terça-feira, 10 de abril de 2018

A Atlântida e a migração para as Américas após o período do gelo


Ao longo destes anos, tenho investigado alguns relatos históricos e evidências arqueológicas relativos ao período pós-diluviano, inclusive tenho apresentado algumas dessas evidências em minhas palestras. No livro Revisitando as Origens, mais especificamente no capítulo intitulado A “Era do Gelo”: uma perspectiva bíblico-científica, encontra-se a seguinte informação quanto ao início e à duração da época do gelo: “De acordo com o naturalista Harry Baerg, ‘a formação e o desaparecimento dos lençois de gelo devem ter ocorrido entre o tempo do dilúvio e o começo da história registrada’. É, portanto, razoável admitirmos que o início da idade do gelo coincida com a história da Torre de Babel, construída no vale do Sinar (atual Iraque) entre 100 e 130 anos após o dilúvio. E o que dizer da Bíblia? Existem relatos bíblicos sobre essa época do gelo? Podemos perceber na narrativa do livro de Jó, nos capítulos 6:16; 38:22, 29, 30, um clima mais frio no princípio da história bíblica, datado entre 300-500 anos após o dilúvio.

“De acordo com os cálculos feitos pelo mestre em Ciências Atmosféricas Michael Oard, a época do gelo pode ter durado menos de mil anos, mais especificamente 500 anos de acúmulo de gelo e 70 anos para derreter as camadas de gelo ao longo da borda, e cerca de 200 anos no interior do Canadá e da Escandinávia. Existem evidências históricas relativas ao ano 1.454 a.C. em que Partholan, líder do segundo grupo a conquistar a Irlanda, teria desembarcado nessa região e registrado o número de lagos e rios existentes. Pouco tempo depois, na segunda colonização, havia um número bem maior de lagos e rios. Provavelmente, os registros irlandeses antigos evidenciaram o derretimento das camadas de gelo do norte europeu. Segundo Ussher, o dilúvio ocorreu em 2.348 a.C. Portanto, a era glacial teria terminado mil anos após a grande inundação” (Alves, 2018, p. 74, 75).

Ao compararmos as evidências bíblico-científicas acima com registros da cultura de povos pré-colombianos percebemos que as peças vão se encaixando nesse enorme quebra-cabeça acerca de nossas origens. O problema é que pesquisas nos registros originais dessas culturas têm sido pouco valorizadas em nossos dias. Porém, aceitamos o desafio e estamos trazendo para você, leitor, alguns relatos que dificilmente você encontraria, tanto na língua inglesa quanto na língua portuguesa.

Aparentemente, parte da imigração para a América aconteceu por meio dos descendentes de Cam durante o segundo milênio, devido a alterações climáticas, passando por ilhas no Atlântico que devem ter submergido durante ou após o derretimento dos glaciais no norte, ao fim da época do gelo.

Por que descendentes de Cam? Alguns anos atrás, durante uma pesquisa sobre os antigos povos celtas da Irlanda, nos deparamos com um texto que chamou nossa atenção no livro AD 500: A journey Through the Dark Isles of Britain and Ireland:

“Por muito estranho que possa soar, seus sábios insistem que os Celtas chegaram à Irlanda, em épocas passadas, ao final de uma grande jornada que se iniciou na Ásia e passou pela terra das pirâmides” (Young, 2006, p. 67).

Textos como esse nos deram uma noção de quanto se poderiam ter extendido as migrações após o dilúvio na Europa e no mundo a partir da Ásia. Mas será que teriam razão os antigos celtas da Irlanda?

Já nos séculos 15 e 16, pesquisadores percebiam as grandes migrações que ocorreram nos primeiros séculos da história conhecida/registrada, inclusive mencionando literalmente Cam:

“Observa-se que Cam e seus descendentes foram os únicos que viajaram e se espalharam por diversas regiões desconhecidas, pesquisando, explorando e se estabelecendo nelas” (Hogen, 1971, p. 262).

Porém, temos alguma prova de que essas migrações aconteceram? O autor Bill Cooper, em seu livro Depois do Dilúvio, menciona algo sobre a origem do povo chamado Mizraim que habitou a região do Egito:

“Mizraim: nome do povo que se localizou no Egito. Os modernos israelenses ainda usam esse nome para aquele país. O nome está preservado como Msrm nas inscrições ugaríticas; como Misri nos tabletes de Amarma, e nos registros assírios e babilônicos respectivamente como Musur e Musri. Os árabes modernos ainda o conhecem como Misr” (Cooper, 2008, p. 152).

Mas quem era esse povo Mizraim? O mesmo autor nos dá a reposta e apresenta uma tabela mostrando a genealogia de Cam. Assim, respondendo à pergunta: “Será que essa convicção dos antigos celtas da Irlanda estaria certa?” Há alguma outra fonte histórica que registre a rota de migração do Egito a Europa?

No Tratado único y singular del origen de los indios del Perú, Méjico, Santa Fe y Chile, do autor Andrés Diego Rocha, vemos a seguinte declaração:

“O rei Osiris, senhor do Egito, que alguns dizem ser este neto de Noé, e que viveu cerca de […] veio do Egito (para a Espanha) e matou a Gerion em uma batalha junto a Tarifa, e alguns dizem que Osiris seguiu governando a Espanha durante muito tempo. No tempo em que viveu Osiris parece que começaram a vir para esta América passando pela ilha da Atlântida” (Rocha, 1891, p. 141-142).

Em que ano teria vivido Osiris, e de que forma o ano em que ele viveu estaria relacionado com o período da época do gelo? Sobre esse personagem, Osiris, encontramos o seguinte comentário no livro A Torre de Babel e seus mistérios, de autoria de Guilherme Stein Jr:

“Osiris foi um dos mais importantes deuses do Egito antigo. A origem de Osiris é obscura, não sendo certo ter sido ele inicialmente um deus local de Abydos, no Alto Egito, ou de Busiris, no Baixo Egito, ou se foi a personificação da fertilidade, ou simplesmente um herói deificado. Em torno de 2.400 a.C., entretanto, Osiris desempenhava um duplo papel – era ele tanto um ‘deus da fertilidade’ quanto a personificação do ‘rei morto’” (Stein Jr, 2017, p. 63).

A data aproximada em que Osiris viveu (2.400 a.C.) coincide com o fim do período do gelo mencionado no início deste texto. Ademais, podem-se encontrar relatos acerca do percurso e da passagem pelo Egito que, assim como Osiris, outros povos teriam feito antes de alcançar seu destino final.

Aliás, evidências científicas atuais reforçam o argumento de que o povo do Egito fazia com facilidade a rota transatlântica antiga, mais de 2.000 anos após a criação (veremos sobre isso no próximo texto da série). Em 1992, uma pesquisa inicial alemã encontrou vestígios de cocaína em múmias egípcias, e a autora do estudo foi muito criticada. (Balabanova, Parsche e Pirsig, 1992) Em 2009, porém, outro estudo reforçou os achados prévios alemães (Musshoff, Rosendahl e Madea, 2009) Sendo que a coca é uma planta original da América do Sul, isso evidencia que os antigos egípcios já percorriam essa rota, via oceano Atlântico. (Mallette et al., 2016) Em 2016, por sua vez, estudo encontrou novos traços de cocaína em múmias e, desta vez, anunciando a possibilidade de migração humana via rota transatlântica antiga. (Görlitz, 2016)

Isso pode ajudar a entender as possíveis rotas de migração dos povos à América antes e depois da Era do Gelo, já que existem antigos relatos de uma movimentação em direção à América do Sul bem anteriores aos que são mencionados pelos historiadores modernos. A propósito, recentemente se descobriram evidências, não apenas de relatos, mas, sim, da arqueologia encontrada por imagens de satélites que identificaram antigos geoglifos (terraplenagem provavelmente usada para cerimônias), mostrando que a Amazônia pré-colombiana já foi uma grande metrópole que abrigou uma população muito maior do que se imaginava anteriormente, chegando-se a dezenas de milhões de pessoas. (de Souza et al., 2018; Clement, 2015) Inclusive, a distribuição dos sítios arqueológicos em potencial sugere que eles eram interconectados, vilarejos avançados e fortificados.

