terça-feira, 13 de setembro de 2011

Suicídio: o que você deveria saber


Ultimamente Cindy tem agido de modo estranho. Segundo-anista de medicina do Japão, ela é diligente e muito motivada. Às vezes, não se percebe se ela está estudando medicina para agradar a si mesma ou a seus pais. Seus pais planejaram tudo para sua vida, mesmo seu futuro esposo. Eles têm elevadas expectativas a seu respeito. Ela não ousa desapontá-los. No último trimestre ela obteve nota razoável em seus cursos, mas, neste trimestre, está enfrentando problemas. Com efeito, ela fracassou num importante exame de química. E então veio o golpe: uma carta de seu noivo dizendo que achou outra; ele não podia esperar que ela terminasse medicina.

Cindy parece ter perdido interesse em tudo. Seu comportamento é errático. Dorme mal; come mal. Outrora uma pessoa feliz e vibrante, subitamente ela se tornou introvertida. Evita amigos. Diz que seria melhor se ela não existisse. Mas não fala do que a está machucando. A noite passada ela me deu seu vestido favorito, dizendo que não mais precisa dele.

Cindy corre perigo. Está dando sinais de alarme, sinais que bem podiam levar à rota infame que algumas pessoas perturbadas escolhem — suicídio.

Uma tragédia global

O suicídio é uma das grandes tragédias da vida. Desde os exemplos bíblicos de Saul e Judas, até os últimos casos no jornal de hoje, “o suicídio afeta todas as camadas sociais, toda faixa etária, todos os níveis educacionais, toda profissão, todas as religiões e ambos os sexos”.1

O suicídio é um problema global crescente. Nos Estados Unidos, entre pessoas de 15 a 24 anos, o suicídio registrou um aumento de 202 por cento entre 1950 e 1990. No Japão e na Dinamarca, um de cada três homens e uma de cada quatro mulheres no grupo de 25 a 34 anos comete suicídio. A província de Quebec, no Canadá, teve um aumento de 800 por cento de suicídio no grupo de 15 a 24 anos de 1961 a 1981. A Finlândia tem o mais alto nível de suicídio na Europa.

Um estudo de 1977 revela que 50 a 60 pessoas tentam suicídio para todo suicídio ocorrido. Entre estudantes “uma porcentagem igual de homens e mulheres pensaram em suicídio e, na média, no mesmo nível de intensidade”.2

Por que suicidar-se

Por que pessoas cometem suicídio? Está o problema com a pessoa que se suicida, com a sociedade ou com uma combinação do indivíduo e do ambiente? No que concerne ao indivíduo, o problema freqüente é o desejo de atingir um alvo elevado e o fracasso em atingi-lo. “No coração da personalidade de um suicida há um traço de perfeccionismo agravado pela crítica, depreciação, achar defeito e um masoquismo impiedoso em relação a questões maiores, menores e até minúsculas de comportamento. O perfeccionista não perde a oportunidade de obter um boletim desfavorável a seu respeito”.3

A depressão é outra causa comum de suicídio. Pouca investigação tem sido feita sobre o rancor e sua relação com o suicídio, mas parece ser um fator significativo. “A pessoa com tendência suicida guarda sentimentos rancorosos à semelhança dos que colecionam selos. Por não brigarem com outros (ou ao menos esperam até poucos dias antes da tentativa), acabam geralmente brigando consigo mesmas”.4

Antecedentes de família desempenham um papel vital em vencer ou sucumbir a tendências suicidas. Entre estudantes de faculdade que pensaram em suicídio, tentaram ou o levaram a efeito, “uma característica comum é um ambiente familiar caótico (famílias que experimentaram divórcio, separação, morte de um dos pais ou segundo casamento)”.5

A pressão de sair-se bem nos estudos e o fracasso em namoro também contribuem para a tendência ao suicídio entre estudantes. “Mais de 90% dos estudantes que tentaram suicídio fracassaram no trabalho ou nos estudos. O problema seguinte mais comum era dificuldade em relações amorosas”.6

A falta de apoio social é outra explicação para a incidência elevada de suicídio entre estudantes de faculdade. Apoio social, de familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e membros de igreja, “promove saúde mental e previne estafa psicológica”.7

Suicídio e cultura

Estudos mostram que as atitudes para com o suicídio variam de cultura para cultura. Embora tanto os estudantes da Austrália como os de Cingapura achem que o suicídio não é comportamento aceitável, “os australianos admitem o suicídio mais facilmente e os cidadãos de Cingapura recorrem a ele como um solucionador de problema”.8

Quando foram inquiridos se sentir-se-iam envergonhados se um membro da família cometesse suicídio, 21 por cento de estudantes da Nova Zelândia e 53 por cento de estudantes norte-americanos responderam “sim”. Embora ambos os grupos achem que quase todo o mundo já pensou alguma vez em suicídio, estudantes da Nova Zelândia tendem a “experimentar pensamentos de suicídio a um grau menor do que estudantes dos Estados Unidos”.9

No Japão, o suicídio é historicamente aceito como um ato de honra e parece ser um fenômeno mais culturalmente visível e aceitável do que nos Estados Unidos.10 Na Índia, embora as tentativas de suicídio tenham aumentado, a proporção de suicídio tem permanecido constante durante o último século. Uma das causas comuns de suicídio na Índia é o fracasso nos exames.11

Os países árabes e da América do Sul têm um número relativamente baixo de suicídios, possivelmente em virtude de uma fé religiosa forte e laços de família estreitos.

Estudos demonstraram que a religião exerce um impacto direto sobre se uma pessoa é ou não tentada a cometer suicídio. A fé em algo, especialmente em Deus, dá às pessoas aquela força adicional para vencer o stress. Ao mesmo tempo, “estar demasiadamente imerso na vida religiosa (como no caso de ceitas) faz a pessoa estar sujeita a um fardo de regulamentos e deste modo mais propensa a cometer um suicídio fatalista”.12 Isto tem uma implicação significativa na cultura adventista. Enquanto nossa fé na religião possa nos proteger das pressões do stress, a tendência para o legalismo e o perfeccionismo pode abrir a possibilidade de colapso, sob pressão. A chave é o equilíbrio, como Ellen White amiúde aconselha em seus escritos. Embora Cristo possa e deva ser envolvido em todas as áreas de nossa vida, a lealdade a Cristo e as atividades religiosas não são sempre a mesma coisa.

Prevenção de suicídio

Quando se perguntou a estudantes de faculdade ou de universidade se desejavam prestar auxílio preventivo a seus colegas propensos ao suicídio, sempre disseram “sim”, mas não sabiam como fazê-lo. Visto que 20 a 60 por cento de estudantes universitários têm tendências ao suicídio, a administração devia se envolver mais em tais problemas. Cursos e seminários sobre prevenção de morte e suicídio, mais envolvimento social de professores e estudantes, mais encorajamento e recomendação para aconselhamento e melhor comunicação entre estudantes, professores e funcionários, tudo isso ajudaria.

