segunda-feira, 4 de maio de 2015

A carne de pato é considerada imunda pela Bíblia?

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Para início de conversa…

Especialmente nós, adventistas do sétimo dia, bem como os judeus, não temos dúvidas quanto à necessidade de o ser humano abandonar o uso de consideradas imundas (impróprias para alimentação) pela Bíblia.

Os adventistas creem que Levítico 11:1-47 e Deuteronômio 14:3-21 apresentam leis dietéticas válidas para as pessoas de todas as épocas. Afinal, tanto o corpo dos Israelitas quanto o corpo dos cristãos, é o “templo do Espírito Santo” (1Co 3:16, 17; 6:19, 20), e não deve ser contaminado pelo uso de carnes de animais que não têm um sistema digestivo mais complexo e apto para eliminar todas as toxinas presentes no organismo.

Por isso, enquanto nosso corpo for o “templo” ou “santuário” da Terceira Pessoa da Trindade, sempre será pecaminoso e “abominável” diante de Deus (ver Lv 11:43-47) o jogar “lixo” para dentro desse templo[i]. Quanto mais sujo estiver nosso corpo de alimentos não saudáveis, menos capacitada estará nossa mente para recebermos as impressões do Espírito e discernirmos entre o certo e o errado. A profunda relação entre o corpo, mente e a espiritualidade é comprovada tanto pela Bíblia (cf. 1Ts 5:23, 24) quanto pela ciência[ii]. Não há como negar isso[iii].

Entretanto, quando o assunto é a carne de pato, a coisa muda de figura. Os adventistas são divididos, e não há entre eles um consenso quanto a isso. Para auxiliar nessa discussão, farei breves considerações e transcreverei uma resposta sobre o tema que foi disponibilizada pela Revista Adventista em agosto de 1955.

Ellen G. White fazia uso da carne de pato

Citando os Manuscritos números 11 e 12 de Ellen, escritos em 1873, Roger W. Coon, em seu artigo intitulado “Ellen White and Vegetarianism”, nos informa que, em situações de emergência, a família White usava a carne de caças, incluindo certos tipos de patos.

Em 28 de setembro do referido ano, ela escreveu: “[…] Estamos (num acampamento missionário) ficando aquém das disposições […] Um jovem de Nova Scotia havia vindo da caça. Ele possuía um quarto de veado e tinha viajado 20 milhas com este cervo em sua volta […] Deu-nos um pequeno pedaço de carne, do qual fizemos em caldo. Willie (filho de Ellen G. White) atirou num pato, que veio em um momento de necessidade […]” (Manuscrito 12 – grifos acrescidos).

Já em 5 de outubro do mesmo ano de 1873, Ellen White relatou: “O sol brilha tão agradavelmente, mas nenhum alívio vem a nós. Nossas provisões têm sido muito baixas por alguns dias. Muitos de nossos suprimentos têm sido sem manteiga, molho de qualquer espécie, sem farinha de milho […]. Nós temos um pouco de farinha, e isso é tudo. Esperávamos suprimentos há três dias, certamente, mas nenhum chegou. Willie foi para o lago. Ouvimos a arma dele e descobri que ele tinha atirado em dois patos. Esta é realmente uma bênção, pois precisamos de algo para viver”[iv] (Manuscrito 13 – grifos acrescentados).

O hábito da família White de se alimentar de carne de pato em situações emergenciais, dez anos após a primeira visão que ela teve sobre saúde em 1863, demonstra que para os pioneiros adventistas, o pato não era considerado imundo do mesmo modo que o cisne (Lv 11:18, na versão Almeida, Revista e Corrigida[v]). Até o momento não encontrei uma razão para eles não associarem o pato ao cisne,

A resposta da Revista Adventista em Agosto de 1955

Na seção intitulada “Caixa de Perguntas”, a Revista Adventista respondeu à dúvida: “É o pato imundo, ou limpo? (Lv 11:18 [e v.19])” da seguinte maneira:

Não nos parece que a passagem em questão inclua o pato entre os animais imundos. É interessante que, ao mencionar o cisne, não diz a passagem “segundo a sua espécie”, como se lê em muitos outros lugares[vi]. Depreendemos, daí, não estar o pato classificado como animal imundo. Acresce que os judeus, que são muito escrupulosos na questão das carnes imundas, não se abstêm da carne de pato.

Os judeus classificam o pato como sendo uma ave “Casher”, ou seja: apropriada para consumo. Segundo eles, essa ave doméstica (entre outras) preenche os critérios da Torá sobre o tipo de alimento que, se consumido, não atrapalhará o equilíbrio entre a saúde física e a saúde espiritual:

As aves Casher são identificadas por uma tradição transmitida de geração para geração e é universalmente aceita. A Torá especifica as aves que são proibidas, incluindo todas as aves de rapina ou que se alimentam de carniça. Entre as aves Casher estão incluídas as espécies domésticas de frangos, patos, gansos e perus[vii].

A Revista Adventista continua:

Quem tiver escrúpulos deverá, naturalmente, abster-se desse alimento, tanto mais quanto há muito prato mais saboroso e saudável que esse animal pouco simpático. Além do mais, somos muito aconselhados pelo Espírito de profecia[viii] a abandonar inteiramente o uso da carne, pelo menos nos lugares onde não faltam alimentos bons e nutritivos. A alimentação cárnea, quando existem alimentos melhores e de primeira mão, é cada vez mais condenada pela ciência médica. Vamos, irmãos que tendes acesso a alimentos melhores que os cárneos, deixar de tirar a vida aos inocentes animais (muitas vezes portadores de doenças repugnantes e contagiosas, que os olhos leigos não descobrem), e comer alimentos mais apetitosos e saudáveis![ix].

Considerações finais

  1. Ao irmão evangélico, católico, espírita, budista, ou que siga a qualquer outro credo religioso, recomendo que se aprofunde no assunto do uso ou não de carnes imundas, e que estude sobre a relação íntima existente entre nossa alimentação e relacionamento espiritual com Deus (veja-se também Êx 15:26). Sugiro a leitura da excelente obra de Ellen White intitulada Conselhos Sobre Saúde, que pode ser adquirida com a editora Casa Publicadora Brasileira pelo site cpb.com.br

Além disso, recomendo um estudo contextual, especialmente de Mateus 15:1-20, Marcos 7:1-23, Atos 10:1-48, Romanos 14:1-23, 1 Coríntios 8-10, Colossenses 2:16 e Tito 1:15, para que o irmão ou irmã não chegue à conclusões totalmente contrárias ao que o Antigo Testamento, a Bíblia dos autores do Novo Testamento (cf. 2Tm 3:16; 2Pe 1:19-21), apresenta sobre o assunto em Levítico 11 e Deuteronômio 14. A Bíblia é um todo harmônico, e precisa ser estudada em sua totalidade, sem que se faça a distinção entre “Velho” e “Novo Testamento” (pois toda a Bíblia é inspirada por Deus), se quisermos atingir compreensão mais ampla sobre Cristo (personagem central das Escrituras) e Suas verdades. No blog do “Na Mira da Verdade” (www.novotempo.com/namiradaverdade) poderá encontrar respostas concisas aos textos citados acima que são indevidamente interpretados. Use o campo “busca” para encontrar a(s) resposta(s) que mais lhe interessa.

  1. A você que é adventista do sétimo dia, aconselho a não usar este pequeno post para combater aqueles que pensam diferente, e sim para instruir. Afinal, não faz parte do espírito cristão viver contendendo com os outros: “Fique longe das discussões tolas e sem valor, pois você sabe que elas sempre acabam em brigas. O servo do Senhor não deve andar brigando, mas deve tratar todos com educação. Deve ser um mestre bom e paciente, que corrige com delicadeza aqueles que são contra ele. Pois pode ser que Deus dê a eles a oportunidade de se arrependerem e de virem a conhecer a verdade” (2Tm 2:23-25, Nova Tradução Na Linguagem de Hoje).

  1. O ideal é que o filho e a filha de Deus, de acordo com as circunstâncias e respeitando seus limites e organismo, vá abandonado o regime cárneo por estar se tornando cada vez mais prejudicial à saúde. Todavia, mesmo que nossa saúde física esteja intimamente relacionada com nossa santificação, como bem destacou o Dr. Helnio Judson Nogueira[x], você não deve fazer do vegetarianismo uma espécie de salvação pelas obras. Adaptando Efésios 2:8, 9, eu diria: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de soja (no texto bíblico, “obras””), para que ninguém se glorie”.

