quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Meu Amigo, O Espírito Santo – Tema 8: A FONTE


Texto Bíblico: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” João 4:14



Citação: “O que bebe da água viva perceberá que ela é “nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. João 4:14. O Espírito de Cristo é, dentro dele, como uma nascente manando no deserto, fluindo para refrigerar a todos e tornando os que se acham prestes a perecer ansiosos de beber da água da vida.” EGW, Review & Herald, 24 dez, 1908.


Ilustração:
Mostrar foto de uma nascente, poço, fonte, ou
Mostrar um copo com água


Você já viu uma nascente (fonte, mina) de água? A nascente é o lugar onde a água brota ou sai da terra, normalmente é um buraco bem pequenino em uma rocha ou na terra. A água vai saindo dali, depois ela vai aumentando e se torna em um riacho, a água vai crescendo e se torna um rio, e o rio vai levando a água até chegar no mar. De um pequeno buraquinho na rocha passa a ser um rio enorme com muita água.


História: (João 4)
Certo dia Jesus estava viajando com seus discípulos pela terra de Samaria. Ao chegar perto de uma cidade chamada Sicar. Jesus parou ao lado de um poço para descansar enquanto os discípulos foram perto da cidade comprar alimento. Enquanto ele estava ali, chegou uma mulher samaritana para tirar água do poço. Jesus lhe disse: Por favor, me dá um pouco de água. A mulher olhou assustada e disse: Como o Senhor que é judeu pede água para mim que sou samaritana?


Os judeus não gostavam e nem conversavam com os samaritanos, mas Jesus era diferente, Ele amava todas as pessoas não importa de onde eram ou o que faziam. Jesus lhe disse então: Se você soubesse quem é que lhe pede água, você lhe pediria e Ele lhe daria água viva. A mulher lhe disse: Água viva? Mas o Senhor nem tem balde para tirar água e como é que pode me dar água viva? Jesus lhe disse: Quem beber dessa água vai ter sede de novo, mas quem beber da água que Eu der nunca mais terá sede, pelo contrário, a água que eu lhe der será nele como uma fonte a jorrar para a vida eterna.


A mulher ficou confusa, pois não entendia o que Jesus queria dizer. Jesus queria que ela soubesse que quando nós bebemos da água viva que é Ele mesmo, isto é, quando aprendemos sobre Ele, temos cada vez mais vontade de aprender e o Espírito Santo dentro do nosso coração, vai nos ajudar a falar para os outros e eles também vão ter vontade de conhecer mais a Jesus. Então nós seremos como uma fonte jorrando Água Viva (Jesus) para as pessoas que estão perto de nós.


E vocês sabem o que a mulher samaritana fez depois que Jesus conversou com ela? Ela foi correndo para casa e convidou seu esposo, seus vizinhos e todas as pessoas que encontrava para irem até o poço conhecer Jesus. O Espírito Santo trabalhou no coração dela como uma fonte e ela levou a Água Viva para mais e mais pessoas até que toda a cidade ficou conhecendo Jesus. Você também quer ser como uma fonte para levar outras pessoas até Jesus? Então vamos orar?


Oração: Querido Deus, envie o Teu Santo Espírito ao meu coração. Eu quero que Ele seja dentro de mim como uma fonte, jorrando água viva para que outras pessoas também conheçam o Teu amor através de mim. Em nome de Jesus, Amém.


Atividade de Fixação: Visitar uma nascente, riacho ou poço e conversar sobre a história. Fazer um desenho sobre a história da mulher samaritana.


Meu Amigo, O Espírito Santo – Tema 7: A CHUVA


Textos Bíblicos: “Pedi ao SENHOR chuva no tempo das chuvas serôdias, ao SENHOR, que faz as nuvens de chuva, dá aos homens aguaceiro e a cada um, erva no campo.” Zacarias 10:1



Citação: “Como o orvalho e a chuva são dados primeiro para fazer com que a semente germine, e então para amadurecer a colheita, assim é dado o Espírito Santo para levar avante, de uma etapa para outra, o processo de crescimento espiritual. O amadurecimento do grão representa a conclusão do trabalho da graça de Deus na alma. Pelo poder do Espírito Santo deve a imagem moral de Deus ser aperfeiçoada no caráter. Devemos ser completamente transformados à semelhança de Cristo. …” Testemunho para Ministros, p. 506.


