terça-feira, 26 de abril de 2011

O Mal era uma Possibilidade

Amar a Deus

A questão do livre-arbítrio é o centro da análise sobre a origem do mal. Indagado sobre o maior mandamento da lei, Jesus respondeu de maneira breve, mas clara: “Ame o Senhor” (Mat. 22:37). Só três palavras, que contêm a essência de toda a lei.
Em nosso relacionamento com Deus, o amor é o elemento mais importante. Tudo o que Deus fez por nós teria sido impossível sem o amor. Tudo o que estamos tentando fazer por Ele não tem sentido sem o amor. Somente quando abrimos nosso coração e aceitamos o amor de Deus, podemos ser capazes de refletir esse amor a outros e cumprir todos os outros mandamentos. Tudo é uma resposta a esse amor.

O amor é a única base aceitável de relacionamento com Deus. Esta é a chave para se entender que fora do amor espontâneo, tal relacionamento seria envenenado. Imagine relacionamentos entre namorados, noivos, cônjuges, entre pais e filhos, onde o amor fosse imposto, ou se tornasse uma exigência legal. Todos sabemos que amor verdadeiro não se compra, não se força, não se exige, não se vende, não se negocia, não se impõe, nem empresta. Para merecer este nome, o amor deve ser ofertado livre e voluntariamente.

Mas o amor tem uma extraordinária fraqueza: Ele pode ser rejeitado. Todos nós também sabemos de amores extraordinários em sua grandeza, pureza e legitimidade, e que foram abandonados, rejeitados, desprezados, e ridicularizados. Apesar de toda a sua força e poder, não há absolutamente nada que o amor possa fazer a respeito da sua rejeição. O amor pode ser rejeitado, esta é a chave para começarmos a entender o grande drama do mal no Universo. Criando seres moralmente livres, Deus correu o risco das pessoas que amam: o de ser rejeitado!

A fim de amarmos a Deus temos que ser livres. É simples assim. O amor não pode existir sem liberdade moral, e a liberdade moral não pode existir sem a capacidade de errar.

O Livre-Arbítrio e a Possibilidade do Mal

Para obedecer é preciso ter liberdade moral. Os estudantes da Bíblia estão familiarizados com o registro de que no princípio Deus criou os céus e a Terra. Ele não dependia de matéria nem de condições preexistentes. Ele fez tudo existir por Sua palavra, que é a expressão da Sua mente (João 1:1-3). Às Suas criaturas inteligentes, concedeu os atributos da individualidade e da liberdade pessoal de escolha. Mas a escolha, por sua própria natureza, envolve a opção de escolher entre o que é certo e o que é errado. Por esse motivo, desde o princípio havia a possibilidade do mal.

Nossos ancestrais, Adão e Eva, se desviaram do caminho. Deus os havia criado com a possibilidade de escolher entre confiar nEle e obedecer ao que Ele dissesse, ou experimentar o outro caminho: o do desrespeito e da desobediência. Eles não estavam predestinados ou programados para escolher só o caminho certo. Não teria sido justo. Possuíam livre-arbítrio para tomar suas próprias decisões. E exerceram essa liberdade sem perceber todas as conseqüências que viriam depois.

A Rebelião de Satanás no Céu

No livro Patriarcas e Profetas, a escritora cristã, Ellen White, analisa em detalhes os eventos ocorridos no Céu, antes da criação do homem, tomando por base o relato extraído das Escrituras Sagradas com relação ao livre-arbítrio concedido primeiramente aos anjos. Segue a transcrição de alguns trechos extraídos do capítulo intitulado: “Por Que Foi Permitido o Pecado?”. Diz Ellen White:

“Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera às Suas criaturas. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, “filho da alva”, era o primeiro dos querubins cobridores, santo, incontaminado.

“Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura. … Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.” Ezeq. 28:12-15.

Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. Dizem as Escrituras: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor.” Ezeq. 28:17. “Tu dizias no teu coração: … acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. … Serei semelhante ao Altíssimo.” Isa. 14:13 e 14.

(…) Deus permitiu que Satanás levasse avante sua obra até que o espírito de desafeto amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente a fim de que todos pudessem ver sua verdadeira natureza e tendência. Lúcifer, sendo o querubim ungido, fora altamente exaltado; era grandemente amado pelos seres celestiais, e forte era sua influência sobre eles. O governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas de todos os mundos que Ele havia criado; e Lúcifer concluiu que, se ele pôde levar consigo os anjos do Céu à rebelião, poderia também levar todos os mundos.

Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. Visto que unicamente o serviço de amor pode ser aceito por Deus, a fidelidade de Suas criaturas deve repousar em uma convicção de Sua justiça e benevolência. Os habitantes do Céu, e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou conseqüência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás. Houvesse ele sido imediatamente destruído, e alguns teriam servido a Deus pelo temor em vez de o fazer pelo amor. A influência do enganador não teria sido completamente destruída, tampouco o espírito de rebelião teria sido totalmente desarraigado. Para o bem do Universo todo, através dos intérminos séculos, ele deveria desenvolver mais completamente seus princípios, a fim de que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz, por todos os seres criados, e a justiça e a misericórdia de Deus, bem como a imutabilidade de Sua lei, pudessem para sempre ser postas fora de toda a questão.

A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo, durante todas as eras vindouras – perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua pena.” – Ellen White, Patriarcas e Profetas, págs. 33/43.

O fato é que Deus criou Lúcifer perfeito, sem qualquer propensão para o mal. Mas, como agente moral livre, esse anjo “portador de luz” tinha liberdade para divergir dAquele que o trouxera à existência e lhe dera sua exaltada posição. Evidentemente, atitudes e ações têm conseqüências. Verdade e justiça não são questão de opinião subjetiva, mas de revelação absoluta, que forma o caráter e a conduta.

É importante observar que Deus, todo-poderoso, não impediu o deslize moral de Lúcifer. Isso nos diz muito sobre a responsabilidade da liberdade moral.

Deus é o autor de tudo o que foi criado, mas Ele não é o autor de tudo o que existe. Deus não criou o diabo. Deus não criou o mal. Este surgiu em resultado do uso da liberdade de escolha. Não se pode ter seres morais sem que estes sejam agentes moralmente livres para escolher. Lúcifer escolheu rejeitar o amor do seu Criador.

Devemos lembrar, então, que o pecado é um tipo de amor: amor focalizado no objeto errado. Lúcifer tornou-se “apaixonado por si mesmo.” Observe em Isaías 14:12 quantas vezes o pronome pessoal, ocorre na primeira pessoa do singular (de forma clara ou oculta): “Eu subirei ao Céu; eu exaltarei o meu trono; eu me assentarei nas extremidades do norte; eu subirei acima das mais altas nuvens”; eu serei semelhante ao Altíssimo.”

Se em definição simples, fé é a transferência de confiança: do eu para Deus, pecado é, essencialmente, o movimento inverso, transferência da confiança de Deus para o eu. Autonomia, independência de Deus, em última análise, constitui a essência do pecado!

A Estratégia do Conflito na Terra

Apocalipse 12:12 aconselha aos seres terrestres que se precavenham, porque o diabo veio até nós cheio de grande ira. A história do Éden nos apresenta um protótipo, um modelo, de como o diabo, que seduz todo o mundo (v.9), age para enganar a todos.

A estratégia que ele utiliza vem bem exposta no citado livro “Patriarcas e Profetas”, no capítulo intitulado “A Tentação e a Queda”, cujos principais trechos são abaixo transcritos:

“Não mais se achando livre para instigar a rebelião no Céu, encontrou a inimizade de Satanás contra Deus um novo campo, ao tramar a ruína do gênero humano. (…) Nossos primeiros pais não foram deixados sem avisos do perigo que os ameaçava. Mensageiros celestiais expuseram-lhes a história da queda de Satanás, e suas tramas para sua destruição, explicando mais completamente a natureza do governo divino, que o príncipe do mal estava procurando transtornar. (…) Os anjos os advertiram a que estivessem de sobreaviso contra os ardis de Satanás; pois seus esforços para os enredar seriam incansáveis. Enquanto fossem obedientes a Deus, o maligno não lhes poderia fazer mal; pois sendo necessário, todos os anjos do Céu seriam enviados em seu auxílio. Se com firmeza repelissem suas primeiras insinuações, estariam tão livres de perigo como os mensageiros celestiais. Se, porém, cedessem uma vez à tentação, sua natureza se tornaria tão depravada que não teriam em si poder nem disposição para resistir a Satanás.

A árvore da ciência se tornara a prova de sua obediência e amor a Deus. O Senhor achara conveniente não lhes impor senão uma proibição quanto ao uso de tudo que estava no jardim; mas, se desatendessem a Sua vontade neste particular, incorreriam na culpa de transgressão. Satanás não os acompanharia com tentações contínuas; poderia ter acesso a eles unicamente junto à árvore proibida. Se eles tentassem examinar a natureza da mesma, estariam expostos aos seus ardis. Foram admoestados a dar cuidadosa atenção à advertência que Deus lhes enviara, e estarem contentes com as instruções que Ele achara conveniente comunicar-lhes.

(…) Os anjos haviam advertido Eva de que tivesse o cuidado de não se afastar do esposo enquanto se ocupavam com seu trabalho diário no jardim; junto dele estaria em menor perigo de tentação, do que se estivesse sozinha. Mas, absorta em sua aprazível ocupação, inconscientemente se desviou de seu lado. Percebendo que estava só, sentiu uma apreensão de perigo, mas afugentou seus temores, concluindo que ela possuía sabedoria e força suficientes para discernir o mal e resistir-lhe. Esquecida do aviso do anjo, logo se achou a contemplar, com um misto de curiosidade e admiração, a árvore proibida. O fruto era muito belo, e ela perguntava a si mesma por que seria que Deus os privara do mesmo. Era então a oportunidade do tentador. Como se fosse capaz de distinguir as cogitações de seu espírito, a ela assim se dirigiu: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” Gên. 3:1.

(…) Em vez de fugir do local, deteve-se, maravilhada, a ouvir uma serpente falar. Houvesse se dirigido a ela um ser semelhante aos anjos, e ter-se-iam despertado seus receios; ela, porém, não tinha idéia alguma de que a fascinadora serpente pudesse tornar-se o intermediário do adversário decaído.