Para um estudo equilibrado e completo sobre o vegetarianismo nos escritos de Ellen G. White, recomendo a leitura do excelente artigo de Roger W. Coon, intitulado “Ellen White and Vegetarianism”. O Mesmo se encontra disponível no link a seguir: http://www.whiteestate.org/issues/vegetarian.html

Além disso, poderá consultar a obra de Herbert E. Douglass, intitulada Mensageira do Senhor, págs. 310-317 e 333-337[xi], e meu livro Na Mira da Verdade, vol. 1, a resposta à pergunta 33: “Ellen G. White ensina que os carnívoros irão se perder?”[xii]

Referências

[i] Considerando o conceito de pecado apresentado em 1 João 3:4, não há dúvidas de que a desobediência às leis de saúde também se constitui pecado: “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”. Graças a Deus porque a graça de Jesus nos perdoa e apaga esse e qualquer outro tipo de pecado em nossa vida! “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1). O autor do presente artigo foi um inveterado comedor de carnes imundas, porém, a graça de Jesus o perdoou e o ajudou a abandonar especialmente a carne de porco (Lv 11:7, 8). Com isso, tem desfrutado de uma saúde muito melhor que no passado (Êx 15:26).

[ii] Veja-se Harold G. Koenig, Medicina, Religião e Saúde: o Encontro da Ciência e da Espiritualidade (Porto Alegre, RS: L&PM, 2012). Ver também Francisco Di Biase e Mário Sérgio F. da Rocha em Caminhos da Cura: Enriquecendo sua vida com orações, meditação, visualização, sonhos, contos e outras práticas milenares de saúde, de relaxamento e de bem-estar, comprovadas pela ciência moderna (Petrópolis, RJ: Vozes, 2010).

[iii] Em sua Nota Adicional ao capítulo 11 de Levítico, o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011. Série Logos), p. 818, explicou: “A comida afeta a mente? Comer e beber afetam o espírito? Seguramente. O olhar ácido para a vida vem de um estômago dispéptico [com digestão difícil, trazendo perturbações]. Comer de modo correto não produzirá necessariamente disposição amável, mas comer de modo errado torna difícil seguir o padrão estabelecido por Deus. As leis dietéticas de Deus não são regras arbitrárias que privam o ser humano da alegria de comer. Ao contrário, são leis seguras e sensíveis que, se seguidas, farão bem em manter saudável o corpo ou mesmo em recuperar a saúde.”

[iv] Roger W. Coon, “Ellen White and Vegetarianism” (Pacific Press Publishing Association, 1986), p. 12. Disponível em http://www.whiteestate.org/issues/vegetarian.html Acessado em 30/4/2015.

[v] A seguir, você verá que, noutras traduções bíblicas mais atuais, o cisne não é incluído entre a relação de aves imundas em Levítico 11:18, do mesmo modo que o é na Almeida, Revista e Corrigida; na Almeida, Corrigida e Fiel e na versão Ave Maria.

– Almeida, Revista e Atualizada: “a gralha, o pelicano, o abutre”.

– Almeida, Século 21: “a coruja branca, o pelicano, o abutre”.

– Bíblia de Jerusalém: “o grão-duque, o pelicano, o abutre branco”.

– Tradução Ecumênica (TEB): “a coruja das torres, a gralha, o abutre”.

– Nova Versão Internacional: “a coruja-branca [a referida tradução reconhece que a tradução pode ser “pelicano”], a coruja-do-deserto, o abutre”.

– Bíblia Judaica Completa: “a coruja chifruda, o pelicano, a coruja-de-igreja”.

– King James Atualizada: “as gralhas, os pelicanos, os abutres”.

Perceba que, na maioria das versões, “cisne” é substituído por “pelicano”. Porém, independente disso, é importante considerarmos a opinião da Revista Adventista de 1955, quando afirma: “Não nos parece que a passagem em questão inclua o pato entre os animais imundos. É interessante que, ao mencionar o cisne, não diz a passagem “segundo a sua espécie”, como se lê em muitos outros lugares. Depreendemos, daí, não estar o pato classificado como animal imundo. Acresce que os judeus, que são muito escrupulosos na questão das carnes imundas, não se abstêm da carne de pato”.

[vi] O pato está entre as aves galináceas que não possuem hábitos estritamente noturnos como as aves de rapina, proibidas pela Bíblia.


[viii] O termo “Espírito de profecia” é uma referência aos escritos da Ellen G. White. Entretanto, os adventistas não creem que o uso dessa expressão se restrinja aos escritos da co-fundadora e profetisa do adventismo do sétimo dia. Eles têm consciência de que “Espírito de profecia” se refere especialmente a todo dom profético dado pelo Espírito Santo ao longo das Escrituras. Veja-se, por exemplo, Ángel Manuel Rodriguez, “O ‘testemunho de Jesus’ nos escritos de Ellen G. White” em Teologia do Remanescente: Uma Perspectiva Eclesiológica Adventista (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012), p. 226-238.

[ix] Revista Adventista, seção “Caixa de Perguntas” (Agosto de 1955), p. 27.

[x] Helnio Judson Nogueira, “Saúde e Santificação”. Revista Adventista, julho de 2006, p. 13.

[xi] Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor: o ministério profético de Ellen G. White. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.

[xii] Leandro Soares de Quadros, Na Mira da Verdade, vol. 1 (Jacareí, SP: Edição do Autor, 2013. 3ª Edição), p. 145-152. [Disponível em www.leandroquadros.com.br/loja ]

Ben Carson anuncia candidatura à presidência dos Estados Unidos




O médico aposentado Ben Carson afirmou neste domingo em uma entrevista de televisão na Flórida que irá concorrer nas primárias republicanas para ser o candidato do partido nas eleições presidenciais de 2016. "Eu estou disposto a fazer parte de uma equação, e portanto, anunciar minha candidatura para presidente dos EUA", disse Carson para a WPEC-TV. Aos 63 anos, Carson é popular entre os conservadores do Tea Party, a ala mais à direita do Partido Republicano. Ele disse que fará o anúncio formal em Detroit nesta segunda-feira. (O Globo)

Assista ao discurso do anúncio no Music Hall Center for the Performing Arts, em Detroit:





Nota do blog Megafone Adventista : Benjamin Solomon Carson, nascido em 18 de setembro de 1951, em Detroit, Michigan, EUA, é considerado um homem de grande exemplo e fé. Ben Carson é neurocirurgião aposentado, também psicólogo, escritor e filantropo, e já ocupou o cargo de diretor do Departamento de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Johns Hopkins, em Baltimore.

Além de seus grande feitos para a medicina, como a operação bem sucedida de gêmeas siamesas ligadas pela cabeça em 1987, ele também ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade em 2008 pelo então presidente George W. Bush.

Ben Carson é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia e disse inclusivamente no seu livro Gifted Hands (Mãos Talentosas, em português), que sua fé e a ajuda de Deus o fizeram atingir grandes resultados. Ele disse também: "Nunca se torne demasiado grande para Deus. Nunca exclua Deus da sua vida." Este livro deu origem a um filme com o mesmo nome (Mãos Talentosas: A História de Ben Carson), estrelado por Cuba Gooding Jr. no seu papel, em 2009.

O respeito conquistado na medicina ultrapassou outras áreas e chegou até a política norte-americana. Na internet e redes sociais já despontam sites, perfis e fan pages criadas por admiradores e americanos que defendem a candidatura do médico. Clique nos links e confira:
http://www.facebook.com/DrBenCarsonforPresident
https://www.facebook.com/realbencarson

Menor Bíblia do mundo é exposta em museu de Jerusalém

 Foto: BBC
Uma Bíblia hebraica do tamanho da cabeça de um alfinete está sendo exposta no Museu de Israel, em Jerusalém. A chamada nano-Bíblia é considerada a menor versão do livro sagrado que já existiu. Ela contém 1,2 milhão de caracteres que foram “escritos” em um chip envolto em ouro por engenheiros do Technion (Instituto Israelense de Tecnologia). Para ler os caracteres, é preciso ampliar as letras em pelo menos dez mil vezes. A exposição da Bíblia tecnológica faz parte das comemorações dos 50 anos do museu. [Foto: BBC / Com informações do G1

Clique na imagem para ver o vídeo:

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O primogênito tem algum significado espiritual para os nossos dias?