No Oriente a chuva temporã cai no tempo da semeadura. Ela é necessária, para que a semente possa germinar. Sob a influência dos fertilizantes aguaceiros, brota o tenro rebento. Caindo perto do fim da estação, a chuva serôdia amadurece o grão, e o prepara para a foice. O Senhor utiliza esses elementos da natureza para representar a obra do Espírito Santo. Como o orvalho e a chuva são dados primeiro para fazer com que a semente germine, e então para amadurecer a colheita, assim é dado o Espírito Santo para levar avante, de uma etapa para outra, o processo de crescimento espiritual. O amadurecimento do grão representa a conclusão do trabalho da graça de Deus na alma. Pelo poder do Espírito Santo deve a imagem moral de Deus ser aperfeiçoada no caráter. Devemos ser completamente transformados à semelhança de Cristo.” EGW, Review and Herald, 2 de março de 1897.


Ilustração:


Mostrar a chuva caindo, ou
Foto/desenho da chuva ou orvalho, ou
Usar um spray para espirrar água, ou


Você gosta de tomar banho de chuva? Eu gosto, a chuva é fresquinha e nos faz sentir bem. Mas sabe quem mais gosta da chuva? As plantas. Quando nós plantamos uma sementinha ela precisa ser aguada regularmente para começar a germinar e crescer. Mesmo as plantas grandes, as árvores precisam de água, e é por isso que Deus manda a chuva para que elas cresçam e produzam frutos na época certa. Quando as plantas não recebem chuva elas ficam secas, às vezes não produzem frutos e podem até morrer.


História: (Marcos 4:27-29)


A Bíblia fala de dois tipos de chuva que são muito importantes para as plantações. A primeira é a “chuva temporã”. Na região onde Jesus morava a chuva temporã caía na época em que as sementinhas eram colocadas na terra. Os agricultores aproveitavam para plantar nesta época porque aquela chuva ajudava a semente a germinar e a planta então começava a crescer. O segundo tipo de chuva que a Bíblia fala é a “chuva serôdia”. A chuva serôdia caia perto da época da colheita. Essa chuva ajudava o grão a amadurecer e o preparava para a colheita.


A Bíblia compara essas duas chuvas com o trabalho do Espírito Santo em nossa vida. A chuva temporã aconteceu quando a igreja cristã foi “plantada” na terra. Quando os discípulos iniciaram sua missão especial depois que Jesus foi para o Céu. Foi naquele dia especial conhecido como Pentecostes que Deus enviou o Espírito Santo, quando os discípulos estavam se preparando para anunciar ao mundo as boas novas da salvação. E sabe o que aconteceu? Eles falaram de Jesus com coragem e milhares de pessoas O aceitaram em seus corações.


Na Bíblia diz que um pouco antes da volta de Jesus, Deus vai enviar a segunda chuva especial, a chuva serôdia, que vai ajudar no “amadurecimento” da igreja em preparo para a colheita que é a volta de Jesus. Você e eu vamos ter o privilégio de fazer parte dessa chuva especial. Tudo que precisamos fazer é entregar nosso coração a Jesus, confessar nossos pecados, nos arrepender e pedir que Deus nos envie a chuva serôdia que é o Espírito Santo, para podermos mostrar o amor de Jesus ao mundo através das nossas palavras e ações. Vamos orar agora mesmo e pedir que Deus nos envie essa chuva especial?


Oração: Querido Deus, por favor, envie o Teu Santo Espírito ao meu coração. Eu quero receber essa chuva especial, quero ser cada dia mais parecido com Jesus e mostrar o Seu amor ao mundo. Em nome de Jesus, Amém.


