terça-feira, 13 de novembro de 2012

Campanha em prol da missionária Vitória





A Igreja Adventista do Sétimo Dia na região Centro Sul de Catarina (Associação Catarinense – AC) está dando início a uma campanha em prol da missionária Ingrid Vitória Martins. A moça hoje tem 16 anos e moradora na cidade de São José/SC. Ela é conhecida pelo seu empenho em liderar dois Pequenos Grupos, apesar de sofrer com uma doença rara (Epidermólise Bolhosa), que provoca bolhas por todo o seu corpo. A doença é ainda pouco conhecida e aparece já nos primeiros dias do bebê, acompanhando o paciente por toda a vida, como é o caso irmã Vitória.


Recentemente surgiu a possibilidade de cura para a rara doença, uma cirurgia realizada no exterior de alto risco e que tem um tratamento pós-operatório de no mínimo seis meses. Mas para ela realizar a cirurgia, é necessário ter condições básicas de saúde. “Sua família é muito humilde. Eles trabalham, mas não conseguem pagar a maioria das contas, por que priorizam algumas necessidades da Vitória. Ela necessita, por exemplo, de uma substância especial para se alimentar, senão a comida machuca o seu esôfago, mas não é sempre que eles conseguem comprar porque o produto é caríssimo”, comenta o pastor Fábio Correa.

Esse ano ela ganhou uma casa (totalmente estruturada para auxiliar a Vitória), construída por membros da Igreja Adventista do bairro Estreito (Florianópolis/SC). Mas a falta de recursos faz com que a família ainda não proporcione condições básicas para auxiliar a missionária. As prestações do terreno e da conta de luz, por exemplo, estão sempre atrasadas. “Vale ressaltar que a conta de luz da família é muito alta. Mas o motivo é para diminuir as dores da Vitória, já que com o ar-condicionado ligado, sua pele não fica tão irritada”, acrescenta o pastor Fábio.

Por isso a AC, através da ASA (Ação Social Adventista) iniciou uma campanha para ajudar financeiramente a Vitória. O objetivo é colaborar no pagamento dos recursos básicos da família, para assim a missionária ter condições de fazer a cirurgia. A própria Igreja tem ajudado, mas ainda não tem sido suficiente. Por isso foi criado um blog (www.ajudeavitoria.com) e produzido um vídeo para divulgar essa campanha (anexo a essa notícia). Por isso ajude!

“Jesus lhes disse: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um desses pequeninos irmãos, a mim o fizestes”, Mateus 25:40

Para doações:
Aldaíra Aparecida Martins
Caixa Econômica Federal
Agência 0506
OP. 013
Conta Poupança: 00060463-4

Entenda: Segundo o dermatologista Gunter Hans Filho, membro do Departamento de Doenças Bolhosas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença é originada por um defeito no gene que produz a proteína (colágeno) que cola a pele ao corpo. “A alteração genética se dá na falta da produção do colágeno que liga as camadas da pele. Sem essa proteína, essas camadas se separam facilmente sob qualquer pressão”, explica Hans.

“A Vitória tem bolhas em todo o corpo. Ela sofre para fazer atividades simples, como andar, falar, tomar banho e comer”, comenta o pastor Fabio Correa

Via advir

Moisés era gago?


moises
Ah Senhor! eu não sou homem eloqüente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado a Teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua." Êxo. 4:10.


Tem-se dito por aí que Moisés era gago. Bem, que problema teria se fosse. Deus o capacitou para a missão e ele aceitou e cumpriu seu chamado, é isto que importa. Mas, para responder esta pergunta, que é uma curiosidade para muitos, vamos ver o que a Bíblia nos diz em  Atos 7.22: “E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras.” 

Uma escritora cristã comenta:  

"Durante tanto tempo havia ele estado afastado dos egípcios, que não tinha um conhecimento tão claro e um uso tão pronto da língua, como quando estivera entre eles...Moisés então foi mandado ir ter com Arão, seu irmão mais velho, que, tendo estado em uso diário da língua dos egípcios, podia falá-la perfeitamente." WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas, 254. CPB (grifos acrescentados)


A questão era que além da humildade, Moisés se sentia incapaz de realizar tão grandes feitos, tanto pela língua (idioma) que não estava mais familiarizado, quanto pela dificuldade da tarefa. Mesmo assim "Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível." Hebreus 11:27

Pr Iuri Haubrich

RESUMO: Em suma, Moisés não era gago, apenas NÃO falava mais a língua egipcia tão fluente como antes, em virtude dos 40 anos agora passados no deserto. (GM)

Senhor, dê-me Paz

Adoração da estátua: Onde estava Daniel?



Nabucodonosor ordenou que todos os que não adorassem a estátua de ouro fossem mortos. Mas, onde estava o profeta Daniel, visto que ele não é citado com os três rapazes em Daniel 3? 


A adoração da estátua, levantada pelo rei Nabucodonosor, figura entre os grandes relatos de fé na Bíblia. Três corajosos e fiéis jovens – Sadraque, Mesaque e AbedeNego – preferiram a morte em uma fornalha de fogo a desonrar o nome de Deus, curvando-se perante um ídolo. Só não morreram porque Deus interveio, enviando um Ser que, aos olhos do rei da Babilônia, parecia ser “o filho dos deuses” (Dn 3:25), para estar com aqueles jovens. Esse Ser era Jesus, perante o qual o fogo perdeu seu poder destruidor e os jovens foram salvos de morte certa.

Ao que tudo indica, ao fazer uma imagem toda de ouro, Nabucodonosor quis contradizer a interpretação dada por Daniel de que apenas a cabeça da estátua, vista em sonho pelo rei babilónico, era de ouro – essa interpretação indicava que o império babilónico não seria eterno e que outros impérios o sucederiam, conforme representados pelos diferentes metais (Dn 2:31-43). O ato de se prostrar em adoração à imagem seria uma demonstração de lealdade e submissão ao império babilónico.

Podemos apenas conjecturar quanto à data dessa adoração. Uma boa hipótese é aquela que aponta a ocasião em que o rei Zedequias fez uma viagem a Babilônia (Ir 51:59), no 4º ano do seu reinado (594/593 a.C), possivelmente atendendo à convocação de Nabucodonosor para que todos os seus magistrados e vassalos fossem a Babilônia para adorar a imagem de ouro ( Dn 3:2). Se essa viagem do rei Zedequias foi para atender à convocação do rei babilónico, podemos imaginar o espanto dos jovens hebreus ao verem o rei do povo de Deus adorando uma imagem – prática proibida pelo 1º e e 2º mandamentos. E também o espanto do rei de Judá ao ver seus súditos se recusarem a se prostrar, mesmo correndo risco de morte.

E quanto a Daniel? Onde estava ele quando ocorreu a adoração da imagem? A verdade é que ele já havia dado mostras de sua fidelidade a Deus e às Suas orientações desde o tempo em que a ele e aos outros jovens hebreus foram oferecidos alimentos da mesa do rei, mas eles haviam recusado, porque aqueles alimentos não estavam de acordo com as normas bíblicas. Teria Daniel fraquejado no momento da adoração daquela imagem e se prostrado diante dela?