Do hebraico, bekor, bekîrah, e do grego, prōtotokos, são termos designados para o primeiro da linhagem tanto de um homem quanto de um animal. Como uma expressão figurativa, o termo também pode indicar superioridade em tamanho, hierarquia, força, ou proeminência em caráter ou posição.
Entre os antigos Hebreus, o primogênito detinha uma posição de especial importância, de acordo com os costumes bem definidos e leis dadas por Deus (Gênesis 48:13,14,17,18; Deuteronômio 21:15-17; 2 Coríntios 21:3). Esta posição estava intimamente ligada com o direito de nascimento e seus privilégios especiais, os quais não incluíam apenas uma porção favorecida da herança, mas também certas bênçãos espirituais e responsabilidades na família. 

Após a experiência da Páscoa e da morte dos primogênitos do Egito, o Senhor enfatizou a especial posição do filho mais velho ao ordenar que todo primogênito de homem ou animal, fosse devotado especialmente para Ele (Êxodo 13:2, 12; Números 3:13). O filho primogênito deveria ser redimido pelo pagamento de um resgate (Êxodo 13:2, 12; Números 18:15, 16).           Aparentemente, o ato de devotar ou consagrar o primogênito a Deus tinha a intenção de ser uma dedicação especial para o serviço de Deus, mas este aspecto foi mais tarde modificado pela dedicação da tribo de Levi para o serviço religioso no lugar do primogênito (Núemeros 3:12, 45). Em todas estas nuances, os Israelitas deveriam ser lembrados da libertação divina dos primogênitos do povo de Deus durante a noite de Páscoa no Egito (Êxodo 12:22, 23, 29), e apontar para Cristo, o Primogênito antitípico[1].

A palavra também foi usada em termos figurativos, em tais frases como “o primogênito da morte” (Jó 18:13), denotando provavelmente uma doença tão maligna que foi considerada a mais fatal de todas as doenças, e “os primogênitos dos pobres” (Isaías 14:30), significando “o mais pobre dos pobres.”  O uso dessa terminologia explicaria como Davi poderia se tornar o “primogênito” (Salmos 89:27), mesmo que ele fosse o filho mais novo de Jessé (1 Samuel 17:14). O aparente significado era que Davi teria um lugar especial de distinção e excelência.             Similarmente, quando o Senhor designou Israel como uma nação, referindo-se a ela como “meu primogênito” (Ex. 4:22), Ele relaciona a proeminência de Israel entre as nações, da mesma forma como o filho primogênito tinha uma posição de proeminência entre seus irmãos. De igual maneira, a expressão “à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus” enfatiza a exaltada posição dos santos (Hebreus 12:23). Quando Cristo é chamado “o primogênito de toda criação” (Colossenses 1:15), é enfatizada Sua superioridade sobre todos os seres criados. Paulo refere-se a Ele também como “o primogênito dos mortos” (v. 18) ao qual ele acrescenta esta significante explanação: “Para que em tudo tenha preeminência”; veja também Romanos 8:29, onde Cristo é mencionado como “o primogênito entre muitos irmãos.”
Em Hebreus 1:6 e Apocalipse 1:5, a expressão “primogênito” é provavelmente usada neste mesmo sentido figurativo de preeminência. Em adição ao seu uso figurativo, como um epíteto[2] de Cristo, o termo é usado em sentido literal quando se refere a Jesus como o primogênito de Maria (Mateus 1:25; Lucas 2:7). [3]




[1] O tipo é uma parábola, algo que tipifica o real como uma ilustração. O antítipo é o real, o cumprimento tipológico das escrituras. Muitas profecias velho testamentárias tiveram um cumprimento tipológico em Cristo, como o cordeiro imolado que representava o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo. 1:29).
[2] Palavra, expressão ou frase que se junta a um nome ou a um pronome para qualificá-lo: O pai da aviação é um epíteto que se refere a Santos Dumont, o inventor do avião. É um vocábulo que serve para qualificar alguém (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Companhia Editora Nacional, São Paulo; 2ª ed., 2008).
[3] SDA Bible Dictionary, vl 8, p.351, 352.

Bíblia Fácil Apocalipse - Tema 4 - Os Sete Selos do Apocalipse

domingo, 3 de maio de 2015

Bíblia Fácil Apocalipse - Tema 3 - O trono de Deus

Bíblia Fácil Apocalipse - Tema 2 - As 7 igrejas

terça-feira, 28 de abril de 2015

O que acontece se cometemos um pecado para salvar a nossa vida e depois pedirmos perdão a Deus?


 Quando fazemos qualquer coisa que seja contra os princípios e os mandamentos dados por Deus na Bíblia, estamos pecando. Porém, Deus faz distinção entre a gravidade do pecado. Por exemplo, um cônjuge pode ter pensamentos de relações extraconjugais, mas não chegar a cometer a ação. O “não cometer a ação” não quer dizer que ele não tenha pecado; ele pecou em pensamento, sim. Mas a gravidade de seu pecado não foi tão grande como uma traição. Uma pessoa que mata outra pessoa para se defender (por exemplo, em um assalto), não deixa de cometer pecado.  A Lei de Deus diz que não podemos matar (Ex. 20:13), mas é diferente também de uma pessoa que mata pelo prazer de matar, por vingança, por ódio, raiva.

Veja o que diz Lucas 12:47, 48: “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão”. Nesta parábola, Jesus ilustrou a história de dois servos; ambos cometeram pecado, mas não foram punidos de forma igual. Assim, podemos entender que há, sim, diferentes graus de gravidade de pecados, mas que o pecado não deixa de ser pecado por ser pouco grave.

Além disto, é importante lembrarmos de que assim como um pecado muito grave, um “pecadinho”, também pode levar o pecador a perder a salvação, se não se arrepender e se não confessar o seu pecado, por mais insignificante que pareça, a Jesus, pois cada um de nós seremos julgamos também pelas nossas obras: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras” Mat. 16:27.


Thais Seidel de Souza Conselheira e Instrutora Bíblica
  

Bíblia Fácil Apocalipse - Tema 1 - Contagem Regressiva

McDonald’s Fecha Centenas de Restaurantes Pelo Mundo Todo Devido a Forte Queda de Clientes




Esta semana, o McDonald´s anunciou que fechará centenas de restaurantes no mundo todo, já que as vendas mundiais da gigante do junk food continuam diminuindo.
A rede de fast food fechará ao menos 700 de seus restaurantes, o que é o dobro do número que estava previsto para fechar no início deste ano.

Nos três primeiros meses de 2015, o McDonald´s experienciou uma queda de 2,3% em vendas e uma queda de 28% na receita, continuando com a tendência de perdas que a companhia tem experimentado durante anos.
Em uma conferência telefônica com o Wall Street Journal no começo desta semana, o novo CEO da companhia, Steve Easterbrook, disse que serão necessários grandes mudanças para melhorar a reputação do McDonald´s.
Mais de 100 dos recentes fechamento do McDonald´s ocorreram no Japão, onde o McDonald´s tem enfrentado uma série de escândalos relacionados com a qualidade de sua comida.

No últimos meses, o McDonald´s e outras marcas populares de junk food estão passando por problemas, à medida que as pessoas tomam consciência de suas dietas. Na verdade, os alimentos transgênicos em geral estão perdendo rapidamente a confiança dos consumidores.
Outro gigante do junk food, a Coca-Cola, também enfrenta grandes desafios financeiros já que as venda diminuem constantemente. Alguns restaurantes de fast food, como o Burger King, tem eliminado os refrigerantes de seus pratos para crianças, em um intento de parecer mais preocupados com a saúde de seus clientes.

Via Noticias Naturais

É normal, às vezes, falharmos em alguma coisa após termos nos batizado?


