Hábitos
Pois o homem é escravo daquilo que o domina. 2 Pedro 2:19
Os hábitos são uma espécie de “poupa tempo”. Eles nos permitem fazer certas coisas “sem pensar”. Já pensou se todos os dias antes de calçar o sapato você ficasse decidindo: vou colocar o direito ou o esquerdo? E agora, que perna da calça vou vestir primeiro? E se toda vez que fosse abrir uma porta eu dissesse: “Agora vou segurar a maçaneta da porta, girar e puxar.” Os digitadores não precisam pensar que o R está em cima ou embaixo, no teclado, e o M no lado esquerdo ou direito. Formado o hábito, pronto: conseguem digitar sem mesmo olhar o teclado. Por isso, dizemos que “o hábito é como uma cama macia: fácil de deitar, difícil de levantar.”
Temos a tendência de pensar nos hábitos de forma negativa: drogas, bebida, mentira, fofoca. Mas está em nosso poder cultivar bons hábitos. Se você quiser melhorar a vida espiritual, terá que dar uma olhada em seus hábitos. Alguns vão aproximá-lo de Deus, outros vão afastá-lo dEle. O que podemos fazer?
Identificar o hábito. Todos têm hábitos que gostariam de mudar. Até que não identifiquemos e decidamos ter sob nosso controle aquele hábito, ele terá poder sobre nós. Podem ser hábitos que afetam a saúde ou nosso relacionamento com Deus. Seja qual for o hábito, temos que encará-lo com determinação para mudá-lo.
Desejo de mudar. Muitos conhecem os hábitos que os controlam, mas a menos que sintam necessidade de mudança, nada vai acontecer. Seja para se desfazer de um hábito, seja para incorporar outro, o cérebro tem que participar no processo, dando boa razão para isso.
Pedir ajuda. Quando reconhecemos que alguns hábitos necessitam ser abandonados, temos que pedir ajuda divina para isso. O diabo pode sussurrar: “Você já tentou isso várias vezes antes e nunca funcionou. Você nunca vai conseguir mudar.” Temos que depender da ajuda de Deus. “O Senhor firma os passos de um homem, quando a conduta deste O agrada; ainda que tropece, não cairá, pois o Senhor o toma pela mão” (Sl 37:23, 24). “Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15:57).
“Acima de quaisquer dotes naturais, os hábitos estabelecidos nos primeiros anos decidem se um homem será vitorioso ou vencido na batalha da vida. A juventude é o tempo da semeadura. Determina o caráter da colheita, para esta vida e para a outra” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 308).
Graça no Convívio do Lar
Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres [...], como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida. 1 Pedro 3:7
Recebi, certa vez, em meu escritório uma jovem senhora, com rosto choroso, numa segunda-feira cedo. “Pastor, briguei com meu esposo ontem à noite. Mandei-o embora de casa e ele foi mesmo!” Na conversa, ela comentou que o esposo não a ajudava em casa, mas reconheceu que o tinha xingado. No dia seguinte, conversei com ele, que lamentava a interferência da sogra e o fato de a esposa não ter colocado o sobrenome dele junto ao nome dela. Marquei um encontro com os dois na segunda-feira seguinte.
Às seis horas da tarde, desci ao hall de entrada do escritório, onde só estavam os dois, sentados, olhando cada um para um lado, sem se conversar. Quando perguntei o que estava acontecendo, pareceu que eu havia passado um bisturi na ferida. Acusações mútuas surgiram em voz alta. Não havia clima de conciliação. A conversa ia e vinha, e ele dizia: “Ela não colocou o meu sobrenome no nome dela.” Enquanto falavam, eu orava silenciosamente pedindo que Deus me orientasse no que fazer e dizer, porque não via solução.
Já eram quase nove horas da noite, quando finalmente perguntei para os dois: “O que vamos fazer com as meninas?” (Eles têm duas filhas, de dois e quatro anos.) Houve silêncio total. Longo. Intencionalmente deixei que esse silêncio se tornasse incômodo. “Bem, pastor”, disse a esposa, “eu resolvi. Vou colocar o sobrenome dele no meu nome.” Foi uma meia-volta da noite para o dia na entrevista, e conversamos sobre os ajustes de responsabilidade por parte de cada um.
Ao sair da minha sala, havia apenas uma lâmpada acesa na escada. Ela disse: “Não estou enxergando.” Ele perguntou: “Posso lhe dar a mão?” Não acreditei no que estava vendo. Em silêncio, agradeci a Deus o milagre.
O conselho de Pedro é para que o homem trate sua mulher com honra, tendo em vista suas necessidades e maneira de ver as coisas. O esposo tem que conhecer os medos, ambições e expectativas da esposa e o que a faz feliz. Deve ter cuidado ao falar com a esposa e com as crianças, para que o tom da voz, e a escolha das palavras, a atenção, tudo possa estar dentro de uma moldura de graça que contribua para a atmosfera de felicidade.
Mais do que qualquer outro relacionamento, o casamento é feito de renúncias. Naquela noite, ao voltar para casa, agradeci a Deus pelo que é o amor, e pelo milagre que a graça pode realizar em cada casal.
Por que Desistir?
Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Salmo 42:5
O salmista enfrentava um momento de ansiedade e depressão e percebeu que estava sem recursos para enfrentar o que havia pela frente. Ele se perguntava: Por que estou querendo desistir? Por que toda essa inquietação? E respondeu confiantemente: “Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda O louvarei” (Sl 42:5).
Você já parou no meio da correria do dia a dia e se perguntou: “O que é mesmo que está me preocupando?”
Há alguma coisa neste exato momento inquietando seu coração? Está aguardando ansioso o resultado de algum exame médico? Sua noiva foi rude com você? Seu esposo está com um comportamento diferente? A filha já devia ter dado notícias e você não sabe onde ela está? Quanta coisa! Às vezes, é um telefonema que nos traz inquietação ou é a percepção de que alguma coisa importante foi esquecida. Ou até a frase de um amigo que, no meio da conversa, pergunta: “Mas é isso mesmo que você quer?”
Uma dessas situações ou o conjunto delas dispara dentro de nós um sentimento de ansiedade e temor que pode atrapalhar o dia. A imaginação vai a “mil por hora”. Ficamos como aquela imagem inoportuna aparecendo na tela do computador e clicamos uma e outra vez para que ela desapareça porque está tirando nossa concentração. É uma espécie de pisca-pisca em nosso cérebro, em estado de alerta, sinalizando uma situação preocupante; mas não sabemos muito bem por que estamos nos sentindo assim.
Nesse momento, o mais lógico é identificar o que nos preocupa. Não fazer de conta que tudo está bem quando, em realidade, não está. Também não devemos ignorar o que estamos sentindo.
Em segundo lugar, precisamos tomar providências para resolver a situação. Isso pode significar um telefonema, uma visita, ir a determinado lugar, gastar um tempo extra fora da agenda daquele dia e/ou conversar com alguém para que o problema seja resolvido.
A esperança não está em nós mesmos, mas em Deus. Devemos ir a Ele e permitir que Ele interprete nossos anseios. Quem sabe a situação não seja tão grave assim. Temos que pedir, finalmente, que Ele nos supra de força para enfrentar a situação.
Como é bom começar o dia sabendo que temos ao nosso lado alguém que sabe como nos tirar do labirinto em que nos encontramos. Coloquemos nossa esperança no Senhor. Ele nos livrará.
A Vontade de Deus
Eu sei o que estou fazendo. Já tenho tudo planejado – planos para cuidar de você, não abandoná-lo. Planos para lhe dar o futuro pelo qual você espera. Jeremias 29:11, The Message
Gostaria de conhecer o autor do texto que vem a seguir. Com muita propriedade e grande dose de inspiração, ele conseguiu colocar em um pequeno espaço riqueza de conceitos digna de um pequeno quadro. O poema tem como titulo “A Vontade de Deus”:
A vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde a graça de Deus não possa guardá-lo,
Aonde os braços de Deus não possam sustentá-lo,
Aonde as riquezas de Deus
Não possam suprir suas necessidades,
Aonde o poder de Deus não possa capacitá-lo.
A vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde o Espírito de Deus
Não possa operar por seu intermédio,
Aonde a sabedoria de Deus não possa ensiná-lo,
Aonde o exército de Deus não possa protegê-lo,
Aonde as mãos de Deus não possam moldá-lo.
A vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde o amor de Deus não possa envolvê-lo,
Aonde as misericórdias de Deus não possam animá-lo.
Aonde a paz de Deus não possa acalmar seus temores,
Aonde a autoridade de Deus não possa dominá-lo.
A vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde o consolo de Deus
Não possa secar suas lágrimas,
Aonde a Palavra de Deus não possa alimentá-lo,
Aonde os milagres de Deus
Não possam ser operados em você,
Aonde a onipresença de Deus não possa encontrá-lo.
Há sempre um longo caminho a percorrer quando falamos sobre a vontade de Deus para nossa vida. Gostaríamos de ter um ponto de chegada, mesmo que não vejamos claramente o fim da jornada. Nem sempre é assim. Mas podemos ter certeza de que Deus tem os melhores planos para nossa vida.
