domingo, 29 de janeiro de 2012

A Incrível Sequência de Fibonacci

O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibonacci, propôs no século XIII, a seqüência numérica abaixo:
(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, …)


Essa seqüência tem uma lei de formação simples: cada elemento, a partir do terceiro, é obtido somando-se os dois anteriores. Veja: 1+1=2, 2+1=3, 3+2=5 e assim por diante.


A partir de dois quadrados de lado 1, podemos obter um retângulo de lados 2 e 1. se adicionarmos a esse retângulo um quadrado de lado 2, obtemos um novo retângulo 3×2. Se adicionarmos agora um quadrado de lado 3, obtemos um retângulo 5×3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos quadrados que adicionamos para determinar os retângulos formam a seqüência de Fibonacci.




Usando um compasso, trace um quarto de círculo no quadrado de lado L=13, de acordo com o desenho ao lado. De acordo com o desenho ao lado, trace quartos de círculos nos quadrados de lado L=8, L=5, L=3, L=2, L=1 e L=1.
Com as concordâncias dessas curvas, obtemos uma espiral como a do Nautilus marinho. Você acha que o "Nautilus" estudou Matemática para construir a sua casa?

Ramos de troncos de árvores
Certas plantas mostram os números de Fibonacci no crescimento de seus galhos
Existem várias plantas cujo crescimento se parecem com o descrito aqui. A planta Achillea ptarmica possui estas características.
achille
Nas pétalas das flores
Em muitas plantas, o número de pétalas é um número de Fibonacci:

3 pétalas - lírios e íris
5 pétalas - columbinas, rainúnclos amarelos e esporas
8 pétalas - delfíneos
13 pétalas - crisântemos, cinerária e tasna
21 pétalas - asteráceas
34 pétalas - banana-na-terra e malmequer
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Nas galáxias

No Corpo Humano






Em Furacões
Confira esses vídeos






E com certeza a sequencia de fibonacci aparece em muitas outras coisas que não foram mencionadas.


É incrível ver como a natureza nos revela o Criador, assim como o salmista nos diz que "os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite." Salmos 1:1-2.
Tanto em pequenas criaturas quanto nas galáxias, nós podemos ver Sinais da Criação.
"Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indisculpáveis" Romanos 1:20
Por Bíblia e a Ciência

Origem da Escrita – Livros Primitivos


Tem sido difícil determinar com exatidão, onde, como e quando a escrita teve a sua origem. A escrita se originou quando o ser humano sentiu a necessidade de guardar seus feitos para que a posteridade os conhecesse.


A escrita primitiva foi pictogrâmica onde figuras representavam objetos. Logo a seguir aparece a ideogrâmica, assim chamada pelo fato das figuras representarem idéias. Num terceiro estágio aparece o fonograma – figuras representando sons.


Dos povos antigos, os dois que mais se destacaram, no desenvolvimento da escrita, foram os babilônicos e os egípcios. Cada um destes teve a sua destacada e particular escrita: os babilônicos criaram a escrita cuneiforme, assim denominada por consistir de pequenas cunhas, feitas especialmente em pedras; enquanto os egípcios usavam pequenas figuras para representar objetos e idéias, os famosos hieróglifos. A história nos relata que a decifração dessas escritas exigiu muito esforço e concentração. A escrita cuneiforme foi decifrada pelo oficial inglês Henrique Rawlinson, após 18 anos de labores intensos. Quanto à escrita hieroglífica, todos sabem, que foi Champollion, o notável egiptólogo francês, o primeiro a desvendar-lhe os mistérios.


A Escrita Cuneiforme


“A princípio, certa espécie de marca representava uma palavra inteira, ou uma combinação de palavras. Desenvolvendo-se a arte de escrever, passou a haver ‘marcas’ que representavam partes de palavras, ou sílabas. Era este o gênero de escrita em uso na Babilônia no alvorecer do período histórico. Havia mais de 500 marcas diferentes, com umas 30.000 combinações. Geralmente, essas marcas se faziam em tijolos ou placas de barro macio (úmido), medindo de 2 a 50 centímetros de comprimento, uns dois terços de largura, e escritos de ambos os lados; depois eram secados ao sol ou cozidos no forno. Por meio dessas inscrições cuneiformes, em placas de barro, é que chegou até nós a vasta literatura dos primitivos babilônios.” (Manual Bíblico, p. 45).


Origem do Alfabeto


Tem sido um assunto bastante controvertido a origem do alfabeto. Em geral se aceita que o alfabeto de 22 letras foi inventado pelos fenícios e por eles levado aos gregos e depois aos latinos.


Até há pouco afirmava-se que a descoberta do alfabeto tinha sido pelos séculos XII ou XI A.C., sendo este argumento apresentado para provar que Moisés não podia ter escrito o Pentateuco, visto que em seu tempo não tinham ainda inventado a arte de escrever.


Ira M. Price no livro The Ancestry of Our English Bible, página 13, escreveu: “A escrita é muito antiga na Palestina. . . O trabalho dos arqueólogos nos mostra muitos exemplos de escrita antes de Moisés”.


Escavações arqueológicas em Ur têm provado que Abraão era cidadão de uma metrópole altamente civilizada. Nas escolas de Ur os meninos aprendiam leitura, escrita, aritmética e geografia.


Três alfabetos foram descobertos: junto do Sinai, em Biblos e em Ras Shamra, que são bem anteriores ao tempo de Moisés (1.500 A.C.). Estudiosos modernos, baseados em evidências irrefutáveis, sustentam que Moisés escolheu a escrita fonética para escrever o Pentateuco. O arqueólogo W. F. Albright datou esta escrita de início do século XV A.C. (tempo de Moisés). Interessante é notar que esta escrita foi encontrada no lugar onde Moisés recebeu a incumbência de escrever seus livros. Em Êxodo 17:14 encontramos a ordem divina para que Moisés escrevesse num livro.


Note-se ainda a frase de Merril Unger sobre a escrita do Antigo Testamento:


“A coisa importante é que Deus tinha uma língua alfabética simples, pronta para registrar a divina revelação, em vez do difícil e incômodo cuneiforme de Babilônia e Assíria, ou o complexo hieróglifo do Egito.”


Sobre o problema de Moisés ter escrito ou não seus livros vale acrescentar o que escreveu o Dr. Renato Oberg:


“Os primeiros livros da Bíblia a serem escritos foram os que compõem o Pentateuco e o de Jó, sendo a autoria deles atribuída a Moisés pela tradição judaica que, por sua vez, é aceita sem contestação por grande número de cristãos. O Talmude Babilônico afirma que ‘Moisés escreveu o seu próprio livro e as passagens a respeito de Balaão e Jó’. (SDABC, vol. III, p. 493).


Como vimos, nem todos aceitam Moisés como sendo o real autor destes livros, especialmente o de Jó. Os que o fazem, dão Jó como tendo sido o primeiro dos livros escritos, e Moisés o teria feito quando pastoreava os rebanhos do seu sogro nas campinas de Midiã, após ter fugido do Egito. Os cinco livros que compõem o Pentateuco foram escritos posteriormente. Os que não aceitam esta tese, já escreveram muito a respeito do assunto, procurando arrazoar com argumentos os mais variados, inclusive a diferença de estilo entre os livros e até dentro de cada um deles. . . .


Um dos argumentos mais fortes, porém senão o mais forte de todos, foi o que começou a dominar desde o fim do último quartel do século passado, quando Wellhausen, professor da Universidade de Greifswald, chegou a afirmar que se fosse tão-somente possível saber que Moisés pudesse escrever, seria ridículo não aceitá-lo. Evidentemente, segundo tudo o que se conhecia até então, quando as primeiras grandes descobertas arqueológicas começaram a empolgar o mundo e quando se dizia que tudo tem de ser decidido pela razão, tinha-se como certo que a invenção do nosso alfabeto se devia aos fenícios que o tinham criado no afã de facilitar suas transações comerciais pelo mundo todo. Foi então que a decifração dos hieróglifos feita por Champollion revelou o conteúdo de uma série enorme de documentos com sinais tidos por muitos como decoração e misticismo religioso, e cujo conteúdo era, até então, desconhecido completamente. Ora sendo o alfabeto inventado pelos fenícios, cuja existência foi bem posterior à de Moisés, e se as escritas anteriores, hieróglifos e cuneiformes, foram apenas decifradas no século passado, como poderia Moisés ter escrito aqueles livros? Se o tivesse feito, só o poderia fazer em hieróglifos, língua na qual a própria Bíblia diz que Moisés era perito (Atos 7:22) e, neste caso ela, a Bíblia do Velho Testamento, teria ficado desconhecida por nós até Champollion! Daí a frase de Wellhausen.


Acontece, porém, que no princípio do século XX ou, mais precisamente, nos anos de 1904 e 1905, Sir Flinders Petrie, fazendo escavações na Península do Sinai, patrocinadas pela Escola Britânica de Arqueologia no Egito, descobriu algumas inscrições muito diferentes do cuneiforme mas, embora aparentassem alguma semelhança com o hieróglifo, não o eram, em absoluto. O caso despertou enorme interesse entre os que cuidavam do assunto, especialmente quando começaram a aparecer mais vasos e óstracos (cacos de vasos com inscrições) portadores de sinais idênticos, em outros lugares na Palestina. Para encurtar a história, os estudos que arqueólogos famosos como, inclusive, W. F. Allbright fizeram, elucidaram completamente o caso e hoje se sabe perfeitamente que os sinais descobertos por Flinders Petrie pertencem à escrita chamada de proto-fenícia, proto-sinaítica ou cananita e . . . era alfabética! Com esta descoberta, a origem do nosso alfabeto se transportava da época dos fenícios para a dos seus antecessores, séculos antes, os cananitas que viveram no tempo de Moisés e antes dele. Foram estes antepassados dos Fenícios que simplificaram a escrita, passando a usar o alfabeto em lugar dos hieróglifos, isto é, sinais que representam sons ao invés de sinais que representam idéias. Para nós, porém, assume importância igualmente grande o fato de estes cananitas, inventores da escrita alfabética, serem justamente os da região onde Moisés pastoreava as ovelhas do seu sogro. Convém, portanto que os conheçamos um pouco mais.