Todos nós herdamos de nossos pais a natureza pecaminosa, ou seja, já nascemos com a tendência para o pecado dentro de nós. Sem a ajuda de Deus é impossível vencermos o pecado. Este é consequência da rebelião que houve no Céu e da desobediência de Adão e Eva a Deus. Não conseguimos vencer por nós mesmos os defeitos de caráter que temos por causa de nossa natureza pecaminosa, mas através de Jesus isto é possível. A culpa que temos por causa do pecado é justificada quando aceitamos Jesus Cristo como nosso Salvador pessoal e pedimos a Ele o perdão dos nossos pecados (1 João 1:9). Esta é a justificação pela fé.
A natureza pecaminosa não desaparece quando nos batizamos. O que acontece no batismo é que, através dele, a pessoa batizada se entrega verdadeiramente a Jesus, inicia uma nova vida ao lado dEle, deixando que Ele tome conta dela e realize nela as mudanças necessárias para que seja cada vez mais parecida com Jesus. Nesse processo a pessoa erra e acerta. Veja que Paulo, mesmo após ser convertido, disse: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:19). Mesmo tendo se comprometido em viver uma vida ao lado de Jesus, Paulo não conseguiu; e nem nós conseguimos, não mais pecar. Somente à medida em que os anos passam e com perseverança, a vida cristã vai amadurecendo.
Veja que Paulo se esforçava para ser um imitador de Cristo (1 Coríntios 11:1) e no final de sua vida, disse: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). Isto demonstra que Paulo não se acomodou ao entender que era um pecador; em vez disto, se esforçou em Jesus para que crescesse em graça a cada dia. Somente quando Jesus voltar este processo de restauração da nossa natureza pecaminosa será completado (Apocalipse 21:4). Por isso, inevitavelmente ainda iremos falhar mesmo após o batismo.
Nós, que somos pecadores, precisamos estar diariamente em contato com Aquele que é perfeito, para que Ele nos mude de acordo com aquilo que precisamos e que colocamos nas mãos dEle. Nossa condição humana é inconstante e apesar de cada um ter uma personalidade e um caráter, não conseguimos ser equilibrados como Deus é. Ora sentimos alegria e poucos minutos depois sentimos raiva. Ora perdoarmos, ora guardamos mágoa. Ora pecamos, ora nos arrependemos. Como somos inconstantes! Mas Deus é Aquele em quem podemos ter confiança porque Ele é o Único que tem equilíbrio, que é constante, que permanece para sempre! (Hebreus 13:8; Malaquias 3:6).

Thais Seidel de Souza
Conselheira e Instrutora Bíblica

segunda-feira, 27 de abril de 2015

A influência da música sobre o paladar



Fatores emocionais e sensoriais

Quem curte música provavelmente já se sentiu mais feliz ou mais triste depois de ouvir certas canções. Mas o que talvez poucos tenham percebido é que a música também pode afetar a nossa percepção do gosto de alimentos. Quem descobriu isso foi David Wesley Silva em sua pesquisa para a dissertação de mestrado na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp. Ele constatou que músicas romântica e clássica podem contribuir para ampliar o grau de aceitação de um alimento, enquanto o rock e o chorinho podem exercer efeito contrário. Para o estudo, Silva, que é graduado em Música, mas tinha grande interesse em nutrição e bioquímica, criou um minibolo especial que pudesse ser consumido por celíacos, diabéticos, vegetarianos e outras pessoas preocupadas em manter uma dieta mais saudável. Por isso, ele criou seis variações da receita; em algumas delas, excluiu a farinha de trigo, o açúcar, o ovo e o leite; algumas vezes, adicionava milho, biomassa (polpa de banana verde), edulcorantes (adoçantes: sucralose e estévia), amêndoa e coco. Essas receitas foram provadas por um grupo de 120 voluntários enquanto ouviam quatro gêneros musicais (rock, chorinho, música clássica e música românica). Eles também tiveram que degustar o bolo sem ouvir música nenhuma, como forma de controle.Rock e chorinho provocaram menor aceitação em determinados atributos do alimento por parte dos provadores, e esse impacto variou entre as seis formulações diferentes do minibolo. Silva explica:

“No caso do chorinho, nossa hipótese é de que ele exerce esse tipo de influência por ser agitado e ao mesmo tempo nostálgico. No caso do rock, há também a questão da agitação. Em comum, os dois gêneros apresentam padrões rítmicos enfatizados sobre os outros elementos musicais [melodia, harmonia, etc.], o que pode desviar a atenção do provador. Relacionamos também estudos que apontam para uma atuação fisiológica no sistema nervoso, o que pode influenciar a resposta sensorial.”

Já a música romântica instrumental e a clássica colaboraram para a maior aceitação dos minibolos. O autor diz que é preciso estudar o tema mais a fundo, mas sua teoria é a seguinte:

“Esses gêneros tendem a acalmar as pessoas. Tal relaxamento provavelmente causa maior disponibilidade nas pessoas para aceitar o alimento. Outros estudos apontam para associação da música clássica a conceitos de status social, autoestima e sofisticação. Sabemos que a música produz variados efeitos físicos, psicológicos e emocionais, mesmo cognitivos. De outro lado, as pessoas têm as suas preferências, associadas à cultura e histórico de vida.”

Quem ouviu música teve média de aceitação até 14,4% maior em comparação com aqueles que não ouviram. Essa informação pode ser muito útil para restaurantes – ou para quando você quiser impressionar alguém com seus dotes culinários!

Pesquisas associando alimentos e música ainda estão em estágio inicial (o que torna o estudo na Unicamp ainda mais bacana e vanguardista), mas existem várias envolvendo outros tipos de sons. Ao Jornal da Unicamp, Silva mencionou um estudo no qual voluntários degustaram um sorvete de bacon e ovos (!). Quando os cientistas colocaram sons de pintinhos durante essa degustação, as pessoas relataram ter sentido mais forte o gosto de ovo. Quando tocaram um som de fritura, os provadores achavam que o sorvete tinha mais sabor de bacon.

Outro estudo usado como referência foi realizado pelo Laboratório de Pesquisa Crossmodal da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Em 2012, foram compostas duas trilhas sonoras diferentes para acompanhar a degustação de alimentos: uma com “elementos musicais doces” e outra com “elementos musicais amargos”. Quando voluntários provavam o cinder toffe (um doce de café e caramelo tradicional no país) ouvindo os “sons doces”, eles acharam a sobremesa também mais doce. Quando ouviam o “som amargo”, comentavam que tinham comido algo amargo.

(Superinteressante, via Jornal da Unicamp)

Nota: Levando em conta que a música tem grande efeito sensorial, emocional e psicológico, seria interessante alguém, no contexto cristão, verificar cientificamente o efeito dos estilos musicais no culto e na adoração a Deus. Será que alguns estilos predispõem à reflexão enquanto outros levam ao emocionalismo vazio? Será que alguns promovem a alegria reverente enquanto outros estimulam o êxtase irrefletido? Fica aí a dica para uma pesquisa interessante. [MB]

Pior terremoto no Nepal em 81 anos deixa 2 mil mortos



O tremor de magnitude 7,8 atingiu uma área entre a capital, Kathmandu, e a cidade de Pkhara, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Outras milhares de pessoas ficaram feridas e centenas mais podem estar sob os escombros. “Kathmandu foi muito afetada pelo terremoto. Algumas áreas estão completamente destruídas”, diz Sandesh Kaji Shrestha, que mora na capital do Nepal. “Tenho ajudado a retirar pessoas dos escombros junto com um amigo. Não há equipes de resgate suficientes aqui. Os hospitais estão fora de controle. Precisamos de ajuda.” Também houve vítimas na Índia, em Bangladesh, no Tibet e no Monte Everest, onde foram registradas avalanches. O governo do Nepal declarou estado de emergência nas áreas afetadas, e diversos países ofereceram ajuda para lidar com o desastre. Ainda não se sabe o tamanho do estrago na região do epicentro, já que as informações são escassas, o que pode fazer com que o número de mortos seja maior. Segundo o ministro de Informação, Minendra Rijal, há uma “grande destruição” nesta área. “Precisamos de ajuda de várias agências internacionais, que têm mais conhecimento e equipamentos para lidar com esse tipo de emergência que estamos enfrentando.”

As avalanches desencadeadas pelo terremoto no Monte Everest mataram dez pessoas. Outras estão desaparecidas. Na Índia, foram registradas 40 mortes. Equipes de resgate procuram por sobreviventes nos escombros de prédios que desabaram na capital. Diversas construções históricas foram destruídas, incluindo a torre Dharahara, um dos símbolos da cidade.

O sistema de telecomunicações foi afetado. Há relatos de que o aeroporto da capital também foi danificado, o que poderia afetar as operações de ajuda. “Foi muito assustador. A terra estava se mexendo... Eu estou esperando por tratamento mas a equipe (do hospital) está sobrecarregada”, disse um ferido à agência AP. [...]

Antes deste desastre, o pior terremoto do Nepal havia ocorrido em 1934 e deixado 8,5 mil mortos. Este foi o pior terremoto registrado no país em 80 anos.Os piores terremotos recentes

Irã, 2003: Mais de 26 mil pessoas mortas em um tremor de magnitude 6,6 próximo à cidade de Bam.

Indonésia, 2004: Um terremoto devastador de 9,1 graus gerou uma tsunami, que matou mais de 230 mil em vários países.

Kashmir, 2005: 100 mil pessoas foram vítimas de um tremor de de 7,6 graus.

China, 2008: Cerca de 90 mil foram mortos por um terremoto de magnitude 7,9 na província de Suchuan, no leste do país.

Haiti, 2010: Mais de 220 mil pessoas foram mortas por um tremor de 7 graus.

