quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Camelo Pelo Fundo de Uma Agulha?

S. Mateus 19:24. Muitos concluem: Os ricos não poderão entrar no reino do Céu, desde que um camelo jamais passará pelo fundo de uma agulha.

Comentários Gerais

A palavra camelo é usada seis vezes no Novo Testamento:
1. Três vezes relatando uma ilustração de Cristo. S. Mat. 19:24; S. Mar. 10:25 e S. Luc. 18:25.
2. Duas vezes com referência às vestes de João Batista. S. Mat. 3:4 e S. Mar. 1:6.
3. Uma crítica de Cristo aos escribas e fariseus que coavam um mosquito e engoliam um camelo. S. Mat. 23:24.
Uma leitura rápida da passagem tem levado muitos à seguinte conclusão: Os ricos nunca poderão entrar no reino dos Céus, desde que um camelo jamais passará pelo fundo de uma agulha.
Vejamos primeiro o estudo do contexto porque ele nos ajudará na boa compreensão do texto.
Um moço rico aproximou-se de Cristo dirigindo-Lhe a pergunta: “Mestre, que farei de bom, para alcançar a vida eterna?” S. Mat. 19:16.
Jesus o informa da necessidade de guardar os mandamentos. A resposta do jovem foi incontinente: “Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?”
Preso aos bens materiais, a sua maneira de guardar os mandamentos, não se coadunava com as diretrizes divinas. Diante desta realidade foi que Cristo lhe expôs a necessidade de guardar os mandamentos não de maneira fria, ritualística e farisaica, mas sim de modo consentâneo com o desprendimento celeste.
O jovem rico, embora houvesse guardado os mandamentos literalmente, a sua atitude egoísta não se harmonizava com o que Deus espera de nós, guardara na letra, mas não no espírito, por isso de maneira franca e sincera Cristo lhe apresentou o que lhe faltava – desprender-se completamente das posses terrestres. O pedido do Mestre lhe pareceu exigente demais para ser cumprido, portanto o diálogo foi encerrado.
Cristo espera que Seus filhos não vejam as possessões com o única objetivo de trazer-lhes comodidade e conforto, mas como um privilégio outorgado por Deus para converter-se numa bênção aos mais carentes.
Os judeus tinham noções erradas sobre os ricos e os pobres, Inclinavam-se a pensar que a prosperidade era a prova máxima do favor divino e um símbolo das bênçãos de Deus; iam mesmo além em suas conjeturas, pois criam que era mais fácil a salvação para os ricos do que para os pobres. Cristo teve que desarraigar estas conclusões erradas, por isso O vemos antes deste incidente com o moço citar a parábola do Rico e Lázaro, onde o rico vai para a perdição e o pobre para a salvação. Longe de nós a conclusão simplista de que os ricos vão se perder, e de outro lado os pobres se salvarão. O ensinamento bíblico de acordo com esta passagem é este: É mais difícil para um rico ser salvo do que para um pobre. As riquezas podem ser perigosas para aqueles que as possuem.
O Comentário Adventista tem para o verso 23 a seguinte observação:
“É difícil para um homem rico obter o reino dos Céus, não porque ele é rico mas por causa da sua atitude para com as riquezas.”
O contexto de S. Mateus 19:24 não apresenta a impossibilidade da salvação para os ricos, mas apenas as maiores dificuldades que eles terão de vencer, basta ler os versos 23 e 26.
Os três maiores perigos das riquezas, de acordo com William Barclay, ao comentar S. Mateus 19:24 são estes:
1º) As posses numerosas fomentam uma falsa independência.
Quem tem bens materiais é inclinado a pensar que pode vencer qualquer situação inesperada. O dinheiro leva a pessoa a pensar que pode comprar o caminho da felicidade, bem como aquele que o livrará da dor. Pensa ainda que pode afastar todas as dificuldades sem Deus.
2º) As riquezas prendem as pessoas a este mundo.
“Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” S. Mat. 6:21.
Se tudo o que o homem deseja pertence a este mundo, se todos os seus interesses estão centralizados aqui, nunca pensa em ir ao mundo do além. Apegado demasiadamente à Terra é possível esquecer que há um Céu.
3º) As riquezas tendem a fazer a pessoa egoísta.
Por mais que possua é natural ao homem desejar um pouco mais. O suficiente é sempre um pouco mais do que se tem. A pessoa que chegou a desfrutar do luxo e da comodidade sempre tende a temer viver sem eles. A vida se converte em uma luta cansativa para reter o que se possui. O resultado é que quando o homem enriquece, em lugar de sentir o impulso de dar, só experimenta o desejo de prender-se às coisas. O seu instinto o leva a possuir mais e mais, em busca da segurança, que crê, as coisas lhe possam dar.
O perigo das riquezas é que estas levam o homem a esquecer que perde o que retém e ganha aquilo que dá aos outros.