Encontrando Vida na Cruz
Voltem-se para Mim e sejam salvos, todos vocês, confins da Terra. Isaías 45:22
Numa das viagens em que realizamos o projeto Prisma, na ilha de Breves, PA, fiquei hospedado em uma das casas de beira de rio, com telhado e madeiramento à vista. Estava na rede antes de dormir, quando vi na cumeeira da casa uma serpente se mexendo. Grande. Fui avisar os donos da casa, mas eles responderam: “Não precisa ter medo. É que aqui na ilha, como não existem gatos, a jiboia é que cuida dos ratos. Mesmo assim, seria bom armar a rede noutro lugar, porque aí, nesse ponto onde o Senhor está, ela já caiu em cima de outro.”
Durante sua caminhada no deserto, os israelitas tinham sido miraculosamente protegidos contra a invasão de serpentes venenosas. Depois, por causa de murmuração, ficaram desprotegidos e um bando dessas serpentes invadiu o acampamento. Era só abrir o cobertor, levantar o colchão, ou abrir a despensa da cozinha e deparar-se com uma serpente. A picada era seguida por inflamação dolorida e morte súbita.
A ordem de Deus a Moisés foi: “Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá” (Nm 21:8). Imagine um israelita que descobre que seu filho foi picado por uma serpente. “Querida, traga o canivete.” Ele faz o corte e procura sugar o sangue. “Traga o antídoto.” Logo depois, porém, ele percebe que o filho está morto. Ele fez o que era lógico, mas não o que Deus havia dito para fazer.
Você não deve começar descobrindo quais são seus erros ou seus pecados. Não precisa pegar o canivete e nem mexer na ferida. Você tem que sair de sua tenda e olhar de frente para a serpente de bronze. Somente assim é que será curado. Moisés não perdeu tempo. Foi ao melhor artífice de metal e produziu uma figura igual à da serpente. O que seria necessário fazer antes de olhar para aquela haste com uma serpente? Crer que a cura iria acontecer.
O remédio não era nada convencional, mas era o que Deus determinara. O que era aceitável a Deus era a fé das pessoas em Sua providência. O israelita que olhasse não iria dizer: “Olha só como eu me saí dessa!”, mas diria: “Obrigado, Senhor, por me salvar.”
Não devemos minimizar a importância do olhar da fé, pois foi pela fé que aqueles que foram mordidos olharam para a serpente de bronze e viveram. O mais miserável dos pecadores pode olhar para Jesus e viver.
“Deus tornou pecado por nós Aquele que não tinha pecado, para que nEle nos tornássemos justiça de Deus” (2Co 5:21).
Diminuindo a Velocidade
Na quietude e na confiança está o seu vigor, mas vocês não quiseram. Isaías 30:15
Publicações especializadas na área do estresse trazem a notícia de que os holandeses estão inventando um aparelho eletrônico, uma espécie de bracelete, que muda de cor passando do amarelo para o vermelho quando a tensão sobe a níveis não recomendados. O aparelho manda um aviso: “Tire um tempo”, ou “Deixe esfriar”, ou ainda “Reconsidere o que ia fazer”. A expectativa é que traga benefício aos consumidores e fabricantes.
Enfrentamos o estresse todos os dias, desde o momento em que nos sentamos para tomar o desjejum, quando tomamos o ônibus e quando entramos no carro na expectativa de enfrentar trânsito carregado para ir à escola ou ao trabalho. Quando fazemos aquela pergunta rotineira: “Como vai?” A resposta é: “Correndo como sempre!”
Chegamos até mesmo a colocar o estresse dentro de várias categorias: estresse escolar, político, financeiro, pastoral, familiar, esportivo, etc. Sem querer, o médico também faz aumentar esse nível de estresse, ao dizer que nossa asma, pressão alta, úlcera e mais uma quantidade de doenças podem estar relacionadas ao estresse. Quanta gente consegue tirar seus momentos de lazer sem ficar com senso de culpa, e outros que se orgulham de não tirar férias?
E os remédios? São inúmeros. Alguns cientificamente comprovados, e outros repetitivos: diminua o ritmo, faça mais exercícios, chore mais, equilibre sua dieta, fique fora das situações que causam estresse, você não é insubstituível, etc.
Milhares de anos atrás, o Criador do ser humano, prevendo essa corrida doida, mandou um recado por meio do profeta: “Na quietude e na confiança está o seu vigor” (Is 30:15). Ou, como diz outra tradução: “Na tranquilidade, na completa dependência de Mim, está a sua força.”
Quando nos sentimos desorientados e rabiscamos numa folha de papel, tentando procurar soluções, nos esquecemos de pedir calma e do recado de Deus segundo o qual a tranquilidade e a confiança fazem bem. Precisamos receber paz e iluminação dAquele que pode e sabe o que é melhor para nós.
Alguém fez a seguinte oração: “Senhor, se a tensão pode criar alguma coisa boa na corda do violão, então não é demais pedir que Tu possas usar minha vida para criar alguma coisa boa.”
Intercedendo Como Jesus
Pois Ele levou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu. Isaías 53:12
Moisés foi um intercessor por excelência. Muitas vezes, rogou em favor dos israelitas. Uma vez, dentro de sua estratégia militar contra os amalequitas, enquanto Josué liderava o exército no vale, Moisés subiu uma montanha juntamente com Arão e Hur. Enquanto uma batalha física era travada no vale nas mãos de Josué, outra batalha espiritual tinha lugar na montanha, com Moisés levantando as mãos sobre o conflito, ajudado por Arão e Hur até o fim do dia.
Jó também dizia: “Assim como alguém defende o seu amigo, eu preciso de quem defenda o meu direito diante de Deus” (Jó 16:21, NTLH). Paulo orou pelos irmãos da cidade de Éfeso: “Não deixo de dar graças por vocês mencionando-os em minhas orações” (Ef 1:16). Quando Pedro estava sendo severamente tentado por Satanás, Jesus saiu em sua defesa e disse: “Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos” (Lc 22:32).
Suponha que você estivesse enfrentando uma crise. Como você se sentiria se, justamente nesse momento, Jesus o chamasse pelo seu nome e dissesse “Eu orei por você”?
Jesus ora por causas específicas em nossa vida, como fez no caso de Pedro. As orações dEle são cheias de sabedoria e poder, adequadas às necessidades de cada um, como foi no caso de Pedro.
Nenhuma oração intercessória, no entanto, pode se comparar à oração de Jesus em João 17. Esta é a oração mais extensa de Jesus. Nos versos 6 a 19, Ele orou pelos discípulos e, finalmente, nos versos 20 a 26, orou por todos os crentes.
Nos sentimos fortalecidos e encorajados quando alguém nos toca o ombro e diz: “Estou orando por você.”
Às vezes, queremos passar a imagem de que estamos por cima de qualquer situação, de que somos super-homens e supermulheres. Que podemos superar qualquer crise por nós mesmos. Por que não falar com um amigo, e dizer: “Estou precisando que ore por mim nesta próxima semana”?
A família, os amigos, os vizinhos, a igreja podem ser apenas o círculo inicial dessa oração intercessória.
Confessando Diante do Senhor
Então reconheci diante de Ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: Confessarei as minhas transgressões ao Senhor e Tu perdoaste a culpa do meu pecado. Salmo 32:5
Por que relutamos em confessar nossos pecados a Deus se Ele já sabe tudo a nosso respeito? Por que, sabendo que erramos, passamos dias até confessar os pecados? Será que é para mostrar a Deus que a confissão está sendo realmente sincera e que estamos verdadeiramente arrependidos?
A palavra confessar traz em seu âmago a ideia de “admitir e reconhecer o pecado; concordar; reconhecer a falta a fim de ganhar um favor”. Se trouxermos para o âmbito espiritual, confessar é, também, concordar com aquilo que Deus diz ser pecado.
É difícil confessar apropriadamente. Procuramos quase sempre espremer, encolher, reduzir ao máximo possível nosso erro, como às vezes fazemos com pão francês quentinho.
A confissão é um reconhecimento de nossa pequenez, de nossa fragilidade. Tanto para pedir perdão quanto para confessar, precisamos dobrar nosso eu, nosso orgulho, nossa suficiência própria e nossa imagem de super-homem e supermulher.
Na confissão, nosso tom de voz não é explicativo, nem justificativo daquilo que fizemos, mas um tom de mágoa e enternecimento. Não é apenas dizer para Deus: “Senhor, sinto muito pelo erro que cometi”, mas dizer para Ele: “Senhor, pequei contra Ti.”
Não tente compensar o pecado não confessado dando uma de “bom menino”, correndo para ser mais prestativo ou chegando mais cedo em casa. Estaríamos fazendo o que é certo pelas razões erradas.
Um dos melhores exemplos de confissão que encontramos na Bíblia é o do filho pródigo. Ele chegou até mesmo a ensaiar o que devia falar. Tomou a atitude correta. Disse: “Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o Céu e contra ti” (Lc 15:18). A confissão dele foi específica.
“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados” (Sl 32:1).
