quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Maldição de Canaã


Consta de Gênesis 9:20-27 que Noé se embriagou e ficou nu, e o verso 22 diz que Cão, pai de Canaã, vendo a nudez de seu pai fê-lo saber fora, a seus dois irmãos. No verso 24, “despertando, Noé, do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço”, e passou a amaldiçoar Canaã que era seu neto. Por que isso? Não foi Cão quem viu a nudez do pai? Por que, então, Noé amaldiçoou o neto que, aparentemente, nada lhe fez de mal?


É interessante notar que já no verso 18, na pequena genealogia de Noé, ao serem mencionados os três filhos do patriarca, um destaque é dado a Cão como “pai de Canaã”.

Segundo o SDA Bible Commentary, “Canaã, o filho de Cão, é mencionado [no v. 18] numa alusão antecipada ao que se seguirá. Ademais, deve ter sido propósito de Moisés dirigir a atenção dos hebreus de seu tempo ao acontecimento lamentável descrito nos versos seguintes, a fim de que eles pudessem compreender melhor por que os cananitas, aos quais logo iriam encontrar, eram tão profundamente degradados e moralmente corruptos. A raiz de sua depravação podia ser encontrada em seu ancestral Cão, “o pai de Canaã”.

O verso 22 diz que Cão é “pai de Canaã”. Não indicaria isso que tanto o pai como o filho tinham inclinações pecaminosas, tais como se revelaram mais tarde nas iníquas práticas religiosas dos povos que originaram?

Há variadas opiniões entre os comentaristas sobre as razões por que a maldição recaiu sobre Canaã, e não sobre Cão (que se apresenta como principal culpado) . Acham alguns que Canaã é o personagem principal do episódio e está sendo indicado na expressão “seu filho menor” do v. 24. Ele seria o menor da família de Noé, na ocasião. 

Orígenes, um dos pais da igreja, refere-se à tradição segundo a qual Canaã foi quem primeiramente viu a nudez de seu avô, mencionando o fato ao pai. Sendo assim, não é impossível que Canaã tenha compartilhado a má ação do pai que divulgou o fato a Sem e Jafé, por certo em termos censuráveis.

“A maldição de Noé parece não ter sido proferida com ressentimento, mas como uma profecia. A profecia não fixa Canaã em particular ou os filhos de Cão em geral nos limites de um destino férreo. É meramente uma predição do que Deus antecipou e anunciou mediante Noé. Presumivelmente Canaã já trilhava a vereda pecaminosa do pai, e seus pecados tornaram-se um aspecto tão marcante do caráter nacional dos descendentes de Canaã que Deus posteriormente ordenou a destruição deles”. – SDABC s/ Gênesis 9:27.

- Extraído e adaptado de “Consultoria Doutrinária”. 
 

A Cura do Mal de Asafe

Essa doença sempre fez vítimas entre o povo de Deus

O pós-modernismo, segundo Zygmunt Bauman [1], autor de Ética pós-moderna, caracteriza-se por ambivalência moral, nenhum código ético coerente, fim da moralidade universal, moralidade contraditória, pluralismo moral, fragmentação da verdade, personalismo moral, não reconhecimento de autoridade, ausência moral do Estado, ressurreição do paroquíalismo e do tribalismo, rejeição da Revelação.

Nesse ambiente filosófico, promove-se o surgimento de todo tipo de pecados e aberrações, quer contra Deus, quer contra a sociedade, contra instituições, contra a natureza e as pessoas. A mentira tornou-se o idioma do pragmatismo de uma sociedade secularizada, ególatra e sensual. Roubar, seguido ou não de morte da vítima, tornou-se prática comum dos que desejam sobreviver ou acumular fortunas.

Em uma das ruas do centro de Curitiba, uma família sem teto preparava-se para dormir debaixo de uma marquise. Antes de se enrolarem em suas pobres e empoeiradas cobertas, colocaram um pedaço de papelão, ajoelharam-se e oraram antes de dormir.

Cenas como essas nos lembram constantemente que o mal já está maduro para ser punido e eliminado. Por isso, vem-nos à mente a pergunta do vidente de Patmos: “Até quando, ó Soberano Senhor?”

Não raras vezes, fazemos essa pergunta diante das incertezas da vida:
Até quando continuarei sendo um pobre honesto vivendo no meio de ricos desonestos? Até quando continuarei fiel, mesmo sendo injustiçado?

Nessas circunstâncias, a experiência vivida pelo poeta e músico sacro Asafe torna-se uma grande ajuda. Consideremos o salmo 73 para descobrirmos o mal que atormentou aquele compositor e como ele conseguiu cura definitiva para sua alma.


O mal de Asafe [2]

Asafe não era um mero musicista. Na verdade, era um dos principais levitas. Cantor, compositor e músico instrumentista que servia a Deus, junto com Jedutum e Hemã. 1 Crônicas 25:5-6 informa que ele também serviu a Deus, como profeta, no reinado de Davi.

Por ocasião do episódio do transporte da Arca, da casa de Obede-Edom para a tenda armada por Davi, a fidelidade de Asafe motivou o rei a promovê-lo a ministro da música. Seus instrumentos preferidos eram: harpa, alaúde e címbalo.

Junto com quatro mil levitas, Asafe louvava continuamente ao Senhor. Liderou um grupo de 288 mestres da música, aos quais chamava seus filhos. Escreveu, junto com eles, doze dos 150 salmos contidos na Bíblia. Ele conhecia a bondade de Deus para com Israel.

Asafe desfrutava da intimidade do rei e do seu ambiente no palácio. Alguns pensam que foi dentro da casa real que começou a sua crise, quando conheceu a prosperidade do ímpio Absalão. Mas parece que a crise de Asafe tinha raízes mais profundas, pois ele sentava-se no lugar, não do ímpio, mas do próprio Deus, que, segundo sua visão, era o protetor de toda a impiedade. A declaração de abertura do cântico, no verso 1: “Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo” pode situar-se antes e depois da crise.

Asafe diz no verso 2: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos’ Para Asafe, os ímpios não tinham preocupações, não enfrentavam problemas de ordem financeira, nem pareciam sofrer de enfermidades. Erguiam-se em sua violência contra os pobres, e sua altivez era dirigida contra Deus, com ar de ironia, fazendo pouco caso da existência do Senhor e da Sua justiça (versos 4-13).

À semelhança de todos os judeus piedosos, Asafe desejava alcançar saúde e pureza espiritual. Isso, porém, não o tornava imune às enfermidades degenerativas. Pela leitura do verso 14, podemos até pensar que Asafe estava sofrendo de alguma enfermidade grave. A situação do salmista poderia ser lida na declaração de Rui Barbosa:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a ter vergonha de ser honesto.”


Salvo por um triz


A ênfase da confissão de Asafe é dramática: “quase me resvalaram os pés, pouco faltou para que se desviassem os meus passos”. Isso que dizer que pouco faltou para chegar à incredulidade. Pouco faltou para que ele rompesse com a idéia de um Deus sábio, bom e justo. Ele esteve perto de urna violenta mudança de pensamento e de comportamento.