Três Interpretações Para S. Mat. 19: 24

1ª) Houve uma substituição da palavra grega – kámilos – corda, para kámelos – o animal. O fundo da agulha considerar-se-ia literalmente.
2ª) A palavra camelo deve ser considerada literalmente, mas o fundo da agulha era uma pequena porta ao lado da porta principal de Jerusalém, pela qual um camelo passaria, após tirar-lhe a carga e, mesmo assim ajoelhado e aos empurrões.
3ª) Tanto o camelo quanto o fundo da agulha são considerados literalmente.
1ª) A Substituição por uma Palavra Semelhante:
Júlio Nogueira em seu livro A Linguagem Usual e a Composição pág. 350, sem citar nenhuma fonte, nem autoridade declara: “Tem-se visto em S. Mateus 19:24 um engano de tradução do texto grego, feita por S. Jerônimo: Em vez de kámilos, corda grossa, cabo, ele tomou a palavra kámelos, camelo.”
O que aconteceu foi o inverso, pois Robertson, na pág. 192, da sua memorável gramática afirma: “Alguns poucas manuscritos cursivos substituem kámelos por kámilos, mas isto é evidentemente um erro, um mero esforço para solucionar uma dificuldade do texto.”
R. C. H. Lenski, na obra The Interpretation of St. Mathew’s Gospel, pág. 755, confirma:
“Antes do quinto século kámelos não foi mudado para kámilos.”
O renomado comentarista Henry Alford na obra An Exegetical and Critical Commentary, vol. l, pág. 197 acrescenta:
“Nenhuma alteração para kámilos é necessária ou admissível. Esta palavra, com o significado de corda ou cabo, parece ter sido inventada para escapar da dificuldade encontrada aqui.”
O Dicionário Enciclopédico da Bíblia da Editora Vozes de Petrópolis corrobora as declarações anteriores:
“Sem muito fundamento autores mais recentes quiseram ler kámilos, corda grossa, em vez de kámelos, alegando que no Talmud se encontram expressões análogas e que no tempo bizantino essas duas palavras pronunciavam-se da mesma maneira.
A Crítica Textual nos esclarece que algum copista, séculos depois de Cristo fez a substituição para kámilos. Este fato apareceu em apenas alguns manuscritos cursivos, isto é, minúsculos.
A prova de que Cristo usou a palavra camelo, nós a temos no fato de que assim aparece nos primitivos manuscritos e nas primeiras traduções da Bíblia, como a Menfítica, Latina e Peshita.
2ª) A Explicação da Porta Estreita Chamada Fundo de Agulha
Aquino apresenta um comentário sobre Anselmo, observe a data (1033-1109 AD) declarando que este autor afirma que em Jerusalém havia certa porta, chamada “fundo de agulha” pela qual um camelo só passava se entrasse de joelhos, depois de lhe ser retirada toda a carga.
Existem muitas outras vagas citações, mais ou menos idênticas à seguinte:
Lorde Nugent, ouviu falar, faz muitos anos em Hebrom de uma entrada estreita para os que passavam a pé, ao lado da porta grande e que se denominava “o fundo de uma agulha”.
Talvez um dos livros que mais contribuiu, para que esta idéia se generalizasse foi Memórias de um Repórter dos Tempos de Cristo do Padre Carlos M. de Heredia, onde ele faz menção a esta porta estreita chamada “fundo de uma agulha”. Devemos notar bem que o próprio autor nos adverte no Prólogo, que sua obra é uma novela.
O comentarista Lenski, no mesmo livro e página já citados, prossegue:
“No século quinze foi tentado o oposto, o fundo de agulha foi aumentado pela referência a um pequeno portal, que era usado por viajores a pé ao entrarem em uma cidade murada, pelo qual um camelo poderia passar ajoelhado, depois de removida a sua carga. Isto mudou o impossível para o possível e tornou-se atrativo porque sugeria que, como o camelo tinha de deixar sua carga e arrastar-se sobre seus joelhos assim o homem rico teria que desprender-se de suas riquezas ou de seu amor por elas e humilhar-se sobre seus joelhos. Mas como em S. Mateus 23: 24 Jesus tinha em mente um mosquito e um camelo reais, assim aqui camelo e fundo de agulha são reais.”
O livro Jóias do Novo Testamento Grego, de Kenneth S. Wuest, pág. 25 diz:
“Alguns têm imaginado que o buraco da agulha referido fosse uma portinhola, no muro de Jerusalém, através do qual pudesse finalmente passar um camelo, depois de muitos puxões e empurrões.
“O grego de S. Mateus 19:24 e de S. Marcos 10:25 fala de uma agulha usada com linha, enquanto que o de S. Lucas 18:25 usa o termo médico que indica uma agulha usada nas operações cirúrgicas. É evidente que ali não é considerada nenhuma portinhola, mas sim, o pequeno orifício de uma agulha de costura.”
A palavra grega usada por Mateus (19:24) é “rhafis” = agulha de costura; enquanto Lucas por ser médico empregou “belone” = agulha cirúrgica.
Note bem a afirmação seguinte, encontrada na obra: A New Testament Commentary, G. C. Howley. Consulting Editors F. F. Bruce e H. L. Ellison:
“A interpretação popular em certos círculos de que o fundo de uma agulha é uma pequena porta dentro do portão de uma cidade é sem fundamento.”
Dentre os mais considerados estudiosos do Novo Testamento Grego se acha Vincent; este autor após comentar o verso 24 de S. Mateus 19, sintetiza enfaticamente:
“A alusão não deve ser explicada como se referindo a uma porta estreita chamada o fundo de uma agulha.”
Segundo o comentarista Broadus, esta explicação nada mais é do que uma conjetura sugerida da seguinte observação alegórica de Jerônimo:
“Assim como os camelos de Midiã e Efá (Isa. 60:6), vindos com dádivas, torcidos e apertados entravam pelas portas de Jerusalém, assim os ricos podem entrar pela porta estreita despojando-se de sua carga de pecados e de toda a deformidade corporal.”
O preeminente estudioso F. F. Bruce, conceituado entre nós por suas notáveis obras, no livro Answers to Questions, págs. 55 e 56, respondeu da seguinte maneira à um de seus inquiridores. Eis a pergunta e a resposta dada:
“Tem-se afirmado recentemente que a passagem que menciona um camelo passando pelo fundo de uma agulha (S. Mar. 10:25) tem sido mal traduzido devido a uma confusão entre as palavras gregas kámelos (‘camelo’) e kámilos (‘corda’), e que nosso Senhor realmente falou de uma corda passando pelo fundo de uma agulha. É isto assim?
“Em S. Marcos 10:25 a evidência textual parece ser unânime em favor de kámelos (‘camelo’). No tocante às duas analogias sinóticas, um punhado de minúsculos e a Versão Armênia atestam kámilos (‘corda’) em S. Mat. 19:24, bem como o fazem um mais recente uncial e uns poucos minúsculos em S. Luc. 18:25. Em todos os três lugares a evidência é esmagadora em favor de ‘camelo’, e isto é reconhecido pela maioria das traduções. Eu penso que no momento a única versão inglesa que dá a tradução de ‘corda’ é The Book of Books, publicada em 1938. Os poucas escribas ou editoras que substituíram ‘camelo’ por ‘corda’ podem ter sido inconscientemente influenciados pelo desejo de fazer a entrada de um rico no reino de Deus levemente menos difícil do que nosso Senhor disse que era.
“O mesmo pode ser dito da idéia de que Suas palavras se referem a uma pequena passagem subterrânea em um grande portão, através da qual um camelo poderia comprimir-se quando as entradas principais estivessem fechadas, por cujo motivo sua carga deveria ser primeiramente removida. Nosso Senhor Se referia aos embaraços na impossibilidade da entrada de um rico no reino. Se víssemos um camelo entrando pelo fundo de uma agulha, diríamos ser isto um milagre; e é igualmente um milagre um homem rico ser salvo. Esta não é minha interpretação, é a clara afirmação de nosso Senhor: ‘Para os homens é impossível, mas não para Deus; porque para Deus todas as coisas são possíveis’ (S. Mar. 10:27). Uma observação adicional: em comparação com as condições da Palestina nos dias de nossa Senhor, muitos de nós que gozamos os padrões do viver comum através de nossa ‘opulenta saciedade’ ocidental, hoje seríamos classificados como ‘ricos’.”

3ª) A Única Explicação Defensável:

“Tanto o camelo, como o fundo da agulha devem ser compreendidos literalmente. . . não é necessário sugerir que camelo poderia significar uma carda, ou que o fundo de agulha era um nome, às vezes, dado a um pequeno portão lateral para passageiros a pé. Nenhum expositor antigo adota este método de explanação, mas toma o fundo de agulha em sentido literal, como podemos crer que Cristo fez.”
Estas declarações foram feitas por Alfred Plummer na obra An Exegetical Commentary on the Gospel of Mathew, pág. 269.
Outro comentarista apreciado, especialmente por suas idéias conservadoras, é William Hendriksen. Em New Testament Commentary (Mathew), págs. 727 e 728, ele nos afirma:
“Para explicar o que Jesus quer dizer é inútil e injustificado tentar mudar camelo para cabo – veja S. Mat. 23:24, onde um camelo real deve ter sido empregado – ou definir o fundo de agulha como o portão estreito no muro de uma cidade, através do qual um camelo pode passar apenas de joelhos e depois de ter sido removida sua carga.”
Os comentaristas nos informam que Jesus Se valeu de uma ilustração, que já existia em forma de provérbio no seu tempo, como prova o Talmud. Em Babilônia, nesta mesma época, havia uma frase idêntica, apenas com a seguinte variante: “É mais fácil um elefante passar pelo fundo de uma agulha.”
Os exemplos poderiam ser multiplicados, como os do The Interpreter’s Bible, The Anchor Bible e muitos outros, porque nesta mesma tecla insistem os exegetas e comentaristas, mas para término de nossas considerações, apenas mais um relato: o do Comentário Adventista sobre S. Mateus 19:24.

Fundo de Uma Agulha

“A explicação que o fundo de uma agulha, se refere a uma porta menor aberta no painel de uma grande porta da cidade pela qual os homens podiam passar quando a grande porta estava fechada para o tráfego principal, originou-se nos séculos depois dos dias de Cristo. Não há portanto nenhum fundamento para tal explicação, embora ela possa parecer plausível, Jesus está tratando com impossibilidades (v. 26) e não há nenhum apoio para se defender uma explicação pela qual se possa traduzir como possível o que Jesus especificamente salientou como impossível.”
Será que há necessidade de aduzir mais exemplos comprobatórios, para a eliminação completa de explicações não alicerçadas em bases seguras?

Conclusão

Das três explicações existentes apenas uma é defensável para os teólogos adventistas, bem como para todos os eruditos das demais organizações religiosas.
Cristo estava usado uma hipérbole, figura que se caracteriza pelo exagero, com o objetivo de despertar a atenção dos ouvintes, para melhor fixar o fato na memória.
A informação de uma porta estreita se espalhou pelo mundo por influência de suposições e de relatos não fidedignos.
Jamais devemos usar explicações populares vulgarizadas, porque não são sancionadas pelos grandes estudiosas da Bíblia.
O seguinte princípio exegético não deve ser esquecido por nós.
O pregador deve ser bastante cuidadoso para não tirar do texto o que seu autor nunca tencionou dizer.
O contexto nos mostra que os impossíveis para os homens, tornam-se possíveis para Deus.
Extraído da Apostila Explicação de Textos Difíceis da Bíblia de Pedro Apolinário.

Pesquisadores testam extrato do fruto de romã na quimioprevenção e quimioterapia contra o câncer.