Liberdade em Cristo
Se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. João 8:36
Estávamos no Congresso de Jovens da Divisão Euro-Africana, em Budapeste. A participação nos congressos é uma oportunidade de encontro e reencontro de jovens e amigos. Para essas ocasiões, os líderes têm sua agenda, os jovens têm sua agenda e Deus tem a dEle. Creio que Deus usa esses eventos para conseguir decisões de jovens que, de outra maneira, não iriam se decidir.
Lembro-me de dois momentos naquele congresso. O primeiro na cerimônia de abertura, quando os jovens da Hungria entraram com a antiga bandeira de seu país, com um furo no meio. É que no centro da bandeira havia estado o símbolo da dominação comunista, e eles agora se sentiam livres.
O outro momento foi quando a delegação africana apresentou seu programa. A música de fundo era “Born Free” (Nascido Livre), cantada por Frank Sinatra. Durante o programa, imagens de liberdade destacavam o que aqueles jovens apresentavam: algemas abertas, correntes quebradas, sol nascendo, pássaro voando.
Jesus, em Seu primeiro discurso, disse a respeito de Si mesmo: “Ele Me enviou para proclamar liberdade aos presos e [...] para libertar os oprimidos” (Lc 4:18).
O apóstolo João fala da transformação que acontece na vida da pessoa que se encontra com Cristo. Deus diz: “Você está livre para servir-Me o resto da vida”. “Aos que O receberam, [...] deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1:12).
Esqueça sua mentalidade de escravo e veja-se como filho. O escravo é aceito pelo que faz; o filho é aceito pelo que é. O escravo é aceito por sua capacidade de trabalho; o filho por seu vínculo afetivo. O escravo se sente vigiado; o filho se sente livre. O relacionamento do escravo é a distância; o relacionamento do filho é na proximidade. O escravo recebe salário; o filho recebe herança. O filho obedece por amor; o escravo, por compulsão.
“Cada história cristã é uma história de libertação. Cada uma diz como uma pessoa se libertou dos confinamentos e ideias pequenas, das correntes do que outros pensam, das grades emocionais da culpa e da mágoa [...]. Somos livres para mudar” (Tim Hansel, Holy Sweat, p. 64).
“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” (Gl 5:1).
Não Deixe o Fermento de Fora
E contou-lhes ainda outra parábola: “O reino dos Céus é como o fermento.” Mateus 13:33
Pizzas, pães, bolos e panetones devem seu crescimento e boa aceitação ao fermento. Deixe-o fora da massa e todos eles perderão sua atratividade. Jesus usou muitas vezes em Suas parábolas metáforas que o povo conhecia: a rede de pescar, o campo do joio e do trigo, o grão de mostarda, etc., para ensinar verdades espirituais. Essas metáforas eram como uma centelha na imaginação dos ouvintes, despertando o interesse de todos para o que seria apresentado em seguida.
Uma de Suas menores parábolas é a do fermento. Apenas um verso. Nela, Ele queria que tivéssemos em vista o caráter dinâmico do fermento.
Um pouquinho de fermento foi jogado na massa e toda ela foi levedada. Se pudéssemos reproduzir esse processo de fermentação eletronicamente, veríamos um rápido avanço em cadeia, espalhando-se até que todos os cantos e recantos da massa fossem atingidos. Nada é capaz de deter seu avanço. Ellen White diz que essa parábola “ilustra o poder vivificante e assimilador da graça de Deus” (Parábolas de Jesus, p. 96).
O fermento era uma imagem vívida, própria para ensinar como a graça de Deus trabalha no homem. Consiste de uma transformação interior, atuando de dentro para fora. Não depende de esforço humano e atua de maneira silenciosa. É imperceptível aos olhos humanos; não chama atenção para si. Não dá para medir nem calcular matematicamente, mas nem por isso fica no campo do indeterminado. Outros perceberão mudanças na vida daqueles que receberam a graça de Deus e foram transformados pelo Seu poder.
O livro Parábolas de Jesus, nas páginas 101 e 102, mostra o que a atuação da graça de Deus fará em nossa vida. Ela “dulcificará a índole”; “aumenta a capacidade de sentir, de amar”; “não produzirá espírito de rivalidade, amor de ambição, desejo de primazia”; torna seu possuidor “bondoso e ponderado, humilde no conceito próprio”, “cheio de esperança”; a graça irá “reger o temperamento e a voz”; conferirá “polidez”, “palavras bondosas e encorajadoras”, “afabilidade, cortesia, clemência e longanimidade”; além disso, graças à presença da graça, o semblante se transforma e a presença de Cristo no coração transparece no exterior. Uau! Que lista!
Que tal adicionar uma colherinha desse fermento em nossa vida?
Chamados Para Pescar
Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito. Lucas 5:9
Ambiente de beira-mar. O mar azul e translúcido. Você escuta as ondas em marola quebrando preguiçosamente na praia, ou dando “tapinhas” no casco dos barcos. Sente em seu rosto o ar salgado. Um cheiro forte de peixe e restos de peixe. Ao caminhar pela areia grossa, você vê conchas quebradas, barracas abandonadas com areia acumulada à entrada. Mais adiante, vê pescadores que limpam as redes dos sargaços e de peixes que ninguém comprava. Acabavam de chegar de uma noite de pesca fracassada. Eram dois pares de irmãos, sócios de uma pequena companhia pesqueira.
Mas aquela seria uma manhã diferente, porque Jesus subiria com eles no barco. Ele utiliza coisas comuns para realizar coisas incomuns. Utilizou os instrumentos e o barco deles para demonstrar o que pode ser feito quando nos colocamos em Suas mãos.
O mundo vê fracasso nas redes vazias. Jesus vê oportunidades. Às vezes, fracassamos justamente onde tínhamos a certeza de que nos sairíamos bem ou em nossa área de maior conhecimento. Jesus mostra aquilo que podemos fazer quando obedecemos ao Seu mandado. Ele está sempre animando e dando uma segunda oportunidade.
Apesar de dizerem: “Já demos tudo o que podíamos”, Jesus os convidou a ir além do que sua limitada visão do poder divino conseguia ver. Ele quer nos tirar da comodidade, da segurança e das limitações que nos autoimpusemos. Ele diz: “Seu potencial é bem maior do que você pensa.” O desafio era o alto-mar, o risco, o desconhecido.
Jesus esconde Suas surpresas até que O sigamos. Não havia detector de cardumes, as águas do mar não resplandeceram, nem as redes brilharam. A surpresa não veio até o momento em que se atreveram a lançar novamente as redes. Ao ver as redes cheias, Pedro percebeu que estava na presença do Senhor que tudo pode, e reconheceu sua impureza: “Afasta-Te de mim, Senhor, porque sou um pecador” (v. 8).
Hoje você estará no seu trabalho, fazendo coisas comuns e incomuns, e poderá ter um dia banhado pela graça de Deus. Se seguirmos Sua palavra, o dia terá sido de boas surpresas.
Por que não convidar Jesus a entrar no seu barco hoje?
Minha Graça lhe é Suficiente
Minha graça lhe é suficiente, pois, onde existe fraqueza, Meu poder é revelado de modo mais completo. 2 Coríntios 12:9, Phillips
Diante dos problemas, vamos escutar dezenas de vozes sugerindo o que devemos fazer. Posso sentir que preciso ir numa direção, mas não estou seguro disso. O que fazer? Ir a Deus.
Quando você perde uma pessoa na família, que é responsável pelo sustento da casa e fica sem saber que caminho tomar, e se pergunta: “O que devo fazer?”, Deus vai dizer: “Minha graça lhe é suficiente.” Quando você precisa ser enviado para trabalhar num lugar que não esperava, Deus vai dizer: “Minha graça lhe é suficiente.” Quando está sob o comando de um chefe dominador, com quem você se sente amedrontado diante do que possa acontecer, Deus vai dizer: “Minha graça lhe é suficiente.” Quando você tem que conviver com uma dor que não vai embora e com um filho que não obedece, Deus diz: “Meu poder é revelado quando você está fraco!”
Joni Eareckson Tada teve a vida alterada num dia quando estava mergulhando com amigos. Calculando mal a profundidade da água, ao mergulhar quebrou o pescoço e ficou paraplégica. Durante algum tempo, revoltou-se contra Deus e o mundo. Pacientemente, Deus trabalhou na vida dela e lhe disse: “Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” Ela entrou numa escola de arte, aprendeu a desenhar e pintar. Como fazia? Colocando o pincel na boca. Expandiu seu ministério, produziu música e escreveu livros. Ela orou para que Deus a curasse? Claro que sim. Mas Deus usou as limitações dela para levar ânimo a outras pessoas.
Quando as crianças se machucam ou ficam com medo, correm para o pai. E o que ele diz? “Fala para o papai o que aconteceu, fala!”, ou: “Logo vai passar!” Ou simplesmente abraça a criança sem dizer nada.
Diante do espinho na carne que o incomodava, Paulo pensava: “Eu podia ser mais eficiente, viajar mais, fazer muitas outras coisas, se Deus me tirasse esse problema; se Ele me curasse.”
Deus nem sempre vai atender a todos os nossos pedidos. Quem sabe não fará desaparecer a dor. Mas sempre estará ali para nos colocar em Seus braços, nos enxugar as lágrimas e nos dar forças para viver mais um dia.
Ele diz: “Minha graça lhe é suficiente.”