Por pouco, Asafe não contrariou o que está registrado no Salmo 78:3-4: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o Seu poder, e as maravilhas que fez.”

Alguém escreveu que, se fosse hoje, Asafe teria trocado “Jesus, alegria dos homens”, de J. S. Bach, por outra música que o levasse à fama; talvez pelas pobres produções religiosas, que misturam fé com sensualismo, mas vendem. [3] Quase Asafe trocou o templo do Senhor por um templo pagão, por um terreiro ou uma bola de cristal. Ele estava a um passo do inferno, da perdição, da incredulidade.

A erosão foi lenta, mas progressiva. Essa é a característica da apostasia. Nenhuma queda acontece por impulso momentâneo. Há antecedentes de condescendência própria, de aceitação do pecado em sua forma embrionária. Quantas vezes, Asafe desejou vingar-se. Quantas vezes foi açoitado pela ira; quantas vezes, quis projetar- se por meio do egoísmo; quantas vezes, foi atiçado pela lascívia: quantas vezes, sentiu desânimo e preguiça!

Certo dia, ele acordou sentindo-se frustrado e pensou: “Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado” (versos 13 e 14). Pensou: “Será que foi à toa que me esforcei para não pecar e permanecer puro?”

O que mais o desnorteou foi a falsa impressão de que o seu zelo não lhe rendia nada. Sua conclusão foi de que Deus não o tratava de modo especial. Ele não era poupado das intempéries, do cansaço, da aflição, da doença. Isso parecia não ocorrer com os ímpios — os notáveis. Era um puro no anonimato.


Comparação


A comparação dos efeitos do mal de Asafe com os causados pelo mal de Alzheimer revela significativas semelhanças. O conhecido mal de Alzheimer recebe este nome de Alois Alzheimer, médico alemão que, em 1906, reconheceu e localizou uma doença que corrói a mente, apaga progressivamente todas as lembranças e transforma o outrora corpo sadio e vibrante em um saco de carne e ossos que ainda se movimenta, pelo menos nos primeiros anos de enfermidade. Mas o esvaziamento da memória também esvazia a vida de relacionamentos e movimentos.

Na revista Veja [4], a professora Yone Beraldo, filha da costureira Adeilde de Moura, vítima dessa doença, afirma: “Eu perco minha mãe um pouco cada dia.” Adeilde, costureira desde a juventude, agora já não sabe mais costurar; entregou-se ao desleixo e à agressividade. A filha desabafou: “Vivo um luto diário.”

O mal de Asafe não está catalogado como enfermidade, mas tem efeito semelhante na memória espiritual de uma pessoa, pois também corrói a mente pelo apagar progressivo de todas as certezas da vida em Cristo e por transformar a alma em um saco de dúvidas e revolta.
Ellen G. White escreveu: “ É assim que Satanás ainda procura conseguir a ruína da alma. Uma longa operação preparatória desconhecida ao mundo tem lugar no coração, antes que o cristão cometa francamente [abertamente] o pecado. A alma não desce de pronto da pureza e santidade à depravação, corrupção e crime. Leva tempo para que se degradem aqueles que foram formados à imagem de Deus, ao estado brutal e satânico. Pelo contemplar nos transformamos. Alimentando pensamentos impuros, o homem pode de tal maneira conduzir a mente que o pecado, que uma vez lhe repugnava, tornar-se-lhe-á agradável”. [5] 


No entanto, Asafe resistiu a toda dúvida e sentimentos negativos. Afastou-os por amor do Senhor e por causa de Seu nome. Infelizmente, nem todos encontram a cura que Asafe alcançou. Balaão parece ter sido vítima desse mal. O pecado tornou-o mais embrutecido que um animal. O mesmo poderia ser dito de Demas, jovem ministro que participou das experiências missionárias de Paulo e sua equipe. O lamento de Paulo sobre sua apostasia dá-nos a entender que Demas não resistiu ao desejo da riqueza e de uma vida fácil: “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica.” (II Tim. 4:10.) 


O fracasso de Templeton Na crônica evangélica, Charles Templeton [6] é outro caso fatal do mal de Asafe. Ele foi um evangelista de tão grande sucesso que alguns pensaram que eclipsaria Billy Graham em bem pouco tempo. Ambos estão sofrendo de males físicos degenerativos. Graham, aos 80 anos de idade, mal pode se firmar em pé, sem a ajuda do púlpito. Está acometido do mal de Parkinson. Em 1949, aos 30 anos de idade, enquanto se preparava para a grande cruzada de Los Angeles, Billy já era amigo de Charles Templeton. Nessa época, Billy tornou-se alvo de grande incerteza: Como podia confiar plenamente no que a Bíblia lhe dizia? Ele revelou que duas forças operavam de modo contrário sobre sua vida, nessa ocasião. 


Uma força era representada por Henrietta Mears, uma cristã comprometida com a Palavra, e que impulsionava Billy em direção a Deus. A outra força era representada por Charles Templeton, que injetava dúvidas na mente do grande pregador. Este sabia que, se não pudesse confiar na Bíblia, não tinha como prosseguir pregando. Billy conta que a influência de Charles Templeton estava “ganhando a queda de braço”. Contudo, o fardo de dúvidas foi removido por Deus quando Billy clamou por auxílio do Céu. A cruzada de Los Angeles teve grande sucesso, assim como todo o ministério do mais famoso evangelista do século 20. Adeus a Deus Templeton, infelizmente, não conseguiu resolver suas dúvidas. Ele disse acerca de Billy Graham que este havia cometido o suicídio intelectual ao fechar sua mente ao questionamento da fé. Na verdade, o contrário aconteceu: Templeton foi devastado por dúvidas cada vez maiores. Renunciou ao ministério e tornou-se comentarista e romancista, no Canadá. Suas dúvidas podem ser sumarizadas em oito pontos: 
“1) Uma vez que o mal e o sofrimento existem, não pode haver um Deus amoroso;
 2) Uma vez que os milagres contradizem a ciência, não podem ser verdadeiros; 
3) Se Deus realmente criou o Universo, por que as evidências persuasivas da ciência impelem tantas pessoas a concluir que o processo espontâneo da evolução explica a vida? 
4) Se Deus é moralmente puro, como pode sancionar o massacre de crianças inocentes, como afirma o Antigo Testamento? 
5) Se Jesus é o caminho único para o Céu, que dizer dos milhões de pessoas que nunca ouviram falar dEle? 
6) Se Deus Se preocupa com as pessoas que criou, como pode entregar tantas delas a uma eternidade de tormento no inferno somente porque não creram nas coisas certas a respeito dEle? 
7) Se Deus é o dirigente supremo da igreja, por que ela tem estado repleta de hipocrisia e brutalidade ao longo dos séculos? 8) Se ainda sou assaltado por dúvidas, ainda posso ser cristão?” Curiosamente, Templeton tornou-se também vítima do mal de Alzheimer. Sua enfermidade física agravou sua condição espiritual. O sumário de sua história é que Templeton não soube conciliar o sofrimento dos outros e o dele com a bondade de Deus. Naufragou na fé e tornou-se ateu. Um de seus livros mais contrastantes com o seu passado de homem de fé intitula-se Farewell to God: my reasons for rejecting the Christian faith (Adeus a Deus: minhas razões para rejeitar a fé Cristã). Graças ao Senhor, Asafe agiu de modo diferente de Templeton. Resistiu a todos seus sentimentos negativos e deles se livou por amor do Senhor e por causa de Seu nome. Asafe foi salvo no meio do processo de apostasia mental. Foi salvo antes que seus pensamentos se tornassem ações pecaminosas. 