 O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum causador de mortes entre homens nos Estados Unidos. Uma das formas de prevenção é através do uso de produtos presentes na dieta dos humanos. O fruto da romã (Nome científico: Punica granatum L., Família: Punicaceae) é conhecido pelo seu potente efeito antioxidante e antiinflamatório. Pesquisadores do Departamento de Dermatologia da University of Wisconsin, Madison (Estados Unidos) detectaram os efeitos anti-tumorais do extrato do fruto na pele de ratos. Neste estudo com células do câncer de próstata, eles avaliaram as propriedades antiproliferativas do extrato aquoso do fruto da romã, a administração via oral do extrato nas concentrações de 0,1 e 0,2% resultou em uma significativa inibição no crescimento do tumor assim como um significativo decréscimo nos níveis de antígenos específicos da próstata. Os pesquisadores sugeriram que o suco do fruto da romã pode ser usado como quimioprotetivo contra o câncer assim como possui efeito quimioterapeutico contra o câncer da próstata em humanos.


Artigo original:
ARSHI MALIK, FARRUKH AFAQ, SAMI SARFARAZ, VAQAR M. ADHAMI, DEEBA N. SYED, AND HASAN MUKHTAR. Pomegranate fruit juice for chemoprevention and chemotherapy of prostate cancer. PNAS October 11, 2005 vol. 102 no. 41:14813–14818.
Artigo na íntegra: www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.0505870102LAUNERT. E. Edible and Medicinal
Via Cura pelas Plantas

Por que Ellen White afirma que Deus o Pai “exaltou” o Seu Filho diante das hostes angélicas por ocasião da criação do mundo, se Este sempre foi plenamente Deus?

 
Ellen White menciona em seus livros História da Redenção (cap. 1) e Patriarcas e Profetas (cap. 1) que Deus o Pai confirmou a plena autoridade do Seu Filho diante das hostes angélicas na época em que a criação deste mundo estava sendo planejada nos conselhos divinos. Para entendermos essa “exaltação” de Cristo, devemos ter em mente, em primeiro lugar, que ela ocorreu em uma situação de crise, em que a Sua posição estava sendo invejada e desafiada por Lúcifer. Insatisfeito por não ser convidado para os conselhos divinos dos quais Cristo participava, Lúcifer começou a propagar seu descontentamento pessoal entre os anjos.


Em face dessa situação, Deus confirmou diante das hostes angélicas o poder e a autoridade de Cristo. Mas esse ato do Pai não representou qualquer capacitação adicional de poder que o Filho ainda não possuísse. Ellen White esclarece, no mesmo contexto, que não houve “mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio.” – Patriarcas e Profetas, pág. 38.


Estudando detidamente as Escrituras, percebe-se que sempre existiu e sempre existirá uma eterna unidade essencial entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (João 5:17, 18; 10:30; I Cor. 2:10), e que também houve uma planejada subordinação funcional entre Eles no contexto da Criação (Gên. 1:2; Heb. 1:2; Apoc. 3:14) e da Redenção (João 14:26
e 28; 16:14). É provável que Lúcifer tenha se valido dessa evidente subordinação funcional por ocasião do planejamento da Criação, para propagar entre as hostes angélicas o sofisma de que Cristo não tinha o direito de reivindicar para Si qualquer unidade essencial com a própria Divindade. É lamentável que, ainda hoje, muitas pessoas usam o mesmo argumento para negar a plena divindade de Cristo.


Se Ellen White não cresse que Cristo era co-eterno com o Pai, ela jamais teria afirmado que “em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 530); que “desde toda a eternidade esteve Cristo unido ao Pai” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 228); que “nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus” (Evangelismo, pág. 615); e que devemos proclamar ao mundo “que somos crentes em Cristo, que, cremos na divindade de Cristo e em Sua preexistência” (Testemunhos para Ministros, pág. 253). Se a vida de Cristo tivesse sido derivada do Pai, mesmo em algum momento remoto da eternidade, como Cristo poderia ser chamado em Isaías 9:6 de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade”?


Luiz Nunes, em sua obra Crises na Igreja Apostólica e na Igreja Adventista do Sétimo Dia (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 1999), págs. 24-33 e 71-79, compara e contrasta algumas compreensões distorcidas sobre a natureza de Cristo, que apareceram tanto na Era Apostólica como nos primórdios da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Praticamente todas essas distorções se originaram com uma leitura parcial e tendenciosa dos textos bíblicos e, no caso de alguns adventistas, também dos escritos de Ellen White. Distorções doutrinárias acabam surgindo toda vez que alguém superenfatiza algumas declarações da Bíblia ou da Sra. White, em detrimento de outras igualmente importantes.


As declarações de Ellen White sobre a “exaltação” de Cristo, no contexto da criação do mundo, não devem ser isoladas de outras declarações que se referem a Cristo como sempre havendo possuído a plenitude do poder divino. Uma compreensão correta da natureza de Cristo só pode ser obtida se não enfatizarmos a subordinação funcional entre Cristo e Deus o Pai em detrimento da unidade essencial que sempre houve entre Eles. Embora durante a encarnação Cristo tenha Se humilhado, assumindo a forma de servo, nunca houve um tempo em que Ele não fosse plenamente Deus (Fil. 2:5-11). Como
cristãos adventistas, cremos que em Cristo sempre habitou e sempre habitará “toda a plenitude da Divindade” (Col. 2:9).


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm publicado na Revista do Ancião (janeiro – março de 2003).

Como as pessoas poderão ser enganadas no fim dos tempos?

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Como serão julgadas as pessoas que não conheceram a verdade sobre Deus e a Bíblia?


Hoje, o mundo todo possui mais de sete bilhões de pessoas. Este número cresce a cada dia, e destas pessoas, muitas não conhecem a verdade. Muitos morreram e morrem sem ter a oportunidade de ouvir as boas novas da salvação. Não sabemos como Deus irá julgar todos os casos, pois alguns deles constituem uma verdadeira incógnita para nós humanos.
Contudo, podemos estar certos de que Deus é misericordiosamente justo, a ponto de julgar da maneira mais justa que existe. Além do mais, Deus permitirá que avaliemos seu modo de julgar durante o milênio, quando estivermos no céu (I Coríntios 6:2 e 3; Apocalipse 20:4).
Podemos estar certos de que Deus julgará as pessoas de acordo com a luz do conhecimento da verdade que elas possuíram, ou que tiveram condições de assimilar, enquanto estiveram vivas. Ou seja, Deus não cobrará de ninguém nada daquilo que elas não possuem, ou não receberam, pois se assim fizesse, estaria sendo injusto.
Mesmo se uma pessoa não teve conhecimento da verdade antes de sua morte, nem do plano da salvação em Cristo Jesus, ela será julgada pela lei que existia em sua consciência (Romanos 2:11-16), e pelas coisas criadas que testificam da existência de Deus (Romanos 1:20). Contudo, não podemos julgar a ninguém, pois cada um terá que dar conta de si mesmo diante de Deus (Romanos 14:12).Portanto, podemos ter certeza de que Deus irá analisar cada caso, e julgar segundo o procedimento de cada um, conforme a luz recebida, pois cada pessoa toma sua própria decisão.