Se você acha que um amigo ou conhecido esteja pensando em suicídio, eis alguns passos que você poderia tomar para ajudar.13

  • Pergunte à pessoa se sente tendência ao suicídio.
  • Estimule a pessoa a falar sobre seus planos.
  • Procure eliminar os meios para evitar que se cometa o suicídio.
  • Encorage a pessoa a entrar em contato com um centro de prevenção de suicídio. Forneça o número dos telefones.
  • Leve a pessoa a fazer uma afirmação verbal ou um contrato escrito com você dizendo que não tentará suicídio sem chamá-lo.
  • Se possível, elimine o problema que está levando a pessoa a pensar en suicídio.
  • Permaneça com a pessoa que tenta suicidar-se ou arranje alguém que faça companhia até passar a crise.
  • Encoraje a pessoa a obter conselho profissional; ofereça-se para acompanhá-la.

Adventistas e suicídio

Qual deveria ser a atitude dos adventistas do sétimo dia em relação ao suicídio? As Escrituras registram dois casos de suicídio, ambos envolvendo homens em posição de liderança. Primeiro, a história do rei Saul. Saul estava se afastando de Deus gradualmente. Em I Samuel 31, ele vê com horror Israel perder uma batalha vital e três de seus filhos mortos. Então é ferido e sabe que não há modo de escapar. Ele pede ao escudeiro que o mate, mas o homem se recusa a fazê-lo. Saul escolhe cair sobre sua própria espada de preferência a ser capturado pelo inimigo. Aparentemente o suicídio era mais honroso do que cair prisioneiro. Ellen White comenta: “Assim pereceu o primeiro rei de Israel, com o crime do suicídio em sua alma. Sua vida fora-lhe um fracasso, e sucumbira com desonra e em desespero, porque pusera sua vontade própria e perversa contra a vontade de Deus.”14

A segunda pessoa mencionada na Bíblia a cometer suicídio foi Judas. Jesus preveniu Judas de que ele caminhava para o desastre (Mateus 26:23-25), mas Judas achava que agia certo ao trair a Jesus. Somente quando viu seu plano fracassando (Mateus 27:3-5) reconheceu que não valia a pena viver. Ellen White diz que Judas “sentiu que não podia viver para ver Jesus crucificado, e em desespero, foi enforcar-se.”15 Jesus sabia o que Judas estava planejando; contudo, não “proferiu nenhuma palavra de condenação. Olhou piedosamente para Judas, dizendo: Para esta hora vim ao mundo.”16 Se Jesus, conhecendo o coração humano, pode continuar a trabalhar com pessoas sem condená-las, podemos ser diferentes?

Ellen White menciona que Pilatos também cometeu suicídio. “A arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado. A despeito de suas precauções, porém, exatamente o que temia lhe sobreveio mais tarde. Tiraram-lhe as honras, apearam-no de seu alto posto e, aguilhoado pelo remorso e orgulho ferido, pôs termo à própria vida.”17

Nestes casos bíblicos podemos discernir que o problema real é o modo de vida. A todos é dada a oportunidade de conhecer a Deus. Então precisam decidir o que farão com esse conhecimento. Aqueles que rejeitam a Deus e Seus valores, com freqüência sentem que não vale a pena viver e desejam pôr fim à própria vida. Contudo, nem todo suicídio envolve a rejeição de Deus. Há outros fatores sobre os quais a pessoa perde o controle: stress, solidão, traição, vergonha, depressão, doença mental, doenças fatais.

Embora não possamos compreender plenamente as causas e motivações por trás do suicídio, como adventistas podemos afirmar três princípios importantes. Primeiro, a vida é preciosa e é um dom de Deus, para ser vivida por Sua graça e pela fé. Nenhum problema é demasiado grande que não possa ser trazido a Deus em oração. Segundo, quando encontramos uma pessoa com pensamentos suicidas, temos o dever de ajudá-la. Terceiro, não nos cabe julgar. Enquanto devemos estender um ministério de amor e ternura à pessoa envolvida, não devemos julgar que tal pessoa cometeu o pecado máximo.
 

Vale a pena saber
  1. A maioria das pessoas que cometem suicídio dá dicas verbais ou de comportamento.
  2. Elas sentem uma ambivalência entre a vida e a morte. Não é tanto que queiram morrer mas não querem continuar vivendo na presente situação.
  3. A maioria das pessoas com propensão ao suicídio o são só por um período breve.
  4. Suicídio ocorre em todas as classes sociais.
  5. Pessoas inclinadas ao suicídio podem ser muito infelizes, mas não necessariamente doentes mentalmente.
  6. Mulheres tentam o suicídio três ou cinco vezes mais, os homens o concretizam três ou cinco vezes mais.
  7. Embora as tendências ao suicídio não sejam de origem genética, o suicídio aparece em certas famílias mais que em outras.
  8. Embora a depressão seja geralmente associada com o suicídio, há muitas outras emoções que podem ser ligadas ao suicídio, como vingança e raiva.
  9. O suicídio e o uso de álcool estão fortemente ligados.
  10. Pedir a alguém que discuta sobre seus pensamentos de suicídio é evidência de preocupação e pode ser o meio de evitá-lo.
  11. O número de suicídios aumenta com a idade e é muito elevado entre idosos.
  12. É mais provável que mulheres usem arma e não drogas para se matarem.
Margaret T. Lawrence e John R. Ureda, “Students Recognition of the Response to Suicidal Peers,” Suicide and Life Threatening Behavior 20 (Summer 1990), pág. 166.
 



Judy Cushman está estudando para obter um mestrado em Casamento e Aconselhamento de Famílias na Universidade de Loma Linda, na Califórnia. Seu endereço: 35512 Rodeo Rd., Yucaipa, CA 92399; E.U.A. E-mail: jcushman@ccmail.llu.edu

Notas e referências

1.   Ira David Welch, Encountering Death: Structured Activities for Death Awareness (Muncie, Ind.: Accelerated Development, Inc., 1991), pág. 133.

2.   M. David Rudd, “The Prevalence of Suicidal Ideation Among College Students,” Suicide and Life Threatening Behavior 19:2 (Summer 1989), págs. 174-178.

3.   Howard Rosenthal, Not With My Life I Don’t: Preventing Your Suicide and That of Others (Muncie, Ind.: Accelerated Development, Inc., 1988), pág. 76.

4.   Rosenthal, pág. 81.

5.   Rudd, pág. 180.

6.   Philip W. Meilman, Janice A. Pattis e Deanna Kraus-Zeilmann, “Suicide Attempts and Threats on One College Campus: Policy and Practice.” Journal of American College Health 42 (January 1994), pág. 152.

7.   Sherry L. Whatley e James R. Clopton, “Social Support and Suicidal Ideation in College Students,” Psychological Reports, 71 (1992), págs. 1123-1127.

8.   George Domino, Sushila Niles, e Sunita Deviraj, “Attitudes Toward Suicide: A Cross-Cultural Comparison of Singaporean and Australian University Students,” Omega 28:2, págs. 126-134.

9.   George Domino, Janet Catherine MacGregor e Mo Therese Hannah, “Collegiate Attitudes Toward Suicide: New Zealand and United States,” Omega, 19:4, págs. 355-360.

10. George Domino e Yoshitomo Takahasi, “Attitudes Toward Suicide in Japanese and American Medical Students,” Suicide and Life Threatening Behavior 21 (Winter 1991), pág. 346.

11. Dr. Adityanjee, “Suicide Attempts and Suicides in India: Cross-Cultural Aspects,” International Journal of Social Psychiatry 32 (Summer 1086), págs. 65-70.