Nesse extraordinário cântico de fé - o salmo 73 - Asafe prescreve três salvaguardas contra a tentação. Três salvaguardas Asafe controlou a língua. Ele disse: “Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de Teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim” (versos 15 e 16). Ele rejeitou a tentação de conversar acerca de suas dúvidas, de sua inveja. Não espalhou sementes de incredulidade contra o caráter de Deus e Sua obra. Ellen White aconselha: “Quando alguém vos pergunta como vos sentis, não penseis em qualquer coisa triste para contar a fim de atrair simpatia. Não faleis de vossa falta de fé e de vossas aflições e sofrimentos. O tentador se deleita em ouvir palavras assim. Quando falas em assuntos sombrios, estais a glorificá-lo. “Não devemos nos demorar no grande poder de Satanás para nos vencer.” [7] 


Asafe fez uso da sua memória religiosa: Ele tinha convicção do cuidado de Deus ao longo de sua vida e na história do seu povo. Assim, podia confessar não apenas que “Deus é bom para com Israel’ mas que o Senhor é bom “para com os de coração limpo” (verso 1). Um dos recursos de que lançou mão foi a lembrança de que é “bom estar junto a Deus” (verso 28). 
Ellen G. White aconselha: “Quando o pecado luta pelo predomínio no coração, quando a culpa oprime a alma e sobrecarrega a consciência, quando a incredulidade obscurece a mente — lembrai-vos de que a graça de Cristo é suficiente para subjugar o pecado e banir a escuridão. Entrando em comunhão com o Salvador, penetramos na região da paz.” [8] 


O santuário é o último lugar de onde brilhou e continua brilhando a luz para o povo Cristão. Asafe abriu sua vida ao Senhor do santuário. O assalto espiritual cessou quando ele entrou “no santuário de Deus” e atinou com o destino dos ímpios (verso 17). Podemos dizer que Asafe entrou no lugar certo. Podemos agir da mesma forma quando assaltados por dúvidas sobre o caráter e ações do soberano Deus. Asafe foi ao santuário e ali contemplou não apenas o fim dos ímpios, mas a recompensa dos fiéis. E confessou: “Tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o Teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no Céu? Não há outro em quem eu me compraza na Terra. 


Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sal. 73:23-26). No santuário, Asafe orou, mas não argumentou. Recobrou-se de sua crise espiritual. Sua vida estava garantida pela única segurança que ele tinha no Céu e na Terra. A morte não era o fim do justo. Ele recobrou não apenas sua fé e esperança no Senhor, mas integrou-se novamente na missão de proclamar a bondade de Deus: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os Seus feitos” (verso 28). 


O “mal de Asafe” está sempre presente no ambiente do povo de Deus, buscando a próxima vítima. Se alguém foi acometido por esse terrível mal, aqui vai o remédio que curou Asafe: Nunca diga adeus ao Senhor sem antes entrar no Seu santuário e ali derramar diante dEle a sua dúvida e registrar a sua súplica. Pergunte ao Senhor: “Até quando haverá injustiça, opressão, fome e guerra? Até quando haverá doença e morte?”. Só Deus sabe a resposta exata, mas Ele não tem o hábito de responder a essa oração do modo como o fazemos. Ele nos deixa “em suspense”, mas também nos assegura que as rédeas do controle estão continuamente em Suas mãos. 


Logo o Senhor deporá Suas vestes sacerdotais, fechará o Seu Templo no Céu, e descerá à Terra com todos os Seus anjos. Virá por causa dos Seus escolhidos. Se nossa mente insistir em perguntar, diante da demora da segunda vinda, “Até quando, ó Soberano Senhor, não julgas a impiedade?” descansemos no fato de que nossa segurança está na palavra dAquele que conhece os tempos e as estações, que sabe o fim desde o princípio. Ele afirma: “Vai alta a noite, e vem chegando o dia” (Rom. 13:12). Tranqüilizemo-nos com a certeza de Asafe: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os Seus feitos”.



Autor: José Miranda Rocha, doutor em Ministério Pastoral, é professor de Teologia Aplicada no UNASP campus Engenheiro Coelho, SP Fonte: Revista Adventista, março 2005


Referências 1. Zygmunt Bauman, Ética pós-moderna (São Paulo: Editora Paulus, 1997). 2. Ultimato, maio-junho de 2003, pág. 3. 3. Ibidem, pág. 8. 4. Karina Pastore, “Quando os neurônios morrem”, Veja, 6 de agosto de 2003, pág. 73. 5. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 459. 6. Lee Strobel, Em Defesa da Fé (São Paulo: Editora Vida, 2002), págs. 1-30, 7. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, pág. 253. 8. Ibidem, pág. 250

Quando Ocorreu a Queda de Satanás?


Quando ocorreu a queda de Satanás? Esta pergunta é muitas vezes formulada. Quando se deu realmente a expulsão de Satanás? Antes ou depois da criação da Terra?

Na Bíblia e nos escritos do Espírito de Profecia não existe muita coisa a respeito dessa questão, mas encontramos o suficiente para deixar-nos esclarecidos. 

A duração do estado de inocência de Adão deve ter sido breve, pois em Gênesis 5:3 é dito que ele viveu 130 anos até o nascimento de Sete. Como Sete nasceu depois da morte de Abel, talvez Caim já tivesse uns 30 anos quando matou a Abel. Isto evidencia que o homem caiu em pecado pouco depois de ser criado o mundo. 

Diz a irmã White no livro o Conflito dos Séculos, à página 536: “Deus em Sua grande misericórdia, suportou longamente a satanás . . . Muito tempo foi ele conservado no Céu”. Isto parece sugerir que houve um período mais demorado do que apenas o tempo que decorreu da criação da Terra até à transgressão de Adão e Eva.

Outra citação que parece reforçar a expulsão de Satanás antes da criação da Terra é esta: “Os anjos do Céu lamentaram a sorte daqueles que tinham sido seus companheiros de felicidade e alegria. Sua perda era sentida no Céu. 

“O Pai consultou Seu Filho com respeito à imediata execução de Seu propósito de fazer o homem para habitar a Terra”. — história da Redenção, p. 19.

Além disso, o relato da maneira como Satanás tentou nossos primeiros pais no Jardim do Éden demonstra que ele já era então um pecador endurecido e completamente rebelado contra o governo de Deus. 

