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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Crianças podem participar da Santa Ceia ?

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À luz de 1 Coríntios 11:28-29, gostaria de saber se crianças podem participar da Santa Ceia ou ao menos comer o pão e tomar o vinho não abençoados.

O texto em questão diz: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.”

Esses dois versos paulinos nos ensinam que:

1. Antes da participação na Santa Ceia, deve ocorrer um auto-exame (para ver se todos os pecados foram confessados a Deus e as ofensas ao próximo). O verbo “examinar” no verso 28, é dokimázo, no original, e significa “colocar em prova” testar, examinar. O ato de se examinar pressupõe idade para isso. Crianças não teriam idade nem condições mentais para cumprir o que Paulo pediu que os crentes de Corinto fizessem.

2. 0 auto-exame, como preparação para a participação na Santa Ceia, pressupõe uma compreensão do seu significado simbólico – participação simbólica da carne e do sangue de Jesus (ver Mt 26:26-28; Jo 6:53-56). Devemos concordar que crianças não têm condições para compreender plenamente os símbolos envolvidos na cerimônia da Santa Ceia.

3. 0 auto-exame pressupõe o batismo, que é uma demonstração pública de que alguém passou a viver espiritualmente, que nasceu de novo (jo 3:3-5). Então, o crente, antes de participar da Ceia, deve fazer uma avaliação dos votos feitos no dia de seu batismo e se sua vida tem
correspondido a esses votos. Para que alguém seja batizado, é necessário que creia em Jesus e O aceite como Salvador (ver Mc 16:15,16). Portanto, deve-se ter idade para crer. Então, vê-se que a Santa Ceia é para pessoas que creram e foram batizadas – e não para crianças que não têm idade nem para crer nem ser batizadas.

4. Auto-exame pressupõe comunhão aberta – todos os que têm idade para crer, ser batizados e se auto-examinar podem participar da Santa Ceia. Não caberia, então, uma pessoa excluir outra da Ceia do Senhor. Mas quem participa deve ter consciência do que está fazendo, pois “quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si” (v. 29).

Alguns crêem que seria bom dar às crianças pão e vinho que foram reservados para elas (e, portanto, não abençoados), no momento em que os pais participam dos mesmos símbolos (só que abençoados). Outros advogam que se poderia dar a elas algumas uvas, no momento em que o suco é servido aos pais. Mas tais práticas não têm base na Bíblia nem no Espírito de Profecia. E também não é o ensinamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A propósito, vejamos o que nos diz o Manual da Igreja Adventista: “Quem pode participar – A Igreja Adventista do Sétimo Dia pratica a comunhão aberta. Todos os que entregaram a vida ao Salvador podem participar. As crianças aprendem o significado da cerimônia observando a participação dos outros. Depois de receberem instrução formal em classes batismais e fazerem sua entrega a Jesus no batismo, estarão elas mesmas preparadas para participar da cerimônia” (edição de 2005, p. 83).

Há uma esclarecedora citação de Ellen G. White sobre crianças na Santa Ceia:

Após a ceia, quando as horas do tempo sagrado estavam findando, tivemos um agradável período de oração. Tiago conversou com as crianças antes de inclinar-se para orar” (Manuscrito 6, 1859, citado em Mensagens Escolhidas, v. 3, p.263).

Por esse texto, vê-se que havia crianças presentes a uma celebração de Santa Ceia, na qual, tanto a senhora White quanto o marido Tiago estiveram presentes. Mas nada é dito sobre a participação delas ou não. Provavelmente, o pastor Tiago explicou a elas o que acabavam de presenciar, ou seja, os pais e irmãos comendo o pão sem fermento e tomando o puro suco de uva, e o que isso significava.

Em vez de se dar às crianças qualquer alimento que imite os emblemas do corpo e do sangue de Cristo, o ideal seria que os pais explicassem a elas o simbolismo do pão e do vinho, e dizer que, quando tiverem idade para ser batizadas, elas poderão participar desses símbolos. Mas, no momento em que os diáconos servem o pão e o vinho, elas devem ficar em silêncio, observando os membros da família (batizados) participarem.

Quanto à tarefa dos pais em explicar o significado dos símbolos da Santa Ceia às crianças, pode-se aplicar a seguinte citação de Ellen G. White:

A verdadeira reverência para com Deus é inspirada por uma intuição de Sua infinita grandeza e consciência de Sua presença. Com esta percepção do Invisível deve ser profundamente impressionado o coração de toda criança. Deve-se ensiná-la a considerar como sagrados a hora e o lugar das orações e cerimônias do culto público, porque Deus está ali” (Educação, p. 242-243).