12. Frank Trovato, “A Durkheimian Analysis of Youth Suicide: Canada, 1971 and 1981.” Suicide and Life Threatening Behavior 22 (Winter 1992), págs. 415-416.

13. Rosenthal, págs. 36-47.

14. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 682

15. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 692.

16. Ibidem.

17. Idem, págs. 709, 710.

Esperando pelo sexo


Querida Nancy:

Eu e meu namorado estamos comprometidos há quase um ano. Temos ambos 23 anos e gostamos muito um do outro. Planejamos nos casar quando terminarmos a faculdade. Para ser bem honesta com você, temos tido sexo várias vezes. Nunca pensei que fosse tão longe antes de me casar com ele. Mas estamos tão apaixonados. Não desejo fazer isso, mas sinto-me presa. Por favor, me ajude!

Querida Nancy:

Tenho lido seus artigos na Diálogo e realmente os aprecio. Você tem explicado os pontos onde devemos nos deter no processo de união de um casal; mas como podem namorados que de fato se amam evitar ir longe demais, cedo demais? Isso é o que preciso saber.


É possível aos jovens possuidores de um real impulso sexual e que estão bastante enamorados, vivendo numa sociedade moderna impregnada de sexo, pressionar os freios da atração física? Em sua maioria os jovens nunca estabelecem limites sobre sua conduta, especialmente no que tange à conduta sexual. Declarações do tipo "eu nunca de fato pensei sobre isso" são usadas comumente. As atitudes de "seguir com a maré" criam oportunidades para o desenvolvimento de situações sexuais.

Uma das coisas mais inteligentes que você pode fazer para exercer domínio e abstinência, é pensar a respeito de seus padrões e desenvolver critérios de intimidade física baseados na Palavra de Deus e em valores pessoais. Tome tempo para um auto-inventário bem refletido e decida que limites porá em seu comportamento para conquistar as metas futuras. Decida em que ponto, nos passos de união entre ambos, você se deterá (ver meu artigo anterior sobre os passos para a união de um casal, em Diálogo, vol. 13, nº. 2). Tenha sempre presente o número da etapa na união de um casal, o qual é seu ponto de parada antes do casamento. Esse deve ser um número/etapa sobre o qual você teria orgulho de discutir com seus pais, um amigo de confiança ou seu pastor.

As mulheres jovens reconhecem que quando permitem beijos íntimos e abraços, quando permitem a um homem tocar e acariciar seus seios, ele presume que ela deseja avançar mais. Quando ela consente em que o namorado vá até esse ponto, ele toma isso como sinal de que pode ir mais adiante. Por isso é mais sábio e seguro deter-se nas etapas 6 ou 7. Mas, mesmo um casal com compromisso formal nunca deve ir até a etapa 9. As linhas de detenção além da etapa 7 tornam-se muito escorregadias, pouco nítidas e tudo acontece muito rapidamente, porque todos os propulsores sexuais estão em operação. Permanecer no lado seguro da etapa 7 pode salvar incontáveis casais de muitas situações aflitivas.

Babe Ruth, o legendário jogador americano de beisebol, jogava certa vez perante espectadores hostis. Em meio às vaias e gritos ele apontou o seu bastão exatamente sobre os torcedores no ponto em que pretendia mandar a próxima bola. Dali ele lançou-a exatamente no ponto que havia indicado e partiu para sua corrida às bases. Quando você for estabelecer regras pessoais de conduta, pense em Babe Ruth. Reflita cuidadosamente sobre o assunto e estabeleça seus padrões, planejando como mantê-los. Desenvolva um plano específico para seguir, de modo a continuar num relacionamento de amor saudável e crescente sem o comprometimento de princípios.

Ainda que todos os demais lhe digam que não pode fazê-lo, seus padrões nunca podem ser demasiado elevados. Quanto mais claramente eles forem definidos, mais provavelmente você irá segui-los. Apenas continue pensando sobre a posição em que o bastão foi apontado.

Alguns podem questionar se a abstinência total até o casamento é realística ou mesmo possível na sociedade hodierna sexodirigida. Seria possível aos jovens que estão tão enamorados praticar abstinência? Eu não só creio ser possível, mas numa época de difundida transmissão de doenças sexuais (DST e AIDS) isso é imperativo. Eis algumos passos a seguir:

1. Deixe claros os seus valores.

Fale com seu/sua namorado(a) sobre os seus padrões. Isso não significa que você comece dizendo: "Olá, eu sou Cristina e não vou para a cama com ninguém..." Uma jovem pode ser tanto direta quanto ter tato, fazendo conhecidos da outra pessoa os seus limites. Os que são sinceros com seus companheiros geralmente obtêm reação positiva.

Um modo fácil de suscitar a questão é falar sobre os padrões que acabou de estabelecer para si. "Creio ser justo expor-lhe os valores que escolhi para a minha vida. Desejo desenvolver relacionamento de namoro que não inclua o sexo até o casamento. Espero que respeite esses valores e se alie comigo em observá-los".

Agir tão claramente quanto à sua política de não-comprometimento sexual com alguém que talvez nem teve uma aproximação de intimidade com você, pode criar uma situação um tanto tensa no início do relacionamento. Mas uma vez que tudo esteja em aberto, você vai ver que isso elimina a tensão e a incerteza. Com essas definições, ambos podem relaxar e se conhecer mutuamente como amigos.

A comunicação aberta entre namorados com respeito a seus ideais e valores sexuais é uma excelente maneira de prevenir situações de excitação. Não é justo convidar alguém para o aeroporto sem dizer se é para uma viagem de avião ou um salto de pára-quedas.


2. Tenha um plano claro em casos de emergência.

Desenvolva um plano de ação caso venha a vivenciar um "encontro íntimo". Você estabeleceu seus padrões e está tentando viver segundo eles, mas em algum momento poderá estar com alguém que tente forçá-lo(a) a ultrapassar tais limites. Como reagirá? O que fará? Ou dirá? Alguns planos antecipados poderão poupar muitas dificuldades posteriores.

Consideremos isso em três estágios:

Se for apenas uma ligeira ameaça a seus padrões, você poderá dizer "não" de modo indiscutível. Comece contando uma longa história envolvida em dramatismo. Fale a respeito de Cristo. Levante-se, mude de atividade e diga: "Estou com fome. Vamos ver se comemos algo". Conte uma piada: "Você sabe por que os filhos de Israel vaguearam pelo deserto por 40 anos? É porque mesmo naquela época os homens se recusavam a parar para pedir informação." Quando não houver nenhuma ameaça séria a seus padrões, qualquer uma dessas idéias pode dar conta da situação.

Uma ameaça média já é um pouco mais séria. Uma simples negativa não funcionou. Você precisará valer-se de um "não" mais firme falando de seus sentimentos: "Sinto-me sob ameaça quando você me pressiona desse jeito, porque não está revelando respeito por meus sentimentos". Ou: "Qual é a função do "não" que você não entende?" Talvez precise sair para estar na companhia de outras pessoas. As mulheres jovens precisam ter consigo um telefone celular e dinheiro para chamadas telefônicas e, possivelmente, para um táxi.

