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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Poder da Graça de Deus

1- Quero falar, hoje, sobre o maior poder do Universo.


2- Não é sobre a bomba de Hidrogênio.


3- Sabe qual é o maior poder que existe em todo o Universo?


Vamos ler sobre esse poder em Tito 2:11-14: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.”


I – A GRAÇA DE DEUS É UM PODER SALVADOR


A graça “se manifestou”. Foi revelada.


Antes, ela estava oculta: nem os anjos do Céu conheciam essa graça. Isso era um mistério desconhecido, sem ser necessitada.


Agora, ela se manifestou na plenitude dos tempos, exatamente como foi previsto por Deus.


De que modo ela se manifestou? Note a próxima expressão:


A graça se manifestou “salvadora”.


A graça nos salva do pecado: Pecado é violação da Lei de Deus.


A graça nos salva da iniqüidade: Falta de justiça, de eqüidade.


A graça nos salva da transgressão: Desobediência.


A graça nos salva de toda sorte de pecado: maldade, vício, perversidade, rebelião, concupiscência, lascívia, impiedade e incredulidade. Não existe pecado do qual a graça não nos salve.


A graça se manifestou salvadora “a todos os homens”.


[1] Como pode ser isso? Será que todos os homens já estão salvos? Não é Universalismo? Universalismo é a doutrina que ensina que Deus é tão bom que no final Ele salvará a toda a humanidade, e que ninguém precisa se preocupar com tudo isto.


[2] Paulo não é universalista. Ele diz que todos os homens já estão salvos pelo que Cristo fez na Cruz do Calvário. Na Cruz, Ele salvou a toda a humanidade, Ele garantiu a libertação para todos. Na cruz, “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”. Todos os homens foram considerados livres naquele momento. Mas como?


[3] Judicialmente. No passado, Deus em Cristo salvou a toda a humanidade na Cruz. Era uma libertação judicial, um decreto.


[4] Isto significa que todos estão livres do pecado, mas apenas judicialmente. JC pagou o preço e libertou a todos. Mas embora houvesse uma declaração judicial de libertação na Cruz, nem todos estão salvos.


[5] Por ex.: A 13 maio de 1888, o governo baixou um decreto, abolindo a Escravatura, libertando a todos os escravos no Brasil. Todos eram livres a partir de então, mas muitos não se sentiam livres e continuaram ligados aos seus donos, e continuaram escravos, embora já fossem livres.


[6] Não é maravilhoso isto? A graça de Deus fez isto!


[7] Portanto, “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.” E isso explica a predestinação: – Todos os que aceitarem a graça, são predestinados para a salvação.


Portanto, você já está salvo.


[1] Como posso dizer isso? É a verdade do texto.


[2] “Todos os homens” – Todos já foram salvos. Toda a humanidade. Salvos pela Cruz.


[3] Inclusive você.


Se você ainda não se sente salvo:


[1] Aqui está a maior notícia: a graça de Deus é um poder salvador.


[2] As obras humanas não salvam: – por mais que nos esforcemos em guardar leis e regulamentos, não poderemos nos salvar através de nossas obras humanas.


[3] Não temos méritos em nós para a salvação: – dentro de nós não existe nada que nos possa ajudar. Estamos completamente desamparados neste sentido. Os livros espíritas de auto-ajuda querem nos convencer de que dentro de nós temos poderes infinitos. Não acredite; é mentira.


[4] Unicamente a graça pode salvar:


Certa vez, um pastor dirigiu uma reunião em determinado local nos Estados Unidos, e se aproximou um jovem e lhe fez a seguinte pergunta:


“- Pastor, o que eu devo fazer para me salvar?” “- Tarde demais!’, disse o ministro. “- Mas como? Deve haver ainda alguma esperança para mim!” “- Tarde demais!”, respondeu o ministro. “- Pastor, eu sei que eu fui um grande pecador. Mas será que eu estou perdido mesmo? Eu só queria saber o que eu devo fazer para me salvar!” “- Tarde demais! Você não pode fazer mais nada, porque tudo o que era preciso para você se salvar, Jesus Cristo já fez na Cruz do Calvário!”, disse o pastor com toda a sabedoria. “- Você só tem que aceitar o que Cristo fez”.


II – A GRAÇA DE DEUS É UM PODER EDUCADOR


Há aqui 3 verbos importantes:


1- Renegar (Renunciar)


[1] Temos que Renegar a Impiedade. O que significa isto?


Impiedade é falta de religião e de relacionamento com Deus.


Impiedade é a base de todo os pecados.


A humanidade está perdida por causa da impiedade.


Impiedade é desprezo de Deus. É ignorar ao Senhor.


É completa indiferença para com o Criador.


É o maior pecado de omissão e negligência que pode ser cometido para a própria perdição humana.


Os cristãos renegam, renunciam a impiedade.


[2] Temos que Renegar as Paixões. O que são Paixões? Paixão é um desejo forte.


Todos temos paixões, impulsos, porque fomos criados assim. Mas aqui são mencionadas ‘paixões mundanas”, ou seja as paixões pecaminosas que são praticadas pelo mundo de ímpios.


Estas são todas as obras da carne que começam nos pensamentos da natureza pecaminosa do homem.


Este é o resultado da impiedade. Quando homens e mulheres praticam a impiedade, fatalmente caem nos seus desejos pecaminosos das paixões mundanas.


Os cristãos sinceros renegam, renunciam as paixões mundanas. A graça nos educa a renunciar as paixões.


2- Viver – é o outro verbo


De que modo? Há aqui 3 características do nosso modo de viver:


[1] sensatamente. Precisamos de sensatez, sabedoria. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Se precisamos de sabedoria para viver, então, devemos possuir o temor de Deus diante dos nossos olhos.


[2] justamente. A nossa vida deve ser justa, devemos praticar a justiça. Não basta fazermos profissão; temos que ser justos.


[3] piedosamente. A 3º característica de nossa vida, como salvos pela graça de Deus, é a piedade; vivemos piedosamente. Agora, se impiedade significa viver sem religião, piedade significa o contrário: vamos viver à luz da presença de Deus, vamos estar sempre em comunhão com Deus, vamos ser verdadeiros e sinceros com o nosso Deus.


3- Aguardar – é o 3º verbo do poder educador da graça


Como podemos viver esta vida sensata, justa e piedosamente? Aguardando a Vinda de Jesus. Quando fazemos isto, não temos razões para nos desviar.


Como é chamada a Volta de Jesus?


[1] bendita esperança – Temos muitas esperanças como cristãos. Mas esta é a suprema esperança, a esperança das esperanças, a bem-aventurada esperança, a esperança que consuma todas as outras.


