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quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Cura do Mal de Asafe

Essa doença sempre fez vítimas entre o povo de Deus

O pós-modernismo, segundo Zygmunt Bauman [1], autor de Ética pós-moderna, caracteriza-se por ambivalência moral, nenhum código ético coerente, fim da moralidade universal, moralidade contraditória, pluralismo moral, fragmentação da verdade, personalismo moral, não reconhecimento de autoridade, ausência moral do Estado, ressurreição do paroquíalismo e do tribalismo, rejeição da Revelação.

Nesse ambiente filosófico, promove-se o surgimento de todo tipo de pecados e aberrações, quer contra Deus, quer contra a sociedade, contra instituições, contra a natureza e as pessoas. A mentira tornou-se o idioma do pragmatismo de uma sociedade secularizada, ególatra e sensual. Roubar, seguido ou não de morte da vítima, tornou-se prática comum dos que desejam sobreviver ou acumular fortunas.

Em uma das ruas do centro de Curitiba, uma família sem teto preparava-se para dormir debaixo de uma marquise. Antes de se enrolarem em suas pobres e empoeiradas cobertas, colocaram um pedaço de papelão, ajoelharam-se e oraram antes de dormir.

Cenas como essas nos lembram constantemente que o mal já está maduro para ser punido e eliminado. Por isso, vem-nos à mente a pergunta do vidente de Patmos: “Até quando, ó Soberano Senhor?”

Não raras vezes, fazemos essa pergunta diante das incertezas da vida:
Até quando continuarei sendo um pobre honesto vivendo no meio de ricos desonestos? Até quando continuarei fiel, mesmo sendo injustiçado?

Nessas circunstâncias, a experiência vivida pelo poeta e músico sacro Asafe torna-se uma grande ajuda. Consideremos o salmo 73 para descobrirmos o mal que atormentou aquele compositor e como ele conseguiu cura definitiva para sua alma.


O mal de Asafe [2]

Asafe não era um mero musicista. Na verdade, era um dos principais levitas. Cantor, compositor e músico instrumentista que servia a Deus, junto com Jedutum e Hemã. 1 Crônicas 25:5-6 informa que ele também serviu a Deus, como profeta, no reinado de Davi.

Por ocasião do episódio do transporte da Arca, da casa de Obede-Edom para a tenda armada por Davi, a fidelidade de Asafe motivou o rei a promovê-lo a ministro da música. Seus instrumentos preferidos eram: harpa, alaúde e címbalo.

Junto com quatro mil levitas, Asafe louvava continuamente ao Senhor. Liderou um grupo de 288 mestres da música, aos quais chamava seus filhos. Escreveu, junto com eles, doze dos 150 salmos contidos na Bíblia. Ele conhecia a bondade de Deus para com Israel.

Asafe desfrutava da intimidade do rei e do seu ambiente no palácio. Alguns pensam que foi dentro da casa real que começou a sua crise, quando conheceu a prosperidade do ímpio Absalão. Mas parece que a crise de Asafe tinha raízes mais profundas, pois ele sentava-se no lugar, não do ímpio, mas do próprio Deus, que, segundo sua visão, era o protetor de toda a impiedade. A declaração de abertura do cântico, no verso 1: “Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo” pode situar-se antes e depois da crise.

Asafe diz no verso 2: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos’ Para Asafe, os ímpios não tinham preocupações, não enfrentavam problemas de ordem financeira, nem pareciam sofrer de enfermidades. Erguiam-se em sua violência contra os pobres, e sua altivez era dirigida contra Deus, com ar de ironia, fazendo pouco caso da existência do Senhor e da Sua justiça (versos 4-13).

À semelhança de todos os judeus piedosos, Asafe desejava alcançar saúde e pureza espiritual. Isso, porém, não o tornava imune às enfermidades degenerativas. Pela leitura do verso 14, podemos até pensar que Asafe estava sofrendo de alguma enfermidade grave. A situação do salmista poderia ser lida na declaração de Rui Barbosa:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a ter vergonha de ser honesto.”


Salvo por um triz


A ênfase da confissão de Asafe é dramática: “quase me resvalaram os pés, pouco faltou para que se desviassem os meus passos”. Isso que dizer que pouco faltou para chegar à incredulidade. Pouco faltou para que ele rompesse com a idéia de um Deus sábio, bom e justo. Ele esteve perto de urna violenta mudança de pensamento e de comportamento.

Por pouco, Asafe não contrariou o que está registrado no Salmo 78:3-4: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o Seu poder, e as maravilhas que fez.”

Alguém escreveu que, se fosse hoje, Asafe teria trocado “Jesus, alegria dos homens”, de J. S. Bach, por outra música que o levasse à fama; talvez pelas pobres produções religiosas, que misturam fé com sensualismo, mas vendem. [3] Quase Asafe trocou o templo do Senhor por um templo pagão, por um terreiro ou uma bola de cristal. Ele estava a um passo do inferno, da perdição, da incredulidade.

A erosão foi lenta, mas progressiva. Essa é a característica da apostasia. Nenhuma queda acontece por impulso momentâneo. Há antecedentes de condescendência própria, de aceitação do pecado em sua forma embrionária. Quantas vezes, Asafe desejou vingar-se. Quantas vezes foi açoitado pela ira; quantas vezes, quis projetar- se por meio do egoísmo; quantas vezes, foi atiçado pela lascívia: quantas vezes, sentiu desânimo e preguiça!

Certo dia, ele acordou sentindo-se frustrado e pensou: “Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado” (versos 13 e 14). Pensou: “Será que foi à toa que me esforcei para não pecar e permanecer puro?”

O que mais o desnorteou foi a falsa impressão de que o seu zelo não lhe rendia nada. Sua conclusão foi de que Deus não o tratava de modo especial. Ele não era poupado das intempéries, do cansaço, da aflição, da doença. Isso parecia não ocorrer com os ímpios — os notáveis. Era um puro no anonimato.


Comparação


A comparação dos efeitos do mal de Asafe com os causados pelo mal de Alzheimer revela significativas semelhanças. O conhecido mal de Alzheimer recebe este nome de Alois Alzheimer, médico alemão que, em 1906, reconheceu e localizou uma doença que corrói a mente, apaga progressivamente todas as lembranças e transforma o outrora corpo sadio e vibrante em um saco de carne e ossos que ainda se movimenta, pelo menos nos primeiros anos de enfermidade. Mas o esvaziamento da memória também esvazia a vida de relacionamentos e movimentos.

Na revista Veja [4], a professora Yone Beraldo, filha da costureira Adeilde de Moura, vítima dessa doença, afirma: “Eu perco minha mãe um pouco cada dia.” Adeilde, costureira desde a juventude, agora já não sabe mais costurar; entregou-se ao desleixo e à agressividade. A filha desabafou: “Vivo um luto diário.”