Graça Para Perdoar
Perdoem tão espontaneamente como o Senhor os perdoou. Colossenses 3:13, Phillips
No dia 1º de dezembro de 1997, Missy Jenkins, aluna do 2º ano do Ensino Médio na Escola Heath High, no Estado de Kentucky, reuniu-se com os colegas para uma oração de início das aulas. Antes de dizerem o “Amém” final, Michael Cornell puxou um revólver e disparou onze tiros contra o grupo. Uma bala atingiu a coluna de Missy. Paralisada da cintura para baixo, ela passaria o resto da vida numa cadeira de rodas.
Missy não tinha ideia do motivo pelo qual seu colega de classe a havia ferido. “Eu creio que odiá-lo é tempo e emoção perdidos” disse ela. “Odiá-lo não vai me fazer andar novamente. Além disso, não é o que Jesus faria.”
Não adiantava Missy ficar remoendo e repetindo mentalmente: “Seu infeliz! Se não fosse você, eu estaria em outro lugar. Teria completado meus estudos e teria uma família. Seria uma pessoa completa.”
Querer manter a pessoa que nos feriu como refém dizendo: “Enquanto eu estiver sangrando, não vou deixar que se esqueça do que fez”, não vai resolver o problema, nem ajudar no processo de cura. Nem tampouco revidar: “Se você me tirar da função, saio atirando para todo lado.”
Precisamos de grande dose da graça de Deus para fechar a ferida e ter um coração perdoador; para soltar, libertar, desamarrar nosso ofensor e nos desprender do ressentimento.
Em várias circunstâncias e em diferentes etapas da vida, fomos feridos física ou emocionalmente. Às vezes, por pessoas que estavam próximas de nós: pais de quem esperávamos proteção e apoio; amigos de quem esperávamos lealdade; filhos que se mostraram ingratos.
Escolher perdoar é, provavelmente, a coisa mais difícil de ser feita.
Há alguém em sua família a quem você precisa perdoar, ou, quem sabe, pedir perdão? Há algum amigo a quem você precise perdoar, ou pedir perdão?
Lewis Smedes, professor de ética e teologia, num artigo intitulado “Perdão: o poder de mudar o passado”, fez a seguinte comparação:
“Perdoar é tirar das costas uma mochila de vinte quilos depois de uma escalada de quinze quilômetros. Perdoar é se sentar numa cadeira de balanço depois de correr vinte quilômetros. Perdoar é libertar um prisioneiro, e descobrir que o prisioneiro é você. Perdoar é surfar na onda mais forte do amor.”
Presentes Para os Vivos
Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória. Marcos 14:9
Na maioria das vezes, as pessoas procuravam Jesus por interesse pessoal. Pouca gente procurou Jesus para dizer-Lhe: “Eu Te amo, Mestre”, ou: “Muito obrigado.”
Maria, num repente de intuição, viu que aquele seria o momento para apresentar sua dádiva a Jesus. Em agradecimento pelo fato de Jesus ter ressuscitado seu irmão e ter transformado sua vida, procurou o momento mais adequado para demonstrar agradecimento. Rompeu o selo do vaso de alabastro e derramou o perfume sobre Jesus. O que estava acontecendo com essa mulher para demonstrar tal carinho?
É bom lembrar que a dádiva de Maria ensina uma importante lição: há um tempo para fazer coisas, e um tempo para dizer coisas. Muitas vezes, em algum momento, somos movidos por um sentimento de simpatia, carinho, cuidado e preocupação pelos outros. Vem a vontade de fazer coisas e dizer coisas: mandar um e-mail, telefonar, dar aquele presentinho, ir à despedida dele, ficar até o fim, dizer uma palavra de apreciação, mostrar o quanto nos sentimos agradecidos, mas simplesmente não fazemos nada. Deixamos para depois, para amanhã, e perdemos a oportunidade de levar alegria não somente ao coração de outra pessoa, mas também ao nosso coração.
É incrível, mas quantas pessoas levam em sua personalidade um vaso de alabastro fechado, escondido, reservado? Guardam para si mesmas seu carisma, seu carinho, seu amor e amizade, sem repartir com outros que necessitam de simpatia, conforto e apoio. E seguem pela vida sem quebrar o jarro, esperando uma ocasião especial.
A atitude de Maria demonstra que algumas coisas precisam ser feitas enquanto há oportunidade. Senão, a probabilidade é de que a pessoa, o tempo, a ocasião, o impulso nunca voltem ou se repitam. Precisamos fazer isso enquanto temos a pessoa perto de nós.
Maria, no momento exato, mostrou agradecimento a Jesus. Quando Ele entrou no corredor escuro de Seus últimos dias na Terra, lembrava-Se com muita alegria daquela atitude de carinho, e Seu coração foi fortalecido. A ilimitada graça de Deus demanda uma resposta de nossa parte.
“Por tudo que Tu és e por tudo que fizeste, muito obrigado, Senhor.”
Preciosa Graça
Para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de Sua graça, demonstrada em Sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Efésios 2:7
Como jovem na Nova Inglaterra, John Newton memorizava grandes porções do catecismo anglicano. Quando tinha dez anos, sua mãe faleceu e na adolescência afastou-se de Deus. O pai, dono de uma frota de navios, o levava muitas vezes em suas viagens, mas não adiantaram suas tentativas de colocar o filho no bom caminho. Quando adolescente, numa noite em que John estava se divertindo no cais, foi atacado por um grupo de marinheiros. Quando voltou a si, descobriu que estava no navio de um traficante de escravos, a caminho da África.
Ao chegar ao território africano, o capitão do navio o entregou como escravo a um chefe tribal. John conseguiu fugir do cativeiro daquela tribo e se embrenhou na selva. Contraiu cegueira tropical e durante algum tempo vagueou pelo meio da mata totalmente nas trevas. Por acaso, o pai soube que o filho estava na África e enviou um navio para trazê-lo de volta à Inglaterra.
John se tornou herdeiro da frota de navios do pai. Como capitão, entrou de vez no tráfico de escravos africanos, levando-os do oeste da África ao sul dos Estados Unidos.
Aqueles que reuniram traços biográficos de John Newton falam de dois momentos importantes em sua experiência para aceitar a Cristo. O primeiro foi numa tempestade em alto-mar, da qual não esperava sair com vida. Ele marcou 10 de maio de 1748 como o dia de sua conversão. O outro momento importante foi quando, de volta à Inglaterra, o presentearam com o livro A Imitação de Cristo, de Thomas Kempis.
Aos 39 anos, tornou-se pastor ordenado da Igreja Anglicana, na pequena vila de Olney, perto de Cambridge, na Inglaterra. Nessa pequena cidade, está sua tumba com a seguinte inscrição: “John Newton, pastor, uma vez infiel e libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela rica misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservado, restaurado, perdoado e designado para pregar a fé que durante muito tempo tentou destruir.”
Uma noite, enquanto meditava em seu passado e como Deus o havia dirigido, em como estivera contra Deus, mas a graça o tinha alcançado, tomou uma folha de papel e começou a escrever:
“Oh, graça excelsa de Jesus! Perdido, me encontrou! / Estando cego, me fez ver; da morte me livrou!” (Hinário Adventista, nº 208).
Irmão Saulo
Então Ananias foi, entrou na casa, pôs as mãos sobre Saulo e disse: “Irmão Saulo.” Atos 9:17
Fernando Pessoa disse: “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
Um momento inesquecível na vida de Paulo foi aquele em que ele recebeu a visita de Ananias, três dias depois de sua conversão. Ao receber a incumbência de conversar com Saulo, Ananias reagiu como qualquer um de nós reagiria. Tinha suas reservas. “É isso mesmo, Senhor, que Tu queres? Ele perseguiu o Teu povo e lançou homens e mulheres na prisão!”
Como seria sua aproximação e qual seria o tom de sua conversa com a pessoa responsável pela morte de muitos dos seus amigos, pessoas que haviam estado lado a lado com você na igreja, cantando hinos e participando do culto?
De sua parte, Paulo se perguntava: “Como vou ser recebido pela comunidade cristã? Será que vão me deixar em quarentena para ter certeza do que aconteceu comigo?”
Saulo estava orando, enquanto aguardava a visita de alguém dentre os cristãos. De repente, sem esperar, sentiu uma mão tocando-lhe o ombro. Em seguida, ouviu palavras que jamais ouvira antes: “Irmão Saulo.”
Como perseguidor, ele não merecia tais boas-vindas. Ele também não esperava ser abraçado pelas pessoas a quem perseguira. Portanto, ele nunca se esqueceu daquele gesto e daquelas palavras.
Ao tocar Paulo no ombro, Ananias estava dizendo: “Eu o aceito. Estou com você. Vai dar tudo certo. Não se preocupe.”
Henry Drummond escreveu certa vez: “Quantos pródigos são mantidos fora do reino pelo caráter frio, desagradável daqueles que professam estar dentro.”
O evangelho nos resgata do medo de ser rejeitados. Jesus foi mestre na arte da aceitação. Somos convidados a demonstrar essa aceitação no olhar, no tom de voz, no sorriso, no toque, no aperto de mão. Hoje, como extensão de Seu ministério, a igreja deve dar boas-vindas aos Saulos, Zaqueus, Madalenas e mendigos do caminho, pois Ananias seguiu o exemplo do Mestre.
