sábado, 18 de junho de 2016

O Uso do Véu Pelas Mulheres – 1Coríntios 11:5



“Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu, desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada”.

Para melhor compreensão deste verso, todo o contexto de 1Coríntios 11:2-16 deve ser lido atentamente.

Corinto era uma cidade famosa pela cultura e licenciosidade.

Situava-se no estreito que ligava o Peloponeso ao continente, sendo a rota principal na ligação do Oriente com o Ocidente.

Tornou-se famosa por sua maldade e corrupção moral. “Viver à coríntia” ou “corintizar” significava, nos dias de Paulo, viver em luxúria e licenciosidade.

Paulo ali esteve 18 meses pregando e estabelecendo uma igreja. Ao sair, deixou uma florescente igreja, mas que em breve começou a enfrentar sérios problemas. Visando solucionar dificuldades existentes na igreja, escreveu ele, em 57, esta carta. Dentre os problemas chegados ao seu conhecimento, um deles era o uso do véu pelas mulheres.

Naquele tempo as mulheres deviam usar o véu e trazer os cabelos longos pelo seguinte:

a) O véu era um sinal de segurança para a mulher.

b) Uma respeitável mulher oriental jamais aparecia em público sem o véu.

c) Nas terras orientais o véu era sinal de honra e dignidade da mulher.

d) A mulher desonrava a si e ao marido se não usasse o véu (verso 11). Não usavam o véu as prostitutas, as que estavam de luto e as esposas infiéis. O véu era retirado das mulheres indignas e seu cabelo cortado rente como indício de seu opróbrio.

e) O uso do véu era um sinal de que a mulher estava subordinada ao homem.

f) As mulheres estavam tirando o véu na igreja e fora dela como símbolo da emancipação feminina. A não aceitação do marido como chefe seria uma inversão do princípio estabelecido por Deus.

Diante do exposto, Paulo, nos versos 5, 6, 9, 10, 12, 13, 15, deu instruções para que as mulheres usassem o véu ao orarem ou profetizarem.

Russell Norman Champlin escreveu entre outras coisas o seguinte sobre 1Coríntios 11:5:

“Esta passagem ilustra o perene problema da relação que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã. Paulo escreveu aqui do ponto de vista de um rabino, como representante da antiga cultura judaica. Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para nós, hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e sobretudo no que tange à nossa ideia acerca da posição da mulher? Este comentador acredita que, visto que os costumes sociais mudaram, as exigências deste texto também mudaram… Acredito que se Paulo tivesse em nossos próprios dias, onde a sociedade não atribui qualquer estigma à ausência do uso do véu pelas mulheres, a questão nem ao menos teria sido abordada” (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 4, pág. 171).

Hoje não existe nenhuma exigência do uso do véu para as mulheres, porque mudando os costumes, mudam também as exigências.

Sobre o ter a cabeça coberta ou descoberta, comenta Clarke:

“O homem trazia a cabeça descoberta porque era representante de Cristo; a mulher trazia a dela coberta, porque ela era por Ordem de Deus colocada num estado de submissão ao homem, e porque era costume, tanto entre os gregos como entre os romanos, sendo entre os judeus uma lei expressa, que nenhuma mulher fosse vista fora de casa sem véu. Isto era, e é, costume comum em todo o Oriente, e ninguém, senão as prostitutas públicas, andam sem véu. E se uma mulher aparecesse em público sem véu, ela desonraria sua própria cabeça – seu marido. E ela se pareceria aquelas mulheres que tinham o cabelo rapado como punição de prostituição ou adultério”.

Informa-nos Tácito que, considerando a grandeza da população, os adultérios eram muito raros entre os germanos; e quando uma mulher era achada culpada, puniam-na do seguinte modo: ‘tendo-lhe cortado o cabelo, e despindo-a na presença de seus parentes, o marido despedia-a portas fora’. E sabemos que da mulher suspeita de adultério era, pela lei de Moisés, tirado o véu da cabeça (Números 5:18). As mulheres reduzidas a um estado de servidão, ou escravidão, tinham o cabelo cortado: é o que aprendemos de Aquiles Tatius. Diz Clitofon, acerca de Leucipe, que foi reduzida ao estado de escrava: ‘Ela foi vendida como escrava, cavou a terra e, sendo-lhe cortado rente o cabelo, foi a cabeça privada de seu ornamento’. Era também costume dos gregos cortarem o cabelo como sinal de luto. Admeto, ordenando um luto geral por morte de sua esposa Alceste, diz: ‘Ordeno um luto geral por esta mulher! Corte-se rente o cabelo e ponham-se vestes negras’. Parece-nos que o apóstolo tinha especialmente em vista é a propriedade e decência de conduta. Como mesmo em nossos dias, uma mulher que se vista de modo impróprio ou fantasioso, é considerada uma desonra para o marido, porque se torna suspeita de não ser muito sã na moral, assim naqueles tempos antigos a mulher que aparecesse sem véu seria olhada à mesma luz” (verso 6).

Portanto, se a mulher não se cobre; se ela não quiser usar véu nas reuniões públicas, tosquie-se também – leve consigo um sinal público de infâmia: mas se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar o cabelo que ponha o véu. Mesmo como motivo de luto, era considerado desonroso ser obrigado a tosquiar o cabelo; e para não perder esse ornamento da cabeça, as mulheres procuravam fugir ao costume, cortando apenas as extremidades do cabelo. Eurípedes, falando de Helena, que devia rapar a cabeça por motivo da morte de sua irmã Clitemnestra, diz: ‘vejam como ela corta apenas as pontinhas do cabelo, a fim de preservar sua beleza, e é exatamente a mesma mulher que dantes'” (Comentário de Adam Clarke, vol. 6, pág.225).

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Estudo que analisou o mtDNA sugere que a história de Noé é real




Análise do DNA mitocondrial (mtDNA) humano gerou 3 padrões de árvores genéticas que podem representar as esposas de Sem, Cam e Jafé, na história de Gênesis e a descendência do ser humano a partir dessas 3 mães.
Foi observado também que a atual taxa de mutação (número de diferenças) no mtDNA, corresponde exatamente ao número previsto pela Bíblia em 6.000 anos de história.

Fonte da notícia: http://www.icr.org/article/9325/

Referência: Jeanson, N.T. On the Origin of Human Mitochondrial DNA Differences, New Generation Time Data Both Suggest a Unified Young-Earth Creation Model and Challenge the Evolutionary Out-of-Africa Model. Answers Research Journal. 9 (2016): 123-130. Disponível em: https://assets.answersingenesis.org/…/out_of_africa_model.p…

terça-feira, 14 de junho de 2016

Jornalista diz: "europeus são afeminados e as mulheres estão em perigo"

A jornalista dinamarquesa Iben Thranholm explica que a sociedade europeia carece de poder masculino para defender a cultura e que por isso as mulheres estão ameaçadas pelo perigo do islam.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Medidas e Comparações- Origens Ep.6


domingo, 12 de junho de 2016

O Homem é Predestinado? Existe Predestinação? – Atos 13:48



Atos 13:48 assim foi traduzido na Almeida Revista e Atualizada no Brasil: “… e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.

Seria útil saber que o povo atribui um significado para predestinação, mas o contexto bíblico apresenta outro um pouco diferente.

Para o povo, é crer que Deus traçou um plano para nossa vida, e que devemos segui-lo sem o direito de escolha. Para a Bíblia, predestinar refere-se ao decreto de Deus que possibilita a salvação a todos os que aceitam a Cristo.

Para compreender bem Atos 13:48 os seguintes pontos são importantes:

1º) A palavra predestinação não aparece na Bíblia, mas o verbo predestinar é usado quatro vezes (Romanos 8:28-29; Efésios 1:5 e 11).