Resumo da História do Universo Conforme a Bíblia

Cronologia

Passado

A Eternidade no passado
1- A pré-existência de Cristo João 1:1.
2- Cristo é uma unidade com Deus Pai. João 10:30.
3- Cristo cria o Universo e os anjos (Serafins, Querubins etc). Colossenses 1:15-17.
Seres criados antes dos humanos
4- Anjos assistem a criação da Terra, então já existiam antes dos seres humanos. Jó 38:4-7.
5- A parábola em que o pastor deixa 99 ovelhas e vem buscar a ovelha perdida (Terra) MT 18:10-14, a existência de 24 anciões (Apoc 4:10) e líderes celestiais (Jó 1) denota criação vasta.
6- 1/3 dos anjos se rebelam. Um Querubim é o Lider. Eles perdem a guerra e são expulsos do Reino, se dirigindo ao recém criado Planeta Terra (Ezequiel 28:13-19, Apoc 12:4-12, Isaías 14:11-18)

Criação da Terra cerca de 4.221 AC

7- Da Criação ao Dilúvio passam cerca de 1656 anos
ACONTECIMENTOS:
Cristo chega ao nosso planeta, onde já havia água (Gen. 1:2) e o modela em 6 dias, santificando o sábado (Gen 1 e 2:1-3).
Satanás planeja e executa a queda da humanidade. Gen 3:17.
Queda de Adão e Eva. Gn. 3:1-7
Expulsão do Éden. Gn. 3:21-24
Caim mata Abel. Gn. 4
Nascimento de Noé. Gn. 5:28-29
Corrupção e Violência na Terra. Gn. 6:11
Dilúvio Global. Gn. 6:17-24
> Os dinossauros morrem no Dilúvio.
8- Do dilúvio ao Concerto com Abraão = 427 anos
ACONTECIMENTOS:
A Torre de Babel. Gn. 11
Nascimento de Abrão (Abraão). Gn. 11:27
A história de Jó. Jó. 1
9- Do Concerto de Abraão a entrada de Jacó no Egito = 215 anos.
ACONTECIMENTOS:
Nascimento de Isaque, Jacó e José. Gn. 21-30
José é vendido como escravo no Egito. Gn. 37:28
Fome e ida dos Hebreus para o Egito. Gn. 41
10- Da entrada de Jacó ao Exodo do Egito sob Moisés = 430 anos.
ACONTECIMENTOS:
A população de hebreus cresce. Gn. 47:27
A Escravidão e Opressão do povo. Ex. 8
Nascimento de Moisés. Gn. 21-30
A pragas contra o Egito. Ex. 7-11
Os Hebreus são libertos e depois perseguidos. Ex. 12
Atravessando o Mar Vermelho. Ex. 13-15
Recebendo os 10 Mandamentos. Ex. 20
11- Do Exodo a Construção do Templo = 480 anos.
ACONTECIMENTOS:
Israel vagueia pelo deserto por 40 anos. Nm. 14
A conquista e a divisão de Canaã. Js. 6-12
Israel torna-se uma nação .
Nascimento de Sansão. Jz. 13
Saul torna-se o primeiro rei. 1 Sm. 9
Davi mata Golias. 1 Sm. 17
O reinado de Davi 2 Sm 5 – 1 Rs 2 1025 – 985 a.C
Davi torna-se rei. 2 Sm. 5
Davi com Bateseba. 2 Sm. 11
A rebelião de Absalão. 2 Sm. 12
Davi prepara os materiais para o templo. 1 Cr. 22
Salomão torna-se rei. 1 Rs 1
O reinado de Salomão 1 Rs 2 – 1 Rs 11 985 – 945 a.C.
Salomão pede a Deus sabedoria 1 Rs 3
A construção do Templo, uma das maravilhas do mundo. 1 Rs. 6
12- Da edificação do Templo até a destruição de Israel por Babilônia = 407 anos
ACONTECIMENTOS:
Declínio de Salomão. 1 Rs. 11
A nação de Israel divide-se em duas: Judá ao Sul e Israel ao Norte. Neste período há uma sucessão de reis. Muitos eram maus, uns poucos eram louvados. Durante este tempo Elias realizou seu ministério. Jonas pregou em Nínive. Roma foi fundada. O templo foi restaurado.
Tempo dos profetas.
13- Do Cativeiro Babilônico até o nascimento de Cristo = 602 anos
ACONTECIMENTOS:
Nabucodonosor prende o Rei Joaquin de Judá em 606 AC.
Impérios mundiais:
1- Babilônia 608- 538 AC
2- Medos e Persas 538- 331 AC
3- Grécia – 331-63 AC
4- Roma – 63 AC – 476 d.C.
Deus não fala por cerca de 400 anos, se cumprem as profecias de Daniel.
14- Do nascimento de Cristo aos dias de hoje (ano 2009) = 2013 anos
ACONTECIMENTOS:
Cristo nasce por volta de 4 AC.
Matemáticos da Idade Media erraram em aproximadamente 4 anos a contagem.
31 – Morte e Ressurreição do Messias. Jesus sobe aos Céus e entra no Lugar Santo do Santuário Celeste.
476 – Queda do Império Romano.
538-1798 – Tempo da União Igreja-Estado (Daniel 7:25).
Anticristo Papal muda o calendário mundial e os mandamentos da Lei de Deus.
1517- Lutero se rebela contra o anticristo, nasce o protestantismo.
1776- Os Estados Unidos na profecia (Apocalipse 13:11-17).
1844 – Início no Reino do Céu do Juízo Pré-advento. Jesus adentra o Lugar Santíssimo do Santuário Celeste.
1945- Estados Unidos destroem Hiroxima e Nagazaki. Deus por volta de 1945 AC destruiu Sodoma e Gomorra.
1945-2009- Grandes invenções da computação
1991- Queda da URSS – EUA líder global. Profecia cumprida. (Apocalipse 13:11).

Presente

O Espírito Santo e os anjos ajudam na pregação do evangelho ao redor do mundo, guiando homens e mulheres ao serviço.
Jesus trabalha no Santíssimo do Santuário Celestial perdoando pecados confessados.

Futuro

15- Estados Unidos entram em aliança com o anticristo e modificam sua Constituição, acabando com a separação Igreja-Estado. (Apoc 13:11-17). Espíritos do espiritismo (demônios) disfarçados dos apóstolos e de Cristo aparecerem mundialmente e pedem que as pessoas obedeçam o anticristo.
16- Deus lança 7 Pragas sobre o mundo. (Apoc 16) Os cristãos verdadeiros não são machucados por elas. (Salmo 91). As nações são arrasadas.
GUERRA CIVIL
A população invade as igrejas, quebram tudo e matam os sacerdotes.
17- Jesus aparece nas nuvens do Céu com o exército angelical (Apoc 1:7, Mateus 24:31)
18- Santos são ressuscitados e santos vivos são transformados (I Tessalonicenses 4:14-17).
19- Ambas as classes são levadas aos Céus (I Tessalonicenses 4:14-17).
20- A Terra é destruída e fica sem habitantes humanos (Jeremias 25:30-33).
Durante o Milênio
21- Santos julgam o mundo (ímpios e anjos maus) e reinam com Cristo no Céu. (Cor 6:2-3, Apoc 20:6).
22- Satanás e seus anjos ficam presos a Terra desolada que voltou a ser um abismo, (Apoc 20:3) a mesma qualidade que tinha antes da criação. (Gen. 1:2).
Fim do Milênio
23- Nova Jerusalém desce do céu com todos os santos (Zacarias 14:4-6).
24- Jesus ressuscita os ímpios. Esta é a ressurreição da condenação que leva a segunda morte. (João 5:29, Apoc 2:11 e 20:5).
25- Satanás seduz os ímpios ressuscitados para invadir a Nova Jerusalém conquistando o Reino pela força. (Apoc 20:7-8).
26- Eles marcham pela superfície da Terra, fogo desce do céu e são consumidos. Cada um sofrerá de acordo com o julgamento que os santos fizeram durante os mil anos. (Apoc 20:9).
Nova Terra
27- Deus faz a Nova Terra (Apoc 21) após a destruição dos impios, de Satanás e seus anjos.
28- O trono de Deus e de seu Filho estará na Nova Terra que se tornará Capital do Universo.

Complemento:

1. As datas são aproximadas. A criação da Terra especialmente é dificil de se datar.
2. A Terra como rocha espacial existia antes de 4221 AC. De acordo com Gen. 1:1-2 existia até água nessa rocha espacial. Por volta de 4221 AC Cristo chegou aqui e completou a criação em 6 dias.
3. O método de datação evolucionista (carbono 14) afirma que a vida na Terra tem milhões de anos, mas o Carbono 14 não poderia ser utilizado se a Terra na antiguidade tivesse sido atacada por dezenas ou centenas de explosões de força nuclear. As moléculas do carbono 14 seriam desestruturadas e não serviriam para contagem de tempo.
Ocorre que por volta de 2565 AC houveram explosões fantásticas na crosta terrestre que partiu o continente único (Pangea) e desestruturou as moléculas de carbono 14. Os ossos dos antidiluvianos ficaram preservados nas regiões polares.
OBS: Estamos vivendo entre o Item 14 e o 15. A decadência moral, os desastres naturais e a corrupção política levarão as principais igrejas dos EUA a entrarem com um projeto de lei alterando a primeira emenda da Constituição e acabando com a separação Igreja-Estado, restabelecendo a perseguição às minorias e preparando o caminho para a destruição dos EUA e a segunda vinda de Jesus.

