sábado, 7 de julho de 2012

Eu sou a 100ª ovelha

por Prof Gilson Medeiros)


“…o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido” (Mateus 18:11).


“…o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10).


Uma das parábolas mais conhecidas que Jesus contou foi a que fala das 100 ovelhas, dentre as quais uma se perdeu. A parábola é interpretada de variadas formas. Mas eu gosto de me imaginar como sendo aquela 100ª ovelha, a única que se desgarrou do rebanho, e pela qual o Pastor, o Bom Pastor, fez todo esforço para trazê-la de volta. Jesus é enfático ao dizer que, após ter encontrado a ovelha perdida, o Pastor se alegrou e a conduziu para casa, cheio de júbilo, porque havia resgatado uma de suas mais preciosas “amigas”.




Sim, porque para o Bom Pastor a ovelha não é um mero animal, um simples objeto de lucro… não! Ele a vê como um ser vivo, alguém que tem sentimentos, que tem valor para ele, um valor que transcende o financeiro…. Ele a ama!


A lição da Escola Sabatina de alguns meses atrás nos fez lembrar sobre a EXPIAÇÃO NA CRUZ, revelando para nós um pouco do terrível resultado físico, mental e espiritual que o Sacrifício de Jesus trouxe sobre Ele, ao aproximar-se o momento da Sua entrega.


Em meio às expressões gregas, por vezes “teológicas” demais, é possível ver o quanto o nosso Deus investiu para nos resgatar das garras do pecado. O preço pago foi muito, muito elevado, e o próprio Criador do Universo teve que suportar a angústia, o cálice da ira, as trevas, o temor, o abandono… e a própria morte!


Lembro-me da letra de uma bela canção do nosso irmão Nadson Portugal:”Quem é este Homem? Por que me ama assim?!”


Frequentemente me “pego” meditando sobre a grandeza do amor de Deus por mim, um miserável pecador. Mesmo sem merecer, mesmo sendo tão falho, mesmo rejeitando tantas vezes este amor… mesmo assim o meu Pastor não desistiu de mim! Ele esteve lá, desde o gelado Getsêmani até a terrível Cruz, e em nenhum momento sequer pensou em desistir de mim. Eu era a 100ª ovelha, e precisava ser trazida de volta. No livro “Desejado de Todas as Nações” é-nos revelado que Jesus decidiu salvar o homem (eu, Gilson Medeiros da Silva), “custasse o que custasse de Sua parte”. Que amor é esse?!


E as outras 99 ovelhas?


Eu fico imaginando qual terá sido a reação das outras 99 ovelhas, quando o Pastor trouxe a perdida de volta. O texto não diz… mas, como elas simbolizam seres humanos na parábola, é possível imaginar que nem todas se alegraram com a chegada da “rebelde”. Afinal, foi ela mesma a culpada, por não ter permanecido junto do rebanho! Preferiu ir por outro caminho, então que suportasse as conseqüências! Ora, o Pastor deixou todas elas, sozinhas, no deserto frio para se desbravar pelos campos em busca de uma única rebelde. Até parece que ela era a preferida dEle… a queridinha! E se um lobo aparecesse enquanto Ele estivesse fora? Quem as protegeria? Elas tinham motivos para receberam a 100ª com desdém, indiferença e ira.


E o pior de tudo é que o Pastor chegou todo arranhado, todo machucado, havia passado a noite sem dormir, à procura daquela rebeldezinha, mas agora estava feliz por tê-la encontrado. Elas nunca O tinham visto tão contente. E isso deixou muitas das outras ovelhas com ciúmes… “Por que ela não ficou lá no deserto?”, algumas devem ter “desejado”.


E o irmão mais velho?