A seguir temos o relato de uma antiga imigração dos povos americanos feito pelo cronista Francisco Lòpez de Gòmara em 1555 (em espanhol antigo):

Tambien dizen algunos Indios ancianos, q se llamaua Uiaracocha, que quiere dezir gralla del mar, y quer trajo su gente por la mar. Zopalla en conclusión, afirman q poblo y allendo en el Cuzco, de dõde começarõ los Yngas a guerrear la comarca, y aun otras tierras muy lejos, y pusierõ allí la filla y corte de su império” (Gòmara, 1555, Fo. Lv).

Tradução:

“Também dizem alguns anciãos dos índios que ele se chamava Viracocha, que quer dizer gralha do mar, e que trouxe seu povo pelo mar. Zopalla conclui e afirma que o povo indo até o Cuzco, e de aí os incas guerrearam na comarca e ainda terras mui longínquas, e puseram nesse lugar a corte do seu império” (Gòmara, 1555, Fo. Lv).

O autor Andrés Diego Rocha no seu livro Origen de los Indios defende a ideia de que os antigos espanhois teriam migrado à América em tempos remotos e, assim, seu retorno em 1492 seria somente um retomar daquilo que lhes pertencera no passado. Para isso ele usa até argumentos linguísticos:

“Do que acabamos de dizer, encontram-se na língua dos índios muitas palavras semelhantes à antiga língua castelhana, tais como: Aca, alla, ama, anca, ancho, casa, cacha, cala…” (Rocha, 1891, p. 78, 79).

E a tal ilha, chamada pelos autores de Atlântida, ficava onde? É possível que essa ilha devesse ser uma ilha continental ou um grupo de ilhas no Atlântico sobre a dorsal messo-oceânica. Teriam elas sido cobertas durante ou após o derretimento dos gelos do norte?

Ela não é mais mencionada após o segundo milênio antes de Cristo. Isso é evidenciado num relato feito pelo cronista Andrés Diego Rocha, quando se refere a um acontecimento durante o primeiro século e os navegantes fenícios não mencionam mais a existência dessa(s) ilha(s):

“Na época dos cartagineses, um grande argonauta chamado Hannon, e Plinio, no livro 2 de sua Historia Natural, capítulo 67, menciona as largas viagens que fez este Hannon, desde Gibraltar até o último da Arábia, passando duas vezes a Equinocial, e também menciona Arriano, de origem grega, autor antigo, no livro 8 de seu comentário, indicando que o referido Hannon fez outra navegação quase semelhante a que em nossos tempos fez Colon, e de estas últimas navegações, escreve o P. Maluenda em seus livros de Anti-Cristo, livro 3, capítulo 16 e Gòmara na Historia de las Indias, na primeira parte” (Rocha, 1891, p. 21).

Ao chegar à América, continua o relato, eles comentam aspectos interessantes sobre o que viram:

“Chegaram a uma ilha muito ampla, abundante de pastagens, de grande frescura e bosques, e muito rica, irrigada por rios, delimitados por montanhas muito íngremes, tão largos e bordais que poderiam ser navegados” (Rocha, 1891, p. 22).

Notemos que o relato acima descreve “montanhas muito íngremes”, no plural, o que nos mostra que o relator não estivesse se referindo a uma ilha, mas provavelmente aos Andes navegados via rio Amazonas. E assim, provavelmente, aconteceu o povoamento das Américas, após o fim do período do gelo e da dispersão de Babel, não por povos primitivos, mas sim por pessoas inteligentes capazes de grandes construções arquitetônicas como os zigurates em formas de pirâmides.

Como é mencionado, essa ilha chegava até às ilhas Barlovento:

E tendo então transitado pela ilha Atlântida, que se continuava até as ilhas de Barlovento” (Rocha, 1891, p. 141, 142).

Essas ilhas estão localizadas na região do Caribe. Assim, temos fortes indícios de que uma das rotas naturais dos imigrantes teria sido em direção à América do Sul.




(texto escrito em coautoria com o pesquisador Irwin Susanibar Chavez, a quem o Everton agradece profundamente por compartilhar com ele suas pesquisas e conhecimento)

Texto originalmente publicado em 21/02/2018 no Blog Criacionismo.

Referências:

Alves, Everton Fernando. A “Era do Gelo”: uma perspectiva bíblico-científica. In:________. Revisitando as Origens. Maringá: Editorial NUMARSCB, 2018, p.68-78.

Balabanova S, Parsche F, Pirsig W. First identification of drugs in Egyptian mummies.Naturwissenschaften 1992; 79(5):358.

Clement CR, et al. The domestication of Amazonia before European conquest. Proc Biol Sci. 2015 Aug 7;282(1812):20150813.

Cooper B. Depois do dilúvio. 1. Ed. Brasília: SCB, 2008.

de Souza JG et al. Pre-Columbian earth-builders settled along the entire southern rim of the Amazon. Nat Commun. 2018 Mar 27;9(1):1125.

Görlitz D. The Occurrence of Cocaine in Egyptian Mummies – New research provides strong evidence for a trans-Atlantic dispersal by humans. Diffusion Fundamentals 2016; 26(2):1-11.

Gòmara, Francisco Lòpez de. La historia general de las Indias y nuevo mundo, con mas la conquista del Peru y de Mexico. Çaragoça, 1555; a abreviação “Fo. Lv” significa fólios, o livro era como pergaminhos, portanto não tinha folhas.

Hogen M. Early Anthropology in the Sixteenth and Seventeenth Centuries. Philadelphia: Univ. Pensylvania, 1971.

Mallette JR, et al. Geographically Sourcing Cocaine’s Origin – Delineation of the Nineteen Major Coca Growing Regions in South America. Sci Rep. 2016; 6: 23520.

Musshoff F, Rosendahl W, Madea B. Determination of nicotine in hair samples of pre-Columbian mummies. Forensic Sci Int. 2009 Mar 10;185(1-3):84-8.

Rocha, Diego Andrés. Tratado único y singular del origen de los indios del Perú, Méjico, Santa Fe y Chile. V. 1. Madrid: [Impr. de Juan Cayetano García], 1891. Fondo Antiguo

Stein Júnior, Guilherme. A Torre de Babel e seus mistérios. 2. Ed. Brasília: SCB, 2017.

Young, Simon. A.D. 500: a journey through the dark isles of Britain and Ireland. London: Phoenix, 2006.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Dr. Ariel Roth disponibiliza material riquíssimo em língua portuguesa


Conhecido defensor do criacionismo e ex-diretor do Geoscience Research Institute, o zoólogo Dr. Ariel Roth desenvolveu com base em seus livros Origens e A Ciência Descobre Deus (ambos da CPB) uma série de 17 temas disponíveis em PowerPoint prontos para download gratuito. Doutor em Biologia pela Universidade de Michigan, Roth discorre sobre assuntos como origem da vida, complexidade e design inteligente, catastrofismo e dilúvio, fósseis e datação, e vários outros aspectos da controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo. O material é riquíssimo em conteúdo e muito didático. Tive o privilégio de revisar os textos em português e recomendo fortemente aos interessados em aprender mais sobre criacionismo ou que queiram apresentar os temas em forma de aulas, curso ou série de palestras. [MB]

Clique aqui para conhecer esse rico trabalho de um grande cientista criacionista.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A Ciência é “fonte de informação”?

Para início de conversa, gostaria de fazer uma afirmação contundente: nosso fundamento precisa estar em Deus! Ele nos ajuda revelando informações preciosas de diversas maneiras.

Em primeiro lugar, a mais urgente e fundamental fonte de informações que precisamos aprender a usar corretamente é a Bíblia. E, em segundo lugar, temos a natureza. O livro da natureza tem sido extremamente negligenciado entre a maioria dos que se dizem cristão, apesar das inúmeras advertências bíblicas para que se estude o livro da natureza. Onde a Bíblia fala sobre isso? Você pode encontrar em Jó 38 em diante (intervenção de Deus depois de um debate teológico; Deus direciona a atenção deles à natureza); Romanos 1 (tudo o que se pode saber sobre Deus está escrito na natureza); Salmo 19; Provérbios 8:22 em diante.