Com essas duas palavras e com seu gesto de aceitação, Ananias estava plantando no coração de Paulo a semente da graça de Deus.
No fim de sua vida, Paulo escreveu: “Essa afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior’” (1Tm 1:15).
O Tamanho de sua Fé
Ele respondeu: “Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá.” Mateus 17:20
De que tamanho era a fé do homem que disse para Jesus: “Eu tenho fé! Ajuda-me a ter mais fé ainda!” (Mc 9:24, NTLH)? Ou a do centurião de quem Jesus disse: “Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé” (Mt 8:10)? E da mulher cananeia: “Mulher, grande é a tua fé”? A dos discípulos, depois da tempestade, repreendidos por Jesus: “Homens de pequena fé!” (Mt 8:26)? É possível medir a fé dos heróis de Hebreus 11?
Há algum padrão de medida para a fé? Se não há padrão, por que Jesus disse que se tivermos fé do tamanho de um grão de mostarda, poderemos pedir e as coisas vão acontecer?
Quando Mateus fala de fé, não se refere à qualidade de alguém que está orando, mas de um relacionamento de confiança em alguém para quem estou orando.
Você tem mais confiança na sua oração ou em Deus?
Será que nossa fé tem que ser grande para Deus nos atender? Podemos medir nossa fé pelo número de orações atendidas? Se recebo resposta às minhas orações, isso significa que tenho fé? Se oro e alguma coisa miraculosa acontece, isso indica que tenho muita fé?
“Ah, pastor, mas você precisa conhecer a irmã Luísa. Ela, sim, é uma mulher de fé. Ela tem uma linha direta com Deus; aquele ‘número de celular’ de Deus que poucos conhecem. Os pedidos dela têm alta prioridade no Céu. Ela pede, Deus atende.” E por que os meus pedidos não são atendidos prontamente?
Melhor ser cuidadosos e não ensinar que, quando esperamos milagres e eles não acontecem, o motivo, o problema, é a falta de fé. Abraão Lincoln dizia: “Fé não é acreditar que Deus pode, mas que Deus quer.”
James W. Fowler, em seu clássico Estágios da Fé, menciona a constatação de que crer (credo) é um composto das palavras cor, cárdia – coração, cordial e de do – colocar, por. O primeiro sentido é confiar em, depositar confiança. Quer dizer, deve haver um objeto fora de mim mesmo, ou pessoa em que vou investir confiança. Quando dizemos “eu creio”, estamos afirmando: “Coloco meu coração em...”
O que é fé? “É a convicção segura de que alguma coisa que nós queremos vai acontecer. É a certeza de que o que nós esperamos está nos aguardando, ainda que o não possamos ver adiante de nós” (Hb 11:1, A Bíblia Viva).
Ingredientes do Arrependimento – 1
“O tempo é chegado”, dizia Ele. “O reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas-novas!” Marcos 1:15
Se alguns homens forem como eu quanto ao senso de direção na estrada, dificilmente acertarão o caminho. Pense em um casal no carro... A esposa diz para o marido virar à direita no próximo balão. Mas ele pega a esquerda. Quando percebe o que fez, diz para a esposa: “Desculpe, querida, errei o caminho.” Se isso for tudo o que ele fizer, não será suficiente. Desculpar-se não vai levá-lo um centímetro de volta ao lugar de onde ele deveria partir. Para chegar aonde deve ir, ele precisa parar o carro e voltar para a estrada certa que a esposa lhe tinha indicado inicialmente. Isso é arrependimento. É reconhecer o erro e tomar o rumo certo.
Arrependimento não é remorso – não é ficar repetindo e remoendo: “Será que não vou aprender? Olha só o que fui fazer! Por que será que não mudo? Não acredito que eu tenha feito isso!” Se você teme as consequências, é sinal de remorso e não de arrependimento. E isso não trará nenhum resultado positivo.
Trabalhando na Pastoral Universitária do Unasp, entre outras coisas, exerci a função de conselheiro. No começo de uma noite, recebi na sala da pastoral uma garota do internato que entrou chorando ali. “Ai, pastor, o que eu faço, agora? Não devia ter feito o que fiz!” No decorrer da conversa, várias possibilidades me vieram à mente. Teria ela usado drogas? Bebido? Fumado? Teria pegado alguma coisa de alguém? Mas não havia sido nenhuma dessas coisas. Ela finalmente disse: “Beijei meu namorado e a monitora viu.”
Ela havia transgredido as leis do internato e, imaginando as consequências que teria que enfrentar, lamentava ter sido flagrada. O choro não tinha nada de arrependimento. Na manhã seguinte, me encontrei com ela e perguntei como estava o problema. “Ah, pastor, ao voltar de minha conversa com o senhor, cheguei ao residencial e todo mundo já sabia. Recebi minha punição.”
No verdadeiro arrependimento, não precisamos nos esconder ou ocultar o problema. Há genuína tristeza – mas não tristeza porque o que você fez foi descoberto e terá que encarar as consequências.
“Vós, que suspirai por alguma coisa melhor do que as que este mundo oferece, reconhecei nesse anelo a voz de Deus à vossa alma. Pedi-Lhe que vos dê arrependimento, que vos revele a Cristo em Seu infinito amor, Sua perfeita pureza” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 28).
Ingredientes do Arrependimento – 2
No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam. Atos 17:30
Um rapaz acostumado a furtar escreveu o seguinte bilhete para uma loja de departamentos: “Faz pouco tempo me tornei um cristão e à noite não pude dormir porque me sentia culpado. Aqui estão R$ 100,00 que devo a vocês.” Depois de assinar seu nome, colocou: “P.S.: Se ainda assim eu não puder dormir, enviarei o restante depois.”
A disposição para reconhecer os próprios erros e se arrepender deles é uma das características do cristão convertido. O arrependimento começa com a convicção de que aquilo que fizemos está errado. A confissão, nesse caso, não é apenas o reconhecimento do erro, mas a compreensão de que ofendemos a Deus. É como a reação do pródigo, quando voltou para casa e disse: “Pequei contra o Céu e contra ti” (Lc 15:21).
Outro ingrediente que não falta no verdadeiro arrependimento é a restituição. O exemplo de Zaqueu é o de alguém que estava genuinamente arrependido e quis acertar as contas não somente com Deus por meio da confissão, mas com outras pessoas pela restituição. Como diz o pensamento: “O reconhecimento da dívida sem esforço para pagá-la não é arrependimento.”
Nesse caso, o arrependimento exigirá não apenas mudança de pensamento e de comportamento, mas o arrependido fará tudo o que estiver ao seu alcance para remediar o erro. Escreverá uma carta, telefonará, visitará, encontrará, devolverá, depositará ou pagará, conforme seja o caso. Ou se foi rude com a esposa ou os filhos, vai pedir perdão. Se roubou, vai devolver. Se mentiu, confessará. Não deixará que o outro continue sendo enganado. Não é apenas uma questão de dizer para Deus: “Senhor, sinto muito. Perdoa-me.”
Pode parecer humilhante, constrangedor o fato de você ter que se aproximar de um vizinho, amigo ou colega de trabalho e dizer que errou. Mas como Deus está interessado em que vivamos em paz, Ele irá acompanhá-lo, e preparará o coração do ofendido. Ele fará com “que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração” (Cl 3:15). Ele o ajudará e a quem você prejudicou para que tudo seja resolvido.
“Ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9).
Ingredientes do Arrependimento – 3
Será que você não está interpretando mal a generosidade e a misericórdia paciente que lhe foram demonstradas, achando que são sinais de fraqueza da parte dEle? Você não percebe que a bondade de Deus tem o objetivo de conduzi-lo ao arrependimento. Romanos 2:4, Phillips
Não há imagem que descreva melhor o caráter de Deus do que a de um pai que espera o retorno do filho. Se o pecado me afasta de Deus, a melhor maneira de abandoná-lo é dar meia-volta.
O pródigo, quando estava longe de casa e se lembrou do pai, teve o coração tocado. Ele caiu em si e pensou: “O que estou fazendo aqui?” Sua mente e emoções mudaram. Então, ele se levantou e, finalmente, voltou para o pai.
A caminhada de volta em direção ao pai foi uma demonstração de fé. E essa mesma jornada, afastando-se da terra distante, era uma demonstração de arrependimento. Os mesmos sentimentos que colocaram sua mente em Deus fizeram com que ele desse as costas para o pecado.
Deus, com Sua bondade, insiste em nos receber como filhos, mas nós, como o pródigo, continuamos insistindo na linguagem do mérito: “Trata-me como um dos teus empregados” (Lc 15:19). É como se estivéssemos correndo do evangelho da graça.
Confrontados pela bondade de Deus, e percebendo quão longe fomos, confessamos, voltamos e corremos para Deus, que nos assegura que estamos perdoados. Nesse caso, dizemos que o arrependimento é um evento. No entanto, o arrependimento não é uma experiência que toma lugar apenas uma vez na vida, mas um processo contínuo que se aprofunda com o passar do tempo.