A transição do estado de perfeição em que se encontrava antes, para a condição de rebelde e mentiroso contumaz que se tornara agora, não poderia haver ocorrido em tempo muito curto, segundo se deduz pelos primeiros capítulos do livro Patriarcas e Profetas.

Eis um trecho desse livro: “Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade. O Filho de Deus executara a vontade do Pai na criação de todos os exércitos do Céu; e a Ele, bem como a Deus, eram devidas as homenagens e fidelidade daqueles. Cristo ia ainda exercer o poder divino na criação da Terra e de seus habitantes. Em tudo isto, porém, não procuraria poder ou exaltação para Si mesmo, contrários ao plano de Deus, mas exaltaria a glória do Pai, e executaria Seus propósitos de beneficência e amor”. — Patriarcas e Profetas, págs. 16 e 17 

Note-se que nessa ocasião Satanás já se havia insurgido no Céu, mas Cristo ainda não criara a Terra e seus habitantes. Quanto a Apocalipse 12:7-9 e 12, dizemos que embora João descreva ai a história do grande conflito entre Cristo e Satanás, desde seu início até o fim, focaliza principalmente a luta na cruz. Diz este texto que foi expulso o “acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante do nosso Deus”.

É claro, pois, que a queda mencionada nos versos 9 e 10 não é sua expulsão do Céu, ocorrida antes da criação deste mundo, mas a derrota que sofreu ao morrer Cristo na cruz, visto que ao tempo dessa expulsão ele já era sedutor e enganador dos homens. 

Depois da morte do Filho de Deus, as atividades de Satanás restringiram-se mais ao nosso planeta. Diz a mensageira do Senhor: “A derrota de Satanás como acusador dos irmãos no Céu, foi realizada pela notável obra de Cristo em dar Sua vida”. — Comentários de Ellen G. White, sobre Apocalipse 12:10, em The SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 973.

Após citar este versículo, declara ela também no livro O Desejado de Todas as Nações, à página 567: “Satanás viu que estava desmascarado. Sua administração foi exposta perante os anjos não caídos e o universo celestial. Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra seria restrita”.


- Extraído e adaptado do livro “Consultoria Doutrinária”. 

O herege - legendado

"Deus não tem religião" - Mahatma Ghandi, um budista que não poderia estar mais certo sobre Deus. Apesar de ter listado o clipe como humor, não há nada de engraçado quando isso acontece de verdade. A Igreja nunca começou como instituição, mas como movimento. Por favor, parem com as disputas e pensem em como tudo deveria ser... do ponto de vista de Deus.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A primazia de Cristo



Corria o ano 62 da Era Cristã. O apóstolo Paulo se encontrava preso em Roma, onde recebeu a visita de Epafras. Esse homem possivelmente se convertera ao cristianismo durante o ministério de Paulo em Efeso. Depois disso dedicara-se a evangelizar Laodicéia, Colossos e Hierápolis, cidades que ficavam no vale do rio Lico, na Asia Menor, hoje Turquia. Em cada uma havia uma igreja cristã, e Epafras era o seu pastor (Col. 1:7 e 8; 4:12 e 13).[1]


O Pastor Epafras fora buscar orientação e ajuda de Paulo para enfrentar um inimigo que começava a atacar o cristianismo [2] e que já havia afetado alguns membros da comunidade cristã de Colossos; uma heresia em desenvolvimento que procurava combinar o evangelho com outras doutrinas religiosas.[3]


Tendo como base o misticismo oriental,[4] incorporava elementos da fé cristã e idéias judaicas. Mais tarde, a partir do segundo século, receberia o nome de gnosticismo[5] — derivado no termo grego gnosis, que significa conhecimento.


O gnosticismo ensinava que Deus criara muitos seres espirituais e angelicais, de várias categorias, os quais haviam realizado a criação material [6] e serviam de intermediários entre Ele e a humanidade. Cristo era apenas um deles. [7]


Assim, negava a encarnação, a divindade de Cristo e a redenção efetuada por Ele na cruz. Afirmava que a salvação não deveria ser obtida por meio da fé, [8] mas através de um conhecimento superior, o qual era alcançado somente por uns poucos e que elevaria estes a um nível espiritual mais alto. [9]


Encarava a matéria como “fonte de todo mal”. [10] Incentivava o desprezo pelo corpo, valorizava a prática de cerimônias judaicas (jejuns e abstinências) e o culto aos anjos. Embora seus defensores apresentassem tais ensinos como filosofia,” a Bíblia os classifica como “vãs subtilezas” (Col. 2:8). Essa heresia assediou a Igreja por aproximadamente 150 anos. No Novo Testamento existem oito cartas que buscam desmascará-la. [12]


Após ouvir Epafras, Paulo escreveu uma carta à igreja de Colossos, na qual combate os ensinamentos gnósticos, expõe a majestade de Cristo e a perfeita redenção efetuada por Ele. Neste artigo analisaremos um parágrafo dessa carta, aquele que é considerado como a porção mais cristológica de toda a Bíblia. [13]


“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nEle, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele.


“Ele é antes de todas as coisas. NEle tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nEle, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio dEle, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a Terra, quer nos céus.


“E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da Sua carne, mediante a Sua morte, para apresentar-vos perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tomei ministro.” (CoI. 1:13-23).


Essa passagem apresenta três relações do Filho de Deus: com a divindade, com a criação e com a Igreja.


Cristo é Deus


Segundo o verso 13, Cristo é o Filho de Deus. A Bíblia foi escrita de acordo com a mentalidade oriental, que é diferente da nossa em muitos aspectos. Assim, se alguém dissesse que você é filho de seu pai, os orientais não pensariam que você é mais jovem do que seu pai, mas que você possui a mesma natureza que ele possui.


Desse modo, quando as Escrituras declaram que Jesus é o Filho de Deus, não querem ensinar que Ele é uma criatura de Deus e, sim, que Ele possui a mesma essência de Deus, que Ele é igual a Deus.


Sim, Jesus era o Filho de Deus — o Filho do Seu amor ou Filho amado. O próprio Deus deu testemunho disso ao dizer: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mat. 3:17; 17:5).


E Jesus Se alegrou quando Pedro fez a memorável confissão: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mat. 16:16 e 17).


Ele é a imagem de Deus (Col. 1:15). Adão foi criado à imagem de Deus; mas, depois, o pecado entrou no mundo e impregnou a natureza humana, de modo que o reflexo dessa imagem foi ofuscado.


Então veio o segundo Adão — Cristo Jesus — a perfeita e exata imagem de Deus. Não uma cópia, mas o próprio original; pois Ele é “a expressão exata do Seu ser” (Heb. 1:3). Enquanto que para os gnósticos Cristo era apenas um dentre os muitos seres espirituais, ou emanações, que serviam de intermediários entre Deus e os homens, para Paulo, Jesus é a manifestação de Deus, a mais completa e perfeita revelação do Pai, o único que pode tornar Deus visível para os homens. Ele disse: “Quem Me vê a Mim vê o Pai” (João 14:9).