Atividade de Fixação: Plantar uma semente e acompanhar o crescimento. Tomar banho de chuva. Fazer um desenho da chuva molhando uma plantação.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Teste da Natureza da Música Segundo os Escritos de Ellen G. White

Esse teste foi elaborado a partir dos princípios de música obtidos nos escritos de Ellen G. White. Portanto, são válidos para a igreja. Serve para orientação sobre a música e o canto na Igreja, se estão sendo dedicados a DEUS ou a outro foco, que pode ser o cantor, o compositor ou, o que é ainda pior, o próprio satanás. É importante cuidar‐se da questão do louvor uma vez que nos últimos tempos é profeticamente previsto um maciço ataque de satanás contra a igreja, em todas as frentes possíveis, portanto, isso inclui a música.
Para fazer o teste da música que você canta ou toca na igreja, ou que algum cantor ou instrumentista, conjunto instrumental ou vocal apresenta, basta responder a cada pergunta com “sim” ou “não”.


Teste da natureza da música
O foco de sua música ou cântico é de louvor a DEUS? Responda com sinceridade
Quesitos
Sim
Não
01
A música é suave e pura (Ed. 167)?


02
Os tons são claros e suaves (Test. V9, 143)?


03
Tons como a melodia dos pássaros (Ev. 510)?


04
Os tons são harmoniosos entre si (Ev. 510/511)?


05
O volume do som é suave e não fere os ouvidos (Carta 66, p 2 e 3, 1983)?


06
Não tem notas estridentes (Manuscrito 5, 1874)?


07
O canto é harmonioso (TS. V1, 45)?


08
O louvor é simples e entoado em tom natural (Ev. 510/511)?


09
A melodia é alegre e ao mesmo tempo solene (Ev. 507/508)?


10
A melodia flui sem esforço (Manuscrito 5, 1874)?


11
Aproxima da harmonia celeste (PP. 637)?


12
Os anjos cantariam juntos (Manuscrito 5, 1874)?


13
Glorifica a DEUS (carta 5.1850)?


14
Engrandece o nome de DEUS (FEC, 97)?


15
Ergue os pensamentos ao que é puro, nobre e edificante (PP. 637)?


16
Impressiona o coração com verdades espirituais (Ed. 167)?


17
Atrai para o lar celestial (DTN, 37)?


18
Conduz a santidade [separação do mundo] (T, v1, 496/497)?


19
Afasta os ouvintes da atenção ao terreno (DTN. 73)?


20
Afasta a mente do inimigo (carta 5.1850)?


21
Não leva a união com o mundo e suas diversões (PP. 637)?


22
Não tem gesticulações extravagantes (Manuscrito 5, 1874)?


23
Não há movimentos corporais (Manuscrito 5, 1874)?


24
As notas não são longamente puxadas (Ev. 510)?


25
Não há confusão de vozes nem dissonância (TS, v1, 45)?


26
Não vem do gênero das valsas frívolas (FEC 97)?


27
Não vem de canções petulantes que elogiam o homem (FEC 97)?


28
Não é ruidosa, vulgar, nem de abundante de entusiasmo (CPPE, 306)?


29
Não idolatra o músico ou cantor (T. v1, 506)?


30
As canções não são vulgares e próprias para salões de baile (T. v1, 506)?


31
Não se adapta facilmente ao palco (Manuscrito 5, 1874)?


32
A melodia não é forçada (Manuscrito 5, 1874)?


33
A música não serve para dança (ME, v2, 36)?


34
Não inclui tambores e o ritmo não domina a melodia nem a harmonia (ME, v2, 36)?


35
Não pertence a categoria do jaz, rock, blues, derivados ou correlatos (Manual da Igreja, 172)?



Quantidade de açúcar no refrigerante

Os sinais cósmicos mencionados em Mateus 24:29 ainda estão para se cumprir?