Podemos dizer como Frederick Buechner: “O verdadeiro arrependimento gasta menos tempo olhando para o passado e dizendo ‘Sinto muito’ do que para o futuro dizendo ‘Uau!’”
“A Bíblia não ensina que o pecador tenha de arrepender-se antes de poder aceitar o convite de Cristo. [...] Assim como não podemos alcançar perdão sem Cristo, também não podemos arrepender-nos sem que o Espírito de Cristo nos desperte a consciência. Cristo é a fonte de todo bom impulso. Ele, unicamente, é capaz de implantar no coração a inimizade contra o pecado. Todo desejo de verdade e pureza, toda convicção de nossa própria pecaminosidade, é uma evidência de que Seu Espírito está operando em nosso coração” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 26).
No Amor Não Existe Medo
No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo. Portanto, aquele que sente medo não tem no seu coração o amor totalmente verdadeiro. 1 João 4:18, NTLH
O medo possui imenso arsenal. Não há ninguém que fique fora do alcance de suas várias armas: medo de perder o emprego, de emprego novo, do desconhecido, de perder a saúde, de ser diferente, de intimidade, de rejeição, de fracasso, etc.
O apóstolo diz: “O amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo.” O medo e o amor são mutuamente excludentes, não convivem no mesmo ambiente. O medo é controlador, nos paralisa. Se estamos com medo, ficamos “envelopados”, fechados, encaracolados dentro de nós mesmos. O amor, por outro lado, nos leva à aproximação. Quando crescemos em amor, diminuímos em temor.
Quando você tem certeza de ser amado por outra pessoa, tem a tranquilidade de que não precisa mudar ou ser bom para ser aceito.
Charles Swindoll conta a história de David Ireland, que escreveu um livro intitulado Cartas Para Uma Criança que Ainda Não Nasceu. Ireland escreveu uma carta para a criança que ainda se encontrava no ventre da esposa, pouco antes de sua morte ocasionada por uma enfermidade neurológica. A respeito da esposa, Ireland se expressou assim: “Sua mãe é uma pessoa incrível. Poucos homens sabem o que é receber um muito obrigado por levar a esposa para jantar fora, quando isso implica em tudo o que acontece em nosso caso. Significa que ela tem que me vestir, me barbear, escovar meus dentes e pentear meu cabelo. Tem que me levar na cadeira de rodas para fora de casa e descer a escada, abrir a garagem, abrir o carro, dar a volta, virar-me para que eu me sinta confortável, dobrar a cadeira de rodas, colocá-la no carro, entrar no carro, dar partida, tirar o carro da garagem e seguir para o restaurante. Então começa tudo de novo: ela sai do carro, abre a cadeira e a porta, vira meu corpo, põe-me em pé, faz-me sentar na cadeira, puxa os pedais da cadeira para que eu me sinta confortável. Nós nos sentamos para jantar e ela me coloca comida na boca durante toda a refeição. Quando terminamos, ela paga a conta e empurra a cadeira de volta para o carro, e começa tudo de novo, só que ao contrário. Depois que tudo acaba ela diz com sincera cordialidade: ‘Querido, obrigada por me levar para jantar’ e eu simplesmente não sei o que dizer” (Amigos de Verdade, p. 96).
No amor não há temor.
Quando Levamos a Melhor
Quem anda com integridade anda com segurança, mas quem segue veredas tortuosas será descoberto. Provérbios 10:9
Como é comum na historia de irmãos gêmeos, eles eram opostos em muitos sentidos. Esaú era um homem de poucas palavras; Jacó gostava de conversar. Esaú era o favorito do pai; Jacó era o favorito da mãe. Rebeca se perguntava por que Esaú era tão diferente de Jacó.
Na história, Esaú volta para casa depois de um dia malsucedido na caça e encontra Jacó preparando aquele ensopado de lentilhas. Nessa rápida conversa de seis versículos, Esaú é descrito como um homem governado pelo apetite. “Eu quero e quero agora.” Ele vivia para o hoje, sem se preocupar com o dia de amanhã. “Estou no meio da tentação; agora vou até o fim e não me interessam s consequências.”
Harold Kushner, em seu livro Que Tipo de Pessoa Você Quer Ser? (p. 27), menciona que escutou certa vez um psicólogo estabelecer um contraste entre dois tipos de moralidade. Existe a moralidade da esperteza e da sagacidade, em que ter sucesso significa levar a melhor numa interação com outra pessoa por meio de um negócio feito com astúcia ou de uma resposta esperta. Nesse tipo de moralidade, o pior pecado é deixar alguém tirar vantagem de nós e a pior punição é a vergonha quando outras pessoas nos desprezam por terem levado a melhor.
Há também a moralidade da integridade, em que o bem maior é a consideração pelos outros, o pior pecado é magoar outra pessoa e a pior punição é a culpa, quando nos desprezamos pelo que fizemos. Que tipo de pessoa você quer ser?
Jacó travava uma luta dentro de si. Ele tentava conseguir por meio da esperteza o que não foi capaz de obter pelo nascimento. Era o conflito entre seu desejo de obter o que queria e a noção de que só podia consegui-lo se fizesse algo fraudulento.
Existem momentos em que nos perguntamos: “Como pude fazer isso? Eu não sabia que era errado...” Ou nos advertimos: “Pare agora, senão vai ter problemas.”
Quando o anjo perguntou qual era o nome de Jacó, estava, na verdade, perguntando: “Que tipo de pessoa você é?” Você está vivendo de acordo com seus valores? Quem você foi até agora e o que quer ser daqui para frente?
Reverência
Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador; pois Ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do Seu pastoreio, o rebanho que Ele conduz. Salmo 95:6, 7
Deus queria que fôssemos cuidadosos quanto ao uso do Seu nome e também quanto ao lugar em que O adoramos. Muitos eruditos acreditam que Jeová é o nome próprio de Deus e que os epítetos “onipotente” e “onisciente” são simplesmente descrições de Seu caráter e de Sua atividade. Originalmente, o nome Jeová era escrito com quatro consoantes e nenhuma vogal. Os judeus o consideram tão santo que nem mesmo o pronunciam, com medo de profaná-lo.
Deus também espera nossa reverência no lugar em que O adoramos. Em igrejas grandes e pequenas, nas vilas e em grandes cidades, neste fim de semana, milhões estarão se dirigindo aos mais variados templos para adorar.
O que posso fazer para que minha adoração seja proveitosa e uma inspiração para minha vida? Onde começa minha preparação? Não, não começa quando entro na igreja. Começa quando abro meu guarda-roupa para escolher a roupa com a qual irei à igreja. Não estou indo a um ginásio de esportes, nem a um acampamento, nem ao shopping. Portanto, a roupa certamente influenciará meu comportamento.
Numa alegre expectativa, penso em reencontrar os amigos. Como dizia o salmista: “Alegrei-me com os que me disseram: ‘vamos à casa do Senhor!” (Sl 122:1).
Também devo pensar no que vou levar à igreja. Quando levo a Bíblia comigo – grande ou pequena, nova ou usada –, estou me condicionando melhor para acompanhar o que o orador está falando. Não podemos chegar à igreja como se estivéssemos entrando num drive-thru, no qual queremos satisfazer a fome no menor tempo possível e sair o mais rápido que pudermos. Minha atitude deve ser a de ir a um banquete. Sentar-me com calma à mesa e saborear tudo o que é servido.
Que faço, então, ao chegar à igreja? Devo ter uma atitude de respeito para com Deus e reconhecer Seu poder e majestade. Pense na realidade da grandeza de Deus; que você está na Terra e Ele, no Céu.
“O esplendor e a majestade estão diante dEle; força e alegria na Sua habitação. Deem ao Senhor, ó famílias das nações, deem ao Senhor glória e força! Deem ao Senhor a glória devida ao Seu nome” (1Cr 16:27-29).
O Hábito de Deixar Para Depois
Quando Paulo se pôs a descrever acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro, Félix teve medo e disse: “Basta, por enquanto! Pode sair. Quando achar conveniente, mandarei chamá-lo de novo.” Atos 24:25
Não era um discurso em defesa de si mesmo. Paulo o pregara como todo pregador deve pregar: com convicção, clareza e sentimento. As palavras mexeram com o coração de Félix que reagiu dizendo: “Agora não. Noutra oportunidade. Ainda tenho muito tempo, e se eu tiver uma chance, chamo você.”
No dia a dia, frente a tarefas e decisões, demonstramos a mesma atitude: “Vou começar meus exercícios amanhã.” “Vou abandonar esse vício.” “Vou começar minha dieta para valer.” “Vou mudar de vida... amanhã!”
Deixamos também para amanhã a carta que é para ser escrita, o e-mail que precisamos enviar, aquele livro para ler, o que está quebrado para consertar e o amigo que queríamos visitar.
Dizemos: “Depois vou quebrar esse hábito, abandonar esse pecado, vencer a tentação”; “Mais tarde vou perdoar aquele amigo que me ofendeu e pedirei perdão a quem ofendi.” Isso nos leva a cair no hábito da procrastinação (do latim pro, que significa “para”, e cros, que significa “amanhã”).