[2] manifestação da glória – a graça nos indica a glória.


Nós estamos aguardando aquele dia de glória quando veremos a glória de Jesus Cristo.


Será o maior acontecimento da História.


Ele não somente manifestou a sua graça, mas ainda manifestará a Sua glória.


A glória será dada a todos os que aceitaram a graça.


Como é chamado Aquele que está vindo em glória?


[3] grande Deus e Salvador – esta é uma das mais importantes declarações do apóstolo Paulo, porque afirma plenamente a Divindade de Jesus Cristo, a Sua grandeza e majestade.


Precisamos nos firmar nesta doutrina, porque justamente nestes últimos dias muitos estão negando que Jesus é Deus em seu sentido absoluto e pleno. Anote este verso.


Mas o apóstolo não deixa margem para dúvidas: Jesus Cristo é o grande Deus que nos tem dado a Sua graça maravilhosa.


Ele é o grande Deus e Salvador que virá para nos buscar em sua 2ª vinda.


Aqui temos 2 tremendas afirmações: (1)- Ele é Deus no mais pleno sentido, e (2)- Seu retorno a este planeta será o grande clímax da História.


III – A GRAÇA DE DEUS É UM PODER REDENTOR


1- A graça indica o tipo do Sacrifício de Jesus.


[1] Ele Se deu a Si mesmo por nós. O sacrifício de Cristo não foi um ato arbitrário do Pai. Cristo deu-se a Si mesmo por nós, como um sacrifício voluntário para ser o nosso Salvador. Ele Se entregou voluntariamente para morrer por nós.


[2] Ele fez um Sacrifício Vicário. A morte de Cristo foi vicária ou substitutiva, ou seja, Ele nos substituiu na morte: nós deveríamos morrer, mas Ele morreu em nosso lugar.


2- A graça indica o Propósito do Sacrifício:


[1] Remir-nos de toda a iniqüidade.


Isto significa libertar-nos de toda a iniqüidade ou pecado.


Você ainda se acha preso ou escravizado por algum pecado? O sacrifício de Jesus tem o objetivo de libertar-nos. O sangue de Cristo nos liberta de todo o pecado.


Ademais, o Espírito Santo completa a obra de Cristo, purificando a nossa natureza pecaminosa, quando nós consentimos nisso. Você consente em que o Espírito Santo faça isso? Ou você resiste aos Seus apelos?


[2] Purificar um povo especial (pelo Sangue de Jesus)


Exclusivamente Seu. Somos de Deus. Pertencemos a Deus. Ele nos criou, Ele nos redimiu, Ele nos purificou, Ele nos sustenta. Portanto, somos Seus, de modo exclusivo. Satanás não tem nada mais a dizer.


Zeloso de boas obras. Aqui está o equilíbrio exato da mensagem de Paulo: Embora as obras não tem poder de nos salvar, somos purificados a fim de produzir boas obras como o fruto da salvação pela graça.


APELO


[1] Um pastor caminhava pelas avenidas de um grande cemitério contemplando os formosos jardins e tumbas com seus epitáfios e esculturas, quando de repente se encontrou com um homem de joelhos diante duma tumba e chorando emocionadamente.


Querendo consolar o homem que ali se encontrava, aproximou-se e lhe perguntou:


É sua esposa que jaz aqui? – Não senhor – respondeu.


Sua filha? – Não senhor.


Por acaso será um de seus filhos? – Não senhor, foi ainda a resposta.


De quem então são os restos que aqui descansam? – insistiu o ministro. O homem se levantou e respondeu:


Aqui jazem os restos do homem que morreu por mim.


Como sucedeu isso?


– Quando a guerra civil estava em seu auge, fui chamado às fileiras. Na noite anterior à minha partida, estava assentado com minha esposa que chorava e meus 4 filhos pequenos ao redor da mesa. Aconselhava-lhes como deviam viver se eu caísse morto nos campos de batalha. Suplicava aos meus filhos que fossem respeitosos com sua mãe, portando-se como filhos dignos do nome de seu pai.


Assim, enquanto todos chorávamos de emoção, entristecidos pela partida que se aproximava, alguém chamou à porta. Era meu vizinho, que ao entrar nos disse o seguinte:


– Amigo, soube que amanhã você deve se alistar no exército para participar da guerra civil. Pensando nisto cheguei à conclusão de que sua esposa e seus filhos necessitam de você.


Eu não fui chamado, porém sou solteiro; a única pessoa que depende de mim, é minha mãe idosa. Irei em seu lugar e sob o seu nome. Somente lhe peço que você cuide de minha mãe como se fora a sua própria, e que se eu cair para sempre nos campos de luta, você cuide dela até o fim de seus dias.


– Eu aceitei a proposta. No dia seguinte este meu vizinho se apresentou no exército como meu substituto, e duas semanas depois caiu mortalmente ferido num combate. Aqui está sepultado o homem que morreu em meu lugar, e por isto estou chorando agradecido em sua tumba. Ele morreu em meu lugar.


Você também gostaria de ser mais agradecido pelo sacrifício de Jesus Cristo e por Sua graça?


[2] Não deixe a sua salvação para amanhã.


[3] Busque a graça de Deus, através de Jesus Cristo.


[4] Prepare-se para a Volta do nosso Senhor Jesus.


Pr. Roberto Biagini.Via Sétimo Dia

domingo, 2 de outubro de 2011

A Lei do Espírito e os Dois Pactos (2Cor. 13)

Um estimado leitor do blog me enviou um comentário solicitando mais informações sobre as declarações de Paulo em 2Cor. 13.

Ele mencionou de um diálogo que teve com um pentecostal, o qual argumentava que a Lei do Espírito, mencionada por Paulo, era uma "substituição" à Lei de Pedra, fazendo referência aos 10 Mandamentos.

O senhor também lhe dizia que haviam dois pactos, duas alianças, e nós estamos sob a influência do 2º Pacto. Esta é uma declaração também muito conhecida, pois estas pessoas consideram que o Antigo Testamento, com todas as suas leis, perdeu o valor a partir da existência do Novo Testamento e o sacrifício de Jesus.

O que ocorre é que há uma tendência natural do movimento pentecostal, e de algumas denominações evangélicas mais tradicionais, de rejeitarem aquilo que eles consideram como sendo apropriado apenas ao Judaísmo. Fazendo isso, eles argumentam que todo o Antigo Testamento deixou de ter sentido quando do ministério sacrifical de Jesus. O que eu estranho é o fato de que, no fundo, no final das contas, este argumento só é levado em conta com relação ao 4º Mandamento - o sábado do sétimo dia.

