quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Espírito Santo iniciou Suas atividades no mundo apenas a partir do Pentecostes (Atos2)?


Um dos textos mais importantes para a compreensão da obra do Espírito Santo antes e após o Pentecostes é João 14:16 e 17. Neste texto Cristo promete aos Seus discípulos uma  futura dotação especial do Espírito Santo: E Ele vos dará outro Consolador, explicando que esta dotação seria concedida pelo mesmo Espírito que já habitava neles: “Vós O conheceis, porque Ele habita convosco”. Por conseguinte, não podemos restringir as atividades do Espírito Santo ao período posterior ao Pentecostes.
Um número significativo de alusões à atuação do Espírito Santo pode ser encontrado no Antigo Testamento. Já em Gênesis 1:2 Ele é descrito como pairando “sobre as águas”. Sansão foi possuído várias vezes, de forma sobrenatural, pelo Espírito Santo (Juízes 13:25; 14:6 e 19; 15:14). Davi enfatiza a onipresença do Espírito Santo ao indagar: “Para onde me ausentarei do Teu Espírito?” (Salmo 139:7-12). O Novo Testamento, por sua vez, refere-se a Zacarias (Lucas 1:15) e Cristo (Lucas 4:1) como homens cheios do Espírito Santo antes do Pentecostes.
Embora o Espírito Santo viesse atuando incessantemente pela salvação dos pecados desde o início da história humana, no Pentecostes os discípulos receberam uma capacitação especial do poder do Espírito Santo para testemunhar as boas-novas da salvação em Cristo “até os confins da terra” (ver Atos 1:8). Em outras palavras, naquela ocasião, os seguidores de Cristo, que já manifestavam o fruto do Espírito derivado de uma experiência de salvação (ver Gálatas 5:22 e 23), receberam um dom especial do Espírito, que os capacitaria a proclamar o evangelho nas próprias línguas das diferentes “nações” representadas no dia do Pentecostes (ver Atos 2:1-13). Portanto, a obra do Espírito Santo é bem mais abrangente em seu escopo do que a mera concessão do dom de línguas no dia do Pentecostes.

Alberto Ronald Timm, doutor em Teologia, em um de seus artigos na Revista Sinais dos Tempos (Tatuí – SP - Casa Publicadora Brasileira) Janeiro de 1999, p. 29.

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