À pergunta ardilosa do tentador, ela responde: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”

Participando desta árvore, declarou ele, atingiriam uma esfera mais elevada de existência, e entrariam para um campo mais vasto de saber. Ele próprio havia comido do fruto proibido, e como resultado adquirira o dom da fala. E insinuou que o Senhor cuidadosamente desejava privá-los do mesmo, para que não acontecesse serem exaltados à igualdade para com Ele. Foi por causa de suas maravilhosas propriedades, que comunicavam sabedoria e poder, que Ele lhes havia proibido prová-lo, ou mesmo nele tocar. O tentador insinuou que a advertência divina não devia ser efetivamente cumprida; destinava-se simplesmente a intimidá-los. Como seria possível morrerem eles? Não haviam comido da árvore da vida? Deus estivera procurando impedi-los de atingir um desenvolvimento mais nobre, e de encontrarem maior felicidade.

Tal tem sido a obra de Satanás desde os dias de Adão até o presente, e com a mesma tem ele prosseguido com grande êxito. Ele tenta os homens a desconfiarem do amor de Deus, e a duvidarem de Sua sabedoria. Está constantemente procurando despertar um espírito de irreverente curiosidade, um inquieto, inquiridor desejo de penetrar os segredos da sabedoria e poder divinos. Em seus esforços para pesquisarem o que Deus foi servido recusar-lhes, multidões descuidam-se das verdades que Ele revelou, e que são essenciais para a salvação. Satanás tenta os homens à desobediência, levando-os a crer que estão a entrar em um maravilhoso campo de saber. Mas tudo isto é um engano. Desvanecendo-se com suas idéias de progresso, acham-se eles conculcando os mandamentos de Deus, colocando os pés na senda que leva à degradação e morte.

Satanás fez parecer ao santo par que eles ganhariam, violando a lei de Deus. Não ouvimos hoje idêntico raciocínio? Muitos falam da estreiteza daqueles que obedecem aos mandamentos de Deus, enquanto afirmam possuir idéias mais amplas e desfrutar de maior liberdade. O que é isto senão um eco da voz do Éden: “No dia em que dele comerdes”, isto é, transgredirdes a ordem divina, “sereis como Deus”? Gên. 3:5. Satanás alegou ter recebido grande benefício, comendo do fruto proibido, mas não deixou transparecer que pela transgressão viera a ser expulso do Céu. Embora houvesse achado que do pecado resulta infinita perda, ocultou sua própria miséria, a fim de arrastar outros à mesma posição. Assim hoje o transgressor procura disfarçar seu verdadeiro caráter; ele pode pretender ser santo; mas a sua elevada profissão apenas o torna mais perigoso como enganador. Acha-se ele do lado de Satanás, pisando a lei de Deus, e levando outros a fazerem o mesmo para a sua ruína eterna.

Eva creu realmente nas palavras de Satanás, mas a sua crença não a salvou da pena do pecado. Descreu das palavras de Deus, e isto foi o que a levou à queda. No Juízo, os homens não serão condenados porque conscienciosamente creram na mentira, mas porque não acreditaram na verdade, porque negligenciaram a oportunidade de aprender o que é a verdade. Apesar do sofisma de Satanás indicando o contrário, é sempre desastroso desobedecer a Deus. Devemos aplicar o coração a conhecer o que é a verdade. Todas as lições que Deus fez com que fossem registradas em Sua Palavra, são para a nossa advertência e instrução. São dadas para nos salvar do engano. Da negligência às mesmas resultará ruína a nós mesmos. O que quer que contradiga a Palavra de Deus, podemos estar certos de que procede de Satanás.

A serpente apanhou o fruto da árvore proibida e colocou-o nas mãos de Eva, que estava meio relutante. Fê-la então lembrar-se de suas próprias palavras de que Deus lhes proibira tocar nele, para que não morressem. Não receberiam maior mal comendo o fruto, declarou ele, do que nele tocando. Não percebendo maus resultados do que fizera, Eva ficou mais ousada. Quando viu “que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu”. Gên. 3:6.

(…) O amor, a gratidão, a lealdade para com o Criador, tudo foi suplantado pelo amor para com Eva. Ela era uma parte dele, e ele não podia suportar a idéia da separação. Não compreendia que o mesmo Poder infinito que do pó da terra o havia criado, como um ser vivo e belo, e amorosamente lhe dera uma companheira, poderia preencher a falta desta. Resolveu partilhar sua sorte; se ela devia morrer, com ela morreria ele. Afinal, raciocinou, não poderiam ser verdadeiras as palavras da sábia serpente? Eva estava diante dele, tão bela, e aparentemente tão inocente como antes deste ato de desobediência. Exprimia maior amor para com ele do que antes. Nenhum sinal de morte aparecia nela, e ele se decidiu a afrontar as conseqüências. Tomou o fruto, e o comeu rapidamente.

(…) Começaram então a ver o verdadeiro caráter de seu pecado. Adão censurou a companheira pela sua insensatez em sair de seu lado, e deixar-se enganar pela serpente; mas ambos acalentaram a esperança de que Aquele que lhes tinha dado tantas provas de Seu amor, perdoaria esta única transgressão, ou de que não seriam submetidos a um tão horrendo castigo como haviam receado.

Satanás exultou com seu êxito. Tinha tentado a mulher a desconfiar do amor de Deus, a duvidar de Sua sabedoria, e a transgredir a Sua lei e, por meio dela, ocasionara a derrota de Adão.

Entretanto, o grande Legislador estava para tornar conhecidas a Adão e Eva as conseqüências de sua transgressão. Manifestou-se no jardim a presença divina. Em sua inocência e santidade tinham eles alegremente recebido a aproximação de seu Criador; mas agora fugiram aterrorizados, e procuraram esconder-se nos mais profundos recessos do jardim. Mas “chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?” Gên. 3:11.

Adão não podia negar nem desculpar seu pecado; mas, em vez de manifestar arrependimento, esforçou-se por lançar a culpa sobre a esposa, e assim sobre o próprio Deus: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e eu comi”. Gên.3:12. Aquele que, por amor a Eva, havia deliberadamente preferido perder a aprovação de Deus, o seu lar no Paraíso, e uma vida eterna de alegria, podia, agora, depois de sua queda, procurar tornar sua companheira, e mesmo o próprio Criador, responsável pela transgressão. Tão terrível é o poder do pecado.
Quando foi interrogado à mulher: “Por que fizeste isto?” ela respondeu: “A serpente me enganou, e eu comi”. Gên.3:13. “Por que criaste a serpente? Por que lhe permitiste entrar no Éden?” – Tais eram as perguntas envolvidas em sua desculpa apresentada pelo pecado. Assim, como fizera Adão, lançou sobre Deus a responsabilidade de sua queda. O espírito de justificação própria originou-se com o pai da mentira; foi alimentado por nossos primeiros pais logo que se renderam à influência de Satanás, e tem sido apresentado por todos os filhos e filhas de Adão. Em vez de humildemente confessarem os pecados, procuram escudar-se lançando a culpa sobre outros, sobre as circunstâncias, ou sobre Deus, fazendo mesmo de Suas bênçãos um motivo para murmuração contra Ele.

O Senhor então pronunciou sentença sobre a serpente: “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campos; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.” Gên. 3:14. Visto que havia sido empregada como o intermediário de Satanás, a serpente devia participar da visitação do juízo divino. Da mais linda e admirada das criaturas do campo, devia tornar-se na mais rasteira e detestada de todas elas, temida e odiada tanto pelo homem como pelos animais. As palavras dirigidas em seguida à serpente aplicam-se diretamente ao próprio Satanás, indicando de antemão sua final derrota e destruição: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Gên. 3:15.

Referiram-se a Eva a tristeza e a dor que deveriam dali em diante ser o seu quinhão. E disse o Senhor: “O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. Gên. 3:16. Na criação Deus a fizera igual a Adão. Se houvessem eles permanecido obedientes a Deus – em harmonia com Sua grande lei de amor – sempre estariam em harmonia um com o outro; mas o pecado trouxera a discórdia, e agora poderia manter-se a sua união e conservar-se a harmonia unicamente pela submissão por parte de um ou de outro. Eva fora a primeira a transgredir; e caíra em tentação afastando-se de seu companheiro, contrariamente à instrução divina. Foi à sua solicitação que Adão pecou, e agora foi posta sob a sujeição de seu marido. Se os princípios ordenados na lei de Deus tivessem sido acariciados pela raça decaída, esta sentença, se bem que proveniente dos resultados do pecado, ter-se-ia mostrado ser uma bênção para o gênero humano; mas o abuso da supremacia assim dada ao homem tem tornado a sorte da mulher mui freqüentemente bastante amargurada, fazendo de sua vida um fardo.

Eva tinha sido perfeitamente feliz ao lado do esposo, em seu lar edênico; mas, semelhante às inquietas Evas modernas, lisonjeou-se com a esperança de entrar para uma esfera mais elevada do que aquela que Deus lhe designara. Tentando erguer-se acima de sua posição original, caiu muito abaixo da mesma. Idêntico resultado será alcançado por todas as que estão indispostas a assumir com bom ânimo os deveres da vida, de acordo com o plano de Deus. Em seus esforços para atingirem posições para as quais Ele não as adaptou, muitas estão deixando vago o lugar em que poderiam ser uma bênção. Em seu desejo de uma esfera mais elevada, muitas têm sacrificado a verdadeira dignidade feminil, e a nobreza de caráter, e deixaram por fazer precisamente o trabalho que o Céu lhes designou.

(…) Não era a vontade de Deus que o casal sem pecados conhecesse algo do mal. Livremente lhes dera o bem, e lhes recusara o mal. Mas, contrariamente à Sua ordem, haviam comido da árvore proibida, e agora continuariam a comer dela, isto é, teriam a ciência do mal, por todos os dias de sua vida. Desde aquele tempo o gênero humano seria afligido pelas tentações de Satanás. Em vez do trabalho feliz até então a eles designado, a ansiedade e a labuta seriam seu quinhão. Estariam sujeitos ao desapontamento, pesares, dor, e finalmente à morte.

A advertência feita a nossos primeiros pais – “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gên. 2:17), não implicava que devessem eles morrer no próprio dia em que participassem do fruto proibido. Mas naquele dia a irrevogável sentença seria pronunciada. A imortalidade lhes era prometida sob condição de obediência; pela transgressão despojar-se-iam da vida eterna. Naquele mesmo dia estariam condenados à morte.