Dificilmente encontraremos um líder pentecostal pregando em sua igreja que alguns elementos predominantemente vinculados ao AT também perderam a validade. Por exemplo:
- O dízimo
- O 2º Mandamento (que assim como o 4º, não se repete no NT, como vociferam os pentecostais)
- O criacionismo
- Os salmos e provérbios
- As histórias de conquistas militares (já perceberam como os pentecostais "adoram" usar detalhes das vidas dos líderes do AT para defenderem a teologia da prosperidade?)
- Os outros 9 Mandamentos de um modo geral

Estas pessoas parecem "esquecer" algo muito simples e inquestionável: as Escrituras que Jesus tanto defendeu não continham o Novo Testamento, pois este não existia em Sua época. Para Jesus, as Escrituras que conduzem o homem a Ele são os escritos do Antigo Testamento, o Novo é, apenas, para confirmar e ampliar o que o Antigo já determinava, profetizava e anunciava (cf. Mat. 21:42; 22:29; 26:56; Marcos 12:24; Luc. 24:27, 45; Jo 5:39, etc.).

Não é demais lembrar que o próprio Jesus já profetizou que muitas pessoas que hoje usam Seu santo nome, não fazem parte do Seu povo, por um motivo bem simples: desprezam Sua Lei (cf. Mat. 7:21-23).

2Coríntios 13

Para ajudar meu amigo leitor a esclarecer as dúvidas sobre esta passagem, vou aproveitar o que está no respectivo Comentário Adventista, disponível na Internet.

"Tábuas de Pedra"
Ou "tabuletas de pedra". Paulo contrasta as duas tábuas de pedra nas quais Deus escreveu os Dez Mandamentos no Sinai com as tabuletas de carne do coração. Não havia nada mau em que a lei de Deus estivesse escrita em pranchas de pedra, mas enquanto só estivesse escrita ali e não fora transferida às tabuletas dos corações dos homens, na prática permanecia só como letra morta. A verdade tem força vivente e ativa só quando é aplicada aos problemas da vida. Paulo antecipa aqui o que vai dizer sobre o novo pacto nos vers. 6-11. Faz-se referência à experiência do novo pacto em passagens das Escrituras como Jer. 31:31-33; Eze. 11:19-20; 36:26-27; Heb. 8:8-10.

Só Deus tem poder para chegar até o coração e escrever ali Sua lei. É mais fácil escrever Sua lei em pranchas de pedra, porque estas não têm vontade para opor-se; mas uma vez que a lei está escrita no coração, deixa de ser letra morta. O papel e a pedra são transitivos; mas não passa o mesmo com a lei escrita no coração e na vida.

Moisés descendeu do Sinai trazendo duas pranchas de pedra, evidência visível de que tinha estado com Deus, e descendeu do monte como porta-voz instituído por Deus. Embora os créditos do Paulo não eram de uma natureza tangível, não eram menos reais, pois a mesma lei divina tinha sido escrita pelo Espírito Santo no coração do apóstolo e nos corações de seus conversos. Paulo não necessitava outros créditos. Sua vida e as daqueles a quem havia levado a Cristo, constituíam uma evidência suficiente de que sua comissão provinha de Deus.

"Novo pacto"
Paulo contrasta o novo pacto com o antigo. A um o identifica com o espírito; ao outro, com a letra. Sob o antigo pacto, a reverência judia pela singela "letra" da lei virtualmente se converteu em idolatria; asfixiou o "espírito". Os judeus preferiram viver sob o domínio da "letra" da lei. Sua obediência à lei, ao ritual e às cerimônias estabelecidas, era formal e externa. A consagração e a obediência de um cristão não devem caracterizar-se por procedimentos rotineiros, minuciosas régias e complicados requisitos, mas sim pela presença e o poder do Espírito de Deus.

"Não da letra"
O contraste entre "letra" e "espírito" nas Escrituras é peculiar do apóstolo Paulo (ver Rom. 2:27-29; 7:6). A primeira é superficial; o segundo chega ao íntimo. Tanto judeus como cristãos correm o perigo de pôr ênfase na "letra", excluindo o "espírito". O AT e o NT constituem uma revelação inspirada pelo Espírito Santo (2 Tim. 3: 15-17). Deus queria que o judaísmo tivesse ambos, a "letra" e o "espírito": o registro da vontade revelada de Deus e certas formas ou ritos prescritos que se traduziram em uma experiência vivente (ver João 4:23-24); o mesmo deve acontecer no cristianismo. Os credos oficiais, a teologia teórica e as formas do culto, não têm poder para salvar aos homens do pecado.

A "letra" da lei era boa pois procedia de Deus e ficou registrada nos escritos de Moisés; mas Deus tinha o propósito de que a "letra", o registro escrito da lei, fora só um meio para alcançar um fim mais elevado: estabelecer o "espírito" da lei nos corações dos judeus. Entretanto, a maioria dos israelitas fracassaram em interpretar a "letra" da lei em termos do "espírito" da lei; quer dizer, não a converteram em uma experiência religiosa de salvação pessoal do pecado por meio da fé na expiação que proporcionaria o Mesías. Só o "espírito" da lei pode "vivificar", se trate de judeus ou de cristãos. A prática do cristianismo facilmente pode degenerar em uma "aparência de piedade " sem "a eficácia dela" (2 Tim. 3: 5). De modo que a "letra" do cristianismo "mata" aos que dependem dela para a salvação.

Nos dias de Paulo o judaísmo tinha perdido a tal ponto o "espírito" da verdadeira religião, que seus ritos religiosos eram somente "letra". Como sistema tinha perdido o poder de repartir vida a seus seguidores (ver Marcos 2:21-22; João 1:17); o cristianismo, por sua parte, ainda era jovem e forte, embora nos séculos seguintes também se degeneraria (cf. Dan. 7). De modo que quando Paulo escreveu, o judaísmo estava identificado com a "letra", e o cristianismo se identificava com o "espírito" até onde estava livre da influência do judaísmo.

Não tem nenhum fundamento o argumento de que Paulo menospreza aqui o AT e o Decálogo, pois ao escrever aos gentios que tinham aceito o Evangelho, repetidas vezes ele afirma a vigência do AT e do Decálogo para os cristãos (ver Rom. 8:1-4; 2 Tim. 3:15-17; Efés. 6:2; cf. Mat. 5:17-19). Cristo e os apóstolos não tinham outras "Escrituras" fora do AT (ver João 5:39). Os nomes de muitos fiéis que se registram em Heb. 11, junto com muitos milhares de crentes do tempo do AT, experimentaram a obra do Espírito Santo em suas vidas assim como milhares a sentiram nos dias do NT.

