sábado, 4 de fevereiro de 2012

Uma vez que Jesus afirmou ser “senhor do sábado” (Mt 12:8), por que continuar guardando esse dia?


Algumas pessoas acham que o fato de Jesus haver declarado ser Ele “senhor do sábado” (Mt 12:8; Mc 2:28; Lc 6:5) implica na anulação do sábado como dia de repouso. Mas uma análise mais detida do assunto não sustenta tal posicionamento. Declarando-Se “senhor do sábado”, Cristo estava simplesmente reivindicando Sua legítima soberania sobre o sábado, em face das tentativas dos fariseus de ensinar a Cristo como observar esse dia (Mt 12:1-2).
A soberania de Cristo sobre o sábado deriva especialmente do fato de ser Ele tanto o Criador quanto o Legislador do sábado. Se o sábado foi instituído na semana da criação (ver Gn 2:1-3; Êx 20:8-11; Hb 4:4 e 10) e “todas as coisas foram feitas por intermédio” de Cristo, “e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3), então o sábado é parte das grandes atividades criadoras de Cristo.
Mas a Bíblia apresenta a Cristo também como o Legislador do sábado. Em Atos 7:38 é dito que os oráculos sagrados foram dados a Moisés “no monte Sinai” pelo “anjo” do Senhor, identificado anteriormente como o próprio Senhor, ou seja, Cristo (At 7:30-32; ver também Is 63:9; I Co 10:4). Se o Decálogo (ver Êx 20:3-17), que inclui o mandamento do sábado (ver Êx 20:8-11), foi proclamado no Sinai por Cristo, então o próprio Cristo é o verdadeiro Legislador do sábado.
A controvérsia entre Cristo e os fariseus, registrada em Mateus 12, não diz respeito a qualquer tentativa da parte de Cristo de substituir a observância do sábado pelo domingo. O assunto em discussão é meramente a maneira como o sábado deveria ser observado. De um lado estavam os fariseus, tentando impor a Cristo e aos discípulos suas próprias tradições legalísticas sobre o sábado (Mt 12:2); e, do outro, Cristo, procurando desobstruir o sábado dessas tradições humanas, para restaurar o seu propósito original descrito nas Escrituras (Mt 12:3-8; ver também Is 58:13 e 14). Como “senhor do sábado”, Cristo possuía autoridade superior à dos fariseus em definir como o “deleitoso e santo dia do Senhor” (Is 58:13) devia ser observado.
Fonte: Sinais dos Tempos, novembro de 1998, p. 29

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