A fim de possuir uma existência eterna, o homem devia continuar a participar da árvore da vida. Privado disto, sua vitalidade diminuiria gradualmente até que a vida se extinguisse. Era o plano de Satanás que Adão e Eva pela desobediência incorressem no desprazer de Deus; e então, se deixassem de obter o perdão, esperava que comessem da árvore da vida, e assim perpetuassem uma existência de pecado e miséria. Depois da queda do homem, porém, santos anjos foram imediatamente comissionados para guardarem a árvore da vida. Em redor desses anjos chamejavam raios de luz, tendo a aparência de uma espada inflamada. A nenhum da família de Adão foi permitido passar aquela barreira para participar do fruto doador de vida; logo, não há nenhum pecador imortal.

A onda de desgraças que emanou da transgressão de nossos primeiros pais, é considerada por muitos como uma conseqüência demasiado terrível para um pecado tão pequeno; e acusam a sabedoria e justiça de Deus em Seu trato com o homem. Mas, se eles olhassem mais profundamente para esta questão, poderiam discernir o seu erro. Deus criou o homem à Sua semelhança, livre do pecado. A Terra devia ser povoada com seres algo inferiores aos anjos; mas a sua obediência seria provada, pois que Deus não permitiria que o mundo se enchesse daqueles que desrespeitassem a Sua lei. Contudo, em Sua grande misericórdia, não designou a Adão uma prova severa. E a própria leveza da proibição tornou o pecado excessivamente grande. Se Adão não pôde suportar a menor das provas, não poderia ter resistido a uma prova maior, caso houvessem sido confiadas a ele maiores responsabilidades.

Se tivesse sido designada a Adão alguma prova grande, aqueles cujo coração, se inclina para o mal desculpar-se-iam então, dizendo: “Isto é uma coisa trivial, e Deus não é tão exigente a respeito de coisas pequenas”. E haveria contínua transgressão em coisas consideradas pequenas, as quais ficam sem reprovação humana. O Senhor, porém, tornou patente que o pecado, em qualquer grau, é ofensivo para Ele.

A Eva pareceu coisa pequena desobedecer a Deus provando o fruto da árvore proibida, e tentar o esposo a transgredir também; entretanto, o pecado deles abriu as portas ao dilúvio das desgraças sobre o mundo. Quem pode saber, no momento da tentação, as terríveis conseqüências que advirão de um passo errado?

(…) O pecado de nossos primeiros pais acarretou a culpa e a tristeza sobre o mundo, e se não fora a bondade e misericórdia de Deus, teria mergulhado a raça humana em irremediável desespero. Que ninguém se engane. “O salário do pecado é a morte.” Rom.6:23. A lei de Deus não pode ser transgredida hoje com menos impunidade do que quando fora pronunciada a sentença sobre o pai da humanidade.

Depois de seu pecado, Adão e Eva não mais deviam habitar no Éden. (…) sua natureza ficara depravada pelo pecado; haviam diminuído sua força para resistir ao mal, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles. Em sua inocência tinham cedido à tentação; e agora, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para manter sua integridade.

(…) O jardim do Éden permaneceu sobre a Terra muito tempo depois que o homem fora expulso de suas deleitáveis veredas. Gên. 4:16. Foi permitido à raça decaída por muito tempo contemplar o lar da inocência, estando a sua entrada vedada apenas pelos anjos vigilantes. À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Para ali iam Adão e seus filhos a fim de adorarem a Deus. Ali renovaram seus votos de obediência àquela lei cuja transgressão os havia banido do Éden. Quando a onda de iniqüidade se propagou pelo mundo, e a impiedade dos homens determinou sua destruição por meio de um dilúvio de água, a mão que plantara o Éden o retirou da Terra. Mas, na restauração final de todas as coisas, quando houver “um novo céu e uma nova Terra”, será restabelecido, mais gloriosamente adornado do que no princípio.”

O que assusta é que Satanás usou como chamariz para atrair a atenção do homem, e enganá-lo, uma mistura da verdade com o erro. Ele tomou uma ordem direta de Deus e simplesmente reformulou a frase de modo a parecer que estava praticamente repetindo o que Deus dissera, mas com um significado diferente. Em outras palavras, ele misturou a verdade com o erro na medida para parecer certa.

Embora tivesse sido enganada (I Tim. 2:14), Eva, por suas palavras, mostrou que sabia o que Deus lhe havia dito que fizesse, sendo, assim, responsável por suas ações (Gên.3:2 e 3). O que provavelmente ela não conhecesse eram as devastadoras conseqüências da sua desobediência. E nisto ela não é diferente de todos os seus filhos! A maioria desobedece esperando que de alguma forma, não tenha que “pagar a conta.” A semeadura da desobediência, contudo, segue as leis da agricultura: colhemos o que semeamos; colhemos em outro tempo; e colhemos muito mais que pensamos. Esta é uma lição muito clara para nós: poderíamos evitar muita aflição, pecado e engano se tão-somente obedecêssemos aos claros mandamentos de Deus, muito embora não entendamos certa situação ou todas as variáveis que existem nela. Por mais lamentável que tenha sido o pecado de Eva, Adão pecou com plena consciência do que fazia. Mesmo na ignorância, eles poderiam ter-se poupado do engano simplesmente pela obediência a Deus, confiando que os Seus caminhos são os melhores, embora não os entendessem.

Por ser assim tão estranho e tão habilmente disfarçado por seu originador, o pecado precisou de tempo para manifestar todas as ramificações do seu verdadeiro caráter. Isso foi necessário a fim de preservar a paz, a harmonia e a liberdade no Universo. Era moralmente imperativo que cada um dos anjos e dos outros seres espiritualmente inteligentes em toda a Criação avaliassem e contrastassem o caráter e os frutos do bem e do mal, da verdade e do erro, da justiça e da injustiça.

Deus decidiu dar essa mesma liberdade de escolha a Adão e Eva, pais da recém-criada raça. Atraída pelos sutis sofismas de Satanás, Eva aceitou os comentários depreciativos de Satanás sobre Deus. Tendo duvidado das palavras verdadeiras de Deus, e confiando em sua própria razão, aliada ao falso testemunho de Satanás, ela ficou confusa e caiu em transgressão.

De fato, o diabo estabeleceu em nosso planeta um formidável império baseado na mentira. Pense nas diversas áreas humanas que são dominadas pela mentira: educação, arte, política, economia, sexo, casamento, governos, negócios, amizade, diversões, música. Não é de admirar que, quando Paulo fala da armadura de Deus, em Efésios 6:10-20, ele inicia com a verdade (v.14). A verdade é nossa única chance de vitória sobre o reino da mentira.

Observe, no Éden, a estratégia no relato da tentação e desobediência (Gên.3:1). Primeiro, o inimigo não se apresenta como quem realmente ele é: o diabo. Ele se utiliza de uma serpente (uma criatura de Deus), familiar a Adão e Eva. A tentação vem através de um dos subordinados do casal, não despertando suspeita inicial e apelando ao orgulho. No Novo Testamento, da mesma forma, para tentar Jesus o inimigo usa Pedro, alguém do Seu círculo (Mat.16:22-23). Mas, diferente de Cristo, Eva, como a maioria de nós, não discerniu o tentador por trás da tentação.

Outro aspecto é que o tentador não começa com uma discussão, mas com uma sugestão. O tom incrédulo de suas palavras é evidente: “Então, é assim que Deus disse…(?)” A questão é tanto perturbadora quando lisonjeira, insinuando que a palavra de Deus está sujeita ao julgamento humano. Logo, o exagero calculado: “… Não comereis de toda árvore do jardim?” – Assim, Eva é arrastada para entrar em debate com o oponente, sem perceber que neste caminho não haveria retorno.

Tentando corrigir o erro, a mulher parece ampliar e exagerar a severidade de Deus, e nisto ela teria muitos sucessores (Gên.3:2-3). Então, vem a aberta contradição: “Não morrerás” (v.4). O que temos aqui é a palavra da serpente contra a Palavra de Deus. Julgamento é a primeira doutrina negada!

Deus havia dito a Adão e Eva que não comessem da árvore proibida. Mas a serpente estava na árvore e tocou no fruto proibido, deu uma mordida nele, e não morreu. Até demonstrava qualidades que não lhe eram próprias – a possibilidade de falar. O que Eva contemplou era o contrário do que Deus havia dito. Isto a surpreendeu e atraiu. Esta oportunidade foi imediatamente usada por seu inimigo (Gên.3:4 e 5).

Depois disto, sob o domínio do inimigo e do pecado, o homem se torna especialista em contradizer a revelação divina. Coloca-se no lugar de Deus, porque ele passa a decidir, por si, o que é certo e o que é errado. O clímax desta história é uma mentira grande o suficiente para interpretar a própria vida, e suficientemente grande para redirecionar a ambição humana: Ser como Deus, precisamente a ambição original de Lúcifer (Isa.14:14).

A conseqüência é que o processo da tentação continua o mesmo, praticamente inalterado: ouvir a criatura em lugar de ouvir o Criador. Seguir a impressão em lugar da instrução. Ação independente de Deus. Autonomia (quando o eu se torna a lei). Persuadir-se de que a desobediência significa enriquecimento e avanço pessoal: “abrirão os vossos olhos;” “sereis como Deus”. Julgar que a obediência à ordem divina nos priva de algo que nos tornaria mais felizes e realizados. Permitir que os olhos se tornem cegos para os trágicos resultados da rebelião.

Insinuando a desconfiança em Deus, descrevendo o amor divino como restritivo e malicioso, o tentador conseguiu a vitória. Eva seguiu suas impressões: “Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer e agradável aos olhos, e desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao seu marido…”(Gên.3:6). Com este ato impossível de ser desfeito, Adão e Eva, por indulgência egoísta, expulsaram do paraíso toda a raça humana (Rom.5:12), nos destruíram a todos, e abriram as portas da corrupção e da morte.

Infelizmente, Adão e Eva não passaram no teste da obediência – violaram a lei de Deus. Eva pisou no terreno de Satanás quando foi até a árvore do conhecimento do bem e do mal. É possível acontecer isso hoje com qualquer um de nós?

“Onde Estás?”

Encantada pelas mentiras sutis e não tão sutis de Satanás, a raça humana caiu. Imediatamente, toda a relação entre o Céu e a Terra mudou. O padrão do Paraíso foi radicalmente alterado. A harmonia, a paz e o equilíbrio do Éden foram quebrados. Naquele momento, a história do Universo mudou. A rebelião de Satanás, que estivera limitada só a ele mesmo e aos anjos caídos, havia conquistado os seres terrestres.