A verdade é que não sabemos onde estava Daniel, por ocasião da adoração da estátua. Conhecendo bem o caráter desse profeta, como é mostrado no livro que leva seu nome, podemos estar certos de uma coisa: se ele estivesse presente àquela cerimônia, também não teria se prostrado. Ele era tão fiel às suas crenças que preferiu morrer devorado por leões a negar a fé (Dn 6). Só não morreu porque Deus o protegeu miraculosamente, fechando a boca daqueles animais (Dn 6:22).

A seguir, eis algumas hipóteses sobre o não comparecimento de Daniel à adoração da imagem de Nabucodonosor:

1. Poderia estar enfermo. Que geralmente Daniel tinha boa saúde pode ser inferido do cuidado que ele tinha com sua alimentação (Dn 1:8,11-15). Mas ele não estava totalmente imune à doença, como pode ser visto em Dn 8:27: “Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias…”

2. Poderia ter recebido uma missão especial do rei e, assim, estaria em viagem pelo reino. Um exemplo de viagem pelo reino é encontrado em Daniel 10:4, 7, quando o profeta teve uma visão “à margem do grande rio Tigre”, no tempo do rei Ciro.

3. Poderia ter sido dispensado daquele ato de adoração pelo próprio Nabucodonosor.

Aquele era um ato através do qual os súditos demonstravam lealdade ao rei, e Nabucodonosor não tinha dúvida quanto à lealdade de Daniel, tanto que o havia nomeado “governador de toda a província da Babilônia” (Dn 2:48). Assim, poderia tê-lo dispensado. Ao agir assim, estaria evitando duas situações: (1) matar Daniel, pois o rei sabia que esse fiel servo não se prostraria diante da imagem. Mas, como Daniel era um oficial altamente capaz, qualificado e honesto, o rei não desejava perder um auxiliar tão valioso; ou (2) ser desmoralizado perante os grandes de seu reino, ao permitir que Daniel ficasse impune, mesmo não se prostrando diante da estátua. Essa opção também não estava nos planos do rei, que era arrogante e prepotente (Dn 3:15,19), e não deixaria que alguém o desmoralizasse e humilhasse.

Qualquer uma das três hipóteses é uma boa candidata para explicar por que Daniel não é mencionado no ato de adoração da estátua. A verdade é que, sempre que sua fé foi provada, ele se manteve fiel – um poderoso exemplo a nós, que vivemos no tempo em que deuses modernos desafiam nossas crenças e nossa fé.

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Surdez espiritual

Deus predestinou Lúcifer para ser Satanás?


diabo
Imagine a cena: Jesus volta em glória e majestade (Ap 1:7) para executar o juízo final sobre o Diabo (Mt 25:41). Antes de Satanás ser jogado no lago de fogo, eles mantêm o seguinte diálogo para “colocar todas as cartas na mesa”:

Demônio: – Por que serei condenado e jogado no lago de fogo se você, em Sua Onisciência, predestinou-me para ser assim?

Jesus Cristo: – Predestinei-o para ser Satanás por causa da minha Soberania.

Demônio: – Mas, se o Senhor é Soberano, por que não determinou, em Sua Soberania, que eu fosse Lúcifer, um anjo de luz, durante a vida toda? Assim, o universo viveria em harmonia por toda a eternidade e muita dor teria sido evitada.

Jesus Cristo: – Já lhe disse: é a minha Soberania quem define isso.

Demônio: – Mas por que tem que ser assim?

Jesus Cristo: – Por que eu sou Soberano e pronto. Mesmo eu sendo amor e tendo estabelecido princípios morais desde a eternidade, em minha Soberania decidi criar seres que me desobedecessem. O que você tem com isso?

Demônio: – Mas eu não poderia ter escolhido ser bom?

Jesus Cristo: – Não! Eu amo o bem e em mim não há treva alguma (1Jo 1:5); escrevi os Dez Mandamentos (Ex 31:18), porém, eu decidi persuadi-lo, desde a eternidade, a ser mau mesmo. Sou Soberano e faço o que eu quiser. Sou livre para predestinar pessoas a desobedecerem aos mandamentos morais que eu mesmo estabeleci (Ex 20; Dt 5).

Demônio: – Tudo bem, Deus. Já que você decidiu em Sua Soberania que eu me tornaria Diabo, vai em frente. Mas que eu ainda não entendi o porquê de haver me criado assim, não entendi. E, nunca entenderei. Afinal, o Senhor deve ter me predestinado para ser ignorante.

[Fim do diálogo]

Esse é mais ou menos o tipo de “diálogo” que os deterministas rígidos (há um tipo de determinismo mais suave) querem que aceitemos. Não foi à toa que o teólogo Clark Pinnock, ex-calvinista, declarou:

“O Calvinismo envolve a pessoa em dificuldades agonizantes de primeira grandeza [ele afirma isso por experiência própria]. Faz com que Deus se transforme num tipo de terrorista que vai por aí distribuindo tortura e desastre [afinal, Deus “determinou” que Hitler mataria 6 milhões de judeus], e até mesmo exigindo que as pessoas façam coisas que a Bíblia diz que Deus aborrece [...]. Não há maneira de limpar a reputação de Deus, num caso assim. Não é preciso a pessoa pensar muito para responder por que muita gente torna-se descrente, ou ateu, ao defrontar-se com tal teologia. Um Deus assim teria muita coisa por que responder”. (Predestinação e Livre-Arbítrio [Mundo Cristão, 2010], p. 78).

Se o Diabo fosse designado por Deus para ser “homicida desde o princípio” (Jo 8:44), o inimigo teria razão em questionar o poder da Soberania de Deus. Afinal, se Deus é Soberano ao ponto de negar a criaturas racionais o direito de escolha, por que não escolheu por elas, para que elas fossem boas por toda a eternidade, assim como Ele é Bondoso?

Separar a soberania de Deus do amor dEle pela moral, tornando-O responsável por aquilo que Ele mesmo odeia, é um sacrilégio. É uma aberração teológica de primeira “grandeza”.

LÚCIFER É QUEM QUIS SER DIABO

Deus não predestinou Lúcifer para se transformar no “capeta”, e muito menos decidiu “programar” criaturas para O amarem, enquanto “programa” outras para O odiarem. O Criador da razão criou Lúcifer perfeito (Ez 28:15) e dotou a humanidade com livre-arbítrio (Gn 2:16, 17; 3:15) para que todos possam amá-Lo livremente e serem moralmente responsáveis pelas próprias atitudes (Gn 4:7; Js 24:15; Tg 1:14). Apenas assim a doutrina do juízo possui sentido (Ec 12:13-14; Rm 14:12; 2Co 5:10).

Os calvinistas rígidos confundem presciência com a predestinação, sendo que Paulo, de modo claro, diferenciou as duas coisas em Romanos 8:29. Se predestinação e presciência não são a mesma coisa, isso significa que Deus não predestina tudo o que Ele prevê.

É claro que presciência e predestinação trabalham juntas; porém, a presciência de Deus não O faz determinar a perdição de grande parte da população. Se assim o fosse, então a presciência de Deus é tão incompetente que O fez “predestinar” a maioria para a perdição (Ap 20:8, 9), ao invés de fazê-Lo predestinar a maioria para o céu (Mt 7:13, 14).