E onde entra a Ciência nessa história? Ciência não é fonte de informação, é metodologia de estudo. Quanto mais científicas forem sua exegese e sua hermenêutica (exemplos de bons métodos da Ciência), tanto mais próximo você poderá chegar de entender corretamente a Bíblia. O mesmo se aplica à natureza. Não deveríamos precisar defender nem a confiabilidade da Bíblia e nem a confiabilidade da natureza por meio da ciência. Mas vivemos em um mundo de pecado e precisamos partir de onde as pessoas estão e tentar ajudá-las a chegar ao que falta. Não se trata de considerar o que é mais fundamental, mas de onde se deve partir para completar a mensagem. Não faz sentido algum tentar usar a Bíblia para justificar ideias quando conversamos com quem não acredita nela. Primeiro é preciso mostrar porque confiamos nela.

Ciência não responde perguntas. Ela fornece métodos para tirarmos o melhor proveito possível das informações disponíveis. Um bom exemplo é que ninguém pode afirmar com certeza o que seja o “haja luz”. (Gênesis 1:3) E realmente, até onde sei, não temos informações sobre a origem daquela luz. O que temos à nossa disposição não é a informação histórica detalhada de tudo o que aconteceu no Universo desde a criação (embora várias coisas sobre isso estejam acessíveis), mas temos acesso a estudar como as coisas funcionam na natureza e como essas coisas se relacionam com Deus. Há tanta informação revelada nesse âmbito que é difícil dar conta de assimilar o que está à mão. Muitos frutos pendurados em galhos baixos esperando para serem apanhados e comidos.

Ciência, por exemplo, permite estudar qualquer assunto, mas precisamos ter dados para isso. Como disse antes, Ciência não é fonte de informações. Você precisa de duas coisas para estudar: fonte de informação e método. O papel da Ciência é fornecer os melhores métodos, não os dados. Os dados você coleta de observações (natureza, Bíblia, ou qualquer outra fonte que você deseje conferir).

É claro que muitas coisas são completamente inacessíveis à “ciência humana”, mas plenamente acessíveis à verdadeira Ciência.

Naturalismo metodológico versus ciência verdadeira

Muitos cristãos não enxergam problemas no naturalismo metodológico. Acham que sem ele, ainda estaríamos acomodados com o Deus das lacunas. No entanto, comparando o que a Bíblia ensina sobre Deus e a criação com o que se observa no mundo natural, inclusive quanto à confiabilidade de métodos de raciocínio e pesquisa, os pioneiros ou “pais da ciência” – tais como Newton, Galileu, Roger Bacon, Da Vince, Huygems, Lagrange, Euler e outros – concluíram que, ao contrário da filosofia humana, a Matemática é transcendental, sobrenatural, e foi usada por Deus para criar tudo. Por esta razão, deveríamos aprender mais sobre ela no estudo da natureza e usar esses mesmos elementos matemáticos para estudar a natureza e aprender mais sobre Deus. Esses instrumentos matemáticos disponibilizados por Deus é que representariam a “verdadeira Ciência”. Em outras palavras, na visão dos pioneiros que realmente fizeram a maior diferença na revolução científica, a Ciência verdadeira tem um caráter intrinsecamente sobrenatural e não é compatível nem com o naturalismo filosófico e nem como o metodológico.

No naturalismo metodológico só usamos coisas ditas “naturais”, nunca transcendentais. O protocolo aristotélico, que a maioria das pessoas confunde com o método científico, funciona bem no contexto naturalista. Não há nada de errado em fazer pesquisas limitadas pelo naturalismo metodológico. Elas só não se encaixam no conceito de Ciência dos pioneiros. Se você começar a ligar os pontos do que encontramos quando nos aprofundamos nas leis físicas, notará (se não tiver um viés fortíssimo contrário) que as regras matemáticas que lhes dão sustentação transcendem este universo. A Matemática é intrinsecamente infinita e transcendente. Não pode ser contida pelo minúsculo cercado do naturalismo metodológico. Isso geraria inconsistências.

Conclusão: como a Ciência definida pelos pioneiros depende da Matemática e a Matemática transcende ao mundo natural, o naturalismo em qualquer das suas formas é incompatível com a Ciência.

por Eduardo Lütz

Eduardo Lütz reside no Rio Grande do Sul, é cristão protestante e tem atuado na área de Astrofísica, desenvolvendo métodos para lidar com Teoria Quântica de Campos em presença de campos gravitacionais intensos, desenvolvendo modelos matemáticos nessa e em muitas outras áreas. Efetuou Pesquisas em Física Hipernuclear (com híperons) na Universidade Friedrich-Alexander (Alemanha). Ele tem discutido com formadores de opinião, escrito e revisado artigos, participado em livros, fornecido entrevistas e feito muitas palestras sobre diversos temas de interesse nessa área por todo o Brasil. Também é engenheiro de software para a Hewlett-Packard (HP), desenvolvendo tecnologias em Informática há décadas. Principais qualificações: 1. Mestre em Astrofísica Nuclear pela UFRGS 2. Bacharel em Física pela UFRGS

quinta-feira, 15 de março de 2018

Espiritismo: A Obra Mestra do Engano

O espiritismo é a obra-mestra do engano. É a mais fascinante e bem-sucedida ilusão de Satanás, calculada para atrair a simpatia dos que tiveram de levar seus queridos à tumba. Anjos maus aparecem sob a forma dos que morreram, relatando incidentes ligados à vida deles e desempenhando atos que eles realizaram enquanto viviam. Desta forma [os anjos maus] levam as pessoas a acreditar que seus amigos mortos são anjos, os quais podem estar a seu lado e comunicar-se com eles. Esses anjos maus, que se apresentam como os queridos mortos, são tratados com uma certa idolatria, e sua palavra é considerada como de muito maior peso que a Palavra de Deus.


Muitos serão defrontados por espíritos de demônios personificando parentes ou amigos queridos, e declarando as mais perigosas heresias. Estes visitantes apelarão para os nossos mais ternos sentimentos de simpatia, efetuando prodígios para apoiarem suas pretensões. Devemos estar preparados para resistir a eles com a verdade bíblica de que os mortos nada sabem, e de que os que desta maneira aparecem são espíritos de demônios.

Mas ninguém deve enganar-se pelas mentirosas pretensões do espiritismo. Deus deu ao mundo luz suficiente para habilitá-lo a descobrir a cilada. Conforme já se mostrou, a teoria que constitui o fundamento mesmo do espiritismo está em contradição com as mais terminantes declarações das Escrituras. A Bíblia declara que os mortos não sabem coisa nenhuma, que seus pensamentos pereceram; que não têm parte em nada que se faz debaixo do Sol; nada sabem das alegrias ou tristezas dos que lhes eram os mais caros na Terra. (Eclesiastes 9:5-10)



É verdade que o espiritismo hoje está mudando a sua forma, e, ocultando alguns de seus mais reprováveis aspectos, reveste-se de aparência cristã.



Os que se opõem aos ensinos do espiritismo, enfrentam não somente aos homens, mas também a Satanás e a seus anjos. Entraram em luta contra os principados, potestades e espíritos maus dos ares. Satanás não cederá um centímetro de terreno sequer, a menos que seja rechaçado pelo poder dos mensageiros celestiais.



Fontes: 1 e 2
Os escritos de Ellen White são mais atuais do que nunca. No século 19 ela disse que o espiritismo se revestia de aparência cristã. É exatamente o que faz no cartaz de comemoração de 150 anos do espiritismo. Ele usa símbolos cristãos – a colheita de cereais – que Jesus utilizou como ilustração para tratar da salvação do santos e da destruição dos maus (parte da colheita será queimada – Mateus 13:36-43). PORÉM, o espiritismo nega a destruição universal que a Segunda Vinda de Jesus irá causar sobre o mundo. Dessa maneira jamais deveria utilizar uma ilustração que Jesus utilizou, como se a mensagem fosse a mesma que a de Cristo.
Fonte: Adventismo em Foco

quarta-feira, 14 de março de 2018

Timidez está relacionada com o que a Bíblia diz em Apocalipse 21:8?