O texto bíblico declara que a segunda vinda de Cristo seria precedida por um grande terremoto, bem como por sinais cósmicos no Sol, na Lua e nas estrelas (ver Jl 2:31; Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25; Ap 6:12, 13). Os adventistas creem que estes sinais se cumpriram respectivamente com o terremoto de Lisboa, no dia 1º de novembro de 1755; o escurecimento do Sol e a Lua em cor de sangue, em 19 de maio de 1780; e a queda das estrelas, na noite de 13 de novembro de 1833. Mas pelos menos três argumentos básicos têm sido usados contra tais identificações. 
Um dos argumentos é que esses acontecimentos não passariam de fenômenos naturais, reincidentes e explicáveis cientificamente, que não poderiam ser considerados cumprimentos proféticos. Devemos reconhecer, no entanto, que esses fenômenos são “sinais” (Lc 21:25) mais importantes pelo seu significado do que pela sua própria natureza. Além disso, em várias outras ocasiões Deus usou meios naturais com propósitos espirituais. Por exemplo, o dilúvio envolveu água e uma arca (Gn 6-8); e entre as pragas do Egito haviam rãs, piolhos, moscas, pestes, úlceras, saraiva, gafanhotos e trevas (Êx 7-12). De modo semelhante, os sinais cósmicos, mesmo podendo ser explicados cientificamente, apontavam para importantes realidades espirituais. 
Outro argumento usado contra as identificações acima mencionadas é que elas já estão demasiadamente distantes da segunda vinda de Cristo para ainda ser consideradas sinais desse evento. Mas Cristo deixou claro que esses sinais deveriam ocorrer “logo em seguida à tribulação daqueles dias” (Mt 24:29), ou  seja, próximo ao término dos 1.260 anos de supremacia papal (Dn 7:25). Apocalipse 6:12-14 esclarece que a sequência terremoto;estrelas ocorreria no contexto da abertura do sexto selo, e não do sétimo selo, que é a segunda vinda de Cristo. William H. Shea, em seu artigo “A marcha dos sinais”,  Ministério, maio-junho de 1999, p. 12-13, identifica a seguinte sequência profética: (1) o grande terremoto de 1755; (2) o dia escuro de 1780; (3) o juízo sobre a besta em 1798; (4) a queda das estrelas em 1833; e (5) o início do juízo investigativo pré-advento em 1844. Assim como o grande terremoto e o  dia escuro precederam o juízo sobre a besta, a queda das estrelas antecedeu o início do juízo investigativo. 
Um terceiro argumento contra tais identificações é que o terremoto de Lisboa em 1755 não foi o mais intenso abalo sísmico já registrado. Independentemente de sua intensidade, o terremoto de Lisboa foi o mais significativo, em temos proféticos. Como prenúncio do término dos 1.260 anos de supremacia papal, o terremoto ocorreu em um domingo, Dia de Todos os Santos, quando os devotos  católicos estavam reunidos em suas igrejas, e nenhum dos supostos santos os conseguiu proteger. Otto Friedrich, em sua obra O fim do mundo (Rio de Janeiro: Record, 2000), p. 227-271, afirma que alguns padres e freiras anteviram em sonhos e visões que Lisboa seria destruída. 
A posição tradicional adventista é confirmada em  Nisto Cremos: as 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 8ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 417-419; e Tratado de Teología Adventista del Séptimo Día (Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2009), p. 1015-1017. Ellen G. White, em O Grande Conflito, p. 636-637, reconhece que, por ocasião da segunda vinda de Cristo, “o Sol aparecerá resplandecendo” à meia-noite e um “grande terremoto” abalará a Terra (Ap 16:18). Mas na mesma obra (p. 304-308, 333-334), a Sra. White assegura que os sinais cósmicos mencionados especificamente pelo profeta Joel (Jl 2:31), por Cristo (Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25) e pelo apóstolo João (Ap 6:12, 13) se cumpriram respectivamente em 1755, 1780 e 1833. Portanto, a Igreja Adventista do Sétimo Dia aceita os eventos ocorridos nessas datas como sendo os sinais preditos em Mateus 24:29. 


