domingo, 25 de março de 2012

É necessário você sentir o que é cantar


"Aleluia! Como é bom cantar louvores ao nosso Deus! Como é agradável e próprio louvá-Lo!" 
Salmos 147:1 NVI

Desde criança, fico maravilhado ao ver um côro afro-americano cantar. Um dos meus maiores sonhos até hoje, é fazer parte de um coral desse tipo. O que mais me impressiona, além das poderosas vozes que já são um show a parte, é a interpretação das músicas que são simplesmente de arrepiar. Tente ouvir/assistir um coral desses sem ao menos esboçar um sorriso, ou acompanhar as palmas, ou até mesmo cantar junto com aquela vibração e louvor.

Infelizmente, a safra de cantores, grupos e corais zumbis que temos visto por aí, não é brincadeira. Nada me causa mais ânsia do que ver/ouvir uma música poderosa, com uma mensagem urgente e crucial, sendo interpretada como se fosse um "Parabéns pra Você" cantado no aniversário de um primo de 6º grau. E essa lavoura de inexpressivos só se dissemina pelas igrejas a fora. E por quê?

O salmo que abriu esse post tem a resposta e a solução do problema. "Como é bom cantar louvores..." Quando você se sente bem com alguma coisa, você expressa. Assim como você abre os braços quando um vento refrescante espanta o calor, assim como você grita de felicidade por ter passado no vestibular, assim como você abre um sorrisão largo quando vê o amor da sua vida chegando. Agora, se você não se sente confortável em pegar o microfone e o faz por obrigação, querido(a) amigo(a), por caridade, poupe-nos. A música deve, primeiro, emocionar o intérprete para que emocione o ouvinte. 

"Sexta-feira da Paixão, concerto com coral no mosteiro de Freiburger, Alemanha. No programa, a Paixão segundo São Mateus, de Johann Sebastian Bach (1685-1750). Em um momento pungente, logo após o interrogatório do sumo sacerdote, Pilatos conduz Jesus para diante da multidão e pergunta: “Quem quereis vós que eu liberte? A Barrabás ou a Jesus, de quem se diz ser o Cristo?”. “Barrabás!” – o brado da multidão faz o coração bater mais forte e as pernas fraquejarem. Nesse momento Bach emprega um acorde inesperadamente dissonante, de coro e orquestra – o equivalente musical de um soco na cara. Os ouvintes, mesmo os que conhecem a obra, sentem um “frio na espinha”. [...] De onde vem esse prazer é objeto até agora pouco estudado, mas alguns psicólogos supõem que o estímulo peculiar de melodias e harmonias reside, sobretudo, em uma capacidade de desencadear emoções intensas – um sentimento à flor da pele [...] É claro que tudo depende do contexto: ante uma interpretação fraca ou entediante da mesma obra, um ouvinte sonolento – ou até frustrado – dificilmente poderá sentir aquela forma de emoção; o máximo que lhe acorrerá será um inquieto cruzar e descruzar de pernas." Scientific American: Mente Cérebro, edição 173, Junho de 2007.

Uma das maiores interpretadoras no Brasil é, sem dúvidas, a cantora Laura Morena. Além de sua bela impostação de voz, Laura consegue pintar a música e despertar do ouvinte sensações e reflexões. Isso não é levar o ouvinte ao emocionalismo passageiro, é fazer com que ele sinta a verdade e a importância contida na música, e que ele tem que tomar uma atitude, uma decisão. Está certo que quem convence é o Espírito, mas daí querer que Ele trabalhe durante uma execução fria e sem verdade, é difícil não é, caro leitor? E não venha com esse papo de que estou defendendo o pentecostalismo na igreja, tenha dó. A união da emoção e da razão sempre será uma bênção, em qualquer área. Para entender a união dessas duas, basta comparar: pense em você comendo um pão francês puro. Agora coloque nesse pão uma geléia, uma manteiga, um pedaço de queijo ou até mesmo um ovo frito! Assim é o trabalho de emoção e razão, a emoção deixa o trabalho da razão prazeroso, é gostoso se decidir. 

Não tire essa oportunidade dos ouvintes. Mostre, ao cantar, que você acredita naquilo e tem convicção de que essa mensagem é um recado de Deus para ele. Sinta prazer em louvar o Seu criador, sinta-se bem em se dirigir Àquele que te redimiu e te ama com um amor inexplicável. Não interessa se o som está ruim, e daí que seu retorno está baixo? Feche os olhos, lembre a melodia e inspire-se. Não seja um instrumento sem vida, sem graça. Se Deus te deu um dom, use-o da forma mais bela possível. Lembre-se: louvar não faz bem a Deus, que é perfeito e soberano, mas sim à criatura que O adora. Sorria, erga suas mãos, chore, sinta, transmita. Não tenha medo de demonstrar como é bom cantar louvores.
Texto de Hudson Cavalcanti, novo colunista do Site Bíblia e a Ciência

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