamenta na primeira grande mentira de satanás.

Segundo: A mesma filosofia do espiritismo, colocada sob os raios do poderoso refletor espiritual das Sagradas Escrituras, acha-se de todo em contradição ao cristianismo. Ao passo que o espiritismo ensina que o homem se salvará infalivelmente por um processo mais ou menos extenso de sofrimento em virtude da transmigração do espírito pela reencarnação, a Bíblia declara da maneira mais categórica, que os esforços humanos não bastam para chegar a Deus, após ter violado Suas santas leis; que a única forma de obter a salvação e a imortalidade é aceitando, pela fé, a Jesus Cristo como Filho de deus humanizado, como o Salvador da humanidade e da alma em particular.

Tereceiro: Segundo a Bíblia a reencarnação não existe. Ésó uma teoria enganosa destinada a desviar a humanidade da única senda que conduz à felicidade eterna. O apóstolo Paulo afirma em termos precisos que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo” (Hebreus 9:27). O tribunal de Deus decidirá, num dia por ele estabelecido (Atos 17:31), a sorte eterna que tocará a cada pessoa depois da morte, no dia da ressurreição.

Devido às bases sobre as quais repousa o espiritismo, tanto nas formas antigas como modernas, serem totalmente opostas aos grandes princípios do cristianismo, nas Sagradas Escrituras acham-se declarações que condenam severamente todo este tipo de práticas. Por exemplo no livro de levítico o Criador deixou registrada a seguinte ordem direta: “Não vos voltarei para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 19:31).

Em outra passagem é confirmado e reforçado este estado de coisas nas seguintes palavras: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor” (Deut 18:10-12). É de se notar que esta passagem apresenta extensa lista de personagens que, embora através dos tempos tenham recebido diversos nomes, possuíam todos o mesmo ofício: comunicação com os espíritos que se supunha serem dos mortos. E é assegurado que o participar destas atividades “é abominação ao Senhor”.

Por certo é natural o anelo do homem de indagar o que se refere à vida além-túmulo, de desvendar o véu que oculta o porvir, porém eis aqui o conselho que a propósito, nos dá Deus em Sua Palavra: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?” (Isaías 8:19)

Não há dúvida que o homem tem um meio muito mais recomendável e infinitamente mais eficaz do que o espiritismo e a suposta comunicação com os mortos, para conhecera verdade referente ao além e para encontrar consolo nas tribulações e alívio nas dores. Na Palavra de deus, que tem o selo de uma autoridade soberana, acham-se esclarescidos todos os mistérios referentes ao futuro da vida humana e resolvidos todos os problemas que nos oprimem o coração. Recorrendo com devoção e reverência a suas páginas, veremos todas as nossas dúvidas dissipadas, adquirindo sentimento de confiança e firmeza.

Por outro lado, podemos pôr-nos em contato direto com o Deus infinito por meio da prece e oração sincera e dizer-lhe: “Pai nosso que estás nos Céus”, confiando-lhe todos os nossos problemas, solicitando conselho, consolo, ajuda e força para toda emergência da vida.

A toda a alma que anela a imortalidade e o aperfeiçoamento de seu ser e que tem buscado estes bens na vã esperança da reencarnação, indicaremos as áureas portas abertas, de par em par, que dão acesso ao único caminho que conduz a vida perpétua, à salvação eterna e a felicidade perfeita, neste mundo e no vindouro, a saber, Jesus Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira” – Expressou S.João – “que deu o Seu filho unigênito, para que todo o que nÊle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Aceitando pela fé ao Senhor Jesus, entregando-lhe a vida e o coração, dispondo-nos a seguir seus preceitos, abrigamo-nos à misericordiosa provisão divina que nos outorga a ventura e a imortalidade.

Quem são os espíritos do Espiritismo?

Sendo assim, o contato com os espíritos, que nestes dois últimos séculos tem sido denominado espiritismo, constitui uma doutrina e um procedimento sumamente antigos. Nos livros do Antigo Testamento, conforme já explicamos, achamos frequente menção de práticas espiritistas, realizadas por feiticeiros, pitonisas, cultores da necromância, agoureiros, sortílegos etc. Nos grandes impérios da antiguidade existia todo um extenso séquito de praticantes destas artes que, sustentados pelos monarcas absolutistas, eram conselheiros dos reis e seus arúspices. A base dos célebres oráculos gregos nada mais era que este trato com os espíritos.