Cada igreja e cada credo tem sua "letra" e seu "espírito". O Evangelho de Jesus tem sua "letra" e tem seu "espírito"; mas sem o poder vivificante do Espírito Santo, o Evangelho indevidamente se converte, em qualquer igreja, em "letra" morta. Milhares e milhares que se chamam cristãos estão satisfeitos com a "letra", e permanecem completamente desprovidos de vida espiritual. O que Deus exige não é simplesmente um proceder correto, mas sim que o dito proceder seja o produto e a evidência de uma boa relação com Deus e uma ótima condição moral e espiritual. Reduzir a vida e o culto cristãos ao cumprimento de um sistema de regras sem que haja dependência do Deus vivente, é confiar no uso e o ministério da "letra". Os atos externos e as cerimônias da religião, seja judia ou cristã, nada mais são que um meio para alcançar um fim. Mas se os considera como fins em si mesmos, convertem-se imediatamente em um estorvo para a verdadeira experiência religiosa.

O mesmo com a lei de Deus, o Decálogo. O cumprimento externo de seus preceitos, em um esforço para ganhar a salvação mediante eles, é vão. A obediência tem valor diante de Deus só quando se produz como um resultado natural do amor a Deus e ao próximo (ver Mat. 19:16-30). No Sermão do Monte nosso Senhor destacou o princípio de que a obediência à "letra" da lei sem o "espírito" de obediência, não alcança a norma de justiça divina (ver Mat. 5:17-22). Contra o que afirmam certos expositores modernos das Escrituras, o "espírito" da lei não invalida sua "letra". Por exemplo, Jesus ordenou a Seus seguidores, apoiando-se no sexto mandamento, que não se zangassem contra seus irmãos (Mat. 5: 22), mas com isso não autorizou a ninguém para que violasse a letra do mandamento matando a seu próximo. É óbvio que o "espírito" do sexto mandamento não ocupa o lugar de sua "letra", mas sim complementa a letra e a magnifica (ver Isa. 42:21). O mesmo pode dizer-se dos outros nove preceitos do Decálogo, inclusive o quarto (ver Isa. 58:13; Marcos 2:28).

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Conclusão

Vemos, mais uma vez, que não há nenhuma contradição na Bíblia. O mesmo Deus do AT é o Deus do NT, por isso não pode haver "duas leis" mutuamente excludentes. Deus é um Deus de ordem, justiça e eternidade.

Assim como Paulo, os Adventistas também crêem e ensinam que não há salvação na guarda dos mandamentos. A graça é o único, eficaz e pleno meio a se alcançar o perdão dos pecados e a vida eterna. Mas, assim como o apóstolo da graça, não podemos aceitar que a graça seja inimiga da obediência.

Somos salvos unicamente pela fé, mediante a graça de Cristo... mas para vivermos uma vida de santidade e obediência, que se expressa, também, na guarda dos mandamentos, não como "meio" de salvação, mas sim como um "fruto" da salvação que já foi conquistada.

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efés. 2:8-10).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

É possível um não-religioso ser salvo?


Várias passagens bíblicas e declarações de Ellen White confirmam que entre os gentios existem pessoas sinceras que servem a Deus sem um conhecimento explícito da revelação bíblica. Por exemplo, o apóstolo Paulo, após asseverar que “para Deus não há acepção de pessoas” (Rom. 2:11), esclarece: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos” (Rom. 2:14). Mesmo não dispondo da revelação escrita, essas pessoas se demonstram obedientes às impressões do Espírito Santo sobre a própria consciência individual. Ellen White aborda o mesmo assunto nas seguintes declarações:  "O divino plano de salvação é amplo bastante para abranger o mundo todo. Deus anseia por insuflar na prostrada humanidade o fôlego da vida. E Ele não permitirá [que] fique desapontada qualquer alma que seja sincera em seu anelo de algo mais elevado e mais nobre que aquilo que o mundo possa oferecer. Constantemente está Ele enviando os Seus anjos aos que, conquanto rodeados por circunstâncias as mais desencorajadoras, oram com fé para que algum poder mais alto que eles mesmos tome posse deles, dando-lhes libertação e paz.” – Profetas e Reis, págs. 377-378. “Aqueles que Cristo louva no Juízo, talvez tenham conhecido pouco de teologia, mas nutriram Seus princípios. ... Há, entre os gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi levada por instrumentos humanos; todavia não perecerão. Conquanto ignorantes da lei escrita de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria. Suas obras testificam que o Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos como filhos de Deus.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 638. “Onde quer que haja um impulso de amor e simpatia, onde quer que o coração se comova para abençoar e amparar os outros, é revelada a operação do Santo Espírito de Deus. Nas profundezas do paganismo os homens que não tiveram conhecimento da lei escrita de Deus, que nunca ouviram o nome de Cristo, têm sido bondosos com Seus servos, protegendo-os com o risco da própria vida. Seus atos mostram a operação de um poder divino. O Espírito Santo implantou a graça de Cristo no coração do selvagem, despertando nele a simpatia contrária à sua natureza e à sua educação. A ‘luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo’ (João 1:9), está-lhe brilhando na alma; e esta luz, se atendida, lhe guiará os pés para o reino de Deus.” – Parábolas de Jesus, pág. 385. Algumas pessoas poderiam ser tentadas a imaginar que, se “o divino plano de salvação é amplo bastante para abranger o mundo todo” (inclusive os gentios), então não haveria mais necessidade de se pregar o evangelho, pois as pessoas sinceras seriam salvas independentes de conhecerem ou não o plano da redenção. Mas essa suposição não é aceitável, uma vez que a ignorância da verdade é contrária aos propósitos divinos, e a proclamação do evangelho não se restringe apenas àqueles que já são sinceros. Vários textos bíblicos enfatizam a necessidade de se conhecer e proclamar a verdade bíblica a todos os seres humanos. Por exemplo, Mateus 4:4 (cf. Deut. 8:3) assevera que “não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Por sua vez, João 16:13 acrescenta que a obra do “Espírito da verdade” é guiar os seguidores de Cristo “a toda a verdade”, definida como a pessoa de Cristo (João 14:6) e a palavra de Deus (João 17:17). Conseqüentemente, o mesmo Espírito da verdade também capacita os genuínos cristãos a ensinarem os novos “discípulos de todas as nações” a “guardar todas as coisas” que Cristo ordenou (Mat. 28:18-20). A promessa bíblica é que finalmente “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hab. 2:14; ver também Isa. 11:9; Efé. 4:11-14). Enquanto essa plenitude de conhecimento não for atingida, Deus continuará usando instrumentalidades humanas imbuídas pelo poder do Seu Espírito na missão de compartilhar o evangelho a toda criatura sobre a face da terra. O Espírito Santo, cuja missão é convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8), atua mesmo na consciência daqueles que não tiveram a oportunidade de ouvir as boas novas da salvação em Cristo. Os que vivem em conformidade com a luz da verdade a que tiveram acesso, ainda que esse conhecimento seja incipiente, não serão desapontados. Eles serão súditos do reino eterno. 