Revista do Ancião (outubro – dezembro de 2010) 
Dr. Alberto Timm

Existe base bíblica para a “unidade na diversidade doutrinária”?


Os defensores da “unidade na diversidade doutrinária” geralmente divergem da posição doutrinária oficial da Igreja, e buscam no assim chamado “pluralismo teológico” (uma espécie de democracia teológica) espaço para abrigar suas teorias e interpretações doutrinárias particulares. Gerhard F. Hasel, quando ainda dirigia os programas de PhD e ThD do Seminário Teológico da Universidade Andrews (EUA), me disse certa ocasião que o“pluralismo” simplesmente não existe. É apenas um rótulo que a pessoa usa para que suas ideias sejam aceitas. Mas, tão logo isso ocorra, o indivíduo se torna intransigente, como qualquer outra pessoa, para com as opiniões divergentes dos outros. Com o passar do tempo, tenho me convencido cada vez mais da veracidade dessa posição. 
O conceito de "unidade na diversidade" é realmente  enfatizado por Paulo em 1 Coríntios 12 em relação à "diversidade nos serviços" (v. 5) e à "diversidade nas realizações" (v. 6). Ellen White declara que "pela  diversidade dos dons e governos que Ele [Deus] pôs em Sua igreja, todos alcançarão a unidade da fé" (Testemunhos para Ministros, p. 29), e que "não devemos pensar que é nossa obrigação falar exatamente as mesmas coisas, representando as mesmas coisas por meio das mesmas palavras" (Manuscript Releases, v. 8, p. 67; Ibid., v. 9, p. 26). Mas em nenhum lugar da Bíblia ou dos escritos de Ellen White existe alguma insinuação em favor de uma unidade na diversidade de crenças e doutrinas. O que a Bíblia realmente ensina é a "unidade da fé" (Ef 4:13). 
Na mesma epístola que fala a respeito da "diversidade nos serviços" (1Co 12:5) e "diversidade nas realizações" (1Co 12:6), Paulo também enfatiza a unidade doutrinária. 
Por exemplo, em 1 Coríntios 1:10, ele exorta: "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer." Em 1 Coríntios 4:6, é dito: “não ultrapasseis o que está escrito”. Em Gálatas 1:8 e 9, Paulo acrescenta: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do Céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos pregue evangelho que vá além  daquele que recebestes, seja anátema.” 
Lamentavelmente, a identidade da Igreja está sendo  hoje seriamente ameaçada por um número considerável de pregadores e escritores que colocam a criatividade e a imaginação pessoais acima do bom-senso interpretativo. Existe uma forte tendência de se substituir a autoridade normativa da Palavra de Deus por intuições subjetivas atribuídas ao Espírito Santo(cf. Mt 7:21-23). Desconhecendo os princípios básicos de interpretação bíblica, muitos se sentem na liberdade de atribuir ao texto sagrado significados artificiais, destituídos de um claro “assim diz o Senhor”. 
A genuína unidade doutrinária só pode existir entre aqueles que reconhecem e aceitam a autoridade normativa da Palavra de Deus, e a interpretam adequadamente. Se aceitarmos o princípio de que devemos viver “de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4), jamais isolaremos partes das Escrituras em detrimento de outras. Se concordarmos que “a Bíblia é sua própria intérprete”, jamais nos sentiremos na liberdade de impor ao texto sagrado significados artificiais, não sugeridos pelo próprio texto. 
Portanto, mesmo em face à diversidade de dons e serviços dentro da comunidade de crentes (ver 1Co 12), devemos zelar pela unidade doutrinária e pela lealdade incondicional ao texto bíblico interpretado corretamente. É maravilhoso saber que nestes dias finais da história humana, caracterizados por  inúmeras interpretações artificiais e teorias conflitantes, “Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 595). 


