terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Resumo da História do Universo Conforme a Bíblia

Cronologia

Passado

A Eternidade no passado
1- A pré-existência de Cristo João 1:1.
2- Cristo é uma unidade com Deus Pai. João 10:30.
3- Cristo cria o Universo e os anjos (Serafins, Querubins etc). Colossenses 1:15-17.
Seres criados antes dos humanos
4- Anjos assistem a criação da Terra, então já existiam antes dos seres humanos. Jó 38:4-7.
5- A parábola em que o pastor deixa 99 ovelhas e vem buscar a ovelha perdida (Terra) MT 18:10-14, a existência de 24 anciões (Apoc 4:10) e líderes celestiais (Jó 1) denota criação vasta.
6- 1/3 dos anjos se rebelam. Um Querubim é o Lider. Eles perdem a guerra e são expulsos do Reino, se dirigindo ao recém criado Planeta Terra (Ezequiel 28:13-19, Apoc 12:4-12, Isaías 14:11-18)

Criação da Terra cerca de 4.221 AC

7- Da Criação ao Dilúvio passam cerca de 1656 anos
ACONTECIMENTOS:
Cristo chega ao nosso planeta, onde já havia água (Gen. 1:2) e o modela em 6 dias, santificando o sábado (Gen 1 e 2:1-3).
Satanás planeja e executa a queda da humanidade. Gen 3:17.
Queda de Adão e Eva. Gn. 3:1-7
Expulsão do Éden. Gn. 3:21-24
Caim mata Abel. Gn. 4
Nascimento de Noé. Gn. 5:28-29
Corrupção e Violência na Terra. Gn. 6:11
Dilúvio Global. Gn. 6:17-24
> Os dinossauros morrem no Dilúvio.
8- Do dilúvio ao Concerto com Abraão = 427 anos
ACONTECIMENTOS:
A Torre de Babel. Gn. 11
Nascimento de Abrão (Abraão). Gn. 11:27
A história de Jó. Jó. 1
9- Do Concerto de Abraão a entrada de Jacó no Egito = 215 anos.
ACONTECIMENTOS:
Nascimento de Isaque, Jacó e José. Gn. 21-30
José é vendido como escravo no Egito. Gn. 37:28
Fome e ida dos Hebreus para o Egito. Gn. 41
10- Da entrada de Jacó ao Exodo do Egito sob Moisés = 430 anos.
ACONTECIMENTOS:
A população de hebreus cresce. Gn. 47:27
A Escravidão e Opressão do povo. Ex. 8
Nascimento de Moisés. Gn. 21-30
A pragas contra o Egito. Ex. 7-11
Os Hebreus são libertos e depois perseguidos. Ex. 12
Atravessando o Mar Vermelho. Ex. 13-15
Recebendo os 10 Mandamentos. Ex. 20
11- Do Exodo a Construção do Templo = 480 anos.
ACONTECIMENTOS:
Israel vagueia pelo deserto por 40 anos. Nm. 14
A conquista e a divisão de Canaã. Js. 6-12
Israel torna-se uma nação .
Nascimento de Sansão. Jz. 13
Saul torna-se o primeiro rei. 1 Sm. 9
Davi mata Golias. 1 Sm. 17
O reinado de Davi 2 Sm 5 – 1 Rs 2 1025 – 985 a.C
Davi torna-se rei. 2 Sm. 5
Davi com Bateseba. 2 Sm. 11
A rebelião de Absalão. 2 Sm. 12
Davi prepara os materiais para o templo. 1 Cr. 22
Salomão torna-se rei. 1 Rs 1
O reinado de Salomão 1 Rs 2 – 1 Rs 11 985 – 945 a.C.
Salomão pede a Deus sabedoria 1 Rs 3
A construção do Templo, uma das maravilhas do mundo. 1 Rs. 6
12- Da edificação do Templo até a destruição de Israel por Babilônia = 407 anos
ACONTECIMENTOS:
Declínio de Salomão. 1 Rs. 11
A nação de Israel divide-se em duas: Judá ao Sul e Israel ao Norte. Neste período há uma sucessão de reis. Muitos eram maus, uns poucos eram louvados. Durante este tempo Elias realizou seu ministério. Jonas pregou em Nínive. Roma foi fundada. O templo foi restaurado.
Tempo dos profetas.
13- Do Cativeiro Babilônico até o nascimento de Cristo = 602 anos
ACONTECIMENTOS:
Nabucodonosor prende o Rei Joaquin de Judá em 606 AC.
Impérios mundiais:
1- Babilônia 608- 538 AC
2- Medos e Persas 538- 331 AC
3- Grécia – 331-63 AC
4- Roma – 63 AC – 476 d.C.
Deus não fala por cerca de 400 anos, se cumprem as profecias de Daniel.
14- Do nascimento de Cristo aos dias de hoje (ano 2009) = 2013 anos
ACONTECIMENTOS:
Cristo nasce por volta de 4 AC.
Matemáticos da Idade Media erraram em aproximadamente 4 anos a contagem.
31 – Morte e Ressurreição do Messias. Jesus sobe aos Céus e entra no Lugar Santo do Santuário Celeste.
476 – Queda do Império Romano.
538-1798 – Tempo da União Igreja-Estado (Daniel 7:25).
Anticristo Papal muda o calendário mundial e os mandamentos da Lei de Deus.
1517- Lutero se rebela contra o anticristo, nasce o protestantismo.
1776- Os Estados Unidos na profecia (Apocalipse 13:11-17).
1844 – Início no Reino do Céu do Juízo Pré-advento. Jesus adentra o Lugar Santíssimo do Santuário Celeste.
1945- Estados Unidos destroem Hiroxima e Nagazaki. Deus por volta de 1945 AC destruiu Sodoma e Gomorra.
1945-2009- Grandes invenções da computação
1991- Queda da URSS – EUA líder global. Profecia cumprida. (Apocalipse 13:11).

Presente

O Espírito Santo e os anjos ajudam na pregação do evangelho ao redor do mundo, guiando homens e mulheres ao serviço.
Jesus trabalha no Santíssimo do Santuário Celestial perdoando pecados confessados.

Futuro

15- Estados Unidos entram em aliança com o anticristo e modificam sua Constituição, acabando com a separação Igreja-Estado. (Apoc 13:11-17). Espíritos do espiritismo (demônios) disfarçados dos apóstolos e de Cristo aparecerem mundialmente e pedem que as pessoas obedeçam o anticristo.
16- Deus lança 7 Pragas sobre o mundo. (Apoc 16) Os cristãos verdadeiros não são machucados por elas. (Salmo 91). As nações são arrasadas.
GUERRA CIVIL
A população invade as igrejas, quebram tudo e matam os sacerdotes.
17- Jesus aparece nas nuvens do Céu com o exército angelical (Apoc 1:7, Mateus 24:31)
18- Santos são ressuscitados e santos vivos são transformados (I Tessalonicenses 4:14-17).
19- Ambas as classes são levadas aos Céus (I Tessalonicenses 4:14-17).
20- A Terra é destruída e fica sem habitantes humanos (Jeremias 25:30-33).
Durante o Milênio
21- Santos julgam o mundo (ímpios e anjos maus) e reinam com Cristo no Céu. (Cor 6:2-3, Apoc 20:6).
22- Satanás e seus anjos ficam presos a Terra desolada que voltou a ser um abismo, (Apoc 20:3) a mesma qualidade que tinha antes da criação. (Gen. 1:2).
Fim do Milênio
23- Nova Jerusalém desce do céu com todos os santos (Zacarias 14:4-6).
24- Jesus ressuscita os ímpios. Esta é a ressurreição da condenação que leva a segunda morte. (João 5:29, Apoc 2:11 e 20:5).
25- Satanás seduz os ímpios ressuscitados para invadir a Nova Jerusalém conquistando o Reino pela força. (Apoc 20:7-8).
26- Eles marcham pela superfície da Terra, fogo desce do céu e são consumidos. Cada um sofrerá de acordo com o julgamento que os santos fizeram durante os mil anos. (Apoc 20:9).
Nova Terra
27- Deus faz a Nova Terra (Apoc 21) após a destruição dos impios, de Satanás e seus anjos.
28- O trono de Deus e de seu Filho estará na Nova Terra que se tornará Capital do Universo.