Fonte: Alberto R. Timm, Revista do Ancião, jul-set de 2004. Editado por Hendrickson Rogers.

domingo, 31 de julho de 2011

Até quando Satanás teve oportunidade para se arrepender?


Algumas pessoas crêem que o tempo da graça para Satanás só se esgotou na cruz (João 19:30), pois ainda nos dias de Jó ele participou com “os filhos de Deus” de uma reunião “perante o Senhor” (Jó 1:6-8). Mas a descrição desse episódio não sugere que a reunião haja ocorrido necessariamente nas cortes celestiais, e muito menos que Satanás, depois de expulso do céu (Apoc. 12:7-9), ainda tivesse acesso à salvação.

Ellen White esclarece que o tempo da graça para Satanás e seus anjos esgotou-se com a expulsão deles do céu. Ela declara que “Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás”, e que “reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse”, mas ele jamais aceitou os apelos da misericórdia divina (O Grande Conflito, págs. 495 e 496). Havendo perdido sua posição nas cortes celestiais, Satanás ainda solicitou para ser readmitido no céu, mas Cristo lhe disse que isto seria impossível. O próprio Satanás deixou a presença de Cristo “plenamente convencido de que não havia possibilidade de ser reintegrado no favor de Deus” (História da Redenção, págs. 27).

De acordo com a Sra. White, após os anjos caídos deixarem o céu, “não havia possibilidade de esperança de redenção para estes que haviam testemunhado e compartilhado da glória inexprimível do Céu, tinham visto a terrível majestade de Deus e, em face de toda esta glória, ainda se rebelaram contra Ele. Não haveria novas e maravilhosas exibições do exaltado poder de Deus que os pudessem impressionar tão profundamente como aqueles que já haviam testemunhado.” (No Deserto da Tentação, págs. 25 e 26).

Alberto R. Timm (publicado na revista do ancião em abr – jun 2003)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Lei e Graça: Antes da Cruz e Depois da Cruz


 

Pré-Cruz ou Pós-Cruz?