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O texto de Apocalipse 21:8 diz: ‘Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte’.

Em algumas versões Bíblicas aparece outra expressão: ‘tímidos’ ao invés de ‘covardes’.

No original grego a palavra é DEILÓS e significa ‘covarde’, ‘medroso’. A palavra se usa sempre com o sentido de covardia ou timidez sem razão. Podemos comparar o uso de DEILÓS em Mateus 8:26 e Marcos 4:40, com o verbo próximo de João 14:27, e o substantivo próximo em João 14:27 e II Timóteo 1:7, respectivamente. Em todos estes casos o significado básico é covardia.

Muitos não triunfam na luta espiritual devido a sua covardia e debilidade moral; se dão por vencidos no tempo de prova.

A mensagem do texto é que todo aquele que tem medo de seguir a Deus, não poderá ser salvo, pois não terá forças para perseverar em seguir a Cristo. Seguir a Cristo requer perseverança.

Se você sofre de outro tipo de timidez que não seja este (medo de pertencer e seguir a Cristo),eis algumas dicas: uma boa maneira de vencermos a timidez é ‘ajudarmos as pessoas necessitadas’. Ao fazermos isto, começa a crescer dentro de nós um senso de valor, de auto-estima.

Quanto mais conversarmos, mais desinibidos ficaremos. Distribua folhetos, dê estudos Bíblicos com alguém, visite, participe de atividades da Igreja (talvez você poderá ajudar no Departamento Infantil de sua Igreja. Com certeza se sentirá bem entre os pequeninos); ore muito a Deus e tenha certeza que Ele estará ao seu lado, ajudando você a vencer a timidez. 

domingo, 11 de março de 2018

A Humanidade de Cristo

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Excertos dos Escritos de Ellen G. White
Compilado por Robert W. Olson

Tradução de Sônia Maria M. Gazeta

Título do original em Inglês. “The Humanity of Christ”
CENTRO DE PESQUISAS ELLEN G. WHITE
Instituto Adventista de Ensino – Engenheiro Coelho SP – 1996

 Introdução
 Muitos séculos após Jesus ter vindo ao mundo, Seus seguidores têm-se empenhado em discussões longas e acrimoniosas juntamente sobre que era o Senhor. Era Ele Deus – o Ser que criou o universo? Era Ele homem, um membro da família humana de carne e sangue? Era ambos? Alguns cristãos, chamados Docetistas, julgavam que mesmo a sugestão de que o Deus invisível pudesse tornar-se um ser físico era ultrajante. Eles diziam que não havia possibilidade de Cristo tornar-Se humano; Ele apenas parecia humano.

Todavia Cristo era humano, tanto quanto divino, e precisamos vê-lo como um de nós. Precisamos deixar que Seus pés toquem o solo. O Propósito deste livro é apresentar um quadro preciso de nosso Senhor em Sua humanidade. Uma vez que Ellen White conheceu tão bem Jesus e com Ele conversou em visão (veja, por exemplo, Primeiros Escritos, p. 77) nós a citamos a citamos muitas vezes, mas longe de esgotarmos seus escritos, assim como utilizamos as Sagradas Escrituras.

domingo, 4 de março de 2018

Os dinossauros se transformaram em aves?


Introdução
De acordo com muitos evolucionistas de hoje, os dinossauros realmente não estão extintos, mas sim estão se alimentando de nossos alimentadores de pássaros. Para muitos evolucionistas, parece que os pássaros simplesmente são dinossauros. Com este tipo de viés, é bastante fácil para os evolucionistas encontrar evidências supostas para apoiar a noção de que os pássaros evoluíram dos dinossauros.

Mas o que a Bíblia nos fala sobre a origem dos pássaros, e quão boa é a evidência científica de que alguns dinossauros evoluíram para os pássaros?

O que a Bíblia diz sobre a origem das aves?

quinta-feira, 1 de março de 2018

Lançamento Oficial - origem em Revista

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A edição inaugural da _Origem em Revista_ foi reservada para contar de maneira simples e objetiva a A História do criacionismo moderno em nível mundial e, principalmente, no Brasil. Nesta edição, você encontrará artigos surpreendentes acerca do humilde começo do criacionismo moderno nos Estados Unidos no século 19, do surgimento das principais organizações criacionistas do mundo, e muito mais.

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MSc. Everton Fernando Alves
Editor

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Iluminados Pelo Espírito

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Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do Seu chamamento, qual a riqueza da glória da Sua herança nos santos. Efés. 1:18.

O apóstolo Paulo suplicou a Deus: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do Seu chamamento, qual a riqueza da glória da Sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do Seu poder.” Efés. 1:17-19. A mente, porém, primeiro tem de tornar-se adaptável à natureza da verdade a ser investigada. Os olhos do entendimento precisam ser iluminados, e o coração e a mente postos em harmonia com Deus, que é a verdade.


Aquele que contempla a Jesus com o olhar da fé não vê nenhuma glória em si mesmo; pois a glória do Redentor é refletida na mente e no coração. É compreendida a expiação pelo Seu sangue, e a remoção do pecado enche-lhe o coração de gratidão. Sendo justificado por Cristo, o recebedor da verdade é impelido a fazer uma entrega completa a Deus, e é admitido na escola de Cristo, para que possa aprender dAquele que é manso e humilde de coração. O conhecimento do amor de Deus é derramado em seu coração. Ele exclama: “Oh! que amor! Que condescendência!” Apegando-se às ricas promessas da fé, ele torna-se participante da natureza divina. Sendo o seu coração esvaziado do próprio eu, as águas da vida fluem para dentro dele, e a glória do Senhor resplandece. Olhando constantemente para Jesus, o humano é assimilado pelo divino. O crente é transformado à Sua semelhança.


O caráter humano é mudado para o que é divino. É o olhar celestial que discerne esta glória. Ela é velada, envolta em mistério, até que o Espírito Santo comunica este discernimento à alma. Review and Herald, 18 de fevereiro de 1896.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O Design Inteligente e seus críticos


As consecuções novas e ousadas, que resultaram de projetos inteligentemente concebidos, talvez constituam a mais notável característica de nossa época. Moléculas e matéria entrelaçam-se em projetos mais elaborados e originais já concebidos. Linhas de produção robotizadas são projetadas para a produção em série de veículos, de maneira eficiente e rápida. As viagens espaciais iniciaram-se com o projeto de impressionantes astronaves lançadas ao espaço para a exploração do Sistema Solar. Medicamentos, anestésicos e sofisticados instrumentos de diagnose, planejados com inteligência, alteraram profundamente a medicina. Mas talvez o mais impressionante de todos os projetos concebidos tenha sido o sofisticado chip de silício que impulsionou a rede de informação global.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

“A Bíblia não diz que o dízimo deve ser em dinheiro”

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 No dia 25/03/2009, no programa Na Mira da Verdade, houve uma pergunta sobre o dízimo e eu gostaria de fazer algumas considerações sobre o assunto. Eu esquadrinhei a Bíblia e não consegui encontrar qualquer referencia sobre dízimo mensal, em dinheiro. Pelo contrário: em Deuteronômio 14: 22 a 29 fica bem claro que o dízimo nunca poderia ser em dinheiro. Por que Jesus Cristo não deu o dízimo? Por que não aconselhou que se desse o dízimo? Por que a viúva pobre deu uma oferta de tudo o que tinha e não o dízimo? Por que Paulo pedia oferta e não dízimo? Onde está escrito na Bíblia que o dízimo é para evangelizar? A Bíblia, a meu ver, não deixa dúvidas: o dízimo era ofertado simbolicamente a Deus e na prática era entregue aos levitas, para seu sustento. Em algum momento Deus mudou esta ordenança? Deus, por acaso, disse: “Quando não houver mais levitas o dízimo deverá ser dado à igreja mensalmente e em dinheiro”? A passagem bíblica favorita das igrejas em geral é a que está no livro de Malaquias, só que lá não se fala em dinheiro e sim em dízimo. Quando Jesus Cristo criticou os fariseus porque davam o dízimo e não faziam nada pelo próximo, Ele disse que os fariseus davam dízimo do quê? São estas as minhas considerações. Para mim, a Bíblia é simples, clara e verdadeira. J. V., por e-mail.
Farei algumas observações sobre o seu e-mail com o objetivo de lhe ajudar a se aprofundar ainda mais no conhecimento da Palavra de Deus:

1) Deuteronômio 14:22-29 (entre outros textos) não está discutindo se o dízimo deveria ou não ser dado em dinheiro, mas que deveria ser devolvido. O dinheiro não é mencionado no texto porque há mais de 3000 anos atrás não havia o dinheiro como o conhecemos hoje. A “moeda” deles eram os produtos agrícolas! É importante analisar esse contexto histórico do verso para não corrermos o risco de interpretarmos o texto de maneira equivocada.
2) Jesus aconselhou sim a dar-se o dízimo em Mateus 23:23:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas [não negligenciar a justiça, a misericórdia e a fé], sem omitir aquelas [o dízimo!]!”
E, se Ele aprovou a prática de dizimar; e se disse em João 13:15 que devemos seguir o exemplo dEle, não resta dúvidas de que dizimou. Caso Jesus não tivesse dizimado, seria um pecador, pois, na Bíblia, negar o que é de Deus é roubo (Malaquias 3:8,9). E, se fosse um ladrão, Cristo não poderia ser nosso perfeito Salvador (até mesmo porque ladrões não irão para o Céu – 1 Coríntios 6:9, 10; Apocalipse 22:15).
3) Cristo também demonstrou não ser contra o uso do dinheiro no ato de dizimar no seguinte texto: “Eles chegaram e disseram: —Mestre, sabemos que o senhor é honesto e não se importa com a opinião dos outros. O senhor não julga pela aparência, mas ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige. Diga: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano? Devemos pagar ou não? Mas Jesus percebeu a malícia deles e respondeu: —Por que é que vocês estão procurando uma prova contra mim? Tragam uma moeda para eu ver. Eles trouxeram, e ele perguntou: —De quem são o nome e a cara que estão gravados nesta moeda? Eles responderam: —São do Imperador. Então Jesus disse: —Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus. E eles ficaram admirados com Jesus.” Marcos 12:14-17 (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje),
4) O texto de Lucas 21:1-4 não faz referência ao dízimos, mas, às ofertas. E o objetivo é ensinar que o mais importante não é a quantidade das ofertas, mas o que é dado de coração. Todavia, as ofertas não excluem o sistema de dízimos que fazem parte da adoração a Deus. Veja que em Malaquias 3:8, 9, a pessoa é chamada por Deus de “ladrão” não apenas quando deixar de dar ofertas, mas também de dizimar! Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos E nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.”
Não é dito no texto que mencionou que a viúva não era dizimista. Mesmo porque isso era prática comum entre os judeus (um judeu não dizimar era um absurdo. Por isso, Paulo faz mais menções às ofertas, pois, o ato de devolver o dízimo não era o tipo de problema que ele enfrentava com as igrejas), assim como a guarda do Sábado.
5) Realmente, os dízimos foram dados para o sustento dos levitas (Números 18:24). Mas, no Novo Testamento, Paulo mesmo disse (fazendo menção aos que cuidam do templo – os levitas) que os que pregam o evangelho devem viver do evangelho (independente do tipo de moeda que circule):
“Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” 1 Coríntios 9:13-14.
É bastante claro que aqui Paulo trata do sistema de dízimos, pois, menciona o trabalho dos levitas (que você mesmo reconhece ser mantido pelos dízimos) para ilustrar e ensinar que os que pregavam o evangelho nos dias dele também deveriam ser mantidos pelo dízimo! E, nos dias de Paulo, além de produtos agrícolas, já havia dinheiro em circulação (e nem todos viviam mais da agricultura apenas). E hoje, como uma pessoa que prega o evangelho irá viver somente com produtos agrícolas na nossa sociedade capitalista? A moeda é outra, e, portanto, devemos dizimar com o tipo de dinheiro que temos disponível.
Creio que sua dificuldade maior em aceitar os dízimos possa ocorrer por causa dos conceitos errados ensinados pela Teologia da Prosperidade. E você não tem culpa disso.
Por isso, ore a Deus e Ele iluminará sua mente para que entenda a beleza envolvida no ato de dizimar. Não dizimamos para “barganhar” com Deus, mas, em gratidão por tudo o que Ele nos deu (Deuteronômio 8:17, 18) e em reconhecimento de que Ele é o dono de tudo – inclusive do nosso dinheiro (Salmo 24:1; Ageu 2:8). Isso é adoração e ser um administrador dos bens que o Senhor nos deu (Lucas 12:42).
Sou dizimista (não com produtos agrícolas, pois, não trabalho com eles) e muito abençoado por Deus. Essa experiência particular que cada dizimista tem é a maior prova (e um argumento irrefutável) de que o sistema de dízimos (praticado com sinceridade de coração e da maneira correta) é apoiado por Deus.
Se quiser continuar na análise do assunto estarei a sua disposição.
Um abraço,
Leandro Soares de Quadros
Jornalista – consultor bíblico

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

As Leis Sanitárias de Moisés

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1.“Foi outrora proporcionado aos Hebreus um conhecimento incomum em matéria de medicina, por meio de seu profeta Moisés. Rudolph Virchow, conhecido como ‘pai da patologia moderna’, disse: ‘Moisés foi o maior higienista que o mundo já viu’. Dependendo de conhecimento revelado e destituído de equipamento científico, Moisés ensinou, em seus pontos essenciais, quase todos os princípios de higiene praticados hoje. Entre eles encontramos a prevenção de doenças, desinfecção pelo fogo e pela água, controle epidêmico mediante denúncia e isolamento dos portadores de doenças contagiosas, seguida de completa desinfecção de todos os objetos possivelmente contaminados. O asseio pessoal era imposto, e obrigatório o sistema de esgoto, de maneira que o arraial dos judeus era asseado como o são as cidades modernas. Conquanto se provesse exercício físico, impunham-se freqüentes períodos de descanso e relax para evitar o excesso de trabalho”. – Dr. Owen S. Parrett, Diseases of Food Animals, p. 7 (Southern Publishing Assn., Nashville, Tenn., 1939).

“Os hebreus eram antigamente o povo mais asseado, e mesmo hoje seus padrões antigos não dão muita margem para aperfeiçoamento. O israelita tomava pelo menos um banho por semana, pois era-lhe ordenado fazer uma limpeza geral na véspera do Sábado. Se um doente cuspisse numa pessoa, esta tinha de banhar-se. (Lev. 15:8). Era obrigatório o banho para a pessoa que tocasse num cadáver, quer animal, quer humano”. – Charles D. Willis, “Moses and Medicine”, em Signs of the Times, 17 de abril, 1951, p. 6.
“Moisés ordenou que todas as pessoas portadoras de doenças contagiosas fossem isoladas. Por certo que a ciência não pode aperfeiçoar esta praxe. Não só ao paciente era imposta a quarentena, mas a todos os que com ele tinham tido contato” – Ibidem.

2. O estudo meticuloso dos escritos de Moisés revela conceitos médicos e princípios sanitários muito avançados em relação aos que prevaleciam em seus dias. Quanto à função do sistema circulatório: “A vida da carne”, escreveu ele, “está no sangue”. Lev. 17:11.

O médico britânico Dr. Wm. Harvey (1578-1657), conseguiu pela primeira vez rastrear o sistema circulatório no organismo humano: O sangue é o veículo da vida. Essa descoberta é considerada um marco notável na ciência médica, entretanto o mesmo princípio já se achava incorporado no texto acima dos escritos de Moisés, há mais de 3.000 anos.

Moisés e o isolamento

3. O eminente cientista francês Louis Pasteur (1822-1895), o “pai da bacteriologia”, foi o primeiro a descobrir alguns segredos da vida microbiana. Essa descoberta revolucionou a moderna terapêutica médica; e baseados neste importante aperfeiçoamento, os princípios do isolamento foram adotados e aplicados, sendo que Moisés já havia dedicado dois capítulos inteiros, Lev. 13 e 14, orientando sobre os princípios que deveriam ser tomados em caso de enfermidades (como a lepra - que era o flagelo do Oriente).