Em Jesus Cristo reside a plenitude de Deus (Col. 1:19; 2:9). No pensamento gnóstico a plenitude da divindade era a soma de todas as emanações e todos os seres espirituais que ficavam entre Deus e o mundo material. [14] mas Paulo declara que unicamente em Cristo, encontra-se toda a plenitude de Deus. E, se isso é verdade, então Ele é eterno, onipotente, onisciente e onipresente.


Enfim, “nada há do caráter ou dos atributos de Deus que não esteja em Cristo” [15] e nada então Lhe pode ser acrescentado.


O texto se refere ao “reino do Filho” (Col. 1:13); portanto, Cristo é rei.


Enquanto vivemos no tempo da graça, Seu reino entre nós é espiritual e abrange todos aqueles que O aceitarem como Salvador e Senhor. Mas, quando o plano da salvação se concretizar, Seu reino será visível e glorioso, e abarcará todas as coisas e todas as criaturas em todo o Universo.


Senhor da criação


Jesus Cristo é o primogênito da criação (v. 15). Isso “não significa… que Cristo é parte da criação, o primeiro ser que Deus criou, O pensamento de Paulo é exatamente o oposto: seu objetivo é mostrar que Cristo não é um dos muitos intermediários que supostamente Deus tinha criado e colocado entre Si próprio e o homem, porque não somente Cristo não foi criado, mas Ele é mesmo o Criador”. [16]


Nas Escrituras Sagradas, a expressão “primogênito” algumas vezes denota posição. Quando Deus queria demonstrar que alguém era especialmente honrado aos Seus olhos, Ele o chamava de primogênito. Por isso Ele chama Israel de primogênito (Exo. 4:22) e também Davi (Sal. 89:20 e 27), embora este fosse o oitavo filho de Jessé (1 Sam. 16:10-13), mostrando o lugar de honra que possuíam diante dEle.


É nesse sentido que a expressão é aqui empregada em relação a Cristo. Paulo queria dizer que Ele tem uma posição de honra sobre toda a criação; ou seja, Ele é o cabeça, o criador de todas as coisas. Colossenses 1:16 confirma isso ao declarar que o motivo pelo qual Jesus é assim chamado é que Ele é o criador de todas as coisas.


Tudo foi criado por Ele. Segundo os gnósticos, existiam várias ordens de poderes angélicos os quais eram responsáveis pela criação material. Mas Paulo declara que todas as coisas visíveis como também aquelas invisíveis, na Terra e nos céus, foram criadas por Cristo, até mesmo todas as ordens de seres espirituais: tronos, soberanias, principados e potestades. Tudo foi criado para Ele, “para cumprir os Seus desejos, servir ao Seu propósito e promover a Sua glória”. [17] Tudo Lhe pertence. Ele é o Senhor da criação.


Jesus é antes de tudo. Cada coisa criada depende de algo anterior a ela mesma para a sua existência, mas não Cristo. Ele é antes de todas as coisas, auto-existente, não dependendo de nada e de ninguém. A Bíblia nos diz que Cristo é eterno, que Ele não teve princípio; Ele é o próprio começo. Eis Suas palavras: “Eu sou o alfa.., o primeiro… o princípio” (Apoc. 22:13).


Tudo o que existe possui uma causa anterior. Não assim com Jesus. Ele é a própria causa. Tem existência própria; não a deve a ninguém. Ele é o primeiro. A verdade é que tudo foi criado por Alguém que não foi criado por ninguém.


NEle tudo subsiste; nEle todas as coisas permanecem juntas. “NEle todas as coisas têm sua unidade e significado.” 8 Ele não apenas criou o Universo; Ele o mantém. E o responsável por seu funcionamento. “Pois, nEle, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis.., tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é anres de todas as coisas. NEle, tudo subsiste.” (Col. 1:16 e 17).


Senhor da Igreja


Cristo é o cabeça da Igreja. Uma das graves conseqüências da aceitação dos falsos ensinos em Colossos era não reter a Cabeça (2:19). E Paulo enumera três razões pelas quais Cristo tem direito à autoridade suprema da Igreja: Sua ressurreição (“Ele é… o primogênito de entre os mortos”), o que é uma garantia de nossa própria ressurreição; Sua divindade (Col. 1:19; 2:9); e Sua obra redentora (porque Ele fez “a paz pelo sangue de Sua cruz”).


A Igreja é uma instituição fundada por Jesus com o objetivo de fazer discípulos, batizar e ensinar o que Cristo ordenou. Os líderes da Igreja não são sua cabeça; são membros do corpo. Não é um homem, nem são “alguns homens, nem mesmo os membros como um todo, que devem reger a Igreja”. Cristo é o chefe, o primeiro em posição, e deve continuar a ser o Cabeça de Sua Igreja. A estrutura de governo adotada por ela “só terá valor e significado na medida em que sirva e dê expressão à autoridade de seu Senhor”. [19]


“Nós não temos autoridade de fazer regulamentos quer individual quer coletivamente. A nossa missão como membros do corpo é discernir a vontade de Cristo, Sua Cabeça, quer a Sua vontade nos seduza ou não, quer aumente ou reduza os nossos números, quer nos torne populares ou impopulares, quer nos traga o louvor ou o desprezo dos homens.” [20]


O fato de Ele ser a Cabeça da Igreja significa que é também a Cabeça de cada cristão. Portanto devemos Lhe prestar uma obediência individual. Somente quando isso acontece é que a unidade do corpo se torna uma realidade. [21]


Jesus é o primogênito de entre os mortos. Mais uma vez a palavra primogênito é usada no sentido de posição e não de ordem; pois é evidente que Ele não foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos. Contudo, é o vencedor da morte, por meio de quem todos os fiéis que passarem pela morte viverão. Ele declarou:


“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25). Ao idoso João, em Patmos, disse: “Não tenha medo, Eu sou o primeiro e o último. Eu sou Aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre. Tenho autoridade sobre a morte e sobre o mundo dos mortos” (Apoc. 1:17 e 18, BLH).


Como Cristo foi chamado de o primogênito da criação porque deu origem à criação natural, agora é chamado de primogênito dos mortos porque através dEle tem início uma nova criação. “Ele é o princípio” dessa nova criação assim como fora o princípio da antiga. E isso devido à Sua ressurreição dentre os mortos.


Ele nos libertou do império das trevas, ou seja, o estado de separação de Deus e ignorância espiritual em que o homem é escravo do pecado e do mal. Estado no qual uma força irresistível o arrasta para um abismo sem qualquer significado. E a condição de cegueira, ódio e miséria em que vivem os súditos do maligno. “Sua ética, seus ideais, mentalidade, sua tudo está em oposição a Deus.” [22]


Mas a luz brilhou nas trevas. Jesus veio a este mundo de trevas e o iluminou com a fulgurante luz de Sua presença e nos libertou, pagando o preço do resgate. Por isso nEle “temos a redenção, a remissão dos pecados” (v. 14). Também nos transportou para o Seu reino (v. 13).


Deixamos de ser escravos de um terrível tirano e fomos transportados para outro reino no qual, pela experiência do novo nascimento, passamos a fazer parte da família real e nos tornamos herdeiros do Rei.