2º) O livre arbítrio é uma plena verdade bíblica. Se há livre arbítrio, é impossível haver Deus escolhido um grupo para a salvação e outro para a perdição, sem considerar o privilégio humano da escolha.

3º) Três princípios exegéticos (explicativos) devem ser observados no estudo desta passagem:

a) Que palavra original foi traduzida por “predestinados”;

b) A passagem bíblica deve ser compreendida à luz de todas as outras passagens. Uma passagem não pode contradizer outras;

c) Ter em mente o contexto. Ler o que está antes e o que está depois para concluir o que o autor tinha em mente.

Aplicação desses princípios a Atos 13:48: As traduções não transmitem exatamente a ideia do original. O verbo usado por Lucas é tasso, que significa ordenar, designar, determinar, colocar, mas nesta específica passagem os dicionários gregos lhe atribuem o sentido de dispor, ajustar, submeter-se a um esquema. O verbo não transmite nenhuma ideia de predestinação. Se a palavra original tem vários significados, o contexto deve determinar o sentido em que foi usada.

R. C. H. Lenski, em seu Comentário sobre Atos, pág. 553, afirma: “Embora esta passagem trate da doutrina da conversão, tem sido muitas vezes considerada como um pronunciamento sobre a predestinação. Esta concepção teve início com Jerônimo, que modificou a antiga tradução latina ao trocar ‘ordinati’ por ‘praeordinati’ a fim de tornar a aceitação da fé e da salvação produto de um decreto predestinatório-eterno.

O contexto nos ajuda a compreender o verdadeiro significado de Atos 13:48. O verso 45 declara que os judeus blasfemadores rejeitaram a salvação que Paulo lhes apresentava. Esta rejeição o fez voltar-se para os gentios, que se alegraram ao saber que eles também tinham o privilégio da salvação, concluindo que creram todos aqueles que se dispuseram a aceitar a salvação oferecida.

No contexto das passagens de Romanos e Efésios, onde aparece o verbo predestinar, Paulo ensina que através de Cristo todos fomos predestinados para a salvação.

Se a doutrina da predestinação fosse verdadeira, como harmonizá-la-íamos com as passagens que trazem convites e apelos de Deus aos pecadores para que se arrependam? A leitura atenta de oito versos bíblicos (Jeremias 21:8; Ezequiel 18:32; João 3:16; Atos 10:34; 1Tessalonicenses 5:9; 1Timóteo 2:4; Tito 2:11; 2Pedro3:9) é suficiente para provar que a predestinação não é defensável na Bíblia. Essas passagens e outras que poderiam ser acrescentadas desmoronam o frágil edifício da predestinação calvinista.

Muitas provas poderiam ser adicionadas, confirmantes de que não há nesta passagem nenhuma base para a defesa da predestinação.

Segue-se apenas parte do comentário de Adam Clarke sobre Atos 13:48:

“Esse texto tem sido muito lamentavelmente mal entendido. Muitos supõem que ele signifique simplesmente que os que naquela Assembleia estavam destinados por decreto divino, para a vida eterna creram, dada a força do decreto. Ora, deveríamos ter o cuidado de examinar o que uma palavra significa, antes de tentar estabelecer seu significado. Apalavra original não inclui nenhuma ideia de predeterminação de qualquer espécie”.

Após apresentar vários significados para a palavra original, ele prossegue:

“Portanto tem sido considerada aqui como implicada disposição e prontidão de várias pessoas da congregação, como os prosélitos piedosos mencionados no verso 43, que possuíam o reverso da disposição dos judeus que falavam contra aquelas coisas; contradizendo e blasfemando, verso 45, embora a palavra aqui tenha sido traduzida de várias formas, em todos os sentidos, mesmo assim, de todos os significados que se lhe atribuíram nenhuma discorda mais de sua natureza e significação conhecida do que o que a representa como designando os que foram predestinados para a vida eterna: este não é absolutamente o significado do termo, e jamais se aplicaria a ele”.

Há traduções como esta do Novo Testamento Vivo: “…e todos os que queriam a vida eterna, creram”, que transmitem bem o sentido original.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Papa defende o consumo de vinho

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Existia a dor antes do pecado?

 Estava Lá dor antes da queda?

Gênesis 3:16 diz que Deus aumentou a dor de Eva depois da Queda. Isso quer dizer que a dor já existia antes do pecado?

Desde que o mundo era originalmente muito bom (Gênesis 1:31) e verdadeiramente perfeito (Deuteronômio 32: 4) -sem qualquer morte ou sofrimento das criaturas (Gênesis 1: 29-30) a dor -poderia ter existido antes da queda?
Vamos examinar o que a Bíblia nos diz. Quando Adão e Eva pecaram contra Deus, o mundo passou de um estado perfeito para um estado imperfeito. O Senhor amaldiçoou a terra (Gênesis 3:17) e animais (Gênesis 3:14) e a humanidade condenada à morte (Gênesis 2:17, 3:18).

"O aumento da dor"

No entanto, a partir de um olhar superficial em Gênesis 3:16, pode-se pensar que a dor era parte deste mundo original perfeitamente criado. Vamos dar uma olhada neste versículo onde o Senhor está falando com Eva e julgá-la devido ao seu pecado de comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal:
Para a mulher Ele disse: "Multiplicarei grandemente a tua dor [hebraico: itstsabown] no parto, Na dor [hebraico: etseb] você vai trazer à luz filhos; No entanto, seu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. "
Alguns podem supor que, se a dor era para ser multiplicada, então já havia dor, a intensidade só aumentou. 1 Mas isso é correto? Para entender esta passagem melhor, vamos olhar para as palavras hebraicas usadas para a dor e mergulhar mais fundo nas Escrituras. As palavras hebraicas usadas para a dor em Gênesis 3:16 são itstsabown e etseb.

Que tipo de dor aumentou?

Ambas as palavras têm definições semelhantes, que significa "dor" e "dores" com outras conotações como "ferido" ou "trabalho". Assim, suas diferenças são minúsculas. Mas realmente há um aspecto de duas vezes a esta dor. Não há dor física no processo do parto real (a maioria das mães pode atestar a este) e angústia mental (por exemplo, dores) associado a ter filhos em um mundo amaldiçoado pelo pecado.
Considere que Eva não só atravessou a dor de ter filhos durante o parto, mas ela também teve de suportar a perda de Abel, seu próprio filho, morto por seu próprio irmão. Considere também Maria, que viu seu filho Jesus morrer na cruz. Assim, existem dois dentes a esta, e, claro, vendo um de seus filhos morrer é um exemplo extremo. Mas seria raro, se não impossível tarefa, para encontrar uma mãe que não tenha visto seus filhos sofrem de alguma maneira, de fome à doença, cortes, arranhões e assim por diante.

O "aumento da dor" dor média Antes da Queda

Vamos avaliar esses dois tipos de dor com relação a tempos pré-queda. Ao lidar com a angústia mental, como é trazido por o sofrimento ou a morte de uma criança. Mas em um mundo pré-queda com nenhuma morte ou seu aspecto associado de sofrimento (Romanos 5:12), essa dor teria sido inexistente. Assim, um aumento (onde a morte e o sofrimento entraram na criação) não significa necessariamente que essa dor existia anteriormente, mas sua simples entrada no mundo feito para um aumento. De nada para algo é, obviamente, um aumento.
De nada para algo é, obviamente, um aumento.
Com relação à dor física como na gravidez, uma leitura semelhante pode ser aplicado. A dor aumentou, não significa necessariamente dor antes.
Considere como que a dor física é. Com sua mão, você pode tocar uma superfície que é quente e você pode detectar a superfície quente. Não há dor envolvida, apenas sensação. No entanto, se a temperatura da superfície aumenta, em algum ponto a sensação transforma a dor.
Da mesma forma, se eu fosse para colocar a minha mão entre dois objetos que simplesmente descansavam contra a minha mão, então eu teria sensação. Mas se os objetos começarem a "cozinhar" minha mão e continuar a apertar-se, então se tornaria um ponto em que já não é mera sensação mas a dor.
Dor física aumentada não significa que não era dor antes, mas apenas sensações que foram úteis. Assim, a dor não era uma parte da criação original, mas sensação, o sentido do tato.