Além disso, os deterministas supervalorizam a Soberania Divina em detrimento do Seu Amor, Onipotência, etc. E, pior: não têm a compreensão correta do conceito bíblico de Soberania Divina.*

Ao invés de crerem que Deus é tão Soberano ao ponto de fazer criaturas livres e moralmente responsáveis (Is 66:4 – preste atenção nesse texto), mesmo após o pecado (interpretemos Romanos 3 à luz de Gênesis 3:15), creem que Ele é Soberano no sentido de programar a mente de cada um para aceitá-Lo ou rejeitá-Lo, sendo que Ele mesmo fica decepcionado quando o ser humano o rejeita! Veja como a Bíblia ignora tal compreensão determinista:

“Como seria bom se eles sempre pensassem assim, e me respeitassem, e sempre obedecessem a todos os meus mandamentos! Assim tudo daria certo para eles e para os seus descendentes para sempre.” (Dt 5:29, NTLH).

Já pensou Deus ficar chateado por Ele mesmo ter predestinado as pessoas para serem desobedientes e pecadoras? Isso é um absurdo sem tamanho. Imaginou o Criador, em Deuteronômio 5:29, lamentar aquilo que Ele mesmo determinou que as pessoas fossem, ou seja, desobedientes? Se lermos o texto com os olhos calvinistas, poderíamos “reinterpretá-lo” da seguinte maneira:

“Como seria bom se eu tivesse predestinado os Israelitas para obedecerem aos meus mandamentos! Pena que não fiz isso em minha Soberania…”

Graças a Deus que, na Bíblia, não há lugar para o “Deus esquizofrênico” criado pelos calvinistas rígidos.

PARADOXO = DESCULPA ESFARRAPADA

Quando questionados sobre como um ser humano pode ser moralmente responsável pelos próprios pecados, se foi Deus quem decretou que o ser humano pecaria, alguns calvinistas respondem que isso é um “paradoxo”.

Na verdade, o termo “paradoxo”, como usado por eles, é mais uma palavra para justificar o injustificado. É uma maneira de a pessoa “sair de fininho” sem se comprometer ainda mais em dar uma explicação racional para determinado fato contraditório.

Em minha opinião, essa palavra, quando empregada pelos deterministas, é um eufemismo para desculpa esfarrapada.

Nossos irmãos calvinistas deveriam aceitar o que a Bíblia ensina em Lucas 7:30: que o pecador rejeita a Cristo por decisão própria e não por decreto Divino:

“Mas os fariseus e os mestres da Lei não quiseram ser batizados por João e assim rejeitaram o plano de Deus para eles.” (Lc 7:30, NTLH).

Veja que Deus é tão Soberano que permitiu aos fariseus rejeitarem o plano dEle para eles! Deveríamos ler a Bíblia e aceitá-la como ela é. Assim, não precisamos criar termos para justificar aquilo que é absurdamente contra a razão e o bom senso.

Assim como o plano do Salvador para os fariseus não era a perdição, o plano da Divindade para você, amigo leitor, não é o lago de fogo. “Deus idealizou e resolveu a estrutura do plano de salvar a humanidade” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, [Casa Publicadora Brasileira, 2011] p. 132), segundo Efésios 1:9, e não idealizou que alguns O rejeitassem.

Desse modo, use corretamente o livre-arbítrio que Ele devolveu ao ser humano (Gn 3:15). Aproveite que Ele colocou em seu coração uma “inimizade” contra a “serpente” (Satanás – Ap 12:9) e decida-se por Jesus Cristo e as Verdades dEle. Aceite o plano de salvação disponibilizado a “todo o mundo” (Mc 16:15) e faça parte do povo de Deus que desfrutará de vida e felicidade eternas ao lado da Divindade:

“[...] Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida.” (Ap 22:17)

E aí, caro leitor? Você crê que Deus criou Lúcifer para ele se transformar em Diabo e Satanás, trazendo assim dor e sofrimento ao universo? Caso não, parabéns! Você não é (ou está deixado de ser) um calvinista rígido e, portanto, compreenderá melhor o plano de salvação e o amor infinito que Deus sente por todas as criaturas dEle.

Esse amor Ele evidencia também ao dar a cada ser a oportunidade de escolher amá-Lo ou não. Se não fosse assim, o próprio Deus não seria “portador” do amor altruísta de 1 Coríntios 13.


* Nota: Nenhum de nós pode compreender a Onisciência Divina. Afinal, não somos deuses. Como afirmou Davi, no Salmo 139:6: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.” Porém, podemos no mínimo nos aproximarmos da Verdade a respeito do assunto, como revelada na Bíblia (de que a Onisciência Divina não fez o Diabo ser Diabo – Ez 28:15). Basta deixarmos as Escrituras falarem por si mesmas e submetermos nossa lógica pecadora à lógica Divina (Is 55:8, 9).

LEANDRO QUADROS

Abraão e a cidade ‘Inexistente”



Ao ler Gênesis 14:14, como poderia Abraão ter perseguido até a cidade de Dã os quatro reis que invadiram a terra de Canaã, quando ainda não havia cidade com esse nome no tempo desse patriarca? 


Os copistas dos livros da Bíblia tinham o costume de “atualizar” ou “modernizar” nomes de localidades quando isso se fazia necessário. Não faziam isso com o fim de adulterar a Palavra de Deus, mas, sim, para melhor compreensão dos leitores. O entendimento dessa prática ajuda a esclarecer a questão da menção à cidade de Dã, no tempo de Abraão (nascido em aproximadamente 1950 a.C., conforme SDABC, v. 8, p. 9), quando ainda não havia cidade com esse nome. Como nos informa o relato bíblico, só houve uma cidade com o nome de Dã quando os descendentes desse bisneto de Abraão conquistaram determinada cidade ao norte da Palestina, por volta de 1405 a.C.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de atualização de nomes de lugares mencionados pela Bíblia, geralmente introduzidos pelas expressões “esta é” ou “que é”:

1. “Fizeram guerra contra [...] o rei de Bela (esta é Zoar)” (Gn 14:2).

2. “… morreu [Sara] emQuiriate-Arba, que é Hebrom…” (Gn 23:2).

3. “Seguia o limite… e terminava em Quiriate-Baal (que é Quiriate-learim) (Is 18:14).

4. “Então, José estabeleceu a seu pai e a seus irmãos e lhes deu possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés” (Gn 47:11). O nome “Ramessés” aparece ainda em Êxodo 1:11; 12:37 e Números 33:3. Nesse mesmo capítulo de Gênesis 47, é mencionado o nome antigo do lugar dado aos israelitas para morar: trata-se da “terra de Gósen” (ver Gn 47:1,4,6,27). “Gósen” aparece ainda em Gênesis 46:28, 29,34 e Êxodo 9:26.

Muitos, por desconhecerem a prática da “atualização” de nomes feita pelos copistas bíblicos, chegam a afirmar que a Bíblia data o Êxodo do tempo do faraó Ramsés II (1299-1232 a.C), somente por causa da menção ao nome “Ramessés”, em Êxodo 1:11, onde se diz que “os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés”. Mas, de acordo com a informação bíblica de 1 Reis 6:1, o Êxodo pode ser datado por volta de 1445 a.C, no tempo do faraó Amenotepe II (1450-1425 a.C). A verdade é que o faraó Ramsés II tinha o costume de atribuir a si feitos de faraós anteriores. Assim, muito tempo depois da expulsão dos invasores Hicsos, esse faraó aumentou e embelezou a antiga capital daqueles invasores, chamada Tânis (a bíblica Zoã, cf. Nm 13:22), e deu seu próprio nome a ela (SDABC, v. 1, p. 497,498).