A Cirurgia Moderna e os Escritos de Moisés
4. A cirurgia moderna “nasceu” em 1842, quando o Dr. Crawford W. Long pela primeira vez aplicou a anestesia, por ele inventada.

5. Entretanto, mesmo a cirurgia moderna e seu uso da anestesia encontram um ilustre precedente nos escritos de Moisés. Em Gên. 2:21, 22, encontramos:

“Então o Senhor D’us fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas, e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor D’us tomara ao homem, transformou-a numa mulher, e lha trouxe”.

6. D’us efetuou essa operação, aplicando a “anestesia” – “o Senhor fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu” – no paciente, Adão. Convém lembrar que isso que pode ser chamado cirurgia se efetuou cerca de 6.000 anos antes que a ciência médica sequer sonhasse com as potencialidades da cirurgia.

Alimentos Limpos e Alimentos Imundos

7. As leis dietéticas de Moisés estão registradas em Lev. 11 e Deut. 14. faria bem a humanidade se descartasse todos os alimentos aí proibidos.

8. “Quanto aos crustáceos, o tifo atribuível à ingestão de ostras infectadas é tão comum que dispensa comentário, e do uso de lagostas, caranguejos e outros alimentos proibidos resultam não infreqüentemente casos graves e às vezes fatais de indigestão aguda, provando a base higiênica e a justeza das instruções dadas por Moisés”.Dr. O. S. Parrett, Diseases of Food Animals, p. 8

Quanto aos peixes que não tenham escamas nem barbatanas, “o Dr. Davi Macht, notável autoridade em matéria de tóxicos de drogas e animais, espremeu os tumores orgânicos de 70 espécies de peixes e os injetou em ratos, usando-os também em plantas novas. Extratos dos tecidos de peixes tóxicos mataram alguns dos ratos e retardaram o crescimento das plantas. Constatou-se que os extratos de peixes comestíveis não tinham efeitos nocivos, nem em ratos nem em plantas. Analisados os resultados desse estudo, descobriu-se que todos os extratos tóxicos provinham de peixes sem escamas, e em alguns casos também sem barbatanas. Concluiu o Dr. Macht: ‘Parece existir alguma base científica para a antiga classificação de peixes comestíveis e não comestíveis, isto é, os que têm escamas e os que não as tem’ – C. D. Willis, “Moses and Medicine”, em Signs of the Times, 17-04-1951, pp. 5, 6.

9. Quando Moisés tirou os filhos de Israel do Egito, para o deserto, deparou-se-lhe o problema de salvaguardar-lhes a saúde. Fê-lo, primeiro de tudo, proibindo o comer vários animais impuros, como o porco, o coelho e os mariscos. Só em 1847 foi que José Leidy descobriu no porco o germe parasita Trichinella spiralis.

10. A carne de porco infectada pela triquina, não cozida suficientemente, muitas vezes produz a triquinose, cujos horrores deviam ser conhecidos de todos. Não menos de uma pessoa dentre cinco, nos Estados Unidos, sofre de alguma forma de triquinose. De quando em quando se lê ou ouve de inteiras famílias que foram extintas por essa temível enfermidade.

11. “Muito rigorosa inspeção dos alimentos era efetuada pelos sacerdotes, que serviam como funcionários sanitaristas. Ainda hoje recorremos a Moisés como autoridade em matéria de alimentos cárneos chamados limpos e imundos. ... nos Estados Unidos a ocorrência da triquinose entre adultos se calcula em 25%, segundo pesquisa de dois médicos de S. Francisco (McNaught e Anderson), publicada no Journal of the American Medical Association. Exames post-mortem feitos por esses médicos em pedaços de músculos do diafragma de 100 corpos, mostraram que 23 tinham triquinas, e em outros 100 puderam demonstrar 25 casos positivos. Durante a vida, nenhuma dessas pessoas tinha suspeitado a triquinose, e no entanto de todas elas, independente da extensão de tempo decorrido desde a infecção, se observaram sob microscópio larvas vivas, enrolando-se e desenrolando-se. De cada cinco lingüiças de porco, dos melhores mercados, uma continha triquinas vivas.” – Dr. O. S. Parett, Diseases of Food Animals, pp. 7, 8.

12. “... Uma jovem de 18 anos ficou tão mal que foi levada ao hospital, onde, devido à grave infestação do diafragma, sua dispnéia se agravou tanto que ela teve que receber inalações de oxigênio três vezes, a fim de conservar a vida. Um pedacinho de músculo tirado de seu deltóide, ou músculo do ombro, acusou infestação de triquinas. Suspeitava-se a princípio que a família tivesse gripe ou reumatismo muscular. Esse erro é provavelmente cometido muitas vezes em casos leves de triquinose, que provavelmente afeta uma pessoa dentre quatro, no campo.” – Ibidem, pp. 8,9

13. “Comida a carne de porco infestada, os germes são pela digestão gástrica, liberados no estômago do hospedeiro, onde se unem machos e fêmeas, seguindo-se a produção de grande número de larvas. Através da corrente do sangue ou dos vasos linfáticos essas larvas rapidamente migram para os tecidos, encontrando alojamento especialmente no músculo do diafragma. Na maioria dos casos são precisos mais de mil larvas para produzir sintomas.” Idem, pp. 9, 10.

14. “No esforço de afastar os porcos infestados de triquinas, ou os piores dentre eles, fez-se por algum tempo uma tentativa de examinar microscopicamente os tecidos de cada porco. Esse esforço teve de ser abandonado como impraticável e por demais oneroso, e assim o departamento da Agricultura, em um boletim sobre triquinose, diz que ‘nenhum sistema viável já se descobriu, para proteger do perigo da triquinose os que ingerem carne de porco crua ou cozida insuficientemente’. No mesmo boletim mostra-se que na Alemanha, onde é efetuado sistematicamente o exame microscópico da carne de porco, em dezessete anos ocorreram 6.329 casos de triquinose, 32% dos quais foram de carne inspecionada, que fora liberada como isenta de infestação de triquinas.” Idem, pp. 10, 11.

15. Nos tempos antigos, os que ousavam passar por alto a proibição divina, de comer carne de porco, eram por Deus designados como:

*“Povo que de contínuo Me irrita abertamente, ... come carne de porco, e tem no seu prato ensopado de carne abominável.” Isa. 65:3, 4.

16. Os que têm a carne de porco como fina iguaria, alegam que sob as leis sanitárias modernas, a carne de poço é diferente do que era nos dias de Moisés. Essa alegação é raciocínio fantasioso, pura ficção. As leis sanitárias não podem mudar a natureza do porco, que é pelo D’us de Israel declarado imundo.
Proibido o Sangue como Alimento 17.“Qualquer homem... que comer algum sangue, contra ele Me voltarei e o eliminarei do seu povo. Porque a vida da carne está no sangue. Eu vô-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida”. Lev. 17:10, 11.

O sangue constantemente transporta impurezas que se acumulam no tecido muscular dos animais, e visto como as enfermidades no reino animal estão aumentando em proporção relativamente alarmante, o sangue acha-se carregado de germes de muitas espécies.

Proibida a Ingestão de Gordura Animal

18. Veja Lev. 7:23, 24.

Muito se tem dito e escrito ultimamente sobre o colesterol, elemento do corpo que pode aumentar grandemente pela ingestão de gordura animal. O resultado desse estado é muitas vezes o endurecimento das artérias. Este mal se relaciona com enfermidades como angina péctoris e é causa de doença cardíaca da coronária, muitas vezes seguida de morte súbita, e causa freqüente de perturbações dos rins e apoplexia.