Cristo Jesus é o reconciliador. Outra ilustração usada pelo apóstolo é a de que éramos estranhos para Deus e, mais do que isso, éramos Seus inimigos, tanto em nossos pensamentos como em nossa conduta. Todavia, Cristo, mediante Sua morte, nos reconciliou com Deus. Agora somos amigos de Deus; estamos em paz com Ele.


Para os gnósticos, o corpo era a sede do mal. Raciocinavam que Deus, em Sua pureza, jamais Se aproximaria da humanidade pecadora. Antes, utilizaria anjos desencarnados para atuarem na reconciliação. Todavia, Paulo assevera que o próprio Deus Se tornou um de nós e nos “reconciliou no corpo da Sua carne”. [23]


Também é verdade que Sua vinda em carne e sangue enobreceu o corpo humano, tornando-o um templo para a habitação de Deus.


O texto aponta a fonte, o alcance e as bênçãos da reconciliação. A fonte é a cruz de Cristo. A cruz é a iniciativa de Deus para nos atrair a Si. Ali se revelam o poder, a santidade, a justiça e o amor de Deus.


A cruz ocupa o lugar central no plano da salvação. O alcance da salvação abrange todas as coisas no Universo. Um dia o Universo foi perfeito, mas o pecado quebrou a harmonia existente em toda a criação. “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rom. 8:22). Contudo, Cristo fará voltar a completa harmonia em todas as obras de Deus.


Reconciliará consigo mesmo todas as coisas no céu e na Terra.


Mesmo os seres celestiais que não pecaram são beneficiados pela obra reconciliadora efetuada por Cristo, no sentido de que obtiveram uma visão muito mais nítida do amor e da sabedoria de Deus (Efés. 3:10), o que os aproximou ainda mais de seu Criador. [24] Devemos lembrar que foi somente após Cristo derrotar a Satanás na cruz que os habitantes do Céu puderam festejar, pois as ações do inimigo ficariam, dali em diante, confinadas a este mundo (Apoc. 12:10-12).


Tal reconciliação provê abundantes bênçãos para nós. A primeira delas é a paz com Deus. O pecador reconciliado sabe que foi perdoado e recebido como filho de Deus, e tem prazer em viver em Sua presença. A paz com Deus que o leva a ter paz consigo mesmo e a viver em paz com o seu semelhante.


Outra grande bênção alcançada pela reconciliação é a transformação do caráter. Por causa do sacrifício de Cristo na cruz, Deus nos considera e nos toma “santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (v. 22), ou seja, livres de manchas, defeitos e acusações.


Esperança e herança


Entre a reconciliação passada e a perfeição futura encontra-se a obra de Deus transformando a nossa vida e tornando-a mais e mais semelhante à de Cristo, o que não ocorrerá sem a nossa cooperação. O apóstolo apela no sentido de que permaneçamos “alicerçados e firmes” (v. 23). Essas são figuras emprestadas da construção.


O primeiro alicerce é a fé. Permanecer na fé garante a nossa vitória. Ela é o alicerce da vida espiritual. Devemos cuidar para não sermos enredados pelas novas versões do cristianismo. O segredo é o apego ao “evangelho que ouvistes”, a lealdade às nossas origens espirituais. Não devemos nos impressionar com os que recuam ou apostatam, pois nós “não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Heb. 10:39).


O segundo alicerce é a esperança do Evangelho. No verso cinco, Paulo falara “da esperança que vos está preservada nos Céus” e, no verso 12, referira-se à “herança dos santos na luz”. Essa esperança é a volta de Cristo ao mundo, com tudo aquilo que vamos receber a partir de então.


A salvação que Deus providenciou para nós é muito mais do que perdão e libertação do pecado. Envolve todas as riquezas de uma herança infinita, eterna e incomparável: uma vida sem tristezas, dores e decepções, num Universo completamente isento do mal; uma vida tão longa que se medirá com a vida de Deus.


Foi Deus quem nos tomou Seus filhos e, agora, nos está capacitando para participarmos um dia, alegremente, da herança celestial. “Graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz” (v. 12).


Somos filhos de Deus e assim temos deveres e obrigações. Mas, por isso mesmo, também temos privilégios. Somos Seus herdeiros e quando Cristo voltar receberemos nossa herança.


Paulo encerra seu apelo lembrando que o evangelho por ele anunciado não é uma doutrina exclusiva, que pode ser conhecida apenas por uns poucos, como o eram os ensinos gnósticos, [25] antes, tem um objetivo e alcance universais. Por isso “foi pregado a toda a criatura debaixo do Céu” (v. 23). Também não era invenção sua, porque era mais antigo do que ele. Na verdade, ele próprio era ministro, ou seja, um servo deste evangelho. [26]


Sendo Cristo o que é, em relação à divindade, à Igreja e ao Universo, como pode alguém querer fazer modificações ou acréscimos à salvação efetuada por Ele? Seria como sair ao ar livre em pleno meio-dia, debaixo de um céu sem nuvens, e erguer uma desprezível vela na intenção de ajudar o glorioso sol a brilhar. [27] Nele habita a plenitude da divindade e tanto a criação como a redenção são obras Suas. Por isso Ele é sem igual.


Se Ele é Deus, o Senhor da criação, o dono do Universo e o Cabeça da Igreja, nossa vida está em Suas mãos. Nada temos a recear. Nele temos vida plena e não precisamos de suplementos gnósticos ou de qualquer outra espécie. Cristo deve ser o primeiro em nossa vida.


Referências:


1. Silas Alves Falcão, Meditações em Colossenses (Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1956), págs. 14 e 15.
2. Ibidem, pág. 38.
3. Guy Appéré, o Mistério de Cristo (Essex: Edições Peregrino, 1990), pág. 11.
4. J. Sidlow Baxter, Examinai as Escrituras, 2a ed. (São Paulo: Vida Nova, 1995), vol. 6, pág. 214.
5. Silas Alves Falcão, Op. Cit, pág. 14.
6. R. N. Champlin e J. M. Bentes, “Colossenses”, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, 1995, vol. 1, pág. 791.
7. Ibidem, pág. 790.
8. R. N. Champlin e J. M. Bentes, Op. Cit., pág. 791.
9. Silas Alves Falcão, Op. Cit, pág. 11.
10. J. Sidlow Baxter, Op. Cit., pág. 215.
11. R. N. Champlin e J. M. Bentes, Ibidem.
12. Idem, pág. 790.
13. Idem, págs. 786, 787 e 793.
14. Clifton J. Allen, editor, Comentário Bíblico Broadman (Rio de Janeiro: Juerp, 1985), vol. 11, pág. 277.
15. Bíblia de Estudo Vida (São Paulo: Vida, 1999), nota sobre Colossenses 1:19.
16. Guy Appéré, Op. Cit., pág. 41.
17. Clifton J. Allen, Op. Cit., pág. 276.
18. E. F. Scott, citado em Allen, Op. Cit., pág. 276.
19. Guy Appéré, Op. Cit., pág. 49.
20. Idem, págs. 46 e 47.
21. Idem, pág. 47.
22. Silas Alves Falcão, Op. Cit., pág. 33.
23. Clifton j. Allen, Op. Cit, pág. 280.
24. R. Jamieson.
25. Clifton J. Allen, Op. Cit., pág. 281.
26. Ibidem.
27. J. Sidlow Baxter, Op. Cit., pág. 220.