Um arco íris de cores em seu prato!

 Devemos ter uma alimentação colorida para fornecer ao nosso organismo todos os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento. Cada cor é responsável por uma propriedade nutricional diferente e é justamente por esse motivo, que todos os alimentos são importantes ao nosso corpo.  De acordo com a cor do alimento, percebemos a existência de compostos benéficos, por exemplo:

Os alimentos brancos, como a couve-flor, a batata, o arroz e a banana constituem fonte de cálcio e potássio e são imprescindíveis para a formação e manutenção dos ossos e funcionamento do sistema nervoso e dos músculos.

Os alimentos vermelhos, como morango, tomate, melancia, maçã, acerola, goiaba vermelha, framboesa, cereja e pimentão vermelho contêm licopeno que atua como antioxidante, neutralizando os radicais livres e protegendo o coração. Também são fontes de vitamina C.

Os alimentos amarelos ou alaranjados contém carotenóides presentes nos alimentos como o mamão, melão, cenoura, manga, laranja, damasco, pêssego e abóbora que tem atividade antioxidante e anticancerígena. Também possuem vitaminas A e C, que ajudam a manter o sistema nervoso saudável, protegem o coração e a visão.

Os alimentos azulados e arroxeados, tais como uva, ameixa, amora, beterraba, berinjela e repolho roxo possuem atividade antioxidante, retardando o envelhecimento.

Os verdes, como abacate, brócolis, chuchu, kiwi, limão, pepino, vagem e os folhosos em geral, contém clorofila, ferro e vitamina A agindo na desintoxicação das células, protegendo contra anemia, com ação anticancerígena, inibindo o envelhecimento e protegendo o coração, cabelos e pele.

E os alimentos marrons, tais como aveia, nozes, castanhas e cereais integrais são ricos em fibras, vitaminas do complexo B e vitamina E, auxiliando no funcionamento do intestino e prevenindo doenças cardiovasculares.

Uma refeição completa deve ser composta por folhas diversas, pelo menos um tipo de legume colorido (cenoura, beterraba, chuchu, quiabo, vagem), um tipo de cereal ou tubérculo (arroz integral, trigo, milho, pão integral, batata, inhame, mandioca), um tipo de leguminosa (feijão, grão de bico, lentilha ou ervilhas) e uma proteína (carne, peixe, frango, ovo ou soja).

Além disso, é essencial evitar a monotonia das cores. Caso já tenha consumido um alimento de determinada cor, esforce-se para consumir um alimento de outra cor.

Dessa forma, conhecendo as vantagens das cores de cada alimento, podemos escolher melhor nossas refeições, montando uma alimentação mais balanceada, saudável e mais atrativa.

Gabriela Mendes Taveiros
Nutricionista Dieta e Saúde
CRN3 32089

O Problema do Pecado e a Solução antes da Cruz

A maioria dos cristãos concorda com uma verdade fundamental: a salvação sempre foi realizada de uma só maneira – através da morte substitutiva de Jesus Cristo.


Todos os salvos que chegarem ao Céu, só chegarão lá por intermédio de Jesus, mesmo que não O conheçam por nome. Alguns saberão muito sobre o plano da salvação, outros, pouco; alguns terão vivido aqui debaixo de muita luz, outros, na escuridão.


Assim é que muito antes da plena revelação concedida no Calvário, Deus já estava ensinando ao Seu povo o que iria fazer para salvar o mundo do pecado.


O Problema do Pecado


Na Bíblia, o pecado é visto como uma inclinação (Rom.8:7). Nas próprias palavras de Cristo, o pecado é uma forma de escravidão (João 8:34). A grande ironia não é descobrir que os maus sejam maus, mas que os “bons,” podem ser muito maus. Para o apóstolo Paulo, “todos estão debaixo do pecado” (Rom.3:9); “Não há justo, nem um sequer” (Rom 3:10). A queda de Adão envolveu toda a raça humana. Os efeitos dessa catástrofe histórica levaram este planeta a ser habitado por uma raça de pecadores, cuja mente carnal está em inimizade contra Deus (Rom. 8:7,8). A doença chamada “pecado” é incurável pelos métodos convencionais. Ela não traz apenas escravidão, infelicidade e morte, mas a condenação divina. O homem não está apenas doente: ele está perdido.


De Adão, o pai da raça, não herdamos a culpa do seu ato, mas uma compulsão, uma tendência, uma inclinação para escolher o mal, uma natureza em rebelião. Quer gostemos disto ou não, creiamos ou não, admitamos ou não, cada pessoa que nasce neste pequeno planeta, a despeito dos resíduos da imagem de Deus nele, nasce com uma orientação para o mal que precisa ser radicalmente corrigida. O pecado, portanto, é universal, espontâneo, e impossível de ser erradicado por recursos humanos.


Misturado com o orgulho, o pecado induz a crer que nossas opiniões e limitados poderes de raciocínio, e a “sabedoria” coletiva da humanidade, são superiores à revelação de Deus. O pecado é extremamente perigoso e fatal para se entrar em negociação com ele. Não podemos, com segurança, fazer acordo com ele, nem por um momento.


1. As várias definições de pecado


Muitos entendem o pecado apenas em termos de uma única definição: pecado é a “transgressão da lei” (I João 3:4). Assim, o pecado passa a ser entendido apenas em termos de atos específicos do comportamento. Embora tal definição seja bíblica e correta, ela não é a única. Veja por exemplo Tiago 4:17: “Aquele, pois que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado.” Aqui, pecado é mais do que aquilo que praticamos contrário à lei. A omissão, isto é, aquilo que não fazemos, quando sabemos o que deve ser feito, constitui pecado! Colocada nestes termos, a questão do pecado se torna muito mais séria. Em Romanos 14:23, aprendemos ainda que “…tudo o que não provém da fé é pecado.” Pecado aqui é colocado na esfera do relacionamento de fé e confiança. Pense nas implicações desta outra definição. Neste caso, mesmo ações corretas em si mesmas, se não motivadas pela fé, constituem-se pecado. Em outras palavras, uma boa ação pode ser envenenada pela intenção que a motiva.


O Antigo Testamento registra vários termos diferentes para definir pecado. Por exemplo, pecado é rebelião (Isa.1:2), envolvendo a idéia de revolta contra Deus. Pecado é deixar de cumprir o dever, errar o alvo. Pecado é desobediência (Rom.5:19). A diversidade das facetas do pecado indica a complexidade desta doença crônica que afeta a todos.


2. Pecado e Pecados


Outro aspecto sobre o pecado que deve ser compreendido é que as Escrituras fazem uma distinção entre pecado e pecados. Os “pecados” (no plural) são os atos, a conseqüência, o sintoma da doença. O “pecado” (no singular) é a condição, o estado, a doença em si. Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Ironicamente, a maioria dos cristãos está mais preocupada com os “pecados” (os atos) do que com o “pecado” (a condição que produz os atos). Os pecados são os sintomas do pecado, que é, como vimos, um estado básico de rebelião contra Deus. Pecado não é primariamente a quebra da lei, mas o rompimento da relação com Deus. Neste sentido, antes de ser a transgressão da lei, o pecado é o resultado da separação de Deus (Isa.59:2).


3. O pecado nos impede de perceber as verdades espirituais – II Cor.4:3-4; Rom.1:21 e 22


Sendo seres mergulhados no pecado, como podemos entender completamente a magnitude do pecado? Realmente não podemos. É como tentar olhar para um quadro-negro em um quarto escuro. E embora não possamos entender completamente o pecado, ainda podemos compreender o suficiente para saber sua natureza maligna. O pecado, para ser entendido como pecado, deve ser considerado no contexto de quem somos em relação a Deus. Deve ser visto como um estado da existência tanto como os atos e as ações. Realmente, os próprios atos são resultantes do estado de pecado em que existimos. Então, o pecado é tanto quem somos como o que fazemos, porque, no fim, fazemos o que fazemos porque somos o que somos.


