De Jesus temos a confortante e animadora promessa: “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens”. No finalzinho desse mesmo verso, temos, porém, uma advertência: “…mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada.” (Mateus 12:31 e Marcos 3:28 e 29). O pecado contra o Espírito Santo. O pecado imperdoável, que não tem perdão.
Vamos falar um pouquinho sobre o Espírito Santo. Quem é e qual é Sua obra? O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade (Mateus 28:19). Ele é o único agente que leva a pessoa a reconhecer o pecado: “Convencerá o mundo do pecado” (João 16:8); Ele derrama o amor de Deus em nossos corações (Romanos 5:5). Ele produz o novo nascimento (João 3:1 a 8). Ele guia em toda a verdade (João 16:13). O Espírito Santo fortalece para obediência (Efésios 3:16). Ele age no homem (Gênesis 6:3); Ele intercede por nós (Romanos 8:26).
Todo pessoal, íntimo trabalho de Deus sobre o ser humano é realizado pelo Espírito Santo. Cada impulso para o bem e para a verdade é implantado por Ele. Cada desejo de santidade é nutrido por Ele. Seu trabalho é tão indispensável à convicção, conversão, arrependimento, segurança, enfim, a cada operação da divina graça, que nenhum desses incidentes poderiam ocorrer sem Ele.
O pecado contra o Espírito Santo – Esse pecado não é feito por um único ato, num instante, mas sim, por etapas. Vejamos como pode acontecer:
Primeiro, vez por vez Jesus, mediante o Espírito Santo, bate à porta do coração e pede entrada (Apocalipse 3:20). “Alguém” não abre a porta, deixa-O esperando do lado de fora – com isto está dando o primeiro passo: entristece o Espírito Santo (Efésios 4:30).
Segundo, talvez com medo de que Jesus force a entrada, essa pessoa resiste, usa toda a força para Ele não entrar, pois não deseja a companhia de Jesus. Resistir, portanto, é o segundo passo (Atos 7:51).
Terceiro, para ter certeza de que o Espírito Santo não incomodará mais, procura abafá-lo, apagá-lo (Primeira carta aos Tessalonicenses 5:19).
Quarto, então, depois de tanto resistir, a consciência e o coração se tornam endurecidos (Hebreus 3:13).
E, em quinto lugar, finalmente o Espírito Santo abandona essa pessoa. Que triste fim! Na Bíblia temos muitos exemplos de tal experiência. Os antediluvianos (Gênesis 6); Faraó (Êxodo 8:15); Judas (Lucas 22:3); os fariseus (Mateus 12:24).
O pecado contra o Espírito Santo é a persistente, contínua rejeição aos apelos desse Espírito.
Como pode alguém, cometer tal pecado?
Primeiro, quando deixa de fazer o que Deus lhe pede (Tiago 4:17). Tem você escutado a suave voz da consciência, movida pelo Espírito Santo, pedindo-lhe que faça o que é direito e o alertando a não desobedecer a Deus? Tem Satanás lhe tentado a olhar para possíveis razões para não obedecer aos mandamentos de Deus? Produz ele ansiedade em você de perder o emprego se você obedecer a Deus? O diabo tem sugerido que seus amigos o abandonarão se você fizer o que Deus requer?
Talvez você tenha pensado: “Meu Pai e meu avô foram homens bons, homens piedosos. O que foi bom para eles, é suficientemente bom para mim.” Mas, escute: o apóstolo Paulo também pensou assim até que Deus teve de derrubá-lo por terra com uma luz celeste para mostrar que Paulo estava errado.
Alguém comete o pecado contra o Espírito Santo quando peca voluntariamente, por rebelião ou presunção (Salmo 19:13). Pecado de presunção é o pecado que cometemos, presumindo (confiando) na misericórdia de Deus; pecado que cometemos conscientemente, sabendo que está errado. O rei Saul, na Bíblia, é um exemplo disso.
Também cometemos o pecado contra o Espírito Santo quando O apagamos. Apagar o Espírito é como cobrir uma vela com pano molhado. O Espírito Santo quer nos guiar à justiça; nós, porém, O apagamos e dizemos: “Não agora, ainda não”. Cada vez que recusamos ouvir a voz de Deus falando através da consciência, vamos tornando essa voz mais difícil de ser ouvida na próxima vez. Ficamos insensíveis, anestesiados espiritualmente.
Por fim, ficamos duros como pedra – não respondemos mais aos apelos do Espírito Santo.
Como é possível saber que ainda não cometi o pecado imperdoável? Freqüentemente pessoas sinceras expressam o temor de haverem cometido o pecado imperdoável. Lembremos isto: enquanto alguém crê de todo coração que Jesus é o Filho do Deus vivo e o Salvador do mundo, enquanto anela salvação, pode estar certo de que não cometeu o pecado imperdoável. Satanás empenha-se em desanimar os homens, fazendo-os crer que cometeram o pecado imperdoável. Assim os leva a abandonar a esperança e perder-se. A pessoa que foi abandonada pelo Espírito Santo, nunca mais sente desejo de se arrepender, nem se importa com sua salvação. Se você deseja a salvação, é sinal de que o Espírito de Deus ainda não o abandonou e está agindo em você. Se está convicto de seus pecados, e tem um desejo ardente de servir a Deus e ser salvo, então há esperança para você. É sinal que o Espírito Santo ainda trabalha por você.
E para que não peque contra o Espírito Santo, conserve o coração sensível aos menores apelos do Espírito, respondendo como Samuel: “Fala, porque o teu servo ouve” (I Samuel 3:10). Tenha cuidado para não resistir voluntariamente à conhecida vontade de Deus (Isaías 50:5). Cultive o hábito de pronta obediência quando Deus assim exigir (Salmo 18:44 e 119:60).
Querido amigo, o pecado imperdoável é o pecado que não reconhecemos, que não aborrecemos, de que não nos arrependemos e que não abandonamos. É o pecado que desce conosco à sepultura, que vai conosco para a perdição. É o pecado ao qual nos apegamos e que não nos dispomos a abandonar. Ele pode ser uma coisa numa pessoa, e outra coisa noutra pessoa. Mas no fundo ele é o pecado do orgulho, do egoísmo. É a recusa da entrega completa, da submissão do coração a Deus. Por isso, Ele diz: “Dá-me, filho Meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos Meus caminhos” (Provérbios 23:26).
Por que não vir a Deus agora e dizer: “Eis, Senhor, o meu coração. Toma-o tal qual está.” Este é o maior presente que podemos dar a Deus.
“Hoje, se ouvirem a Sua voz, não endureçais os vossos corações.” Hebreus 3:7 e 8.
Fonte: Sétimo Dia
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