Os professores enfrentam esse problema com os alunos na entrega dos trabalhos. No início do semestre, alunos e professores entram em acordo em relação a uma data limite para a entrega dos trabalhos. E o que acontece? Você sabe. Os alunos se mostram bastante criativos para inventar histórias e desculpas pedindo prazos extras.
No campo espiritual, temos um inimigo perspicaz. Uma de suas táticas mais eficazes é sussurrar baixinho no ouvido daquele que está sendo convencido a tomar o caminho do bem: “Você não precisa decidir agora. Não tenha pressa! Deixe para vencer essa tentação e abandonar esse hábito depois que se arrepender com sinceridade.”
Procrastinação é uma palavra grande que representa um grande problema. A Bíblia nunca diz em seus convites para nós: depois, algum dia, amanhã... A palavra de Deus é para hoje. Começar hoje sendo a pessoa que devemos ser. Fazer de hoje o dia para escutar a voz de Deus. Começar a mudar hoje; dizer “sim” quando Ele nos convidar.
Pecador no 1
Contudo a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim. 1 Timóteo 1:14
Como podemos explicar a mudança repentina e ao mesmo tempo tão maravilhosa que acontece na vida das pessoas? Talvez você mesmo seja uma demonstração disso.
Nos versos anteriores ao texto de hoje e em várias ocasiões nas quais Paulo falou de sua vida anterior, ele confessou: “Fui blasfemo, perseguidor e insolente” (v. 13). “Dava o meu voto contra eles [os cristãos]” (At 26:10). “Perseguia com violência a igreja de Deus, procurando destruí-la” (Gl 1:13). Mas viu a si mesmo como supremo objeto da graça de Deus. Tanto que teve confiança em dizer: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1Tm 1:15). Paulo nunca perdeu de vista o fato maravilhoso de que Deus o redimiu.
Em meus anos de ministério e em visitas às igrejas, encontrei muitas pessoas que haviam se convertido já como jovens ou adultos. Uma interrogação e uma mágoa pesava sobre eles ao se lembrarem do que tinham feito antes de conhecer a Cristo. Alguns tinham sido alcoólatras, dependentes químicos, ladrões, prostitutas, homossexuais e assassinos. Outros haviam se envolvido com o ocultismo. Não esqueciam facilmente o que tinham feito. Mas a graça de Deus foi ao encontro deles. Entregaram-se a Cristo. E hoje vivem vida renovada. São novas criaturas em Cristo Jesus.
Mesmo assim, ao mencionar o exemplo de Paulo para eles, alguns diziam: “Ah, pastor, eu sou pior! Fui longe demais. Nem posso contar ao senhor.”
Escute, hoje é um dia comum da semana. Quem sabe você esteja se sentindo um pecador miserável. No fundo do poço. Não desanime. A graça de Deus está indo ao seu encontro. A graça da qual disse Paulo: “transbordou sobre mim” (1Tm 1:14).
Creio que não haja melhor palavra para traduzir a provisão da graça de Deus do que o verbo “transbordar”. Traz a ideia de alguma coisa que vai exceder nossa capacidade de medir. Alguma coisa que não vai faltar; que podemos pegar à vontade – quanto e quando quisermos.
Quantos de nós já vimos fontes jorrando da montanha ou borbulhando do chão, ou fontes menores espraiando-se pelos campos, esverdeando a paisagem, trazendo vida, tornando o rio mais forte?
A graça de Deus não é servida em colherinha de chá, nem em pitadas, menos ainda em conta-gotas. Nem é como tentar se banhar em um copo d’água, mas debaixo de uma fonte gigante que jorra exuberante e permanentemente.
O convite é para que nos banhemos na graça de Deus.
Nós O Contemplaremos
Eis que Ele vem com as nuvens, e todo olho O verá. Apocalipse 1:7
No encerramento do Campori de Desbravadores da União Central Brasileira, em Ilha Solteira, convidei a desbravadora Débora, membro do Clube do IASP, para cantar. Preguei sobre a volta de Jesus e expliquei que Débora era portadora de deficiência visual. Falei da esperança dela de ter os olhos abertos no dia da volta de Jesus. Ela veio à frente conduzida por outra desbravadora e cantou: “Oh, Pai, eu queria tanto ver o meu Senhor descer, vindo me encontrar! Eu posso até imaginar a refulgente glória do Senhor Jesus, transpondo as brancas nuvens no mais puro azul...”
Foi um momento de forte emoção. Muitos desbravadores tomaram a decisão pelo batismo, e outros renovaram a dedicação de se preparar para a volta de Jesus.
A história conta que quando a rainha Vitória, no Castelo de Windsor, escutou um dos seus capelães pregar sobre a segunda vinda de Jesus, ela exclamou: “Oh, como eu gostaria que o Senhor viesse enquanto estou viva!” Perguntaram-lhe: “Por quê?” Ela respondeu: “Ah, eu adoraria lançar minha coroa aos Seus pés.”
Quando percebemos como a volta de Jesus é apresentada em figuras, parábolas, ilustrações ou textos claros, a impressão que temos é de que o Espírito Santo queria esgotar todos os recursos de comunicação possíveis para nos impressionar com a volta de Jesus. Mais ao fim do Novo Testamento, temos a impressão de que estamos sentindo Seus passos se aproximando.
A volta de Jesus continua sendo a bem-aventurada esperança no coração de muitos. Quantos dos nossos amigos morreram sem ter realizado o desejo de estar vivos no segundo advento.
Desde o começo da história da nossa igreja, falamos e anunciamos a volta de Jesus. De que forma nossa vida é afetada por saber que Jesus voltará? No meio do caos, olhemos para o futuro, pois fiel é aquele que prometeu.
Lembremo-nos das palavras do hino que diz: “Os céus vão se abrir preparando Sua entrada, as estrelas vão aplaudir com trovões de louvor... E nós O veremos face a face.”
A bênção final do Novo Testamento termina com a oração: “Vem, Senhor Jesus!” É somente pela graça de Deus que ousamos dizer: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20).
O Antídoto Contra a Inveja
Fiquem satisfeitos com o que vocês têm, pois Deus disse: “Eu nunca os deixarei e jamais os abandonarei.” Hebreus 13:5, NTLH
Você fica feliz quando um amigo consegue o carro que você quer ter? Ou quando ele consegue o emprego, a namorada, a aprovação no vestibular, e você não? Uma das lutas que o cristão tem que travar todos os dias é contra a inveja. Ela pode ser definida como o “sentimento de pesar ou ressentimento porque o outro está se salientando ou se saindo bem”.
A inveja também é atiçada pelo desejo de comparação: “Ele tem roupa melhor, é mais rico, tira notas melhores, é mais forte do que eu, é mais competente, joga melhor. Como chegou há tão pouco tempo e já está na posição que levei anos para conquistar?”
Num grau maior, a inveja chega a desejar à pessoa invejada todo o tipo de infortúnio. Maldosamente, quero que ele se saia mal na prova; que ela fique rouca no dia de cantar para que eu possa cantar no lugar dela; que ele fique doente para eu substituí-lo; que a namorada lhe dê o fora; etc. A gravidade da inveja fica bem patente na declaração de Salomão: “O rancor é cruel e a fúria é destruidora, mas quem consegue suportar a inveja?” (Pv 27:4).
Ela acontece na família e entra no círculo de amigos separando antigas amizades. Em lugar de confraternizar, começam a vigiar um ao outro. Aparece no ambiente de trabalho, criando um clima de suspeita, insegurança e a tendência de desacreditar os outros.
Numa pequena paródia intitulada “A inveja foi à igreja”, Elva McAllister conta que a inveja, sendo muitas, sentou-se em cada banco da igreja. Apontava sedas e lãs e pendurava uma etiqueta de preço em cada blazer e gravata. Depois foi ao estacionamento para ver os cromados e cores dos carros. Entrou na igreja juntamente com o coral, e ficou provocando a todos para que se comparassem uns com os outros. Mas, ao conferir os resultados, não se sentiu tão bem porque alguns de seus clientes tinham tomado o antídoto da graça e usavam em suas roupas uma flor chamada amor.
Isso mesmo, o antídoto contra a inveja é a graça. E Paulo complementa dizendo: “O amor [...] não inveja” (1Co 13:4). “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, [...] tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:12, 13).
Por que Preciso de Fé?
Então perguntou aos Seus discípulos: “Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” Marcos 4:40
Às vésperas de um projeto do Unasp voltado para os índios carajás, tive que fazer um voo de Goiânia a São Félix do Araguaia num monomotor Cessna. Era um avião pequeno com capacidade para cinco passageiros, mais o piloto. O avião, que já havia perdido a cor original, lembrava uma sucata de guerra. Os flaps estavam remendados com fita-crepe e o plástico dos bancos estava desgastado. As letras com as indicações de comando estavam apagadas pelo uso. Como passageiro de verdade, apenas eu; os outros dois eram a esposa e a filha do piloto. Diga-me, nessa hora, se você fosse o passageiro, confiaria no avião ou no piloto? Naquele momento, um dos objetos da minha fé (o avião) não era o mais confiável.