O mal de Asafe não está catalogado como enfermidade, mas tem efeito semelhante na memória espiritual de uma pessoa, pois também corrói a mente pelo apagar progressivo de todas as certezas da vida em Cristo e por transformar a alma em um saco de dúvidas e revolta.
Ellen G. White escreveu: “ É assim que Satanás ainda procura conseguir a ruína da alma. Uma longa operação preparatória desconhecida ao mundo tem lugar no coração, antes que o cristão cometa francamente [abertamente] o pecado. A alma não desce de pronto da pureza e santidade à depravação, corrupção e crime. Leva tempo para que se degradem aqueles que foram formados à imagem de Deus, ao estado brutal e satânico. Pelo contemplar nos transformamos. Alimentando pensamentos impuros, o homem pode de tal maneira conduzir a mente que o pecado, que uma vez lhe repugnava, tornar-se-lhe-á agradável”. [5] 


No entanto, Asafe resistiu a toda dúvida e sentimentos negativos. Afastou-os por amor do Senhor e por causa de Seu nome. Infelizmente, nem todos encontram a cura que Asafe alcançou. Balaão parece ter sido vítima desse mal. O pecado tornou-o mais embrutecido que um animal. O mesmo poderia ser dito de Demas, jovem ministro que participou das experiências missionárias de Paulo e sua equipe. O lamento de Paulo sobre sua apostasia dá-nos a entender que Demas não resistiu ao desejo da riqueza e de uma vida fácil: “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica.” (II Tim. 4:10.) 


O fracasso de Templeton Na crônica evangélica, Charles Templeton [6] é outro caso fatal do mal de Asafe. Ele foi um evangelista de tão grande sucesso que alguns pensaram que eclipsaria Billy Graham em bem pouco tempo. Ambos estão sofrendo de males físicos degenerativos. Graham, aos 80 anos de idade, mal pode se firmar em pé, sem a ajuda do púlpito. Está acometido do mal de Parkinson. Em 1949, aos 30 anos de idade, enquanto se preparava para a grande cruzada de Los Angeles, Billy já era amigo de Charles Templeton. Nessa época, Billy tornou-se alvo de grande incerteza: Como podia confiar plenamente no que a Bíblia lhe dizia? Ele revelou que duas forças operavam de modo contrário sobre sua vida, nessa ocasião. 


Uma força era representada por Henrietta Mears, uma cristã comprometida com a Palavra, e que impulsionava Billy em direção a Deus. A outra força era representada por Charles Templeton, que injetava dúvidas na mente do grande pregador. Este sabia que, se não pudesse confiar na Bíblia, não tinha como prosseguir pregando. Billy conta que a influência de Charles Templeton estava “ganhando a queda de braço”. Contudo, o fardo de dúvidas foi removido por Deus quando Billy clamou por auxílio do Céu. A cruzada de Los Angeles teve grande sucesso, assim como todo o ministério do mais famoso evangelista do século 20. Adeus a Deus Templeton, infelizmente, não conseguiu resolver suas dúvidas. Ele disse acerca de Billy Graham que este havia cometido o suicídio intelectual ao fechar sua mente ao questionamento da fé. Na verdade, o contrário aconteceu: Templeton foi devastado por dúvidas cada vez maiores. Renunciou ao ministério e tornou-se comentarista e romancista, no Canadá. Suas dúvidas podem ser sumarizadas em oito pontos: 
“1) Uma vez que o mal e o sofrimento existem, não pode haver um Deus amoroso;
 2) Uma vez que os milagres contradizem a ciência, não podem ser verdadeiros; 
3) Se Deus realmente criou o Universo, por que as evidências persuasivas da ciência impelem tantas pessoas a concluir que o processo espontâneo da evolução explica a vida? 
4) Se Deus é moralmente puro, como pode sancionar o massacre de crianças inocentes, como afirma o Antigo Testamento? 
5) Se Jesus é o caminho único para o Céu, que dizer dos milhões de pessoas que nunca ouviram falar dEle? 
6) Se Deus Se preocupa com as pessoas que criou, como pode entregar tantas delas a uma eternidade de tormento no inferno somente porque não creram nas coisas certas a respeito dEle? 
7) Se Deus é o dirigente supremo da igreja, por que ela tem estado repleta de hipocrisia e brutalidade ao longo dos séculos? 8) Se ainda sou assaltado por dúvidas, ainda posso ser cristão?” Curiosamente, Templeton tornou-se também vítima do mal de Alzheimer. Sua enfermidade física agravou sua condição espiritual. O sumário de sua história é que Templeton não soube conciliar o sofrimento dos outros e o dele com a bondade de Deus. Naufragou na fé e tornou-se ateu. Um de seus livros mais contrastantes com o seu passado de homem de fé intitula-se Farewell to God: my reasons for rejecting the Christian faith (Adeus a Deus: minhas razões para rejeitar a fé Cristã). Graças ao Senhor, Asafe agiu de modo diferente de Templeton. Resistiu a todos seus sentimentos negativos e deles se livou por amor do Senhor e por causa de Seu nome. Asafe foi salvo no meio do processo de apostasia mental. Foi salvo antes que seus pensamentos se tornassem ações pecaminosas. 


Nesse extraordinário cântico de fé - o salmo 73 - Asafe prescreve três salvaguardas contra a tentação. Três salvaguardas Asafe controlou a língua. Ele disse: “Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de Teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim” (versos 15 e 16). Ele rejeitou a tentação de conversar acerca de suas dúvidas, de sua inveja. Não espalhou sementes de incredulidade contra o caráter de Deus e Sua obra. Ellen White aconselha: “Quando alguém vos pergunta como vos sentis, não penseis em qualquer coisa triste para contar a fim de atrair simpatia. Não faleis de vossa falta de fé e de vossas aflições e sofrimentos. O tentador se deleita em ouvir palavras assim. Quando falas em assuntos sombrios, estais a glorificá-lo. “Não devemos nos demorar no grande poder de Satanás para nos vencer.” [7] 


Asafe fez uso da sua memória religiosa: Ele tinha convicção do cuidado de Deus ao longo de sua vida e na história do seu povo. Assim, podia confessar não apenas que “Deus é bom para com Israel’ mas que o Senhor é bom “para com os de coração limpo” (verso 1). Um dos recursos de que lançou mão foi a lembrança de que é “bom estar junto a Deus” (verso 28). 
Ellen G. White aconselha: “Quando o pecado luta pelo predomínio no coração, quando a culpa oprime a alma e sobrecarrega a consciência, quando a incredulidade obscurece a mente — lembrai-vos de que a graça de Cristo é suficiente para subjugar o pecado e banir a escuridão. Entrando em comunhão com o Salvador, penetramos na região da paz.” [8] 


O santuário é o último lugar de onde brilhou e continua brilhando a luz para o povo Cristão. Asafe abriu sua vida ao Senhor do santuário. O assalto espiritual cessou quando ele entrou “no santuário de Deus” e atinou com o destino dos ímpios (verso 17). Podemos dizer que Asafe entrou no lugar certo. Podemos agir da mesma forma quando assaltados por dúvidas sobre o caráter e ações do soberano Deus. Asafe foi ao santuário e ali contemplou não apenas o fim dos ímpios, mas a recompensa dos fiéis. E confessou: “Tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o Teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no Céu? Não há outro em quem eu me compraza na Terra. 


Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sal. 73:23-26). No santuário, Asafe orou, mas não argumentou. Recobrou-se de sua crise espiritual. Sua vida estava garantida pela única segurança que ele tinha no Céu e na Terra. A morte não era o fim do justo. Ele recobrou não apenas sua fé e esperança no Senhor, mas integrou-se novamente na missão de proclamar a bondade de Deus: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os Seus feitos” (verso 28). 