O que aconteceu na queda que nos permitiu sentir a dor?

Mas isso levanta outra questão: o que mudou durante a queda que resultou em dor? Na verdade, existem várias possibilidades, tais como:
  1. Sensação, como um todo, intensificado na Queda para permitir a dor.
  2. Innerworkings do corpo (por exemplo, os ossos da pelve para fértil) deixarão de funcionar como originalmente concebida, causando aumento da sensação.
  3. Alterações de design potenciais na queda (por exemplo, ossos pélvicos para fértilidade) resultou no aumento da sensação.
  4. Deus não mais sustenta o mundo em um estado perfeito de modo que a sensação extrema podem agora ser sentida resultando em dor. [Lembre-se que enquanto os israelitas vagaram pelo deserto por 40 anos, suas roupas não se desgastam e os seus pés não se incharam (Deuteronômio 8: 4; Neemias 09:21) Lembre-se que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego estavam no Fogo da fornalha onde nenhuma chama os afetou (Daniel 3:27)? Moisés morreu aos 120 anos, contudo, os seus olhos não foram afetados e seu vigor natural não foi diminuído (Deuteronômio 34: 7)? Com Deus sustentando tudo em perfeito estado, não teria havido nenhuma dor.]
De fato, a dor pode ser uma combinação destes ou de outros fatores num mundo pós-queda.

  Gênesis 3:16 faz referência de dor antes da queda?

Quando Adão e Eva pecaram contra Deus, comendo do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, houve uma mudança Gênesis 3: 7. Recorda que, depois de comer, eles sentirm vergonha e perceberam que estavam nus. Então, realmente, eles tinham uma sensação de dor a partir deste momento, que a Escritura lista como vergonha (cf. Gênesis 3: 7 em contraste com Gênesis 2:25), bem como o medo (Gênesis 3:10).
Então, quando o Senhor falou para a mulher e disse que ela teria aumentado a dor e dores na gravidez, isso não é para ser tomado em comparação com o ponto pré-queda, mas a partir da queda até o ponto em que o Senhor falou. Ela começou a sentir dor por causa do pecado, mas, em seguida, Senhor revelou que havia muito mais para vir (aumentar significativamente as dores). E, evidentemente, que, finalmente, resulta em morte (Genesis 3:19).
O Senhor salientou que, se ela pensou que essa dor que estavam sentindo naquele momento era ruim, ela não tinha sentido nada ainda! À luz disto, pode não ser aconselhável usar Gênesis 3:16, que estava discutindo a dor de uma situação de pós-queda, como reflexo de um mundo pré-queda.

Algo para olhar para a frente

Independentemente disso, o pecado levou a dor, bem como a morte e sofrimento. Mas este não é o capítulo final. O Céu será como o mundo antes da queda, e não haverá mais morte, nem sofrimento ou dor. Ele dá aos cristãos alguma coisa para olhar para frente.
Apocalipse 21: 4 E Deus enxugará toda lágrima de seus olhos; não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor. Não haverá mais dor, porque as primeiras coisas passaram.

Artigo traduzido do inglês do site answeringenesis,  créditos da tradução site Bíblia e a Ciência

Gênesis e o Big Bang - Temporada 3 - cap. 5

terça-feira, 7 de junho de 2016

O Bing Bang - Temporada 3 - cap. 4

domingo, 5 de junho de 2016

Sexo bom SEMPRE termina em Orgasmo? - 01/06/2016 - Sem Tabus

Relatividade - Como é o universo? - Temporada 3 - cap. 3

sábado, 4 de junho de 2016

O que é o universo? - Temporada 3 - cap. 2

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Introdução à Investigação Astronômica - Temporada 3 - cap. 1

domingo, 29 de maio de 2016

Encontrado Carbono -14 em ossos de dinossauro: pesquisa censurada

 
Uma equipe de pesquisadores fez uma apresentação em um encontro anual de Geofísica do Pacífico Ocidental, em Cingapura, de 13 a 17 de agosto de 2012, no qual mostrou resultados de datação de carbono 14 (C-14) de múltiplas amostras de ossos a partir de oito espécimes de dinossauros. Todos deram positivos para C-14, com idades variando de 22.000 a 39.000 anos de radiocarbono, bem “aproximado” do que é previsto pelos criacionistas.[1] Mas se os dinossauros tivessem realmente milhões de anos, não deveria existir sequer um átomo de C-14 restante neles. Esse foi um evento conjunto da União Americana de Geofísica (AGU) e da Sociedade de Geociências da Oceania Asiática (AOGS). Parece que os pesquisadores abordaram o assunto com profissionalismo considerável, inclusive tomando medidas para eliminar a possibilidade de contaminação com carbono moderno como uma fonte de sinal de C-14 nos ossos. O apresentador do trabalho foi o Dr. Thomas Seiler, um físico alemão cujo PhD é da Universidade Técnica de Munique. O vídeo de sua apresentação (clique aqui para ver) foi postado no YouTube no momento da redação deste artigo.

Os pesquisadores parecem estar associados a grupos criacionistas católicos, os quais têm divulgado relatórios sobre a conferência com mais antecedência e intensidade do que os criacionistas evangélicos. Um desses relatórios afirma que depois “o resumo foi retirado do site da conferência por dois presidentes porque eles não podiam aceitar as conclusões. Recusando-se a desafiar os dados abertamente, eles apagaram o resumo da vista do público, sem comunicar os autores ou membros os oficiais da AOGS, mesmo após uma investigação. Isso não vai ser restaurado”.[2]

Na verdade, é possível acessar online a captura de tela feita do programa original (confira). Mas, indo para o site oficial da conferência, pode-se ver que a conversa foi claramente removida. A verdade apresentada foi pesada demais para a suposta abertura da ciência aos dados. O “poder do paradigma”' pôde ser visto claramente.

Dois dos físicos e coautores do trabalho, Dr. Robert Bennett e Dr. Jean de Pontcharra, até recentemente associados ao Centro de Pesquisa Grenoble da Comissão Francesa de Energia Atômica, estão estimulando colegas a fazer sua própria datação por carbono de ossos de dinossauros. Eles dizem que a mídia deveria estar encorajando os cientistas a fazer isso também e apresentar os resultados de forma aberta e honesta em conferências similares. Isso certamente deveria estar entre os interesses da verdade científica – especialmente seguindo os achados repetidos de tecidos moles em ossos de dinossauros, e agora mesmo no aparentemente irrefutável DNA em espécimes de dinossauros.[3] O público tem o direito de conhecer a cronologia real dos dinossauros, e a verdadeira história da Terra.

É claro que as pessoas que você conhece geralmente não vão tomar conhecimento dessas poderosas informações a partir de fontes regulares. Temos sido repetidamente surpreendidos em excursões ministeriais ao ver como poucas pessoas sequer sabem sobre tecidos moles encontrados por cientistas seculares. Este é um momento emocionante para ser um criacionista, ambos recebendo esse tipo de informação, e sendo capazes de transmiti-lo. Por isso é mais importante do que nunca ser não apenas assinante, mas apoiador das organizações criacionistas respeitáveis [como a Sociedade Criacionista Brasileira, por exemplo], não sensacionalistas e comprometidas com essa importante tarefa. [...]