(BBC Brasil)

Nota: Infelizmente, esse tipo de evento tende a aumentar à medida que o fim se aproxima. Felizmente, o fim se aproxima. [MB]

domingo, 26 de abril de 2015

A Porta da Graça se fechou para Satanás? Quando?



Quando Cristo disse na cruz “Está consumado” estava querendo dizer muito mais do que se pode imaginar. Ali foi consumada (concluída) a obra redentora do ser humano. Consumada a sentença final de satanás, condenando-o à morte eterna.
Foram dadas oportunidades a Satanás ao longo do tempo. Na cruz foi o fechamento da porta da graça para ele. No momento em que o filho de Deus foi levado à morte pelos pecados do mundo, fruto em grande medida do ódio de Satanás contra Cristo, este selou a sua condenação para sempre.

A partir da cruz Satanás está selado para a destruição eterna. Não por uma arbitrariedade da parte de Deus, mas por um endurecimento de sua parte.

Nós também devemos ser cuidadosos para não achar que somos mais “sabios” do que Deus, para não lutarmos contra os justos princípios do seu reino. Por isso Deus amorosamente nos convida a entrarmos num relacionamento de confiança nele.

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” – Provérbios 3:5.

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará”. Salmos, 37:5.

Um abraço.

Via Bíblia

O que a Bíblia diz sobre o celibato?



Celibato e casamento são dons de Deus. A Bíblia diz em 1 Coríntios 7:6-7 “Digo isto, porém, como que por concessão e não por mandamento. Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele.”

Uma boa razão para ficar solteiro é para poder ter tempo e liberdade para servir a Deus. A Bíblia diz em 1 Coríntios 7:29-31 “Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia [e também se abreviam as nossas oportunidades para servir ao Senhor]; pelo que, doravante, os que têm mulher sejam como se não a tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que folgam, como se não folgassem; os que compram, como se não possuíssem; e os que usam deste mundo, como se dele não usassem em absoluto, porque a aparência deste mundo passa.”

BibleInfo.com
P.O. Box 19039, Spokane, WA 99219
Bibleinfo.com Phone Line: 1-800-97-BIBLE

Qual o significado da expressão debaixo da lei mencionada em Romanos 6:14?


O texto bíblico de Romanos 6:14 diz: ‘Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça’.

Pelo fato de não estarmos ‘debaixo da lei’ isto não significa que possamos continuar pecando, ou seja, transgredindo abertamente a Lei de Deus. ‘Pecado é a transgressão da lei’ (I João 3:4) e a conseqüência do mesmo é a morte do pecador (Romanos 6:23), pois desobedecer conscientemente à lei de Deus é tornar-se escravo do pecado (I João 3:4) e torna-se seu servo (João 8:34). Se formos servos de obediência ao pecado, iremos morrer; sendo servos de obediência à lei seremos servos para a justiça (Romanos 6:16).

Paulo diz que, ‘uma vez libertos do pecado’ (Romanos 6:18), fomos feitos ‘servos da justiça’. Isto claramente ensina que a graça de Cristo, ao libertar-nos do pecado, não nos dá a liberdade de sermos transgressores conscientes.

Ser servos da justiça significa termos um caráter reto. ‘Os atos de obediência produzem hábitos de obediência, e tais hábitos constituem um caráter reto’ .

‘Muitas pessoas citam a expressão de Paulo ‘não estamos debaixo da lei’ (Romanos 6:14-15; Gálatas 5:18) querendo significar que a lei moral foi abolida.

Nós cremos que ‘debaixo da lei’ significa ‘debaixo da condenação da lei’. Não estar debaixo da lei não quer dizer estar


desobrigado de cumpri-la, mas sim não ser culpado de sua transgressão. A única maneira de não estarmos debaixo da lei é cumpri-la. Se transgredirmos uma lei, incorremos em multa, prisão, ou qualquer punição enfim.

‘A graça divina não erradica a lei dando ao homem licença para pecar. Isto é amplamente expresso em Romanos 6-8′

‘O texto diz que não estamos debaixo da ‘maldição da lei’. Isto quer dizer que não estamos debaixo da ‘condenação’ da mesma, que é a morte eterna. Note que Paulo fala que fomos libertados da maldição (morte) e não da guarda. Devemos obedecer aos mandamentos não para sermos salvos, pois a graça de Jesus nos salvou; mas sim, obedecer por amor, demonstrando que aceitamos tal salvação. A obediência por amor demonstra o tipo de fé que temos, se é uma fé forte e verdadeira (pela obediência) ou se é fraca e falsa (pela desobediência)’.


O próprio Apóstolo Paulo disse que ‘tinha prazer na lei de Deus’ (Romanos 7:22)

Vejamos outro estudo sobre a passagem:


‘Leiamos tal como está escrito, o texto que é chave deste estudo: ‘Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!?


(Romanos 6:14-15 RA). Descobrimos imediatamente que, fosse o que fosse que Paulo desejasse compreendêssemos por meio desta passagem, não queria ele que concluíssemos que o reino da graça nos liberta da lei. ‘E daí?’ diz ele; ‘havemos de pecar’, isto é, quebrantaremos a lei, ‘porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça’ De modo nenhum’.


‘O versículo imediato torna claro que estar’debaixo da lei significa estar debaixo da sua condenação, e que estar ‘debaixo da graça’ significa estar vivendo debaixo do plano que Deus ofereceu para salvação do domínio do pecado. Essa é a razão pela qual Paulo assevera: ‘Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça’ E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça’. (Romanos 6: 16 e 18 RA).

‘O contraste está entre ser servos ‘do pecado0′ e servos ‘da obediência pra justiça’…’


Rádio Novo Tempo

sábado, 25 de abril de 2015

Que Espírito conduziu Jesus ao deserto?



Desde seu nascimento Jesus havia sido guiado e instruído pelo Espírito Santo (Mateus 3:16; Lucas 2:52), mas na ocasião do seu batismo, o Espírito desceu sobre Ele em sua plenitude para enchê-lo de sabedoria e capacidade para assim, cumprir a missão que lhe havia sido designada. Jesus foi guiado ‘passo a passo’ pela vontade do Pai, ‘em harmonia com o plano’ que ‘esteve diante dele perfeito em todos os seus detalhes’ antes que Ele viesse ‘ao mundo’ (Lucas 2:49).

Marcos usa uma expressão mais forte: ‘O Espírito o impulsionou ao deserto’. (Marcos 1:12).


Jesus não provocou a tentação, nem tão pouco se arriscou de livre escolha no terreno enfeitiçado do diabo. Ele se retirou ao deserto para estar sozinho com o seu Pai e para meditar na missão que teria pela frente.


Satanás, como está sempre nos perseguindo, após 40 dias de jejum de Jesus, imaginou que Ele estaria fraco o suficiente para cair em suas ciladas.

Mas Jesus não se deixou dominar pelo apetite como Eva no Jardim do Éden. Jesus venceu a Satanás exatamente nos pontos em que nossos primeiros pais caíram. Assim Jesus tornou-se merecedor de ser nosso líder maior e nosso intercessor diante do Pai.


Rádio Novo Tempo

É pecado irar-se?


O salmista escreveu:“Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai” (Salmos 4:4). Paulo reforça esse ensinamento dizendo: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26). Podemos tirar algumas lições a partir desses versículos.

(1) É possível irar-se e não pecar. Contudo, devido à nossa natureza, creio que seja muito mais fácil irar e pecar. Então vamos entender um pouco sobre a ira.
O termo “ira” denota um sentimento de inconformidade, indignação por alguma injustiça ou coisa semelhante. Essa ira não é pecaminosa, pois a atitude seguinte é a de tentar fazer justiça, acertar as contas, no sentido de buscar um entendimento, um acordo ou uma reconciliação, mas de forma cristã. Isso envolve diálogo, brandura, perdão, etc. Quando o termo “ira” se relaciona mais com o sentimento de raiva, ódio, que também pode ser oriundo de uma injustiça, ou desentendimento, e tem por consequência uma atitude hostil que busca fazer justiça com as “próprias mãos” (algum tipo de vingança), entendo que esse tipo de reação caracteriza-se como uma reação pecaminosa: “não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Romanos 12:19).
 Somos todos tão imperfeitos, pecadores e destituídos da glória de Deus (Romanos 3:23). Mas Cristo nos admoesta com as seguintes palavras: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus. 5:48). Perfeição não é sinônimo de impecabilidade ou infabilidade. O termo em grego teleios poderia ser traduzido como “maduro” ao invés de “perfeito”. Na caminhada cristã, Deus deseja que o indivíduo se torne maduro. Ao aceitar a Cristo e permanecer nEle, o Espírito Santo se manifesta na vida do cristão e este produz o fruto do Espírito que é “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,  mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23).
(2) O segundo ponto que gostaria de destacar é o que o salmista diz: “consultai no travesseiro o coração e sossegai”. Isso significa fazer uma leitura dos fatos, refletir, e buscar o sossego e a paz! É por isso que Paulo complementa aconselhando que o cristão não deve “deixar o sol se pôr” sem que haja uma reconciliação. Portanto, posso dizer com franqueza que Deus deseja que seus filhos vivam em harmonia e em paz. Gosto muito do texto de Ellen White que diz: “O poder do amor possui força maravilhosa, porquanto é divino. A resposta branda 'desvia o furor', o amor 'é sofredor é benigno', o amor 'cobre uma multidão de pecados' - sim se aprendêssemos estas lições, quão grande seria o poder para curar de que seríamos dotados!" (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 195).