A partir da XII dinastia, os egípcios começaram a explorar as minas de cobre e turquesa da região do Sinai, e uma das maiores delas ficava em Serabitel-Khaden, a cerca de oitenta quilômetros do tradicional Monte Sinai, onde foram dados os Dez Mandamentos. Em termos de jornada, esta região distava cerca de três dias de viagem do Egito. Neste local trabalhavam para os egípcios muitos semitas que praticavam uma religião muito semelhante à dos israelitas, tal como pôde ser observado pelos restos deixados por eles e descobertos pelos arqueólogos. Esta região era a mesma naquele tempo conhecida também pelo nome de ‘Terra de Midiã’, para onde Moisés fugiu da presença de Deus (Êxo. 2:15). Com estas descobertas, perderam sua razão de ser muitos dos argumentos contrários à Bíblia feitos pela Crítica Histórica, porque se verificou que a história bíblica daquele período passou a ser perfeitamente compreensível dentro dos costumes da época, inclusive a boa convivência de Moisés com o sacerdote Jetro, cujas religiões eram fundamentalmente as mesmas.


Ora vivendo Moisés quarenta anos nesta região, é óbvio que tomou contato com a escrita rude daquele povo, viu nela a escrita do futuro e passou a usá-la por duas grandes razões que teria julgado decisivas: a primeira foi a impressão grandiosa que teve de usar uma língua alfabética para seus escritos e que se compunha apenas de vinte e dois sinais bastante simples comparados com os ideográficos que aprendera nas Escolas do Egito; a outra teria sido o fato de compreender que estava escrevendo para seu próprio povo, cuja origem era semita como a dos habitantes da terra onde vivia, tendo estes uma religião idêntica à dos primeiros, ambas, porém, deturpadas pelas influências pagãs e oriundas do pecado; seus leitores seriam homens e mulheres, moços e moças do povo, especialmente israelitas que, não sendo versados em hieróglifos por causa da sua posição de escravos no Egito, aprenderam com muito mais facilidade os poucos e simples sinais alfabéticos que representavam sons do que os inúmeros e complicados hieróglifos que representavam idéias. . .


A frase de Wellhausen, se tida por verdadeira pelos seus discípulos antes das descobertas de Sir Flinders Petrie, deveria ser respeitada por eles mesmos depois delas, e seus seguidores deveriam passar a aceitar, sem mais contestações, a autoria mosaica destes livros.” (Revista Adventista, agosto de 1980, pp. 13 e 14).


Materiais Usados Para Escrever


Sendo que o papel só começou a ser usado na Europa por volta do décimo século A.D., antes disso eram usados os seguintes materiais para escrever: blocos de barro, ossos, pedras, tijolos de barro, couro, vários metais, tabuinhas cobertas de cera ou gesso, óstraco (cacos de vasos de barro), papiros e pergaminhos. Os museus do Velho Mundo estão repletos destes incipientes materiais de escrita. Dos escritos em blocos de pedra há documentos que se tornaram famosos pela antiguidade e conteúdo. Dentre estes se destacam: o Código de Hamurábi, a Pedra de Roseta, a Pedra Moabita e a Pedra de Siloé.


Seguem-se as sínteses dos dois mais famosos blocos de pedra apresentados por H. H. Halley em seu Manual Bíblico, pp. 50 a 54.


Código de Hamurabi


“Foi esta uma das mais importantes descobertas arqueológicas que já se fizeram. Hamurábi, rei da cidade de Babilônia, cuja data parece ser 1792-1750 a.C., é comumente identificado pelos assiriólogos com o “Anrafel” de Gên. 14, um dos reis que Abraão perseguiu para libertar Ló. Foi um dos maiores e mais célebres dos primitivos reis babilônios. Fez seus escribas coligir e codificar as leis do seu reino; e fez que estas se gravassem em pedras para serem erigidas nas principais cidades. Uma dessas pedras originalmente colocada na Babilônia, foi achada em 1902, nas ruínas de Susa (levada para lá por um rei elamita, que saqueara a cidade de Babilônia no século 12 a.C.) por uma expedição francesa dirigida por M. J. de Morgan. Acha-se hoje no Museu do Louvre, em Paris. Trata-se de um bloco lindamente polido de duro e negro diorito, de 2 m 60 cm de altura, 60 cm de largura, meio metro de espessura, um tanto oval na forma, belamente talhada nas quatro faces, com gravações cuneiformes da língua semito-babilônica (a mesma que Abraão falava). Consta de umas 4.000 linhas, equivalendo, quanto à matéria, ao volume médio de um livro da Bíblia; é a placa cuneiforme mais extensa que já se descobriu. Representa Hamurabi recebendo as leis das mãos do rei-sol Chamás: leis sobre o culto dos deuses dos templos, a administração da justiça, impostos, salários, juros, empréstimos de dinheiro, disputas sobre propriedades, casamento, sociedade comercial, trabalho em obras públicas, isenção de impostos, construção de canais, a manutenção dos mesmos, regulamento de passageiros e serviço de transporte pelos canais e em caravanas, comércio internacional e muitos outros assuntos.


Temos aí um livro, escrito em pedra, não uma cópia, mas o próprio autógrafo original, feito nos dias de Abraão, ainda existente hoje para testemunhar não só a favor de um sistema bem desenvolvido de jurisprudência, senão, também, do fato de que já nos dias de Abraão a capacidade literária do homem havia atingido um grau notável de adiantamento.”


A Pedra de Roseta


“É a chave da língua egípcia antiga. A língua da antigo Egito era hieroglífica, escrita de figuras, um símbolo para cada palavra. Pelo ano 700 a.C. uma forma mais simples de escrita entrou em uso, chamada ‘demótica’, mais aproximada do sistema alfabético, e que continuou como língua do povo até aos tempos dos romanos. No 5º século d.C. ambas caíram em desuso e foram esquecidas. De sorte que tais inscrições se tornaram ininteligíveis, até que se achou a chave de sua tradução. Essa chave foi a Pedra de Roseta.


Achou-a M. Boussard, um dos sábios franceses que acompanharam Napoleão ao Egito (1799), numa cidade sobre a foz mais ocidental do Nilo, chamada Roseta. Encontra-se hoje no Museu Britânico. É de granito negro, cerca de 1,30 m de altura, 80 cm de largura, 30 cm de espessura, com três inscrições, uma acima da outra, em grego, egípcio demótico, e egípcio hieroglífico, O grego era conhecido. Tratava-se de um decreto de Ptolomeu V, Epífanes, feito em 196 a.C. nas três línguas usadas então em todo o país, para ser colocado em várias cidades. Um sábio francês, de nome Champollion, depois de quatro anos (1818-22) de trabalho meticuloso e paciente, comparando os valores conhecidos das letras gregas com os caracteres egípcios desconhecidos, conseguiu deslindar os mistérios da língua egípcia antiga.”


Papiro


O papiro se destaca como o principal material antigo usado para escrever.


Planta originária do Egito, muito comum nas margens lodosas do Nilo, e usada abundantemente na preparação de uma espécie de papel. Ele só cresce em terrenos alagadiços, por isso em Jó 8:11 há a seguinte pergunta: Pode o papiro crescer sem lodo?


Normalmente se escrevia só de um lado do papiro e as folhas mais longas eram enroladas. Estes rolos recebiam o nome de volumes, palavra do latim – volvere que significa enrolar.


Os egípcios guardavam ciosamente o segredo da preparação do papiro para a escrita. No século VI a.C. começaram a exportá-lo para a Grécia e depois para outros povos que habitavam nas margens do Mediterrâneo, onde se criou um importante comércio desta especialidade, mormente na cidade da Biblos.


Quem hoje chega ao Cairo, capital do Egito, pode visitar, às margens do rio Nilo um navio-escola, onde se prepara o papiro com finalidades culturais e turísticas, mas não comerciais.


The Interpreter’s Dictionary of the Bible, vol. 3, p. 649, diz o seguinte sobre o papiro:


“O papel, palavra derivada de papiro, era preparado de finas faixas da parte interior da folha do papiro arranjadas verticalmente, com outra camada aplicada horizontalmente em cima. Um adesivo era empregado (Plínio diz que era água do Nilo!) e pressão aplicada para ligá-las formando uma folha. Após secar, era polida com instrumentos de concha ou pedra; depois as folhas eram atadas, formando rolos.”


Pergaminho


A preparação do pergaminho para receber a escrita tem uma interessante história. De acordo com a História Natural de Plínio, o Velho (Livro XIII, capítulo XXI), foi o rei Eumene de Pérgamo, uma cidade da Ásia Menor, quem promoveu a preparação e o uso do pergaminho. Este rei planejou fundar uma biblioteca em sua cidade, que se rivalizasse com a famosa biblioteca de Alexandria. Esta ambição não agradou a Ptolomeu do Egito, que imediatamente proibiu a exportação de papiro para Pérgamo. Esta proibição forçou Eumene a preparar peles de carneiro ou ovelha para receber a escrita, dando-lhe o nome do lugar de origem – pergaminho. O pergaminho era muito superior ao papiro, por causa da maior durabilidade. Os principais manuscritos bíblicos estão escritos em Pergaminhos. Paulo na sua II Epístola a Timóteo (4:13) roga ao jovem ministro para que lhe trouxesse os pergaminhos. Em grego a palavra não é pergaminho mas membrana.