Por Ozeas C. Moura, editor na Casa Publicadora Brasileira.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Páscoa - Qual o verdadeiro significado?



Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?


A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?


A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.
Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que esta doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho...
O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: "Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador." O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor. 


Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?
Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos - o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.


Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa "passagem" "passar por cima". Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.


A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.


A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:
Jesus tomou o pão,"e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha." 


Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão "isso é o meu corpo" signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio dizendo "Eu Sou a porta" (João 10:7), "Eu sou o caminho" (João 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai." ( Mateus 26:29)


Portanto, a cerimônia da Santa-Ceia, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados:


1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com deus, com o nosso próximo e conosco mesmo - união - não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve...


2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai. (Mateus 26:29)


Conclusão:
Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente deus espera de cada um de nós.


Jesus foi claro "Fazei isto em memória de mim." Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."


Equipe Novo Tempo

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O lava-pés é essencial numa cerimônia de Santa Ceia?


A santa ceia é uma cerimônia que Jesus Cristo nos deixou para lembrarmos de Sua morte e ressurreição e de que um dia estaremos com Ele nós céus, comemorando a nova vida, no reino de Deus. Mateus 26:29 relata:  “E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai”
Cristo em sua vida nos deixou o exemplo de como devemos agir. Também em relação à Santa Ceia, ele nos orientou, dizendo: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13:14).
O ‘lava-pés’ é uma demonstração de humildade que indica que não somos superiores aos outros. E da mesma forma que Cristo, sendo Mestre, lavou os pés dos discípulos, devemos seguir Seu exemplo. Portanto, é importante que a santa ceia inclua a cerimônia do ‘lava-pés’, que prepara nosso coração, através da humildade, a participar desta ocasião tão especial.
A santa ceia, a fim de que seja completa, deve ter a cerimônia do lava-pés. Na igreja cristã havia esta prática. Na primeira carta de Paulo a Timóteo, capítulo 5 versículo 10 lemos: “Seja recomendada pelo testemunho de boas obras, tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra”.

domingo, 25 de setembro de 2011

O que é a Santa Ceia?