Revista do Ancião (janeiro – março de 2009) Via Setimo Dia
Dr. Alberto Timm

Por ocasião do sacrifício de Cristo na cruz, morreu apenas a Sua natureza humana ou também a Sua natureza divina?

Este é um assunto complexo e de fácil distorção, no qual muitos são tentados a substituir a revelação divina por suas próprias teorias especulativas. Mas existem algumas declarações inspiradas que nos ajudam a compreender melhor o assunto. Por exemplo, em Isaías 9:6, Cristo é chamado de “Pai da Eternidade”. Em João 11:25, Ele mesmo afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Em  João 10:17, 18, Ele acrescenta: “porque Eu dou a Minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de Mim; pelo contrário, Eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” E no livro  O Desejado de Todas as Nações, p. 530, Ellen G. White diz: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.” 
Em harmonia com essas declarações, Ellen White argumenta no livro  Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 301: "Aquele que disse: ‘Dou a Minha vida para tornar a tomá-la’ (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer. [...] É Ele a fonte, o manancial da vida. Unicamente Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e vida, podia dizer: ‘Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la.’ João 10:18.” 
Nos comentários de Ellen White em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 5, p. 1.113, o mesmo conceito é corroborado: “Foi a natureza humana do Filho de Maria transformada na natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas foram misteriosamente fundidas em uma pessoa – o homem Cristo Jesus. Nele habitou corporalmente toda a plenitude da Divindade [Cl 2:9]. Ao ser Cristo crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não sucumbiu nem morreu. Isso teria sido impossível. [...] Quando a voz do anjo foi ouvida dizendo: ‘O Teu Pai Te chama’, Aquele que havia dito: ‘Eu dou a Minha vida para a reassumir’ [Jo 10:17] e ‘Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei’ [Jo 2:19], ressurgiu da sepultura para a vida que havia em Si mesmo. A Divindade não morreu. A humanidade morreu; mas Cristo agora proclama sobre o sepulcro de José: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ [Jo 11:25]. Em Sua divindade Cristo possuía o poder de romper os laços da morte. Ele declara ter vida em Si mesmo para conceder a quem Ele quiser.” 
Nas Meditações Matinais de Ellen G. White publicadas sob o título Exaltai-O! (1992), p. 
346, ela acrescenta: “Jesus Cristo depôs o manto real, Sua régia coroa e revestiu Sua divindade com a humanidade, a fim de tornar-Se um substituto e penhor pelo gênero 
humano, para que, morrendo em forma humana, por Sua morte pudesse destruir aquele 
que tinha o poder da morte. Ele não poderia ter feito isso como Deus; mas, tornando-Se 
como o homem, Cristo podia morrer. Pela morte venceu a morte.” 
Mas, se mesmo “a vida de um anjo não poderia pagar  a dívida” pela queda da raça humana (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 64, 65), seria suficiente que apenas a natureza humana de Cristo morresse na cruz? Este é, sem dúvida, um mistério para o qual não temos todas as respostas. No entanto, não devemos nos esquecer de que Cristo veio como o “último Adão” (1Co 15:45) para pagar o preço pelo resgate da raça humana (ver Rm 5:12-21; 1Co 15:20-22). Ele morreu como homem por todos os seres humanos. 
Além disso, Cristo morreu a “segunda morte” (Ap 2:11; 20:6, 14; 21:8) da qual não existe ressurreição de criaturas. Como essa morte representa a eterna alienação da criatura do seu Criador, somente Aquele que tem vida em Si mesmo poderia ressuscitar dessa morte. 
Portanto, mesmo que não tenhamos respostas a todas  as indagações que possam surgir com respeito ao “mistério da piedade” (1Tm 3:16), pela fé aceitamos as declarações inspiradas que nos dizem que na cruz morreu apenas a natureza humana de Cristo, e não a Sua natureza divina, que ficou misteriosamente velada durante a encarnação. 


Revista do Ancião (abril – junho de 2009) 
Dr. Alberto Timm

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