O pergaminho continuou a ser usado até o fim da Idade Média quando o papel inventado pelos chineses e introduzido na Europa pelos comerciantes árabes tornou-se popular, suplantando todos os outros materiais da escrita. Os judeus eram bastante cuidadosos com a preparação de manuscritos destinados a receber os escritos sagrados, exigindo que a pele fosse de animal limpo e preparada por um judeu.


Palimpsesto


Em virtude de crises econômicas o pergaminho tornava-se muito caro, era então raspado, lavado e usado novamente. Estes manuscritos eram chamados palimpsestos (do grego palin = de novo e psesto = raspado).


Um famoso manuscrito – o Códice Efraimita está escrito em um palimpsesto. Por meio de reagentes químicos e raios ultravioletas eruditos têm conseguido fazer reaparecer a escrita primitiva desses palimpsestos. Dos 250 manuscritos unciais conhecidos hoje, do Novo Testamento, 52 são palimpsestos.


Formato dos Livros


O livro, através da sua longa existência, apresentou duas formas bem distintas: o rolo e o códice.


I) Rolo
Entre o povo judeu, bem como no mundo grego-latino, os livros eram normalmente publicados em forma de um rolo feito de papiro ou pergaminho. Formava-se o rolo colocando várias folhas de papiro ou couro uma ao lado da outra. O tamanho médio de um rolo entre os gregos era de 11 metros. Alguns rolos chegaram a ter o comprimento de 30 metros. O maior rolo de papiro, conhecido, é uma crônica do rei egípcio Ramsés II, com a extensão de 40 metros, conhecido como o Papiro Harris. O comprimento médio de um rolo bíblico estava entre 9 e 11 metros. Livros longos como Reis, Crônicas e Isaías eram divididos em dois rolos. Os dois maiores livros do Novo Testamento, Lucas e Atos, cada um preencheria um rolo de mais ou menos 10 metros de comprimento.


O manuseio de um rolo era mais difícil do que o de um livro atual, porque o leitor necessitava empregar as duas mãos, uma para desenrolá-lo e a outra para enrolá-lo. Além disso, as comunidades cristãs primitivas, em breve descobriram que era difícil encontrar específicos tópicos das escrituras num rolo. Diante dessas dificuldades, o engenho humano idealizou o livro nos moldes em que o temos hoje. Estes livros em seus primórdios eram chamados códices.


II) Códices
A palavra códice vem do latim “codex”, que designava primitivamente um bloco de madeira cortado em várias folhas ou tabletes para escrever. O códice era formado de várias folhas de papiro ou pergaminho sobrepostas e costuradas. Estes códices começaram a substituir os primitivos rolos no segundo século A.D. A afirmativa de que as comunidades cristãs, começaram a usar os códices nas igrejas, para diferençar dos rolos, usados nas sinagogas, pode ser verdadeira, levando-se em conta o seguinte. Dos 476 manuscritos não cristãos descobertos no Egito, copiados no segundo século A.D., 97% estão na forma de rolo. Em contrapartida, dos 111 manuscritos bíblicos cristãos dos primeiros 4 séculos da Era Cristã, 99 estão na forma de códice.


As vantagens dos códices sobre os rolos, no caso dos manuscritos bíblicos, são evidentes pelas seguintes razões:


1) Permitia que os quatro Evangelhos, ou todas as Epístolas paulinas se achassem num livro:
2) Era bem mais fácil o manuseio do livro;
3) Adaptava-se melhor para receber a escrita de ambos os lados, baixando assim o custo do livro;
4) A procura de determinadas passagens era mais rápida.


Tipos de Escrita


Na antiguidade havia dois tipos distintos de escrita em grego:


I) O cursivo, escrita rápida, empregado em escritos não literários, tais como: cartas, pedidos, recibos. Neste tipo de escrita eram comuns as contrações e abreviações.


II) O uncial, usado mais em obras literárias, caracterizava-se por serem as letras maiores e separadas umas das outras. Assemelhar-se-iam às nossas letras maiúsculas.


Os manuscritos bíblicos apresentam estes dois tipos de escrita, porém, não nos devemos esquecer que os principais se encontram em letras unciais.


No início do século IX A.D., houve uma reforma na maneira de escrever e uma escrita com letras pequenas, chamadas minúsculas, era usada na produção de livros. Letras minúsculas, economizando tempo e material, faziam com que os livros ficassem mais baratos e pudessem ser adquiridos por maior número de pessoas.


Nos manuscritos bíblicos primitivos, normalmente, nenhum espaço era deixado entre as palavras e até o século VIII a pontuação era escassamente usada. De acordo com J. Angus em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, Vol, I, p. 39, somente no século VIII é que foram introduzidos nos manuscritos alguns sinais de pontuação e no século IX introduziram o ponto de interrogação e a vírgula. Sentidos distintos têm surgido, quando uma simples vírgula é mudada de lugar, como se evidencia da leitura da conhecida passagem: “Em verdade te digo hoje, comigo estarás no paraíso”.


Muitas outras passagens bíblicas podem ser lidas com sentido totalmente diferente ao ser mudada a sua pontuação como nos confirmam os seguintes exemplos: “Ressuscitou, não está aqui.” “Ressuscitou? não, está aqui.” “A voz daquele que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor”; “A voz daquele que clama: no deserto preparai o caminho do Senhor.”


Texto de Pedro Apolinário, História do Texto Bíblico, Capítulo 8.

Línguas da Bíblia


Quase todos os estudantes da Bíblia sabem que o Velho Testamento foi escrito em hebraico, e o Novo, em grego, mas muitos desconhecem o fato de que há uma terceira língua na Bíblia – o aramaico.


1) Aramaico
O aramaico foi sem dúvida, desde muito tempo, a língua popular de Babilônia e da Assíria, cuja linguagem literária, culta e religiosa era o sumero-acadiano. Documentos assírios mencionam o aramaico desde 1100 A.C. Durante o reinado de Saul e Davi, os estados aramaicos ou sírios são mencionados na Bíblia (I Samuel 14:47; II Samuel 8:3-9; 10:6-8).


O aramaico foi trazido para a Palestina porque os assírios seguiam costume de transplantar os povos das nações subjugadas, por isso depois de terem vencido o reino de Israel, trocaram as pessoas e as espalharam através de todo o seu império. II Reis 17:24 menciona explicitamente que entre os povos trazidos para Samaria a fim de repovoarem a terra devastada, encontravam-se aramaicos de Hamate.


Esta língua dotada de grande poder de expansão, tornou-se usual nas relações internacionais de toda a Ásia, e na própria Palestina propagou-se tão largamente, que venceu o próprio hebraico.


O Comentário Bíblico Adventista, Vol. l, páginas 29 e 30 apresenta-nos a origem do aramaico com as seguintes palavras:


“O lar original do aramaico foi a Mesopotâmia. Algumas tribos arameanos viviam ao sul de Babilônia, perto de Ur, outras tinham seus lares na alta Mesopotâmia entre o rio Quebar (Khabúr) e a grande curva do Eufrates, tendo Harã como centro. O fato de os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó terem conexões com Harã é provavelmente responsável pelo estatuto feito por Moisés de que Jacó era “arameano”. Deut. 26:5. Deste seu lar ao norte da Mesopotâmia o aramaico se espalhou para o sul de toda a Assíria.”


Tudo indica que o aramaico foi preferido pelos assírios e babilônicos por ser mais simples do que a complicada escrita cuneiforme. A prova de sua simplicidade está relatada em II Reis 18:26, quando Senaqueribe invadiu Judá no fim do VIII século A.C. os oficiais judeus que dominavam tão bem o hebraico quanto o aramaico, pediram ao general assírio que lhes falasse em aramaico. Esta é ainda a razão por que durante os setenta anos do cativeiro babilônico os judeus se esqueceram muito do hebraico, adotando em seu lugar o aramaico. Ao voltarem do cativeiro continuaram falando o aramaico, como se depreende da leitura de Neemias 8:1-3 e 8.


O aramaico era a língua usada por Jesus (Mar. 5:41; 7:34; 15:34), pela maioria das pessoas na Palestina, bem como pelas primeiras comunidades cristãs. Segundo outros estudiosos entre os quais se destaca Robertson, Jesus falava aramaico na conversação diária, mas no ensino público e nas discussões com os fariseus a língua usada era o grego.


Já antes da Era Cristã suplantou totalmente o hebraico que se tornou a língua morta e exclusivamente religiosa.


Na Ásia Ocidental, a língua aramaica se difundiu largamente, assumindo naquelas regiões e naquele tempo o mesmo papel que assumem em nossos dias o francês e o inglês.


O aramaico, embora ainda utilizado em certas regiões, vai cedendo lugar ao árabe, e corre o perigo de desaparecer como língua falada, pois hoje é falada somente em algumas povoações da Síria. O aramaico desapareceu sob o impacto cultural do grego e do latim, já que deixou de ser conhecido pelos cristãos.


Quem conhece o hebraico pode com facilidade ler e entender o aramaico, dadas as suas marcantes semelhanças.