Os exemplos de atualização mencionados são suficientes para se ver que o mesmo processo aconteceu ao texto de Gênesis 14:14: ” Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã.”

Sabemos, pela Bíblia, que, no tempo de Abraão, a cidade de Dã era chamada de “Laís” (Jz 18:27-29) ou “Lesem” (Is 19:47). Então, como a cidade de Laís/Lesém passou a se chamar Dã? Isso ocorreu quando a tribo de Dã tomou essa cidade, após os israelitas terem invadido a Palestina, por volta de 1405 a.C. É isso o que nos diz o relato bíblico: ”Saiu, porém, pequeno o limite aos filhos de Dã, pelo que subiram os filhos de Dã, e pelejaram contra Lesem, e a tomaram, e a feriram ao fio de espada; e, tendo-a possuído, habitaram nela e lhe chamaram Dã, segundo o nome de Dã, seu pai” (Is 19:47);”… e chegaram a Laís, a um povo em paz e confiado, e os feriram a fio de espada, e queimaram a cidade. [...] Reedificaram a cidade, habitaram nela e lhe chamaram Dã, segundo o nome de Dã, seu pai, que nascera a Israel; porém, outrora, o nome desta cidade era Laís” (Jz 18:27-29).

Assim, fica óbvia a atualização da cidade que, no tempo de Abraão, se chamava Laís ou Lesem, para Dã, nome pelo qual ficou conhecida após sua conquista pela tribo de Dã, mais de 400 anos depois do tempo de Abraão. Assim, é verdadeira a informação de que esse patriarca perseguiu os reis até “Dã”, nome como era conhecida nos dias do copista bíblico, mas conhecida por Abraão como Laís ou Lesem.

Devemos dar graças a Deus porque, além de inspirar os escritores bíblicos ao escreverem a Bíblia, Ele também velou para que Sua Palavra escrita fosse preservada sem adulteração. Alguma “atualização” que se fez necessária a algum nome antigo não prejudica o relato bíblico, antes ajuda os leitores a compreendê-lo ainda melhor.

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Informativo Mundial das Missões – 10/11/12

Informativo Mundial das Missões – 10/11/12


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Via Daniel Gonçalves

Participa Satanás da expiação?



O texto de Levítico 16:10 é claro em afirmar que o bode emissário participa da expiação. Se esse bode representa Satanás, isso significaria sua participação na expiação ao lado de Cristo?

O texto em questão afirma: “O bode sobre que cair a sorte para bode emissário [azazel] será apresentado vivo perante o Senhor, para fazer expiação [kaphar] por meio dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário” (Lv 16:10).

A palavra “Azazel” só ocorre nesse texto de Levítico e tem sido objeto de muita discussão entre os eruditos bíblicos. Diversos significados têm sido propostos para o termo: um lugar no deserto, “bode emissário”, um demônio do deserto, ou o próprio Satanás. No pseudepígrafo 1 Livro de Enoque (8:1; 10:12; 13:1), Azazel é o chefe dos anjos caídos.

Uma análise do papel dos dois bodes no ritual do Dia da Expiação aponta para Azazel como um ser pessoal, em oposição ao Senhor (Yahweh): um bode era “para o Senhor”- um ser pessoal (Lv 16:8), o outro “para Azazel” (Lv 16:8) – que, em oposição ao Senhor, deve ser também um ser pessoal. O bode “para o Senhor” era sacrificado (Lv 16:15) – representando o sacrifício de Cristo; o outro bode era enviado ao deserto (Lv 16:20-22) – representando Satanás, que, durante o Milênio, vagará pela Terra desolada e desértica (Ap 20:1-3).

Assim, sendo Azazel símbolo de Satanás, como entender, em Levítico 16:10, a expressão “para fazer expiação [kaphar] por meio dele”? Se esse bode não era imolado em sacrifício, como participa da expiação?

Frank B. Holbrook, em sua obra O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002), na página 143, argumenta, com propriedade, que o vocábulo “expiação” (kaphar) tem mais de um significado na Bíblia:

1. Expiação em sentido “redentivo”, Isso se dava quando o pecado do penitente era perdoado e apagado por meio da morte de um substituto. Essa expiação redentiva é a mencionada em Levítico 4:34- 35: “Então, o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado e o porá sobre os chifres do altar do holocausto. [...] Assim, o sacerdote, por essa pessoa, fará expiação [kaphar] do seu pecado que cometeu, e lhe será perdoado.” O mesmo tipo de expiação era feito com o sangue do ”bode para o Senhor” (Lv 16:15-19). Essa expiação “redentiva” era símbolo da que é efetuada pelo precioso sangue de Cristo, “como de cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pe 1:19).

2. Expiação em sentido “punitivo”, quando o pecador perde a vida devido ao castigo por seus delitos. No livro de Números, ocorrem dois exemplos de expiação ”punitiva”:

1) quando o imoral simeonita Zimri e sua parceira sexual Cosbi foram atravessados com uma lança pelo sacerdote Fineias (ver Nm 25:6-18). É dito que, com a morte desses dois pecadores impenitentes, se fez “expiação [kaphar] pelos filhos de Israel” (Nm 25:13);

2) quando um homicida era executado por seu crime (ver Nm 35:16, 30-33). Com isso, Deus deixou claro que ”o sangue profana a terra; nenhuma expiação [kaphar] se fará pela terra por causa do sangue que nela for derramado, senão com o sangue daquele que o derramou” ( Nm 35:33).

Esse tipo de expiação punitiva é a que acontecia com o bode emissário (Lv 16:10), o qual levava sobre si, não vicariamente, mas punitivamente, os pecados confessados, perdoados e apagados do povo de Israel. O bode Azazel é símbolo apropriado de Satanás, autor e instigador de todo o pecado, o qual levará sobre si, durante mil anos,
os pecados que fez o povo de Deus cometer.

Interessante é que Ellen G. White também fala em expiação nos aspectos “punitivo” e “redentivo”:

“Visto que Satanás é o originador do pecado, o instigador direto de todos os pecados que ocasionaram a morte do Filho de Deus, exige a justiça que Satanás sofra a punição final. A obra de Cristo para a redenção dos homens e purificação do Universo da contaminação do pecado será encerrada pela remoção dos pecados do santuário celestial e deposição dos mesmos sobre Satanás, que cumprirá a pena final. Assim no cerimonial típico, o ciclo anual do ministério encerrava-se com a purificação do santuário e confissão dos pecados sobre a cabeça do bode emissário. Em tais condições, no ministério do tabernáculo e do templo que mais tarde tomou o seu lugar, ensinavam-se ao povo cada dia as grandes verdades relativas à morte e ministério de Cristo, e uma vez ao ano sua mente era transportada para os acontecimentos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, e para a final purificação do Universo, de pecado e pecadores” [Patriarcas eProfetas, p. 358 [grifos acrescentados]).

E então, participa Satanás da expiação? A resposta é ”sim”, se levarmos em conta a expiação “punitiva”, e “não”, se temos em vista a expiação “redentiva”, a qual é feita somente através de Jesus Cristo e seu precioso sangue.