O perdão proveniente de um amor sincero tem grande poder para curar traumas emocionais e trazer a harmonia do Céu.

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Romanos 13:8). Que Deus lhe abençoe e lhe ajude a resolver esses problemas.

Um forte abraço,


Pr. Frederico Branco

8 A certeza da restauração - Famílias Restauradas / Semana da Família 2015

A Morte de um Papagaio



Uma mulher comprou um papagaio, levou-o para casa, e depois o devolveu à loja de animais no dia seguinte. – “Este pássaro não fala”, disse ela ao proprietário. – “Ele tem um espelho?” perguntou o dono da loja. “Papagaios adoram espelhos. Eles se vêem e começam a conversar”. Então a mulher comprou o espelho. No dia seguinte, ela voltou. O pássaro ainda não estava falando. – “Que tal uma escada? Papagaios adoram subir e descer escadas. Um papagaio feliz tem mais probabilidade de falar”. A mulher comprou uma escada. Mas é lógico que, no dia seguinte, lá estava ela de volta; o pássaro continuava mudo. – “O seu papagaio tem um balanço? Se não tem, o problema está aí. Com um balanço, ele vai relaxar e desatar a falar sem parar”. Embora relutante, a mulher comprou um balanço e saiu. Quando ela entrou na loja no dia seguinte, sua expressão havia mudado. “O papagaio morreu”, disse ela. O dono da loja ficou chocado. “Sinto muito. Diga-me, ele chegou a falar alguma coisa?” perguntou ele. – “Sim, logo antes de morrer”, respondeu a mulher. “Ele disse: ‘Eles não vendem nenhuma comida nessa loja de animais?’” A moral desta história é: Você pode desperdiçar sua vida com espelhos, concentrando-se na sua aparência; com escadas, concentrando-se no sucesso na carreira; com balanços, concentrando-se em diversão – e morrer de fome espiritualmente. Se não se alimentar da Palavra de Deus todos os dias, você morrerá espiritualmente! Jeremias disse: “Achando as Tuas palavras, logo as comi, e a Tua palavra foi para mim o gozo e a alegria do meu coração”. “…Você é o que você come. Alimente-se da Palavra de Deus…”


Autor:Danilo Sousa

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Origens do adventismo: uma viagem histórica

Fogo divino


Descubra por que o Espírito Santo é retratado nas Escrituras como um personagem divino em ação, ao contrário do que dizem alguns cristãos.

Os autores bíblicos não teorizam sobre a identidade do Espírito Santo, mas assumem que ele é a poderosa e criativa presença pessoal de Deus no mundo. Foto: LightStock
Os autores bíblicos não teorizam sobre a identidade do Espírito Santo, mas assumem que ele é a poderosa e criativa presença pessoal de Deus no mundo. Foto: LightStock

Nos últimos anos, notáveis teólogos têm escrito sobre o Espírito Santo. Se antes era comum um autor iniciar um tratado de pneumatologia (estudo do Espírito) lamentando a falta de obras sérias sobre o assunto, agora é preciso começar ressaltando a mudança. Não mais se pode dizer que o Espírito Santo seja uma figura esquecida. O teólogo Robert Imbelli, de fato, comenta que o Espírito está rapidamente se tornando “o membro mais popular” da Divindade.

Porém, esse não é o quadro completo. Até pouco tempo atrás, a pneumatologia era um campo negligenciado, a “última fronteira inexplorada da teologia”, como disse Nikolay Berdayev no livro Spirit and Reality. A rigor, ainda não temos estudos acadêmicos em número suficiente, especialmente em português, embora o corpo literário sobre o tema esteja crescendo cada vez mais. Para fazer justiça, é bom observar que no Oriente o Espírito Santo sempre teve boa visibilidade na teologia, o que está acontecendo agora no Ocidente.

O Espírito Santo precisa ser estudado e buscado porque ele é tão essencial quanto o Pai e o Filho, caso desejemos levar a sério a doutrina da Trindade. Como diz Eugene Rogers em After the Spirit: “Se o Espírito é dispensável para o mundo, então o Deus triúno também é”. Mas como definir esse personagem?

INTERPRETAÇÕES

Ao longo da história do cristianismo, sérias controvérsias têm surgido sobre a natureza do Espírito Santo. Para colocar o assunto em perspectiva, até o 3º século, o trinitarianismo da igreja estava basicamente interessado nas manifestações da Divindade no contexto da salvação, preocupando-se com a missão dos dois agentes de Deus (o Filho e o Espírito Santo) no mundo. Nessa fase, dava-se certa primazia ao Pai. Então veio o modalismo, que foi uma tentativa de afirmar a plena divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo eliminando a distinção entre os três. Em reação à proposta modalista, o presbítero Ário ultrarradicalizou na direção do que ele entendia ser o antigo padrão correto, criando um abismo entre os membros da Divindade e colocando-os em categorias diferentes. Para restringir o arianismo, o Concílio de Niceia (325 d.C.) definiu o relacionamento Pai-Filho em termos de igualdade. Mais tarde, esses e outros fatores colocaram a natureza do Espírito Santo na agenda oficial da igreja. Portanto, desde o 4º século a corrente central do cristianismo tem apoiado a divindade e a personalidade do Espírito Santo.

Em termos de adventismo, parece que alguns pioneiros antitrinitarianos do século 19 tinham mais dificuldade para aceitar a personalidade do Espírito Santo do que a sua divindade, embora considerassem sua natureza divina apenas “um reflexo da divindade de Deus”, como observou Christy Mathewson Taylor. Para os que pensavam assim, o Filho era verdadeiramente pessoal, mas não plenamente divino, enquanto o Espírito Santo era verdadeiramente divino, mas não plenamente pessoal.

Hoje, o adventismo oficial é solidamente trinitariano e ortodoxo em relação à Divindade. Por volta do fim do século 19, ele já havia amplamente se movido na direção do trinitarianismo. Essa mudança, segundo Richard Schwarz e Floyd Greenleaf, autores de Portadores de Luz, pode ser atribuída grandemente a sentimentos expressos com frequência crescente por Ellen White.

CONCEITO BÍBLICO

Para aprofundar sua compreensão sobre o Espírito, a igreja deve apostar na investigação bíblica contínua. Afinal, as Escrituras são a matriz da teologia cristã. Quando olhamos para nossa fonte inesgotável de informação revelada em busca da identidade do Espírito Santo, o que encontramos?

Linguisticamente, tanto ruah (hebraico) quanto pneuma (grego) significam “fôlego/sopro”, “vento”, “ar em movimento” (veja o quadro “Dados bíblicos”). Conforme R. Albertz e C. Westermann explicam no Theological Lexicon of the Old Testament, os verbos associados com ruah são distribuídos “quase exclusivamente em duas categorias: (1) verbos de movimento e (2) verbos de colocar em movimento”. O significado básico de ruah, uma provável onomatopeia (palavra que imita o som de alguma coisa), é “vento” e “sopro” entendidos como o poder vital encontrado nesses fenômenos, e não como essência. No Novo Testamento, pneuma tinha basicamente o mesmo sentido, mas foi ganhando um tom religioso e psicológico mais técnico.

Lloyd Neve, autor de The Spirit of God in the Old Testament, acredita que o conceito hebraico de ruah fosse único: “Quando Israel falou do ruah de Deus, estava usando um conceito não encontrado em nenhum outro lugar do antigo Oriente Próximo. Nas culturas mesopotâmicas, o vento certamente existia e funcionava na esfera divina como um instrumento especial dos deuses, e no Egito era até divinizado como o deus Amon-Rá. Contudo, nenhuma outra nação do antigo Oriente Próximo falou de seus deuses como tendo um espírito. Em um povo peculiar, com um Senhor singular, ele era um conceito único.”