O “mal de Asafe” está sempre presente no ambiente do povo de Deus, buscando a próxima vítima. Se alguém foi acometido por esse terrível mal, aqui vai o remédio que curou Asafe: Nunca diga adeus ao Senhor sem antes entrar no Seu santuário e ali derramar diante dEle a sua dúvida e registrar a sua súplica. Pergunte ao Senhor: “Até quando haverá injustiça, opressão, fome e guerra? Até quando haverá doença e morte?”. Só Deus sabe a resposta exata, mas Ele não tem o hábito de responder a essa oração do modo como o fazemos. Ele nos deixa “em suspense”, mas também nos assegura que as rédeas do controle estão continuamente em Suas mãos. 


Logo o Senhor deporá Suas vestes sacerdotais, fechará o Seu Templo no Céu, e descerá à Terra com todos os Seus anjos. Virá por causa dos Seus escolhidos. Se nossa mente insistir em perguntar, diante da demora da segunda vinda, “Até quando, ó Soberano Senhor, não julgas a impiedade?” descansemos no fato de que nossa segurança está na palavra dAquele que conhece os tempos e as estações, que sabe o fim desde o princípio. Ele afirma: “Vai alta a noite, e vem chegando o dia” (Rom. 13:12). Tranqüilizemo-nos com a certeza de Asafe: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os Seus feitos”.



Autor: José Miranda Rocha, doutor em Ministério Pastoral, é professor de Teologia Aplicada no UNASP campus Engenheiro Coelho, SP Fonte: Revista Adventista, março 2005


Referências 1. Zygmunt Bauman, Ética pós-moderna (São Paulo: Editora Paulus, 1997). 2. Ultimato, maio-junho de 2003, pág. 3. 3. Ibidem, pág. 8. 4. Karina Pastore, “Quando os neurônios morrem”, Veja, 6 de agosto de 2003, pág. 73. 5. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 459. 6. Lee Strobel, Em Defesa da Fé (São Paulo: Editora Vida, 2002), págs. 1-30, 7. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, pág. 253. 8. Ibidem, pág. 250

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Por que o homem começou a comer carne e quais foram as consequências?


O regime indicado ao homem no princípio, não compreendia alimento animal. Não foi senão depois do dilúvio, quando tudo quanto era verde na Terra havia sido destruído, que o homem recebeu permissão para comer carne.
Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor qual era o melhor regime; na escolha feita para Israel, ensinou Ele a mesma lição. Tirou os israelitas do Egito, e empreendeu educá-los, a fim de serem um povo para Sua possessão própria. Desejava, por intermédio deles, abençoar e ensinar o mundo inteiro. Proveu-lhes o alimento mais adaptado ao Seu desígnio; não carne, mas o maná, “o pão do Céu”. João 6:31. Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares. Todavia a restrição a um regime sem carne não foi nunca aceita de coração. Continuou a ser causa de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou permanente.
Os filhos de Israel queriam carne, e disseram, como dizem muitos hoje em dia: Sem carne, morreremos. Deus deu carne ao rebelde Israel, mas com ela estava Sua maldição. Milhares deles morreram enquanto a carne que haviam desejado estava entre seus dentes. Temos o exemplo do antigo Israel, e a advertência de não fazermos como eles fizeram. Sua história de incredulidade e rebelião está registrada como especial advertência para que não sigamos o exemplo deles em murmurar das reivindicações de Deus. Como podemos prosseguir em nossa direção assim indiferentemente, escolhendo nossa própria orientação, seguindo a luz de nossos próprios olhos, e afastando-nos mais e mais de Deus, como os hebreus outrora? Deus não pode fazer grandes coisas por Seu povo devido a sua dureza de coração e pecaminosa incredulidade.
Verduras, frutas e cereais, devem constituir nosso regime. Nem um grama de carne deve entrar em nosso estômago. O comer carne não é natural. Devemos voltar ao desígnio original de Deus ao criar o homem.
Não é tempo de que todos visem dispensar a carne na alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes, continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem eles tirar a vida às criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como uma iguaria? Volvam eles antes à saudável e deliciosa comida dada ao homem no princípio, e a praticarem eles próprios e ensinarem a seus filhos, a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio.
Entre os que estão aguardando a vinda do Senhor, o comer carne será afinal abandonado; a carne deixará de fazer parte de sua alimentação. Devemos ter sempre isto em vista, e esforçar-nos por trabalhar firmemente nessa direção. Não posso pensar que estejamos em harmonia com a luz que Deus tem sido servido de nos dar, nessa prática de comer carne.
Maiores reformas devem-se ver entre o povo que professa aguardar o breve aparecimento de Cristo. A reforma de saúde deve efetuar entre nosso povo uma obra que ainda não se fez. Há pessoas que devem ser despertadas para o perigo de comer carne, que ainda comem carne de animais, pondo assim em risco a saúde física, mental e espiritual. Muitos que são agora só meio convertidos quanto à questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele.
O uso comum de carne de animais mortos tem tido influência deteriorante sobre a moral, bem como na constituição física. A má saúde, em uma variedade de formas, caso fosse rastreada até à causa, mostraria o seguro resultado da alimentação cárnea.
Os que usam carne menosprezam todas as advertências que Deus tem dado relativamente a esta questão. Não possuem nenhuma prova de estar andando em caminhos seguros. Não têm a mínima desculpa quanto a comer a carne de animais mortos. A maldição de Deus repousa sobre a criação animal. Muitas vezes, ao ser comida, a carne deteriora-se no estômago, e cria doença. Câncer, tumores e doenças do pulmão são em grande escala produzidos por comer carne.
A carne nunca foi o alimento melhor; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as doenças nos animais estarem crescendo com tanta rapidez.
Fonte: Conselho sobre Regime Alimentar, 374 – 384