Por Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bíblica e editor na Casa Publicadora Brasileira.

É necessário que não tenhamos vícios para sermos batizados?


Quem nos livra de todo hábito pecaminoso é Cristo. O ideal é buscarmos o poder de Jesus para vencermos todo o vício antes de nos batizarmos.
Em 2 Coríntios 5:17 lemos que “...assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.
O batismo é a festa que comemora a libertação do pecado que Jesus operou em nossa vida. 
Algumas pessoas deixam para abandonar o vício (seja ele qualquer) no dia do batismo. Entretanto, para muitos, a boa intenção não é suficiente. Após o batismo a força do hábito, a influência das companhias, e tantos outros fatores podem fazer com que a pessoa volte ao vício. Aí, sentimentos de culpa e de raiva, vêm contra si próprios e contra Deus. Tentam esconder a situação dos demais membros da igreja e tudo se torna muito desagradável.
Deixar de fumar ou beber, ou qualquer outro vício, pode parecer uma batalha simples, mas não é. Essa vitória somente é possível pela graça de Deus mediante a união do poder divino com a escolha humana.
Por isso dizemos que é melhor apegar-se a Deus para obter a vitória sobre cada pecado conhecido antes do batismo. Assim a pessoa chegará ao batismo como um vitorioso e não como um pretendente à vitória.
Existe a possibilidade de que mesmo deixando o mau hábito antes do batismo a pessoa venha a cair novamente, mas desta forma as chances serão muito menores. Se a pessoa já teve a experiência da vitória por alguns dias e semanas, ela tem uma experiência preciosa que lhe dá ânimo para prosseguir e elementos em quê se basear para uma vitória mais permanente. 
Para um passo tão importante quanto o batismo, nada melhor que uma boa preparação. Desde o dia em que uma pessoa entregou o coração a Jesus como seu Salvador pessoal e começou os preparativos para o batismo, a partir desse dia, essa pessoa pode ter a certeza do perdão de seus pecados passados e aceitação perante Deus.
O que nos salva não é o batismo. O batismo é uma consequência, um testemunho público, da salvação que Jesus já efetuou em nossa vida. Quando nos batizamos depois de vencidos os hábitos e vícios conhecidos, essa cerimônia expressa maior significado.

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Como "ressuscitar" o culto das quartas-feiras?



NOTA DE FALECIMENTO:
"Lamentamos informar que o nosso querido companheiro, o Culto de Quarta-feira, não resistiu, e morreu!".


Não deixe que isso ocorra em sua Igreja local!

Semanalmente nós temos uma grande oportunidade para fortalecermos nossa fé, através das orações, louvores, testemunhos, estudo da Palavra de Deus, etc.

Esta oportunidade chama-se "Culto de Oração", ou o Culto da Quarta-feira, na maioria das congregações Adventistas do 7º Dia.

Praticamente as mesmas reclamações ouvidas contra os Cultos de Domingo são repetidas pelos que não frequentam assiduamente os Cultos de Oração, acrescentando-se alguns pontos mais peculiares:
- Os pregadores menos experientes são escalados para as Quartas-feiras.
- O Culto é mais de "lamúria" e "choradeira" do que de louvor e ações de graça.
- Expressões do tipo ("Hoje estamos em um pequeno número...") valorizam mais os que faltaram do que os que tiveram interesse em vir ao Culto.
- Não há variedade na liturgia, sendo feita sempre da mesma maneira fria e monótona a cada semana.
- etc.

Os Cultos de Quarta-feira podem e devem ser muito participativos e revigorantes. Pela sua localização estratégica (no meio da semana de trabalho e estudos), este Culto tem uma grande chance de ser o "oásis" em meio ao deserto de dificuldades que todos nós enfrentamos no dia-a-dia.

Assim como fiz para o Culto de Domingo, quero apresentar algumas sugestões para uma melhor qualidade dos Cultos de Oração (com relação à música, vale o mesmo que falei para o de Domingo)...

Pregação
- Selecione os melhores pregadores para pregarem também nas Quartas-feiras. Porém, devo relembrar que "pregar bem e com poder" não é o mesmo que "pregar com eloquência", pois alguns são excelentes "oradores", mas são péssimos "pregadores da Palavra", ou seja, não apresentam um sermão que nutra espiritual e psicologicamente a carência da grande maioria dos membros de nossas congregações Adventistas.
- A temática deve girar em torno do crescimento na vida espiritual: fé, milagres, vitória, comunhão com Deus, perseverança na oração, obra do Espírito Santo, etc.
- O sermão deve ser curto (em torno de 20 minutos), para que mais tempo seja dado para os momentos de participação da congregação (pedidos, agradecimentos e testemunhos).
- Os irmãos devem sair do templo com a sensação de que estão com forças renovadas para enfrentarem mais 2 dias de "luta", e chegarem firmes até o próximo Sábado (ponto alto da comunhão semanal).

Testemunhos
- Deus opera grandes maravilhas na vida de todos nós, mas dificilmente ouvimos sobre elas nos nossos Cultos de Oração.
- A cada semana, alguns podem ser pré-selecionados para trazerem um relato de alguma poderosa atuação do Senhor em suas vidas: vitória sobre a guarda do sábado; milagre contra uma doença; etc.
- Alguns também poderão contar como se deu sua conversão. É uma grande maneira de conhecermos um pouco mais da história de vida de nossos irmãos e irmãs em Cristo.
- Uma vez por mês, faça um Culto apenas de testemunhos, procurando até mesmo trazer alguém de fora, que tenha uma grande vitória de vida para compartilhar com a Igreja.

Momentos dos pedidos e agradecimentos
- Este é um ponto crítico do Culto de quarta-feira, pois se não for bem feito (o que normalmente acontece), torna-se um grande "muro de lamentações".
- Divida este período em 2 momentos: O primeiro somente para agradecimentos, e o segundo, para os pedidos. Intercale cada um com orações fervorosas.
- Os momentos de oração devem ser diversificados a cada semana. Algumas sugestões:
a) Em duplas ou trios
b) Em grupos de 4 ou 5
c) Através de grupos de orações específicas (pelos jovens, pelas famílias, pelos estudos bíblicos, pelos líderes, pelos doentes, etc.).
- Uma pessoa pode ficar encarregada de anotar cada pedido feito, e depois colocar em um mural para serem conhecidos por todos aqueles que não puderam vir ao Culto. No sábado de manhã, os pedidos do mural são divididos entre os membros das Unidades, para que todos orem mais uma vez em favor das necessidades ali apresentadas.
- Durante as semanas de oração, o culto de cada noite pode ser feito de forma diferente, para que todos tenham oportunidade de se expressar, e a programação não caia na rotina na metade da semana.
- Se os visitantes desejarem, deixem que eles também apresentem seus pedidos e agradecimentos diante da Igreja. Lembre que em outras denominações, absurdamente, os visitantes não podem nem entrar nos cultos de oração (até a porta fica fechada!).

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Junte-se com a liderança de sua Igreja local, e vejam como cada um pode contribuir para "ressuscitar" o Culto de Quarta-feira.

Deus será tremendamente honrado!

Gilson Medeiros

É pecado tomar café?