Porém antecipamos já a próxima impaciente pergunta do leitor: Se não há dúvida alguma de que nestas atividades se está em contato com poderes sobrenaturais e com espíritos e forças extra-humanas e estraterrenas capazes de manifestações surpreendentes, e se estes espíritos, segundo os claros ensinos das escrituras, não pertencem aos mortos, pois estes jazem na inconsciência e não podem comunicar-se com o mundo dos vivos, então quem são esses espíritos? Qual é sua história? Qual sua missão? Onde habitam?

Não há dúvida alguma de que são potências espirituais as que fazem sua aparição e manifestam seu poder nas sessões espíritas. O que desejamos saber de forma inequívoca é quem são esses espíritos do espiritismo. Este afirma que são espíritos desencarnados de mortos, que afluem por convite especial ou invocação do médium.

Ao abordaresta importante pergunta, de novo temos que reconhecer que nenhuma autoridade humana está em condição de nos elucidar este problema, porque é um assunto que foge completamente ao conhecimento e investigação do homem. O que nos digam os mais destacados autores, os mais célebres teólogos, os mais conspícuos dirigentes do espiritualismo, tem só o valor de uma mera opinião humana. Unicamente as sagradas escrituras, que contém a revelação da vontade divina, e cuja superior inspiração é um fato assentado, podem com verdadeira autoridade responder a esta interrogante e nos dar a satisfação de haver encontrado a solução final desta sutil e debatida questão.

Precisamente sobre este assunto das relações com os espíritos, bem como sobre a condição do homem no além-túmulo, as escrituras contém inumeráveis referências de total clareza. Por exemplo, e conforme demonstramos no estudo anterior, em nenhuma parte da Bíblia se fala da alma ou do espírito como de algo imortal ou eterno, mas pelo contrário, emvárias passagens é mencionada a morte da alma.(Ezeq. 18:4, Mat 19:28, Jó 36:14). Em outras palavras, o homem é por natureza mortal, e a imortalidade somente pode ser recebida oportunamente e como resultado da aceitação do Evangelho de Cristo, cujo podertransforma o coração e dá ao ser humano a vida eterna. “Porque o salário do pecado é a morte” – disse o apóstolo Paulo – “Mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rom 6:23)

Por outro lado, a palavra de Deus, longe de ensinar que a alma é uma entidade imaterial, eterna e indestrutível, pela qual a pessoa prossegue vivendo, pensando e sentindo depois da morte, estabelece da maneira mais categórica que, depois da morte, o ser humano permanece submerso numa absoluta inconsciência, semelhante à do sono tranquilo e profundo. (João 11:11, Ecles 9:5-6, Salmo 146:4).

Assim sendo, se pela revelação divina sabemos que “os mortos não sabem coisa nenhuma, porque a sua memória jaz no esquecimento…Para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Ecles 9:5-6). Se Deus mesmo afirma na Sua Palavra que “nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios” (salmo 146:4), torna-se evidente que a afirmação de que as potências que se manifestam nas sessões espiritistas são os espíritos dos seres humanos mortos, é totalmente falsa e enganosa. A doutrina espiritista baseia-se na primeira mentira pronunciada no nosso planeta, quando a serpente disse a Eva: “Não morrereis”, em contraposição ao que Deus havia dito ao primeiro par: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gen 3:4; 2:17). Fica demonstrado, pois, pela autoridade divina da Palavra de Deus, que os espíritos do espiritismo não são, nem podem ser os espíritos dos mortos.

Se não nos achamos em presença dos espíritos dos mortos, quem são estes poderes sobre-humanos com capacidade de manifestar-se de maneira extraordinária e milagrosa?

História de uma Grande Batalha

Pararesponder a esta pergunta temos que nos remontar aos acontecimentos relacionados com uma grande batalha ocorrida no Céu, mencionada no capítulo 12 de apocalipse, escrito por S.Jão, o revelador: “Houve peleja no Céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seus anjos” (Apoc 12:7-9).

Dois são os personagens principais desta espetacular batalha: de um lado Miguel, ou seja Jesus, o chefe supremo das hostes angélicas fiéis, e de outro lado o dragão, que capitania certo número de anjos adeptos seus. A passagem esclaresce, de imediato, que o grande dragão é a “antiga serpente, que se chama diabo e Satanás”. Diz mais que é uma potência enganadora, e que como resultado da peleja foi vencido e atirado à Terra juntamente com os anjos que o seguiam.