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Boa Atitude

As doenças mentais aumentaram de maneira alarmante nos últimos cem anos. Por exemplo, a depressão, ansiedade, dependência química ou os efeitos do estresse psicológico. Esse crescimento dos transtornos da mente tem relacionamento com a genética e ainda mais com o estilo de vida e atitude mental.
Promover a saúde mental e prevenir os transtornos da mente pode ser alcançado evitando emoções desagradáveis (ódio, medo, inveja, raiva, frustração, pessimismo, tristeza, impaciência, desesperança, etc.) e centralizando-se nas prazerosas. Essas constituem um escudo protetor contra os desequilíbrios mentais e emocionais. Qualquer pessoa consciente desse processo pode fazer uso desse recurso. Pratique estas atitudes:
Seja otimista. Quando alguma coisa sair errada com você, pense nas possíveis soluções, não apenas em dados desesperadores que impeçam a superação do assunto.
Fortaleça sua autoestima. Ao se sentir inferior, você está diminuindo suas “defesas” contra as doenças mentais. Desenvolva o hábito de cada dia nutrir mais segurança naquilo que faz. E quando conseguir sucesso em algum empreendimento, não tire o mérito que lhe corresponde.
Mantenha-se ativo. Dedique tempo necessário ao seu trabalho. Depois, no horário do descanso, procure fazer outra atividade de natureza distinta (se seu trabalho é sedentário, pratique esportes ou realize exercícios físicos). Se uma atividade não o agrada, tente fazer outra, mas evite ficar em casa sem fazer nada.
Enfrente a culpa. Se você tem sentimento de culpa, fundado ou infundado, procure agir rapidamente, pois esse sentimento é perigoso para a saúde mental. Se falou ou fez algo que magoou outra pessoa e a lembrança do fato relembra sua culpa, fale com a pessoa ofendida. Peça perdão com sinceridade e humildade. Certamente, ela aceitará suas desculpas e a situação será resolvida.Às vezes, a pessoa ofendida não tem disposição para aceitar suas desculpas. Nesse caso, peça auxílio a Deus e confesse sua culpa. A Bíblia diz que “se confessarmos nossos pecados [culpas], Ele [Deus] é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
Cuide de sua saúde física.  A saúde física e mental mantêm uma relação muito íntima. Se você sofrer mal-estar físico não gozará de bem-estar mental. Portanto, é necessário manter a saúde no seu melhor estado.
Esteja atento à sua dieta. Coma alimentos vegetais. Produtos de origem animal, em sua grande maioria, não são necessários e geralmente são prejudiciais à saúde.
Faça exercício físico. Faça um programa regular de exercício físico, com algum esporte ou outra atividade. Se não puder fazer exercício que exija muita energia, procure caminhar.
Cuide de seu descanso noturno. Durma pelo menos sete a oito horas diariamente.
Evite substâncias químicas. As drogas, álcool e, inclusive, o café alteram o sistema nervoso central e o estado de ânimo. Qualquer planejamento de prevenção ou cura de problemas mentais deve eliminar completamente o uso dessas substâncias.
Seja humanitário. Participe de algum plano de apoio aos desamparados ou pessoas necessitadas.
Mantenha uma atitude confiante. É uma das medidas mais proveitosas para conservar a saúde mental.
Procure ambientes naturais. Os transtornos mentais encontram sua base de desenvolvimento em ambientes urbanos, enquanto a saúde integral se desenvolve em meio à natureza.
Inclua em sua vida o aspecto espiritual. A dimensão espiritual pode ser fortalecida por meio da música, meditação, reflexão na vida de personagens exemplares; mas a espiritualidade mais completa é alcançada através da experiência religiosa na qual, pela fé, se admite a existência de Deus. Não de um deus cruel que se alegra com o castigo e sofrimento de suas criaturas, mas um Deus amoroso que ouve a responde às orações de Seus filhos. Por meio da oração e da aproximação com Deus, você obterá tranquilidade e paz mental.
Julián Melgosa é psiquiatra

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Reforma Espiritual e a Conduta Cristã

Não existe reforma espiritual que não seja refletida na conduta e estilo de vida do cristão. Isso por que reforma “significa uma reorganização, uma mudança nas ideias e teorias, hábitos e práticas”[2]
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento Deus nos faz um chamado para sermos diferentes, a fim de que possamos iluminar o mundo (Mt 5:14-16), fazendo a diferença na sociedade:
“Consagrem-se, porém, e sejam santos, porque eu sou o Senhor, o Deus de vocês. Obedeçam aos meus decretos e pratiquem-nos. Eu sou o Senhor que os santifica.” (Lv 20:7, 8).
“Sejam santos, porque eu sou santo” (1Pe 1:16)
Portanto, Deus deseja que os filhos dEle de todas as épocas demonstrem que a boa religião (Tg 1:27) muda as pessoas para melhor.
Atualmente, é apresentado nos círculos cristãos um conceito sobre “graça” que mais parece uma “desgraça”. A afirmação de que a pessoa salva pela graça de Jesus (Ef 2:8, 9) “não precisa se preocupar com aquilo que faz”, nada tem a ver com a santificação apresentada na Bíblia, “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14).
“Santificação” é a terceira fase do processo de salvação[3] pela qual toda pessoa precisa passar (Rm 6:22) antes de se encontrar com Jesus Cristo em Sua segunda vinda (Lc 21:36). Nesta fase, o caráter[4] vai se tornando “santo”, semelhante ao caráter de Cristo por que o Espírito Santo “escreve” e “imprime” no coração do crente a Lei moral de Deus e a vontade de obedecê-Lo (Hb 8:10).
Perceba que, mesmo a salvação não sendo por meio de nossa conduta (Ef 2:8), obrigatoriamente ela nos torna “novas criaturas” (2Co 5:17).  Consequentemente, nosso estilo de vida refletirá a transformação que Deus vem efetuando em nós, de maneira que o “aroma” do fruto do Espírito[5] será sentido por todos os que estiverem sob nossa influência!
Como ser uma pessoa santa
Nas Escrituras, ser santo não é o mesmo que ser “sem pecado”. É a mesma coisa que não ser “pecadeiro”: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1Jo 3:9, versão Almeida, Revista e Atualizada).
Vou explicar. Ao aceitarmos a Jesus Cristo como nosso salvador e Senhor (Lc 6:46) continuamos sendo pecadores, que necessitarão que Deus efetue em nós o “querer e o realizar” (Fp 2:13) todos os dias de nossa vida. Porém, não seremos mais “pecadeiros”, no sentido de fazer do pecado um “estilo de vida”.
Ser “santo” é o mesmo que ser “separado”[6]. É aceitar o convite divino para separar-se das práticas erradas daqueles que não seguem a Deus, de acordo com Isaías 52:11: “Afastem-se, afastem-se, saiam daqui! Não toquem em coisas impuras! Saiam dela e sejam puros, vocês, que transportam os utensílios do Senhor.”
Porém, é importante não esquecermos que a “santificação” não vem do dia para a noite. É obra de uma vida de íntimo relacionamento com a Divindade e de constante negação do eu para que Jesus viva em nós[7]:
“Não existe tal coisa como seja santificação instantânea. A verdadeira santificação é obra diária, continuando por tanto tempo quanto dure a vida.”[8]
O que faz uma pessoa santa[9]
Quem aceita o chamado de Deus para ser diferente (santo) e passa por uma reforma espiritual não deixará de:
  1. Relacionar-se com Cristo todos os dias (Mt 11:28-30). A boa conduta deve ser o resultado do relacionamento com Jesus e não simplesmente o esforço pessoal para ser melhor. Do contrário, o crente se tornará um legalista, que faz do comportamento um “meio” de salvação;
  2. Amar a sua esposa, marido, filhos e dedicar tempo e atenção a eles (Ef  5:22-33; 6:1-4);
  3. Auxiliar os órfãos e as viúvas (Tg 1:27);
  4. Praticar o jejum espiritual de Isaías 58;
  5. Ir à igreja e manter bom relacionamento com os irmãos na fé (At 2:42-47) sem ser mexeriqueiro (Lv 19:16) e orgulhoso, achando-se “mais santo” que os demais (Lc 18:10-14).[10]
  6. Crescer em pureza moral (Mt 5:8; 1Co 6:18-20)[11];
  7. Suportar e perdoar as pessoas (Cl 3:13, 14; Mt 6:14, 15).
  8. Estudar toda a Bíblia diariamente (Dt 17:19; Lc 24:27, 44);
  9. Orar “sem cessar” (1Ts 5:17) e de forma perseverante (Rm 12:12);
  10. Obedecer aos Dez Mandamentos (Ex 20), pela fé (Rm 16:26), assim como o seu principal modelo de conduta: Jesus (Mt 5:17-19; Jo 15:10; Hb 8:10);
  11. Administrar sabiamente as próprias finanças, sendo fiel a Deus nos dízimos e nas ofertas, para que a igreja tenha recursos a fim de que outras pessoas conheçam o plano de salvação (Ml 3:8-10; Mt 23:23);
  12. Recrear-se de maneira saudável, evitando lugares que a façam sentar-se “na roda dos escarnecedores” (Sl 1:1, 2);
  13. Respeitar as leis do seu país (Rm 13:1-7)[12];
  14. Cuidar da natureza (Sl 8:6-8; Ap 11:18);
  15. Vestir-se de acordo com os princípios de modéstia, decência e discrição cristãs claramente definidos em 1 Timóteo 2:9, 10[13]. De acordo com o texto, isto envolve: (1) não se enfeitar com jóias e (2) não usar roupas caras, pois, tais práticas chamam mais a atenção para o exterior do que para o aspecto interior. O verso 10 afirma os enfeites mais bonitos do cristão são suas “boas obras”.
Deus não desiste de nós
Não estamos sozinhos em nossa caminhada para sermos pessoas cada vez melhores. O Espírito Santo, além de nos guiar a toda verdade (Jo 16:13), desenvolverá em nós um caráter semelhante ao de Cristo (Jo 13:15; 2Co 7:1), para que sejamos felizes de verdade (Sl 32:11; Fp 4:4) e nos tornemos cidadãos do reino dos céus (Fp 3:20).
Portanto, não desanimemos se o nosso caráter ainda não reflete tudo aquilo que Deus quer. Ele é paciente conosco e promete em Sua Palavra que, se fizermos a nossa parte em perseverarmos até o fim em segui-Lo (Lc 21:19) e o amarmos de todo o nosso coração e entendimento (Mt 22:37, 38), Ele completará em nós a obra de transformação que já começou!
“Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.” (Fp 1:6).
“Deus é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria” (Jd 1:20, adaptado).
Isso só não acontecerá apenas se não quisermos (Ap 22:17). Minha decisão eu já tomei e quero mantê-la até o fim, com a ajuda de Deus. E você? Já fez a sua?