As partes do Velho Testamento escritas em aramaico são as seguintes:


1) A expressão “Jegar-Saaduta” de Gênesis 31:47;
2) O verso de Jeremias 10:11;
3) Alguns trechos de Esdras 4:8 a 6:18; 7:22-26;
4) Partes do livro de Daniel, entre os capítulos 2:4 a 7:28;


2) Hebraico
A língua hebraica foi a língua dos Hebreus ou israelitas desde a sua entrada em Canaã. A sua origem é bastante misteriosa, porque além do Velho Testamento só possuímos escassos documentos para o seu estudo. O mais provável é que o hebraico tenha vindo do cananeu e foi falado pelos israelitas depois de sua instalação na Palestina.


A atual escrita hebraica (chamada “hebraico quadrado”) é cópia do aramaico e entrou em uso pouco antes da nossa era, em substituição ao hebraico arcaico.


Os Targuns o denominam de “língua sagrada” (Isa. 19:18); e no Velho Testamento é chamado “a língua de Canaã” ou a língua dos judeus (Isa. 36:13, II Reis 18:26-28).


Salmo 114:1 mostra a grande diferença entre o hebraico e o egípcio. Israel por estar cercado de povos que falavam uma língua cognata – o aramaico – foi se esquecendo do hebraico, até que este veio a extinguir-se como língua falada. Era ainda a língua de Jerusalém no tempo de Neemias (13: 24), cerca de 430 A.C., mas muito antes do tempo de Cristo foi substituída pelo aramaico.


O alfabeto hebraico consta apenas de consoantes, em número de 22.


O hebraico é escrito da direita para a esquerda como o árabe e algumas outras línguas semíticas.


Sua estrutura fundamental é, como em todas as línguas semíticas, a palavra raiz, composta de três consoantes. É uma língua bastante simples, seus melhores conhecedores sublinham sem hesitação a sua pobreza, quando comparado com o grego ou com línguas modernas, como o inglês e o português.


De acordo com a Pequena Enciclopédia Bíblica o vocabulário hebraico na Bíblia conta com apenas 7.704 vocábulos diferentes. A Academia do Idioma Hebraico tem registrado o uso de cerca de 30.000 palavras.


Quase não possui adjetivos nem pronomes possessivos, porém, é rica em advérbios. É uma língua quase indigente em termos abstratos.


Quase sempre os pronomes pessoais são ligados às formas verbais como se fossem sufixos ou prefixos.


Com raras exceções não faz uso de palavras compostas.


O alfabeto hebraico possui letras com sons bem próprios, por isso não apresentam nenhuma semelhança com o nosso alfabeto. Os dois exemplos mais característicos se encontram no “alef” e no “ayin”.


Se língua é um organismo vivo que se transforma, o hebraico quase pode apresentar-se como exceção, como comprovam os escritos de Moisés e de alguns profetas mil anos depois, cujas diferenças lingüísticas são insignificantes. Este fato tem levado a “alta crítica” a dogmatizar que os escritos do Velho Testamento foram produzidos num espaço de tempo bem pequeno.


Seus processos sintáticos são muito simples, usando pouco as orações subordinadas, preferindo sempre as coordenadas, quase sempre unidas pela conjunção “e” como inegável influência do hebraico.


Os tempos do verbo, a exemplo do grego, indicam mais o “aspecto” da ação, conforme ela seja momentânea, prolongada ou repetida. Como língua semítica não classifica os fatos em passados, presentes e futuros, mas em realizados ou de ação acabada (perfeito), e não realizados ou de ação inacabada (imperfeito).


Uma das peculiaridades da língua hebraica com respeito ao sistema verbal é esta: a simples troca de um sinal vocálico determina uma mudança nas formas verbais.


O SDABC, 1 volume, página 26, elucida este aspecto com o exemplo do verbo cantar que indicaria o nosso presente, passado e futuro permutando suas vogais. O verbo escrever em hebraico evidencia este princípio. Ele é formado pelas consoantes: K, t, b que permanecem invariáveis em seu flexionamento.


katab – tem escrito                              koteb – escrevendo
ketob – escreve ou escreva                 katub – está escrito
(imperativo)                                          katob – escrever


Não possui o verbo “ter”, enquanto o verbo “ser” é ativo e significa existir eficazmente.


Quando os judeus sentiram que o hebraico estava em declínio como língua falada, e que sua leitura correta ia perder-se, criaram um sistema de vocalização. Este trabalho foi feito pelos massoretas, por isso o texto hebraico usado hoje chama-se massorético.


3) Grego Bíblico
Georges Auzou, em seu livro A Palavra de Deus, afirma:


“O grego passa, com justiça, por ser a mais bela língua do mundo. De fato é um dos instrumentos mais aperfeiçoados, dos mais delicados, extremamente harmonioso, ao mesmo tempo que preciso e sutilíssimo, jamais forjado pelos homens. É ao mesmo tempo o fruto e o instrumento do gênio grego, o gênio da clareza, da ordem e do equilíbrio.”


Estas afirmações se referem muito mais ao grego erudito, clássico, do que ao grego coinê do Novo Testamento.


Como é do conhecimento geral, o Novo Testamento foi escrito na coinê, língua na qual também foi traduzido o Velho Testamento hebraico pelos Setenta. O termo coinê significa a língua comum do povo entre os anos 330 A.C. e 330 A.D.


Com exceção da Epístola aos Hebreus e da linguagem de Lucas (Evangelho e Atos) que se encontram num coinê mais literário, os outros escritos pertencem à língua mais comum ou coinê vulgar.


O insigne erudito Gustav Adolf Deissmann foi quem primeiro mostrou a identidade do grego do Novo Testamento, salientando que o grego da Bíblia era o coinê, e não o grego erudito, nem a chamada “linguagem do Espírito Santo” ardorosamente defendida por alguns autores.


Características da Linguagem do Novo Testamento


Se fosse possível caracterizar o coinê, língua em que foi escrito o Novo Testamento, sintetizando-a em uma palavra, a melhor seria “simplificação”. Esta conclusão é facilmente deduzida estudando-lhe as características.


1) Substituição dos casos pelas preposições;
2) Tendência para simplificar a morfologia e a sintaxe;
3) Uso escasso de orações subordinadas, tendo preferência pelas coordenadas ligadas pela conjunção “e”;
4) Eliminação do dual e uso parcimonioso do modo optativo, aparecendo apenas 67 vezes no Novo Testamento;
5) Uso mais freqüente do artigo;
6) Simplificação das riquíssimas formas verbais do grego clássico;
7) Mudança de sentido de muitas palavras do grego clássico, por influência religiosa, tais como: batizar, justiça, graça, amor, glória, carne, cruz, mundo, crer, espírito, cálice, dia, etc.;
8) As formas diminutivas se tornam mais comuns;
9) Emprego mais generalizado de construções perifrásticas nos verbos;
10) Os adjetivos são mais usados no grau superlativo do que no comparativo;
11) Preferência pela ordem mais direta, pois no grego clássico predomina a ordem inversa;
12) Emprego freqüente dos pronomes sujeitos, em casos dispensáveis, por estarem eles subentendidos nas desinências verbais;
13) Idêntico valor fonético para as vogais gregas;
14) Emprego de vários latinismos, tais como: legião, centurião, denário, colônia e flagelo;
15) Uso freqüente do presente histórico nas narrativas;
16) Aparecimento generalizado da parataxe, com prejuízo da hipotaxe. Parataxe é uma construção mais simples da frase, como as orações coordenadas, enquanto a hipotaxe é mais complexa, isto é, formada de orações subordinadas.
17) Uso de palavras que são empréstimos diretos do aramaico, a exemplo de: geena, Eli Eli, Hosana, litóstrotos (gabatá), Satã, Talita cumi, Rabi, Maranata;
18) Freqüência de hebraísmos, sobretudo na sintaxe, fastidioso emprego da conjunção “e”, pois esta partícula aparece muito no Novo Testamento, em expressões como estas: “e ele falou dizendo”, “e disse”, “e aconteceu que”. As frases: “Filhos da luz’; “filhos da perdição” são eminentemente semíticas.


Quanto à linguagem dos escritores do Novo Testamento haveria muito que dizer, mas fiquemos somente com as seguintes observações:


Apenas Hebreus, Lucas e alguns trechos de Paulo são escritos num estilo mais literário.


O vocabulário mais rico não é o de Paulo, mas sim o de Lucas, que emprega 250 palavras novas no Evangelho e, mais ou menos 500, em Atos.


Se a linguagem mais polida e mais erudita é a de Lucas, a mais pobre e menos aprimorada, quanto ao estilo, é a de Marcos e a de João, especialmente no Apocalipse.


O doutor Benedito P. Bittencour no livro O Novo Testamento, página 67, chama-nos a atenção para a linguagem pouco aprimorada do Apocalipse, onde há violações flagrantes dos corretos cânones da gramática.


Texto de Pedro Apolinário, História do Texto Bíblico, Capítulo 7.