Por mais incrível que nos pareça, esse assunto não é tão controverso. Basta perguntarmos a especialistas ou consultarmos artigos científicos sobre o assunto e não haverá quem negue o fato de que o café faz aumentar a pressão arterial. E isso é bom para a saúde? Uma recente pesquisa que foi feita com consumidores de café exigiu que eles se abstivessem do produto por 21 dias. Sabe qual foi o resultado? Dores de cabeça intensas! Por quê? Porque café é um estimulante do sistema nervoso central e pode causar dependência. A abstenção pode resultar em crise de abstinência que desencadeia numa série de efeitos sobre o bem estar do indivíduo. Isso é bom? Muitas vezes o que acontece é que alguns tentam forçar a barra para justificar um hábito antigo que se modificado poderia afetar violentamente a economia. Uma pessoa que não tem o hábito de tomar café, caso beba, poderá ter palpitações, taquicardia, e os defensores do café dirão que isto ocorre porque o indivíduo não está acostumado a tomar café! E aí? Faz bem para a saúde? E quanto ao sono? Se ingerido à noite poderá afetar o sono. Com o tempo o indivíduo poderá ter alterado o seu relógio biológico, causando distúrbios do sono. Isso é bom? Em decorrência de uma péssima qualidade de sono a pessoa poderá ter outros problemas como ansiedade. Isso faz bem à saúde? O mesmo ocorre com o vinho, que possui flavonóides, o que "justificaria" o seu uso, pois faz bem ao coração. Mas, quais são os prejuízos e riscos que uma pessoa corre ao tomar vinho? (1) O álcool queima a mucosa bucal podendo causar câncer, (2) o álcool pode perverter o juízo, (3) o indivíduo pode perder o autocontrole e tornar-se um alcoólatra. Faz bem ao coração? Sim, mas quanto mal pode fazer para a saúde? Quanto risco pode trazer? Portanto, mais uma vez, alguns usam o fato de que flavonóide faz bem ao coração para justificar o consumo do vinho! O que pode ser substituído pelo vinho? O próprio suco de uva integral! O que mais pode fazer bem para o coração? Exercícios físicos, alimentação equilibrada, etc. Contudo, o ser humano não está disposto a pagar o preço para se obter uma boa saúde e, assim, prefere continuar seu hábito que pode proporcionar grande prazer à custa da saúde. 
“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Coríntios 3:16 e 17).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

Deus endureceu o coração de faraó?



Se Deus foi o culpado pelo “endurecimento do coração de faraó”, Ele se tornou o responsável pelo pecado e, portanto, o diabo pode se desculpar para não enfrentar o juízo.

Êxodo 7:3 pode ser entendido com duas informações:

1) Uma bíblica

2) Outra cultural.

A informação bíblica vem de Êxodo 7:13, 8:19, 9:7, 34, 13:15. Esses textos afirmam que faraó se endureceu.

A informação cultural que nos ajuda na interpretação é de que os hebreus, por não fazerem uma separação entre o que Deus fazia (o bem) e não fazia (o mal), apresentavam a Deus como o responsável por tudo o que acontecia no mundo. Era comum eles apresentarem a Deus “fazendo coisas que, na verdade, Ele não impede de acontecerem”.

Unindo as duas informações, podemos concluir que em Êxodo 7:3, quando a Bíblia afirma que “Deus endureceu o coração de faraó”, Moisés usa um idiomatismo hebraico. É simplesmente uma maneira hebraica de dizer que Deus permitiu que faraó se endurecesse.

O endurecimento de Deus nunca é direto, mas, indireto. E isso, não por culpa dEle. Quando o Espírito atua no coração, a pessoa pode aceitar ou ficar mais endurecida ainda. Nesse sentido, indiretamente Deus pode endurecer o coração de alguém. Porém, a culpa não é de Deus, mas, do pecador que se rebela contra a Palavra dEle e se torna ainda mais endurecido.

O desejo de Deus é sempre que o pecador – por mais perverso que seja – se arrependa e tenha a vida eterna:

“Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? — diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.” (Ez 18:23, 32).

[Veja a incoerência do calvinismo: Deus "endurece" alguém e, ao mesmo tempo, pede para a pessoa se converter! Como alguém pode acreditar numa coisa dessas?]

Deus atua no coração, mas, sem forçar (Ap 3:20). Por isso, a Bíblia diz que a salvação é dada “a quem quiser” (Ap 22:17). Isso é possível por que, de acordo com Gênesis 3:15, Deus colocou uma inimizade entre o ser humano e satanás, de modo que, apesar de estarmos totalmente depravados (Rm 3), pela graça de Deus podemos exercer as nossas escolhas (Js 24:15).

Os que creem na predestinação determinista usam Êxodo 7:3 (entre outros textos) e reinterpretam estes versículos supracitados (que são claros) para ensinar que Deus, através de Sua predestinação, exclui alguns da vida eterna.

Através de um breve estudo do texto, contextualizando-o (1) com todas as declarações bíblicas sobre a atitude rebelde de faraó e (2) com os demais textos bíblicos que mostram ser desejo de Deus que cada pecador se converta, não restam dúvidas de que o determinismo é insustentável.

Os filhos de Deus não podem aceitar uma doutrina (predestinação determinista) que denigre o caráter de Deus e é totalmente contrária a todo o plano de salvação que oferece a cada pecador a oportunidade de ser salvo, caso aceite a Jesus Cristo como Salvador e Senhor (Jo 3:16; 3:36; Rm 10:9).

Graças a Deus há muitos calvinistas sinceros que têm abandonado tal heresia e encontrado o verdadeiro significado do evangelho!

Leandro Quadros.

Como compreender Daniel 9 e as 70 semanas?



Aos 30 anos de idade, começando Seu ministério no ano 27 d.C., Jesus cumpre uma das mais lindas profecias de tempo que predizia o tempo de Sua unção (Seu batismo em 27 d.C.), o ano de Sua morte e o fim do tempo determinado para a nação de Israel como representante de Deus aqui na terra. Isso aconteceu com o apedrejamento de Estevão no ano 34 d.C., mas, de onde vieram todas essas datas precisas? 
Vejamos o capítulo 9 de Daniel versos 24 a 29:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.”
Em profecia, 1 dia representa 1 ano literal (veja Ezequiel 4:6-7; Números 14:34). Setenta semanas representam 490 anos literais. Qual é a data que marca o início desse período profético? O verso 25 responde: Sabe e entende: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. Isso sucedeu quando Artaxerxes, rei da pérsia decretou a reconstrução de Jerusalém no ano 457 a.C. (ver Esdras 6:14 e 7).
A reconstrução do templo levaria 7 semanas, ou seja, 49 anos. O início da reconstrução aconteceu no ano 457 a.C. e terminou em 408 a.C. (total de 49 anos ou 7 semanas).

457 – 49 = 408 a.C.

A profecia nos diz então que depois das primeiras 7 semanas (ou 49 anos), mais 62 semanas (ou 434 anos) seriam necessárias para o batismo de Jesus (até ao Ungido) que aconteceu no ano 27 d. C. Faça as contas. Já estamos no ano 408 a. C., ao término da reedificação de Jerusalém. Até ao Ungido, mais 62 semanas ou 434 anos. Vejamos o cálculo:
408 – 434 = – 26 

Contudo, esse cálculo não conta o primeiro ano que começa com zero. Portanto deve ser adicionado mais um ano ao cálculo, o que nos leva ao número ano 27, data do batismo de Cristo. De acordo com o texto, seriam necessárias 7 semanas mais 62 semanas para “ungir o Santo dos Santos”. Outra forma de fazer o cálculo é somar 62+7 que é igual a 69 semanas, ou 483 anos. Calcule então. Vamos pegar a data inicial da profecia, ano 457 a.C. e subtrair 483, levando em conta o primeiro ano que não é contado. 