[1] A versão bíblica adotada é a Nova Versão Internacional (NVI), salvo sob indicação.
[2] Ellen G. White, Reavivamento Verdadeiro: a maior necessidade da igreja” (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), p. 14.
[3] A primeira fase é a “justificação”, que é o mesmo que ser “tornado justo”, pelos méritos de Cristo. Isso ocorre unicamente pela fé em Jesus (Rm 5:1) e não pelas obras da lei (Gl 2:21). Já a terceira fase é a “glorificação”, momento em que os salvos serão glorificados, totalmente transformados e arrebatados visivelmente para o céu na volta de Jesus Cristo (1Co 15:51-55; 1Ts 4:13-18).
[4] Convém destacar que a santificação bíblica inclui a transformação do SER em seus aspectos físico, mental e espiritual, como lemos em 1 Tessalonicenses 5:23, 24.
[5] Nome de nove lindas qualidades de caráter mencionadas Gálatas 5:22, 23.
[6] Este é o sentido etimológico da palavra nas línguas originais da Bíblia.
[7][7] Ver Gálatas 2:20.
[8] Ellen G. White, Santificação, p. 10.
[9] Para uma abordagem abrangente sobre o estilo de vida e conduta cristã, ver Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), p. 748-802.
[10] É importante ressaltar que o verdadeiro “santo” não usa de palavras duras para com seus irmãos na fé e muito menos para com outras pessoas (Cl 4:6; 2Tm 2:24-26).
[11] A escolha de bons filmes, literatura, boa música, bons sites e programas de rádio e TV facilitam tal processo!
[12] A única exceção é quando as leis humanas tentam nos levar a desobedecer às leis de Deus. Ver Atos 5:29.
[13] Diz o texto, na Nova Versão Internacional: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus.”
Leandro Quadros é apresentador do programa Na Mira da Verdade da TV Novo Tempo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ellen White e a saúde mental


Ellen White foi um dos três principais fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Realizou um papel único de liderança na igreja emergente: o dom da profecia. Em seu ministério público, recebeu centenas de visões e sonhos com mensagens que variavam de conselhos pessoais a questões sobre a recém-fundada Igreja, em áreas como fé e doutrina, organização e missão, saúde e educação etc. Embora tenha escrito de maneira produtiva e com autoridade, nunca inferiu que seus escritos devam ser suplementares à Escritura. Ao longo de sua vida e ministério, apontou a Bíblia como a regra de fé e prática para os cristãos. Uma de suas principais funções foi a de ajudar os indivíduos e a organização da Igreja a compreender e seguir a vontade de Deus. Embora não tivesse treinamento formal em saúde mental, muitas vezes serviu como uma conselheira para as pessoas que tinham diferentes necessidades emocionais e psicológicas. Tocou a vida de milhares de pessoas e deu-lhes uma nova esperança com um saudável foco espiritual, mental e emocional. Seus extensos escritos demonstram interesse pela saúde mental. Entre outros materiais, escreveu um importante capítulo intitulado “A cura mental” em seu livro A Ciência do Bom Viver. Em 1977, o Ellen G. White Estate publicou uma compilação de dois volumes intitulada Mente, Caráter e Personalidade.

Este artigo apresentará resumidamente a compreensão de Ellen White sobre saúde mental, suas experiências pessoais e familiares e seu papel como uma conselheira em questões que afetam a saúde mental.

Como Ellen White entendia a saúde mental

Quando Ellen White usou o termo “saúde mental”, associou-o a “clareza mental, nervos calmos, sossego, espírito pacífico como de Jesus”.1 A fim de compreender suas observações sobre questões de saúde mental, é necessário compreender também a linguagem do século 19. Por exemplo, ela usou a expressão “doente imaginário” para pensamento ilusório ou desequilíbrio emocional; e “desânimo, o que aumenta até o desespero”, para depressão.2 Também usou o termo “a cura da mente” para descrever a saúde mental.

A compreensão de Ellen White sobre a natureza humana foi baseada na visão bíblica de que a natureza humana é inerentemente pecadora e necessita da ajuda externa de Deus. Para ela, Jesus foi o grande terapeuta da danificada e pecadora mente humana. “É-nos impossível, por nós mesmos”, escreveu, “escaparmos do abismo do pecado em que estamos mergulhados. Nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar”. Em seguida, citou Jó 14:4 e Romanos 8:7 para apoiar este ponto de vista. Continuou: “A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar as fontes da vida. É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que os homens possam substituir o pecado pela santidade.”3

Em Ellen White, há uma convergência entre Psicologia e Teologia. As duas devem interagir e quando corretamente integradas, fornecem a maior ajuda para a mente humana e emoções. Para ela, a verdadeira fonte da saúde mental e emocional é Deus, o amante Pai; Jesus, o “Grande Médico”; e o Espírito Santo, o Conselheiro.