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A Ceia do Senhor – A Ceia do Senhor é uma participação nos emblemas do corpo e do sangue de Jesus, como expressão de fé nEle, nosso Senhor e Salvador. Nessa experiência de comunhão, Cristo está presente para encontrar-Se com Seu povo e fortalecê-lo. Participando da Ceia, proclamamos alegremente a morte do Senhor até que Ele volte. A preparação envolve o exame de consciência, o arrependimento e a confissão. O Mestre instituiu a cerimônia do lava-pés para representar renovada purificação, para expressar a disposição de servir um ao outro em humildade semelhante à de Cristo e para unir nossos corações em amor. O serviço da comunhão é franqueado a todos os crentes cristãos. – Crenças Fundamentais, 15
No que concerne à Ceia do Senhor, os adventistas não aceitam a idéia de que os emblemas do pão e do vinho se transformam no próprio corpo e sangue de Jesus. Cremos que essa interpretação coloca um excessivo significado no pão e no vinho. Mas será que evitando um extremo não poderemos cair no outro: ver pouco significado nesses emblemas alimentares?
Na realidade, a Santa Ceia é um evento rico em significação e experiência que vai muito além do simbolismo. Ela reforça os laços que me unem a Deus e aos cristãos com os quais me relaciono. Ela me alimenta – do contrário eu ficaria espiritualmente enfraquecido e subnutrido a ponto de morrer.
A Ceia do Senhor é um memorial e um testemunho. E, muito mais que isso, é a ocasião em que o crente se encontra com Aquele em quem crê, e se satisfaz. Ao vir à mesa da comunhão, encontro a paz e a segurança.
A Última Páscoa
A Santa Ceia deriva seu significado da morte de Jesus Cristo e de certos comentários que Ele fez ao celebrar a última páscoa com Seus discípulos. Para os israelitas, a páscoa lembrava o livramento do Egito. Na primeira páscoa, Deus fizera um concerto com Seu povo; da mesma forma, Cristo coroou Sua última refeição com os discípulos com um concerto. Só que essa última refeição marcou o fim da páscoa e o início de uma nova celebração – a Ceia do Senhor.
Todos os três evangelistas sinóticos (Mat. 26:26-29; Mar. 14:22-25; Luc. 22:15-20) registraram as palavras ditas por Cristo na ocasião em que instituiu a Ceia. O mesmo fez Paulo em I Coríntios 11: 23-25. Ao mesmo tempo que todos concordam no relato básico, cada um por sua vez complementa o outro com detalhes. Paulo, Marcos e Mateus se referem ao concerto. Marcos fala do sacrifício substitutivo de Cristo (“em favor de muitos”); Mateus vai mais longe, acrescentando a idéia da “remissão dos pecados” através da morte de Cristo. Paulo nos brinda com o conceito da Ceia do Senhor como “memorial” da morte de Jesus. Assim, podemos perceber que a igreja primitiva celebrou a Santa Ceia como uma “instituição” carregada de diversos significados.
Lavaram Seus Pés
Antes de avançar muito em nossos pensamentos, vamos rememorar um pouco os acontecimentos que cercaram a última páscoa de Jesus com Seus discípulos. Eles vieram completamente despreparados. Ao mesmo tempo “sabendo Jesus que era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai” (João 13:1), a atitude dos discípulos só acrescentava angústia a Jesus. Judas fizera um pacto secreto para trair a Cristo. Os demais discípulos estavam preocupados com a grandeza pessoal. Cobiça. Enquanto isso, a água, a bacia e a toalha, sobravam ali num canto. Nenhum discípulo expressou o desejo de servir.
Ao invés de repreendê-los, Jesus, num ato de amor, tomou a bacia e a toalha e passou a lavar os pés dos discípulos. Para o Criador do Universo e Salvador da humanidade isso não era nenhuma novidade. Muito tempo antes, escolhera Ele o papel de servo, trocando toda a dignidade pela humilhação e serviço (Filip. 2:5-8).
Esse ato abriu os olhos dos discípulos. Perceberam o espírito de que estavam possuídos. Ao chegar a vez de Pedro, ele não quis participar. Jesus teve que dizer: “Se Eu não te lavar, não tens parte comigo.” João 13:8. Na realidade, Ele estava dizendo: “Pedro, o que Eu quero não é exatamente lavar os seus pés, mas trazê-lo para mais perto de Mim. O que você mais precisa é da purificação celestial, aquela que muda o coração.” (Ver O Desejado de Todas as Nações, pág. 646)
E Pedro começou a entender. Começou a ver “quando Jesus Se cingira com a toalha para lhes lavar o pó dos pés, desejava, por aquele mesmo ato, lavar-lhes do coração a discórdia, o ciúme e o orgulho”. – Ibidem. Todo que vem à mesa do Senhor necessita essa experiência. Por essa razão, Jesus disse: “Eu vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também.” João 13:15.
Faz parte da nossa natureza zelar por nós mesmos, chamar a atenção, levar os outros a reconhecer nosso valor. Mas, pela ordenança do lava-pés, nosso Senhor ensina-nos uma melhor forma de viver. Mostra-nos uma humildade que dá mais crédito e atenção aos interesses dos outros ao invés do constante favorecimento próprio (Filip. 2:3 e 4).
Com boa disposição, exame de consciência e oração, devemos participar do lava-pés antes de chegarmos à mesa do Senhor. É a preparação da nossa mente para fruirmos a comunhão.
Um Símbolo do Evangelho
É claro que Jesus e Seus discípulos celebraram a páscoa juntos anteriormente. Mas essa ocasião foi diferente. Jesus sabia que seria a última páscoa para eles; na realidade, não precisariam mais dela.