Amalgamação: Declarações de Ellen G. White em relação às condições por ocasião do Dilúvio


Por Francis D. Nichol 
(Adaptado de seu livro Ellen G. White and Her Critics, pp. 306-322) 
No verão de 1864, o “Prelo a Vapor da Associação de Publicações dos Adventistas do Sétimo Dia”, de Battle Creek, Michigan, publicou, de Ellen G. White, um volume de trezentas páginas intitulado “Fatos Importantes da Fé em Conexão com a História dos Homens Santos do Passado”. Esse foi o terceiro de uma série de quatro volumes cujo título geral é Spiritual Gifts.
Nesta obra é apresentada a narrativa da história do princípio do mundo, começando com “A Criação” e estendendo-se até a outorga da lei a Israel, sendo que estes assuntos, como a autora declara no Prefácio, lhe foram mostrados em visão. 
No capítulo 6, intitulado “A Criminalidade Antes do Dilúvio”, a Sra. White, ao descrever as condições deploráveis que levaram à catastrófica destruição do mundo, fala sobre a amalgamação de homens e animais. No capítulo seguinte, há uma outra referência semelhante. Indagações ocasionais são feitas quanto ao que a Sra. White escreveu em relação a isso e o que suas declarações queriam dizer, e por que elas não são encontradas em suas obras posteriores que estão em circulação hoje. Algumas pessoas relacionam as declarações sobre amalgamação com a lembrança de mitos antigos sobre criaturas estranhas produzidas por uniões profanas entre seres humanos e animais, e perguntam se as declarações de E. G. White não defendem essas fábulas. Insinuam também que elas tendem rumo à evolução. 
As únicas citações nos escritos da Sra. White que são de interesse em relação a isso, encontram-se no livro Spiritual Gifts, volume 3, já mencionado, e foram republicadas no Spirit of Prophecy, volume 1, em 1870. A primeira, no capítulo 6, “A Criminalidade Antes do Dilúvio”, é esta: 
“Mas se houve um pecado maior que qualquer outro que requereu a destruição da raça humana pelo dilúvio, este foi o vil crime da amalgamação de homens e animais, que desfigurou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte. Deus Se propôs a destruir por um dilúvio essa poderosa raça longeva que corrompera seus caminhos diante dEle” Spiritual Gifts, vol.3, pág. 64. 
O capítulo 7 intitula-se “O Dilúvio”, e contém a seguinte declaração: 
“Todas as espécies de animais que Deus criara foram preservadas na arca. As espécies confusas que Deus não criou, que eram resultado de amalgamação, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amalgamação de homens e animais, conforme pode ser visto nas quase infindas variedades de espécies de animais, e em certas raças de homens”. Idem, pág. 75. 
Essas são as únicas declarações da Sra. White sobre o assunto da amalgamação de homens e animais. 
Exatamente o que a Sra. White queria dizer com estas passagens tem sido objeto de algumas especulações no decorrer dos anos, e surgiram duas explicações. Alguns afirmam que ela ensinou não apenas que homens e animais coabitaram, mas que houve descendentes dessa relação. Porém, aqueles que sustentam essa idéia afirmam que isso não apóia a teoria da evolução. A teoria da evolução depende da idéia de que estruturas vivas pequenas e simples podem gradualmente evoluir para formas mais elevadas de vida, gerando, finalmente, o homem. 
O fato de que formas de vida relacionadas de maneira mais próxima ou menos próxima podem se cruzar e produzir descendentes híbridos, não é questionado pelos criacionistas hoje. O fato de muito tempo atrás, quando a virilidade era maior e as condições possivelmente diferentes em alguns aspectos, formas mais diversas de vida poderem ter se cruzado – como o homem e algumas espécies mais elevadas de animais – pode ser apresentado apenas como uma suposição. Essa suposição, porém, evocou a oposição de todo o peso da crença científica atual. Sem dúvida, os cientistas erram, às vezes, ao pensar que todo o passado deva ser compreendido em termos dos processos que vemos em andamento hoje. 
Poderíamos deixar essa questão como estando além dos limites da investigação ou da comprovação. A própria Bíblia contém algumas declarações deste tipo, como todo estudante das Escrituras bem sabe. Mas há uma outra explicação para estas passagens sobre amalgamação, que é bem fundamentada e, cremos, mais satisfatória, e que evita qualquer conflito com os dados observáveis da ciência. 


O que Significa a Palavra “Amalgamação”? 
Primeiro, qual é o significado geral da palavra “amalgamação”? Ela é usada alguma vez para descrever o ato depravado de coabitação de homem  com  animal? Nenhum dicionário a que tivemos acesso, nem mesmo o exaustivo  Oxford English Dictionary,indica que o termo já foi usado alguma vez para descrever esse ato. Há uma outra palavra no inglês padrão que pode corretamente ser usada para descrever tal coabitação. 
O uso primário da palavra “amalgamação”, no decorrer dos anos, tem sido o descrever a fusão de certos metais e, por extensão, denotar a fusão de raças humanas. Em meados do século XIX, a palavra era comumente empregada nos Estados Unidos para descrever o casamento entre a raça branca e a negra. 
1
Estabelecido há muito tempo, o significado da palavra-chave “amalgamação” como a mistura entre raças deveria ter um grande peso ao se determinar a interpretação das citações questionadas. 
Segundo, o teor geral dos escritos da Sra. White proporciona um forte testemunho contra a afirmação de que ela está aqui procurando solenemente apresentar como fato algumas histórias antigas sobre descendentes anormais da relação homem-animal. Seus escritos não estão maculados por fábulas imaginárias do passado. Pelo contrário, eles são de natureza bem realista. Se a autora tivesse sido uma sonhadora e visionária, ela teria, freqüentemente, divertido seus leitores com mitos e histórias misteriosas da antiguidade.


Qual o Significado da Frase? 
3O ponto crucial das citações sobre “amalgamação” é este: “amalgamação de homens e animais”. A frase pode ser interpretada como significando amalgamação de homens com animais, ou amalgamação de homens e  de animais. Numa construção como esta, a preposição “de” não precisa necessariamente ser repetida, embora possa estar claramente subentendida. Poderíamos falar sobre a dispersão de homens e animais sobre a Terra, porém, não queremos com isto dizer que no passado homens e animais estavam fundidos em uma só massa num único ponto geográfico. Simplesmente estamos falando da dispersão dos homens sobre a Terra, e da dispersão dos animais sobre a Terra, embora a localização original dos dois grupos pudesse ter sido em lados opostos do planeta. Em outras palavras, a dispersão de homens e de animais. 
Então, por que não podemos entender essa construção gramatical específica da mesma forma quando falamos sobre amalgamação? Se podemos falar da dispersão de homens e animais sem subentender de forma alguma que a dispersão começou a partir de um único local, por que não podemos falar da amalgamação de homens e animais sem subentender de forma alguma que homens e animais se fundiram em certo lugar? 
Cremos que o significado da frase-chave em questão é encontrado ao entendermos que ela diz: “amalgamação de homens e [de] animais”. Assim, a citação estaria falando da amalgamação de diferentes raças humanas, e da amalgamação de diferentes raças de animais. A construção gramatical e o uso comum nos permitem entender a preposição “de” como estando subentendida. 


Os Resultados da Amalgamação 
Será que simplesmente a amalgamação de diferentes raças de homens e a amalgamação 
de diferentes espécies de animais são suficientes para corresponder à descrição do caráter pecaminoso da amalgamação e às conseqüências resultantes dela, ou seja, a destruição por um dilúvio? Vamos analisar primeiro a amalgamação de raças de homens. 
Note novamente o primeiro texto citado  (Spiritual Gifts, vol. 3, p. 64) e observe essas características da amalgamação: 
1. Foi “o pecado que, acima de qualquer outro, requereu a destruição da raça 
humana pelo dilúvio”. 
2. “Desfigurou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte”. 
3. “Poderosa raça longeva que corrompera seus caminhos diante dEle”. 
Dois grupos distintos de seres humanos são apresentados no início do capítulo intitulado 
“A Criminalidade Antes do Dilúvio”, em Spiritual Gifts, volume 3: (1) “Os descendentes de Sete” e (2) “Os descendentes de Caim”. Os dois grupos eram distintos em duas maneiras marcantes: (1) o primeiro grupo sentiu a maldição “apenas levemente”. (2) o segundo grupo, “que se afastou de Deus e ignorou Sua autoridade, sentiu os efeitos da maldição mais severamente, especialmente na estatura e nobreza de forma”. “Os descendentes de 
Sete foram chamados filhos de Deus; os descendentes de Caim, filhos dos homens”. Aqui duas raças são apresentadas, e elas diferem tanto em características morais como físicas. 


Em seguida, lemos estas palavras: “Como os filhos de Deus se misturassem com os filhos 
dos homens, tornaram-se corruptos e, pela união em casamento com eles, perderam, mediante a influência de suas esposas, seu caráter santo e peculiar, e se uniram com os filhos de Caim em sua idolatria”, páginas 60-61. Depois vem uma descrição de seus maus costumes de idolatria, particularmente o de prostituírem, para fins pecaminosos, o ouro, a prata e outras posses materiais que possuíam. A Sra. White então observa: “Eles se corromperam com as coisas que Deus colocara sobre a Terra para benefício do homem” (página 63). Da discussão sobre idolatria ela vai para a poligamia, e faz esta declaração: 
“Quanto mais os homens multiplicavam esposas para si, mais cresciam em impiedade e infelicidade” (página 63). 
Mesmo neste curto capítulo, encontramos o suficiente para apoiar a posição de que o juízo de um dilúvio sobre os homens ocorreu por causa da amalgamação de raças de homens. Duas raças são apresentadas. A amalgamação das duas resulta em corrupção e idolatria, e a poligamia apenas aumenta a corrupção e a impiedade. A citação questionada diz que Deus mandou o dilúvio porque os homens “haviam corrompido seus caminhos diante dEle”. 