Ellen White defendeu a apropriada ligação entre o desenvolvimento físico, mental e espiritual na experiência humana. “A vida espiritual é construída a partir do alimento dado para a mente; e se comemos a comida fornecida na Palavra de Deus, o resultado será saúde espiritual e mental.”4 A verdadeira saúde mental é dependente, estabelecendo um equilíbrio adequado entre o corpo e a mente. “Não podemos nos dar ao luxo de impedir o crescimento ou debilitar uma única função da mente ou do corpo, pelo excesso de trabalho ou abuso de qualquer parte do mecanismo vivente.”5 Ela utilizou a frase “a saúde física e mental” para mostrar a ligação entre as duas. As dimensões físicas e mentais estão intimamente ligadas e exigem adequado equilíbrio e cuidado. Ela cria que o meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionavam saúde mental. Também foi uma forte defensora da cura pelos benefícios da natureza, uma postura correta e os atos de serviço aos outros.6

Experiências pessoais

A filosofia de Ellen White sobre saúde mental, embora formada por seu estudo da Bíblia e suas visões, estava ligada a sua própria experiência. A dor emocional e os desafios psicológicos não lhe eram estranhos. Quando criança, era introvertida, tímida e emocionalmente sensível. Além disso, tinha uma deficiência física. Durante a juventude, experimentou medo e desesperança que resultaram em prolongados períodos de depressão. Além da luta pessoal, em sua família próxima havia casos de deficiência mental.

O marco fundamental de Ellen White para a saúde mental e emocional foi a compreensão da natureza amorosa de Deus. Quando criança, imaginava Deus como um “tirano inflexível obrigando os homens a uma obediência cega”.7 Quando os pregadores descreviam os fogos de um inferno eternamente queimando, personalizava o horror daquela experiência. Ela escreveu: “Ao ouvir aquelas terríveis descrições, minha imaginação era tão perturbada que começava a transpirar, e era difícil reprimir um grito de angústia, pois já parecia sentir a dor da perdição.”8 Isso a levou a duvidar de sua aceitação por Deus o que causou períodos de depressão. Ela escreveu: “O desespero me inundou, e [...] nenhum raio de luz traspassou a

escuridão que me rodeava.”9 Suas “emoções eram muito sensíveis” e temia “perder” a “razão”. Ellen White lembrou que “às vezes por uma noite inteira” não se atrevia a fechar os olhos, mas “ajoelhada no piso, orava silenciosamente com uma agonia muda que não pode ser descrita”.10

Sua pré-adolescência e os primeiros anos da adolescência foram sobrecarregados pela incapacidade física. Aproximadamente aos nove anos de idade, foi gravemente ferida em um acidente. Um nariz quebrado e outros danos causaram problemas de equilíbrio e lhe impediram de continuar a sua educação. Também desenvolveu uma doença pulmonar crônica, diagnosticada na época como “edema de tuberculose”, conhecida hoje como “tuberculose com insuficiência cardíaca congestiva”. Seus temores eram intensificados pelo pensamento de que poderia sangrar a qualquer momento pela ruptura de uma artéria em seus pulmões.11 Os traumas físicos e emocionais combinados com sua personalidade introvertida a impediam de solicitar ajuda.

Por volta dos 15 anos, finalmente, falou com alguém que a ajudou a compreender melhor a natureza amorosa de Deus. Essa pessoa marcou uma entrevista com Levi Stockman, um ministro metodista milerita, para ajudá-la. Stockman foi sensível à dor emocional de Ellen e até mesmo compartilhou suas lágrimas. Ela escreveu que “obteve” de Stockman “mais conhecimento sobre o tema do amor e terna piedade de Deus, do que de todos os sermões e exortações dos quais nunca tinha ouvido”.12 Ela identificou o que mais lhe ajudou: “Minha visão do Pai foi alterada. Agora O vejo como um terno progenitor [...]. Meu coração foi em Sua direção com um profundo e ardente amor.”13 O amor de Deus se tornou o tema favorito de Ellen White por toda a vida. Ela também cria que “o tema favorito de Cristo era o da paternal ternura e abundante graça de Deus”.14 Sua obra-prima de cinco volumes sobre o conflito cósmico entre Cristo e Satanás começa e termina com esse tema.15 Seu livro mais popular, publicado em muitos idiomas com milhões de cópias, tem como seu primeiro capítulo “O cuidado de Deus”.16

Em suas visões e sonhos, Ellen White confirmou a sua convicção de um Deus amoroso e compassivo Salvador. Um dos primeiros sonhos que ocorreu antes de sua primeira visão profética conduziu-a à presença de Jesus quando percebeu que Ele conhecia todos os seus “pensamentos e sentimentos secretos”. No entanto, mesmo com esse conhecimento, Ele “aproximou-se com um sorriso”, estendeu a mão sobre a sua cabeça, e disse: “Não tenha medo.”17 Em uma entrevista em seu último ano de vida, Ellen White disse: “Deparo-me com lágrimas escorrendo em minha face quando penso sobre o que o Senhor é para Seus filhos, e quando contemplo a Sua bondade, a Sua misericórdia, [e] a Sua terna compaixão”.18

Desafios da saúde mental na família White

Além das lutas emocionais durante a infância e, por vezes, na idade adulta, Ellen White enfrentou desafios de saúde mental em sua família. Seu segundo filho, James Edson, apresentou sinais de déficit de atenção/hiperatividade. Sua sobrinha, Louisa Walling, tornou-se tão instável mentalmente que foi internada em um manicômio. Por se preocuparem com as duas filhas de Louisa, Tiago e Ellen White as trouxeram para sua casa. Ellen White acabou criando as meninas e elas a chamavam de mãe.19 Mesmo James White sofreu uma série de acidentes vasculares cerebrais durante os anos de 1860 e 1870 que alteraram seu estado mental e trouxeram conflitos conjugais. Em 1879, Ellen White percebeu que seu marido não tinha “suficiente saúde física e mental” para dar conselhos e sugestões.20 Em um determinado momento, ela se perguntou se ele era um “homem mentalmente saudável”.21

A experiência pessoal de Ellen White combinada com sua direção visionária a ajudou a fornecer um ministério exclusivo para pessoas que também sofriam de devastação mental e emocional. Seus escritos revelam uma consistente compaixão pelas pessoas que têm por vezes grave disfunção vital. Ela se engajou de forma notável no trabalho pessoal direto com muitas dessas pessoas.

Ellen White como uma conselheira

O comportamento obsessivo. A carta de Ellen White ao “irmão Morrell” mostra sua percepção da condição mental dele. Descreveu-o como tendo “amplo estado consciente” e “baixa autoestima”. Parece que Morrell era obsessivo e patologicamente perfeccionista sobre sua conduta. Ele se sentia culpado pela menor percepção de erro ao ponto de instabilidade mental. White escreveu sobre a condição deste homem: “O sistema nervoso do irmão Morrell é fortemente afetado e ele pondera sobre essas coisas [seus pecados e falhas percebidos], enfatizando-as. Sua imaginação é doentia. [...] A mente tem sofrido de maneira inexpressável. O sono dele é afugentado.” Escreveu diretamente para ele: “Vi, irmão Morrell, que você deve lançar fora seus medos. Deixe as consequências com o Senhor e relaxe. Você tenta arduamente salvar-se a si próprio, fazer alguma coisa grande a qual vá recomendá-lo a Deus. [...] Jesus ama você, e se você e tudo o que tem se consagrarem a Ele, Ele vai aceitá-lo e será seu Suporte em suas dificuldades, seu Amigo infalível. [...] Acredite, Jesus ama você e, em seus esforços para obedecer a verdade, caso erre, não sinta que deve preocupar-se e preocupar-se, desistir de sua confiança em Deus e pensar que Deus é seu inimigo. Somos pecadores mortais.” Também insistiu com ele para que adotasse a reforma da saúde e evitasse estimulantes. “Então”, escreveu, “o cérebro pode pensar mais calmamente, o sono não será tão incerto.”22