Mas – vem a objeção – Paulo não disse claramente aos romanos, que não estavam mais “debaixo da lei” mas “debaixo da graça?” Sim, disse. Mas com tais expressões queria ele acaso dizer que não necessitamos guardar os mandamentos contra o adultério, a idolatria, o homicídio, o roubo, a mentira, etc., enfim o conteúdo do Decálogo?
De modo nenhum, pois os argumentos narrados na mesma epístola são contrários a essa desastrosa conclusão. Leia por exemplo os capítulos de Romanos 3:31; 7:12 e 14; 7:22 e outras passagens. Analisaremos, com muita atenção, o verdadeiro sentido da expressão de Paulo. Qual o assunto que Paulo tinha em mente ao escrever aos crentes de Roma?
Estaria ele querendo diferenciar a lei do Velho Testamento e a lei do Novo Testamento? Não! Queria ele estabelecer conflito ou contradição entre a lei e graça? Também não! Estaria indicando várias maneiras de salvação? Não!! Romanos 3:31.
 Então a que se referia o apóstolo, ao dizer “debaixo da lei” e “debaixo da graça”?
 Referia-se à mudança do que ocorre no indivíduo por ocasião de sua conversão, mudança do “velho homem” para o “novo homem”, do pecado para a santidade, da condenação fatal para a graça livradora.
Paulo está se dirigindo a homens crentes, a cristãos batizados, a homens convertidos. Não a ímpios, pagãos ou a transgressores da lei divina. Leia Romanos 6:1 a 5. E prossegue o verso 6: “sabendo isto que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não mais sirvamos o pecado”. Claro como a luz que o capítulo se refere à conversão e não à mudança de dispensações. Notemos cuidadosamente o que ele diz: “assim também considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:11).
A respeito de quem se afirma isso? Somente a respeito do homem convertido – membros da igreja de Roma, que não mais transgrediam a Lei, pois viviam em harmonia com ela. Paulo os exorta a não mais volverem ao pecado. “Não reine, portanto o pecado, em vosso corpo mortal…” (v. 12). Pecado – como define a Palavra de Deus – é transgressão da Lei [Dez Mandamentos] (I João 3:4). Paulo está exortando os romanos a não se deixarem arrastar pelas paixões carnais, voltando assim a transgredir a Lei de Deus. E no (v. 14): “Porque o pecado não terá domínio sobre vós… Por quê? Por que a lei foi abolida? Não. Mas porque já tinham abandonado o pecado, cessaram de transgredir a Lei.
O próprio argumento de Paulo mostra, de modo inequívoco, que era precisamente isto que ele queria dizer. “…o pecado não terá domínio sobre vós, porque não estais debaixo da lei (não mais a transgredis, não estais mais sujeitos à sua condenação, não colocais debaixo dela como antes) mas debaixo da graça (do favor imerecido que Deus vos concedeu de serdes redimidos por Cristo).”
 O sentido exato e completo do v.14 é este: “tendo abandonado os vossos pecado, tendo cessado de quebrar a Lei, tendo crido em Cristo e sendo batizados, vós agora não sois mais governados pelos pelo pecado ou pelas paixões, nem sois condenados pela Lei, porque achastes graça à vista de Deus, que vos concedeu este favor imerecido, e os vossos pecados foram apagados.”
Claríssimo! Portanto, não estar debaixo da lei, é não estar sobre a sua condenação. Não há conflito entre Lei e Graça. “Por quê? Pecaremos (isto é transgrediremos a lei) porque não estamos debaixo da lei (da sua condenação) mas debaixo da graça (do favor divino)? De modo nenhum.” Portanto, a própria conclusão do apóstolo Paulo destrói inteiramente a tese de um suposto conflito entre Lei e Graça. Mesmo porque se “não estar debaixo da lei” significa que não devemos obedecer-Lhe, segue-se portanto que podemos transgredir-la à vontade. Porém Paulo destrói imediatamente esta idéia blasfema com um categórico “De modo nenhum!”.
Credenciada autoridade evangélica sentenciou, com relação a Romanos 6:14: “A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela.” 1
Outra passagem – muito ao gosto dos negadores da lei – é Gálatas 5:18: “… se sois guiados pelo Espírito não estais debaixo da lei.” Também neste caso, quais os que não estão debaixo da lei? Somente os que são guiados pelo Espírito, ou seja convertidos, os fiéis, os crentes, os que não seguem as concupiscências, os que não transgridem a Lei de Deus – em suma os que não cometem pecado. Os ímpios os pecadores não são guiados pelo Espírito, por isso eles estão debaixo da lei, da sua condenação, porque as transgridem. Não há aí a mais leve alusão de abolição da Lei de Deus. Só uma interpretação obtusa conduziria a tal conclusão.
Consideremos agora a absurda interpretação de alguns. Dizem que pela expressão “não estamos debaixo da lei” Paulo quis dizer que a lei foi abolida e, portanto, não precisamos mais cumprir os seus preceitos. Passou a lei, sua época e sua função – segundo dizem. Ora, se isto é verdade, então ninguém está debaixo da lei, quer seja ou não guiado pelo Espírito. Daqui não há como fugir. Mas Paulo combate este erro, declarando explicitamente que a fim de não estarmos debaixo da lei, temos que ser guiados pelo Espírito.
A idéia de se estar “livre da lei” e de sua obediência não é nova. Ela surgiu, pela primeira vez, em 608 A.C., aproximadamente, nos tempos do profeta Jeremias. Naquele tempo, este argumento indigno foi empregado pelo rebelde povo de Judá a fim de justificar a sua transgressão da lei de Deus. Consulte-se, de preferência nas versões Brasileiras ou Trinitária, a repreensão de Deus ao Seu povo, em Jeremias 7: 8 a 10: “Eis que vos confiais… furtareis, matareis, adulterareis… e direis: fomos livrados a fim de fazer todas estas coisas.”
 Um fato inegável: os cristãos de qualquer denominação crêem que eles não devem jurar, matar, furtar, mentir, cobiçar, etc. Em outras palavras, crêem que devem guardar os mandamentos. Os adventistas crêem o mesmo, com a diferença que o fazem em relação a todo o Decálogo, incluindo necessariamente o quarto mandamento.
Ora, se nós, os Adventistas do Sétimo Dia, estamos “debaixo da lei” porque cremos na guarda dos Dez Mandamentos, então os demais cristãos estão nove décimos (ou noventa por cento) debaixo da lei, pelo fato de guardarem nove preceitos do Decálogo. “Coerência, és uma jóia.”
Outro fato de suma gravidade: costuma-se usar a expressão “não estar debaixo da lei” mas “debaixo da graça” unicamente para se “justificar” a desobediência ao quarto mandamento. Ninguém a emprega para justificar a quebra de outros mandamentos do Decálogo. Cremos honestamente que aqueles que a usam para fugir a guarda do sábado, não sentem nenhum desejo de roubar, matar ou adulterar. Certamente que essas coisas lhes causam horror. Mas, com tal atitude, apenas provam que não é o mandamento de Deus que os inibe de fazer de adulterar, matar, cobiçar, etc., mas sim a educação que receberam, a vigilância social e a opinião pública. Se a prática desses horríveis pecados fosse coisa aceita (como o eram em alguns ritos bárbaros), então não hesitariam em dizer que praticariam tais coisas porque “não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça”.
 A tal extremo conduz o anominianismo, servindo-se de suas bases capciosas de argumentação. Note-se que há índios e nativos canibais que matam impiedosamente e a sua consciência não os acusa. Erro grosseiro é supor que a guarda dos mandamentos é questão de consciência. A religião cristã não se baseia na consciência, mas é uma religião revelada. Está escrito o que devemos fazer, e o que devemos evitar de fazer e isto é cumprido quando o Espírito nos toca o coração. A consciência, muita vezes, mesmo crendo estar sendo dirigida por Deus, acomoda-se. A consciência não é um guia seguro. O seguro está na revelação. Vamos cumpri-la. A Escritura tem muito a dizer sobre a consciência, como base precária e enganosa. A Bíblia fala de “consciência cauterizada” (I Timóteo 4:2), consciência “fraca” (I Coríntios 8:7). Somente a revelação divina não se cauteriza nem se enfraquece. É inalterável porque o seu elemento é só divino.

Referências

1. Vincent, Word Studies, vol. 3, pág. 11.
Fonte: Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 16

Lei e Graça no Mundo Religioso



“No mundo religioso tem sido ensinada uma doutrina de graça tão errônea que não é nada menos que uma doutrina de desgraça. O Salvador tem sido mais apresentado como Alguém que nos livra de guardar os Mandamentos de Deus, do que Aquele que nos salva de os transgredir. Uma chamada fé dessa espécie tem sido apresentada como substituto da obediência à santa Lei de Deus.” 1
É deveras lamentável que o mundo chamado cristão apresente um tipo de graça que tem mais o sentido de indulgência ou de um manto acobertador de certas iniqüidades do que propriamente o dom divino que consiste em amorável oferecimento de salvação aos transgressores da Lei Moral.
A tecla surradíssima da lei contra a graça [a maior deturpação teológica dos tempos] é insistentemente batida por muitos. Chama-se a isto dispensacionalismo, que pretende definir duas épocas distintas, uma da lei, outra da graça – idéia que hoje é desprezada pelos mais cultos pesquisadores do Livro Santo. Afirma-se que a lei foi abolida e substituída pela graça. Afirma-se que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça, dando a entender que uma coisa destruiu a outra. Como vamos demonstrar, só mesmo uma irremediável vesguice teológica poderia estabelecer contradição entre a lei e a graça, ou entre a lei e o evangelho.
Precisamos considerar o legítimo conceito da graça. Não vamos entrar em terreno especulativo. Não consideraremos, por exemplo, a graça “universal” como a entendia Wesley; nem o conceito restrito de Armínio ou a singular graça “da criação”, defendida por Pelágio. Para maior luz do assunto, temos que nos distanciar desses backgrounds teológicos discordes e até rebarbativos. Vamos analisar a deturpação do conceito de graça, como se observa nos dias atuais, para “justificarem” a não-observância dos mandamentos de Deus.

O que é graça?