(Texto traduzido do original Wieland[4] por Everton F. Alves, enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM e diretor de ensino do Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Brasileira [NUMAR-SCB])

Qual o Significado de “Sábado segundo-primeiro” de Lucas 6:1?




“E aconteceu que, no sábado segundo-primeiro, passou pelas searas, e os Seus discípulos iam arrancando espigas, e, esfregando-as com as mãos comiam”.

Na Almeida Revista e Atualizada no Brasil não aparece o problema:

“Aconteceu que, num sábado, passando Jesus pelas searas, os Seus discípulos colhiam e comiam espigas, debulhando-as com as mãos”.

A expressão sábado segundo-primeiro que aparece em muitas traduções tem dado muito trabalho aos comentaristas. Pelo fato dos estudiosos estarem muito divididos em suas explicações, até hoje não foi possível chegar a uma solução definitiva.

Russell Norman Champlin escreveu:

“Essas palavras têm deixado perplexos a muitos eruditos, e a verdade é que não parece existir um meio de explicá-las convenientemente. Não aparecem em nenhum dos manuscritos antigos, e muitos acreditam que não são autênticas no texto, tendo resultado de anotações feitas por escribas em manuscritos posteriores. Uma explicação possível sobre a sua existência é a observação que Lucas mencionara as atividades de Jesus em outros dias de sábado, antes desta narrativa (Ver Lucas 4:31-32). Assim, este seria o segundo sábado mencionado por Lucas, ao descrever as ações de Jesus. É possível, pois, que isso seja tudo quanto está envolvido nas palavras ‘no segundo sábado depois do primeiro'”.

Essas palavras aparecem, segundo ele, em alguns manuscritos unciais e em poucas traduções.

“A evidência textual favorece esmagadoramente a versão mais simples. É provável que algum escriba tenha feito essa adição, a fim de distinguir esse sábado dos outros dias de sábado, mencionados em narrativas próximas. Alguns editores têm defendido o texto mais longo, sobretudo porque é o texto mais difícil, podendo ter sido descontinuado de manuscritos mais antigos para efeito de simplificação do texto, posto que alguns podem ter deixado de compreender o sentido da observação” (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 2, pág. 60).

Adam Clarke se estende bastante em suas notas sobre Lucas 6:1 apresentando suas ideias e de outros estudiosos. A essência do que ele escreveu seria o seguinte:

Este sábado tinha que ver com os que estavam incluídos nos dias que iam da Páscoa ao Pentecostes. E assim este “sábado segundo-primeiro” era o segundo sábado, a começar com o segundo dia da festa dos pães asmos, que era o primeiro dia da semana. Outros comentaristas concordam em que os judeus tinham três primeiros sábados: o primeiro, no primeiro sábado depois da páscoa; o segundo, no primeiro sábado depois do pentecostes; e o terceiro, no primeiro sábado depois da festa dos tabernáculos.

Em nosso livro História do Texto Bíblico apresentamos esta ideia: Sendo que esta expressão não aparece em outra parte, tem sido um problema exegético difícil de ser solucionado. Em virtude da palavra não constar nos melhores manuscritos, poder-se-ia afirmar que ela não se encontra no original, não fosse a suspeita de que algum copista a tivesse omitido por causa de sua obscuridade.

O princípio da probabilidade transcricional torna necessário explicar a sua inserção, se não é genuína. Meyer engenhosamente sugere que a palavra é simplesmente a fusão de duas notas marginais, opinião esta que foi adotada por W. H. e outros.

Como no versículo 6 está a expressão “noutro” (heteros) sábado, algum escriba pôs na margem do primeiro verso a nota “num primeiro” (proto). Mas a recordação de diversos incidentes, que se tinham dado em sábados anteriores, levou outro copista a acrescentar “num segundo” (deuteros) sobre a outra margem. Disto se originou o anômalo “deuteroproto” que algum copista posterior intercalou no texto para confusão dos comentaristas. Ou seja assim, ou não, o fato esclarece uma deturpação do texto original.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

sábado, 28 de maio de 2016

O estranho fóssil de baleia: evidência do dilúvio universal?

 
A fossilização é um evento raro e, para tanto, deve haver soterramento de forma rápida, antes que o animal morto comece a apodrecer, a se decompor ou a ser consumido no ambiente – devido a animais carniceiros, a microorganismos, à ação da chuva e do sol, etc. Em abril de 1976, foram encontrados os restos fósseis de uma baleia de cerca de 25 metros no interior de um depósito de diatomáceas (esqueletos minúsculos de algas unicelulares), na mina Miguelito, em Lompoc, Califórnia, EUA. Infelizmente, naquele mesmo ano, o fóssil ainda não tinha sido completamente desenterrado quando o artigo descrevendo o achado foi publicado.[1] Mas ao longo do período de escavação a equipe do Museu de História Natural de Los Angeles teve uma surpresa em relação à posição em que o fóssil da baleia se encontrava.

O fóssil estava na posição vertical, apoiado sobre a cauda, ultrapassando vários estratos geológicos. Como poderia esse fóssil de baleia ter mantido sua posição e integridade ao longo de centenas de milhares de anos, sendo enterrado gradual e lentamente milímetro após milímetro? Uma investigação no local, a partir de uma perspectiva atualista, revelou que a unidade de diatomito (rocha porosa e absorvente) que enterrou a baleia também estava inclinada no mesmo ângulo, portanto, a baleia deve ter sido enterrada no diatomito quando ambas estavam na posição horizontal, e mais tarde os movimentos de terra foram elevando-as e inclinando-as em sua orientação atual.

Portanto, a explicação atualista é a de que houve um deslizamento de terra submarino durante um dos inúmeros terremotos da Califórnia e o conjunto rochoso se deslocou e soterrou o animal, porém, o que o atualismo não explica satisfatoriamente é a sedimentação que teria de ser muito rápida para poder preservar cada osso da baleia em sua posição original, sem qualquer deslocamento com relação à sua orientação.[2] O modelo criacionista prevê um enterro catastrófico e, também, uma rápida deposição das camadas de sedimentos, sepultando as diatomáceas; isso somente ocorreria por meio de um enorme episódio catastrófico: um dilúvio universal.[3]

De fato, para ser evitada a dispersão dos ossos, o soterramento deve ter ocorrido no máximo em três anos. Parece que as correntes marinhas teriam acumulado enormes quantidades desses seres (isto é, de diatomáceas) para formar o que alguns chamaram de “um purê de organismos”. Aliás, se esse diatomito foi depositado gradualmente, como reivindicado por geólogos atualistas, o diatomito não seria puro, como ele é. Ademais, a taxa de deposição lenta resultaria em corrosão e eliminação dos ossos da baleia, porque a caixa torácica, por exemplo, teria ficado aguardando sepultamento por eras. 

Se não bastasse, a deposição Lompoc não apresentou moradores de fundo do mar (moluscos, mexilhões e caracóis), em vez disso foram encontrados no local outros companheiros fósseis para a baleia, tais como “bacalhau, peixes arenque, peixes-agulha [parente dos cavalos-marinhos], leões marinhos e pássaros, nenhum dos quais é morador do fundo do mar”, tornando-se evidente que “o conjunto Lompoc representa um cemitério fóssil catastroficamente enterrado, não o enterro progressivo de um habitat.”[2: p. 256]

O curioso é que, de acordo com o pessoal do museu, até meados de 1997, a camada de rocha de diatomito contendo o fóssil da baleia permanecia sobre um vagão no fundo do museu devido à falta de dinheiro e ao espaço necessário para que fosse curadoriada.[4] Será mesmo esse o real motivo de o achado ter sido ignorado por décadas? Talvez uma evidência como essa que aponta para uma catástrofe de grande escala e contraria o atualismo vigente não ofereça mesmo um bom motivo para curadoriá-la.