Abuso emocional. Ellen White escreveu várias cartas de aconselhamento às mulheres que são emocional ou fisicamente controladas por seus maridos. Em dezembro de 1867, visitou a igreja em Washington, New Hampshire, com o marido e JN Andrews. Primeiro, deu conselhos oralmente e a seguir deu um “testemunho” escrito com base em uma visão que havia recebido. Escreveu um conselho a Harriet Stowell. Após a morte de seu primeiro marido, Harriet se casou com Freeman S. Stowell, 12 anos mais jovem e que não comungava a sua fé.23 As palavras de Ellen White explicam a situação: “Ela [Harriet] é amada por Deus, mas é mantida em servil cativeiro, temendo, tremendo, entristecida, duvidando, muito nervosa. Agora esta irmã não deve sentir que deva render sua vontade a um jovem herege que tem menos anos sobre a sua cabeça que ela mesma. Deve lembrar que seu casamento não destrói a individualidade. Deus tem para ela reivindicações mais elevadas do que qualquer alegação terrena. Cristo já a comprou com seu próprio sangue, ela não lhe pertence. Ela falha ao não colocar toda a confiança em Deus, e sujeita-se a ceder suas convicções, a consciência para um arrogante, homem tirano, exaltado por Satanás quando a sua majestade satânica pode se tornar eficaz para intimidar o tremor, retraindo a alma que por tantas vezes tem sido levada à agitação. E o seu sistema nervoso é feito aos pedaços e ela [é] quase uma ruína.”24

Ellen White apoiou a individualidade no casamento e rejeitou a ideia de que um cônjuge deve abrir mão de sua personalidade e de sua identidade própria. O testemunho foi uma ajuda à mulher que estava à beira de um colapso emocional.

Alcoolismo. Em uma carta a um jovem homem inglês, Ellen White escreveu sobre os efeitos da dependência do álcool. Henri Frey trabalhava como tradutor para a missão europeia na Suíça. Ele estava tendo um problema com a bebida. Por causa disso, foi removido da sua posição como tradutor. Foi então que ele escreveu a Ellen White contando que estava sendo perseguido. Ela apoiou a decisão da Igreja, mas apelou a Frey. “Sinto o mais terno sentimento de piedade e de amor por você, mas falsas palavras de simpatia [...] nunca deverão ser traçadas pela minha caneta.” Ela descreveu de forma conveniente a sua condição: “Você busca sua falsa natureza emocional para as melhores resoluções, falsa para os seus compromissos solenes. Nada parece real. Suas próprias ineficiências o levam a duvidar da sinceridade daqueles que lhe fariam bem. Quanto mais luta em dúvida, mais irreal tudo lhe parece. Até parece que não há base sólida para você em nenhum lugar. Suas promessas não são nada, são como coisas fora da realidade, e você considera as palavras e obras daqueles em quem você deveria confiar com a mesma luz irreal.”25

Ela continuou enfatizando o poder da vontade para superar a disfunção emocional. “Você pode acreditar e prometer tudo, mas não daria uma palha por suas promessas ou por sua fé até que você ponha a sua vontade sobre suas crenças e ações.” Sua carta de aconselhamento estava entremeada com apelos para que reconhecesse a ajuda de Jesus. “Digo-lhe que você não precisa se desesperar. Deve escolher acreditar, embora nada pareça verdadeiro e real para você.” Concluiu com palavras de esperança: “Uma vida de utilidade está diante de você, se a sua vontade se torna a vontade de Deus. [...] Henri, você tentará honestamente mudar? Você é objeto do amor e intercessão de Cristo.”26

Disfunção sexual. Ellen White frequentemente tratava de questões melindrosas. Em 1896, escreveu a um ministro em posição de liderança na África do Sul. Ele era culpado de abusar sexualmente de meninas. O homem havia escrito para Ellen White sobre suas lutas, mas dizia que não era culpado. Ela iniciou sua carta com uma oração: “Que o Senhor me ajude a escrever-lhe as palavras que serão para a sua restauração e não para a sua destruição.” Então escreveu mais diretamente: “Sinto-me triste, muito triste por você. Pecado, meu irmão, é pecado, é a transgressão da Lei, e se tentasse atenuar o pecado diante de você, não lhe estaria fazendo qualquer bem. [...] Sua mente e coração estão poluídos, de outra forma todas essas ações lhe seriam detestáveis.” Ela descreveu o efeito a longo prazo do abuso sexual em crianças, incluindo o risco de gravidez. Citou vários casos e descreveu como os danos psicológicos foram muitas vezes para toda a vida. “Como posso falar de tal modo que você deixe de olhar para o que faz como se não tivesse nada de errado?” Depois de uma prolongada, direta e por vezes dolorosa descrição de sua conduta, apelou: “Você é um agente moral livre. Se você se arrepender de seus pecados, e se converter, o Senhor vai apagar as suas transgressões e imputará a você Sua justiça. [...] Ele se responsabilizará pelo seu caso, e anjos o guardarão. Mas deve resistir ao diabo. É preciso que se eduque a outra linha de pensamento. Não coloque nenhuma confiança em si mesmo. Nunca procure a companhia de mulheres ou meninas. Mantenha-se afastado delas. Seu paladar moral é tão pervertido, que vai arruinar a você mesmo e a muitas pessoas se não mudar de forma honesta. [...] A vida eterna é um valor ao longo da vida, perseverante, esforço incansável.”

Finalmente, ela instou-o a prestar contas perante os “irmãos que sabem desse terrível capítulo de sua experiência”. 27

Os quatro exemplos ilustram o grau de envolvimento de Ellen White na vida de muitas pessoas que tinham dificuldades emocionais e mentais. Uma das características notáveis do seu trabalho é seu otimismo de que as pessoas podem se recuperar, não importa quão quebradas estejam. Ellen White sempre apontou-lhes a Deus, o grande médico da mente e da alma.

Ellen White foi holística em sua abordagem da cura. Percebeu que a mente estava ligada ao corpo e que Deus pretendia que os seres humanos tivessem restauradas as relações sociais. Para ela, a mais importante conexão foi com um amoroso e santo Pai celestial.

Merlin D. Burt (Ph.D, Universidade Andrews) é diretor do Centro de Pesquisa Adventista, Ellen G. White Estate Branch Office, Universidade Andrews, Michigan, EUA. E-mail: Burt@andrews.edu

Referências

1. Ellen G. White to D. T. Bourdeau, 10 fev., 1895, Carta 7, 1885, Ellen G. White Estate, Silver Spring, Maryland (EGWE); veja também Ellen G. White a D. T. Bourdeau, Carta 39, 1887, EGWE. Salvo indicação em contrário, todas as referências abaixo são de Ellen White.

2. Testemunhos para a Igreja. v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002. p.305.

3. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. p. 18.

4. “Search the Scriptures,” Review and Herald (March 22, 1906), p. 8.