Deonde procede Satanás ou o Diabo? Como é que conseguiu seduzir uma hoste de anjos, que se tornaram demônios e participam desta funesta tarefa de enganar a todo o mundo? Sabemos alguma coisa mais concreta sobre esta potência maléfica, de suas atividades, de seu poderio? Satanás e os anjos caídos, são poderes reais que atuam na vida e experiência humanas, ou constituem mera referência alegórica?

No Antigo Testamento acha-se registrada a triste história daquele que uma vez fora o ser angelical mais exaltado do universo: Lúcifer, a quem Deus criara perfeito e dera a elevada missão de “querubim da guarda”, pois era o “filho da alva” (Ezeq 28:12-18, Isaías 14:12-16). Porém ele permitiu que a soberba e a ambição o corrompessem, pois quis ser semelhante à Divindade, e ao iniciar uma campanha entre os anjos para seduzi-los, encabeçou uma rebelião contra o governo de Deus, pelo que foi aviltado e arrojado de sua magnífica morada, arrastando em sua queda importante parte da hoste celestial, que conseguira enganar.

O apóstolo Paulo, falando com a autoridade que lhe confere sua inspiração divina, sobre a natureza e existência real do diabo e sua côrte, afirma: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e , sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebrosos, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12).

O inspirado escritor do Novo Testamento menciona aqui forças espirituais do mal, principados e potestades que, embora invisíveis aos olhos humanos, são de existência absolutamente real, que guerreiam contra os filhos de Deus, de tal maneira que nossa luta como seres humanos é bastante desigual, pois não a entabulamos contra inimigos semelhantes a nós, de carne e sangue, mas contra esses opositores muito mais temíveis, pois que ocultos na sombra.

Filiação dos Espíritos Invisíveis

Esta notável referência foi confirmada por uma clara acusação que o Senhor dirigiu a um grupo de judeus, ao dizer-lhes: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhes aos desejos”. E continuando seu discurso sobre o diabo disse: “Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44).

Assim sendo, os misteriosos personagens que produzem as estranhas manifestações sobre-humanas, nas sessões espíritas tem três características distintas:

a) São espíritos invisíveis, ou seja “hostes espiritusias”.

b) São mentirosos e enganadores, porque afirmam seros espíritos dos mortos, quando a Bíblia estabelece a impossibilidadede semelhante pretensão.

c) São poderosos, inteligentes, sobrenaturais, capazes de efetuar tarefas impossíveis para o homem.

Precisamente essas três características são preenchidas por Satanás e os demônios ou anjos caídos, pois conforme os textos bíblicos enunciados, trata-se de seres não de carne e sangue, mas espirituais e invisíveis; ademais são seres mentirosos, que procedem do pai da mentira, e que enganam “a todo mundo”; e por fim possuem poderes sobre-humanos.

Quando o apóstolo Paulo se refere à aparição do Anticristo, diz que “o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com grande poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça,” com o qual fica confirmado o caráter enganoso do diabo e seus anjos, e sua faculdade de realizar milagres e prodígios assombrosos que transcendem o poder humano.

Estes espíritos maléficos de filiação satânica se relacionam estreitamente com os seres humanos, buscando influir em seus pensamentos e ações, criando egoísmo, atiçando desinteligências, promovendo ódios, crimes e toda sorte de pecados e maldades.

Qualquer destes espíritos, que tivesse acompanhado uma pessoa através da vida, interessando-se em tudo quanto faz e influenciando-a para o mau sentido, a fim de conseguir sua final destruição, acha-se tão compenetrado de seus segredos e idiossincrasia, que depois de sua morte está em condições de reproduzir sua voz, sua letra, seus contornos físicos, sua fisionomia e aparecer em uma câmara espírita fazendo-se passar pelo morto. Por outro lado, Satanás e seus demônios podem realizar todas as demais manifestações milagrosas, próprias dessas reuniões. Foi muito fácil, para um desses espíritos, fazendo-se passar pelo espírito daquela irmã da Sra N___, revelar ao Sr. José Benjamim, no Forester´s Hall, toda uma série de preciosos detalhes de sua vida.

Porém a obra mestra de fraude que o diabo e seus anjos efetuam não termina aqui, pois ele procura enganar, se fosse possível, até aos filhos de Deus, já que nosso Senhor Jesus Cristo, em Seu memorável sermão profético, ao referir-se aos falsos cristos e falsos profetas que procurariam falsificar o acontecimento glorioso de Sua segunda vinda (Mt 24:5 e 11), faz a seguinte advertência: “Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo ali! não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar se possível, os próprios eleitos.Vêde que vo-lo tenho predito. Portanto se vos disserem: Eis que Ele está no deserto! não saiais: Ei-lo no interior da casa! não acrediteis. Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser avinda do filho do Homem” (Mt 24:23-27).