Caso se sinta sob séria ameaça ou temor, confie em seus instintos. Escape da melhor maneira que puder. Valha-se de todo recurso necessário para a evasão. Grite. Lute. Dê um tapa e corra. Mas não espere até que uma ameaça real ocorra. Desenvolva um plano de ação antes disso acontecer. Pense nisso como um exercício de prevenção de incêndio. O tempo de escape é antes de estarem as chamas lambendo seus pés.


3. Tenha alguém a quem prestar contas.

Escolher uma pessoa responsável é um poderoso auxílio para impedir jogos sexuais. Uma pessoa assim é alguém junto a quem será responsável por sua conduta. Um amigo de confiança, o pastor, um conselheiro ou professor são boas escolhas.

Uma jovem ia todo mês visitar seu namorado que estudava numa faculdade localizada a 750 quilômetros de distância. Uma vez que ele morava num apartamento fora do campus e o casal planejava casar-se, dormiam na mesma cama mas tentavam evitar relações íntimas. Suas tentativas foram infrutíferas até que escolheram alguém diante do qual seriam responsáveis. A moça encontrou outro lugar para ficar quando vinha para visitas.

Um casal que realmente deseja manter os padrões que estabeleceu prestará um relatório semanal em pessoa a seu responsável. Fitando essa pessoa nos olhos, o casal deve apresentar um relato completo de seu tempo, atividades e conduta. Isso funciona muito bem! Eu o recomendo!


4. Planeje cuidadosamente.

Planeje os seus encontros cuidadosamente e com antecipação. Antes de sair, saiba onde está indo, quem estará presente, que atividades estarão disponíveis, como chegará lá e a que hora voltará para casa. Se quem convidou não puder fornecer essas informações, ou hesita quando você lhe pergunta a respeito, cuidado!

O namoro devia incluir uma variedade de ações interessantes. O tempo gasto em participar dessas atividades deve em muito superar o tempo passado em simples entretenimento. Planeje uma variedade de atividades divertidas pelas quais fique conhecendo as coisas de que o namorado(a) gosta e não gosta, sua personalidade global, valores, metas e crenças.

Nos estágios iniciais de um relacionamento, os namoros em grupo são melhores. Conquanto dois de vocês estejam juntos, há menos tensão. Isso lhe permite observar como o namorado(a) interage com outros, bem como o seu senso de humor. Em grupo você pode avaliar alguém mais rapidamente do que em 10 encontros a sós. Entre amigos, a pessoa estará mais à vontade e será mais genuína. Isso elimina o "mascaramento". O namoro em grupo dá margem ao crescimento da amizade e torna mais fácil manter padrões morais e impedir muitos "encontros íntimos" perigosos.


5. Escolha com cuidado com quem sair.

Seus relacionamentos deveriam ser com aqueles que têm aproximadamente a sua idade, que revelem interesses, valores e ideais semelhantes. Suas melhores companhias provavelmente virão do círculo de amigos que já estabeleceu, aqueles sobre os quais sabe algo. Evite encontros às cegas com alguém que não conhece e com quem nunca se encontrou, a menos que tenha sido arranjado por um amigo de confiança.

E nunca se relacione assim com pessoas casadas, que têm divórcio pendente (são ainda casados), que estejam bebendo ou se achem bêbadas, que usem drogas e sejam gente que não reúna condições de estar com você abertamente.


6. Evite estimular situações.

Evite situações potenciais que estimulem o apetite sexual. Fico constantemente surpresa com os ousados e calculados riscos a seus padrões morais que os jovens correm, sem levar em conta os resultados finais. Exemplos disso incluem casais que passam horas na praia apertando-se sobre cobertor, acariciando-se; casais dormindo juntos sem ter sexo; os que se deitam apenas desejando "segurar" um ao outro; e os que se acariciam até atingir o orgasmo, mesmo sem avançarem além disso. Tudo isso constitui grande risco! Ninguém pode continuar a correr tais riscos e vencer as possibilidades de complicações.

Adultos solteiros solitários devem estabelecer estritas diretrizes com respeito a seu comportamento, quando entretendo alguém do sexo oposto. Períodos de carícias e sussurros diante do fogo de uma lareira podem conduzir à intimidade sexual, tanto quanto jantares à luz de velas para dois com música romântica e nada mais para fazer. Entreter o sexo oposto deve sempre incluir outra pessoa ou um grupo de pessoas, apenas para estar do lado seguro. Evite ambientes que sejam sexualmente tentadores, mas também filmes, TV e vídeos que encorajem desejos e fantasias pecaminosas.

Alguns acham que podem viajar juntos e compartilhar um quarto de motel ou ir acampar e estar sob a mesma tenda. Tal tipo de jogo é tolice. Ninguém pode brincar com o fogo sexual sem ficar queimado. Deus quer que fujamos da "aparência do mal" (I Tessalonicenses 5:22). Não devemos flertar com a tentação.

Uma vez que estejam definidos os seus limites, apegue-se a eles. Não importa quão mágica seja a ocasião, o ambiente e a música, lembre-se de seus padrões escolhidos.

Isso não só o(a) ajudará a traduzir a tentação em comportamento racional, mas também lhe permitirá manter intacto um artigo muito precioso: sua auto-estima. Ter sentimentos positivos a seu próprio respeito é o fator mais importante para se evitar envolvimento sexual antes do casamento. Se viver à altura de seus valores, outros terão um alto conceito a seu respeito, e os conflitos íntimos não lhe despedaçarão interiormente. Reagirá às opiniões dos outros sobre você com integridade e autoconfiança. Sua aparência, habilidades ou aceitação não lhe preocuparão, deixando você mais livre para amar, estudar, trabalhar e divertir-se.


A. C. Green, um dos maiores jogadores americanos de basquete, diz que como um atleta profissional ele é constantemente assediado por mulheres que desejam encontrá-lo e passar tempo com ele. Desde que ele chega numa cidade até que sai, as jovens o perseguem. Os atletas profissionais freqüentemente têm uma imagem exagerada e encontram mulheres dispostas por toda parte, diz ele -- em aeroportos, saguão de hotéis, restaurantes e ginásios esportivos -- todas tentando obter sua atenção.


A. C. não é cego. Ele reconhece esses tipos quando os vê. Ademais, ouve conversas de vestiário sobre as conquistas sexuais de outros jogadores. Contudo, decidiu permanecer sexualmente puro até o casamento, seguir os padrões divinos e não os costumes seculares. Isso tem sido verbalizado a seus companheiros de time. Ele também lhes tem falado sobre sua posição quanto a sexo antes do casamento, e que crê que Deus reservou o sexo para o casamento. Nem todos os seus companheiros concordam com sua postura, mas o respeitam por tomá-la e permanecer firme nela. A. C. orgulha-se de ser virgem. "Tenho que me respeitar antes de respeitar outros", diz ele. Prossiga assim, A. C.!


Se você decidiu praticar a abstinência a partir de hoje, precisa primeiro melhorar seus sentimentos de valor. Quando se vê verdadeiramente como um valorizado filho de Deus por quem Cristo morreu, sentir-se-á mais capaz de tomar decisões difíceis que beneficiarão o seu futuro, em vez de enfraquecê-lo.