Para os hebreus, ruah tinha certamente a conotação de movimento, poder e mistério. No entanto, William Schoemaker explica que, na mentalidade hebraica antiga, “as duas principais características do vento eram energia e invisibilidade”. A ideia de “ar em movimento” veio mais tarde. Como Alasdair Heron observa em The Holy Spirit, o forte vento observado pelos israelitas, como aquele que dividiu o Mar Vermelho (Êx 14:21), “não é idêntico ao próprio ruah de Deus, mas seu poder elementar o tornou uma poderosa imagem da força divina”; na mente das pessoas do Antigo Testamento, ruah “carregava um senso do impacto devastador de Deus sobre os seres humanos e seu mundo”.

Em nossa mente ocidental, a palavra “espírito” costuma ser associada com algo etéreo, sem substância. Porém, a intangibilidade não era a ênfase primária dos autores bíblicos. Na Bíblia, ruah e pneuma não devem ser vistos basicamente como algo imaterial, em oposição a conceitos de “corpo” e “corporal”, mas como um poderoso e dinâmico princípio de vida que anima o corpo. Quando a Bíblia apresenta Deus como espírito, a ênfase parece estar no poder sem limites, na capacidade de cruzar todas as fronteiras e estar efetivamente em todos os lugares ao mesmo tempo.

Retratado na Bíblia como vento, fogo, água, óleo, nuvem e pomba, entre outros símbolos que expressam suas ações, o Espírito Santo causa efeitos maravilhosos. O objetivo primário dessas imagens não é descrever quem é o Espírito Santo, mas mostrar o que ele faz. Por exemplo, quando falamos de chuva, o foco não é entender esse fenômeno de maneira abstrata, mas ver o solo molhado e notar a natureza ser revitalizada. Por isso, o Espírito Santo não pode ser apenas uma teoria.

Esses aspectos nos ajudam a entender um pouco desse ser enigmático; mas, obviamente, não temos uma compreensão absoluta sobre ele. Como sublinha Ellen White em Atos dos Apóstolos (p. 51, 52), o pleno conhecimento da natureza exata do Espírito Santo é (1) impossível (é um “mistério”, um assunto não revelado, algo profundo demais para a mente humana, em que o “silêncio é ouro”) e (2) não é essencial para a salvação. Indispensável é conhecer experiencialmente o Espírito Santo e o que ele faz. No entanto, a Bíblia não nos deixa no escuro.

PESSOA DIVINA

Muitos acham mais fácil aceitar a divindade do que a personalidade do Espírito Santo. Que ele é divino fica claro em uma série de textos que focalizam seus títulos, associações e tarefas. Deus está onde o Espírito está (1Co 3:16, 17; 6:19). As ações de ambos são intercambiáveis.
A dificuldade maior tem que ver com a personalidade do Espírito Santo. Será que os autores bíblicos realmente o viam como um ser pessoal? Em caso afirmativo, eles o viam como uma personalidade distinta de Deus e de Cristo? Essas perguntas podem ser anacrônicas em relação aos autores bíblicos, mas se tornaram importantes para o público cristão posterior. Quando se considera o Espírito Santo uma figura divina, três hipóteses podem ser levantadas: (1) um ser criado semidivino, uma espécie de superanjo; (2) outro nome/estado para o Cristo glorificado; e (3) uma expressão personalizada da Divindade.

A hipótese número 1 é totalmente antibíblica e levaria ao politeísmo. Os anjos são espíritos ministradores (Hb 1:14), mas não são o Espírito de Deus. Na Bíblia, o Espírito Santo nunca é apresentado como um anjo. Para perceber o absurdo de considerá-lo o anjo Gabriel, a terceira pessoa em um ranking a partir de Deus, é suficiente relembrar que Maria foi engravidada pelo poder do Espírito Santo, igualado ao poder do Deus todo-poderoso (Mt 1:18, 20; Lc 1:35). Estão os defensores dessa hipótese preparados para aceitar a lógica (isto é, ilógica) conclusão de que Jesus foi gerado por um anjo?

A hipótese número 2 tem alguns defensores. Muito cedo, um segmento da tradição cristã começou a identificar o Espírito com o Cristo preexistente e, consequentemente, com o Cristo ressuscitado/exaltado. No evangelho de João, especialmente em 14:15-26, vemos um impressionante paralelismo entre Cristo e o Espírito, o que sugere uma identificação funcional dos dois. Como diz Gary Burge, em The Anointed Community, Cristo foi o “molde” que João usou para falar do Espírito Santo. A personalidade do Parakletos joanino reflete inteiramente a personalidade de Cristo. Contudo, “o paralelo funcional simplesmente significa que o Parakletos serve como a presença de Jesus enquanto Jesus está ausente”.

O fato de o Espírito Santo não falar de si mesmo, mas de Cristo (Jo 16:13), sugere que ele não é Cristo, senão estaria falando de si mesmo. O Espírito Santo é o representante de Cristo. Além disso, foi o Filho quem encarnou, não o Espírito Santo. Assim como João (14:9-11) identifica Cristo com o Pai e, no entanto, os dois não são a mesma pessoa, a identificação de Cristo com o Espírito Santo não os torna a mesma pessoa.

Em 2 Coríntios 3:18, Paulo menciona o “Senhor, o Espírito”, mas também não está fazendo uma identificação total. No verso 17, uma alternativa gramaticalmente aceitável é “o Espírito é Senhor”, implicando que o Espírito Santo é Yahweh, o Senhor do Antigo Testamento. Linda Belleville sugere que a tradução poderia ser: “Agora o termo ‘Senhor’ se refere ao Espírito Santo.” Outra opção, aparentemente estranha, mas viável, é “o Senhor do Espírito”, significando que Cristo é o Senhor do Espírito Santo, pois este o representa pessoalmente.

Aqui vale mencionar uma afirmação um tanto misteriosa de Ellen White escrita em fevereiro de 1895: “Limitado pela humanidade, Cristo não poderia estar em todos os lugares pessoalmente; portanto, era vantagem para eles [os discípulos] que ele os deixasse, fosse para o Pai e enviasse o Espírito Santo como seu sucessor na Terra. O Espírito Santo é ele próprio despido da personalidade humana e independente dela” (Manuscript ­Releases, vol. 14, p. 23).
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À primeira vista, parece que ela está identificando Cristo com o Espírito Santo. Porém, o contexto mostra que não é esse o caso, conforme demonstrou o Dr. Alberto Timm na Revista do Ancião (julho-setembro de 2005). Outras declarações da autora tornam claro que ela considerava o Espírito Santo uma personalidade distinta. Em Evangelismo (p. 617), a autora escreveu: “O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus.”

Portanto, a hipótese número 3 (acima) é a mais coerente. Se considerarmos o todo das Escrituras, devemos ver o Espírito Santo como uma pessoa divina. Ele é Deus/Cristo em ação, mas é uma personalidade real e se manifesta com uma identidade distinta. O Espírito Santo é a presença pessoal da Divindade no Universo. É o que possibilita a efetividade de Deus em todas as partes do cosmos de forma inteligente, sem depender das criaturas. É a liberdade e o poder que Deus tem de ser transcendente e imanente ao mesmo tempo.

EVIDÊNCIAS

Há um debate quanto à personalização do Espírito Santo no Antigo Testamento. Podemos dizer que o Espírito está presente no Antigo Testamento de modo pessoal, mas conseguimos vislumbrar melhor sua silhueta quando o contemplamos com a lente do Novo Testamento. A revelação não é contraditória, mas é progressiva. Cristo trouxe uma nova revelação não apenas sobre o caráter do Pai, mas também sobre sua própria identidade e a identidade do Espírito Santo.

No Novo Testamento, encontramos vários indícios de que o Espírito Santo é um agente divino. Os autores bíblicos, especialmente João, Lucas e Paulo, o retratam como um personagem divino na dinâmica da salvação – o que nos dá o direito de fazer o mesmo. Para citar algumas ações, o Espírito pensa, sente, fala, escolhe, decide, aponta, envia, comanda, convence, intercede, guia e santifica. Os textos que indicam as ações inteligentes e propositais dele são muitos para citar. Apenas como exemplos, podemos mencionar João 15:26; 16:8; 16:13; Atos 10:19; 13:2; 16:6-12; e Romanos 8:26; 15:16. Seus atributos, tratamentos e atividades pressupõem uma personalidade inteligente. Assim como o pronome “eu” é usado por Deus (Êx 3:14), Cristo (Mc 14:62) e os anjos (Ap 22:9), o Espírito Santo também diz “eu” (At 13:2). Essa perspectiva de “primeira pessoa” indica personalidade.