Assim, a primeira coisa que Deus comunica às Suas criaturas caídas é uma pergunta que, de certo modo, vem fazendo desde então. Ele não pergunta a fim de saber; pergunta a fim de fazer Adão e Eva pensarem no que haviam feito. O que vemos aqui não é uma condenação, mas é o primeiro de uma série de infinitos apelos para que Adão e Eva, e todos os seus descendentes, reconheçam sua posição pecaminosa, reconheçam sua necessidade e que Deus está aqui para salvá-los.

Deus vem a eles. Deus os está buscando. Embora vejamos freqüentemente Gên.3:15 como a primeira promessa evangélica, já aqui, nesta simples pergunta, “Onde estás?” (Gên.3:9) vemos o início do que só vai terminar no fim do tempo de graça: Deus está nos buscando e tomando a iniciativa de nos salvar.

A quebra do relacionamento com Deus introduziu a desordem em nosso universo. Em resultado, o homem passou a ser dominado pelo impulso da fuga de Deus. A partir de então, ele já não mais podia ver direito, pensar direito, sentir direito, agir direito, ou ouvir direito!

A resposta de Adão, contudo, revela a causa por trás do sintoma: “tive medo” (Gên.3:10). Esta é a primeira referência ao medo; e esta atitude de fugir de Deus tornou-se a marca da nossa condição caída. Precisamente aqui encontra-se a seriedade do pecado: ele é um tipo de doença que leva suas vítimas a fugirem do tratamento!

Freqüentemente, ouvimos alguém dizer a outrem: “Você precisa buscar a Deus.” Com isso, dá a impressão de que é Deus quem está perdido, e nós devemos encontrá-Lo através de nossos esforços e métodos de busca. Entretanto, o testemunho das Escrituras nos revela que, antes de termos a brilhante idéia de “buscar a Deus,” Ele já estava à nossa procura. Nossa busca de Deus não é senão resposta à ação do Espírito Santo em nós.

Note, por fim, que ao Se dirigir à serpente, Deus não fez nenhuma pergunta. Ele simplesmente a condenou (Gên.3:14). Inversamente, no verso seguinte, Deus ofereceu a promessa de esperança a Adão e Eva. Essa promessa incluía o término do pecado e do seu originador, Satanás. Deste modo, o evangelho eterno foi revelado nesse ambiente de julgamento.

As folhas de figueira (Gên.3:7), representam a patética tentativa humana de corrigir os efeitos do pecado e melhorar a nossa condição moral (Isa.64:6; Rom.10:3). Mas não há salvação em nenhum outro método, senão naquele provido pelo Criador. Tentativas de solução baseadas em esforços humanos, não passam de “folhas de figueira”.

Gênesis 3:15 é o anúncio da solução do problema do pecado. Ali está o primeiro lampejo do evangelho, que progressivamente passaria a brilhar mais e mais intensamente, até a sua plena revelação no Calvário. Este texto transmite uma sentença sobre o inimigo e, ao mesmo tempo, revela a promessa de salvação para a raça humana.

A figura de Satanás por trás da serpente seria, finalmente, desmascarada no Novo Testamento (Rom.16:20; Apoc.12:9; 20:2), a qual deveria ser destruída pelo Descendente da mulher. Na cruz, a antiga serpente, “chamada o diabo, e Satanás, a qual engana todo o mundo” (Apoc.12:9), seria totalmente derrotada, julgada e condenada.

A grande controvérsia entre Lúcifer e Cristo, iniciada no Céu, encontrou sua definitiva resolução na cruz. Ali, o grande enganador em seu verdadeiro caráter foi plenamente exposto perante todo o Universo. É apenas quando vemos Satanás à luz da revelação da cruz, que realmente podemos vê-lo como ele realmente é. As boas-novas são que os cristãos não estão lutando por vitória. A vitória já foi alcançada! A nós cumpre apenas aceitá-la em nossa vida.

A Parábola da Indecisão

Havia um grande muro separando dois grandes grupos. De um lado do muro estavam Deus, os anjos e os servos leais a Deus. Do outro lado do muro estavam Satanás, seus demônios e todos os humanos que não servem a Deus. E em cima de muro havia um jovem indeciso, que havia sido criado num lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se deveria aproveitar um pouco os prazeres do mundo.

O jovem indeciso observou que o grupo do lado de Deus chamava e gritava sem parar para ele: – Ei, desce do muro agora… Vem para cá!

Já o grupo de Satanás não gritava e nem dizia nada. Essa situação continuou por um tempo, até que o jovem indeciso resolveu perguntar a Satanás: – O grupo do lado de Deus fica o tempo todo me chamando para descer e ficar do lado deles. Por que você e seu grupo não me chamam e nem dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês? Grande foi a surpresa do jovem quando Satanás respondeu: – É porque o muro é MEU.

Não existe meio termo. O muro tem dono.

Texto de autoria do Dr. Mauro Braga – IASD Brooklin

Apossando-se da Justiça de Cristo

Os que confiam inteiramente na justiça de Cristo, olhando para Ele com viva fé, conhecem o Espírito de Cristo e são conhecidos por Cristo. Fé simples habilita o crente a realmente considerar-se morto para o pecado, mas vivo para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Somos salvos pela graça, mediante a fé; e isto não vem de nós, é dom de Deus. Caso procurássemos desdobrar essas preciosas promessas aos sábios do mundo, eles zombariam de nós; pois “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor. 2:14.


Quando Jesus estava prestes a ascender ao alto, disse a Seus discípulos: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco e estará em vós.” João 14:16 e 17. Disse também: “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a ele.” João 14:21.

Há muitos que encontram satisfação em identificar-se com falsas doutrinas, para que não haja perturbação ou diferença entre eles e o mundo; mas os filhos de Deus devem dar testemunho da verdade, não somente pela pena e pela voz, mas também pelo espírito e caráter. Nosso Salvador declara que o mundo não pode receber o Espírito da verdade. Eles não conseguem discernir a verdade, pois não discernem a Cristo, o Autor da verdade. Discípulos mornos, adeptos de coração frio que não se acham imbuídos do Espírito de Cristo, não são capazes de discernir a preciosidade de Sua justiça; mas procuram estabelecer sua própria justiça.

O mundo busca as coisas do mundo – negócios, honra mundana, ostentação, satisfação egoísta. Cristo procura romper esse fascínio que mantém os homens afastados dEle. Procura chamar a atenção dos homens para o mundo por vir, que Satanás tem conseguido ofuscar com sua própria sombra. Cristo coloca o mundo eterno dentro do alcance da visão das pessoas, apresenta-lhes suas atrações, declara-lhes que preparará mansões para eles e que virá outra vez e os receberá para Si mesmo. O desígnio de Satanás é encher a mente de tal maneira com descomedido amor de coisas sensuais que o amor de Deus e o anseio pelo Céu sejam expelidos do coração. …

Chamados Para Ser Mordomos Fiéis

Deus solicita que aqueles a quem Ele confiou os Seus bens se portem como mordomos fiéis. O Senhor quer que todas as coisas de interesse temporal ocupem um lugar secundário no coração e nos pensamentos; mas Satanás quer que as coisas da Terra ocupem o primeiro lugar em nossa vida. O Senhor quer que aprovemos aquilo que é excelente. Ele nos mostra o conflito em que precisamos empenhar-nos, e revela o caráter e o plano da redenção. Expõe diante de vós os perigos que tereis de enfrentar, a abnegação que será requerida, e recomenda que avalieis o preço, assegurando-vos que se vos empenhardes zelosamente no conflito, o poder divino unir-se-á ao esforço humano.

A batalha cristã não é uma luta travada contra a carne e o sangue, mas contra principados, contra potestades, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. O cristão tem de contender com poderes sobrenaturais, mas não deve ser deixado a empenhar-se sozinho no conflito. O Salvador é o capitão de sua salvação e com Ele o homem pode ser mais do que vencedor.

O Redentor do mundo não queria que o homem ficasse em ignorância dos ardis de Satanás. A grande confederação do mal é alistada contra os que querem vencer; mas Cristo deseja que olhemos para as coisas que não se vêem, para os exércitos do Céu que se acampam ao redor dos que amam a Deus, a fim de livrá-los. Os anjos do Céu estão interessados em favor do homem. O poder da Onipotência está à disposição dos que confiam em Deus. O Pai aceita a justiça de Cristo em favor de Seus seguidores, e eles são circundados de luz e santidade que Satanás não pode atravessar. A voz do Capitão de nossa salvação fala a Seus seguidores, dizendo: “‘Tende bom ânimo; Eu venci o mundo.’ João 16:33. Sou vossa defesa; prossegui para a vitória.”

A Cruz do Calvário

Por meio de Cristo provê-se ao homem tanto a restauração como a reconciliação. O abismo produzido pelo pecado foi transposto pela cruz do Calvário. Foi pago por Jesus um resgate pleno e completo, em virtude do qual o pecador é perdoado e mantida a justiça da lei. Todos os que crêem que Cristo é o sacrifício expiador podem chegar a Ele e receber o perdão dos pecados; pois pelos méritos de Cristo, franqueou-se a comunicação entre Deus e o homem. Deus pode aceitar-me como filho Seu, e eu posso invocá-Lo como meu Pai amoroso e nEle me regozijar.

Temos de polarizar nossas esperanças quanto ao Céu tão-somente em Cristo, porque Ele é nosso Substituto e Penhor. Transgredimos a lei de Deus, e pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Os melhores esforços que o homem, em suas próprias forças, pode fazer, não têm valor para satisfazer a santa e justa lei que ele transgrediu; mas pela fé em Cristo pode ele alegar a justiça do Filho de Deus como suficiente. Cristo, em Sua natureza humana satisfez as exigências da lei. Suportou a maldição da lei pelo pecador, por Ele fez expiação, para que todo aquele que nEle cresse não perecesse mas tivesse vida eterna. A fé genuína apropria-se da justiça de Cristo, e o pecador é feito vencedor com Cristo; pois ele se faz participante da natureza divina, e assim se combinam divindade e humanidade.