Uma parte importante de seu compromisso de abstinência é contar com o poder divino. Peça ajuda ao Pai celestial para permanecer puro. Se você e a pessoa com quem namora discutirem e orarem a respeito de seu comprometimento com a abstinência, isso produzirá um elo de consciência entre vocês que poderá servir como uma barreira contra a tentação. Discuta o seu relacionamento em termos de "Nós três -- Deus, você e eu".

Não ter sexo fora do casamento é abstinência. E é 100% garantido que funciona. Você não terá problemas de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST), gravidez ou sofrer uma série de outros males. Pode preferir a abstinência em qualquer ocasião, mesmo quando tenha tido atividade sexual antes.

Abstinência? Ela funciona! E traz compensação com altos dividendos!

Nancy L. Van Pelt é uma profissional da área de vida familiar e apresentadora de seminários. Escreveu mais de 20 livros e muitos artigos sobre relacionamentos. Para mais material sobre este tópico ver seu livro Smart Love--A field guide for single adults (Fleming H. Revell, 1997). E-mail: nancy@heartnhome.com 

Ellen White e a saúde mental


Ellen White foi um dos três principais fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Realizou um papel único de liderança na igreja emergente: o dom da profecia. Em seu ministério público, recebeu centenas de visões e sonhos com mensagens que variavam de conselhos pessoais a questões sobre a recém-fundada Igreja, em áreas como fé e doutrina, organização e missão, saúde e educação etc. Embora tenha escrito de maneira produtiva e com autoridade, nunca inferiu que seus escritos devam ser suplementares à Escritura. Ao longo de sua vida e ministério, apontou a Bíblia como a regra de fé e prática para os cristãos. Uma de suas principais funções foi a de ajudar os indivíduos e a organização da Igreja a compreender e seguir a vontade de Deus. Embora não tivesse treinamento formal em saúde mental, muitas vezes serviu como uma conselheira para as pessoas que tinham diferentes necessidades emocionais e psicológicas. Tocou a vida de milhares de pessoas e deu-lhes uma nova esperança com um saudável foco espiritual, mental e emocional. Seus extensos escritos demonstram interesse pela saúde mental. Entre outros materiais, escreveu um importante capítulo intitulado “A cura mental” em seu livro A Ciência do Bom Viver. Em 1977, o Ellen G. White Estate publicou uma compilação de dois volumes intitulada Mente, Caráter e Personalidade.

Este artigo apresentará resumidamente a compreensão de Ellen White sobre saúde mental, suas experiências pessoais e familiares e seu papel como uma conselheira em questões que afetam a saúde mental.

Como Ellen White entendia a saúde mental

Quando Ellen White usou o termo “saúde mental”, associou-o a “clareza mental, nervos calmos, sossego, espírito pacífico como de Jesus”.1 A fim de compreender suas observações sobre questões de saúde mental, é necessário compreender também a linguagem do século 19. Por exemplo, ela usou a expressão “doente imaginário” para pensamento ilusório ou desequilíbrio emocional; e “desânimo, o que aumenta até o desespero”, para depressão.2 Também usou o termo “a cura da mente” para descrever a saúde mental.

A compreensão de Ellen White sobre a natureza humana foi baseada na visão bíblica de que a natureza humana é inerentemente pecadora e necessita da ajuda externa de Deus. Para ela, Jesus foi o grande terapeuta da danificada e pecadora mente humana. “É-nos impossível, por nós mesmos”, escreveu, “escaparmos do abismo do pecado em que estamos mergulhados. Nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar”. Em seguida, citou Jó 14:4 e Romanos 8:7 para apoiar este ponto de vista. Continuou: “A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar as fontes da vida. É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que os homens possam substituir o pecado pela santidade.”3

Em Ellen White, há uma convergência entre Psicologia e Teologia. As duas devem interagir e quando corretamente integradas, fornecem a maior ajuda para a mente humana e emoções. Para ela, a verdadeira fonte da saúde mental e emocional é Deus, o amante Pai; Jesus, o “Grande Médico”; e o Espírito Santo, o Conselheiro.

Ellen White defendeu a apropriada ligação entre o desenvolvimento físico, mental e espiritual na experiência humana. “A vida espiritual é construída a partir do alimento dado para a mente; e se comemos a comida fornecida na Palavra de Deus, o resultado será saúde espiritual e mental.”4 A verdadeira saúde mental é dependente, estabelecendo um equilíbrio adequado entre o corpo e a mente. “Não podemos nos dar ao luxo de impedir o crescimento ou debilitar uma única função da mente ou do corpo, pelo excesso de trabalho ou abuso de qualquer parte do mecanismo vivente.”5 Ela utilizou a frase “a saúde física e mental” para mostrar a ligação entre as duas. As dimensões físicas e mentais estão intimamente ligadas e exigem adequado equilíbrio e cuidado. Ela cria que o meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionavam saúde mental. Também foi uma forte defensora da cura pelos benefícios da natureza, uma postura correta e os atos de serviço aos outros.6

Experiências pessoais

A filosofia de Ellen White sobre saúde mental, embora formada por seu estudo da Bíblia e suas visões, estava ligada a sua própria experiência. A dor emocional e os desafios psicológicos não lhe eram estranhos. Quando criança, era introvertida, tímida e emocionalmente sensível. Além disso, tinha uma deficiência física. Durante a juventude, experimentou medo e desesperança que resultaram em prolongados períodos de depressão. Além da luta pessoal, em sua família próxima havia casos de deficiência mental.

O marco fundamental de Ellen White para a saúde mental e emocional foi a compreensão da natureza amorosa de Deus. Quando criança, imaginava Deus como um “tirano inflexível obrigando os homens a uma obediência cega”.7 Quando os pregadores descreviam os fogos de um inferno eternamente queimando, personalizava o horror daquela experiência. Ela escreveu: “Ao ouvir aquelas terríveis descrições, minha imaginação era tão perturbada que começava a transpirar, e era difícil reprimir um grito de angústia, pois já parecia sentir a dor da perdição.”8 Isso a levou a duvidar de sua aceitação por Deus o que causou períodos de depressão. Ela escreveu: “O desespero me inundou, e [...] nenhum raio de luz traspassou a

escuridão que me rodeava.”9 Suas “emoções eram muito sensíveis” e temia “perder” a “razão”. Ellen White lembrou que “às vezes por uma noite inteira” não se atrevia a fechar os olhos, mas “ajoelhada no piso, orava silenciosamente com uma agonia muda que não pode ser descrita”.10

Sua pré-adolescência e os primeiros anos da adolescência foram sobrecarregados pela incapacidade física. Aproximadamente aos nove anos de idade, foi gravemente ferida em um acidente. Um nariz quebrado e outros danos causaram problemas de equilíbrio e lhe impediram de continuar a sua educação. Também desenvolveu uma doença pulmonar crônica, diagnosticada na época como “edema de tuberculose”, conhecida hoje como “tuberculose com insuficiência cardíaca congestiva”. Seus temores eram intensificados pelo pensamento de que poderia sangrar a qualquer momento pela ruptura de uma artéria em seus pulmões.11 Os traumas físicos e emocionais combinados com sua personalidade introvertida a impediam de solicitar ajuda.