Na tentativa de despersonalizar o Espírito Santo, alguns o identificam com o poder de Deus. Naturalmente, o Espírito é o poder de Deus; porém, é mais do que isso. Por exemplo, Lucas informa que “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder” (At 10:38), e diz que Jesus voltou do deserto “no poder do Espírito” (Lc 4:14). Isso sugere que “Espírito” e “poder” não podem ser equacionados pura e simplesmente. Seria redundância dizer “o poder do Espírito” se ele fosse apenas um poder impessoal. O poder acompanha o Espírito Santo, mas o Espírito é o agente de poder.

Em Romanos 11:34 e em 1 Coríntios 2:16, o apóstolo Paulo, fazendo alusão a Isaías 40:13, diz que nós “temos a mente de Cristo”, mas isso igualmente não significa que o Espírito Santo seja a mente de Cristo/Deus. O ponto implícito é: ninguém conhece a mente do Senhor, mas nós que temos a mente (= Espírito) de Cristo a conhecemos. É bom lembrar que, em Romanos 8:27, Paulo inverte a perspectiva, escrevendo que Deus “sabe qual é a mente do Espírito”. Nesse caso, o Espírito Santo é visto como distinto de Deus, pois ele intercede pelos santos.

Vários autores, alguns num nível semipopular, outros num âmbito mais sofisticado, têm construído um argumento gramatical em favor da personalidade do Espírito Santo a partir dos pronomes aplicados a ele em João 14 a 16. A palavra pneuma é neutra em grego e, tecnicamente, exigiria pronomes neutros impessoais. Porém, contrariando a gramática, João (14:26; 16:8, 13, 14) emprega pronomes pessoais masculinos como “ele” (ekeinos) em relação ao Espírito Santo. O próprio George Ladd afirma em sua conhecida obra A Theology of the New Testament: “Onde pronomes que têm pneuma como seu antecedente imediato estão no masculino, só podemos concluir que a personalidade do Espírito Santo está sendo sugerida.” Porém, essa linha de argumento não deve ser supervalorizada, pois, como mostrou o especialista em grego Daniel Wallace, o substantivo masculino Parakletos (Consolador) influencia o tratamento de Pneuma (Espírito).

Talvez seja mais consistente enfatizar o papel do Confortador. Em João 14:16, Jesus usa a palavra grega allon (“outro” da mesma espécie, ordem ou qualidade, “outro igual”) ao falar do Parakletos. Se Jesus tinha uma personalidade, então o Espírito Santo também deve ter, já que ele é como Jesus e o representa. O Espírito é chamado quatro vezes de “Confortador”, não um mero “conforto”. Para todos os efeitos, quando o Espírito Santo age, é o Deus pessoal quem está agindo, não um poder impessoal. Ele representa o próprio Deus/Cristo em ação.

Os autores bíblicos às vezes usam expressões impessoais em relação ao Espírito Santo, como “batizar”, “derramar”, “encher”, “selar” e “ungir”. Mas essa linguagem metafórica não deve ser considerada evidência de impessoalidade, pois os autores usam o mesmo tipo de linguagem em referência a Moisés ou a Cristo. Os israelitas foram “batizados” em Moisés e “beberam” da rocha/Cristo (1Co 10:2, 4). Os crentes são “batizados” em Cristo e “revestidos” de Cristo (Rm 6:3; Gl 3:27). As palavras podem ser figuradas e ter mais de um sentido.

PRESENÇA GLORIOSA

Um dos conceitos mais belos a respeito do Espírito Santo é o de que ele é a gloriosa presença pessoal de Deus no Universo. Em várias instâncias, Espírito e presença são sinônimos. Essa equivalência é vista nos paralelismos da poesia hebraica. Dois exemplos: “Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito” (Sl 51:11); “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face [presença]?” (Sl 139:7).

Os escritores do Novo Testamento também retratam o Espírito Santo como o meio pelo qual Deus está presente com seu povo. O mesmo verbo usado pela Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, para descrever a presença da nuvem gloriosa sobre o tabernáculo em Êxodo 40:35 (episkiazo, “cobrir”, “envolver”, “sombrear”) é empregado para explicar a ação do Espírito sobre Maria (Lc 1:35) e sobre Jesus e os discípulos na transfiguração (Mt 17:5; Mc 9:7; Lc 9:34). Segundo Paulo, Deus habita nos crentes através de seu Espírito (1Co 3:16; 6:19; Ef 2:22).

O conceito de presença não é incompatível com a ideia da personalidade do Espírito Santo. Longe de ser uma simples essência ou energia material, ou poder despersonalizado, o Espírito é o dinamismo inteligente e pessoal de Deus ao ele se relacionar com o Universo, incluindo todas as categorias de seres e níveis de realidade. O Ruah/Pneuma bíblico é Deus manifestado e percebido como uma personalidade infinita, misteriosa e imprevisível movendo-se em íntima proximidade conosco, o poderoso vento divino criando um ambiente de intimidade e conspirando para a vida, a sabedoria e o amor.

Enfim, como Griffith Thomas sumariza em The Holy Spirit of God, “o Espírito Santo é pessoal porque Deus é pessoal e é divino porque Deus é divino; embora possa ser dito que a personalidade do Espírito não seja tão evidente como a personalidade do Pai e a do Filho, é impossível pensar verdadeiramente a respeito do Espírito Santo como impessoal”. Acima de tudo, ele é divino e pessoal porque é Deus. Enquanto o Filho corporifica e localiza o Pai, o Espírito espiritualiza e universaliza Deus – para personalizá-lo para cada um. Se Cristo é Deus conosco e por nós, o Espírito é Deus em nós.

MARCOS DE BENEDICTO, doutor em Ministério, é editor da Revista Adventista

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Mais antiga evidência de vida na Terra está errada



Os fósseis que não eram fósseis

Análise do que eram chamados “fósseis mais antigos do mundo” - os microfósseis de 3,4 bilhões de anos de Apex chert - sugere que eles, na verdade, não são fósseis. De acordo com os pesquisadores, pilhas de minerais apenas deram essa aparência dentro das rochas. Esses microfósseis são frequentemente rotulados como a mais antiga evidência de vida na Terra. Agora, os livros didáticos podem ser reescritos com base nessas novas reivindicações. David Wacey, um curador na Universidade da Escola de Ciências da Terra de Bristol, trabalhou em colaboração com o falecido professor Brasier. Eles revelaram os novos dados, publicados na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, que mostraram que os microfósseis de Apex chert compreendem pilhas de minerais de argila em forma de placa, dispostos em cadeias semelhantes a vermes ramificados e cônicos. O carbono foi absorvido para as bordas desses minerais durante a circulação de fluidos, dando uma falsa impressão de vida fossilizada.

Wacey e sua equipe examinaram fatias ultrafinas de candidatos a “microfósseis”, para construir mapas em nanoescala de seu tamanho, forma, química e distribuição de carbono mineral. “Logo ficou claro que a distribuição de carbono era diferente de todas as outras observadas em microfósseis autênticos”, disse ele. “A falsa aparência de compartimentos celulares é dada por vários pratos de minerais de argila que têm uma química inteiramente compatível com um ambiente hidrotermal de alta temperatura.”

Ele disse que, em alta resolução, ficou claro que os “microfósseis” “pareciam ter uma morfologia espetada”, que era devido aos cristais de argila revestidos de ferro e carbono.

Antes de sua morte, o professor Brasier comentou: “Essa investigação deve, finalmente, proporcionar um capítulo final para o debate do microfóssil de Apex. Essas discussões têm nos encorajado a refinar tanto as perguntas e as técnicas necessárias para procurar vida remota no tempo e no espaço, incluindo os sinais de Marte ou além. Espera-se que os livros didáticos e sites agora se concentrem nas descobertas recentes e mais robustas de microfósseis de idade semelhante aos de Western Austrália, também por nós examinados no mesmo artigo.”

(Jornal Ciência)

Nota: A vida não está fácil para os evolucionistas... Primeiro foi o “osso vestigial” da baleia que caiu por terra como suposta evidência de evolução (confira aqui); agora é a vez dos “fósseis mais antigos do mundo”. É claro que os evolucionistas vão dar mil e uma explicações e voltarão à caça de outras “evidências”. Só fico pensando se esses erros tivessem sido cometidos por criacionistas... Aí não haveria perdão nem explicação. Que a boa ciência, experimental, empírica, continue revelando a verdade dos fatos. [MB]

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