(Everton Fernando Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM; seu e-book pode ser lido aqui)

Referências:
[1] Reese KM. “Workers find whale in diatomaceous earth quarry.” Chemical and Engineering News 1976; 54(41):40.
[2] Snelling AA. “The Whale Fossil in Diatomite, Lompoc, California.” CEN Tech. J. 1995; 9(2):244-58. Disponível em: http://creation.com/images/pdfs/tj/j09_2/j09_2_244-258.pdf
[3] Ackerman PD. It’s a Young World After All. Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1986, p. 81-83.
[4] South D. “A Whale of a Tale.” The TalkOrigins Archive, 1997. Disponível em: http://www.talkorigins.org/faqs/polystrate/whale.html

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Os 1290 E 1335 Dias de Daniel 12

 

Resumo: Vários intérpretes das Escrituras estão contestando a tradicional interpretação adventista-historicista dia-ano dos “1.290″ e “1.335 dias” de Daniel 12. Eles argumentam que esses períodos proféticos devem ser interpretados como dias literais, em vez de dias que representam o mesmo número de anos. O presente artigo provê cinco importantes argumentos porque a teoria dos “dias literais” é inaceitável para uma interpretação adventista-historicista do livro de Daniel.

Palavras-chave: interpretação historicista, interpretação futurista, dia-ano, Ellen White, 1.290 dias, 1.335 dias, Daniel 12.

1. Introdução
A interpretação dos “1.290 dias” e dos “1.335 dias” de Daniel 12:11-12, respectivamente como 1.290 anos e 1.335 anos, pode ser encontrada já entre os expositores judeus do século 8 d.C. Essa interpretação, baseada no princípio dia-ano (ver Números 14:34; Ezequiel 4:6-7), continuou sendo advogada pelos seguidores de Joaquim de Fiore (1130-1202), bem como por vários outros expositores, durante a Pré-Reforma, a Reforma e a tradição protestante subsequente.[1]

Guilherme Miller (1782-1849), por sua vez, cria (1) que tanto os 1.290 anos como os 1.335 anos haviam iniciado em 508, quando Clóvis obteve a vitória sobre os visigodos arianos, passo esse decisivo na união dos poderes político e eclesiástico para a punição dos “hereges” pelo catolicismo medieval; (2) que os 1.290 anos haviam se cumprido em 1798, com o aprisionamento do Papa Pio VI pelos exércitos franceses; e (3) que os 1.335 anos se estenderiam por mais 45 anos, até o término dos 2.300 anos de Daniel 8:14, em 1843/1844.[2] 
Essa interpretação foi mantida pelos primeiros adventistas observadores do sábado,[3] transformando-se na posição histórica da Igreja Adventista do Sétimo Dia até hoje.[4]

Porém, em anos recentes, alguns pregadores independentes começaram a propagar uma “nova luz” sobre os 1.290 e 1.335 dias de Daniel 12. Rompendo com a tradicional compreensão adventista, tais indivíduos alegam que ambos os períodos são compostos por dias “literais” (e não dias que representam “anos”), a se cumprirem ainda no futuro. Alguns deles sugerem que ambos os períodos iniciarão com o futuro decreto dominical; que os 1.290 dias “literais” são o período reservado para o povo de Deus sair das cidades; e que ao término dos 1.335 dias “literais” a voz de Deus será ouvida anunciando “o dia e a hora” da volta de Cristo.[5]

Por mais interessante que essa teoria possa parecer, existem pelo menos cinco razões básicas que nos impedem de aceitá-la.

2. Essa teoria se baseia numa leitura parcial e tendenciosa do Espírito de Profecia
 
Um dos argumentos usados para justificar o cumprimento futuro dos 1.290 e 1.335 dias é a falsa alegação de que Ellen White considerava como errônea a noção de que os 1.335 dias já haviam se cumprido no passado. Alusões são feitas à carta de Ellen G. White “à igreja na casa do Irmão Hestings”, datada de 7 de novembro de 1850, na qual são mencionados alguns problemas relacionados com o irmão O. Hewit, de Dead River. No texto original em inglês dessa carta, aparece a seguinte declaração: “We told him of some of his errors in the past, that the 1,335 days were ended and numerous errors of his”.[6]

Esta sentença deveria ser traduzida simplesmente como: “Nós lhe mencionamos alguns dos seus erros do passado, que os 1.335 dias haviam se cumprido e muitos dos seus erros.” No entanto, alguns defensores da “nova luz” profética preferem substituir a conjunção “que” (inglês “that”) pela expressão “tais como” (inglês “such as”), alterando desta forma o sentido do texto. Assim, eles conseguem fazer com que a sentença diga que entre os erros advogados por Hewit estava também a ideia de “que os 1.335 dias haviam se cumprido”.

Se a intenção de Ellen White era realmente corrigir o irmão Hewit por crer que os 1.335 dias já haviam se cumprido, permaneceriam as indagações: Por que Ellen White se limitou a corrigir, em 1850, de forma parcial e tendenciosa, apenas a posição pessoal desse irmão, sem qualquer repreensão aos demais líderes do movimento adventista que também criam que esse período profético já havia se cumprido em 1844? Por que ela não reprovou o seu próprio esposo (Tiago White) por afirmar na Review, ainda em 1857, que “os 1.335 dias terminaram com os 2.300, com o Clamor da Meia-Noite em 1844″?[7] Por que ela não o repreendeu por continuar publicando na Review vários artigos de outros autores, advogando a mesma ideia?[8] E mais, como poderia Ellen White haver declarado, em 1891, que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo”,[9] se o cumprimento dos 1.290 e 1.335 dias ainda estivesse no futuro?

Evidências de que Ellen White cria que esses períodos já haviam se cumprido em seus dias podem ser encontradas também em suas declarações que falam de que Daniel já estava sendo vindicado em sua sorte (ver Daniel 12:13) desde o início do tempo do fim.[10] Cremos, portanto, que o Dr. P. Gerard Damsteegt, professor do Seminário Teológico da Universidade Andrews, estava correto ao declarar que “já em 1850 E. G. White havia escrito que os 1.335 dias haviam se cumprido, sem especificar o tempo do seu término”.[11]

3. Essa teoria quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel
 
Para justificar o suposto cumprimento futuro dos 1.290 e 1.335 dias, os advogados dessa “nova luz” profética alegam, sem qualquer constrangimento, que o conteúdo de Daniel 12:5-13, onde são mencionados esses períodos, não é parte integrante da cadeia profética de Daniel 11. Porém, uma análise mais detida da estrutura literária do livro de Daniel não confirma essa teoria.

O Dr. William H. Shea esclarece que no livro de Daniel cada período profético (1.260, 1.290, 1.335 e 2.300 dias) aparece como um apêndice calibrador ao corpo básico da respectiva profecia que lhe corresponde. Por exemplo, a visão do capítulo 7 é descrita nos versos 1-14, mas o tempo a ela relacionado só aparece no verso 25. No capítulo 8, o corpo da visão é relatado nos versos 1-12, mas o tempo só ocorre no verso 14. De modo semelhante, os tempos proféticos relacionados com a visão do capítulo 11 só são mencionados no capítulo 12.[12]

Esse paralelismo comprova que os 1.290 dias e os 1.335 dias, de Daniel 12:11 e 12, compartilham da mesma natureza profético-apocalíptica que os “tempo, tempos e metade de um tempo”, de Daniel 7:25, e as 2.300 tardes e manhãs, de Daniel 8:14. Assim, se aplicamos o princípio dia-ano aos períodos profético de Daniel 7 e 8, também devemos aplicá-lo aos períodos de Daniel 12, pois todos esses períodos estão interligados entre si, de alguma forma, e a descrição de cada visão indica apenas um único cumprimento para o período profético que lhe corresponde.