A vida é uma série constante de atos de fé. Torcemos a chave da ignição e o carro funciona. Mesmo sem entender a caligrafia do médico, confiamos que ele está nos receitando o remédio certo. Depois, o farmacêutico entra nos fundos da farmácia e traz o remédio que acreditamos vai nos fazer bem. Quando atravessamos uma ponte, acreditamos que ela vai nos sustentar.
Possivelmente, não haja palavra tão falada no meio religioso do que esta palavra pequenininha: “fé”. Peça a dez pessoas uma definição de fé, e conseguirá dez respostas diferentes. Isso significa que elas estão erradas? Não necessariamente. Significa apenas que a fé que cada pessoa tem é uma mistura de sua história de vida, de sua experiência religiosa, de sua personalidade, e outras mil e uma dimensões que nos fazem únicos e diferentes uns dos outros.
A fé é relacional. Há sempre outra pessoa na fé. Deus diz: “Saia dos seus limites e se aproxime de Mim.”
Pode ser que depois de termos estado na presença de Deus, saiamos sem uma resposta às nossas orações. Porém, podemos ter certeza de que Ele continua ao nosso lado, mesmo sem nos dar o que pedimos. Você mede sua fé ou sua vida religiosa pelo número de orações atendidas? Você confia nas orações ou no Deus que ouve as orações? Da mesma maneira, você concordará também que o importante não é o tamanho da fé em si, mas o Deus em quem confiamos.
O educador e orador Patrick Overton disse: “Quando você chega ao fim de toda luz que conhece, e está para dar um passo na direção das trevas do desconhecido, fé é saber que uma de duas coisas acontecerá: ou haverá onde pisar, ou você será ensinado a voar.”
“Senhor, aumenta-nos a fé.”
Graça Para um Fugitivo
“Não tenha medo”, disse-lhe Davi, “pois é certo que eu o tratarei com bondade por causa de minha amizade com Jônatas, seu pai.” 2 Samuel 9:7
A história dele é uma das mais bonitas da Bíblia. Está entremeada de incidentes nos quais se manifesta a graça de Deus. Ele esperava crescer para viver como príncipe, mas no dia em que seu pai, Jônatas, e seu avô, Saul, foram mortos numa guerra, na fuga apressada do palácio, uma queda o deixou aleijado para o resto da vida. Nessa ocasião, ele devia ter entre quatro e cinco anos. Seu nome era Mefibosete.
Ele tentou se esconder de Davi e se refugiou na cidade de Lodebar. Daí para a frente, sempre se via como alguém defeituoso, aleijado, inútil. Ou, conforme suas próprias palavras, como “um cão morto” (v. 8).
À medida que crescia, escutava os outros lhe dizerem: “Você é que devia estar sentado lá no trono. Cuidado! Davi é seu inimigo. Ele vai enviar seus soldados para prendê-lo e levá-lo ao palácio.”
Bem distante dali, um dia Davi andava pelo palácio e meditava em sua própria vida, e em como Deus o levara da posição de simples pastor de ovelhas para ser rei. Seu coração se encheu de gratidão. Perguntou a um dos servos do palácio, Ziba, se conhecia algum descendente da casa de Saul. Quando soube da história de Mefibosete, pediu que o comandante do exército, acompanhado da cavalaria real, o trouxesse ao palácio, dizendo: “A quem eu possa mostrar a lealdade de Deus” (v. 3).
Antes que Mefibosete imaginasse, a graça do rei saiu à sua procura. O sonho de criança, de morar em um palácio, tornou-se realidade. E não apenas isso, ele agora era membro da família real, e podia comer à mesa junto com o rei e seus filhos.
Nós somos os “Mefibosetes” da vida. Nascemos para ser filhos do rei, mas levamos no corpo as marcas da queda. Perdemos nosso lugar no palácio para nos refugiar em algum lugar deserto. Por nós mesmos, não podemos nos aproximar do rei.
Quando você pensar que foi esquecido por Deus, quando estiver no limite de não acreditar em mais nada, a graça sairá ao seu encontro.
Não importa o que tenha acontecido com você, nem por quanto tempo tenha se escondido de Deus. Você pode voltar. Você será recebido, e reassumirá sua posição como filho do rei.
Abrigo e Refúgio
E será um abrigo e sombra para o calor do dia, refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva. Isaías 4:6
Sombra, abrigo, refúgio, esconderijo. São lugares para aqueles que se sentem cansados, com medo e/ou perseguidos pelo inimigo. São lugares de confiança, de proteção, para trazer paz, refazer as forças e apagar o medo.
Sombra para o calor do dia. Quem já enfrentou uma longa caminhada, sob o sol quente, com vegetação escassa ou no cerrado, na época da seca, conhece o valor da sombra. E como é bom quando no caminho aparece uma árvore para fornecer uns minutos de sombra e descanso, a fim de refazermos as forças para prosseguir.
A “sombra” no seu dia de trabalho pode ser aquele colega que se detém para cumprimentá-lo; pode estar na voz e no jeito de a esposa falar ou sugerir, ou mesmo escutar; pode ser alguém que se oferece para ajudá-lo num projeto, quando sabe que seu tempo está escasso. Precisamos de uma “sombra” quando temos mais trabalho sobre a mesa do que o tempo nos permite realizar. Quando nossas responsabilidades aparecem como um redemoinho de compromissos e prazos finais. Precisamos da “sombra” do Onipotente para descansar e nos refazer.
O verso de hoje também fala de refúgio e abrigo contra a tempestade. Quando a chuva vem mais rápido e mais forte do que se espera, temos que correr e procurar refúgio. Quantas campais de desbravadores não sofreram com a chuva... Painéis e cenários desfeitos, colchões e cobertores ensopados de água e transtorno na programação. Aí tínhamos que procurar abrigo e refúgio em galpões, ginásios, salões e escolas. Pelo menos, ficávamos abrigados.
Anne Ortlund, em seu livro My Sacrifice, His Fire, transcreve uma oração atribuída a Saint Patrick: “Confio hoje no poder de Deus para me guiar. Na força de Deus para me sustentar. Na soberania de Deus para me ensinar. No olhar de Deus para velar. No ouvido de Deus para me ouvir. Na palavra de Deus para me falar. Na mão de Deus para me proteger. No escudo de Deus para me proteger. Nas hostes de Deus para me defender. Cristo comigo, Cristo adiante de mim, Cristo na minha retaguarda, Cristo dentro de mim, Cristo sobre mim. Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda. Cristo na largura, Cristo na extensão. Cristo na altura, Cristo no coração de cada homem que se lembra de mim...”
É bom saber e lembrar que Deus cuida de nós e é escudo, abrigo e refúgio em qualquer momento.
Pedir um Sinal de Deus
Pois bem. Vou pôr um pouco de lã no lugar onde malhamos o trigo. Se de manhã o orvalho tiver molhado somente a lã, e o chão em volta dela estiver seco, então poderei ficar certo de que Tu realmente me usarás para libertar Israel. Juízes 6:37, NTLH
Há muitos que tomam este episódio do Antigo Testamento como se fosse uma norma para tomar decisões em determinadas situações. O caso de Gideão não foi mencionado na Bíblia com a finalidade de se tornar numa fórmula espiritual.
Quem sabe você também já tenha usado sua “porção de lã” diante de uma situação em que queria ter a segurança de que aquela era a vontade de Deus. Pode ter pensado que uma maneira segura e rápida de tomar uma decisão seria pedir um sinal de Deus.
Alguns são muitos criativos: “Senhor, se quando eu estiver indo para a cidade cruzar com uma caminhonete amarela, isso será sinal de que devo aceitar esse emprego e não o outro.” “Se eu encontrar um lugar para estacionar, é sinal de que Tu queres que eu curse biologia e não fisioterapia.” “Se a estrela piscar uma vez, devo dizer ‘sim’; se piscar duas, digo ‘não’; e se piscar três, é ‘ainda não’.” “Senhor, que ele telefone... que ela envie um e-mail.” Ou diante da decisão de terminar o namoro, dizemos: “Vou escrever ‘sim’ e ‘não’ em dois pedacinhos de papel. O que sair, é o que vou fazer.” Quando o papel está de acordo com o que pensamos, nos apressamos em executar o “plano”. Que bom! Era isso mesmo! Mas quando o papel desafia nossa preferência, levando-nos à decisão que temíamos, colocamos em dúvida o que fizemos. “Será que eu realmente orei com fé? Acho que deveria orar de novo.” E completamos: “Senhor, agora é pra valer.”
Outro motivo pelo qual somos inclinados a pedir um sinal de Deus é a necessidade de fugir às consequências de nossa decisão. Ao pedir um sinal, se as coisas não derem certo, e as consequências forem as que temo, poderei jogar a culpa no processo, não em mim mesmo.
Deus nos deu um cérebro dotado de capacidade de pensar, avaliar e pesar as decisões. Mas quantas vezes, com preguiça de pensar, seguimos um atalho. Queremos colocar Deus dentro de nossos limites e manipular os eventos a nosso favor, conforme nossa vontade.
Hoje, também, mudar de emprego, mudar de curso, escolher o(a) compa-nheiro(a) para toda a vida, são decisões que requerem discernimento, sabedoria e boa dose de entrega. Peçamos a Deus que nos faça submissos e humildes para aceitar Seus planos para nossa vida.
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