A Imagem Divina Desfigurada 
Vamos ver agora citações paralelas nos escritos da Sra. White. Em Patriarcas e Profetas,onde escreve muito mais extensamente sobre o assunto, ela fala assim dos descendentes de Sete e Caim: 
Por algum tempo as duas classes permaneceram separadas. A descendência de Caim, espalhando-se do lugar em que a princípio se estabeleceu, dispersou-se pelas planícies e vales onde os filhos de Sete haviam habitado; e os últimos, para escaparem de sua influência contaminadora, retiraram-se para as montanhas, e ali fizeram sua morada. Enquanto durou esta separação, mantiveram em sua pureza o culto a Deus. Mas com o correr do tempo arriscaram-se pouco a pouco a misturar-se com os habitantes dos vales. Esta associação produziu os piores resultados. “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas. ” 
Gên. 6:2. Os filhos de Sete, atraídos pela beleza das filhas dos descendentes de Caim, desagradaram ao Senhor casando-se com elas. Muitos dos adoradores de Deus foram seduzidos ao pecado pelos engodos que constantemente estavam agora diante deles, e perderam seu caráter peculiar e santo. Misturando-se com os depravados, tornaram-se semelhantes a eles, no espírito e nas ações; as restrições do sétimo mandamento eram desatendidas, “e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”. Os filhos de Sete “entraram pelo caminho de Caim” (Jud. 11); fixaram a mente na prosperidade e alegrias mundanas, e negligenciaram os mandamentos do Senhor. Páginas 81-82. Aqui a Sra. White pinta um quadro da maldade crescente, culminando no dilúvio, e originando-se grandemente da amalgamação da “raça de Caim” com os “filhos de Sete”. Estamos usando a palavra “amalgamação” no significado próprio do dicionário, e de acordo com o uso comum na época em que a Sra. White escreveu – casamento entre diferentes raças. Mais adiante, em Patriarcas e Profetas, a Sra. White declara: 

A poligamia foi praticada em época primitiva. Foi um dos pecados que acarretaram a ira de Deus sobre o mundo antediluviano. Todavia, depois do dilúvio, tornou-se novamente muito espalhada. Era o esforço calculado de Satanás perverter a instituição do casamento, a fim de enfraquecer as obrigações próprias à mesma, e diminuir a sua santidade; pois de nenhuma outra maneira poderia ele com maior certeza desfigurar a imagem de Deus no homem, e abrir as portas à miséria e ao vício. Página 338. 
Num comentário sobre a história de Israel ela afirma: 
O intercâmbio matrimonial com os pagãos tornou-se uma prática comum. … O inimigo regozijou-se no seu êxito em obliterar a imagem divina da mente das pessoas que Deus escolhera como Seus representantes.  Fundamentos da Educação Cristã, p. 499. 
Veja ainda esta citação da Sra. White: 
Casamentos profanos dos filhos de Deus com as filhas dos homens resultaram em apostasia, que culminou na destruição do mundo pelo dilúvio. Testimonies for the Church, vol. 5, p. 93. 


Resumo das Citações Paralelas 
Vamos resumir: O resultado da quebra da instituição do casamento, e particularmente do casamento entre os filhos de Deus e os pagãos, foi desfigurar “a imagem de Deus no homem”. Além disso, “casamentos profanos dos filhos de Deus com as filhas dos homens” levaram a humanidade irresistivelmente a uma iniqüidade crescente “que culminou na destruição do mundo pelo dilúvio”. Substituindo a palavra “amalgamação” por “casamento” nas citações acima, note o surpreendente paralelo com as seguintes declarações na passagem em questão: “o vil crime da amalgamação ... desfigurou a imagem de Deus e ... Deus Se propôs a destruir por um dilúvio essa poderosa raça longeva que corrompera seus caminhos diante dEle”  
Em nenhum desses paralelos, ou em qualquer outra citação que possa ser mencionada, a Sra. White fala da coabitação de homem com animal como sendo uma característica do quadro vulgar e triste da impiedade antediluviana que causou o dilúvio. Pelo contrário, parece que ela fala do casamento entre a raça de Caim e a raça de Sete, com seu inevitável cortejo de idolatria, poligamia e males afins, como sendo a causa do Dilúvio. E tudo isso se harmoniza com a declaração citada, que se encontra no primeiro parágrafo do capítulo que contém a passagem em questão. 
“À medida em que os filhos de Deus se misturaram com os filhos dos homens, tornaram-se corruptos e, pela união em casamento com eles, perderam, mediante a influência de suas esposas, seu caráter peculiar e santo, e se uniram com os filhos de Caim em sua idolatria” _ Spiritual Gifts, vol. 3, pp. 60, 61. 
Como já afirmamos, essa introdução ao capítulo “A Criminalidade Antes do Dilúvio” é seguida por uma narração da idolatria desenfreada, da negação de Deus, do roubo, da poligamia, do assassinato de homens, e da destruição da vida animal. Logo em seguida vem, então, a passagem em questão, como se resumindo tudo: “Mas se houve um pecado maior que qualquer outro que requereu a destruição da raça humana pelo dilúvio, este foi o vil crime da amalgamação de homem e animal, que desfigurou a imagem de Deus e causou confusão em toda parte.” 2

Um aparente obstáculo para se aceitar essa interpretação da citação como sendo casamento entre raças de homens, e cruzamento de espécies diferentes de animais, é a construção da frase: “amalgamação de homem e animal, que desfigurou a imagem de Deus”. Como o cruzamento de espécies de animais poderia fazer isso?
Mas vamos analisar melhor o que ela diz. Dois resultados procedem da “amalgamação de [1] homem e [2] animal”: (1) “desfigurou a imagem de Deus”, e (2) “causou confusão em toda parte”. Vimos como o casamento, a amalgamação, das raças de homens produziu o primeiro dos dois resultados. Por que não poderíamos considerar, apropriadamente, que a amalgamação das raças, ou espécies, de animais produziu o segundo, isso é, “causou confusão em toda parte”? Quando duas coisas relacionadas são descritas em uma sentença, não quer dizer que devemos entender que todos os resultados alistados se referem a cada uma das duas coisas. 


Segunda Citação Examinada 
Isso nos leva a uma consideração da segunda das duas citações relacionadas à 
amalgamação: 
“Todas as espécies de animais que Deus criara foram preservadas na arca. As espécies confusas que Deus não criou, que eram resultados de amalgamação, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amalgamação de homem e animal, conforme pode ser visto nas quase infindas variedades de espécies de animais, e em certas raças de homens”. Spiritual Gifts, vol. 3, p. 75. 
Essa citação está separada da primeira por apenas algumas páginas, páginas estas que contêm o relato do dilúvio. Aqui ela fala de “todas as espécies de animais que Deus criara”, em contraste com “as espécies confusas que Deus não criou”. “Espécies confusas” de quê? A construção permite apenas uma resposta: Espécies de animais. 
Amalgamação de homem com animal produziria, não uma espécie de animal, mas uma espécie híbrida de homem-animal, qualquer que fosse ela. A Sra. White está aqui falando, com toda certeza, de “espécies confusas” de animais. E ela diz simplesmente que tais “espécies confusas” “eram resultados de amalgamação”. 
Vamos resumir, agora, colocando em colunas paralelas, a essência das duas declarações 
da Sra. White: 


Amalgamação de Homens 
O casamento, a amalgamação, de raças de homens, desfigurou a imagem de Deus. 


Amalgamação de Animais 
A amalgamação de “espécies de animais” resultou em “espécies confusas”.
Cremos que essas citações paralelas certificam completamente a conclusão, já obtida, de que quando a Sra. White disse “amalgamação de homem e animal”, ela quis dizer (1) amalgamação de raças de homens, e (2) amalgamação de espécies de animais. A primeira “desfigurou a imagem de Deus”, e a segunda “causou confusão em toda parte”.


Três Importantes Conclusões 
A Sra. White diz que “desde o dilúvio, tem havido amalgamação de homem e animal”, e acrescenta que os resultados podem ser vistos (1) “nas quase infindas variedades de espécies de animais”, e (2) “em certas raças de homens”. Há várias conclusões importantes resultantes dessa citação: 
1. A Sra. White fala de dois grupos claramente distintos que comprovam essa amalgamação. Há (1) “espécies de animais” e (2) “raças de homens”. Não há nenhuma sugestão que havia espécies parte homem e parte animal. Mas como poderia haver amalgamação de homem com animal e o resultado ser qualquer outra coisa que espécie híbrida homem-animal? Ela nem sequer insinua a existência de monstros subumanos ou caricaturas de homem. Pelo contrário, 
como acabamos de ver, ela fala inequivocamente de “espécies de animais” e “raças de homens”. Ela não cita nem nomeia nenhuma raça particular que apóie a evidência dessa amalgamação. 
2. 2. A Sra. White fala das “quase infindas variedades de espécies de animais” resultantes de amalgamação. Tem-se sugerido que a Sra. White, na questão de amalgamação, refletiu o pensamento daqueles que acreditavam no mito do cruzamento homem-animal. Se entendermos corretamente esse mito, que tem sido transmitido através dos séculos pelos ventos da credulidade, algumas grandes criaturas míticas da antigüidade foram consideradas como resultantes de uma união de homem com animais. E sempre se acreditou que essas criaturas revelavam características tanto humanas como de animais. Mas não há nada 
nesta ficção antiga que apóie a idéia de que “quase infindas variedades de espécies de animais” foram o resultado de um cruzamento anormal de homem com animais. A Sra. White aqui, com certeza,  não está expressando antigo conceito mítico. Nem sequer os pagãos crédulos, totalmente isentos de conhecimentos de biologia, teriam pensado em nutrir tal idéia. Quão mais racional é interpretar a citação como querendo dizer que essas “quase infindas variedades de espécies de animais” resultaram de amalgamação de formas de vida  animal, 
previamente existentes! 
3. A Sra. White pede que o leitor olhe ao seu redor em busca de provas para o que ela está dizendo. Em outras palavras, o que quer que essa amalgamação tenha sido, seu resultado é evidente hoje. “Conforme pode ser visto”, ela diz, “nas quase infindas variedades de espécies de animais, e em certas raças de homens”. Mas pode alguma coisa ser “vista” em nossos dias que apóie o antigo mito de homensanimais? Certamente não há nada nas raças selvagens de algumas terras remotas de pagãos que sequer sugira um cruzamento entre homem e animais. 
se a raça mais degradada de homens não sugere tal cruzamento, muito menos qualquer espécie de animais sugere isso. Mas o resultado da amalgamação que Sra. White fala “pode ser visto” pelo leitor. 