Além disso, a alusão em Daniel 12:11 ao “sacrifício diário” e à “abominação desoladora” conecta os 1.290 e 1.335 dias não apenas com o conteúdo da visão de Daniel 11 (ver Daniel 11:31) mas também com as 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 (ver Daniel 8:13; 9:27). O mesmo poder apóstata que haveria de estabelecer a “abominação desoladora” em lugar do “sacrifício diário” é descrito em Daniel 7 e 8 como o “chifre pequeno”, e em Daniel 11 como o “rei do Norte”.

Portanto, a tentativa de interpretar alguns períodos proféticos de Daniel (70 semanas, 2.300 tardes e manhãs) como dias que simbolizam anos, e outros (1.260 dias, 1.335 dias) como meros dias literais, é totalmente incoerente com o paralelismo profético-literário do livro de Daniel.

4. Essa teoria se apoia em uma interpretação não bíblica do termo hebraico tamid (“diário”, “contínuo”)
 
A teoria de que tanto os 1.290 dias, quanto os 1.335 dias iniciam com o futuro decreto dominical é baseada na suposição de que, em Daniel 12:11, as expressões “sacrifício diário” e “abominação desoladora” significam respectivamente o sábado e o domingo. Mas também essa suposição carece de fundamentação escriturística.

A expressão “sacrifício diário” é a tradução do termo hebraico tamid, que significa “diário” ou “contínuo”, ao qual foi acrescentada a palavra “sacrifício”, que não se encontra no texto original de Daniel 8:13 e 12:11. Esse termo (tamid) é usado nas Escrituras em relação não apenas com o sacrifício diário do santuário terrestre (ver Êxodo 29:38 e 42) mas também com vários outros aspectos da ministração contínua daquele santuário (ver Êxodo 25:30; 27:20; 28:29 e 38; 30:8; 1Crônicas 16:6). No livro de Daniel o termo se refere, obviamente, ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário/templo celestial (ver Daniel 8:9-14). Já a expressão “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora” subentende o amplo sistema de contrafação a esse ministério, construído sobre as teorias antibíblicas da imortalidade natural da alma, da mediação dos santos, do confissionário, do sacrifício da missa, etc.
Não podemos concordar com a teoria de que em Daniel 12 o “diário” representa simplesmente o sábado, e a “abominação desoladora”, o domingo. Para crermos desta forma, teríamos que esvaziar essas expressões do amplo significado que lhes é atribuído tanto pelo próprio contexto bíblico no qual aparecem, como também pelo consenso geral das Escrituras.

5. Essa teoria reflete a interpretação jesuíta-futurista da Contra-Reforma Católica
 
Os defensores da interpretação literal-futurista dos 1.290 e 1.335 dias alegam que sua posição é genuinamente adventista e plenamente sancionada pelos escritos de Ellen G. White. Mas se analisarmos mais detidamente o assunto à luz da história, perceberemos que essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano, da tradição Protestante, para se alinhar abertamente com o futurismo literalista da Contra-Reforma Católica.

Os reformadores protestantes do século 16 identificavam o “chifre pequeno” com o papado, do qual se originaria a “abominação desoladora” de que fala Daniel.[13] Foi para inocentar o papado dessas acusações que o cardeal italiano Roberto Bellarmino (1542-1621), o mais capaz e renomado de todos os polemistas jesuítas, sugeriu que o “chifre pequeno” era um mero rei e que os 1.260, 1.290 e 1.335 dias eram apenas dias literais, a se cumprirem somente no período que antecederia o fim do mundo.[14] Desta forma, o papado contemporâneo não poderia mais ser identificado como o “chifre pequeno” ou “rei do Norte” e, consequentemente, não mais poderia ser responsabilizado pela “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora”.
Muitos dos defensores contemporâneos da interpretação futurista dos 1.290 e 1.335 dias desconhecem o comprometimento dessa teoria com o futurismo da Contra-Reforma Católica. Mas, mesmo assim, tais indivíduos deveriam pelo menos reconhecer que “essas propostas futuristas repousam, essencialmente, sobre uma má compreensão dos padrões de pensamento da poesia hebraica”, e que “elas representam uma leitura do idioma hebraico através de óculos ocidentais”.[15]

6. Essa teoria menospreza as advertências do Espírito de Profecia, contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844
 
Se essa teoria fosse correta, bastaria ser promulgado o decreto dominical, e já saberíamos por antecipação quando a porta da graça se fecharia e quando ocorreria a segunda vinda de Cristo. Essa é, por conseguinte, mais uma forma sutil e capciosa de se estabelecer datas para os eventos finais. Por mais originais e criativas que possam parecer, essas tentativas não passam de propostas especulativas, que desconhecem e/ou menosprezam, em nome do Espírito de Profecia, as próprias advertências do Espírito de Profecia sobre o assunto.

Já em 1850, Ellen White advertiu: “O Senhor me mostrou que o TEMPO não tem sido um teste desde 1844, e que o tempo nunca mais será um teste”.[16] Posteriormente ela acrescentou que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo.” “O Senhor mostrou-me que a mensagem deve ir, e que não deve depender de tempo; pois o tempo não será nunca mais uma prova.” “Deus não nos revelou o tempo em que esta mensagem será concluída, ou quando terá fim o tempo de graça.”[17] Será somente depois do fechamento da porta da graça, e pouco antes da segunda vinda de Cristo, que Deus há de declarar aos salvos “o dia e a hora da vinda de Jesus”.[18]

Comentando a expressão “que não haveria mais tempo” (Apocalipse 10:6, KJV), em 1900 Ellen White asseverou: “Esse tempo, que o anjo declara com um solene juramento, não é o fim da história deste mundo, nem o tempo de graça, mas o tempo profético, que precederia o advento de nosso Senhor. Ou seja, o povo não terá outra mensagem a respeito de um tempo definido. Após este período de tempo, que se estende de 1842 a 1844, não pode haver qualquer cálculo definido de tempo profético.”[19]

Sendo este o caso, por que então alguns professos adventistas ainda continuam insistindo em reaplicar os 1.290 dias e os 1.335 dias de Daniel 12 para o futuro? Cabe somente a Deus julgar o grau de sinceridade de tais pessoas; mas uma coisa é certa: “A fé em uma mentira não terá influência santificadora sobre a vida ou o caráter. Nenhum erro é verdade, nem pode tornar-se verdade pela repetição, ou por fé nele. … Posso ser perfeitamente sincera em seguir um caminho errado, mas isto não torna o caminho certo, nem me levará ao lugar a que eu desejava chegar”.[20]

7. Conclusão
É evidente, portanto, que a teoria de um cumprimento futuro dos 1.290 e 1.335 dias (1) se baseia numa leitura parcial e tendenciosa do Espírito de Profecia; (2) quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel; (3) se apoia em uma interpretação não bíblica do termo hebraico tamid (“diário”, “contínuo”); (4) reflete a interpretação jesuíta-futurista da Contra-Reforma Católica; e (5) menospreza as advertências do Espírito de Profecia contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844.