Quem procura alcançar O Céu por suas próprias obras, guardando a lei, tenta uma impossibilidade. Não pode o homem salvar-se sem a obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. Se o homem pudesse salvar-se por suas obras, teria ele algo em si mesmo, pelo qual se alegrar. O esforço que o homem faz em suas próprias forças para obter a salvação, é representado pela oferta de Caim. Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus. Quando procuramos alcançar o Céu pelos méritos de Cristo, a alma faz progresso. Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé, podemos prosseguir de força em força, de vitória em vitória; pois por meio de Cristo a graça de Deus operou nossa salvação completa. Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 363 e 364.
Texto de Ellen White extraído do livro Fé e Obras págs. 81 à 84.
Sétimo Dia

Penas de Albatroz medem a poluição do ar

Phoebastria nigripes é o nome científico do albatroz dos pés negros, ou albatroz patinegro, uma ave marinha que tem no Pacífico Norte o seu habitat natural. Como essa região (equivalente às principais áreas do Hemisfério Norte) já é fortemente industrializada há mais de cem anos, a espécie vem sofrendo há um bom tempo com agressões ao meio ambiente. E cientistas da Universidade de Harvard descobriram que as penas desses pássaros indicam a poluição por mercúrio desde o século passado.

Os cientistas analisaram 54 penas destes pássaros, e as amostras mais antigas datam de 120 anos atrás. Não se encontrou, nas penas, mercúrio em estado original. Pior: o que foi detectado é o metil-mercúrio, uma forma tóxica do metal, que se origina a partir de reações com bactérias. Concentrado, o metil-mercúrio se concentra nos tecidos das aves e é danoso a elas e aos peixes. Ao lado da pesca predatória, que literalmente monta armadilhas aos albatrozes, a poluição por mercúrio é apontada como responsável pelo albatroz patinegro estar em extinção.
As aves que habitam o Pacífico se diferenciam do Atlântico pelo seguinte motivo: o novo “foco poluente” da Terra não é mais a Europa ou a América do Norte, e sim a Ásia. A maior parte das colônias de pássaros habita áreas próximas ao Oceano Pacífico, e as emissões do continente asiático viraram motivo de preocupação.
Por enquanto, a pesquisa aconteceu somente com penas de albatrozes mortos. O próximo passo, segundo os cientistas, é analisar albatrozes vivos, para saber se de fato o metil-mercúrio atrapalha a reprodução das aves ou causa algum outro tipo de impacto ainda desconhecido. [BBC]

Evidências: Jesus ressuscitou mesmo dentre os mortos?

Dr.Rodrigo Silva responde a essa pergunta utilizando evidências bíblicas e científicas.

A história de Celso, o Alcorão e a Bíblia

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O que a Bíblia diz sobre a dança?

Por Alberto R. Timm

Uma análise das referências bíblicas à dança revela o fato de que as danças israelitas consideradas como apropriadas eram de natureza litúrgica, sendo acompanhadas por hinos de louvor a Deus. Elas eram geralmente praticadas entre grupos de pessoas do mesmo sexo e sem quaisquer conotações sensuais (ver Êx 15:20; Jz 11:34; 21:21-23; I Sm 18:6; II Sm 6:14-16; I Cr 15:29).
A Bíblia fala também de pelo menos duas ocasiões em que pessoas estavam envolvidas em danças inadequadas. A primeira delas foi a dança idolátrica dos israelitas no contexto da adoração do bezerro de ouro (Êx 32:19). A segunda foi a dança da filha de Herodias para agradar o rei Herodes e seus convidados, no banquete em que João Batista foi executado (Mt 14:6; Mc 6:22).
Embora os judeus nos dias de Jesus continuassem praticando a dança (ver Lc 15:25), não encontramos nenhuma evidência no Novo Testamento de que a igreja cristã primitiva perpetuasse tal costume. Há quem sugira que esse rompimento cristão com a dança deve-se à degeneração desde já no tempo de Cristo.
Em contraste com as danças litúrgicas do período bíblico, a maioria das danças modernas são praticadas sob o ritmo sensual das músicas profanas, que desconhecem completamente o princípio enunciado em Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvou existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Grande parte das danças de hoje tem-se transformado em um dos maiores estimuladores do sensualismo. Mesmo não se envolvendo diretamente em relações sexuais explícitas, seus participantes geralmente se entregam ao sensualismo mental (ver Mt 15:19-20), desaprovado por Cristo em Mateus 5:27-28: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.”
Há aqueles que endossam as danças particulares entre cônjuges unidos pelos laços matrimoniais. Embora tais práticas pareçam inocentes à primeira vista, elas representam o primeiro passo rumo a estilos mais avançados de dança, integrando eventualmente o casal a grupos dançantes. Seja como for, o cristão dispõe hoje de outras formas de integração e entretenimento sociais mais condizentes com os princípios bíblicos de conduta do que a excitação e o sensualismo promovidos pela maioria das danças modernas.
Fonte: Sinais dos Tempos, novembro de 1997, p. 29 (usado com permissão)

Alguém está esperando você

Umas das histórias bíblicas que mais me impressionam é a da conversão de Saulo de tarso. É emocionante ver como Deus conquista corações duros e alcança pessoas difíceis, usando métodos incomuns!
Saulo, homem culto, era um perseguidor convicto. Tinha coragem e conhecimento para defender sua fé a ponto de matar os que não criam como ele. Você teria coragem de evangelizar um homem assim? Deus o alcançou quando ele ia cumprir seus terríveis planos em Damasco, fazendo-o cair do cavalo e causando-lhe cegeira. Você usaria esses métodos para levar alguém a Jesus?
Quano analiso o que aocnteceu com Saulo, vejo que Deus não segue a lógica humana para cumprir Seus desígnios. Ele pode alcançar pessoas dóceis ou difíceis, usando métodos comuns e previsíveis, ou incomuns e completamente imprevisíveis. Não tenha medo de levar Jesus as pessoas que parecem inatingíveis. Elas podem estar esperando você!
Em Atos 9, lemos que, após o impacto do encontro com Jesus, Saulo ficou três dias sem enxergar e foi levado à casa de um homem chamado Judas. Foram momentos difíceis, durante os quais Saulo não comeu nem bebeu. Ele foi humilhado e abalado, enquanto procurava conhecer melhor a vontade de Deus para sua vida.
No verso 10 do mesmo capítulo, aparece um novo personagem. A Bíblia diz que era " um discípulo chamado Ananias". Esse era um nome comum na época, mas ele é mencionado apenas duas vezes em toda a Bíblia. Paulo conta a história de sua conversão e o chama de "homem piedoso" e respeitado pelos judeus ( At 22:12).
Em Atos 9:10-19, percebe-se que Deus já havia conquistado Saulo. Só precisava de alguém para completar essa tarefa. Para essa missão, chamou Ananias. Não era obra para qualquer pessoa. Deus sabia exatamente quem deveria alcançá-lo. Antes mesmo de enviar Ananias, o Senhor já havia dado uma visão a Saulo, revelando o nome da pessoa que iria encontrá-lo. Saulo o estava esperando.
Ananias teve medo desse encontro. Sabia muito bem quem era Saulo e o risco que ele e a igreja corriam. Tudo poderia não passar de uma armadilha, ou encenação. Por isso, Ananias conversou com Deus tentando ajudá-Lo a saber quem era Saulo e os riscos que ele representava. Apesar das "informações" de Ananias, Deus revelou que Saulo era um "instrumento escolhido". É interessante observar que Deus escolheu alguém que se opunha à Sua vontade.
O resultado de toda a história foi que o perseguidor temido pela igreja e por Ananias se tornou uma das maiores referências da igreja cristã. O que teria acontecido se o medo tivesse vencido Ananias? Sem dúvida, a história teria sido outra.
Quando olhamos para a realidade de hoje, vemos que Deus também trabalha com instrumentos escolhidos, pessoas que consideramos duras e inatingíveis: ateus, agnósticos, corruptos, ricos, famosos. Muitos deles estão esperando, mas alguém precisa buscá-los. Deus precisa de seres humanos como Ananias, a fim de convencer as pessoas a aceitar Jesus.
Alguém está esperando você. Pode ser um vizinho, colega de trabalho, chefe, professor, autoridade, ou qualquer outra pessoa. Talvez sejam os maiores inimigos da verdade hoje, mas amanhã, os maiores defensores de nossa fé. Pessoas que ajudarão a escrever os grandes capítulos finais de nossa história.
Você quer repetir a obra de Ananias?
Por Erton Kohler presidente da Divisão Sul-Americana. Texto extraído da Revista Adventista de março de 2011 na pág.4

Evidências Vol. II - 26 Deus Existe II

Espaçonave Terra - SEMANA 17 - EQUILÍBRIO GRAVITACIONAL; COMO A LUA AJUDA A TERRA

domingo, 24 de abril de 2011

O que aconteceu com as pessoas que ressuscitaram quando Jesus morreu (Mt 27:51-53)?

Por Alberto R. Timm

Mateus 27:51-53 nos diz que, por ocasião da morte de Jesus, “o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos”. Alguns mortos, como o filho da sunamita (2Rs 4:18-37), a filha de Jairo (Mt 9:23-26), o filho da viúva de Naim (Lc 7:11-17) e Lázaro (Jo 11:14), já haviam sido ressuscitados antes da morte e ressurreição de Jesus. Estes, porém, não foram glorificados e nem receberam o dom da imortalidade ao serem ressuscitados.
Cristo mesmo havia declarado ser Ele “a ressurreição e a vida” (Jo 11:25; 10:17 e 18) e ter poder para conceder a “vida eterna” a todos quantos nEle cressem (Jo 3:14-16; 5:24-29; 17:2). O poder de Cristo sobre a morte evidenciou-se não apenas em Sua própria ressurreição, como “as primícias dos que dormem” (1Co 15:20 e 23), mas também na ressurreição de um grupo de “santos” que ressuscitou com Ele (Mt 27:51-53). Os líderes judeus haviam subornado os guardas para negarem a ressurreição de Jesus (Mt 28:11-15), mas esses santos ressuscitados “entraram” em Jerusalém “e apareceram a muitos” (Mt 27:53) como testemunhas autênticas da ressurreição de Cristo e do Seu poder sobre a morte (ver Ap 1:18).
O texto bíblico não entra em detalhes a respeito do futuro daqueles que ressuscitaram com Jesus. Mas, se considerados como os “primeiros frutos” (ver Êx 23:16; 34:22 e 26; Lv 23:9-14) da grande messe de salvos que ressuscitarão incorruptíveis por ocasião da segunda vinda de Cristo (1Co 15:51-55), então eles só podem ter sido ressuscitados também incorruptíveis para receber o galardão da vida eterna. Em seu comentário sobre Mateus 27:53, Jamieson, Fausset e Brown declaram que “esta foi uma ressurreição uma vez por todas, para a vida eterna; e, desta forma, não existe lugar para dúvidas de que eles foram para a glória com o seu Senhor, como esplêndidos troféus da Sua vitória sobre a morte” (Commentary on the Whole Bible, Grand Rapids, MI: Zondervan, 1961, p. 948).
Ellen G White declara no livro Visões do Céu página 62 "Quando Cristo ressurigiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser testemunhas daquele que os ressuscitara dos mortos. Durante Seu ministério Jesus ressuscitara mortos. Fizera reviver o filho da viúva de Naim, a filha do principal, e Lazáro. Estes não foram revestidos de imortalidade. Ressurgidos, estavam ainda sujeitos à morte. Aqueles, porém, que ressurgiram por ocasião da ressurreição de Cristo, saíram para a vida eterna. Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro. Estes, disse Cristo, não mais são cativos de Satanás. Eu os redimi. Trouxe-os da sepultura como as primícias de Meu poder, para estarem comigo onde Eu estiver, para nucna mais verem a morte nem experimentarem a dor."
Fonte: Sinais dos Tempos, maio/junho de 2000. p. 21 (usado com permissão), complementos com textos de Ellen White feito pelo Site Bíblia e a Ciência.