5. “The Primal Cause of Intemperance,” Signs of the Times (20 de Abril), 1882, p. 181.

6. Veja Medical Ministry (Mountain View, Publicadora Pacific Press Assn., 1963), pp. 105-117.

7. “Life Sketches” manuscrito, p. 43, EGWE.

8. Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View: Pacific Press, 1915), pp. 29, 30.9

9. Ibid., 32.

10. James White e EGW, Life Sketches of James White and Ellen G. White (Battle Creek, Michigan: Adventistas do Sétimo Dia, 1880), pp. 152-154.

11. J. N. Loughborough, Rise and Progress of the Seventh-day Adventists with Tokens of God’s Hand in the Movement and a Brief Sketch of the Advent Cause from 1831 to 1844 (Battle Creek: Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, 1892), p. 92.

12. Life Sketches (1915 ed.), p. 37.

13. “Life Sketches” manuscrito, p. 43, EGWE.

14. Christ’s Object Lessons (Washington, D.C.: Publicadora Review and Herald ,Assn., 1941), p. 40; idem, Testemunhos para a Igreja, v. 6, p. 55; idem, “The New Zealand Camp Meeting,” Review and Herald (06 de Junho , 1893), p. 354, 355.

15. Patriarcas e Profetas. 16. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 33, 34; O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 678.

16. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. p. 9-16.

17. Life Sketches (1915), p. 35.

18. EGW entrevista com C. C. Crisler (July 21, 1914), EGWE.

19. Veja Merlin D. Burt. “Caroline True Clough Family and Ellen White”. Ellen G. White Estate Branch Office, Loma Linda, Califórnia.

20. The Judgment (Battle Creek: p. 29, 1879).

21. EGW a Lucinda Hall (16 de maio, 1876), Carta 66, 1876, EGWE.

22. EGW a “Brother Morrell” (28 de dezembro, 1867), Carta 20, 1867, EGWE.

23. Identidades confirmadas pelos registros dos Censos Federais de 1850, 1860, e 1870 por Washington, NH; History of Washington, New Hampshire, From the First Settlement to the Present Time, 1768-1886 (Claremont: Claremont Manufacturing, 1886), p. 535, 630.

24. Manuscrito 2, 1868, EGWE.

25. EGW a Henri Frey (21 de julho, 1887), Carta 49, 1887, EGWE.

26. Id.

27. EGW a um Proeminente Ministro (01 de junho, 1896), Carta 106a, 1896, EGWE.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Todas as doenças são mandadas por demônios e para curar-se é preciso expulsá-los?

 A maioria das doenças que afligem a humanidade não vem diretamente dos demônios, mas sim de seus maus hábitos alimentares e por ter uma vida desregrada. O ditado que diz: o peixe morre pela boca aplica-se perfeitamente ao ser humano.
A crença popular de que toda a doença é o resultado de uma possessão demoníaca não é verdadeira. Como exemplo, digamos que eu fume por 50 anos e conseqüentemente adquira um câncer; isto é culpa do demônio ou minha? Certamente minha, pois nenhum demônio por mais poderoso que seja pode obrigar-me a fumar. Fui eu quem decidiu fumar; Deus nos dá o livre arbítrio e também o poder para escolher nosso caminho.
A serpente quando tentou Eva não a obrigou a comer do fruto; Eva comeu por que o quis. Isto mostra que muito de nosso sofrimento está em nossas escolhas erradas.
Deus estabeleceu leis de saúde que devem ser seguidas a fim de que nosso corpo e mente funcionem bem e sejam saudáveis; qualquer um que transgredir estas leis, colherá os resultados; e para colher estes frutos, basta transgredir a normas dietéticas de Deus; não precisa nem da intervenção de um demônio: Diz Gálatas 6:7: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.
Portanto, curar uma pessoa nem sempre é expulsar um demônio.
O segredo para a boa saúde e vida longa é amar a Deus, respeita-lo, confiar nEle, guardar seus mandamentos (morais e de
saúde…) e adotar uma atitude mental positiva: Eis algumas recomendações médicas da Bíblia: Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos. (Provérbios 3:7-8).
Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam. (Isaías 40:30-31). Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos; porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz. (Provérbios 3:1-2). O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos. (Provérbios 17:22).
Fazendo isto, iremos cumprir a vontade de Deus que sempre foi prevenir as doenças através de hábitos saudáveis, ao invés de remediar. 

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dez Dicas Para a Sua Saúde Espiritual em 2011 !

1. Cultive a Comunhão
Se andarmos na luz, conseguiremos olhar para nosso semelhante com outra perspectiva divina. Construímos o prazer da comunhão na proporção em que vamos caminhando na luz. “Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7).
2. Pratique a Escritura
“Portanto, todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica será semelhante ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mateus 7:24). Não basta ouvir ou simplesmente ler as Escrituras. O grande segredo está em praticá-las em nosso viver.
3. Disciplina na Oração
A oração nos torna mais corajosos, ousados, pacientes e determinados. Neste mundo, nada gera mais temor que a Palavra de Deus. “Ora, quando Daniel soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas para o lado de Jerusalém, e três vezes no dia se punha de joelhos, orava e dava graças, diante do seu Deus” (Daniel 6:10).
4. Parceria na Oração
A união de duas pessoas com o propósito de orar gera implicações no mundo espiritual que vão além da nossa capacidade de dimensionar. “Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona” (Atos 3:1). Contudo nossas orações individuais não devem ser descartadas.
5. Adoração. Mantenha seu coração conectado com o Senhor
Experimente uma espiritualidade sadia. Aprenda a adorar. É nela que o homem reconhece a sua pequenez diante da grandeza do seu Senhor. “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Salmo 95:6).
6. Santidade em sua vida. Assuma este Compromisso
“Sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). Se inexistir o compromisso com santidade, a vida espiritual não vai bem. O cristão deve crescer em santidade, já que este é o propósito da ação do Espírito Santo em nossas vidas.
7. Diga não ao pecado. Sempre
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências” (Romanos 6:12). A principal causa da estagnação e perda da vitalidade espiritual é o pecado. Ele compromete ferozmente a sua comunhão com Deus, com o corpo de Cristo e a igreja. Renuncie o mal e tudo de negativo.
8. Priorize a Presença de Deus
Devoção à Escritura. Intimidade em oração. A presença de Deus deve se manifestar em tudo aquilo que fizermos para a glória do Seu nome. “Uma coisa pedi ao Senhor; e a buscarei; que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e aprender no seu templo” (Salmo 27:4).
9. Viva como Filho do Rei
Em Romanos 8:14 aprendemos que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. O inimigo lança dúvidas em seu coração. Muitos cristãos não vivem de acordo com os planos propostos por Deus porque duvidam da filiação divina. Você é filho de Deus e deve viver com essa convicção.
10. Tenha um Coração de Servo
“Não sejais vagarosos no cuidado, mas sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Romanos 12:11). Jesus nos deixou um precioso exemplo quando disse: “Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10:45). Sirva a Deus em todos os momentos. Não meça esforços para ajudar a quem precise. A necessidade dos outros é uma oportunidade de colocar isso à prova, um propósito.
Texto de autoria de Marcelo Inácio, publicado na Revista Mais Destaque de Janeiro/Fevereiro de 2011.

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