Responde, com propriedade, o teólogo A. H. Strong: “A graça é favor imerecido concedido aos pecadores.” 2
É uma atitude de liberdade divina, generosidade inefável, concedendo-nos a salvação como um dom, já que estávamos irremediavelmente condenados. É uma oportunidade conferida aos pecadores e que tem o sentido de uma dívida perdoada, de um perdão concedido, de uma libertação sem paga, de um jugo desatado, de uma carga retirada dos ombros. Graça é a mais alta expressão do amor de Deus, que se tornou objetiva no sacrifício oblativo de Jesus em favor dos pecadores, ou seja, da transgressão da lei divina.
 A lei é existente. Condena. E justamente porque ela traz condenação e não provê salvação, temos que apelar para a graça. Definindo a relação entre a lei e a graça, disse Agostinho: “A Lei é dada para que a Graça possa ser exigida; a Graça é concedida para que a Lei possa ser cumprida.” 3
→ “A graça, contudo, não deve ser entendida como se ab-rogasse a lei, mas sim como reafirmando-a e estabelecendo-a (Romanos 3:31 ‘estabelecemos a lei’). A graça assegura o perfeito cumprimento da lei, removendo da mente de Deus os obstáculos ao perdão, e habilitando o homem a obedecer (Romanos 8:4 ‘para que a justiça da lei se cumpra em nós’).” 4
→ “Assim a revelação da graça, conquanto esta compreenda e inclua em si mesma a revelação da lei, acrescenta algo diferente em espécie, a saber, a manifestação do amor pessoal do Legislador. Sem a graça, a lei tem apenas um aspecto exigente. Somente em harmonia com a graça, ela se torna ‘a lei perfeita da liberdade’ (Tiago 1:25).” 5
E a Lei mencionada por Tiago 2:10 a 12 é insofismavelmente o Decálogo.
De fato, como foi dito, se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções:
“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.” (Romanos 16:25 a 27)
→ É errôneo crer que, depois de Cristo, a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulo-a, destruiu-a. É errôneo afirmar que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. Infelizmente é assim que muitos entendem o “estar debaixo da lei” e o “estar debaixo da graça”, realçando que a graça existe da morte de Cristo para cá. Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto, porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça.
E se a graça não existia antes da cruz, segue-se que os pecadores que viveram nos tempos patriarcais e posteriores não se salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou – como querem alguns – os pecadores do Velho Testamento se salvaram pelas obras da lei. Forçoso é convir que o Céu estará dividido em dois grupos: um grupo a proclamar altissonantemente ter-se salvado pelos seus méritos e esforços, por terem guardado a lei (e isto seria um insulto a Jesus, um ultraje ao Seu sacrifício e ao Seu sangue), ao passo que o povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores de Cristo, que lhes deu a vida eterna.
Seria isso possível? Seria concebível? Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça, separados pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus. Tal conceito é blasfemo e deve ser rejeitado. A verdade é bem outra. Diz a Bíblia que a graça vem de “tempos eternos” (Romanos 16:25).
Que o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8), e que “a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (II Timóteo 1:9). Portanto, os pecadores sobe o Velho Testamento também se salvaram pela graça. Como afirmar que veio depois da cruz?
• Abraão foi salvo pela graça. (Gálatas 3:8; Romanos 4:3)
• Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. (Romanos 4:6)
A graça esta estendida a todos os homens. (Tito 2:11 a 15; Romanos 5:18) Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gênesis 3:15, mas um dia será retirada (Apocalipse 7:2 e 3; Apocalipse 15:8). Cessará então de vigorar. Em matéria de salvação todos os homens, em todos os tempos estiveram debaixo da graça. Em Hebreus 11 se alinham os vultos exponenciais do Velho Testamento que agiram, viveram e se salvaram pela fé. Os sacrifícios de cordeiros e oferendas que o Israel fazia na antigüidade, simbolizavam a sua fé no futuro Messias – verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Eram a maneira de expressar a fé em Cristo. Não expressavam obras mas fé.
 No Céu só haverá uma classe de pessoas: a dos salvos pelo Cordeiro. Eis a descrição dos remidos, na bela antevisão joanina: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.” (Apocalipse 5:9). Portanto a graça abrange TODOS os períodos da História.
Referências
1. O Que Vale Mais do que o Dinheiro, série V.A., pág. 1.
2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779.
3. Citada em Paul and The Law, Charles D. Utt.
4. A. H. Strong, op. cit., pág. 548.
5. Idem, pág. 549.
Fonte: Artigo extraído do Livr oO Selo de Deus na Lei, no capítulo 15

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os Dois Concertos

Paulo estabelece em II Coríntios 3, um contraste entre dois Concertos, a saber:


dois concertos

O Velho Concerto, foi com sangue de animais (Hebreus 9:19 e 20). O Novo Concerto foi com o sangue de Jesus.

A base fundamental destes dois Concertos foi uma só: Os Dez Mandamentos, chamados de Lei Moral. A função da Lei é revelar o pecado (Romanos 7:7). O objetivo da Lei é levar o homem a Cristo. (Romanos 2:13).

Jesus no Templo

II Coríntios 3:3 - “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.”

Tábuas de “pedra e de carne”: Isto é uma metáfora, para comparar os dois Concertos. Leia o que diz o profeta, nas palavras seguintes:

Jeremias 31:31 a 33 - “Eis que vem dias, diz o Senhor, em que fareis um Concerto Novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o Concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram o Meu Concerto, apesar de Eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o Concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor:

‘Porei a Minha Lei no seu interior, e a escreverei no seu coração: e Eu serei o seu Deus e eles serão Meu povo.”

Deus está falando de um Novo Concerto e Se refere à mesma Lei que escreveu com o Seu dedo no Sinai. Portanto, nada há de indicativo do cancelamento da Lei Moral. Observe:

Ezequiel 11:19 e 20 - “E lhes darei um mesmo coração e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei de sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne. Para que andem nos Meus estatutos, e guardem os Meus juízos (leis), e os executem; e eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus.”

Hebreus 8:10 - “Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as Minhas Leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e Eu serei por Deus, e eles Me serão por povo.”

No Novo Concerto, a Lei de Deus seria impressa não em pedra, mas em carne (no coração). Isso prova que jamais seria abolida. Sem sombra de dúvida, sob o evangelho, só pode participar do Novo Concerto que tenha conhecimento da Lei de Deus, pois ela será colocada no coração do crente.

O que é concerto?


Diz o dicionário ser: Combinação, acordo. Concerto não é uma Lei, mas um pacto normativo entre duas pessoas. Neste caso, com o povo de Deus, os cristãos. E a norma ou base é a Lei Moral.

Se Deus acabar com o objeto (norma/base) do Seu acordo, como saberá se a outra parte (nós) está cumprindo o acordo?