Evidências Vol. II - 25 Deus Existe I

sábado, 23 de abril de 2011

Páscoa: Proteção e Liberdade

As festas litúrgicas caracterizam a vida religiosa de um povo, e com Israel não era diferente. Suas festas anuais comemoravam os grandes feitos divinos operados em seu favor no passado, fortaleciam a fé em Deus na certeza de Sua presente e contínua proteção, e apontavam para Sua futura provisão face ao pecado; a vinda do Redentor Dessa forma, estimulavam o zelo religioso nacional, conscientizando mais significativamente cada israelita de sua dependência de Deus, e gerando nele maior sentimento de gratidão e amor Àquele a quem tudo devia.
Infelizmente, com o passar do tempo, as festas e outras atividades ligadas ao santuário se degeneraram em formalismo. Perdido de vista o propósito principal delas, tornaram-se mera ostentação de um sistema religioso vazio (ver Isa 1:11-14); esta situação predominava entre os judeus nos dias de Jesus.
Páscoa e outros festivais – Entre as festas do calendário litúrgico, a Páscoa ocupava lugar preponderante. Associada com os Pães Asmos, ela, Pentecostes e Tabernáculos perfaziam as chamadas festas de peregrinação, quando a presença de cada israelita em Jerusalém era requerida (ver Êxo. 23:14-17; 34:23; Deut. 16:16). Nota-se a importância da Páscoa no fato de que não havia qualquer penalidade expressa para aqueles que não observassem as festas de peregrinação, exceto ela (Núm. 9:13). Era tão importante a comemoração pascoal que a lei fazia provisão para quem não pudesse observá-la na ocasião própria, devendo fazê-lo imprescindivelmente um mês depois (versos 10-12).
A Páscoa marcava a abertura das festas anuais como prescritas em Levítico 23. Do verso 4 em diante, podem-se estabelecer sete festas e sete sábados cerimoniais:
A essas festas, duas outras foram acrescentadas após o exílio babilónico: Purim, em 14 e 15 de Adar, o duodécimo mês (Est. 9:23-28); e Hanukkah (Dedicação), em 25 de Kislev, o nono.

Origem e elementos da Páscoa

- A palavra hebraica para Páscoa é Pesach, cujo sentido se infere do contexto do evento comemorado. O termo significa passagem, da forma verbal pasach, passar por cima, desconsiderar, omitir, precisamente como, em inglês, a páscoa bíblica é chamada Passover (pass = passar + over = sobre). Após o Êxodo, a Páscoa seria comemorada em memória dos acontecimentos que culminaram com a saída de Israel do Egito, com particular referência à morte dos primogênitos egípcios. Naquela terrível noite para os opressores, mas não para os oprimidos, o anjo da morte “passou por alto” isto é, desconsiderou as casas onde famílias de hebreus residiam, poupando a vida de seus primogênitos.
Mas não bastava que ali estivesse uma família israelita; o que garantia a preservação da vida era a marca do sangue nos umbrais da porta: sangue derramado e aplicado foi, naquela noite, sinônimo de vida poupada (Êxo. 12:12,13, 22 e 23). O sangue provinha do cordeiro sacrificado para esse fim, o cordeiro pascal, morto vicariamente, isto é, no lugar de primogênitos humanos. Assim, em virtude do sacrifício da páscoa, a morte “passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito” (v. 27). Precisamente após esse fato, os israelitas foram libertados, partindo rumo a terra da promissão.
Páscoa, de fato, se liga à idéia de proteção, resgate, salvação e liberdade.
Êxodo 12 oferece os necessários elementos da festa:
1) Um cordeiro “sem mancha” (versos 3-5) para ser sacrificado - sem ele, simplesmente não havia Páscoa, pois esta equivalia ao cordeiro (v. 21);
2) O cordeiro deveria ser assado por inteiro e comido, sem que qualquer de seus ossos fosse quebrado (v. 46);
3) A refeição pascal deveria ser acompanhada de pão não levedado e ervas amargas (v. 8) – enquanto estas eram um símbolo apropriado da amargura da escravidão, o pão sem levedura era representativo da pureza e integridade. Em determinado aspecto, fermento, na Bíblia, é símbolo do pecado (I Cor. 5:7 e 8).

A Páscoa no Novo Testamento

- A santa-ceia, instituída por Jesus na quinta à noite (o dia anterior ao da crucifixão), foi uma refeição pascal. Os Evangelhos afirmam que Jesus comeu a Páscoa com os discípulos naquele dia (Mat. 26:17-19; Mar. 14:12-16; Luc. 22:7-15). Mas não há qualquer declaração sobre o sacrifício do cordeiro, o qual, no tempo de Jesus, era efetuado no templo, pois isso ocorreria no dia seguinte, sexta feira, entre 14h30 e 15h A antecipação do evento cumpriu o propósito de Jesus. Ele afirmou no contexto da ceia: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do Meu sofrimento” (Luc. 22:15).
A ausência da vítima pascal indica o momento da transição, quando Jesus tomaria o lugar do cordeiro e o antítipo cumpriria o tipo. A Páscoa, portanto, foi comemorada por Jesus em termos de evento messiânico. O cordeiro pascal não era mesmo para ser imolado, porque Ele, Jesus, era agora esse cordeiro, a ser oferecido justamente no dia da celebração da Páscoa. E, desde que a refeição pascal incluía pão asmo, este elemento se fez presente na Santa Ceia, e foi servido por Jesus aos discípulos como símbolo do Seu corpo, o verdadeiro Cordeiro pascal. O vinho, outro elemento da refeição pascal, foi então servido como símbolo do Seu sangue que logo seria derramado “em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mat. 26:28), tal como o sangue do cordeiro pascal fora, no princípio, derramado para a preservação de vidas.
Efetivada, assim, a transição, restava agora a Jesus cumprir tudo aquilo que antes havia sido estabelecido como figura e sombra. Ele foi sacrificado no dia seguinte como vítima pascal, morrendo na cruz ”por volta da hora nona” (Mat. 27:46), precisamente o horário do sacrifício do cordeiro. Isso é tão real que o Novo Testamento identifica-O como o Cordeiro de Deus, sem defeito e sem mácula, que tira o pecado do mundo, Aquele que em Seu sacrifício não teve quebrado nenhum osso (I Ped. 1:19; João 1:29 e 36; 19:36). Aqui a Páscoa alcança seu mais profundo significado. De fato, Jesus é “nosso Cordeiro Pascal” (I Cor. 5:7), e por Ele desfrutamos vida e liberdade (João 8:31,32 e 34-36).

Deturpação

Notamos que, segundo a Bíblia, a Páscoa esteve mais relacionada com a morte de Jesus do que com Sua ressurreição, embora esse evento estivesse indiretamente envolvido. Com sua ressurreição, Jesus cumpriu o cerimonial do molho movido que ocorria no transcurso dos dias dos Asmos (Lev. 23:6-12). Ele ressuscitou como “as primícias” dos que dormem (I Cor. 15:23).
Por que, então, a Páscoa, no cristianismo atual, se liga mais à ressurreição que à cruz?
Naturalmente houve, pela apostasia que invadiu os arraiais do cristianismo depois da era apostólica, uma deturpação do sentido cristão da Páscoa Mais ou menos na metade do segundo século, uma controvérsia pascal começou a ocorrer sobre quando e como deveria ser ela comemorada Cristãos da Ásia Menor, sob a liderança de Policarpo, defendiam um dia fixo anual, correspondente a 14 de Nisan, quando jejuavam e concluíam a celebração com a Santa Ceia e uma refeição fraterna chamada ágape. Os cristãos ocidentais, sob a liderança de Aniceto de Roma, defendiam um tempo semanal fixo, o primeiro fim de semana após esta data, sendo a sexta e o sábado dias de tristeza e jejum, e o domingo de alegria.
Embora Vítor, bispo de Roma, tentasse em 168 impor a todas as igrejas o costume romano de celebrar a Páscoa a cada ano no domingo, a controvérsia perdurou até o quarto século, e só foi resolvida por força de concílios Em 314, o Concílio de Aries declarou que a coisa mais desejável de todas era que “a pascha do Senhor fosse observada em um único dia e num único tempo em todo o mundo” O Concílio de Nicéia deu seqüência ao parecer de Aries determinando que a Páscoa recaísse, em cada ano, no domingo seguinte à primeira lua cheia depois do equinócio vernal, quando se dava o início da primavera. Vale lembrar que esse concílio foi convocado em 325 pelo mesmo Constantino que, quatro anos antes, lavrara o decreto dominical requerendo a observância do “dia do Sol” em todo o Império. Segundo o historiador Eusébio, a razão apresentada pelo imperador para essa deliberação foi mais ou menos a mesma que motivou líderes cristãos a adotarem, como dia de guarda, o primeiro da semana em lugar do sétimo: romper qualquer vínculo com os judeus. Não é, pois, por mero acaso que a páscoa cristã é chamada de Easter, em inglês (east significa este, ou oriente, o lado do nascente). Esse termo se liga ao surgimento e ascensão do Sol na primavera, e envolve o sentido de renovação, renascimento, etc; supuseram, portanto, que nada seria mais original do que comemorar a páscoa sempre no dia do Sol. Tudo isso contribuiu para, posteriormente, serem agregados, ao contexto pascal, elementos populares como o ovo de páscoa e a figura do coelho, animal considerado dos mais prolíferos em toda a natureza.
Mais tarde, o Concílio de Cartago (397) e o Sínodo de Toledo (400) reafirmaram a posição de Aries e Nicéia. Foi assim dado à Páscoa um sentido mais restrito, sendo aplicada exclusivamente à ressurreição de Cristo.

