sábado, 7 de julho de 2012

A Parábola do Rico e Lázaro


Uma explicação sobre a passagem encontrada em Lucas 16:19-31, conhecida como a "Parábola do Rico e Lázaro". Esta parábola nada diz das almas imortais que "saem" do corpo depois da morte, como alguns espiritualistas crêem (tanto espíritas, quanto católicos, quanto evangélicos). Além do mais, um princípio fundamental de interpretação bíblica determina que não se pode basear doutrinas sobre parábolas ou alegorias, pois tais históricas são meramente ilustrativas.
Eis aqui algumas razões que impedem tomar os personagens desta parábola de forma literal:
1. Se esta parábola for tomada em forma literal, as Sagradas Escrituras estariam se contradizendo quanto à inconsciência dos mortos até o dia em que ressuscitam (cf. Ecles. 9:5, 6 e 10; João 11:11-14; 5:28-29). Vê-se que o ensino bíblico é de que os mortos não estão no Céu, nem no purgatório, nem no inferno (Atos 2:29 e 34; Jó 3:11-19; 17:13). De modo geral, os cristãos crêem que o Espírito Santo não pode contradizer-se (2Tim. 3:15-17; 2Pedro 1:21), portanto, não podemos considerar a parábola como sendo a expressão literal do tema da morte.






2. Se esta parábola for tomada literalmente também devemos aceitar que o Céu e o inferno estão tão próximos que os salvos e os condenados podem ver-se e ouvir-se. Este seria o maior castigo que poderiam receber todos quantos se salvem, pois estariam vendo e ouvindo seus entes queridos que se perderam em sofrimento. Que absurdo! E tanta gente acredita nesta falácia!


A Bíblia declara abertamente que os maus serão totalmente destruídos (Salmo 37:9 e 20).


3. Se esta parábola for interpretada literalmente, contradiz-se a crença popular de que a alma abandona o corpo no momento da morte, pois na parábola é dito que Lázaro e o rico estão presentes no "pós-morte" com seus próprios corpos físicos, pois se mencionam o “dedo” de um e a “língua” do outro.


Todos sabemos que o corpo permanece na tumba e se desintegra totalmente. Além disso, a sede que sente o rico é própria do corpo, e, afinal de contas, de que serviria um “dedo” molhado “em água” para aliviar os rigores extremos de um fogo verdadeiro? Vê-se que toda a história é recheada de simbologias, alegorias e analogias.


Conclusão


Poderíamos explorar muito mais os detalhes da parábola, mas pelas razões acima já é possível concluir-se que o relato não é literal, e faz parte de uma série de cinco parábolas que Jesus pronunciou (Lucas 15 e 16) para destacar verdades básicas.


Jesus baseou esta parábola numa crença comum entre os judeus, mas contrária às Escrituras, e que havia sido trazida da cultura de Babilônia, Egito e nações circunvizinhas.


Nosso Senhor tomou muito das coisas conhecidas por Seus ouvintes para apresentar Suas
parábolas; uma maneira fácil de chegar ao coração, mas não necessariamente uma aceitação incondicional do material, e sim um argumento que servia de meio para destacar um ensino.


Por outro lado, os judeus colocavam Abraão acima de Jesus: “Nosso pai é Abraão ... És maior do que o nosso pai Abraão... ?” (João 8:39 e 53; Mateus 3:9). E Jesus põe na boca de Abraão as palavras que este haveria de ter dito em pessoa: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (São Lucas 16:29-31).


É comum a Bíblia personificar seres inanimados. Por exemplo: as árvores se reúnem para nomear um rei (Juízes 9:8-15); “O cardo ... mandou dizer ao cedro ... Dá tua filha por mulher a meu filho” (2Reis 14:9); “Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento” (Habacuque 2:11); “Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 10:40; Mateus 3:9; ver Jó 12:7 e 8).


Também devemos tomar estas declarações de forma literal? É óbvio que não!


O objetivo de Jesus não era que os elementos fossem considerados de forma literal, com relação à vida após a morte, mas sim os 2 princípios gerais que se destacam nesta parábola:


1. Que a recompensa se baseará na conduta adotada enquanto se vive;


2. E que o importante é obedecer à Palavra divina, e não confiar em nossa raça ou origem, nem mesmo sendo carnalmente “filhos de Abraão”.


Fonte: "Tira Dúvidas", Voz da Profecia.

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