4. O pecado leva inevitavelmente à morte – Rom.6:23; I João 5:19


O pecado em todas as suas variedades e graduações paga sempre o mesmo salário: a morte. Embora prometa muito e frequentemente seja até agradável (Heb.11:25), o pecado é enganoso (Heb.3:13) e degradante, sem nenhum resultado verdadeiramente benéfico.


A destruição física exterior causada pelo pecado é só uma parte do problema. O pecado vai muito mais fundo do que os resultados físicos. Em última instância, é rebelião contra a soberania de Deus. É a recusa de aceitar Sua autoridade na vida, na conduta e no destino final, e se manifesta em diferentes comportamentos morais, espirituais e éticos que inevitavelmente levam ao sofrimento e à morte.


A Medida Extrema Necessária para nos Livrar da Condenação do Pecado


“É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja.” Luc. 24:7


“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” II Cor. 5:21


“Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados.” I Ped. 2:24


Caim e Abel e o Evangelho antes da Cruz


Vale a pena relembrar os comentários de Ellen White no livro Patriarcas e Profetas:


“Caim e Abel, filhos de Adão, diferiam grandemente em caráter. Abel tinha um espírito de fidelidade para com Deus; Caim, porém, acariciava sentimentos de rebeldia, e murmurava contra Deus por causa da maldição pronunciada sobre a Terra e sobre o gênero humano, em virtude do pecado de Adão. Caim permitiu que sua mente se deixasse levar pelo mesmo conduto que determinara a queda de Satanás, condescendendo com o desejo de exaltação própria e pondo em dúvida a justiça divina.


Esses irmãos foram provados, assim como o fora Adão antes deles, para mostrar se creriam na Palavra de Deus e obedeceriam à mesma. Estavam cientes da providência tomada para a salvação do homem, e compreendiam o sistema de ofertas que Deus ordenara.


Abel apreendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se como um pecador e trazia morta a vítima, aquela vida sacrificada, reconhecendo assim as reivindicações da lei, que fora transgredida. Por meio do sangue derramado olhava para o futuro sacrifício, Cristo a morrer na cruz do Calvário; e, confiando na expiação que ali seria feita, tinha a confiança de que sua oferta era aceita.


Caim tivera, como Abel, a oportunidade de saber e aceitar estas verdades. Não foi vítima de um intuito arbitrário. Um irmão não fora eleito para ser aceito por Deus, e o outro para ser rejeitado. Abel escolheu a fé e a obediência; Caim, a incredulidade e a rebeldia. Nisto consistia toda a questão.


Caim e Abel representam duas classes que existirão no mundo até o final do tempo. Uma dessas classes se prevalece do sacrifício indicado para o pecado; a outra, arrisca-se a confiar em seus próprios méritos; o sacrifício desta é destituído da virtude da mediação divina, e assim não é apto para levar o homem ao favor de Deus. É unicamente pelos méritos de Jesus que nossas transgressões podem ser perdoadas. Aqueles que não sentem necessidade do sangue de Cristo, que acham que sem a graça divina podem pelas suas próprias obras conseguir a aprovação de Deus, estão cometendo o mesmo erro de Caim. Se não aceitam o sangue purificador, acham-se sob condenação. Não há outra providência tomada pela qual eles possam se libertar da escravidão do pecado.


A classe de adoradores que segue o exemplo de Caim inclui a grande maioria do mundo; pois quase toda a religião falsa tem-se baseado no mesmo princípio – de que o homem pode confiar em seus próprios esforços para a salvação. Alguns defendem que a espécie humana necessita não de redenção, mas de desenvolvimento – que ela pode aperfeiçoar-se, elevar-se e regenerar-se. Assim como Caim julgava conseguir o favor divino com uma oferta, a que faltava o sangue de um sacrifício, assim esperam estes exaltar a humanidade acima da norma divina. A história de Caim mostra qual deverá ser o resultado. Mostra o que o homem se tornará separado de Cristo. A humanidade não tem poder para regenerar-se. Ela não tende a ir para cima, para o que é divino, mas para baixo, para o que é satânico. Cristo é a nossa única esperança. “Nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” “Em nenhum outro há salvação.” (Atos 4:12).


A verdadeira fé, que confia inteiramente em Cristo, manifestar-se-á pela obediência a todos os mandamentos de Deus. Desde o tempo de Adão até o presente, o grande conflito tem se dado com referência à obediência à lei de Deus. Em todos os séculos houve os que pretendiam ter direito ao favor de Deus, mesmo enquanto estavam a desatender algumas de Suas ordens. Mas as Escrituras declaram que pelas obras a “fé foi aperfeiçoada”, e que, sem as obras da obediência, a fé “é morta”. (Tia. 2:22 e 17). Aquele que faz profissão de conhecer a Deus, “e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. (I João 2:4).


A escolha dependia de Caim mesmo. Se ele confiasse nos méritos do Salvador prometido, e obedecesse às ordens de Deus, desfrutaria de Seu favor. Mas, se persistisse na incredulidade e na transgressão, não teria motivos de queixa por ser rejeitado pelo Senhor.


Mas Caim viveu apenas para endurecer o coração, para fomentar a rebelião contra a autoridade divina, e tornar-se o chefe de uma linhagem de pecadores ousados e perdidos.


A tenebrosa história de Caim e seus descendentes foi uma ilustração do que teria sido o resultado de permitir ao pecador viver para sempre, para prosseguir com sua rebelião contra Deus. A paciência de Deus apenas tornou o ímpio mais ousado e desafiador em sua iniqüidade.


A sentença divina, abreviando uma carreira de desenfreada iniqüidade, e livrando o mundo da influência dos que se tornaram endurecidos na rebeldia, era uma bênção e não maldição.


Satanás está constantemente em atividade, com intensa energia e sob mil disfarces para representar falsamente o caráter e governo de Deus. Com planos extensos e bem organizados, e com poder maravilhoso está ele a agir para conservar sob seus enganos os habitantes do mundo. Deus, o Ser infinito e todo sabedoria, vê o fim desde o princípio, e, ao tratar com o mal, Seus planos foram de grande alcance e compreensivos. Foi o Seu intuito não somente abater a rebelião, mas demonstrar a todo o Universo a natureza da mesma. O plano de Deus estava a desdobrar-se, mostrando tanto Sua justiça como Sua misericórdia, e amplamente reivindicando Sua sabedoria e justiça em Seu trato com o mal.”


1. O sacrifício substitutivo do cordeiro – Gên.3:21 – Gên.4:1-5


O fato de que Abel trouxe uma “oferta do primogênito de suas ovelhas” (Gên. 4:4) sugere que ele tivesse aprendido isto de seus pais, o que certamente seria algo também conhecido por Caim. Além disto, Moisés, ao escrever esta narrativa, o faz com base em toda a informação subseqüente, que lhe havia sido comunicada sobre o serviço do santuário. Isto, de certa forma, justifica as omissões de todos os detalhes da narrativa.


A real diferença entre os dois irmãos está na atitude, de fé ou incredulidade, das quais as ofertas eram uma manifestação exterior.
As atitudes dos dois irmãos, à luz do que sabemos deles no Novo Testamento, são também símbolos daqueles que se aproximam de Deus em obediência e submissão ou seguem seus próprios métodos, em rebelião e arrogância. O fato de que o Senhor “não atentou para a oferta de Caim” (Gên. 4:5) confirma que aquilo “que não provém da fé é pecado” (Rom. 14:23).


2. O conceito divino de obras más e obras justas – I João 3:11-12


A história de Caim e Abel costuma ser considerada o primeiro exemplo do contraste entre os que aceitam a justiça de Cristo pela fé e os que buscam obter a salvação por suas “boas obras”. As obras de Caim foram consideradas más porque foram praticadas na tentativa de obter a salvação, enquanto as obras de Abel, partindo de um coração que entendia a necessidade de um sacrifício pelo pecado, foram consideradas justas. Em outras palavras, só os que entendem sua total dependência de Deus para a salvação, sua total dependência de um Substituto, podem produzir o que seria considerado “boas obras”. O valor das obras deve ser visto, talvez, nos motivos que lhes dão origem: as obras feitas por um coração que busca obter a salvação são consideradas más, enquanto as obras praticadas por alguém que expressa gratidão pela salvação já efetuada são consideradas justas.