Complemento:

1. As datas são aproximadas. A criação da Terra especialmente é dificil de se datar.
2. A Terra como rocha espacial existia antes de 4221 AC. De acordo com Gen. 1:1-2 existia até água nessa rocha espacial. Por volta de 4221 AC Cristo chegou aqui e completou a criação em 6 dias.
3. O método de datação evolucionista (carbono 14) afirma que a vida na Terra tem milhões de anos, mas o Carbono 14 não poderia ser utilizado se a Terra na antiguidade tivesse sido atacada por dezenas ou centenas de explosões de força nuclear. As moléculas do carbono 14 seriam desestruturadas e não serviriam para contagem de tempo.
Ocorre que por volta de 2565 AC houveram explosões fantásticas na crosta terrestre que partiu o continente único (Pangea) e desestruturou as moléculas de carbono 14. Os ossos dos antidiluvianos ficaram preservados nas regiões polares.
OBS: Estamos vivendo entre o Item 14 e o 15. A decadência moral, os desastres naturais e a corrupção política levarão as principais igrejas dos EUA a entrarem com um projeto de lei alterando a primeira emenda da Constituição e acabando com a separação Igreja-Estado, restabelecendo a perseguição às minorias e preparando o caminho para a destruição dos EUA e a segunda vinda de Jesus.

Um arco íris de cores em seu prato!

 Devemos ter uma alimentação colorida para fornecer ao nosso organismo todos os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento. Cada cor é responsável por uma propriedade nutricional diferente e é justamente por esse motivo, que todos os alimentos são importantes ao nosso corpo.  De acordo com a cor do alimento, percebemos a existência de compostos benéficos, por exemplo:

Os alimentos brancos, como a couve-flor, a batata, o arroz e a banana constituem fonte de cálcio e potássio e são imprescindíveis para a formação e manutenção dos ossos e funcionamento do sistema nervoso e dos músculos.

Os alimentos vermelhos, como morango, tomate, melancia, maçã, acerola, goiaba vermelha, framboesa, cereja e pimentão vermelho contêm licopeno que atua como antioxidante, neutralizando os radicais livres e protegendo o coração. Também são fontes de vitamina C.

Os alimentos amarelos ou alaranjados contém carotenóides presentes nos alimentos como o mamão, melão, cenoura, manga, laranja, damasco, pêssego e abóbora que tem atividade antioxidante e anticancerígena. Também possuem vitaminas A e C, que ajudam a manter o sistema nervoso saudável, protegem o coração e a visão.

Os alimentos azulados e arroxeados, tais como uva, ameixa, amora, beterraba, berinjela e repolho roxo possuem atividade antioxidante, retardando o envelhecimento.

Os verdes, como abacate, brócolis, chuchu, kiwi, limão, pepino, vagem e os folhosos em geral, contém clorofila, ferro e vitamina A agindo na desintoxicação das células, protegendo contra anemia, com ação anticancerígena, inibindo o envelhecimento e protegendo o coração, cabelos e pele.

E os alimentos marrons, tais como aveia, nozes, castanhas e cereais integrais são ricos em fibras, vitaminas do complexo B e vitamina E, auxiliando no funcionamento do intestino e prevenindo doenças cardiovasculares.

Uma refeição completa deve ser composta por folhas diversas, pelo menos um tipo de legume colorido (cenoura, beterraba, chuchu, quiabo, vagem), um tipo de cereal ou tubérculo (arroz integral, trigo, milho, pão integral, batata, inhame, mandioca), um tipo de leguminosa (feijão, grão de bico, lentilha ou ervilhas) e uma proteína (carne, peixe, frango, ovo ou soja).

Além disso, é essencial evitar a monotonia das cores. Caso já tenha consumido um alimento de determinada cor, esforce-se para consumir um alimento de outra cor.

Dessa forma, conhecendo as vantagens das cores de cada alimento, podemos escolher melhor nossas refeições, montando uma alimentação mais balanceada, saudável e mais atrativa.

Gabriela Mendes Taveiros
Nutricionista Dieta e Saúde
CRN3 32089

O Problema do Pecado e a Solução antes da Cruz

A maioria dos cristãos concorda com uma verdade fundamental: a salvação sempre foi realizada de uma só maneira – através da morte substitutiva de Jesus Cristo.


Todos os salvos que chegarem ao Céu, só chegarão lá por intermédio de Jesus, mesmo que não O conheçam por nome. Alguns saberão muito sobre o plano da salvação, outros, pouco; alguns terão vivido aqui debaixo de muita luz, outros, na escuridão.


Assim é que muito antes da plena revelação concedida no Calvário, Deus já estava ensinando ao Seu povo o que iria fazer para salvar o mundo do pecado.


O Problema do Pecado


Na Bíblia, o pecado é visto como uma inclinação (Rom.8:7). Nas próprias palavras de Cristo, o pecado é uma forma de escravidão (João 8:34). A grande ironia não é descobrir que os maus sejam maus, mas que os “bons,” podem ser muito maus. Para o apóstolo Paulo, “todos estão debaixo do pecado” (Rom.3:9); “Não há justo, nem um sequer” (Rom 3:10). A queda de Adão envolveu toda a raça humana. Os efeitos dessa catástrofe histórica levaram este planeta a ser habitado por uma raça de pecadores, cuja mente carnal está em inimizade contra Deus (Rom. 8:7,8). A doença chamada “pecado” é incurável pelos métodos convencionais. Ela não traz apenas escravidão, infelicidade e morte, mas a condenação divina. O homem não está apenas doente: ele está perdido.


De Adão, o pai da raça, não herdamos a culpa do seu ato, mas uma compulsão, uma tendência, uma inclinação para escolher o mal, uma natureza em rebelião. Quer gostemos disto ou não, creiamos ou não, admitamos ou não, cada pessoa que nasce neste pequeno planeta, a despeito dos resíduos da imagem de Deus nele, nasce com uma orientação para o mal que precisa ser radicalmente corrigida. O pecado, portanto, é universal, espontâneo, e impossível de ser erradicado por recursos humanos.


Misturado com o orgulho, o pecado induz a crer que nossas opiniões e limitados poderes de raciocínio, e a “sabedoria” coletiva da humanidade, são superiores à revelação de Deus. O pecado é extremamente perigoso e fatal para se entrar em negociação com ele. Não podemos, com segurança, fazer acordo com ele, nem por um momento.


1. As várias definições de pecado


Muitos entendem o pecado apenas em termos de uma única definição: pecado é a “transgressão da lei” (I João 3:4). Assim, o pecado passa a ser entendido apenas em termos de atos específicos do comportamento. Embora tal definição seja bíblica e correta, ela não é a única. Veja por exemplo Tiago 4:17: “Aquele, pois que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado.” Aqui, pecado é mais do que aquilo que praticamos contrário à lei. A omissão, isto é, aquilo que não fazemos, quando sabemos o que deve ser feito, constitui pecado! Colocada nestes termos, a questão do pecado se torna muito mais séria. Em Romanos 14:23, aprendemos ainda que “…tudo o que não provém da fé é pecado.” Pecado aqui é colocado na esfera do relacionamento de fé e confiança. Pense nas implicações desta outra definição. Neste caso, mesmo ações corretas em si mesmas, se não motivadas pela fé, constituem-se pecado. Em outras palavras, uma boa ação pode ser envenenada pela intenção que a motiva.


O Antigo Testamento registra vários termos diferentes para definir pecado. Por exemplo, pecado é rebelião (Isa.1:2), envolvendo a idéia de revolta contra Deus. Pecado é deixar de cumprir o dever, errar o alvo. Pecado é desobediência (Rom.5:19). A diversidade das facetas do pecado indica a complexidade desta doença crônica que afeta a todos.