Conclusão

Não há qualquer indicação no Novo Testamento de que os cristãos do primeiro século celebravam a cada ano o dia da morte ou da ressurreição de Jesus como páscoa, porque o Salvador ao morrer deu cumprimento final ao significado de todas as festas com seus ritos, sábados cerimoniais, etc. Simplesmente não tinham mais razão de ser (ver Gál. 4:10-11 ;Col .2:16 e 17).
A maneira bíblica da comemoração é, antes de tudo,  espiritual. Começamos a fazê-lo através do batismo por imersão, segundo o que Paulo declara em Romanos 6:3 e 4, o que sela nossa união com Jesus (v. 5); isso, sim, tem valor E mais: essa experiência se renova a cada dia conforme avançamos na vida cristã alimentando-nos do Cordeiro pascal e verdadeiro pão, Cristo (João 6:35, 48, 50, 51, 53-58 e 63), o que nos leva a morrermos continuamente para o pecado e andarmos em “novidade de vida (Rom. 6:4).
A participação periódica na ceia do Senhor, que tomou o lugar da antiga páscoa, solidifica essa maravilhosa comemoração. Por isso é importante um preparo prévio para a ceia. Paulo diz: “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (I Cor. 5:7 e 8). Isto, sem dúvida, nos habilitará um dia a tomarmos a ceia com Jesus em Seu reino, conforme Sua promessa em Mateus 26:29.
E não é o que mais almejamos ?
Artigo de José Carlos Ramos publicado na revista Adventista edição de Abril/2006.

Encontrado animal marinho com olhos de cristal


Pesquisadores fizeram uma curiosa descoberta no mundo subaquático: um molusco que usa minúsculos olhos feitos de um cristal de carbonato de cálcio para detectar predadores. Os cientistas dizem que se trata do primeiro par de olhos rochosos encontrado no reino animal. As centenas de estruturas similares a olho sobre a superfície desse molusco, chamado de chiton, já haviam sido descobertas décadas atrás. Porém, até agora, não se sabia de que material elas eram feitas ou se os animais podiam efetivamente ver objetos ou apenas sentir a luminosidade. “Agora descobrimos que eles realmente conseguem ver objetos, embora provavelmente não muito bem”, afirma o pesquisador Daniel Speiser, que recentemente completou seu pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, Estados Unidos. Como comparação, o estudo descobriu que a visão humana é cerca de mil vezes mais nítida que a do chiton.

Chitons apareceram pela primeira vez na Terra há mais de 500 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista]. Porém, de acordo com o registro de fósseis, o mais antigo chiton com os olhos surgiu apenas nos últimos 25 milhões de anos, tornando seus olhos um dos mais recentes a evoluir nos animais. “Os olhos provavelmente evoluíram de modo que os chitons pudessem ver e se defender dos predadores”, conta Speiser.
A fim de descobrir como os olhos de pedra funcionam na fuga contra predadores, Speiser e o biólogo Sönke Johnsen estudaram, em laboratório, chitons do oeste da Índia (Acanthopleura granulata), que medem cerca de 8 cm de comprimento. Como outros chitons, essas criaturas têm escudos achatados feitos de oito placas separadas por centenas de minúsculas lentes na superfície, cobrindo grupos de células sensíveis à luz. [...] As experiências também sugerem que os olhos tem capacidades semelhantes tanto na água quanto no ar, o que indica que os chitons são capazes de enxergar em cima e abaixo d’água.
(Hypescience)
Nota: Ao ler sobre o chiton, me lembrei dos trilobitas, que também tinham olhos de cristais de calcita. A diferença é que se supõe que os trilobitas viveram há bilhões de anos (não há milhões) e estão na base da coluna geológica, no período Cambriano. Os olhos deles, como os do chiton, são bem complexos e não há antecedentes evolutivos (elos perdidos) desses artrópodes no Pré-cambriano. Na ausência de melhores e convincentes explicações, apela-se para a “varinha de condão” (como fazem com o chiton): o olho “evoluiu” para que o animal pudesse se defender dos predadores. Ah, sim. Ok. Faço apenas uma pergunta, entre muitas que poderiam ser feitas: O que surgiu primeiro, as lentes de cristal ou as células sensíveis à luz? De que serviriam umas sem as outras? Leia o que Michael Behe escreve sobre a bioquímica da visão no livro A Caixa Preta de Darwin, para constatar que a o problema pode ser ainda maior para os darwinistas, quando se analisa a complexidade irredutível de processos como a visão.[MB]