3. A “Síndrome de Caim”


Alguns cristãos sofrem o que poderia ser chamado de Síndrome de Caim. Ele achava que a oferta de trabalho das suas mãos seria suficiente para Deus. Você já se surpreendeu pensando assim, especialmente levando em conta as boas coisas que fez a fim de estar bem com Deus?


A oferta de Caim não exprimia arrependimento do pecado. Achava, como muitos agora, que seria um reconhecimento de fraqueza seguir exatamente o plano indicado por Deus, confiando sua salvação inteiramente à expiação do Salvador prometido. Preferiu a conduta da dependência própria. Viria com seus próprios méritos. Não traria o cordeiro, nem misturaria seu sangue com a oferta, mas apresentaria seus frutos, produtos de seu trabalho. Apresentou sua oferta como um favor feito a Deus… Caim obedeceu ao construir um altar, obedeceu ao trazer um sacrifício; … porém … a parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída.” – Ellen White, Patriarcas e Profetas, pág.72.


Caim exemplificava o princípio universal da falsa religião – que ensina que os seres humanos podem depender dos seus próprios esforços para obter a salvação. Caim estava disposto a adorar a Deus, mas à sua própria maneira e por seus próprios méritos. Ele poderia agradecer a generosidade de Deus, mas não estava disposto a reconhecer sua culpa nem a necessidade de um novo coração, ou de um Cordeiro. Por trás dessa obstinada auto-suficiência estava o orgulho e a ira, que o levaram a matar seu irmão, cujos esforços para oferecer o cordeiro exigido por Deus eram uma afronta intolerável para a auto-estima de Caim.


Abraão e o Evangelho antes da Cruz


Os cristãos vêem nesta experiência – o cordeiro sacrificado em lugar do filho – um símbolo do plano de salvação, da morte de Jesus em nosso lugar. Em Abraão encontramos outro extraordinário modelo de fé e submissão.


1. Nem mesmo um ato de abnegação total era suficiente para expiar o pecado – Gên.22:1-19


Uma das coisas que Deus nos diz aqui pelo evangelho é que nem mesmo um ato voluntário de abnegação total – de Abraão sacrificar o próprio filho – era suficiente para expiar o pecado. O problema do pecado era muito profundo para que qualquer de nós, pecadores, tivéssemos como resolvê-lo. Nem mesmo um ato como o que Abraão estava disposto a fazer, por fé e submissão, era suficiente. Só o próprio Senhor podia cuidar do problema do pecado; só Ele podia prover o Cordeiro necessário.


2. Abraão compreendia o plano da salvação


Está claro que, por mais que Abraão entendesse o plano de salvação anteriormente, passou a entendê-lo melhor ainda. Sem dúvida, aquela foi uma lição dolorosa.


A declaração de Abraão: “Deus proverá para Si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gên.22:8) revela que ele compreendia a essência do evangelho.


A experiência vivida por Abraão nos mostra como Deus provê para nós o que necessitamos durante os tempos de prova.


3. Deus condena sacrifícios humanos – Lev.20:1-5


Deus não estava dando um precedente para os sacrifícios humanos. Ao contrário, estava dando um exemplo expressivo da suprema verdade do evangelho, de que na plenitude dos tempos Ele permitiria que Seu Filho unigênito morresse pelos pecados do mundo. Antes de Abraão poder consumar o sacrifício, Deus proveu um cordeiro em lugar de Isaque.


4. Uma conversa de pai para pai


Ninguém mais do que Abraão pode compreender o quão doloroso foi para Deus o plano da salvação; o ter de consentir na morte de Seu próprio Filho para resgatar a humanidade da prisão do pecado. Somente quem experimentou de perto tal experiência pode ter uma dimensão mais próxima da extrema gravidade do pecado e de suas terríveis consequências.


Abraão, na última hora, teve a vida de Seu filho poupada pela morte substitutiva do cordeiro. Mas com Deus, o Pai, não foi assim.


5. Isaque era um símbolo do Filho de Deus


Abraão confiou que Deus devia ter um plano mais amplo, muito embora não pudesse ver qual era esse plano.


“Deus designara que o oferecimento de Isaque prefigurasse o sacrifício de Seu Filho. Isaque era uma figura do Filho de Deus, que foi oferecido como sacrifício pelos pecados do mundo. Deus desejava impressionar Abraão com o evangelho da salvação aos homens; e a fim de tornar a verdade uma realidade, e de testar sua fé, Ele requereu que Abraão matasse seu querido Isaque. Toda a agonia que Abraão suportou durante essa prova negra e terrível tinha o propósito de impressioná-lo profundamente com a compreensão do plano da redenção para o homem caído.” – The SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.094. Deus estava não apenas testando a fé de Abraão, mas estava também oferecendo uma compreensão mais profunda de Seu incrível dom de salvação.


6. A construção do templo de Jerusalém


Quase um milênio mais tarde, o templo de Jerusalém foi construído no monte Moriá (II Crôn.3:1), estando o Calvário nas proximidades. Essa convergência de locais e eventos mostra a clareza e a continuidade do propósito de Deus.


7. A relação entre fé e obras


Paulo (Rom. 4) e Tiago (cap. 2), não estão em conflito. Eles são complementares. Paulo combate uma falsa noção de obras: obras como sendo meritórias para a salvação. Tiago combate um falso conceito de fé: fé como crença, como mera profissão, sem a correspondente expressão de obediência e submissão. Como no caso de Abraão, as obras não são a base da fé, mas a evidência dela. Fé verdadeira não nos isenta da obediência, mas dá-nos uma nova motivação para obedecer!


A Serpente no Deserto e o Calvário – Núm 21:4-9


Um aspecto interessante nesta história é o fato de que o povo devia olhar para a cópia de uma serpente a fim de viver. Por que, entre todas as criaturas, logo para uma serpente, que na Bíblia, como também na própria literatura antiga, era símbolo do mal? (Gên. 3:1; Apoc. 20:2)


Em João 3:14 e 15 está clara a idéia de que a serpente era um símbolo de Cristo. Mas, por que afinal um símbolo do mal seria usado para representar a Cristo? Alguns acham que a resposta é a natureza da morte de Cristo. Na cruz, Ele levou o nosso pecado, e não só o nosso, mas do mundo inteiro. Ele até Se tornou pecado por nós (II Cor. 5:21). E é exatamente através desta morte em nosso lugar que podemos buscar e encontrar salvação do mal que de outra forma nos destruiria. Este é um dos grandes paradoxos da fé cristã: Jesus Cristo Se tornou na cruz o enfoque de todo mal. Vem daí a serpente como símbolo de Cristo, Aquele que tomou todo o mal do mundo.


1. Exemplo de confiança em Deus


Ponha-se na posição de um israelita que acabava de ser picado por uma serpente mortal, que já havia matado outros ao seu redor. Alguém lhe diz que a única maneira de viver é olhar para uma cópia da serpente. Este é um bom exemplo do que significa viver pela fé, confiar naquilo que você não entende completamente e aceitar sua absoluta incapacidade para salvar a si mesmo.


“A mesma lição que Cristo ordenou a Moisés que desse aos filhos de Israel no deserto, destina-se a todas as pessoas que sofrem sob a mácula da praga do pecado. Da entumecida nuvem Cristo falou a Moisés e disse-lhe que fizesse uma serpente de metal e colocasse numa haste, e mandasse então a todos os que fossem mordidos pelas serpentes ardentes que olhassem e vivessem. Que seria se, em lugar de olhar como Cristo lhes ordenara, eles dissessem: ‘Não creio que me faça o mínimo beneficio o olhar. Sofro demasiado com a picada da venenosa serpente.’ Obediência, eis o objetivo a alcançar; obediência implícita e cega, sem deter-se para indagar a razão ou a ciência do assunto. A palavra de Cristo era: ‘Olha e vive’.” – Ellen White, Nossa Alta Vocação, pág. 20.