2. Pecado e Pecados


Outro aspecto sobre o pecado que deve ser compreendido é que as Escrituras fazem uma distinção entre pecado e pecados. Os “pecados” (no plural) são os atos, a conseqüência, o sintoma da doença. O “pecado” (no singular) é a condição, o estado, a doença em si. Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Ironicamente, a maioria dos cristãos está mais preocupada com os “pecados” (os atos) do que com o “pecado” (a condição que produz os atos). Os pecados são os sintomas do pecado, que é, como vimos, um estado básico de rebelião contra Deus. Pecado não é primariamente a quebra da lei, mas o rompimento da relação com Deus. Neste sentido, antes de ser a transgressão da lei, o pecado é o resultado da separação de Deus (Isa.59:2).


3. O pecado nos impede de perceber as verdades espirituais – II Cor.4:3-4; Rom.1:21 e 22


Sendo seres mergulhados no pecado, como podemos entender completamente a magnitude do pecado? Realmente não podemos. É como tentar olhar para um quadro-negro em um quarto escuro. E embora não possamos entender completamente o pecado, ainda podemos compreender o suficiente para saber sua natureza maligna. O pecado, para ser entendido como pecado, deve ser considerado no contexto de quem somos em relação a Deus. Deve ser visto como um estado da existência tanto como os atos e as ações. Realmente, os próprios atos são resultantes do estado de pecado em que existimos. Então, o pecado é tanto quem somos como o que fazemos, porque, no fim, fazemos o que fazemos porque somos o que somos.


4. O pecado leva inevitavelmente à morte – Rom.6:23; I João 5:19


O pecado em todas as suas variedades e graduações paga sempre o mesmo salário: a morte. Embora prometa muito e frequentemente seja até agradável (Heb.11:25), o pecado é enganoso (Heb.3:13) e degradante, sem nenhum resultado verdadeiramente benéfico.


A destruição física exterior causada pelo pecado é só uma parte do problema. O pecado vai muito mais fundo do que os resultados físicos. Em última instância, é rebelião contra a soberania de Deus. É a recusa de aceitar Sua autoridade na vida, na conduta e no destino final, e se manifesta em diferentes comportamentos morais, espirituais e éticos que inevitavelmente levam ao sofrimento e à morte.


A Medida Extrema Necessária para nos Livrar da Condenação do Pecado


“É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja.” Luc. 24:7


“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” II Cor. 5:21


“Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados.” I Ped. 2:24


Caim e Abel e o Evangelho antes da Cruz


Vale a pena relembrar os comentários de Ellen White no livro Patriarcas e Profetas:


“Caim e Abel, filhos de Adão, diferiam grandemente em caráter. Abel tinha um espírito de fidelidade para com Deus; Caim, porém, acariciava sentimentos de rebeldia, e murmurava contra Deus por causa da maldição pronunciada sobre a Terra e sobre o gênero humano, em virtude do pecado de Adão. Caim permitiu que sua mente se deixasse levar pelo mesmo conduto que determinara a queda de Satanás, condescendendo com o desejo de exaltação própria e pondo em dúvida a justiça divina.


Esses irmãos foram provados, assim como o fora Adão antes deles, para mostrar se creriam na Palavra de Deus e obedeceriam à mesma. Estavam cientes da providência tomada para a salvação do homem, e compreendiam o sistema de ofertas que Deus ordenara.


Abel apreendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se como um pecador e trazia morta a vítima, aquela vida sacrificada, reconhecendo assim as reivindicações da lei, que fora transgredida. Por meio do sangue derramado olhava para o futuro sacrifício, Cristo a morrer na cruz do Calvário; e, confiando na expiação que ali seria feita, tinha a confiança de que sua oferta era aceita.


Caim tivera, como Abel, a oportunidade de saber e aceitar estas verdades. Não foi vítima de um intuito arbitrário. Um irmão não fora eleito para ser aceito por Deus, e o outro para ser rejeitado. Abel escolheu a fé e a obediência; Caim, a incredulidade e a rebeldia. Nisto consistia toda a questão.


Caim e Abel representam duas classes que existirão no mundo até o final do tempo. Uma dessas classes se prevalece do sacrifício indicado para o pecado; a outra, arrisca-se a confiar em seus próprios méritos; o sacrifício desta é destituído da virtude da mediação divina, e assim não é apto para levar o homem ao favor de Deus. É unicamente pelos méritos de Jesus que nossas transgressões podem ser perdoadas. Aqueles que não sentem necessidade do sangue de Cristo, que acham que sem a graça divina podem pelas suas próprias obras conseguir a aprovação de Deus, estão cometendo o mesmo erro de Caim. Se não aceitam o sangue purificador, acham-se sob condenação. Não há outra providência tomada pela qual eles possam se libertar da escravidão do pecado.


A classe de adoradores que segue o exemplo de Caim inclui a grande maioria do mundo; pois quase toda a religião falsa tem-se baseado no mesmo princípio – de que o homem pode confiar em seus próprios esforços para a salvação. Alguns defendem que a espécie humana necessita não de redenção, mas de desenvolvimento – que ela pode aperfeiçoar-se, elevar-se e regenerar-se. Assim como Caim julgava conseguir o favor divino com uma oferta, a que faltava o sangue de um sacrifício, assim esperam estes exaltar a humanidade acima da norma divina. A história de Caim mostra qual deverá ser o resultado. Mostra o que o homem se tornará separado de Cristo. A humanidade não tem poder para regenerar-se. Ela não tende a ir para cima, para o que é divino, mas para baixo, para o que é satânico. Cristo é a nossa única esperança. “Nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” “Em nenhum outro há salvação.” (Atos 4:12).


A verdadeira fé, que confia inteiramente em Cristo, manifestar-se-á pela obediência a todos os mandamentos de Deus. Desde o tempo de Adão até o presente, o grande conflito tem se dado com referência à obediência à lei de Deus. Em todos os séculos houve os que pretendiam ter direito ao favor de Deus, mesmo enquanto estavam a desatender algumas de Suas ordens. Mas as Escrituras declaram que pelas obras a “fé foi aperfeiçoada”, e que, sem as obras da obediência, a fé “é morta”. (Tia. 2:22 e 17). Aquele que faz profissão de conhecer a Deus, “e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. (I João 2:4).


A escolha dependia de Caim mesmo. Se ele confiasse nos méritos do Salvador prometido, e obedecesse às ordens de Deus, desfrutaria de Seu favor. Mas, se persistisse na incredulidade e na transgressão, não teria motivos de queixa por ser rejeitado pelo Senhor.


Mas Caim viveu apenas para endurecer o coração, para fomentar a rebelião contra a autoridade divina, e tornar-se o chefe de uma linhagem de pecadores ousados e perdidos.


A tenebrosa história de Caim e seus descendentes foi uma ilustração do que teria sido o resultado de permitir ao pecador viver para sempre, para prosseguir com sua rebelião contra Deus. A paciência de Deus apenas tornou o ímpio mais ousado e desafiador em sua iniqüidade.


A sentença divina, abreviando uma carreira de desenfreada iniqüidade, e livrando o mundo da influência dos que se tornaram endurecidos na rebeldia, era uma bênção e não maldição.


Satanás está constantemente em atividade, com intensa energia e sob mil disfarces para representar falsamente o caráter e governo de Deus. Com planos extensos e bem organizados, e com poder maravilhoso está ele a agir para conservar sob seus enganos os habitantes do mundo. Deus, o Ser infinito e todo sabedoria, vê o fim desde o princípio, e, ao tratar com o mal, Seus planos foram de grande alcance e compreensivos. Foi o Seu intuito não somente abater a rebelião, mas demonstrar a todo o Universo a natureza da mesma. O plano de Deus estava a desdobrar-se, mostrando tanto Sua justiça como Sua misericórdia, e amplamente reivindicando Sua sabedoria e justiça em Seu trato com o mal.”