Darwinismo e Criacionismo 
Na época em que a Sra. White escreveu sua declaração sobre amalgamação, em 1864, a influência de Darwin estava apenas começando a ser sentida no mundo. Até que ele publicasse seu livro  Origem das Espécies (24 de novembro de 1859), a maioria dos cientistas, e geralmente os religiosos, defendiam firmemente a teoria de que as espécies são “fixas”, isto é, elas não podem ser cruzadas. Darwin teorizou que toda a criação está em fluxo, sem limites insuperáveis em qualquer forma de vida. Argumentou que a lei natural, expressando-se pela seleção natural e pela sobrevivência do mais apto, faz com que formas simples se tornem gradualmente complexas e cresçam constantemente na escala da vida, até que finalmente apareça o homem. Sua teoria e a doutrina da fixidez das espécies não podiam viver juntas. Uma devorou a outra. Para Darwin e aqueles que concordavam com ele, parecia que o principal obstáculo para a aceitação de sua teoria era a doutrina da fixidez das espécies. E para os cristãos ortodoxos a crença na fixidez das espécies parecia absolutamente essencial à crença em Gênesis. 
Assim, quando a batalha começou entre os Darwinistas e os crentes no Gênesis, a luta foi principalmente sobre esta questão da fixidez das espécies. Os criacionistas geralmente consideravam o termo “espécie” como equivalente ao termo que foi traduzido como “espécie” no Gênesis, para cada uma das quais foi dada a ordem divina: “Produza … conforme a sua espécie” Gên. 1:24. Tal comparação entre o termo “espécie” e a palavra usada no Gênesis, sabemos agora não ser comprovada. 
Todos sabem o resultado de tal luta desigual. Os evolucionistas não tiveram problema nenhum para provar que há  “infindas variedades de espécies de animais”, se pudermos emprestar as palavras da Sra. White em sua declaração sobre amalgamação. E sempre que os criacionistas procuraram defender sua posição sobre a fixidez das espécies, como esse termo é geralmente entendido, foram derrotados. 
Os criacionistas atuais que têm algum conhecimento de genética, que trata das leis que governam a “hereditariedade e as variações entre organismos relacionados”, se saem muito melhor do que seus pais. A genética mostra como intermináveis variedades podem se desenvolver dentro de certos limites - o limite das variações potenciais dentro das características fisiológicas originais de um grupo - mas não além. Em outras palavras, o simples fato das variações nas espécies não fornece, em si, qualquer prova da evolução. Isso é certo. Assim, podemos crer em “infindas variedades de espécies” depois do Ararate, sem acreditar na evolução. A Sra. White escreveu em 1864 que essas “quase infindas variedades” “podem ser vistas”, embora os criacionistas naquela época, e durante meio século mais, não vissem as coisas assim; vissem apenas a fixidez das espécies. 
Mas a Sra. White não tinha tendências para aceitar a teoria de Darwin. Desde o início, ela falou vigorosamente contra a evolução! 


Foi um Pecado? 
A Sra. White descreve a “amalgamação de homens e animais” como um “pecado” e um “vil crime”. Mas por que a amalgamação de várias espécies de animais deveria ser assim descrita? 
Observe primeiro que a Sra. White, no capítulo “a Criminalidade Antes do Dilúvio”, usa a palavra “crime” como sinônima de “pecado”. A palavra-chave perante nós, portanto, é “pecado”. E o que é pecado? É a transgressão da lei de Deus. Isso freqüentemente é restrito ao pensamento teológico quanto à violação dos Dez Mandamentos, a lei moral. Ao se examinar os escritos da Sra. White, fica evidente que ela usa com freqüência a palavra “pecado” num sentido muito maior, incluindo qualquer violação das chamadas leis naturais. A razão pela qual ela faz isto é que ela declara que as chamadas leis da natureza são tão verdadeiramente uma expressão da mente e vontade de Deus como são os Dez Mandamentos. Por exemplo: “Violar as leis de nosso ser é tão pecado como quebrar um dos Dez Mandamentos, pois não podemos num caso como no outro deixar de quebrantar a lei de Deus”, Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 70. 
Vamos agora ao relato da Bíblia sobre a condição de todo o mundo criado, homens e animais, antes do Dilúvio: “Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis, e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito”. Gên. 6:7. Por que o Senhor deveria arrepender-se de “haver feito” os animais, as aves, os répteis, e também o homem? Em alguns versos mais adiante está a resposta: “Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra”. Gên. 6:12. “Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem”. Gên. 7:21. 


O Plano de Deus para o Éden 
Quando Deus criou o mundo, colocou sobre ele uma grande variedade de animais e plantas, distribuídos sobre colinas e vales, em planícies ensolaradas e em vales sombreados. O quadro era de beleza e harmonia na diversidade. Podemos, naturalmente, apenas conjeturar sobre os detalhes do mundo edênico. O relato declara que Deus ordenou que cada forma de vida se reproduzisse “conforme a sua espécie”. Gên. 1:24. 
Os registros fósseis dão um testemunho silencioso de que entre as principais formas de vida parece não haver nenhuma forma intermediária. Ao contrário, há grandes lacunas. 
Podemos apenas arriscar uma suposição de que o Senhor projetou que Sua Terra perfeita também preservasse as distinções entre as formas de vida mais intimamente relacionadas. Mas se Ele colocou sobre a terra todas essas formas mais ou menos intimamente relacionadas, parece uma suposição razoável que Ele tenha feito isto como uma expressão de Sua concepção divina de como deveria ser um mundo perfeito. 
Pensamos que isso é mais que uma suposição razoável à luz do conselho específico dado mais tarde a Israel, quando Deus buscava estabelecer nesse mundo pecaminoso um governo de acordo com os planos de céu. Através de Moisés Deus disse a Israel: 
“Guardarás os meus estatutos: não permitirás que os teus animais se ajuntem com os de espécie diversa; no teu campo não semearás semente de duas espécies; nem usarás 
roupa de dois estofos misturados.” Lev. 19:19 (ver também Deut. 22:9-11). 


Satanás e o Reino Animal 
A Bíblia apresenta a descrição de um conflito entre Deus e Satanás que começa com os primórdios de nosso mundo e envolve tudo que está relacionado com nosso planeta. A Bíblia comprova plenamente que Satanás, como um agente moral livre, tem permissão de Deus para vagar pela terra e usar sua habilidade diabólica para criar desordem e destruição. 
O primeiro exemplo da tentativa de Satanás de trazer desordem em nosso mundo foi sua fala através de um animal, uma serpente. E embora Satanás fosse o instigador das palavras ardilosas da serpente, o Senhor incluiu a serpente nos juízos infligidos na queda.

Sendo o relato da Escritura tão curto, devemos ser tardios em dogmatizar. Mas podemos encontrar no ato de Satanás, em seus maus propósitos, e nesse exemplo especificamente mencionado de seu controle sobre um membro do reino animal, uma forte sugestão de que o reino animal sofreu com suas astúcias diabólicas. Não podemos acreditar que no Éden havia animais sedentos de sangue, cruéis, raivosos e ferozes. 
Todos os que crêem na Bíblia admitem que essas mudanças ruins nos animais foram resultados do pecado. Mas como poderia um animal, que não tem uma natureza moral e, portanto, não tem nenhum conhecimento do pecado, ter sua natureza mudada pela entrada do pecado na vida de Adão e Eva? A mente cristã não permitirá a idéia de que Deus mudou os animais assim. No ato de Satanás, cujo domínio da serpente está registrado para nosso aprendizado, encontra-se, de fato, a única verdadeira explicação para a triste mudança que ocorreu no reino animal. Parte dessa mudança, cremos, foi a confusão das espécies, uma mancha no quadro maravilhoso da harmonia divina na diversidade. 


Uma Crença Coerente com as Escrituras 
Admitimos que essa crença quanto à causa da confusão das espécies não pode ser apoiada por um texto claro das Escrituras. Afirmamos apenas que essa crença é coerente com os textos bíblicos que discutem o que ocorreu no princípio do mundo. E nada mais que isso precisa ser afirmado para proteger esta crença de ser levianamente descartada por qualquer crente na Bíblia, como sendo uma explicação irracional. 
É evidente que nesse ponto de vista sobre a confusão das espécies no reino animal encontramos uma resposta satisfatória para a pergunta: Como o cruzamento de formas diferentes de vida animal poderia ser descrito como pecado? O pecado estava envolvido na atividade da serpente? Todos nós respondemos que sim. Mas imediatamente pensamos em Satanás. O mesmo ocorre em relação ao cruzamento de animais. Qualquer e cada ato para arruinar o plano original de Deus só pode ser descrito como pecado. 