Via Criacionismo

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Evangelho segundo o Twitter

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cristo Nossa Páscoa

Cumprindo a Páscoa antitípica, a morte do Cordeiro de Deus concede ao cristão a libertação do pecado e o conduz à Canaã celestial.
Novamente é Páscoa! Durante os dias deste mês, crianças e adultos provocarão uma corrida frenética aos supermercados e lojas para adoçar a boca. Ovos de chocolate - pequenos ou grandes, escuros ou brancos, doces ou meio amargos, recheados, flocados, etc.- de todos os formatos, para todos os gostos e imaginações.
A ficção mítica se repete: coelhos que botam ovos de chocolate. E pasme: embrulhados em papéis coloridos. Fantástico, não é?
Entre as culturas ocidentais, a Páscoa de hoje é uma das datas comemorativas mais importantes. Pesquisas históricas mencionam que ela foi introduzida em homenagem a um deus teuto-saxônico (germânico-britânico) séculos atrás, por ocasião da primavera (março/ abril) e do plantio no hemisfério norte. Devido à sua reprodução e grande fertilidade, o coelho foi tomado como símbolo desse evento. No cristianismo, a Páscoa foi estabelecida ou adotada no calendário das festas religiosas romanas, em referência à morte e ressurreição de Jesus.
Por que transformar a Páscoa em crendice? Como cristãos, temos um fato histórico real, escrito com sangue, na cruz. Essa história precisa ser contada ao mundo que perece. Caso contrário, a Páscoa não terá sentido nem motivo para comemoração.
Instituição da Páscoa
Nos capítulos 12 e 13 de Êxodo, encontramos a origem e finalidade dessa festa tipológica. O povo de Israel havia passado quatro séculos no cativeiro egípcio e chegara o momento tão esperado da libertação.
Êxodo 12:3-14 descreve detalhadamente as ordens divinas: " Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, [...] um cordeiro para cada família.[...] O cordeiro será sem defeito, macho de um ano;[...] e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta[...] naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.[...] Desta maneira a comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-la-eis à pressa; é a Páscoa do Senhor."
Os versos 12 a 14 mencionam o propósito: "Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos[...]; quando Eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora,[...] Este dia vos será por memorial."
Páscoa: a palavra em português não traduz exatamente a essência do significado. Deus disse a Moisés que ordenasse aos israelitas a celebração anual da Páscoa (hebr.Pesach " passagem do ou sobre"; gr. Pascha; latim Pascua; inglês Passover [pass over] "passar sobre") como lembrança permanente do livramento dos primogênitos israelitas.
Eles jamais deviam se esquecer daquela noite em que o anjo destruidor passou sobre os lares, viu o sangue do cordeiro pascal nos portais das casas dos que tinham observado as ordens divinas.
O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, nenhum osso seria quebrado do Cordeiro de Deus, que por nós devia morrer (Êx 12:46; Jo 19:36). Isso seria uma representação da inteireza do sacrifício de Cristo.
O cordeiro devia ser comido com ervas amargas, como lembrança do cativeiro egípcio. Quando nos alimentamos de Cristo, devemos fazê-lo com contrição e humildade, por causa de nossos pecados. O uso dos pães asmos ( heb. matzá) era também significativo. Era expressamente estipulado na lei da Páscoa que nenhum fermento fosse encontrado nas casas dos hebreus durante a festa.
A dimensão tipológica apontava também para o futuro. O cordeiro fora morto em lugar do primogênito; por isso devia ser macho (Êx 12:5). As religiões pagãs também tinham suas festas e muitas delas incluíam o sacrifício de animais. Tais sacrifícios, porém, visavam a apaziguar a fúria dos deuses, mudar a atitude deles em favor dos homens. Era uma espécie de troca: davam para receber.
Tal idéia é completamente oposta ao caráter de Deus, e não é esse o significado dos sacrifícios que Deus ordenou no Antigo Testamento. Todos eles, especialmente o da Páscoa, não tinham como alvo aplacar a ira de Deus, mas " Seu objetivo era dirigir os homens ao Salvador, levando-os assim a estar em harmonia com Deus" ( Ellen White, O Desejado de Todas as Nações,p.286). S.N.Haskell menciona que "de todos os sacrifícios registrados, nenhum chegou tão próximo à oferta antitípica quanto aquele requerido de Abrão quando Deus o chamou para oferecer seu único filho" ( The Cross and Its Shadow,p.34).
Desde a entrada do pecado, Deus ensinou de maneira ilustrada o plano da salvação. Começando com os altares: " Na porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória de Deus, e para ali iam os primeiros adoradores. Ali erguiam seus altares e apresentavam suas ofertas" ( Ellen G. White, Patriarcas e Profetas,p.84,85). Seguindo depois os patriarcas - povo de Israel - santuário - templo - profetas...
Deus ordenara que Moisés construísse um tabernáculo ou santuário todo especial, e lhe dera instruções com referência à sucessão de cerimônias anuais que eram de natureza simbólica, sendo uma "sombra das coisas que haviam de vir" ( Cl 2:17), prefigurando a vida, morte, ressurreição e ministério de Cristo.
Finalmente, Jesus - o tipo encontrara o antitípico -, a salvação em pessoa. Quando João viu Jesus, exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"(Jo 1:29)." E era a preparação da Páscoa, e quase à hora sexta; e [Pilatos] disse aos judeus:Eis aqui o vosso rei" (Jo 19:14, ARC). "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder" ( Ap 5:12).
Ao escrever aos corintos (1Co 5:7), Paulo explicou-lhes que "Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado"(ARA). Ou, "Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós" (ARC).
Quanod Cristo proferiu Suas últimas palavras, o sacerdote no templo estava para tirar a vida do cordeiro pascal. Houve repentino terror e confusão. O grande "véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas"(Mt 27:51). O cordeiro pascal desvencilhou-se das mãos do sacerdote. Aquele que veio para fazer a vontade de Deus ocasionou a cessação dos sacrifícios, holocaustos e oblações pelo pecado (Hb 10:10-12). (Ver Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações,p.757).
Quando o cordeiro pascal era sacrificado, o adorador israelita devia lembrar que, por causa dessa morte e desse sangue, ele estava sendo poupado da sua própria morte, estava sendo libertado da escravidão e tinha diante de si, aberto, o caminho para a terra de Canaã. Tudo isso era símbolo do sacrifício de Cristo, que nos salvou da morte eterna, nos libertou da escravidão do pecado e abriu, para nós, o caminho da Canaã celestial.
Mas o povo da nova Aliança (Jr 31:31; Ez 37:26), do Novo Testamento (Hb 9:14-17), precisava de outra celebração que lembrasse a morte do Redentor e pusesse diante de Seu povo a esperança de uma terra futura. " Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha"(1Co 11:26).
Para o mundo cristão, a Ceia do Senhor - solenidade instituída pelo Senhor Jesus às vésperas de Sua morte - substituta da Páscoa. Ao participarmos dela, confirmamos nossa fé na volta de Jesus a este mundo. Ele, então, nos levará para o Céu, onde, com todos os Seus discípulos, de todos os tempos e de todas as partes, celebrará a ceia das bodas do Cordeiro ( Ap 19:9), na qual beberá novamente do fruto da vide.
Significado da Páscoa
A advertência feita a nossos primeiros pais: "No dia em que dela comeres, certamente morrerás"( Gn 2:17), transformou-se em sentença. A imortalidade foi-lhes prometida sob a condição de obediência, mas, pela transgressão, perderam o privilégio de se tornar eternos. Estavam agora condenados à morte.
"O Filho de Deus, o glorioso Comandante do Céu, ficou tocado de piedade pela raça decaída.[...]Entretanto, o amor divino havia concebido um plano pelo qual o homem poderia ser remido. A lei de Deus, quebrantada, exigia a vida do pecador.[...] Visto que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente um Ser igual a Deus poderias fazer expiação pela transgressão" ( Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p.63).
Esse plano já estava previsto e preparado antes da fundação do mundo, caso o pecado nele entrasse. Os seguintes textos comprovam isso:"[...] o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós" (1 Pe 1:19-20). "Eu sei que o meu Redentor vive e por fim Se levantará sobre a Terra"( Jó 19:25)."O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos Seus santos" ( Cl 1:26). "Segundo o poder de Deus que nos salvou [...] conforme a Sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" ( 2Tm 1:9).
"Deus ia ser manifesto em Cristo, 'reconciliando consigo o mundo'(2Co 5:19).[...] Mas Cristo, depois de ter remido o homem da condenação da lei, poderia comunicar força divina para se unir com o esforço humano. Assim, pelo arrependimento para com Deus e fé em Cristo, os caídos filhos de Adão poderiam mais uma vez tornar-se 'filhos de Deus' (1Jo 3:2)" (ibid., p.64).
Isso é enfatizado em 1Pedro 1:18 e 19:"Não foi mediante coisas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula."
A primeira indicação de redenção foi dada na sentença pronunciada sobre Satanás, no Jardim:"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar"(Gn 3:15). Essa inimizade é sobrenaturalmente posta, e não naturalmente convidada.
Quando Satanás ouviu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, compreendeu que, embora tivesse tido sucesso em rebaixar a natureza humana e assemelhá-la à sua própria, Deus- mediante um misterioso processo - restauraria no homem seu perdido poder e o capacitaria a resistir a seu conquistador e a derrotá-lo.
Redenção: comprar por alto preço; resgatar algo perdido ( Rm 3:24,25; Hb 9:5); "propiciação".
Paulo declara que o Pai ofereceu Seu filho como sacrifício expiatório, como propiciação " de Sua santa ira pela culpa humana porque aceitou Cristo como representante divino substituto do homem para receber Sua sentença sobre o pecado".
Reconciliação: "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" ( 2Co 5:19). Que fantástica declaração! O Céu se mobilizou para resgatar e reconciliar com Deus o planeta perdido!
A palavra "reconciliação" pressupõe alienação entre partes que anteriormente estavam unidas. E a restauração de um relacionamento interrompido. Isso é dom de Deus, pois Ele tomou a iniciativa (2Co 5:18). O feito torna-se mais surpreendente quando nos lembramos de que foi o homem quem causou essa separação.
Assim, Deus é ao mesmo tempo o provedor e o recepiente da reconciliação, a qual se tornou possível unicamente por meio do sangue propiciatório e expiatório do sacrifício voluntário de Cristo (Cl 1:20-22).
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele [...] reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:5-8).
O apóstolo João descreve essa redenção e reconciliação de maneira explícita:"Se todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1Jo 2:1,2).
"Pecado algum pode ser cometido pelo homem, para o qual não se tenha dado satisfação no Calvário" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v.1. p. 343). Como escreveu Hans LaRondelle: "A morte de Jesus não foi o fracasso trágico de um profeta, mas o resultado necessário da divina providência" ( O que é Salvação, p.24)
A Páscoa e a certeza da Salvação
Quando Simeão, avançado em idade, viu o menino Jesus sendo dedicado a Deus, orou:"Agora, Senhor, podes despedir em paz Teus servo; porque os meus olhos já viram a Tua salvação" (Lc 2:29-30).
Cristo é o evangelho personificado. O evangelho (boas-novas) da nossa salvação é a revelação de Jesus Cristo como Salvador. É o "pode de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16).
Entretanto, o fato de que Cristo deveria vir a este mundo duas vezes, alternadamente, a fim de realizar completamente nossa salvação, gerou um conflito quanto à certeza da mesma - algo que alguns teólogos classificam como "uma tensão inerente entre a dimensão presente da salvação [o 'já '] e a futura [ o 'ainda não' ]" (Hans K. Larondelle, O que é Salvação, p.11).
Durante a década de 80, a Revista Adventista publicou vários artigos em relação ao assunto. Na década de 90, livros também forma lançados pela CPB sobre o tema da certeza da salvação.
"Alguns receiam declarar que têm certeza da salvação, porque isso parece cheirar farisaísmo. Só realmente, se a pessoa pensar que a salvação depende de boas obras e em crê que ela é melhor do que o próximo. Não será quando, conscientemente, se crê que a certeza da salvação vem pela aceitação do sacrifício que Cristo fez por nós"(Revista Adventista, janeiro de 1987, p.13).
O grande reformador Lutero passou por essa experiência. Antes de desenvolver sua teologia da cruz, a salvação era para ele exigências da justiça de Deus. Tentava com todas as forças "expiar"o sentimento de culpa com jejuns e auto-punições. Mas, ao entender que justiça é oferecida e não exigida - e esse presente de Deus é Jesus -, Lutero se gloriou na cruz. Ali estava a certeza da sua salvação em oposição a méritos e realizações humanas (Rm 1:16,17; Ef 2:8-10).
"O âmago do evangelho não é 'fazer' mas 'feito'! Não é 'faça' mas 'creia'. Não precisamos ser bons para ser salvos. Devemos ser salvos para ser bons. Não somos salvo pela fé e obras, mas pela fé que opera" (Hans K. Larondelle, O que é Salvação, p.66).
Hoje, mais do que nunca, é necessário compreendermos a salvação como um processo e não como um ponto - "uma vez salvo, salvo para sempre" (doutrina calvinista), e pronto. A salvação bíblico-teológica compreende passado, presente e futuro: Eu fui salvo da culpa do pecado (justificação - Rm 8:1); estou sendo salvo do pode do pecado (santificação - Rm 6:22) e, serei salvo da presença do pecado ( glorificação - 1Co 15:51-54; Ap 21:4).
Entretanto, entre o "já" salvo ( da culpa) e o "ainda não" (glorificado) há uma vida de santificação, a fim de que guiados pelo Espírito, não percamos a salvação celestial (1Co 10:12; Hb 10:26-27 e Ap 2:10). Salvação não é uma situação estática, mas um continuado processo dinâmico.
Conclusão
Nesta Páscoa, longe da instituição religiosa, a qual decorreu de inebriantes discussões quanto à data - resultado de cálculos exaustivos de luas novas, equinócios vernais, concílios, etc. - ou dos festejos e apelos secularistas, fixemos nossa mente no Salvador e em Seu sacrifício por nós. Foi um ato de amor imensurável por este mundo alienado (Jo 3:16).
Assim como a "destruição do faráo e todo o seu exército no Mar Vermelho, e o cântico do livramento cantado pelos israelitas, forma típicos do livramento final do povo de Deus deste mundo"; podemos esperar seguros de que "os justos serão erguidos para encontrar o Senhor nos ares, mas os ímpios ficarão mortos sobre a Terra" ( S.N.Haskell, The Cross and Its Shadow, p.99). Então Jesus nos conduzirá à terra prometida!
Lembremos: o Senhor não ordena que Seu povo fixe a lei nas ombreiras de suas portas. Nenhum de nós jamais obterá a salvação escalando as sinuosas encostas do Monte Sinai. Proteção, segurança e salvação são encontradas em outro nome - o Monte Calvário, onde Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.
Texto de Márcio Nastrini, extraído da Revista Adventista abril de 2011 na pág. 8 a 11 pelo Site Bíblia e a Ciência.

A Páscoa de um cristão secreto

Últimas palavras de Jesus -palavras de entrega mensagem 08

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Páscoa: Qual o Verdadeiro Significado

 Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?
A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?
A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.
Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que estava doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal de ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho…
O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: “Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador.” O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor.
Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?
Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos – o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.
Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa “passagem” “passar por cima”. Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.
A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:
Jesus tomou o pão, “e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha.”
Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão “isso é o meu corpo” signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio dizendo “Eu Sou a porta” (João 10:7), “Eu sou o caminho” (João 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: “Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai.” ( Mateus 26:29)
Portanto, a cerimônia da Santa-Ceia, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados:
1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com deus, com o nosso próximo e conosco mesmo – união – não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve…
2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: “Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai.” (Mateus 26:29)
Conclusão:
Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente deus espera de cada um de nós.
Jesus foi claro “Fazei isto em memória de mim.” Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.”

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