1. O sacrifício substitutivo do cordeiro – Gên.3:21 – Gên.4:1-5


O fato de que Abel trouxe uma “oferta do primogênito de suas ovelhas” (Gên. 4:4) sugere que ele tivesse aprendido isto de seus pais, o que certamente seria algo também conhecido por Caim. Além disto, Moisés, ao escrever esta narrativa, o faz com base em toda a informação subseqüente, que lhe havia sido comunicada sobre o serviço do santuário. Isto, de certa forma, justifica as omissões de todos os detalhes da narrativa.


A real diferença entre os dois irmãos está na atitude, de fé ou incredulidade, das quais as ofertas eram uma manifestação exterior.
As atitudes dos dois irmãos, à luz do que sabemos deles no Novo Testamento, são também símbolos daqueles que se aproximam de Deus em obediência e submissão ou seguem seus próprios métodos, em rebelião e arrogância. O fato de que o Senhor “não atentou para a oferta de Caim” (Gên. 4:5) confirma que aquilo “que não provém da fé é pecado” (Rom. 14:23).


2. O conceito divino de obras más e obras justas – I João 3:11-12


A história de Caim e Abel costuma ser considerada o primeiro exemplo do contraste entre os que aceitam a justiça de Cristo pela fé e os que buscam obter a salvação por suas “boas obras”. As obras de Caim foram consideradas más porque foram praticadas na tentativa de obter a salvação, enquanto as obras de Abel, partindo de um coração que entendia a necessidade de um sacrifício pelo pecado, foram consideradas justas. Em outras palavras, só os que entendem sua total dependência de Deus para a salvação, sua total dependência de um Substituto, podem produzir o que seria considerado “boas obras”. O valor das obras deve ser visto, talvez, nos motivos que lhes dão origem: as obras feitas por um coração que busca obter a salvação são consideradas más, enquanto as obras praticadas por alguém que expressa gratidão pela salvação já efetuada são consideradas justas.


3. A “Síndrome de Caim”


Alguns cristãos sofrem o que poderia ser chamado de Síndrome de Caim. Ele achava que a oferta de trabalho das suas mãos seria suficiente para Deus. Você já se surpreendeu pensando assim, especialmente levando em conta as boas coisas que fez a fim de estar bem com Deus?


A oferta de Caim não exprimia arrependimento do pecado. Achava, como muitos agora, que seria um reconhecimento de fraqueza seguir exatamente o plano indicado por Deus, confiando sua salvação inteiramente à expiação do Salvador prometido. Preferiu a conduta da dependência própria. Viria com seus próprios méritos. Não traria o cordeiro, nem misturaria seu sangue com a oferta, mas apresentaria seus frutos, produtos de seu trabalho. Apresentou sua oferta como um favor feito a Deus… Caim obedeceu ao construir um altar, obedeceu ao trazer um sacrifício; … porém … a parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída.” – Ellen White, Patriarcas e Profetas, pág.72.


Caim exemplificava o princípio universal da falsa religião – que ensina que os seres humanos podem depender dos seus próprios esforços para obter a salvação. Caim estava disposto a adorar a Deus, mas à sua própria maneira e por seus próprios méritos. Ele poderia agradecer a generosidade de Deus, mas não estava disposto a reconhecer sua culpa nem a necessidade de um novo coração, ou de um Cordeiro. Por trás dessa obstinada auto-suficiência estava o orgulho e a ira, que o levaram a matar seu irmão, cujos esforços para oferecer o cordeiro exigido por Deus eram uma afronta intolerável para a auto-estima de Caim.


Abraão e o Evangelho antes da Cruz


Os cristãos vêem nesta experiência – o cordeiro sacrificado em lugar do filho – um símbolo do plano de salvação, da morte de Jesus em nosso lugar. Em Abraão encontramos outro extraordinário modelo de fé e submissão.


1. Nem mesmo um ato de abnegação total era suficiente para expiar o pecado – Gên.22:1-19


Uma das coisas que Deus nos diz aqui pelo evangelho é que nem mesmo um ato voluntário de abnegação total – de Abraão sacrificar o próprio filho – era suficiente para expiar o pecado. O problema do pecado era muito profundo para que qualquer de nós, pecadores, tivéssemos como resolvê-lo. Nem mesmo um ato como o que Abraão estava disposto a fazer, por fé e submissão, era suficiente. Só o próprio Senhor podia cuidar do problema do pecado; só Ele podia prover o Cordeiro necessário.


2. Abraão compreendia o plano da salvação


Está claro que, por mais que Abraão entendesse o plano de salvação anteriormente, passou a entendê-lo melhor ainda. Sem dúvida, aquela foi uma lição dolorosa.


A declaração de Abraão: “Deus proverá para Si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gên.22:8) revela que ele compreendia a essência do evangelho.


A experiência vivida por Abraão nos mostra como Deus provê para nós o que necessitamos durante os tempos de prova.


3. Deus condena sacrifícios humanos – Lev.20:1-5


Deus não estava dando um precedente para os sacrifícios humanos. Ao contrário, estava dando um exemplo expressivo da suprema verdade do evangelho, de que na plenitude dos tempos Ele permitiria que Seu Filho unigênito morresse pelos pecados do mundo. Antes de Abraão poder consumar o sacrifício, Deus proveu um cordeiro em lugar de Isaque.


4. Uma conversa de pai para pai


Ninguém mais do que Abraão pode compreender o quão doloroso foi para Deus o plano da salvação; o ter de consentir na morte de Seu próprio Filho para resgatar a humanidade da prisão do pecado. Somente quem experimentou de perto tal experiência pode ter uma dimensão mais próxima da extrema gravidade do pecado e de suas terríveis consequências.


Abraão, na última hora, teve a vida de Seu filho poupada pela morte substitutiva do cordeiro. Mas com Deus, o Pai, não foi assim.


5. Isaque era um símbolo do Filho de Deus


Abraão confiou que Deus devia ter um plano mais amplo, muito embora não pudesse ver qual era esse plano.


“Deus designara que o oferecimento de Isaque prefigurasse o sacrifício de Seu Filho. Isaque era uma figura do Filho de Deus, que foi oferecido como sacrifício pelos pecados do mundo. Deus desejava impressionar Abraão com o evangelho da salvação aos homens; e a fim de tornar a verdade uma realidade, e de testar sua fé, Ele requereu que Abraão matasse seu querido Isaque. Toda a agonia que Abraão suportou durante essa prova negra e terrível tinha o propósito de impressioná-lo profundamente com a compreensão do plano da redenção para o homem caído.” – The SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.094. Deus estava não apenas testando a fé de Abraão, mas estava também oferecendo uma compreensão mais profunda de Seu incrível dom de salvação.


6. A construção do templo de Jerusalém


Quase um milênio mais tarde, o templo de Jerusalém foi construído no monte Moriá (II Crôn.3:1), estando o Calvário nas proximidades. Essa convergência de locais e eventos mostra a clareza e a continuidade do propósito de Deus.


7. A relação entre fé e obras


Paulo (Rom. 4) e Tiago (cap. 2), não estão em conflito. Eles são complementares. Paulo combate uma falsa noção de obras: obras como sendo meritórias para a salvação. Tiago combate um falso conceito de fé: fé como crença, como mera profissão, sem a correspondente expressão de obediência e submissão. Como no caso de Abraão, as obras não são a base da fé, mas a evidência dela. Fé verdadeira não nos isenta da obediência, mas dá-nos uma nova motivação para obedecer!


A Serpente no Deserto e o Calvário – Núm 21:4-9


Um aspecto interessante nesta história é o fato de que o povo devia olhar para a cópia de uma serpente a fim de viver. Por que, entre todas as criaturas, logo para uma serpente, que na Bíblia, como também na própria literatura antiga, era símbolo do mal? (Gên. 3:1; Apoc. 20:2)


Em João 3:14 e 15 está clara a idéia de que a serpente era um símbolo de Cristo. Mas, por que afinal um símbolo do mal seria usado para representar a Cristo? Alguns acham que a resposta é a natureza da morte de Cristo. Na cruz, Ele levou o nosso pecado, e não só o nosso, mas do mundo inteiro. Ele até Se tornou pecado por nós (II Cor. 5:21). E é exatamente através desta morte em nosso lugar que podemos buscar e encontrar salvação do mal que de outra forma nos destruiria. Este é um dos grandes paradoxos da fé cristã: Jesus Cristo Se tornou na cruz o enfoque de todo mal. Vem daí a serpente como símbolo de Cristo, Aquele que tomou todo o mal do mundo.