Numa época em que os vendavais de falsas doutrinas estarão soprando com forte intensidade (ver Efésios 4:14), “para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mateus 24:24), só estaremos seguros se alicerçados sobre a clara e inamovível Palavra de Deus. Toda “nova luz”, para ser verdadeira, deve estar em perfeita harmonia com o consenso geral das Escrituras e dos escritos inspirados de Ellen White.[21] Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (ver Ezequiel 33:1-9; 1Coríntios 14:8).

Referências:
[1] LeRoy E. Froom, The Prophetic Faith of Our Fathers (Washington, DC: Review and Herald, 1954), vol. 4, pp. 205-206.
[2] William Miller, Evidences from Scripture and History of the Second Coming of Christ about the Year A.D. 1843, and of His Personal Reign of 1000 Years (Brandon, [VT]: Vermont Telegraph Office, 1833), p. 31; idem, Evidence from Scripture and History of the Second Coming of Christ, about the Year 1843; Exhibited in a Course of Lectures (Boston: Joshua V. Himes, 1842), pp. 95-104, 296-297; idem, “Synopsis of Miller’s Views”, Signs of the Times, 25 de janeiro de 1843, pp. 148-149.
[3] Ver P. Gerard Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message and Mission (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1977), pp. 168-170.
[4] Ver, por exemplo, [Uriah Smith], “Synopsis of the Present Truth. No. 12″, Review and Herald, 28 de janeiro de 1858, pp. 92-92; Stephen N. Haskell, The Story of Daniel the Prophet (Berrien Springs, MI: Advocate Publishing Company, 1903), pp. 263-265; J. N. Loughborough, “The Thirteen Hundred and Thirty-Five Days”, Review and Herald, 4 de abril de 1907, pp. 9-10; Uriah Smith, The Prophecies of Daniel and the Revelation, ed. rev. (Washington, DC: Review and Herald, 1944), pp. 330-331: George M. Price, The Greatest of the Prophetes: A New Commentary on the Book of Daniel (Mountain View, CA: Pacific Press, 1955), pp. 337-342; Araceli S. Melo, Testemunhos Históricos das Profecias de Daniel (Rio de Janeiro: [Laemmert], 1968), pp. 727-729; Francis D. Nichol, ed., The Seventh-day Adventist Bible Commentary, ed. rev. (Washington, DC: Review and Herald, 1977), vol. 4, pp. 880-881; Vilmar E. González, “Os 1.290 e 1.335 dias em Daniel 12″, Revista Adventista, setembro 1982, pp. 43-45; Jacques B. Doukhan, Daniel: The Vision of the End, ed. rev. (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1989), p. 153; William H. Shea, “Time Prophecies of Daniel 12 and Revelation 12-13″, em Frank B. Holbrook, ed., Symposium on Revelation – Book I, Daniel and Revelation Committee Series, vol. 6 (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute of the General Conference of Seventh-day Adventists, 1992), pp. 327-360; William H. Shea, Daniel 7-12: Prophecies of the End Time, The Abundant Life Bible Amplifier (Boise, ID: Pacific Press, 1996), pp. 217-223.
[5] Uma importante análise crítica de várias teorias mais recentes sobre o cumprimento dos 1.260, 1.290 e 1.335 dias pode ser encontrada em Victor Michaelson, Delayed Time-Setting Heresies Exposed (Payson, AZ: Leaves-Of-Autumn, 1989).
[6] E. G. White, “To the Church in Bro. Hastings house”, 7 de novembro de 1850 (carta H-28, 1850). Republicada em idem, Manuscript Releases, vol. 5, p. 203; ibidem, vol. 6, p. 251; ibidem, vol. 16, p. 208.
[7] James White, “The Judgment”, Review and Herald, 29 de janeiro de 1857, p. 100.
[8] Ver, por exemplo, J. N. Loughborough, “The Hour of His Judgment Come”, Review and Herald, 14 de fevereiro de 1854, p. 30; U[riah] S[mith], “Short Interviews with Correspondents”, Review and Herald, 24 de fevereiro de 1863, p. 100; [idem], “The Sanctuary”, Review and Herald, 8 de setembro de 1863, p. 116.
[9] E. G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 188.
[10] [Idem], “Temperance”, Ms. 50, 1893 (publicado em idem, Sermons and Talks, vol. 1, pp. 225-226); idem, para o “Dr. J. H. Kellogg”, Carta K-59, de 22 de novembro de 1896 (publicada em idem, Testemunhos Para Ministros, p. 115); idem, “Diary”, Ms. 176, de 4 de novembro de 1899 (publicado em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 4, p. 1174); idem, “Help to Be Given to Our Schools”, Ms. 10, 1900 (publicado em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 949); idem, “To Our Church Members in Australasia”, Carta B-6, de 17 de janeiro de 1907 (publicada em [Australasian] Union Conference Record, 11 de março de 1907, pp. 1-2).
[11] Damsteegt, p. 169.
[12] Shea, Daniel 7-12, pp. 217-218.
[13] Ver Froom, vol. 2, pp. 241-463, passim.
[14] Ver ibid., pp. 495-502.
[15] [Frank B. Holbrook], “Editorial Synopsis” ao artigo de W. H. Shea, “Time Prophecies of Daniel 12 and Revelation 12-13″, em Holbrook, ed., Symposium on Revelation – Book I, p. 327.
[16] E. G. White, “Dear Brethren and Sisters”, Present Truth, novembro de 1850, p. 87. Ver também idem, Primeiros Escritos, p. 75.
[17] Idem, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 188, 191.
[18] Idem, O Grande Conflito, p. 640. Ver também idem, Primeiros Escritos, pp. 15, 296-297.
[19] Comentários de Ellen G. White em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 971.
[20] Idem, Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 56.
[21] Ver idem, Counsels to Writers and Editors, pp. 33-51.
* O presente artigo foi publicado originalmente em Ministério (Brasil), maio-junho de 1999, pp. 16- 18. O mesmo artigo foi publicado em espanhol em Logos (Universidad Adventista del Plata, Argentina) ano 3, n.º 2, setembro de 1999, pp. 20-23; El Ministério Adventista (Argentina), novembro-dezembro de 2003, pp. 28-31; e está disponível também em inglês no site oficial do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia (http://biblicalresearch.gc.adventist.org/documents/daniel12.htm).

Alberto Timm, “Revista do Ancião”, janeiro–fevereiro de 2004.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Conversão de Saulo. Ouviram, mas não viram – ou – não ouviram, mas viram? Atos 9:7 e 22:9

 
Existe, à primeira vista, uma aparente tensão entre as descrições de Atos 9:7 e 22:9 sobre a experiência dos companheiros de Saulo por ocasião da conversão dele. Porém, considerando mais detidamente esses textos, percebe-se que em Atos 9:7 é dito que os companheiros ouviram “a voz”, mas não viram “ninguém”, enquanto que Atos 22:9 acrescenta que eles “viram a luz, sem contudo perceberem o sentido da voz que falava” com Saulo.

Tanto a voz quanto a luz mencionadas nessas passagens eram do próprio Jesus (ver Atos 9:5; 22:8; 26:15). Os companheiros de Saulo ouviram a “voz” de Jesus falando com ele, mas não entenderam o “sentido” das palavras proferidas. Viram apenas uma “luz” sobrenatural, sem terem o privilégio de contemplar a forma específica dAquele que Se revelara a Saulo. Cremos, assim, que os textos se complementam em suas declarações.