457 – 483 = – 26 (mais 1 referente ao primeiro ano nos leva a 27 d. C.

Esta foi a data do batismo de Jesus. Tudo isso era necessário se cumprir, pois estava predito por Daniel 500 anos antes. A profecia ainda fala de uma semana e que na metade da semana Ele “fará cessar o sacrifício” (Daniel 9:29). Metade de uma semana são três dias e meio ou três anos e meio, profeticamente. Portanto a profecia faz alusão à morte de Cristo que aconteceu no ano 31 d.C., na metade da semana, fazendo cessar o sacrifício: “E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo” (Marcos 15:38).
Mas ainda faltam três anos e meio para completar a semana profética. Esses três anos e meio era um tempo para o povo judeu que acabou em 34 d. C. E qual acontecimento marca o final do período das 70 semanas ou 490 anos? Estevão foi apedrejado em 34 d.C., e a partir dessa data a igreja de Deus, como uma continuação do judaísmo, passou a representar Cristo e a proclamar as Boas Novas de salvação em Jesus.
Portanto, Daniel 9 revela com precisão datas importantíssimas, confirmando o caráter profético das Escrituras e sua confiabilidade.

por Hudson Cavalcanti, parceiro do Site Bíblia e a Ciência

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os discípulos foram batizados?



Realmente a Bíblia não menciona em nenhum lugar que os discípulos tenham sido batizados, mas há alguns relatos interessantes com os quais podemos tirar algumas conclusões importantes.
Em primeiro lugar, não há dificuldade nenhuma para crer que Paulo tenha sido batizado por Ananias (Atos 22:16). Inclusive Paulo explica de forma muito clara o profundo significado do batismo em sua carta à igreja de Roma no capítulo 6. Portanto concluo que esse era um ensinamento, primeiramente de Cristo (Mateus 28:19) e uma prática apostólica com aqueles que aceitavam o Evangelho. 
Outro texto importante é o de 1 Pedro 3:20 e 21 que faz uma alusão ao dilúvio e àqueles que foram salvos "por meio da água" (ver verso 20). 
As águas do dilúvio que sepultaram os pecadores que "desobedeceram" nos dias de Noé, foram o meio para salvar aos que estavam dentro da arca de salvação, e assim se lhes conservou a vida. A possível razão para Pedro referir-se a esse episódio é uma lição que pode ser deduzida, pois da mesma maneira que no passado "foram salvos por meio da água", assim também o "batismo agora nos salva". O batismo é um símbolo da morte e ressurreição de Cristo que indubitavelmente deve significar a morte para o pecado e o ressurgimento em novidade de vida para uma nova vida em Cristo. 
Cremos que os apóstolos conheciam as palavras de Jesus, Marcos 16:16, e concluímos que todos eles foram batizados (1 Coríntios 10:1 e 2).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

Senhor, Perdoa-me

Por que devo pregar o evangelho?


Paulo diz, em Romanos 2:14-16, que os gentios serão julgados por aquilo que a consciência lhes disse. E que eles “servem de lei para si mesmos” (Rm 2:14). Então, por que pregar o Evangelho às pessoas? Precisariam um indígena, um pagão africano ou um budista, por exemplo, ouvir o evangelho para ser salvo? 


Essa é uma questão que intriga muitos cristãos. Mas, com base na Bíblia, podemos ver pelo menos dez razões para cumprir o “Ide” de Cristo. Devo pregar o Evangelho porque:

1. Cristo ordenou. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Uma vez que Ele mandou, deve haver razões para isso. Do contrário, Ele não teria mandado.

2. Contribui para a minha própria salvação. “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12), é o conselho do apóstolo Paulo. Ao pregar para os outros sobre a vida eterna, eu mesmo não desejarei ficar fora dela.

3. O Evangelho apresenta um correto conceito sobre Deus, que, acima de tudo, é amor. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4:8). O conceito de um Deus que ama Suas criaturas a ponto de morrer por elas não está presente nas religiões pagãs. Mesmo entre oscristãos, muitos veem Deus como um ser duro, juiz severo, pronto a punir pelo menor erro cometido.

4. Com a pregação do Evangelho, começa a restauração da imagem de Deus em quem o aceita: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como fi lhos da luz” (Ef 5:8). “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas” (Cl 1:21). Pela aceitação do Evangelho, a imagem de Deus já começa a ser restaurada no ser humano e há grande melhora na qualidade de vida de quem o aceita: canibais se tornam seres ternos e amáveis; pessoas sujas, doentes e quase sem nenhuma higiene se tornam limpas e saudáveis; o medo dos deuses e dos espíritos dá lugar à adoração a Deus pelo amor, etc.

5. A pregação do Evangelho prepara o mundo para o fim: “E será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”(Mt 24:14). Obviamente, Deus não ficará como nosso refém quanto a vir ao mundo somente quando pregarmos o Evangelho. Se não o fizermos, Ele empregará outros meios e outras pessoas. O fato é que a pregação do Evangelho preparacas pessoas para os eventos finais da história deste mundo.

6. A pregação do Evangelho é a regra pela qual as pessoas conhecem o plano da salvação e podem ser salvas: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19, 20). Um indígena ou pagão que morre sem conhecer o Evangelho será salvo ou se perderá de acordo com a luz que teve quanto ao certo e errado (Rm 2:14, 15), mas essa é a exceção ao plano normal de Deus quanto à salvação. A exceção só confirma a regra.

7. Ajuda-me a ser altruísta e a cumprir o mandamento “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo” (Mc 12:31). O que desejo para mim (salvação, vida eterna, uma pátria celestial, reencontro com os entes queridos mortos, etc.) devo desejar também para meu semelhante.

8. Faz-me empático e parecido com Deus, o qual “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). Ao pregar, engajo-me na mesma obra salvífica de Deus. Que privilégio o dos pregadores do Evangelho!

9. Pela pregação do Evangelho, o reino de Cristo invade o reino de Satanás, limitando, e mesmo quebrando, o poder desse inimigo sobre os pecadores. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1:13).

10. A palavra de um pecador convertido tem mais credibilidade para outro pecador do que as palavras de um anjo de Deus, pois anjos não conhecem, por experiência, as lutas, tentações e limitações de um ser humano. São os seres humanos que devem ser “embaixadores de Deus”. “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5:20). Também somos “carta de Cristo”: “Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2Co 3:3). O papel de “embaixador” e “carta” é dado aos seres humanos, e não a anjos, que nunca pecaram.

Como está você no assunto da pregação do Evangelho? Engajado? Se não, por quê? A verdade é que Deus não tem outra boca a não ser a nossa, outros pés que não os nossos, outras mãos que não as nossas. Ele poderia pregar o Evangelho mais rapidamente e melhor por outros meios, mas Ele prefere contar com você. 

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

Apocalipse 18:8 – tempo literal ou profético?