1. Exemplo de confiança em Deus


Ponha-se na posição de um israelita que acabava de ser picado por uma serpente mortal, que já havia matado outros ao seu redor. Alguém lhe diz que a única maneira de viver é olhar para uma cópia da serpente. Este é um bom exemplo do que significa viver pela fé, confiar naquilo que você não entende completamente e aceitar sua absoluta incapacidade para salvar a si mesmo.


“A mesma lição que Cristo ordenou a Moisés que desse aos filhos de Israel no deserto, destina-se a todas as pessoas que sofrem sob a mácula da praga do pecado. Da entumecida nuvem Cristo falou a Moisés e disse-lhe que fizesse uma serpente de metal e colocasse numa haste, e mandasse então a todos os que fossem mordidos pelas serpentes ardentes que olhassem e vivessem. Que seria se, em lugar de olhar como Cristo lhes ordenara, eles dissessem: ‘Não creio que me faça o mínimo beneficio o olhar. Sofro demasiado com a picada da venenosa serpente.’ Obediência, eis o objetivo a alcançar; obediência implícita e cega, sem deter-se para indagar a razão ou a ciência do assunto. A palavra de Cristo era: ‘Olha e vive’.” – Ellen White, Nossa Alta Vocação, pág. 20.


Qual a probabilidade de alguém ser curado de uma picada mortífera e sobreviver, simplesmente por olhar à imagem de uma serpente suspensa em um poste? Do ponto de vista humano, nenhuma, assim como banhar-se sete vezes nas águas do Jordão não poderia curar alguém de uma doença como a lepra (II Reis 5:10). A cura dos israelitas aflitos não dependia da eficácia da serpente de bronze mais do que a cura de Naamã dependia das águas de um rio insignificante, quase estagnado. A questão apresenta um paradoxo deliberado. A dramática provisão do Senhor exige uma resposta pessoal de fé em Sua graça, misericórdia e instrução. A serpente do deserto é um símbolo da oferta da cruz e toda a história que ela simboliza, a qual “é loucura para os que se perdem, mas o poder de Deus para os que se salvam” (I Cor. 1:18)


2. A frustrada expectativa de um futuro imediatamente glorioso


Os israelitas achavam que suas reclamações no deserto pareciam perfeitamente justificáveis. Eles esperavam um futuro glorioso logo imediatamente após serem salvos do Egito. Mas, ao contrário, estavam na pior das viagens enquanto vagavam pelo deserto. Deus nos acalma, dizendo que “em vos converterdes e em sossegardes está a vossa salvação, no sossego e na confiança está a vossa força” (Isa.30:15). Devemos aprender a confiar nas ordens simples e diretas de Deus mesmo quando estamos enfrentando os percalços da viagem no deserto desta vida.


Apelo: A Terapia da Libertação do Pecado


Jesus veio para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo (Heb.9:26). Os capítulos 6 a 8 de Romanos nos guiam não só à doutrina, mas também à terapia por meio de processos práticos pelos quais Cristo liberta da lei do pecado e da morte, e dá uma nova natureza que opera em harmonia com os justos requisitos da lei divina. Ele fez provisão para que o pecado não tenha mais domínio sobre nós, mas para que Sua graça reine suprema em nossa vida (Rom.6:14).


Texto de Autoria do Dr. Mauro Braga – IASD Brooklin

O casamento entre parentes é biblicamente correto?

Todos os milagres vem de Deus?

Teria Ellen White se equivocado ao identificar as “batidas misteriosas” na casa das irmãs Fox com o surgimento do espiritismo moderno?

As famosas “batidas misteriosas” foram observadas pela primeira vez na casa da família de John D. Fox, em Hydesville, Nova York, no final de março de 1848 e, depois, em Rochester e outros lugares no Oeste de Nova York. A casa da família Fox tinha a reputação de ser assombrada e, em 1848, as irmãs Kate, Margaret e Leah alegaram ouvir batidas misteriosas de um espírito que se identificava como Sr. Splitfoot, que havia sido morto naquela casa, e com o qual elas podiam  se comunicar.


Em agosto de 1850, Ellen White recebeu uma visão na qual foi-lhe mostrado que tais batidas misteriosas eram parte da obra de Satanás para enganar a humanidade nos últimos dias. O conteúdo dessa visão foi publicado em 1851 no primeiro livro de Ellen White, intitulado A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White [Esboço da Experiência Cristã e Visões de Ellen G. White] (págs. 47 e 48), e republicado posteriormente nos livros Primeiros Escritos (págs. 59 e 60) e Vida e Ensinos (págs. 168-170).


Mas em 1855, Kate e Margaret Fox admitiram publicamente que elas mesmas haviam causado as batidas misteriosas, sem qualquer envolvimento sobrenatural na questão. Esse fato acabou convencendo alguns críticos de Ellen White de que ela havia se equivocado ao identificar tais batidas como de origem satânica. Posteriormente, no entanto, as próprias irmãs Fox esclareceram que as batidas misteriosas foram realmente de origem sobrenatural, e que elas as haviam negado publicamente devido à pressão popular que estavam enfrentando. Mas esse esclarecimento posterior não conseguiu desfazer completamente a noção de que as batidas misteriosas não passavam de mera farsa.


Ainda que houvessem dúvidas a respeito dos testemunhos contraditórios das irmãs Fox, jamais poderíamos desconhecer a importância que os próprios espíritas atribuem às experiências sobrenaturais por elas vivenciadas. Em 1948 a Associação Nacional Espírita dos Estados Unidos publicou o Centennial Book of Modern Spiritualism in America [Livro do Centenário do Espiritismo Moderno na América], reconhecendo a experiência na casa da família Fox, em 1848, como assinalando o surgimento do espiritismo moderno.


Em junho de 1992, visitei pessoalmente o local da casa da família Fox, em Hydesville, Nova York, onde existe uma pedra angular com a seguinte inscrição: “Local do nascimento e santuário do espiritismo moderno. Erigido mediante as mais generosas contribuições de espíritas e seus amigos ao redor do mundo, em honra a cada médium espírita desde os dias das irmãs Fox, em 1848, até aos nossos médiuns espíritas do presente e do futuro. Esta pedra angular foi comprada e colocada pelo Ministério da Ciência Espiritual e Divina e pelos amigos, no dia 4 de julho de 1855.”


Isto significa que tanto o testemunho posterior das irmãs Fox como o reconhecimento dos próprios espíritas modernos confirmam a origem sobrenatural das batidas misteriosas, interpretadas por Ellen White como de origem satânica.


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista do Ancião (abril – junho de 2003)


Reitor do Salt e coordenador do Espírito de Profecia na Divisão Sul-Americana, é quem responde.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Quando Jó viveu?