Por volta dos 15 anos, finalmente, falou com alguém que a ajudou a compreender melhor a natureza amorosa de Deus. Essa pessoa marcou uma entrevista com Levi Stockman, um ministro metodista milerita, para ajudá-la. Stockman foi sensível à dor emocional de Ellen e até mesmo compartilhou suas lágrimas. Ela escreveu que “obteve” de Stockman “mais conhecimento sobre o tema do amor e terna piedade de Deus, do que de todos os sermões e exortações dos quais nunca tinha ouvido”.12 Ela identificou o que mais lhe ajudou: “Minha visão do Pai foi alterada. Agora O vejo como um terno progenitor [...]. Meu coração foi em Sua direção com um profundo e ardente amor.”13 O amor de Deus se tornou o tema favorito de Ellen White por toda a vida. Ela também cria que “o tema favorito de Cristo era o da paternal ternura e abundante graça de Deus”.14 Sua obra-prima de cinco volumes sobre o conflito cósmico entre Cristo e Satanás começa e termina com esse tema.15 Seu livro mais popular, publicado em muitos idiomas com milhões de cópias, tem como seu primeiro capítulo “O cuidado de Deus”.16

Em suas visões e sonhos, Ellen White confirmou a sua convicção de um Deus amoroso e compassivo Salvador. Um dos primeiros sonhos que ocorreu antes de sua primeira visão profética conduziu-a à presença de Jesus quando percebeu que Ele conhecia todos os seus “pensamentos e sentimentos secretos”. No entanto, mesmo com esse conhecimento, Ele “aproximou-se com um sorriso”, estendeu a mão sobre a sua cabeça, e disse: “Não tenha medo.”17 Em uma entrevista em seu último ano de vida, Ellen White disse: “Deparo-me com lágrimas escorrendo em minha face quando penso sobre o que o Senhor é para Seus filhos, e quando contemplo a Sua bondade, a Sua misericórdia, [e] a Sua terna compaixão”.18

Desafios da saúde mental na família White

Além das lutas emocionais durante a infância e, por vezes, na idade adulta, Ellen White enfrentou desafios de saúde mental em sua família. Seu segundo filho, James Edson, apresentou sinais de déficit de atenção/hiperatividade. Sua sobrinha, Louisa Walling, tornou-se tão instável mentalmente que foi internada em um manicômio. Por se preocuparem com as duas filhas de Louisa, Tiago e Ellen White as trouxeram para sua casa. Ellen White acabou criando as meninas e elas a chamavam de mãe.19 Mesmo James White sofreu uma série de acidentes vasculares cerebrais durante os anos de 1860 e 1870 que alteraram seu estado mental e trouxeram conflitos conjugais. Em 1879, Ellen White percebeu que seu marido não tinha “suficiente saúde física e mental” para dar conselhos e sugestões.20 Em um determinado momento, ela se perguntou se ele era um “homem mentalmente saudável”.21

A experiência pessoal de Ellen White combinada com sua direção visionária a ajudou a fornecer um ministério exclusivo para pessoas que também sofriam de devastação mental e emocional. Seus escritos revelam uma consistente compaixão pelas pessoas que têm por vezes grave disfunção vital. Ela se engajou de forma notável no trabalho pessoal direto com muitas dessas pessoas.

Ellen White como uma conselheira

O comportamento obsessivo. A carta de Ellen White ao “irmão Morrell” mostra sua percepção da condição mental dele. Descreveu-o como tendo “amplo estado consciente” e “baixa autoestima”. Parece que Morrell era obsessivo e patologicamente perfeccionista sobre sua conduta. Ele se sentia culpado pela menor percepção de erro ao ponto de instabilidade mental. White escreveu sobre a condição deste homem: “O sistema nervoso do irmão Morrell é fortemente afetado e ele pondera sobre essas coisas [seus pecados e falhas percebidos], enfatizando-as. Sua imaginação é doentia. [...] A mente tem sofrido de maneira inexpressável. O sono dele é afugentado.” Escreveu diretamente para ele: “Vi, irmão Morrell, que você deve lançar fora seus medos. Deixe as consequências com o Senhor e relaxe. Você tenta arduamente salvar-se a si próprio, fazer alguma coisa grande a qual vá recomendá-lo a Deus. [...] Jesus ama você, e se você e tudo o que tem se consagrarem a Ele, Ele vai aceitá-lo e será seu Suporte em suas dificuldades, seu Amigo infalível. [...] Acredite, Jesus ama você e, em seus esforços para obedecer a verdade, caso erre, não sinta que deve preocupar-se e preocupar-se, desistir de sua confiança em Deus e pensar que Deus é seu inimigo. Somos pecadores mortais.” Também insistiu com ele para que adotasse a reforma da saúde e evitasse estimulantes. “Então”, escreveu, “o cérebro pode pensar mais calmamente, o sono não será tão incerto.”22

Abuso emocional. Ellen White escreveu várias cartas de aconselhamento às mulheres que são emocional ou fisicamente controladas por seus maridos. Em dezembro de 1867, visitou a igreja em Washington, New Hampshire, com o marido e JN Andrews. Primeiro, deu conselhos oralmente e a seguir deu um “testemunho” escrito com base em uma visão que havia recebido. Escreveu um conselho a Harriet Stowell. Após a morte de seu primeiro marido, Harriet se casou com Freeman S. Stowell, 12 anos mais jovem e que não comungava a sua fé.23 As palavras de Ellen White explicam a situação: “Ela [Harriet] é amada por Deus, mas é mantida em servil cativeiro, temendo, tremendo, entristecida, duvidando, muito nervosa. Agora esta irmã não deve sentir que deva render sua vontade a um jovem herege que tem menos anos sobre a sua cabeça que ela mesma. Deve lembrar que seu casamento não destrói a individualidade. Deus tem para ela reivindicações mais elevadas do que qualquer alegação terrena. Cristo já a comprou com seu próprio sangue, ela não lhe pertence. Ela falha ao não colocar toda a confiança em Deus, e sujeita-se a ceder suas convicções, a consciência para um arrogante, homem tirano, exaltado por Satanás quando a sua majestade satânica pode se tornar eficaz para intimidar o tremor, retraindo a alma que por tantas vezes tem sido levada à agitação. E o seu sistema nervoso é feito aos pedaços e ela [é] quase uma ruína.”24

Ellen White apoiou a individualidade no casamento e rejeitou a ideia de que um cônjuge deve abrir mão de sua personalidade e de sua identidade própria. O testemunho foi uma ajuda à mulher que estava à beira de um colapso emocional.