Qual a probabilidade de alguém ser curado de uma picada mortífera e sobreviver, simplesmente por olhar à imagem de uma serpente suspensa em um poste? Do ponto de vista humano, nenhuma, assim como banhar-se sete vezes nas águas do Jordão não poderia curar alguém de uma doença como a lepra (II Reis 5:10). A cura dos israelitas aflitos não dependia da eficácia da serpente de bronze mais do que a cura de Naamã dependia das águas de um rio insignificante, quase estagnado. A questão apresenta um paradoxo deliberado. A dramática provisão do Senhor exige uma resposta pessoal de fé em Sua graça, misericórdia e instrução. A serpente do deserto é um símbolo da oferta da cruz e toda a história que ela simboliza, a qual “é loucura para os que se perdem, mas o poder de Deus para os que se salvam” (I Cor. 1:18)


2. A frustrada expectativa de um futuro imediatamente glorioso


Os israelitas achavam que suas reclamações no deserto pareciam perfeitamente justificáveis. Eles esperavam um futuro glorioso logo imediatamente após serem salvos do Egito. Mas, ao contrário, estavam na pior das viagens enquanto vagavam pelo deserto. Deus nos acalma, dizendo que “em vos converterdes e em sossegardes está a vossa salvação, no sossego e na confiança está a vossa força” (Isa.30:15). Devemos aprender a confiar nas ordens simples e diretas de Deus mesmo quando estamos enfrentando os percalços da viagem no deserto desta vida.


Apelo: A Terapia da Libertação do Pecado


Jesus veio para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo (Heb.9:26). Os capítulos 6 a 8 de Romanos nos guiam não só à doutrina, mas também à terapia por meio de processos práticos pelos quais Cristo liberta da lei do pecado e da morte, e dá uma nova natureza que opera em harmonia com os justos requisitos da lei divina. Ele fez provisão para que o pecado não tenha mais domínio sobre nós, mas para que Sua graça reine suprema em nossa vida (Rom.6:14).


Texto de Autoria do Dr. Mauro Braga – IASD Brooklin

O casamento entre parentes é biblicamente correto?

Todos os milagres vem de Deus?

Teria Ellen White se equivocado ao identificar as “batidas misteriosas” na casa das irmãs Fox com o surgimento do espiritismo moderno?

As famosas “batidas misteriosas” foram observadas pela primeira vez na casa da família de John D. Fox, em Hydesville, Nova York, no final de março de 1848 e, depois, em Rochester e outros lugares no Oeste de Nova York. A casa da família Fox tinha a reputação de ser assombrada e, em 1848, as irmãs Kate, Margaret e Leah alegaram ouvir batidas misteriosas de um espírito que se identificava como Sr. Splitfoot, que havia sido morto naquela casa, e com o qual elas podiam  se comunicar.


Em agosto de 1850, Ellen White recebeu uma visão na qual foi-lhe mostrado que tais batidas misteriosas eram parte da obra de Satanás para enganar a humanidade nos últimos dias. O conteúdo dessa visão foi publicado em 1851 no primeiro livro de Ellen White, intitulado A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White [Esboço da Experiência Cristã e Visões de Ellen G. White] (págs. 47 e 48), e republicado posteriormente nos livros Primeiros Escritos (págs. 59 e 60) e Vida e Ensinos (págs. 168-170).


Mas em 1855, Kate e Margaret Fox admitiram publicamente que elas mesmas haviam causado as batidas misteriosas, sem qualquer envolvimento sobrenatural na questão. Esse fato acabou convencendo alguns críticos de Ellen White de que ela havia se equivocado ao identificar tais batidas como de origem satânica. Posteriormente, no entanto, as próprias irmãs Fox esclareceram que as batidas misteriosas foram realmente de origem sobrenatural, e que elas as haviam negado publicamente devido à pressão popular que estavam enfrentando. Mas esse esclarecimento posterior não conseguiu desfazer completamente a noção de que as batidas misteriosas não passavam de mera farsa.


Ainda que houvessem dúvidas a respeito dos testemunhos contraditórios das irmãs Fox, jamais poderíamos desconhecer a importância que os próprios espíritas atribuem às experiências sobrenaturais por elas vivenciadas. Em 1948 a Associação Nacional Espírita dos Estados Unidos publicou o Centennial Book of Modern Spiritualism in America [Livro do Centenário do Espiritismo Moderno na América], reconhecendo a experiência na casa da família Fox, em 1848, como assinalando o surgimento do espiritismo moderno.


Em junho de 1992, visitei pessoalmente o local da casa da família Fox, em Hydesville, Nova York, onde existe uma pedra angular com a seguinte inscrição: “Local do nascimento e santuário do espiritismo moderno. Erigido mediante as mais generosas contribuições de espíritas e seus amigos ao redor do mundo, em honra a cada médium espírita desde os dias das irmãs Fox, em 1848, até aos nossos médiuns espíritas do presente e do futuro. Esta pedra angular foi comprada e colocada pelo Ministério da Ciência Espiritual e Divina e pelos amigos, no dia 4 de julho de 1855.”


Isto significa que tanto o testemunho posterior das irmãs Fox como o reconhecimento dos próprios espíritas modernos confirmam a origem sobrenatural das batidas misteriosas, interpretadas por Ellen White como de origem satânica.


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista do Ancião (abril – junho de 2003)


Reitor do Salt e coordenador do Espírito de Profecia na Divisão Sul-Americana, é quem responde.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Quando Jó viveu?


O livro de Jó tem um lugar muito especial nas Escrituras. Fala sobre o terrível sofrimento de um servo de Deus, e como ele e seus amigos procuraram fazer sentido da angústia dele.
A pessoa que lê a Bíblia de começo ao fim, não achando nenhuma data no livro de Jó, poderia pensar que fora escrito depois de Ester, o livro anterior nas nossas Bíblias. Mas as evidências sugerem que Jó viveu bem antes de Ester. Vamos observar alguns fatos:
1. A posição de Jó no Velho Testamento é devido ao estilo de literatura, e não à data. Normalmente reconhecemos quatro ou cinco divisões principais do Velho Testamento. Os primeiros cinco livros (o Pentateuco) explicam a origem do mundo, dos homens e, especialmente, do povo de Israel. Os próximos doze (de Josué a Ester) seguem a história dos judeus da conquista da terra prometida até o cativeiro babilônico e o retorno à terra. Os próximos cinco (de Jó até Cântico dos Cânticos) são livros de sabedoria e louvor. Os últimos 17 (Isaías até Malaquias) são livros proféticos, que relatam algumas pregações de alguns mensageiros de Deus daquela época (às vezes, os livros proféticos são divididos em cinco maiores e doze menores). Percebemos que Jó não segue Ester. É o primeiro dos livros de Sabedoria.
2. Os sacrifícios de Jó. Na época dos Patriarcas, vários servos de Deus faziam sacrifícios em diversos lugares (Gênesis 9:20-21; 12:7-8; 33:20; 35:14; etc.). Uma vez que o povo de Israel chegou à terra prometida, foi proibido para os judeus oferecerem sacrifícios em outros lugares, a não ser no local designado por Deus (Deuteronômio 12:1-14). Além disso, somente sacerdotes levitas faziam esses sacrifícios (Levítico 14:19). Se Jó fosse israelita vivendo sob a Lei dada por meio de Moisés, ele não teria direito de fazer os seus próprios sacrifícios em outros lugares, como fez com a aprovação de Deus (Jó 1:5; 42:8).
3. A idade de Jó. No início do livro de Jó, achamos um homem casado com dez filhos adultos e muitas posses. Depois de suas experiências com sofrimento e os debates com seus amigos, Jó ainda viveu 140 anos (42:16-17). Ao todo, a vida de Jó certamente chegou perto de 200 anos, e talvez foi muito além dessa idade. Sabemos que os homens nos primeiros capítulos de Gênesis atingiam idades bem avançadas. Depois do dilúvio, as idades começaram a diminuir. Abraão viveu 175 anos; Isaque, 180; Jacó, 147; José, 110; etc. Depois do livro de Gênesis, não há registro de ninguém que viveu 140 anos ou mais. Este fato sugere que Jó se encaixa na época dos Partriarcas, talvez durante ou antes do tempo de Abraão.
Jó, sem o privilégio que nós temos de estudar a história de milhares de anos da fidelidade de Deus para com os homens, se mostrou fiel ao Senhor. O exemplo dele de enfrentar calamidades com plena confiança em Deus nos desafia hoje. E nós temos a vantagem de podermos ler o livro de Jó e dezenas de outros livros que mostram a fidelidade e a bondade do Senhor!                
–por Dennis Allan

▲ TOPO DA PÁGINA