O livro de Jó tem um lugar muito especial nas Escrituras. Fala sobre o terrível sofrimento de um servo de Deus, e como ele e seus amigos procuraram fazer sentido da angústia dele.
A pessoa que lê a Bíblia de começo ao fim, não achando nenhuma data no livro de Jó, poderia pensar que fora escrito depois de Ester, o livro anterior nas nossas Bíblias. Mas as evidências sugerem que Jó viveu bem antes de Ester. Vamos observar alguns fatos:
1. A posição de Jó no Velho Testamento é devido ao estilo de literatura, e não à data. Normalmente reconhecemos quatro ou cinco divisões principais do Velho Testamento. Os primeiros cinco livros (o Pentateuco) explicam a origem do mundo, dos homens e, especialmente, do povo de Israel. Os próximos doze (de Josué a Ester) seguem a história dos judeus da conquista da terra prometida até o cativeiro babilônico e o retorno à terra. Os próximos cinco (de Jó até Cântico dos Cânticos) são livros de sabedoria e louvor. Os últimos 17 (Isaías até Malaquias) são livros proféticos, que relatam algumas pregações de alguns mensageiros de Deus daquela época (às vezes, os livros proféticos são divididos em cinco maiores e doze menores). Percebemos que Jó não segue Ester. É o primeiro dos livros de Sabedoria.
2. Os sacrifícios de Jó. Na época dos Patriarcas, vários servos de Deus faziam sacrifícios em diversos lugares (Gênesis 9:20-21; 12:7-8; 33:20; 35:14; etc.). Uma vez que o povo de Israel chegou à terra prometida, foi proibido para os judeus oferecerem sacrifícios em outros lugares, a não ser no local designado por Deus (Deuteronômio 12:1-14). Além disso, somente sacerdotes levitas faziam esses sacrifícios (Levítico 14:19). Se Jó fosse israelita vivendo sob a Lei dada por meio de Moisés, ele não teria direito de fazer os seus próprios sacrifícios em outros lugares, como fez com a aprovação de Deus (Jó 1:5; 42:8).
3. A idade de Jó. No início do livro de Jó, achamos um homem casado com dez filhos adultos e muitas posses. Depois de suas experiências com sofrimento e os debates com seus amigos, Jó ainda viveu 140 anos (42:16-17). Ao todo, a vida de Jó certamente chegou perto de 200 anos, e talvez foi muito além dessa idade. Sabemos que os homens nos primeiros capítulos de Gênesis atingiam idades bem avançadas. Depois do dilúvio, as idades começaram a diminuir. Abraão viveu 175 anos; Isaque, 180; Jacó, 147; José, 110; etc. Depois do livro de Gênesis, não há registro de ninguém que viveu 140 anos ou mais. Este fato sugere que Jó se encaixa na época dos Partriarcas, talvez durante ou antes do tempo de Abraão.
Jó, sem o privilégio que nós temos de estudar a história de milhares de anos da fidelidade de Deus para com os homens, se mostrou fiel ao Senhor. O exemplo dele de enfrentar calamidades com plena confiança em Deus nos desafia hoje. E nós temos a vantagem de podermos ler o livro de Jó e dezenas de outros livros que mostram a fidelidade e a bondade do Senhor!                
–por Dennis Allan

Se eu fosse o diabo

Adventismo, às margens do século vinte e um, está onde nunca esperou estar na Terra. Ele tem se expandido além dos sonhos mais ousados de seus fundadores e continua a se expandir. Quando entrei para a igreja em 1961, existiam mais de 1 milhão de adventistas em todo o mundo.


Este número aumentou para mais de 2 milhões em 1970, 3,5 milhões em 1980, perto de 7 milhões em 1990 e ao redor de 11 milhões em 2000. Segundo a taxa de crescimento atual, podemos esperar encontrar 20 milhões de adventistas em 2013 e 40 milhões entre 2025 e 2030, se chegarmos até lá. Que mudança do ano de 1848, quando existiam cerca de 100 fiéis. Para eles, a visão inspirada de Ellen White de que o adventismo seria um dia como raios de luz regando o planeta, deve ter parecido loucura. Se algum deles tivesse predito 11 milhões de adventistas, os outros como Sara, esposa de Abraão, provavelmente teriam rido. Existe um senso de que o impossível aconteceu. Aqueles pioneiros eram poucos, pobres e fracos. Já a igreja hoje é composta por muitos, com a maior presença na história entre o protestantismo ao redor do mundo, dispondo de bilhões de dólares em meios e afins.


Entretanto, este crescimento tem trazido complicações e desafios. As coisas eram simples nos primeiros dias da Igreja Adventista. Todos falavam a mesma língua, pertenciam a uma mesma raça, viviam em uma mesma área (nordeste dos Estados Unidos) e haviam sido criados em uma mesma cultura em que se tinha as mesmas esperanças e se valorizava as expectativas.


No ano 2000, o adventismo está longe de ser simples. Penetrou mais de 200 nações, utiliza mais de 700 línguas e há grande variação em cultura e expectativas. O adventismo tem hoje reservas financeiras e de trabalhadores qualificados sem paralelo, mas ainda assim encara desafios sem precedentes para continuar a missão. Felizmente, nosso Deus é o Deus do impossível. Para o melhor ou pior Ele escolheu usar instrumentos humanos e falhos a fim de finalizar Sua obra.


Se eu fosse o diabo ( um dos meus jogos favoritos), concentraria todas as minhas energias no elemento humano, que trabalha no plano de Deus enquanto Sua igreja procura caminhar do presente ao futuro. Na verdade, se eu fosse o diabo, planejaria minha estratégia com muito cuidado. Eu formularia um plano muito bem estruturado para frustrar a igreja na realização da missão.


A Próxima Geração

A primeira tarefa na minha agenda seria concernente a geração jovem emergente na igreja. Se eu fosse o diabo, concentraria todas as minhas energias fazendo com que a igreja rejeitasse as idéias e planos da nova geração.


E isso não seria tão difícil já que na maioria dos lugares eles não se vestem, cantam ou pensam como os membros mais velhos. Quando conseguir que os de mais idade protestem contra os violões, farei ao mesmo tempo com que esqueçam que os adventistas do passado não permitiam nem sequer órgãos em suas igrejas. Providenciaria também para que os mais velhos se esquecessem que Jesus usou estórias de ficção como a do homem rico e Lázaro, e que quando Ellen White usou o termo drama, se referia ao que chamamos hoje de novelas. Eu certamente encorajaria os membros mais velhos a encarar esse assunto como um grande mal ao invés de simples parábolas. Faria a Igreja Adventista esquecer que seu movimento começou basicamente com pessoas jovens cujas idéias eram criativas e de inovação.


O diabo não é burro. Ele sabe que se puder desencorajar nossos jovens a abraçar a liderança da igreja, será o fim dela. Para alcançar a geração jovem, devemos aprender a nos comunicarmos à maneira deles, tal como Jesus usou a linguagem de Seus dias, e assim também o fez Tiago White. Se a igreja insistir em usar a linguagem do século dezenove para alcançar os jovens do século vinte e um vai acontecer o mesmo ocorrido com os Amishes (comunidade tradicional americana que preserva valores religiosos e sociais dos seus ancestrais), que mantiveram suas formas e tradições porém perderam a noção de seu objetivo no mundo.


A igreja precisa reconhecer que as novas gerações não pensam como nós que nascemos nos anos 40 ou antes A lealdade a marca acabou . O mundo pós Watergate, pós Vietnam, e pós-moderno também tende a ser pós denominacional. A igreja não pode mais esperar lealdade apenas porque as pessoas nasceram adventistas ou simplesmente porque elas acham que o adventismo tem a verdade. Ao contrário, a igreja precisa mostrar que é exatamente o que diz ser e que está usando seus recursos e fundos fielmente.


Esse não é um problema pequeno. Os jovens da igreja, são sua maior força, e os jovens de fora são o seu campo missionário presente e futuro. Os jovens são a maior oportunidade da igreja e, ao mesmo tempo seu mais sério desafio. A igreja deve formular planos para alcançar as mentes jovens e ganhar seu apoio, afinal, eles são a igreja do futuro.


Pensando Pequeno


Se eu fosse o diabo, faria com que a igreja pensasse pequeno. Esta tática é semelhante àquela de frustrar os jovens, porque os jovens pensam ousadamente. Conheço adventistas que podem apontar 110 razões para quase tudo que seja proposto não possa ser feito. Eles freqüentemente baseiam seus argumentos em versos bíblicos e citações de Ellen White usados fora de contexto.


Tais apóstolos do negativismo aparentemente nunca leram Testemunhos para a igreja, volume 6, página 476: “Novos métodos e planos surgirão oriundos de novas circunstâncias. Novas idéias virão de novos obreiros que dão a si mesmos pela obra… Eles receberão planos traçados pelo próprio Senhor.” Novos obreiros são freqüentemente obreiros jovens.