É curioso como nesta seqüência de parábolas sobre o que se perdera (cf. Lucas 15), Jesus também acrescentou detalhes na do “Filho Pródigo” que nos mostram o quanto o irmão mais velho dele ficou chateado com sua volta. Afinal, por que o Pai estava tão contente com o retorno daquele filho ingrato e esbanjador? Ele, o mais velho, não era suficiente? Por que ainda gastar o dinheiro que restou com uma festa em homenagem a uma pessoa tão desprezível como aquela?!


Em ambas as histórias são usados seres vivos (ovelhas e pessoas) para representarem uma só lição: a de que Deus nos ama com um amor tal que faz de tudo para nos ter de volta.


E nós?


Eu fico a imaginar como, muitas vezes, temos agido como as ovelhas ciumentas, ou como o irmão mais velho… não sentimos a mesma alegria pelos que Jesus consegue resgatar das garras do inimigo.


Quantas e quantas vezes nós já não abandonamos pelo meio do caminho aqueles “irmãos” (?) e “irmãs” (?) que preferiram se desgarrar do rebanho!? Até seus nomes fazemos questão de esquecer… Aproveite para lembrar agora mesmo, sim agora, os nomes de alguns que estiveram do seu lado nos cultos de sábado, e hoje lá não mais estarão…


Quantas e quantas reuniões de Comissão não ocorrem com o objetivo único de disciplinar os que se extraviaram!?


Quantos e quantos sermões não são pregados a cada semana apenas com o objetivo de atacar, chicotear e humilhar alguém que esteja em erro!?


Ao refletir sobre o extremo preço que Jesus pagou por nós, eu cheguei à conclusão de que não temos a mesma alegria que Ele tem ao ver pessoas deixando o mundo do pecado e tentando caminhar para a Luz. Nossa hipocrisia não permite!


Pregamos infinitas vezes sobre perdão e misericórdia, mas praticamos pouquíssimas vezes isso em nossas vidas… Falamos da importância do amor e da comunhão entre os irmãos, mas não pensamos duas vezes antes de nos unirmos para fofocar ou desdenhar deles…


Dizemos que a igreja é um “hospital”, onde todos estão doentes e precisam de cura, mas nossos atos revelam que nos consideramos mesmo os Diretores da Instituição, com o “poder” de definir quem fica ou quem deve deixar a enfermaria… e morrer…


E quando algum se perde?! Ai é que nosso “amor de mentirinha” se revela… Abandonamos o irmão; deixamos que ele colha os frutos do seu próprio mau procedimento… já não o visitamos mais… não mandamos um e-mail… não gastamos os bônus do celular ligando para ele… não… nada!


Uma vez eu ouvi alguém dizer que “a igreja é o único exército que abandona seus feridos no campo de batalha”, e o “engraçado” foi que esta mesma pessoa agiu assim quando teve oportunidade de recolher um ferido, colocá-lo em seus ombros, e levá-lo à enfermaria…. nós somos assim! Infelizmente!


Perdemos horas e horas em disputas tolas sobre doutrinas, profecias, chips, marcas, selos, trombetas, teologuês, etc… mas somos incapazes de dedicar alguns minutos para ajudarmos o Pastor, o Bom Pastor, a trazer de volta aquela 100ª ovelhinha… Preferimos ficar “quentinhos” na companhia das outras 98, e deixar que Ele faça todo o trabalho sozinho.


Para quê tem servido a igreja, então?


Tenho certeza que bem perto de você há uma 100ª ovelha que está desejosa de voltar, às vezes ela apenas não sabe como fazer isso. Por que você não quebra este “paradigma”, esta cultura da indiferença, e se une ao nosso Bom Pastor para trazer de volta para o rebanho esta por quem Ele deu o próprio sangue?


REFLEXÃO: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:35)

1 comentários:

Anônimo disse...

Texto maravilhoso e que fala diretamente a cada um de nos. Somos todos indesculpaveis. Corramos todos aos pes do Cristo, pedindo que nos ajude a cumprir o Mandamento: amar uns aos outros como Ele nos amou.
Damaris Mello.

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