Alcoolismo. Em uma carta a um jovem homem inglês, Ellen White escreveu sobre os efeitos da dependência do álcool. Henri Frey trabalhava como tradutor para a missão europeia na Suíça. Ele estava tendo um problema com a bebida. Por causa disso, foi removido da sua posição como tradutor. Foi então que ele escreveu a Ellen White contando que estava sendo perseguido. Ela apoiou a decisão da Igreja, mas apelou a Frey. “Sinto o mais terno sentimento de piedade e de amor por você, mas falsas palavras de simpatia [...] nunca deverão ser traçadas pela minha caneta.” Ela descreveu de forma conveniente a sua condição: “Você busca sua falsa natureza emocional para as melhores resoluções, falsa para os seus compromissos solenes. Nada parece real. Suas próprias ineficiências o levam a duvidar da sinceridade daqueles que lhe fariam bem. Quanto mais luta em dúvida, mais irreal tudo lhe parece. Até parece que não há base sólida para você em nenhum lugar. Suas promessas não são nada, são como coisas fora da realidade, e você considera as palavras e obras daqueles em quem você deveria confiar com a mesma luz irreal.”25

Ela continuou enfatizando o poder da vontade para superar a disfunção emocional. “Você pode acreditar e prometer tudo, mas não daria uma palha por suas promessas ou por sua fé até que você ponha a sua vontade sobre suas crenças e ações.” Sua carta de aconselhamento estava entremeada com apelos para que reconhecesse a ajuda de Jesus. “Digo-lhe que você não precisa se desesperar. Deve escolher acreditar, embora nada pareça verdadeiro e real para você.” Concluiu com palavras de esperança: “Uma vida de utilidade está diante de você, se a sua vontade se torna a vontade de Deus. [...] Henri, você tentará honestamente mudar? Você é objeto do amor e intercessão de Cristo.”26

Disfunção sexual. Ellen White frequentemente tratava de questões melindrosas. Em 1896, escreveu a um ministro em posição de liderança na África do Sul. Ele era culpado de abusar sexualmente de meninas. O homem havia escrito para Ellen White sobre suas lutas, mas dizia que não era culpado. Ela iniciou sua carta com uma oração: “Que o Senhor me ajude a escrever-lhe as palavras que serão para a sua restauração e não para a sua destruição.” Então escreveu mais diretamente: “Sinto-me triste, muito triste por você. Pecado, meu irmão, é pecado, é a transgressão da Lei, e se tentasse atenuar o pecado diante de você, não lhe estaria fazendo qualquer bem. [...] Sua mente e coração estão poluídos, de outra forma todas essas ações lhe seriam detestáveis.” Ela descreveu o efeito a longo prazo do abuso sexual em crianças, incluindo o risco de gravidez. Citou vários casos e descreveu como os danos psicológicos foram muitas vezes para toda a vida. “Como posso falar de tal modo que você deixe de olhar para o que faz como se não tivesse nada de errado?” Depois de uma prolongada, direta e por vezes dolorosa descrição de sua conduta, apelou: “Você é um agente moral livre. Se você se arrepender de seus pecados, e se converter, o Senhor vai apagar as suas transgressões e imputará a você Sua justiça. [...] Ele se responsabilizará pelo seu caso, e anjos o guardarão. Mas deve resistir ao diabo. É preciso que se eduque a outra linha de pensamento. Não coloque nenhuma confiança em si mesmo. Nunca procure a companhia de mulheres ou meninas. Mantenha-se afastado delas. Seu paladar moral é tão pervertido, que vai arruinar a você mesmo e a muitas pessoas se não mudar de forma honesta. [...] A vida eterna é um valor ao longo da vida, perseverante, esforço incansável.”

Finalmente, ela instou-o a prestar contas perante os “irmãos que sabem desse terrível capítulo de sua experiência”. 27

Os quatro exemplos ilustram o grau de envolvimento de Ellen White na vida de muitas pessoas que tinham dificuldades emocionais e mentais. Uma das características notáveis do seu trabalho é seu otimismo de que as pessoas podem se recuperar, não importa quão quebradas estejam. Ellen White sempre apontou-lhes a Deus, o grande médico da mente e da alma.

Ellen White foi holística em sua abordagem da cura. Percebeu que a mente estava ligada ao corpo e que Deus pretendia que os seres humanos tivessem restauradas as relações sociais. Para ela, a mais importante conexão foi com um amoroso e santo Pai celestial.

Merlin D. Burt (Ph.D, Universidade Andrews) é diretor do Centro de Pesquisa Adventista, Ellen G. White Estate Branch Office, Universidade Andrews, Michigan, EUA. E-mail: Burt@andrews.edu

Referências

1. Ellen G. White to D. T. Bourdeau, 10 fev., 1895, Carta 7, 1885, Ellen G. White Estate, Silver Spring, Maryland (EGWE); veja também Ellen G. White a D. T. Bourdeau, Carta 39, 1887, EGWE. Salvo indicação em contrário, todas as referências abaixo são de Ellen White.

2. Testemunhos para a Igreja. v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002. p.305.

3. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. p. 18.

4. “Search the Scriptures,” Review and Herald (March 22, 1906), p. 8.

5. “The Primal Cause of Intemperance,” Signs of the Times (20 de Abril), 1882, p. 181.

6. Veja Medical Ministry (Mountain View, Publicadora Pacific Press Assn., 1963), pp. 105-117.

7. “Life Sketches” manuscrito, p. 43, EGWE.

8. Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View: Pacific Press, 1915), pp. 29, 30.9

9. Ibid., 32.

10. James White e EGW, Life Sketches of James White and Ellen G. White (Battle Creek, Michigan: Adventistas do Sétimo Dia, 1880), pp. 152-154.

11. J. N. Loughborough, Rise and Progress of the Seventh-day Adventists with Tokens of God’s Hand in the Movement and a Brief Sketch of the Advent Cause from 1831 to 1844 (Battle Creek: Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, 1892), p. 92.

12. Life Sketches (1915 ed.), p. 37.

13. “Life Sketches” manuscrito, p. 43, EGWE.

14. Christ’s Object Lessons (Washington, D.C.: Publicadora Review and Herald ,Assn., 1941), p. 40; idem, Testemunhos para a Igreja, v. 6, p. 55; idem, “The New Zealand Camp Meeting,” Review and Herald (06 de Junho , 1893), p. 354, 355.

15. Patriarcas e Profetas. 16. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 33, 34; O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 678.

16. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. p. 9-16.

17. Life Sketches (1915), p. 35.

18. EGW entrevista com C. C. Crisler (July 21, 1914), EGWE.

19. Veja Merlin D. Burt. “Caroline True Clough Family and Ellen White”. Ellen G. White Estate Branch Office, Loma Linda, Califórnia.

20. The Judgment (Battle Creek: p. 29, 1879).

21. EGW a Lucinda Hall (16 de maio, 1876), Carta 66, 1876, EGWE.

22. EGW a “Brother Morrell” (28 de dezembro, 1867), Carta 20, 1867, EGWE.

23. Identidades confirmadas pelos registros dos Censos Federais de 1850, 1860, e 1870 por Washington, NH; History of Washington, New Hampshire, From the First Settlement to the Present Time, 1768-1886 (Claremont: Claremont Manufacturing, 1886), p. 535, 630.