Alberto Timm, “Sinais dos Tempos”, novembro–dezembro de 2001, p. 30.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Voto Batismal: em nome da Trindade ou em nome de Jesus? (Mateus 28:18-20)



Na grande comissão evangélica de Mateus 28:18-20, Cristo ordenou que o Evangelho fosse pregado a “todas as nações”, e que os conversos dessas nações fossem batizados “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (verso 19). No entanto, eventos registrados no livro de Atos falam de conversos que foram batizados “em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5). Diante disso surge a indagação: esses batismos “em nome de Jesus” invalidam a ordem de ministrar-se o batismo em nome da Trindade?
Várias teorias têm sido propostas para explicar essa aparente tensão entre a ordem de Cristo e a prática da igreja apostólica. A mais convincente delas parece ser a de que as referências ao batismo “em nome de Jesus Cristo” não estejam sugerindo uma nova fórmula batismal, mas apenas enfatizando a condição básica para esse rito ser ministrado. Em outras palavras, um judeu étnico ou prosélito, que já cria no verdadeiro Deus, só poderia ser batizado na comunidade cristã se ele cresse também em Jesus de Nazaré como o prometido Messias.

O mesmo Cristo que declarou, em Mateus 28:19, que o rito do batismo deve ser ministrado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, também afirmou, em Marcos 16:16, que a submissão a esse rito deve ser precedida pela fé que se centraliza no próprio Cristo (João 3:16; Hebreus 12:2). Por ocasião do Pentecostes, aqueles que, em resposta ao discurso de Pedro, aceitaram a Jesus de Nazaré como o Messias, foram batizados “em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38) como demonstração pública dessa aceitação.
Mas é importante notar que mesmo os textos que falam do batismo “em nome de Jesus Cristo” estão impregnados pelo conceito da Trindade. Analisando-se o conteúdo desses textos, percebe-se, em primeiro lugar, que aqueles que foram então batizados “em nome de Jesus Cristo” eram pessoas que já criam previamente em Deus o Pai. Além disso, em todas essas ocasiões o batismo “em nome de Jesus Cristo” foi acompanhado pelo recebimento prévio, simultâneo ou posterior do “dom do Espírito Santo” (Atos 2:38; 8:14-17; 10:44-48; 19:1-6).

Procurando invalidar a fórmula batismal em nome da Trindade, alguns indivíduos alegam que o texto de Mateus 28:19 não aparece no original grego do Novo Testamento. Essa alegação é totalmente infundada, pois não existem quaisquer evidências textuais que a comprovem. Embora hajam discussões significativas a respeito do conteúdo original de Marcos 16:9-20 (ver Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, ed. corr. [Londres: United Bible Societies, 1975], págs. 122-128), o mesmo não ocorre com Mateus 28:18-20.

Cremos, portanto, que a ministração do batismo “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito” é parte dos ensinos de Cristo que devem ser observados por Sua igreja “até à consumação do século” (Mateus 28:20).

Alberto Timm, “Sinais dos Tempos”, agosto de 1999, p. 29.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Rebatismo. Se existe “um só batismo” (Efésios 4:5), por que rebatizar pessoas já batizadas por imersão?



Algumas pessoas alegam, com base em Efésios 4:5 (“há um só Senhor, uma só fé, um só batismo”), que o batismo por imersão só pode ser ministrado uma única vez a cada indivíduo. Essa teoria acaba distorcendo não apenas o sentido básico do texto bíblico, mas, também, o significado do rito batismal e o ensino de outros textos inspirados que abordam a questão do rebatismo. Efésios 4:1-6 fala a respeito da unidade que deveria existir entre todos aqueles que ingressaram na comunidade dos crentes através do mesmo rito batismal. Andrew T. Lincoln esclarece que “o ‘um só batismo’ é o batismo nas águas, o rito público de confissão da única fé no único Senhor. O batismo é único, não por ter uma única forma ou por ser ministrado uma única vez, mas por ser a iniciação em Cristo, no único corpo”. Como todos os crentes se tornaram membros do corpo de Cristo através do batismo, esse rito é um “fator unificador” da igreja (Word Biblical Commentary, vol. 42, pág. 240).

Biblicamente, o batismo não é um sacramento que concede méritos à salvação, e sim um símbolo visível de uma nova aliança salvífica entre Deus e o pecador regenerado pela graça divina. Através desse ato público, a pessoa se compromete a deixar de servir o pecado, passando a viver “em novidade de vida” (Romanos 6:1-7). A nova vida em Cristo implica na aceitação de Cristo como Salvador e Senhor, bem como na vivência prática de Sua vontade revelada nas Escrituras.

O ideal é que o batismo seja ministrado uma única vez aos novos conversos, no início da vida cristã. Mas o Manual da Igreja (rev. 2000), págs. 42 e 43, menciona duas circunstâncias nas quais é aconselhável que a pessoa seja rebatizada.

Uma delas diz respeito aos conversos provenientes de outras comunidades cristãs nas quais já foram batizados por imersão. Mesmo nunca tendo rompido seu relacionamento com Cristo, essas pessoas podem selar publicamente, por um novo batismo, sua aceitação de uma nova plataforma doutrinária, mais ampla e mais comprometida com o conteúdo geral das Escrituras (ver Mateus 4:4; 28:19 e 20; João 16:13).
Que a aceitação de novos componentes doutrinários fundamentais pode justificar o rebatismo de um cristão é evidente nas experiências tanto de um grupo de crentes em Éfeso como de Ellen G. White. Somos informados em Atos 19:1-7 que, em Éfeso, o apóstolo Paulo encontrou “uns doze” discípulos já batizados por João Batista no “batismo de arrependimento” que nem ao menos haviam ouvido falar “que existe o Espírito Santo”. Após compreenderem essa verdade, eles foram rebatizados “em o nome do Senhor Jesus”. No caso de Ellen G. White, ela já havia sido batizada por imersão em Portland, Maine, em 1842, sendo ainda metodista. Mas, após compreender a verdade do sábado em 1846, pediu que o seu próprio esposo, Pastor Tiago White, a rebatizasse (Arthur L. White, Ellen G. White, vol. 1 – “The Early Years”, págs. 121 e 122). Tiago White, em seu livro Life Incidents, pág. 273, declara que ela foi tomada em visão após essa experiência. “Ao ser batizada por mim, em um período inicial de sua experiência, quando eu a levantei das águas, ela foi imediatamente tomada em visão”.

Outra circunstância mencionada no Manual da Igreja, na qual é aconselhável que a pessoa seja rebatizada diz respeito a pessoas que já foram adventistas e apostataram da fé. Quando o crente rompe sua aliança com Cristo e volta a uma vida de pecado, ele se torna passível de ter seu nome eliminado do rol de membros da igreja. O seu reingresso na comunidade dos crentes deve ser assinalado por um novo testemunho público de uma mudança de vida, selado pelo rebatismo.

As principais declarações de Ellen G. White sobre a prática do rebatismo aparecem em seu livro Evangelismo, págs. 372-375. Analisando-se essas declarações, pode-se concluir, em primeiro lugar, que adventistas apostatados que se convertem e desejam voltar à comunhão da igreja devem submeter-se ao rebatismo; e, em segundo lugar, que crentes já batizados por imersão em outras denominações seriam aceitos na comunhão da igreja idealmente pelo rebatismo, mas sem jamais coagi-los a se submeterem a esse rito, caso não sintam genuína necessidade dele. Portanto, Efésios 4:1-6 ratifica a unidade da fé ao mencionar que todos os crentes se tornaram parte do corpo de Cristo através do mesmo rito público (o batismo) de confissão da única fé no único Senhor. Mas essa realidade não desaprova o rebatismo daqueles que assumem uma nova aliança com Cristo e com Sua Palavra.

Alberto Timm, “Revista do Ancião”, outubro–dezembro de 2004.

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