Seus seguidores tinham que entender que haviam presenciado o despontar de uma nova e diferente era. A entrada era o próprio Cristo, e o início seria provocado pelos eventos que se dariam em seguida. Então, Jesus modificou a refeição pascal para outra que representasse melhor Sua morte, ministério e missão.
A nova refeição – a Ceia do Senhor – então significa o próprio evangelho. Ou seja:
1. As dificuldades e dores da existência humana não trazem qualquer solução em si mesmas. O destino ou o acaso também não ajudam nada. Não temos poder algum para nos livrar a nós mesmos. Somente Cristo pode fazê-lo. Ele proveu a chave para o nosso livramento ao dar a Sua própria vida – “o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos”. Mar. 14:24. Essa é a solução de Deus.
Ao chegarmos à mesa da comunhão, assumimos que também para nós esse é o caminho aceito. Demonstramos nossa receptividade e gratidão em face da solução divina.
2. Em virtude da solução divina, deixamos de ser estrangeiros e desamparados pelos caminhos da vida. Agora, temos um lar. Somos filhos. E também não temos que nos envergonhar de nós mesmos. Ou seja, nossos pecados foram perdoados (Mat. 26:28) e a Ceia do Senhor confirma isso. Da mesma forma que o próprio perdão, a Santa Ceia é um dom de Deus a Seus filhos.
3. Pelo partir do pão e participar da refeição com nossos irmãos e irmãs, confirmamos nossa filiação a uma família. Essa família é o universal corpo de Cristo. Isso é o que Paulo tinha em mente, quando disse: “Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão.” I Cor. 10:17.
A refeição une aqueles que se assentam ao redor da mesa. “Todos Me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, ... pois, perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais Me lembrarei.” Jer. 31:34. A santa refeição expressa a comunhão do novo concerto.
4. Ao participar dos alimentos, participamos também da proclamação das verdades centrais do evangelho: a morte sacrifical de Jesus Cristo e nossa crença na Sua segunda vinda (I Cor. 11:26; Mat. 26:29). Tanto Jesus quanto Paulo procuram dirigir o nosso olhar e expectativa para esse glorioso momento da história. Na igreja primitiva, a celebração da Santa Ceia certamente terminava com a exclamação: Maranata – Vem, Senhor! (I Cor. 16:22).
A Ceia do Senhor coloca o crente entre a morte de Cristo e Sua volta, como que dependendo de ambos. E nisso reside toda a segurança e esperança.
Através do Espírito Santo, o Cristo ressurreto está verdadeiramente presente à Santa Ceia. Nessa ocasião, “Cristo Se encontra com Seu povo, e os revigora por Sua presença”. – O Desejado de Todas as Nações, pág. 656. Por isso, entender a refeição pascal meramente como um símbolo para auxiliar a memória ou como um instrumento pelo qual o crente torna público o seu testemunho diminui enormemente o verdadeiro significado da Ceia do Senhor. A refeição é, de fato, um encontro entre o Salvador ressurreto e a pessoa que nEle crê. A graça derivada da celebração da Santa Ceia é a graça da presença de nosso Senhor. Que ninguém subestime o poder para a renovação espiritual que advém pela presença de Cristo (João 6:54 e 57).
Quem Pode Participar?
O princípio “todo o que tem sede venha” pode ser aplicado à Ceia do Senhor. Todo aquele que crê que a única solução para a humanidade vem através de Cristo; todo aquele que deseja sinceramente a purificação, aceitação e fortalecimento por Cristo, pode se achegar à Sua mesa. A Ceia é tão aberta quanto possível.
Sentimentos de insuficiência podem levar um pecador arrependido a concluir que ele não pode se aproximar da mesa do Senhor. Mas a pessoa que sente sua necessidade, que tem fome e sede, é exatamente quem o Senhor convida para que venha, coma e beba.
Participar da mesa da comunhão também não deve ser motivo de exaltação própria. Ao contrário: “Quanto mais contemplarmos a cruz de Cristo, tanto mais adotaremos a linguagem do apóstolo quando disse: ‘Longe esteja de mim gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.’ Gál. 6:14.” – Ibidem, pág. 661.
Nem deveríamos nos surpreender vendo pecadores vindo à Santa Ceia. Quem somos nós para julgá-los? “Deus não deixou aos homens dizer quem se apresentará nessas ocasiões. Pois quem pode ler o coração?” – Ibidem, pág. 656. O tratamento dado por Cristo a Judas nos ensina que identificar o “trigo” e o “joio” não é importante para a Santa Ceia. Se uma pessoa se acha em condições para vir, ela está convidada.
Veja que Paulo diz: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice.” I Cor. 11:28; cf. I Cor. 5:11. Acho que o único motivo para a exclusão da Ceia do Senhor é a descrença e a prática de uma vida que negue abertamente a Jesus Cristo (I Cor. 16:22). Mas esse é um assunto que cada pessoa deve resolver a partir de um exame de consciência. Deveríamos olhar os outros com a mesma generosidade e amor com que Cristo nos trata.
O dom da Santa Ceia deveria despertar em nós alegria e expectativa pela participação. É um ponto alto de nossa experiência cristã que proporciona a segurança necessária para seguir em frente, firme e regozijante, pela luz salvadora da cruz. De que outra forma poderíamos saciar nossa fome e mitigar nossa sede?
Jan Paulsen
Ex-Presidente da Associação Geral
AdventoBlog

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