19. Em seu Commentary on The Authorized Daily Prayer Book (edição revista), o antigo Rabino-Chefe do Império Britânico, Dr. José H. Hertz, diz: “Um antigo motejo, revivido modernamente e usado como argumento final contra as leis dietéticas é ‘Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim contamina o homem’. ... sustem ele que um veneno que entre pela boca, por certo que contamina, e classifica a intoxicação de grupos como uma especialmente detestável espécie de homicídio. Semelhantemente a ciência condena as frutas imaturas, o leite adulterado, alimentos deteriorados – coisas que entram pela boca. Mesmo muitas igrejas cristãs têm, por mais de 100 anos, travado acérrima luta contra o inimigo que os homens levam aos lábios para entorpecer o cérebro, isto é, o álcool. E quanto às palavras ‘o que sai da boca contamina o homem’, basta recordar o fato de que da boca vêm palavras que erguem o homem acima dos irracionais, a oração que une o homem ao seu Criador, palavras de animação e fé dirigidas aos tomados de tristeza.

“... Demais, como é no sangue que circulam os germes ou esporos de doenças contagiosas, a carne deve ser limpa de sangue. Isto é, efetivamente, praticado pela Shechitah, amaneira judaica de abater animais para consumo. Esse método de drenagem do sangue, apenas produz no animal instantânea insensibilidade. E essa drenagem do sangue é completada pelo ‘kasherut’, o tratamento tradicional do animal abatido segundo o sistema "kosher", quando preparado para alimento. As estatísticas têm demonstrado que os judeus, como classe, são imunes a certas doenças, ou menos suscetíveis; e autoridades competentes não têm hesitado em atribuir essas características sadias à influência das leis dietéticas”.– P. 961 (Bloch publishing Co., Nova Iorque, 1948)

20. A pessoa descobre logo se sua própria inclinação, apetite e desejos, são o princípio dominante de sua vida. Somos levados face a face com o preceito: “Não terás outros deuses diante de Mim”. Êxo. 20:3.

21. Em Lev. 11:1-23, mostra-nos o que é lícito comer, e o que não devemos comer. Note as palavras que “Falou o Senhor a Moisés e a Arão...”.

22. O Senhor prometeu a Israel que, se fossem obedientes a todas as Suas leis e estatutos, Ele não deixaria que nenhuma das doenças dos egípcios os afligisse.

23. Leia em Êxo. 15:26 a afirmação acima.

24. A saúde pública era questão muito preeminente no acampamento de Israel. Por certo que contribuía para que, com a bênção de D’us, não houvesse: “entre as suas tribos... um só inválido”.Salmo 105:37 (H).

25. Nosso Pai celestial deseja que Seus filhos gozem abundante saúde. Isto nós melhor conseguimos se obedecermos às instruções que nos são dadas nas Santas Escrituras, as quais contêm a sabedoria e o conselho d'Aquele que declara: “Eu sou o Senhor que te sara”.Êxo. 15:26.

Que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó ajude cada um de nós a ver a plena formosura das leis sanitárias, tão graciosamente providas à humanidade! Sejamos inabaláveis, mental, moral e fisicamente ao aderirmos às provisões do Céu! Deste modo seremos abençoados fisicamente, e também receberemos de D’us as bênçãos espirituais.

Fonte: INSTITUTO DA HERANÇA JUDAICA
Caixa Postal: 60836 - AG. C. Limpo
CEP 05788-360 / São Paulo – SP
http://montesinai0.tripod.com/AsLeisSanitarias.htm

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Por que no mundo há pestilências, sendo que a Bíblia diz que Emanuel “levou sobre si as nossas enfermidades, e que pelas suas pisaduras fomos sarados…”?

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Primeiramente, vamos ler Isaías 53:4 e 5: “Certamente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.  Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
Este verso deve ser entendido à luz da própria Bíblia. Podemos usar vários textos sobre o mesmo assunto, mas vamos estudar o que está mais paralelo: Mateus 8:16-17. “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes;  para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças”.
Podemos ver que o verso de Isaías não é em si uma garantia de Deus de que no mundo não mais existiriam as doenças pelo fato de Jesus ter vindo; a expressão “tomou sobre si as nossas enfermidades” refere-se ao ato de Jesus curar as pessoas após Sua primeira vinda. Este verso é uma profecia acera do que o Messias prometido iria fazer a Israel (curar suas doenças). Por Jesus ter curado muitas pessoas no passado (e continua curando), ele “tomou sobre si nossas enfermidades”.
Aplicando o texto à nossa vida, podemos dizer que Jesus tomou sobre si nossas enfermidades no sentido de que Ele nos cura de nossas doenças (toda vez que somos curados de uma doença é Jesus quem o faz). A doença existe como conseqüência do pecado. Às vezes se dá porque cultivamos na vida maus hábitos. Podemos estar certos de que Jesus não tem culpa disto; Ele morreu por nós a fim de um dia nos dar a oportunidade de termos a vida eterna.
Vale a pena confiar em Jesus Cristo; Ele prometeu que um dia nos levará com Ele para o céu, onde não haverá mais morte ou doença. (João 14:1-3; Apocalipse 21:4).

domingo, 18 de fevereiro de 2018

A Bíblia de Melquisedeque

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Tempo, Fé e Fósseis de Baleias

Raúl Esperante

(Ph.D. pela Loma Linda University) é paleontólogo do Geoscience Research Institute, em Loma Linda, Califórnia, EUA. E-mail: resperante@univ.llu.edu

O tempo tem sido um assunto importante na maioria das controvérsias relacionadas à fé e à ciência, desde que, no princípio do século XIX, foram propostos os primeiros modelos não-bíblicos para a origem da Terra. Geólogos e naturalistas como Hutton, Lyell e outros, divisavam longos períodos de tempo em muitas características do registro geológico, incluindo o resfriamento das rochas ígneas, a deposição das camadas sedimentares e a sucessão da flora e da fauna em tempos passados. Darwin e Wallace foram aparentemente bem-sucedidos em conectar as linhagens evolutivas de organismos a longos períodos de tempo, durante os quais a morte do mais fraco e a sobrevivência do mais apto abriram caminho para organismos mais complexos, intrincados e adaptados. Se as alterações (tanto no âmbito biológico como no geológico) ocorreram segundo a velocidade que presenciamos hoje, então a Terra e a vida devem ser muito antigas para que as mudanças acumuladas produzissem novas formas. Esse círculo vicioso é reiterado na breve sentença : “O presente é a chave para o passado”. As longas eras foram apoiadas posteriormente pelo desenvolvimento de técnicas radiométricas, em meados do século XX, que permitiram o cálculo de taxas de desintegração dos elementos instáveis presentes nas rochas ígneas.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Um sábado em Marte

Embora pareça ficção, a possibilidade de ter pessoas vivendo em outro planeta parece ser uma questão de tempo

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Imagem do foguete da SpaceX

Mais um passo foi dado em direção ao sonho que muitos têm de poder viver em outro planeta. Na tarde de hoje, a SpaceX lançou, pela primeira vez, seu maior foguete, o Falcon Heavy, do Kenedy Space Center, localizado na Florida (EUA). Desde 2002, quando fundaram a SpaceX, Elion Musk e sua equipe sonham com a possibilidade de desenvolver uma tecnologia que seja potente, eficiente e barata o suficiente para tornar o ser humano uma “espécie interplanetária”.

Conforme Musk tem divulgado nos últimos anos, seu sonho é de poder colocar o ser humano em Marte até 2024. Para isso, ele precisa desenvolver foguetes que sejam reutilizáveis – objetivo que já foi alcançado em março de 2017. Musk também precisa desenvolver foguetes que sejam capazes de transportar cargas mais pesadas, permitindo viagens mais distantes a planetas como Marte. Por isso, o lançamento do Falcon Heavy é uma etapa fundamental para realizar o sonho do CEO da SpaceX. Esse foguete, além de contar com três núcleos reutilizáveis, é capaz de transportar cargas de até 64 toneladas – o dobro que o ônibus espacial usado pela NASA era capaz de carregar. Com o sucesso desse lançamento, o sonho que parecia distante está se tornando cada vez mais palpável. 

Colonizar o planeta vermelho

Embora para a maioria das pessoas esses fatos sejam totalmente irrelevantes, há um segmento da população que realmente planeja fazer parte da primeira colônia humana em Marte. Já existem até comunidades e encontros internacionais com o objetivo de divulgar as novidades do ramo, instruir pessoas interessadas e fomentar o sonho.