24. Manuscrito 2, 1868, EGWE.

25. EGW a Henri Frey (21 de julho, 1887), Carta 49, 1887, EGWE.

26. Id.

27. EGW a um Proeminente Ministro (01 de junho, 1896), Carta 106a, 1896, EGWE.

Astrônomos descobrem 50 novos exoplanetas

 Graças a um telescópio no Chile, astrônomos descobriram 50 exoplanetas até então desconhecidos.
Os novos mundos incluem 16 “super-Terras”, que são planetas com uma massa maior do que a nossa, mas abaixo dos gigantes gasosos como Júpiter.
Uma dessas super-Terras orbita dentro da zona habitável, uma região em torno de uma estrela onde as condições poderiam ser favoráveis à vida.
“Descobrimos uma população excepcionalmente rica de super-Terras e planetas semelhantes a Netuno, hospedados por estrelas muito semelhantes ao nosso sol”, disse o autor principal do estudo, Michel Mayor, da Universidade de Genebra, na Suíça. “Os novos resultados mostram que o ritmo de descoberta está se acelerando”, afirma.
Das novas descobertas, um total de cinco planetas têm massas menores do que cinco vezes a da Terra. “Estes planetas estão entre os melhores alvos para telescópios espaciais procurarem sinais de vida na atmosfera, buscando assinaturas químicas como evidência de oxigênio”, disse Francesco Pepe, do Observatório de Genebra.
Um dos mundos, chamado HD 85512 b, é estimado para ter apenas 3,6 vezes a massa da Terra. Ele está localizado na borda da zona habitável, a estreita faixa em torno de uma estrela onde a água líquida pode estar presente na superfície de um planeta. A água líquida é considerada essencial para a existência da vida.
Além disso, as observações permitiram aos astrônomos chegar a uma melhor estimativa da probabilidade de que uma estrela como o sol ser a anfitriã de planetas de baixa massa como a Terra (ao contrário de gigantes como Júpiter). Eles descobriram que cerca de 40% de estrelas como o sol têm pelo menos um planeta menos massivo do que Saturno.[BBC]

Liberdade-Laura Morena

Na Mira da Verdade - A união dos EUA com o Vaticano foi profetizada?10-05-11

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Adão foi obrigado a pecar?

 Adão não precisaria ter pecado. Poderia ter recusado comer das mãos de Eva o fruto tentador e se entregar nas mãos do Criador, tendo confiança que o Pai celestial iria solucionar o problema.

Nós também hoje não precisamos pecar e nem somos obrigados a cometer o erro, apesar de sermos pecadores. Se confiarmos em Deus e, se tivermos fé como teve, por exemplo, José, no Egito, não pecaremos.

Será que faltou fé e confiança para Adão? Ou ele tomou a decisão sabendo o que estava fazendo? Por que não suportou com perseverança a prova tentadora se de fato amava profundamente a Deus?

A verdade é que Adão não preparou seu coração para enfrentar o problema que o tentador colocou ardilosamente diante dele. A serpente não foi aonde Adão estava; ela ficou longe, na árvore proibida. Satanás enganou a mulher e esta foi ao encontro do marido com a tentação nas mãos. E ali estava na sua frente Eva, a amorosa Eva, linda como sempre, graciosa, gentil e… agora com algo que ele não sabia o que era – o pecado. E aí acontece a primeira e fatal tentação!

Eva estava diferente e isto chamou a atenção do marido. Mas não pôde de imediato perceber que já fosse o resultado do pecado nela. Não sabia que Eva estivera com Lúcifer até que ela lhe contou da conversa junto à árvore proibida.

A realidade caiu diante de Adão com uma tristeza que ele jamais sentira. Logo percebeu que estava diante de um dilema: não comer e se separar de Eva pela morte dela, ou comer e os dois morrerem por causa do amor que ambos tinham um pelo outro…

Adão pensou. Reclamou de Eva. Que pena o que ela fez. Mas decidiu ficar com ela e também comeu do fruto. Quem sabe Deus, que também sabia o que é amar, levaria em conta seu grande amor por Eva e daria uma solução. Não estavam casados para sempre, pelo próprio Deus? Por que separação? Ele falaria com o Criador e apelaria aos Seus sentimentos de amor… Até poderia sugerir a Deus como solucionar o problema!

Mas a verdade é que a extensão dos efeitos do pecado neles os fez terem medo, vergonha e assim se esconderem de Deus. Que desastre, quando nós também desejamos insinuar a Deus o que gostaríamos e esperaríamos que Ele fizesse para compreender a nossa situação. A história se repete. Quando damos lugar ao diabo, escarnecemos de Deus e crucificamos a Jesus outra vez. Adão não foi obrigado a pecar. Ele escolheu voluntariamente o erro.

Nós também podemos escolher seguir ao Senhor e ser obedientes ainda que isto nos custe a perda do que tanto amamos. Pense sobre isso no dia de hoje.

(Da série “Tempo de Refletir“)

Por que as mulheres do Velho Testamento, quando estivessem menstruadas, não poderiam participar dos cultos religiosos?

Para esclarecer a questão da condição da mulher no período menstrual, basta ler o capítulo 15 de Levítico que trata das várias condições pelas quais uma pessoa poderia ser considera imunda. No total podemos enumerar 6 diferentes casos:
1. Condições anormais no homem (Lev. 15:2-15);
2. Condições normais no homem (Lev. 15:16 e 17);
3. Relações conjugais normais (Lev. 15:18);
4. Condições normais na mulher (Lev. 15:19-23);
5. Relações conjugais anormais (Lev. 15:24);
6. Condições anormais na mulher (Lev. 15:25-30);
No primeiro e no sexto dos casos enumerados, quando existiam condições físicas anormais, se requeria um sacrifício, e o
sacrifício era a menor de todas as ofertas de sangue: uma rola ou pombinho. Nos outros casos, não havia necessidade. Ver Deuteronômio 23: 10 e 11.
A palavra hebraica zab traduzida fluxo de sêmen ou fluxo seminal, não é específica em sua tradução, significando apenas fluxo em geral, podendo-se incluir o fluxo normal de algumas funções fisiológicas, como também o fluxo anormal devido alguma enfermidade, tanto na mulher quanto no homem. Essas contaminações não eram consideradas uma transgressão moral, tanto que assim como a própria pessoa, aqueles com quem ela entrasse em contato ficavam impuros.
Algumas dessas contaminações ocorriam no curso normal da vida; como no caso da mulher que tem o seu período menstrual (verso 25), ou no caso do homem que tem emissão de sêmen enquanto dorme (verso 16). Chegamos a conclusão de que essas contaminações não são resultado de pecado, mas sim do funcionamento normal do corpo.
Qualquer pessoa que entrasse no santuário em estado de contaminação o contaminava, apesar de que na maioria dos casos a contaminação pessoal era involuntária e não se requeria um sacrifício. (Sendo que não era necessário sacrifício, não podemos considerar como pecado).
Estes regulamentos indicam o interesse de Deus na saúde e higiene pessoal, e ao mesmo tempo serviam para fazer ressaltar a santidade das coisas sagradas. Deus odeia o pecado e também aborrece toda classe de impureza, ainda que não seja especificamente pecado. Deus faz distinção entre o pecado e a impureza, e não chama delinqüência moral o que é somente impureza. Deus faz saber ao homem que toda classe de impureza o desagrada. Esta lição é também para nós. Deus exige santidade; exige limpeza e requer de todos nós modéstia e humildade.
Como vemos, uma importante razão para a existência desses regulamentos era o caráter higiênico e de saúde muito importante para aquela época, onde a falta de conhecimento dos micro-organismos e das doenças contagiosas, poderia causar uma verdadeira epidemia, especialmente num mundo sem saneamento básico.
Hoje em dia a nossa sociedade tem bem mais recursos para a higiene do que na época do povo de Israel, desse modo não há razão para uma mulher não participar na igreja só por estar no período menstrual. É bom lembrar que muitas irmãs pregam e cantam na igreja; como ficaria a igreja se essas irmãs no dia em que tivessem que pregar ou cantar estivessem menstruadas? 

Na Mira da Verdade - sacrificios, porco, jóias, Miguel - 31/03/11

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