Emilson dos Reis, Professor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (Unasp), Engenheiro Coelho, SP. Texto publicado na Revista Ministério, Novembro/Dezembro de 2001. 

O Lar no Céu



Quando Marco Pólo voltou para sua cidade natal, Veneza, depois de muitos anos no Oriente, seus amigos pensaram que suas longas viagens tinham lhe enlouquecido. Ele tinha algumas fábulas incríveis para contar. Marco tinha viajado para uma cidade cheia de prata e ouro. Ele tinha visto pedras escuras que queimavam, mas nenhuma se transformava em carvão. Ele tinha visto um pedaço de tecido que não pegava fogo, nem mesmo quando era jogado nas labaredas de fogo, mas ninguém nunca tinha ouvido falar de amianto. Ele falou de serpentes do tamanho de dez passos, com mandíbulas largas o suficiente para engolir um homem por completo, nozes do tamanho da cabeça de um homem, mas que por dentro eram brancas como o leite, e de uma substância que jorrava do solo e que conseguia manter as lâmpadas acesas. Mas ninguém nunca tinha ouvido falar de crocodilos, cocos e coqueiros ou óleo cru. Eles simplesmente deram risadas de tais histórias. Anos mais tarde, quando Marco Pólo estava vivendo seus últimos momentos de vida, um homem devoto ao lado de sua cama instou com ele para que recontasse todas aquelas grandes fábulas que ele já tinha contado antes. Mas Marco se recusou: “São todas verdadeiras – cada parte delas. Na verdade, não contei nem metade do que eu vi”.
Os escritores bíblicos que nos dão lampejos do céu parecem partilhar do sentimento de Marco Pólo. Em visão, eles viram um lugar tão brilhante e tão fantástico, que eram capazes de descrever apenas fragmentos do que viam. E enfrentamos o mesmo desafio que os amigos de Marco Pólo. Devemos buscar imaginar os “crocodilos e cocos” que nunca vimos, pois os relances que obtemos da Bíblia nos mostram que o céu é muito mais do que sentar em nuvens e tocar harpas.
1. O CÉU É UM LUGAR REAL?
Jesus está atualmente preparando para nós um lugar real num céu real.
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim [Jesus]. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois VOU PREPARAR-VOS UM LUGAR. E, quando eu for e vos preparar lugar, VOLTAREI e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. João 14:1-3, Versão Almeida Revista e Atualizada, 2a edição. (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos da série DESCOBERTAS BÍBLICAS são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
Jesus está vindo ao nosso mundo uma segunda vez para nos levar para uma mansão especialmente preparada para nós, numa cidade celestial cuja glória ultrapassa os nossos maiores sonhos: a Nova Jerusalém.
Depois de termos vivido ali por mil anos, Cristo pretende trazer o lar celestial para o planeta Terra. Quando a Nova Jerusalém descer, o fogo vai purificar o mundo inteiro. Nosso planeta renovado se tornará, então, o lar permanente dos salvos. (Apocalipse 20:7-15. Ver mais sobre isso na Lição 22).
O que João, o autor de Apocalipse, relata que acontecerá em seguida?
“Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais Ele viverá. Eles serão os seus povos, o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus”. Apocalipse 21:1-3
Depois da transformação por fogo, quem Jesus promete que vai ocupar a nova terra?
“Bem aventurados os humildes, pois eles receberão a Terra por herança”. Mateus 5:5 (Ver também Apocalipse 21:7).
Cristo promete restaurar Seu mundo, que já foi perfeito um dia, à sua beleza edênica original, e os humildes “herdarão a terra”.
2. TEREMOS UM CORPO REAL NO CÉU?
Quando Jesus apareceu aos Seus discípulos em Seu corpo ressuscitado e glorificado, como Ele descreveu esse corpo?
“Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho”. Lucas 24: 39
Jesus tinha um corpo real; Ele convidou Tomé a tocá-lo (João 20:27). Nessa ocasião, Jesus entrou numa casa real, conversou com pessoas reais e até comeu comida real. (Lucas 24:43).
O Céu não é habitado por fantasmas, mas por pessoas reais que usufruem a vida espiritual, e que têm “um corpo glorificado”.
“A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso”. Filipenses 3:20, 21
Podemos ter certeza de que nosso corpo celestial será tão sólido e real quanto o corpo ressurrecto de Cristo.
Reconheceremos nossos familiares e amigos no céu?
“Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido”. I Coríntios 13:12
No céu, seremos “plenamente conhecidos”. Nos entenderemos e nos apreciaremos muito mais profundamente do que jamais aconteceu aqui em nosso mundo atual.
Os discípulos de Jesus O reconheceram em Seu corpo celestial, aparentemente em virtude de Seus aspectos familiares (Lucas 24:36-43). Maria O conheceu no túmulo por causa do som familiar da Sua voz quando Ele a chamou pelo nome (João 20:14-16). Os dois discípulos em Emaús O identificaram por causa dos gestos familiares. Quando eles perceberam a maneira pela qual seu convidado abençoava a comida, eles O reconheceram como sendo Jesus (Lucas 24:13-35).
Os redimidos certamente experimentarão a alegria de encontros “face a face” no céu. Imagine a alegria em reconhecer o jeito especial de sorrir de seu cônjuge, ou um chamado familiar de uma criança que você foi obrigado a enterrar há muito tempo, ou perceber os gestos característicos de um amigo amado. Teremos uma eternidade para aprofundar os laços mais preciosos que nos unem, e a desenvolver amizades íntimas com as personalidades mais fascinantes do universo.