Essas pessoas precisam aprender a lição do besouro. É aerodinamicamente impossível para um besouro voar, mas como ele não sabe disto, voa de qualquer maneira.


Pensar grande no adventismo significa batizar 50 pessoas em 2001, e não 25; significa chegar aos 20 milhões em 2004 e não 2013 . Pensando pequeno a igreja permanecerá neste planeta ainda por um longo tempo.


Lembro-me do meu amigo no Havaí, Arnold Trujillo. Ele tem presentemente 29 igrejas e grupos em funcionamento com 5.500 membros, e declarou publicamente que seu alvo é ter 10.000 pequenos grupos de 12 membros cada em 2005 e já está trabalhando arduamente para esta expansão. Isto é visão ou ilusão? Pode ser que estes conceitos estejam quase que se confundindo. Porém nunca esqueça que Jesus disse aos discípulos para levar o evangelho a todo o mundo e essa também foi a tarefa impossível com a qual se depararam nossos ancestrais no adventismo. O que precisamos é termos fé e meditarmos sobre a magnitude da chuva serôdia. Como podemos pensar grande e melhor utilizar nossos recursos para tornar nossos sonhos realidade?


Se eu fosse o diabo, faria as pessoas acreditarem que existe somente uma maneira de fazer as coisas, e que todos tem que fazê-las da mesma maneira. A forma de culto por exemplo. Alguns anos atrás surgiu um clima de tensão na Divisão Norte Americana a respeito do que foi chamado culto celebration. Eu não sei muito bem o que é culto celebration, mas, uma coisa sei: Posso dormir durante a invocação do culto divino e acordar na bênção final, e ainda assim dizer tudo o que aconteceu durante o mesmo.


A igreja precisa levar em conta que, como disse Ellen White, “Nem todas as mentes são alcançadas através dos mesmos métodos.” Os estilos de culto por exemplo estão intimamente ligados à classe socioeconômica das pessoas. O que alcança uma comunidade de classe média alta, pode não ter o mesmo êxito com os Pentecostais, Anglicanos, Ortodoxos ou Islâmicos. Temos que ter métodos que alcancem a todos os tipos de pessoas. O adventismo não necessita de apenas de um ou dois tipos de culto, mas de 50. Um outro jeito de dizer isso é que se todos na igreja parecem comigo, nós não estamos indo muito longe na pregação do evangelho.


Falamos sobre formas de culto. O mesmo se aplica ao evangelismo. Nosso Deus criou variedade em todos os lugares. Devemos nos mover além dos padrões e alcançar todos os filhos de Deus. Se quisermos atingir até aqueles mais diferentes de nós mesmos, devemos desenvolver métodos e procedimentos bem diferentes dos que já temos.


Novas Tecnologias

Se eu fosse o diabo, faria desacreditada a importância de novas tecnologias para a finalização a obra. A tecnologia avançada tem grande poder tanto para o bem como para o mal. Freqüentemente temos perdido este campo para o diabo. H. M. S. Richards me disse uma vez que tinha que discutir com os irmãos todos os dias, pois o rádio na década de 1930 era novidade, considerado muito radical, “um desperdiço do dinheiro do Senhor.”


Atualmente, dispomos de tecnologias sofisticadas para espalharmos a mensagem, tais quais Richards jamais sonhou. Hoje como nunca, necessitamos de uma geração com o espírito de H. M. S. Richards, porém com imaginação do século vinte e um.


Antes de encerrar este tópico, gostaria de confessar que inicialmente achei a idéia da NET uma loucura. Quem iria à igreja para assistir a um pregador através de uma tela? Estou feliz por ter me enganado. A NET colocou os adventistas no topo da comunicação mundial. Quantas outras idéias estão ainda por serem descobertas? Como melhor poderemos utiliza-las?


Envolvimento Leigo


Se eu fosse o diabo, faria dos pastores e administradores o centro do trabalho da igreja. Deve ter sido do diabo a idéia de que só o pastor deve pregar, dar estudos bíblicos, ser o principal ganhador de almas e tomar todas as decisões pela igreja.


Devemos ver a igreja como bem mais do que um centro de entretenimento para santos. Precisamos ter mais pastores interessados em treinar os conversos. Se esperarmos que apenas os pastores ganhem almas a igreja vai permanecer na terra mais tempo do que a própria eternidade. O desafio é criar uma geração de pastores e administradores adventistas que se tornem uma equipe competente para capacitar pessoas a usarem seus talentos no trabalho de alcançar o mundo. Os pastores precisam treinar pessoas, e não simplesmente, como as galinhas, colocar seus filhotes embaixo de suas asas, aonde estarão seguros.


Al McClure foi mencionado como tendo dito, que qualquer igreja que em 3 anos não gere outra igreja, deve perder seu pastor. Se o velho McClure não disse isto, ele devia. O adventismo precisa definir os passos necessários para desenvolver o lado capacitador do pastor.


Se eu fosse o diabo, subestimaria a importância da congregação local. Uma das grandes necessidades do adventismo é a manutenção de congregações locais vibrantes. Uma congregação saudável não é um grupo de indivíduos independentes entre si, mas uma unidade de crentes alcançando a comunidade ao redor .


A tarefa da igreja no mundo, através da Conferência Geral é coordenar fundos e pessoal para espalhar a mensagem de Cristo a todos os cantos do planeta. Entretanto, o congregacionalismo, como forma de organização, não é auto-suficiente. Por outro lado, a denominação, ao longo do tempo, somente será saudável na medida em que também forem nossas congregações locais. O que podemos fazer para que nossa congregação local seja saudável?


Crescente Burocracia


Se eu fosse o diabo, criaria mais administradores e níveis de administração. Na verdade, criaria empregos assalariados na igreja com o maior número possível de funcionários, desviando assim o objetivo da missão. Eu os colocaria em escritórios, os cobriria de papéis e os inundaria de reuniões e comissões. E se isso não fosse o bastante, eu os promoveria para os tão chamados níveis mais altos e cada vez mais os afastaria do contato direto e alimentador com as pessoas que fazem a igreja. Agora, não me entendam mal. Eu acredito na organização da igreja. Mas também acredito em comida, e sei que o exagero de coisas boas é prejudicial. Muitos adventistas acreditam que deveríamos reduzir o número de cargos administrativos para que pudéssemos lutar na linha de frente com mais dinheiro e energia. Muitos adventistas estão cansados de pagar uma conta massiva para um sistema de multicamadas.


No Concílio Anual ocorrido no Brasil em 1999, mostrei que não existe uma igreja no mundo com tantos níveis administrativos para manter como o adventismo. Quando o artigo foi publicado na Revista Adventista, o editor quis adicionar “exceto o Catolicismo Romano”. A minha resposta foi para que se adicionasse: “inclusive o Catolicismo Romano”. O Catolicismo Romano tem apenas 2 níveis acima da congregação local, enquanto o adventismo tem 4. Nosso sistema foi criado na época da carroça puxada a cavalo, antes da total disponibilidade do telefone. O desafio para a igreja no século vinte e um será uma reorganização, levando em consideração os meios modernos de transporte e comunicação.


Estou terminando de escrever um livro sobre a história da organização da igreja adventista no mundo, onde sugiro um modelo de 3 camadas, totalmente reestruturado, e arranjado de tal forma a captar as vantagens de uma igreja mundial, e ao mesmo tempo em condições de prover para as iniciativas locais. Cada vez mais os adventistas estão se dando conta de que existem outras maneiras de estruturar a igreja num mundo pós moderno, para que mais mão de obra e dinheiro fiquem disponíveis para finalizar a obra de Deus na terra. Dinheiro em demasia, pensam muitos, está sendo usado para mover o mecanismo, como se o mecanismo fosse um fim nele mesmo. Muitas das oportunidades potenciais do futuro dependem de uma bem sucedida reestruturação, de maneira a disponibilizar estes recursos. Esta tarefa talvez seja um dos maiores desafios com o qual nos depararemos ao se iniciar o século vinte e um.