A Sra. White Vê Satanás Como o Poder Maligno 
Não é preciso ler muito dentro dos escritos da Sra. White para ficar ciente de que ela vê o 
drama completo de nosso mundo, desde o princípio, como uma grande luta entre Deus e o diabo. 
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A Sra. White descreve Satanás como estando à espreita para atacar a terra, trazendo desordem e devastação, assim como a Bíblia o retrata. É verdade que ela não se referiu especificamente a Satanás nas declarações sobre amalgamação no livro Spritual Gifts. No entanto, outra referência à amalgamação revela seu ponto de vista quanto à causa de algumas das mudanças que ocorreram em nosso mundo depois que Adão e Eva caíram. A declaração diz: 
Nenhuma planta nociva foi colocada no grande jardim do Senhor, mas depois que Adão e Eva pecaram, nasceram ervas venenosas. Na parábola do semeador, foi feita ao dono da casa a pergunta: “Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?” O dono da casa respondeu: “Um inimigo fez isso”. Mat. 13:27 e 28. Todo joio é semeado pelo maligno. Toda erva nociva é de sua semeadura, e por seus métodos engenhosos de amalgamação ele corrompeu a Terra com joio.  Mensagens Escolhidas, vol. 2, pp. 288-289.

Essa declaração, vista no contexto do teor geral dos escritos da Sra. White, que atribui a Satanás a responsabilidade ativa para toda o mal no mundo, nos permite plenamente concluir que ela atribuiu a Satanás as “espécies confusas” de animais. Portanto ela certamente descreveria essas “espécies” como uma manifestação do pecado, assim como poderia apropriadamente falar do aparecimento de plantas nocivas e ervas venenosas como uma demonstração das atividades do “maligno”. Assim, sua declaração sobre amalgamação, referindo-se a “pecado”, é coerente com tudo o que a Escritura revela sobre os primórdios da terra, em termos da interpretação que demos à frase-chave, “amalgamação de homens e animais”. 


Declaração Não Encontrada em Patriarcas e Profetas 
Passamos a considerar agora o fato de que as declarações sobre amalgamação não foram incorporadas pela Sra. White ao livro Patriarcas e Profetas, em circulação hoje, e à natural indagação de por que estas duas declarações não aparecem ali. Alguns presumem que essas duas declarações foram propositalmente suprimidas. 
O fato de uma citação não ser mantida em publicações posteriores, ou de um determinado livro não ser republicado, não é em si uma razão válida para se presumir que ocorreu uma supressão. A falta de base para tal sugestão torna-se transparentemente clara quando fornecemos estes fatos relacionados ao caso: 
De 1858 a 1864 apareceram, da pena da Sra. White, quatro volumes pequenos levando o título geral de  Spiritual Gifts. Com exceção do volume 2, que é em grande parte autobiográfico, e da última metade do volume 4, os volumes apresentam uma descrição da história sagrada, da criação ao Éden restaurado. 
De 1870 a 1884, ela escreveu quatro volumes maiores, sob o título  The Spirit of Prophecy. Esses volumes abrangem mais plenamente o tema da história religiosa do homem do Éden ao Éden. Em grande parte, o conteúdo de  Spiritual Gifts, exceto o volume autobiográfico, é reproduzido em  The Spirit of Prophecy. Freqüentemente os textos do primeiro são exatamente reproduzidos, capítulo após capítulo, no segundo. Em alguns casos há material deixado fora e muitas vezes há acréscimos. Um estudo detalhado da questão revela que aqui se aplicam os princípios de que um autor, ao trazer à luz um novo e mais completo exame de um tema, pode apropriadamente adicionar, ou subtrair, ou revisar. As duas citações sobre amalgamação aparecem literalmente em The Spirit of Prophecy, no volume 1, publicado em 1870. 
Quão fácil teria sido para a Sra. White o retirar as citações sobre amalgamação na edição de 1870. Elas já tinham levantado questionamentos, como é mostrado pela referência a elas na obra de Uriah Smith, Objections to the Visions Answered (Respostas a Objeções quanto às Visões), publicado em 1868. Aquele era o momento para “eliminá-las” se ela quisesse. Mas dois anos mais tarde ela reproduziu os capítulos contendo as citações, de modo que tanto as citações como o contexto permanecem os mesmos. 
Até esse momento, a Sra. White tinha escrito exclusivamente para a igreja. O próximo passo era o planejamento de livros que pudessem ser vendidos a pessoas fora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mesmo àquelas que não tivessem qualquer formação ou conexão religiosa. Naturalmente, incluso em tal plano estaria o desejo de dar uma ênfase apropriada a certas verdades que distinguem a pregação do movimento adventista.


Agora, assim como um ministro, saindo de sua congregação para se dirigir a uma multidão mista, mudaria completamente seu modo de tratar um assunto, acrescentando, eliminando ou revisando, da mesma forma faria um escritor. 
Em 1890, o grandel assunto do princípio da história humana, que é o tema do Spiritual Gifts, volume 3, e  Spirit of Prophecy, volume 1, foi abordado em novo estilo no livro Patriarcas e Profetas, preparado para venda ao público em geral. Este é um dos volumes da coleção de obras atuais que cobre a história religiosa do homem do Éden ao Éden, e que é geralmente conhecida como Série “Conflito dos Séculos”. Em cada volume da série o assunto é exposto de maneira ampliada e às vezes nova, e não há pretensão de se republicar uma obra antiga. Seria tão coerente afirmar que os quatro volumes completos de The Spirit of Prophecy foram omitidos, como afirmar que umas certas cinco sentenças - o total envolvido nas citações sobre amalgamação – foram omitidas. 
Em relação a esse assunto, lembramos ao leitor que os quatro volumes de Spiritual Gifts, que são a fonte original das citações sobre amalgamação, estão atualmente disponíveis 
numa edição em fac-símile. 


Notas: 
1.  The Century Dictionary, edição de 1889, diz sobre a palavra “Amalgamação”: “2. A mistura ou combinação de coisas diferentes, especialmente de raças”. A idéia da mistura de raças, como um dos significados da palavra, parece ter saído de alguns dicionários, provavelmente tendo em vista o fato de que o termo “hibridação” é agora geralmente usado para denotar fusão, ou cruzamento, de coisas vivas. Entretanto, a publicação de Funk e Wagnalls, em 1949, do  New Standard Dictionary, diz sobre “Amalgamar”: “3. Formar um composto misturando ou combinando; unir; combinar; como amalgamar diversas raças. Usado especificamente, no sul dos Estados Unidos, para casamento entre pessoas brancas e negras”.  
O  Dictionary of American English (Oxford University Press, 1938-1944, 4 vols.) diz: “Amalgamar, v. (1797-, em sentido geral.) De pessoas: a. Combinar ou unir, esp. por casamento entre pessoas de raça ou nacionalidade diferentes. /b. (Ver nota 1859)... 1859 BARTLETT 8  Amalgamar ... é universalmente aplicado, nos Estados Unidos, para a mistura das raças branca e negra. Amalgamação. (1775- em sentido geral.) /A fusão das raças branca e negra através de casamento”. 
2. Alguém pode argumentar que a construção dessa sentença indica que a escritora está listando um novo pecado à série, algo além dos casamentos profanos, idolatria, assassinato, etc. Não acreditamos que tal conclusão seja necessária. Não é algo incomum para um escritor o alistar uma série de itens e, depois, em conclusão, concentrar-se em um deles, com uma frase introdutória como, “Se há um item acima de outro...”. Também não acreditamos que alguma ênfase especial deva ser colocada no fato de que, nessa recapitulação, o escritor amplia o assunto em questão, como se o próprio fato de enfocá-lo parecesse atrair a mente do escritor para um pensamento relacionado. Isso, cremos, é uma forma totalmente racional de ver a construção das frases diante de nós. A Sra. White, no último parágrafo do capítulo, volta a focalizar na causa principal do Dilúvio, que fora delineada anteriormente no capítulo. Ao fazê-lo, ela expande um pouco, de forma a incluir a “confusão” no reino animal que resultou da 
entrada do pecado no mundo.

3. Em meados do século dezenove, quando alguns recessos escuros da terra mal tinham sido tocado por exploradores, histórias estranhas eram freqüentemente contadas sobre os selvagens que habitavam nesses lugares. Provavelmente, alguns dos primeiros que leram as declarações da Sra. White sobre amalgamação, inconscientemente permitiram que essas histórias estranhas determinassem sua interpretação das citações. Não é necessário dizer, agora que todas as raças selvagens são amplamente conhecidas, que o depoimento de quem entrou em contato com elas é que, embora possam ser depravadas, são totalmente humanas em todos os aspectos, e só precisam de oportunidade para adquirir os hábitos e vícios do 
homem branco! A Sra. White não comenta sobre a frase “certas raças de homens”. 
Ela não dá nenhum detalhe sobre como as raças se misturaram após o dilúvio, nem diz que tal mistura pós-diluviana foi um “vil crime”. Precisamos apenas notar que ela faz a simples declaração de que a “amalgamação” produziu “raças de homens”, não raças parte homem, parte animal. 
4. Uma obra de quatro volumes da Sra. White, publicada entre 1870 e 1884, intitulada Spirit of Prophecy, leva o título secundário: O Grande Conflito Entre Cristo e Satanás, e não deve ser confundida com a obra posterior  O Grande Conflito, que é uma expansão do quarto volume. No primeiro volume, as duas citações sobre amalgamação são reimpressas em seu contexto original.
 Ellen White

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