Mesmo assim, ainda há aqueles que duvidam da possibilidade de o ser humano um dia habitar no segundo menor planeta do nosso sistema solar. Se muitos duvidaram da possibilidade de pisarmos na Lua, quanto mais em Marte! Lembro-me de ter ouvido, certa vez, a história de um pregador que, na década de 1960, rejeitava a ideia de o homem ir à Lua. Para ele, o pecado deveria ser circunscrito à Terra, e por isso, o ser humano não seria capaz de pousar no satélite natural do nosso planeta. Se isso acontecesse, ele prometeu que lançaria sua Bíblia no rio e abandonaria sua religião. Bem, não sei se ele chegou a jogá-la no rio, mas Neil Amstrong pisou na Lua!

Estou relatando essa história porque, para muitos adventistas, ir e viver em outro mundo soa quase como ficção. No entanto, estamos vivendo num tempo em que o interesse pelo espaço está cada vez maior, e a possibilidade de ter pessoas (e quem sabe até adventistas) em Marte não é algo tão absurdo assim. É apenas uma questão de tempo.

Uma curiosidade

Ter seres humanos vivendo em Marte gera uma série de perguntas: Como seria o dia-a-dia, as atividades ou os relacionamentos dessas pessoas? Haveria casamentos? E se um bebê nascesse, ele receberia qual nacionalidade?

Para mim, como adventista, a pergunta mais intrigante seria: e se um adventista (ou judeu) morasse em Marte, como ele guardaria o sábado? Essa pergunta pode parecer trivial para alguns adventistas, até porque não paramos para pensar na possibilidade de colonizar Marte, muito menos em evangelizar as pessoas que poderão viver nesse planeta. Nossa verdadeira ambição está em “colonizar” o céu e participar da adoração que já existe lá.

Das duas possibilidades, que venha o Céu primeiro! No entanto, se Cristo não vier antes que a vida seja possível no planeta vermelho, como resolver a questão do sábado em Marte? Essa é uma pergunta interessante, e confesso que não tenho uma resposta pronta. A dificuldade em responder essa pergunta está no fato de que um dia em Marte não tem a mesma duração que na Terra. Enquanto nossos dias são de 24 horas, um sol (nome dado ao “dia” marciano) é de 24 horas e 39 minutos. Isso significa que, se um adventista (ou judeu) mantivesse o siclo semanal baseado em sete sois, em pouco tempo ele estaria guardando o sábado quando, na Terra, seria domingo. Segundo minhas contagens, aproximadamente a cada 36 dias, o calendário terrestre ganharia um dia em comparação com o calendário marciano.

Para astronautas que orbitam a Terra, isso não é um problema, pois o ponto de referência que eles mantêm para fazer a contagem de dias e horas é sempre um lugar na Terra – no caso da Estação Espacial Internacional, o Cabo Canaveral. Mas e se estiverem em Marte, qual será o ponto de referência?

Possíveis soluções

Se a questão da sincronização for realmente crucial, a solução para manter ambos os calendários aproximadamente sincronizados seria de manter o ponto de referência no planeta Terra e acrescentar um sol a cada 36 dias – uma estratégia semelhante ao ano bissexto. Assim, os sábados poderão ser guardados em ambos os planetas, embora os horários possam divergir. No entanto, essa proposta não me parece a mais prática. Afinal de contas, por ser um problema “sabatista”, apenas os adventistas (e judeus) sincronizariam seu calendário com a Terra, enquanto o restante da colônia manteria seu calendário marciano – uma confusão desnecessária, a meu ver.

Há outra proposta que me parece mais funcional, e acaba refletindo, de certa forma, o que acontece no planeta Terra. Embora um dia contenha 24 horas, o fuso horário em que o sábado começa e termina varia de lugar para lugar. Façamos uma comparação, por exemplo, entre a Austrália e o Brasil. No momento em que os australianos começam a guardar o sábado, nós brasileiros ainda estamos em nossa correria de sexta-feira. Quando estamos em pleno sábado, eles já estão recebendo o domingo. Cada um acorda, vai à igreja, almoça e faz o culto de pôr-do-sol em momentos diferentes, mas, desde que em sua localidade você esteja guardando o sábado corretamente, está tudo ok. Ninguém se incomoda com o fato de os adventistas de Hong Kong estarem jantando em uma pizzaria enquanto os adventistas no Brasil estão começando o culto. Essa diferença de fusos horários faz parte de nossa realidade globalizada.

Nesta segunda proposta, a questão da sincronização não é tão relevante quanto o acerto do fuso horário. Usando esse mesmo mecanismo em Marte, o sábado começaria no pôr-do-sol de sexta-feira a partir do momento em que os colonos marcianos começarem a contagem. Nesse sentido, o ponto de referência para a contagem semanal estaria no próprio planeta Marte. Se o sábado acontecer em momentos diferentes na Terra ou em Marte, o que importa é que em cada localidade, ele esteja sendo guardado.

Essa proposta me parece ser mais simples e prática do que a proposta da sincronização. Devemos nos lembrar que o sábado também será guardado no Céu durante o milênio, e não faria sentido ficarmos sincronizando o calendário celestial com os movimentos da Terra.

Qual seria sua proposta? Eu estou curioso em conhecer sua opinião!

GLAUBER ARAÚJO é pastor, mestre em Ciências da Religião e editor de livros na Casa Publicadora Brasileira

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O Espaço Cósmico e o Tempo


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Gerardus D. Bouw
Ph. D. é professor assistente de Matemática e Ciência da Computação no Baldwin-Wallace College, Berea, Ohio, 44017, Estados Unidos.

Neste artigo a teoria da grande explosão inicial é apreciada criticamente. Os pontos considerados incluem problemas que têm a ver com as condições iniciais, a entropia, a taxa de expansão inicial, a abundância relativa de matéria e anti-matéria, a formação das estrelas e galáxias, a interpretação do desvio para o vermelho em escala cósmica, a massa ausente, as incertezas que pesam sobre a relação de Hubble e sobre a constante de Hubble, a distribuição dos quasars, a síntese dos elementos e o raio Schwarzhild do universo. Conclui-se que a teoria do “big bang” não provê explicação satisfatória para o universo.

Escolha-se ao acaso um artigo contemporâneo escrito por qualquer autor evolucionista versando sobre o assunto da cosmologia, para ficar-se impressionado com a certeza demonstrada quando ao conhecimento das transformações sofridas pelo universo e seus constituintes, bem como das suas idades. Entretanto, por baixo dessa aparência exposta ao público, esconde-se uma história bastante diferente. Há um considerável número de problemas que as modernas teorias cosmogônicas não têm sido capazes de resolver, a despeito de seu grande grau de sofisticação. Certamente não existirá nenhuma visão evolucionista abrangente do universo que possa escapar de elementos super-miraculosos que estarão apontando para o Criador.
Hoje em dia o modelo cosmológico mais aceito é o da grande explosão inicial, a teoria do “big bang”. Como teoria, ela resultou da observação de que quase todas as galáxias tênues, e presumivelmente distantes, parecem estar se afastando da Terra com velocidades que aumentam com a sua distância até nós. Partindo das paralaxes trigonométricas e passando pelas estrelas Cefêidas variáveis, e indo até os membros mais brilhantes dos grupamentos de galáxias, foi construída uma escala de distâncias cósmicas. Esta escala envolveu bilhões de anos-luz e permitiu traçar uma relação mais ou menos linear (Ver em seguida) entre o desvio para o vermelho observado na luz emitida pelas galáxias (presumivelmente uma medida da velocidade da galáxia na direção da sua linha de visada) e a distância delas até nós. A inclinação da reta resultante dessa relação corresponde à constante de Hubble, e o seu inverso, que tem a dimensão de tempo, é considerado como a medida da idade do universo. Tal interpretação da relação acima implica que todo o universo, com tudo que nele existe, esteve uma vez compactado em um único ponto. Como a interpretação do efeito Hubble é que a matéria que constitui o universo está atualmente em expansão centrífuga a partir daquele ponto, os evolucionistas especulam que toda a matéria explodiu violentamente a partir daquele ponto, esta grande explosão inicial recebendo o nome de “big bang”.

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