Alguns creem que se trata de tempo profético, e que, portanto, representa um ano literal; mas outros consideram que o anjo está realçando o aspecto repentino e inesperado das "pragas" que cairão sobre a Babilônia simbólica, especialmente por seu falso sentido de segurança (vers. 7); ou ainda está falando de um lapso de tempo indefinido. 
Em vista do que se diz sobre o mesmo acontecimento ocorrer em "uma hora" (vers. 10, 17, 19), parece preferível a segunda explicação (ver Jeremias 50: 29, 31). Ademais, o tempo dos verbos que acompanham as palavras "dia" e "hora" (Apocalipse 18: 10) sugere bem mais “um momento” do que “um período”, e, portanto, parece muito mais uma ênfase sobre o repentino e inesperado aspecto das pragas do que a duração. (Isaías 47: 9, 11; Jeremias 50: 31; 51: 8). 
Um “período de tempo" pode ser de um ano, de um mês, ou de um dia. “Hora”, “tempo” em Mateus 14:15;18:1; Marcos 6:35; Lucas 2: 38; João 16:2, 4, 25; 2 Coríntios 7: 8; Filemon 15; 1 João 2: 18; Apocalipse 14: 15 traduz-se como “pouco tempo”; em 1 Tessalonicenses 2:17 “breve tempo”; em Marcos 11:11 “entardecia”. É óbvio que o significado de hora deve ser determinado em cada caso pelo contexto.
Alguns usam o termo “hora” do capítulo 17 verso 12 como um tempo profético, o que representaria um lapso literal de umas duas semanas; mas o contexto parece indicar algo distinto. Reconhece-se geralmente que no capítulo 18 há uma explicação mais detalhada dos fatos descritos no capítulo 17:12-17; mas o lapso designado como “um dia” no capítulo 18 verso 8 também é chamado “uma hora” nos versos 10, 17, 19, de onde pode ser deduzido que a Inspiração se propôs a indicar um período breve sem especificar sua duração exata. Pelo que foi exposto, parece preferível entender a expressão “uma hora” do capítulo 17 verso 12 como um período breve, indeterminado.
Os lapsos de tempo mencionados nas passagens proféticas nem sempre designam o que comumente se conhece como tempo profético. Os sete anos de fome preditos por José, por exemplo, foram anos literais (Gênesis 41:25-31), da mesma forma os 40 anos de peregrinação preditos em Números 14:34. 
O mesmo pode ser dito dos 400 anos de Gênesis 15:13, dos 70 anos de Jeremias 25:12; 29:10, e dos 1.000 anos de Apocalipse 20:4.
Portanto, o termo “dia” ou “hora” pode ser melhor entendido como um período de tempo indeterminado, ou breve período de tempo indeterminado.


por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Que tipo de vinho Paulo pediu que Timóteo bebesse?


Em 1 Timóteo 5:23 Paulo dá um conselho a Timóteo para que bebesse “um pouco de vinho”. É apenas suco de uva ou é vinho alcoólico? 


Esse texto do apóstolo Paulo tem sido frequentemente usado por aqueles que desejam fazer a Bíblia apoiar o uso de bebidas alcoólicas. Alguns chegam a dizer que o problema seria a ingestão de “muito” vinho; sendo que “um pouco” não seria problema. Mas o que realmente Paulo teria aconselhado Timóteo a fazer?

Primeiramente, deve-se notar o contexto no qual está inserido o texto (1Tm 5:23). Ele está na seção “Conselhos”, que vai de 1 Timóteo 4:7–5:23, sendo o último verso de uma série de conselhos dados pelo apóstolo Paulo. No caso do que foi dado a Timóteo, vê-se que se trata de uma recomendação a alguém com problemas de estômago e acometido por outras enfermidades não mencionadas. Então, o conselho tem que ver com uma situação médica e a um doente, e não aos membros da igreja indiscriminadamente.

Há basicamente duas hipóteses quanto ao vinho recomendado para as enfermidades de Timóteo: (1) Seria vinho alcoólico; (2) Seria vinho sem álcool, o puro suco de uva.

Às vezes, uma palavra no idioma original ajuda a esclarecer um texto bíblico, mas tal não acontece com 1 Timóteo 5:23, onde “vinho” é tradução da palavra grega “oinos” – palavra que tanto pode indicar vinho com álcool como vinho sem álcool.

Analisemos a primeira hipótese, a de que o vinho fosse alcoólico: essa hipótese estaria de acordo com uma ideia do tempo de Paulo, a de que o vinho fermentado era um medicamento útil na cura de várias doenças (R. N. Champlin, O Novo Testamento Interpretado, v. 5, p. 341). Se se tratasse de vinho fermentado, a ser ingerido como remédio, tal conselho se assemelha ao que aparece em Provérbios 31:6: “Dai bebida forte [shekar] aos que perecem e vinho [yaîn], aos amargurados de espírito”. Esses que estavam “perecendo” (doentes terminais), certamente estavam “amargurados de espírito”, ou seja, preocupados consigo mesmos e com o futuro de seus familiares, e deviam tomar alguma coisa que anestesiasse a dor. Note que também aqui o conselho é dado a doentes, e não a pessoas sadias.

Passemos, agora, à segunda hipótese: O vinho seria sem álcool, o puro suco de uva. Essa hipótese levanta um questionamento, o de que Timóteo já devia beber suco de uva não fermentado, pois o mesmo não é condenado pela Escritura. 

Se aceitamos a hipótese de que o vinho recomendado por Paulo era sem álcool, então Timóteo devia estar seguindo uma dieta tipo “nazireu”, ou seja, não beber ou comer nada que viesse da videira, como a prescrita em Números 6:3: ”Abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas”. Se for esse o caso, Timóteo devia estar sendo influenciado pelos hereges gnósticos, com suas regras ascéticas e dietéticas (ver 1 Tm 4:3; Cl 2:21-23), seguidas para impressionar os demais membros da igreja. Paulo os denuncia como tendo “aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético” (Cl 2:23).

Paulo, então, estaria dizendo a Timóteo que suco de uva seria benéfico ao seu estômago, de preferência à água muitas vezes de qualidade duvidosa e contaminada, como acontecia já naqueles dias. “Nos dias de Paulo, como agora, a água em muitas localidades não era segura para o uso. Doenças físicas, como a disenteria, frequentemente estavam relacionadas com água contaminada, sendo de comum ocorrência. Consequentemente, outras maneiras de matar a sede eram frequentemente recomendadas” (SDA Bible Commentary, v. 7, p. 314). Nesse caso, vinho (suco de uva) seria preferível à água impura (J. N. D. Kelly. I e II Timóteo e Tito, p. 123).

Como vimos, se Paulo tivesse recomendado vinho alcoólico a Timóteo, estaria receitando um remédio (ao menos se pensava assim em sua época), a alguém doente. E isso não deve servir de justificativa para seu uso por alguém sadio.

Se, ao contrário, Paulo recomendou suco de uva não fermentado, teve o propósito de que Timóteo evitasse água contaminada, que agravaria ainda mais seu problema de estômago e suas “frequentes enfermidades”.

Em conclusão, dizemos que seguro mesmo é ficar longe das bebidas alcoólicas. A Bíblia as descreve como “alvoroçadoras” (Pv 20:1), causadoras de ais, pesares, rixas, queixas, feridas sem causa, olhos vermelhos (23:29).

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

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