Espírito Santo


Se eu fosse o diabo, faria com que os adventistas ficassem com medo do Espírito Santo. Muitos de nós tememos o pentecostalismo quando se trata do Espírito Santo. Precisamos nos lembrar o que a Bíblia nos ensina acerca da necessidade do Espírito Santo no trabalho cristão. Ellen White também nos ensinou que ao recebermos o Espírito Santo, recebemos juntamente outras bênçãos.


Alguns anos atrás, em uma reunião da Conferência Geral, notei que a igreja adventista não acredita realmente em suas 27 doutrinas. Especialmente naquela sobre os dons espirituais. Nós acreditamos em um dom espiritual, mas não nos dons espirituais, e em maioria, restringimos este dom a uma única pessoa, que já repousa em seu túmulo há 85 anos. O que aconteceria se eu recebesse o dom de línguas hoje, agora, durante este sermão? Ou o dom de profecia? Com certeza se formaria uma comissão especial para estudar a situação durante os próximos 10 anos. Tenho que admitir que só de falar a respeito me deixa nervoso, pois é impossível se controlar o Espírito.


Nós temos a promessa em Joel 2 do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias, derramamento este que provavelmente dividirá a igreja no meio. Com que freqüência meditamos a respeito do Espírito Santo e derramamento da chuva serôdia? Será que estamos tão concentrados em alvos, estruturas e comportamento humano que esquecemos do poder atrás de cada um deles? Que atitudes podem ser tomados para permitir que o Espírito Santo ocupe Seu próprio lugar dentro do adventismo? Ou esperamos completar nossa obra sem Sua presença perturbadora?


Jogo dos Números


Se eu fosse o diabo, encorajaria nossa denominação a continuar com o jogo dos números. A pior coisa que já aconteceu com os adventistas foi aprender a contar. Nós contamos igrejas, instituições, dinheiro, e tudo mais. Os números têm seu lugar, mas pouco haver com a realidade da finalização da obra. Um resultado do jogo dos números é que tendemos a colocar a maior parte do nosso dinheiro em locais onde podemos obter mais batismos por menos dinheiro . Isto significa que não temos dado a devida atenção àquelas partes do mundo mais difíceis de serem alcançadas. Na Divisão Norte Americana o grupo mais difícil de ser evangelizado é o de caucasianos ( brancos). Alguns anos atrás, escrevi uma carta ao presidente desta Divisão dizendo que se não nos empenharmos mais em um evangelismo criativo, que satisfaça esse grupo, em 50 anos o grupo mais difícil de ser alcançado será o de brancos norte-americanos.


O problema dos números toma diferentes configurações em várias partes do mundo, mas deve ser levado em plena consideração quando fizermos nossos planos para alcançar filhos de Deus. Se eu fosse o diabo, levaria os adventistas a esquecerem sua herança apocalíptica. O adventismo nunca se viu como uma denominação qualquer, mas sim como um movimento de profecia, com suas raízes em Apocalipse 10 – 14. É esta crença no adventismo como um povo especial chamado para levar a mensagem, que tem levado a igreja aos confins da Terra. Se esta crença acabar, o adventismo se tornará apenas mais uma denominação com algumas diferenças dentre as outras religiões.


Nossa maneira de lidar com a mensagem apocalíptica nos planos futuros determinará se o adventismo continuará a ser um movimento ou se transformará em um monumento do movimento, e eventualmente um museu do movimento. Já que estamos no assunto do Apocalipse, é importante nos dirigirmos ao povo de nossos dias. As pessoas não se interessarão pelo advento ouvindo falar que houve um grande terremoto em Lisboa em 1755, ou sobre a queda das estrelas em1833.


Não há nada errado em apresentar a história de nossa igreja para as pessoas. Elas podem até ser tocadas por estes fatos, mas é de maior importância que elas vejam os acontecimentos apocalípticos que estão em andamento em nossos dias.


Se eu fosse o diabo, faria os adventistas acreditarem que suas doutrinas são todas de igual importância. Quando a verdade é que o centro do cristianismo é ter uma relação salvadora com Cristo. Esta relação com Cristo não se iguala a abstenção da carne de porco por exemplo. Tenho conhecido vegetarianos e guardadores do sábado que são mais cruéis que o próprio diabo. A igreja precisa identificar dentro de suas crenças o que é primário e central e o que é secundário.


A Bíblia é clara em dizer que o cristianismo genuíno vem de uma relação salvadora com Jesus Cristo. É muito fácil ser um adventista sem ser um cristão. No programa adventista de alcançar almas, a centralidade de Cristo deve ser deixada clara como o cristal .


O desafio é estruturar nossas técnicas conscientemente, para que as pessoas se tornem cristãs e conseqüentemente adventistas, pois o adventismo sem cristianismo é vazio e sem significado.


Desentendimentos


Se eu fosse o diabo, faria com que os irmãos começassem a se desentender. Qualquer assunto serviria: Formas de culto, teologia, formas de vestuário, etc. Afinal, se eles estivessem atingindo uns aos outros com sua munição, não acertariam nada em mim.


O diabo tem sido vitorioso nesta estratégia. O que pode ser feito para encontrarmos e vencermos o verdadeiro inimigo?


Se eu fosse o diabo, faria com que os adventistas começassem a raciocinar de forma tribal, nacional e racial. Faria da igreja uma grande discórdia, indiferente para com a missão. Reconheço que existem injustiças que precisam ser analisadas e situações complexas difíceis de serem solucionadas. Minha súplica é que nas situações mais difíceis e injustas nos comportemos como irmãs e irmãos nascidos em Cristo, em condições de discutir os assuntos sem perder de vista a missão da igreja. O adventismo precisa desenvolver mecanismos para enriquecer e iluminar seu multiculturalismo e internacionalismo.


Finalmente, se eu fosse o diabo, faria com que os adventistas ficassem entediados durante o sábado. Eu pergunto: O que os adventistas preferem? O pôr-do-sol de Sexta-feira, ou o pôr-do-sol de sábado? Muitos de nós agimos como se o sábado fosse a pena por sermos adventistas, e não um sinal de nossa salvação e a maior bênção da semana. Esta atitude desafortunada está presente em muitas de nossas igrejas. Já estive em igrejas adventistas nas quais não fui sequer cumprimentado. Não querendo que os irmãos se sentissem mal, não disse nada. Só que eles não sabiam que eu era o pregador naquele dia. Então, durante o sermão perguntei: “Se vocês não fossem membros da igreja adventista do sétimo dia, e estivessem visitando esta igreja, voltariam algum dia?” Eu certamente jamais voltaria.


É necessário muito mais do que apenas doutrinas para encher uma igreja. Precisamos de Jesus. Bem, já cansei de brincar de diabo. Aonde entra Deus em tudo isto?


Se eu fosse Deus, encorajaria os adventista do sétimo dia a pensarem, planejarem e agirem de maneira a combater os planos do inimigo. Os encorajaria também a multiplicar o poder das bênçãos e a encarar os desafios de maneira honesta e cristã e ainda,a concentrar suas energias em maximizar suas oportunidades. O sucesso não vem por acaso. É o produto de planejamento e ação.


Para terminar, gostaria de agradecer à Conferência Geral pela chamada para o significante pensamento e discussão sobre as cinco janelas da igreja. Você sabe, isso é uma operação perigosa. Eu não tenho certeza se você sabe disso ou não. Uma coisa é tirar as minhocas da lata ; e outra é fazer com que elas retornem. A tarefa hoje é para cada um de nós e teremos a oportunidade de fazer uma lista do que ele ou ela considera ser grandes oportunidades para a igreja hoje e os grandes desafios na medida em que ela espera completar sua missão no século vinte e um.


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GEORGE KNIGHT apresentou este sermão na Conferência Geral de 2000 em Toronto. Tradução: Dra.Silma de Almeida Santos e Valmor Artur Goetz Santos. Clique Aqui para ler o texto original em Inglês.

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