3. O QUE FAREMOS NO CÉU?
Teremos várias atividades para nos motivar no céu. Que tal projetar a sua própria casa dos sonhos?
“Pois vejam! Criarei novos céus e nova terra,… vou criar Jerusalém para regozijo, e seu povo para alegria… Construirão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão do seu fruto… Os meus escolhidos esbanjarão o fruto do seu trabalho”. Isaías 65:17-22
Jesus já está preparando lares personalizados para nós na Cidade Santa, a Nova Jerusalém (João 14:1-3; Apocalipse 21). Esses versos sugerem que também projetaremos e construiremos outras casas – talvez casas no campo, com jardins maravilhosos, cheios da variedade sem fim de vida natural. E quem sabe, que aventuras de alta tecnologia nos aguardam na avançada civilização de Deus? Nossos avanços tecnológicos atuais e odisséias espaciais parecerão brincadeira de criança quando começarmos a explorar a “casa do Pai”.
Você gosta da beleza das borbulhantes quedas d’água, dos prados serenos, florestas abundantes, e flores delicadas?
“Com certeza o Senhor confortará Sião… Ele tornará seus desertos como o Éden, seus ermos, como o jardim do Senhor. Alegria e contentamento serão achados nela, ações de graça e som de canções”. Isaías 51:3
Deus transformará a terra num Jardim do Éden primitivo. Sem mais derramamento de óleo, ou poluição, ou seca; os lagos permanecerão límpidos como cristal, as árvores majestosas, e as encostas das montanhas sem fendas.
Não apenas a belezas do mundo; mas também nossa capacidade de absorvê-las será imensamente intensificada. Será como se estivéssemos saindo ao ar livre pela primeira vez depois de muito tempo doente de cama. A alegria dos primeiros minutos se estenderá por toda uma mágica eternidade.
Você gosta de experimentar coisas novas? Aprender? Criar?
“Ali, mentes imortais contemplarão, com deleite que jamais se fatigará, as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que redime… Todas as faculdades se desenvolverão, ampliar-se-ão todas as capacidades. A aquisição de conhecimentos não cansará o espírito nem esgotará as energias. Ali, os mais grandiosos empreendimentos poderão ser levados avante, alcançadas as mais elevadas aspirações, as mais altas ambições realizadas; e surgirão ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objetivos a aguçar as faculdades do espírito, da alma e do corpo. Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus”. Ellen G. White, O Grande Conflito (Casa Publicadora Brasileira: Tatuí, SP, 2001), página 677.
4. O MAL IRÁ AMEAÇAR O CÉU DE NOVO?
“Nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro”. Apocalipse 21:27
Deus eliminará completamente o pecado e suas terríveis conseqüências; isso nunca mais surgirá de novo. Quando Jesus aparecer, “seremos semelhantes a Ele” (I João 3:2). Ao invés de lutar contra os impulsos de matar, roubar, mentir e abusar, possuiremos a graça do céu em nossa vida.
“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou”. Apocalipse 21:4
Até mesmo o maior inimigo, a morte, será banida. O céu será uma terra de juventude eterna, onde os redimidos serão “imortais” (I Coríntios 15:53); nenhum habitante jamais sofrerá das conseqüências da velhice.
O céu não apenas destrói as conseqüências do pecado, mas também as transforma. Imagine como se sentirão aqueles que lutaram a vida inteira por serem portadores de necessidades especiais:
“Então se abrirão os olhos dos cegos e se destaparão os ouvidos dos surdos… Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria”. Isaías 35:5, 6
5. QUAL SERÁ A COISA MAIS EMOCIONANTE DO CÉU?
Imagine ver o Senhor do Universo face a face.
“Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais Ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus”. Apocalipse 21:3
O Deus Todo-Poderoso promete estar em nossa companhia e nos ensinar. Que alegria deve ser o de sentar-se aos Seus pés! Pense o quanto um músico estaria disposto a sacrificar para passar alguns momentos com Beethoven ou Mozart. Imagine quanto um cientista valorizaria a chance de se sentar com Albert Einstein, ou o que significaria para um pintor conversar com Michelangelo ou Rembrandt.
Agora pense, os redimidos terão um privilégio infinitamente superior. Eles irão conversar com o Autor de toda música, ciência ou arte. Eles terão conversas íntimas com a Mente mais inteligente e o Coração mais profundo de todo o universo. E essa relação resultará em adoração.
“De uma lua nova a outra e de um sábado a outro, toda a humanidade virá e se inclinará diante de mim, diz o Senhor”. Isaías 66:23
No centro da cidade celestial se encontra o grande trono branco de Deus, envolto por um arco-íris esmeralda, Sua face brilha como um sol radiante. Por baixo de Seus pés, um rio de vidro se estende em todas as direções. Nessa superfície de cristal que reflete a glória de Deus, os redimidos se reunirão para exultarem em louvor a Deus.
“E os que o Senhor resgatou voltarão. Entrarão em Sião com cantos de alegria; duradoura alegria coroará sua cabeça. Júbilo e alegria se apoderarão deles, e a tristeza e o suspiro fugirão”. Isaías 35:10
Aqui está Alguém cuja bondade nunca deixa nada de fora. Sua fidelidade, paciência e compaixão atuam para sempre. Glória ao Seu santo nome!
6. PRECISAMOS ESTAR LÁ!
Jesus almeja por esse encontro face a face. É por isso que Ele deseja salvar você do pecado independente do preço que tenha que pagar. Você precisa pessoalmente se apoderar desse dom. Você precisa se comprometer com Cristo como seu Salvador e Senhor. Você precisa do perdão que é oferecido pela cruz, pois:
“Nela [na Nova Jerusalém] jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro”. Apocalipse 21:27
Jesus nos liberta do pecado, não no pecado. Precisamos vir a Ele, motivados pelo Seu poder que atua em nós e nos afastar da impureza e do profano. Jesus é a senha de acesso ao Seu reino vindouro.
E esse reino pode começar agora mesmo em sua vida. Quando Cristo nos liberta do pecado, Ele cria um novo céu em nosso íntimo. Ele pode nos ajudar a lidar com a preocupação, raiva, luxúria, medo e culpa que corroem o nosso coração. A esperança do céu não é uma fuga para os problemas da vida; ela ajuda a criar um céu aqui na terra. Uma pesquisa feita recentemente mostrou que “aqueles que acreditam haver vida no futuro, mesmo se a pessoa morrer, levam uma vida mais feliz e confiam mais nas pessoas do que aqueles que não acreditam”.
Nada terá um impacto maior em nossa vida atualmente do que um relacionamento de confiança com Jesus Cristo. Ouça como Pedro descreve o impacto de viver uma vida de fé:
“Mesmo não o tendo visto, vocês o amam, crêem nele e EXULTAM COM ALEGRIA INDIZÍVEL E GLORIOSA, pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas”. I Pedro 1:8, 9
Você alcança isso – e o céu também. Você já descobriu o tipo de vida abundante que Cristo deseja que você experimente? Por favor, não vire as costas ao Seu convite gracioso.
“O Espírito [Santo] e a noiva dizem: ‘Vem!’ E todo aquele que ouvir diga: “Vem!” Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida”. Apocalipse 22:17
Jesus está com você agora, falando ao seu coração através dessas linhas. Ele convida você: “Venha! Venha! Venha!” Ele não poderia estar mais desejoso e ser mais insistente. Se você ainda não fez isso, essa é a melhor oportunidade para aceitar essa oferta.
Diga a Ele que você aceita Seu precioso dom da graça e que deseja passar a eternidade com Ele. Diga-lhe que você O ama. Agradeça-o por tudo o que Ele tem feito por você, e tudo o que Ele ainda está planejando para sua vida. Se há alguma coisa entre você e Deus, peça para Ele lhe conceder o desejo de tirar isso da frente. Hoje, enquanto ouve a Sua voz, enquanto seu coração está atento ao seu chamado, entregue-se inteiramente a Ele. Abaixe sua cabeça nesse momento e diga: “Jesus, meu Senhor, venho a Ti. Te entrego toda a minha vida. Serei Teu para sempre”.
Lição 9. Copyright © 2004 The Voice of Prophecy Radio Broadcast
Los Angeles, California, U.S.A.

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