Cristo virá segunda vez com poder e grande glória nas nuvens do céu, e todo o olho o verá, de forma tão visível e manifesta como o relâmpago que fulgura no céu numa noite tenebrosa. Porém entre os diversos métodos com que o arquienganador procurará falsificar este glorioso sucesso, figura o do “interior da casa”. Pelo que Jesus mesmo adverte que quando “vos disserem: … Ei-lo no interior da casa! Não acrediteis”. Efetivamente, tem sido proclamada a aparição de Cristo no interior de centros espíritas, e se tem publicado inumeráveis mensagens como provenientes do espírito de Cristo, aparecido a instâncias de um médium numa sessão espírita. Eis aí a culminação das enganosas pretensões do espiritismo.

Embora apreciemos profundamente a todos os espíritas sinceros, vemo-nos na obrigação de estabelecer com a autoridade da divina Palavra inspirada, a filiação satânica do espiritismo, cuja prática não só engana e afasta o homem do Evangelho salvador, mas perturba a alma, submerge o ser humano na desorientação e desespero, e frequentemente lhe transtorna as faculdades mentais. Conversávamos, não faz muito tempo, com um profissional que trabalha no maior hospício de alienados da cidade de Buenos Aires, e ele nos disse que nas histórias clínicas de grande quantidade dos enfermos mentais do estabelecimento, figura a constância de que tiveram vinculação com o espiritismo.

Esta é a razão pela qual, de maneira terminante e enfática, a Bíblia condena o espiritismo e o proscreve como abominação ao Senhor. (Deut 18:10-12).

A pergunta que fica por responder é agora a seguinte: Se os espíritos do espiritismo não são os dos mortos, mas os de Satanás e dos demônios, onde estão os mortos? Que é inferno? Estão alguns dos mortos ardendo no fogo eterno que nunca se pagará, e outros gozando das bem-aventuranças do paraíso? Este é o tema que, mercê de Deus, abordaremos no próximo estudo.

Proteção Eficaz

Não obstante, ao finalizar estas considerações, queremos fazê-lo com chave de ouro. É certo que Satanás e seus anjos são seres reais de um poderterrível e extraordinário. Écerto que o diabo, vosso adversário,  - segundo a expressão de S.Pedro – “anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (I Pedro 5:8). É certo que “o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apoc 12:12). Porém é gloriosamente certo também que Satanás é um inimigo vencido, um adversário derrotado. Falando proféticamente da ocasião em que o Senhor havia de espirar, como nosso Salvador na cruz do Gólgata, a fim de nos devolver a vida eterna que o diabo nos quiz tirar, Cristo exclamou: “Eu vi a Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18).

Todo filho de Deus pode fazer sua a vitória conquistada pelo mártir do Gólgota, reclamando com fé o poder divino e aceitando a Jesus como seu Salvador. Por isso é que o apóstolo Paulo, quando menciona quão temíveis são essas potências espirituais contra as quais temos que batalhar, nos dá este conselho: “Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; … embraçando sempre o escudo da fé com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efés 6:11-16). “Graças a Deus” – prorrompe mais adiante com entusiasmo – “que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor JesusCristo” (1 Cor 15:57). “Resisti ao diabo” – aconselha o apóstolo Tiago – “e ele fugirá de vóz” (Tg 4:7). Apeguemo-nos ao poder de Deus, invoquemos a presença permanente de Cristo em nosso coração, cujos tesouros de onipotência se acham a nossa inteira disposição, e seremos homens e mulheres vitoriosos, felizes e salvos.

Por outro lado, na mente do cristão não pode haver nenhum temor aos espíritos maléficos, porque ele conta com a proteção maravilhosa dAquele que está acima de todapotência espiritual, que deixou para Seus filhos estas terminantes promessas:

“O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente2 diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo. Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia, nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios. Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. (Salmo 91:1-12).

A leitura de passagens como esta e o conhecimento do que a Palavra de Deus ensina sobre o problema dos espíritos, bem como a experiência de inúmeras pessoas que tem presenciado em sua própria vida o cumprimento das declarações divinas, deve encher-nos de confiança, dissipar todo o temor, e infundir-nos a mais absoluta segurança no cuidado vigilante e no amor protetor de nosso Pai Celestial.

Texto extraído do Livro Paz na Angústia de Fernando Chaij (CPB – 1967).
Via Sétimo Dia

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