Qual legislador executará a sentença se não possuir uma lei reguladora?

Quando Deus julgar o mundo (João 12:47, Atos 17:31), o fará através desta Lei (Tiago 2:12). Como faria, estando cancelada?

Por conseguinte, o problema de II Coríntios 3 não é o cancelamento da Lei de Deus, porque o próprio Paulo diz que a fé não anula a Lei ( Romanos 3:31). Em nenhuma hipótese ou circunstância a Lei Moral pode ser abolida, porque ela é base, o fundamento do governo de Deus no presente e o será no futuro, para todos os Seus súditos fiéis e leais.

“Ministério da Morte” - (II Coríntios 3:7)
“Ministério da Condenação” - (II Coríntios 3:9)

“Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hebreus 9:22). Se alguém transgredisse a Lei Moral deveria morrer. Todavia, o pecador poderia conseguir um substituto para assumir o seu lugar.

O Velho Concerto foi estabelecido nesta base: “A alma que pecar, esta morrerá” (Ezequiel 18:20). A Lei realiza sua função (ministério da condenação). Ao revelar o pecado, exige a morte do pecador (ministério da morte).

Quando pecava (transgredindo a Lei de Deus), o que, então, fazia o pecador? Adquiria um cordeiro sem defeitos físicos e o levava ao sacerdote para ser morto pelo seu pecado. Hoje a base (Lei Moral – único instrumento que revela o pecado) continua a mesma, apenas, o sacrifício é melhor. O Cordeiro é Jesus, o “Cordeiro que tira o pecado do mundo” (João 1:29).

“Letra que Mata” – (II Coríntios 3:6)


A função (ministério) da Lei era definida. Sua “letra que mata”, resultava evidentemente em morte para os transgressores. Hoje, porém, a função (ministério) da Lei continua, mas “baseada na justiça de Cristo através da ação do Espírito Santo no coração do pecador, resulta em vida.”

Assim, “o primeiro ministério foi letra mortal, por inadimplemento por parte do povo. O último, ‘Espírito que vivifica’, por ser Cristo que habilita o homem a obedecer.” Em ambos os Concertos, nada sugere a abolição da Lei de Deus.

“Foi Abolido” – (II Coríntios 3:14)


Quanto ao que foi “abolido”, é claro, foi o Velho Concerto e não a Lei de Deus. O Novo Concerto permanece, e a Lei Moral como sua eterna base, continua em vigor. Enquanto houver o pecado, a Lei terá que existir. Ela é o mais perfeito instrumento que Deus possui para revelar o pecado. Mas, indagará alguém: Estaria Deus circunscrito a uma Lei para definir o pecado?

O que é pecado?


Você pode dizer: beber, fumar, falar palavrão são pecados. Sim! Mas Deus em Sua suprema sabedoria, enfeixou todo o pecado, sob quaisquer espécie, nome ou títulos, em Dez Mandamentos. Por isso a melhor definição para o pecado é bíblica:

“Pecado é transgressão da Lei de Deus.” (I João 3:4). Por isso, a Lei só perderá seu valor quando o pecado acabar.

” Em Glória” – (II Coríntios 3:10)


O Sinai foi envolvido em glória quando Deus proclamou a Lei. Porém, maior glória viu a Terra quando Cristo desceu do Céu para “salvar o povo dos seus pecados” (Mateus 1:21). A glória de Jesus no Sinai, produziu reflexos no rosto de Moisés, que precisou cobri-lo com um véu. Mas, a glória de Jesus em pessoa na Terra, visível e palpável entre os homens, empalideceu a glória do Sinai.

Cristo exaltou a Sua Lei (Isaías 42:21), libertando-a da grande quantidade de tradições (39 classes de regulamentos impostas pelos rabis), que levavam as pessoas a considerá-la fardo pesado. Ele esclareceu-a, explicou-a, honrou-a e obedeceu-a. Jesus tornou-a muito mais gloriosa. E quando pediu que orássemos para não transgredir o Sábado (Mateus 24:20), Jesus demonstrou, de fato, ser uma Lei por demais gloriosa.

O texto de II Coríntios 3, menciona duas palavras que muitos cristãos sinceros aplicam à Lei de Deus, equivocadamente. Ei-las:

Abolido - Está claro que é o Velho Concerto.
Transitório - Esta palavra não pode referir-se à Lei Moral, porque:

1. Paulo em nenhum lugar da Bíblia falou contra ela.
2. Paulo, dezenas de vezes realça a santidade, legitimidade, utilidade e necessidade dela.
3. O Senhor Jesus mencionou cinco dos Dez Mandamentos dessa Lei, para o jovem rico, dizendo-lhe da necessidade de observá-la, para entrar na vida eterna. (Mateus 19:16 a 19).
4. Na Nova Terra (Isaías 66:22 e 23), o Sábado será eternamente o Dia do Senhor.
5. Deus não se contradiz.
6. A grande maioria dos cristãos não admite o cancelamento de Nove Mandamentos desta Lei, mas apenas um (4.º Mandamento).
7. Deus não daria uma lei nas circunstâncias que fez, para depois dizer que foi cancelada ou que só valeria para um povo, uma época ou ocasião.
8. Na Lei, especificamente no quarto mandamento, está o selo de Deus, isto é: Seu nome: “Senhor teu Deus”. Seu cargo ou posição: “Fez os Céus e a Terra”. Território sobre que domina: “Os Céus e a Terra”. Abolindo a Lei de Deus, a idolatria se generalizaria na proliferação de deuses.

O texto de II Coríntios 3, apresenta apenas a função da Lei. Paulo jamais poderia concluir pela ab-rogação dela neste texto isolado, senão contraditaria dezenas de outros textos seus, que exaltam a Lei de Deus. Portanto, transitório e fadado a extinção foi o Velho Concerto que abrigava o Sistema Sacrifical.

Charles Spurgeon: “Antes de vir a fé, éramos mantidos sob a lei, retidos dentro da fé que depois se revelaria. Por essa causa a lei era nosso aio para conduzir-nos a Cristo, a fim de sermos justificados pela fé. Digo-vos que, pondo de parte a lei, despojastes o evangelho de seu auxiliar mais competente. Tiraste dele o aio que leva os homens a Cristo. Eles nunca aceitarão a Graça sem que tremam perante uma lei justa e santa. Por conseguinte, a lei serve ao mais necessário e bendito propósito, e não deve ser removida do lugar que ocupa.” – C. H. Spurgeon, The Perpetuity of the Law of God, pág. 11.

Willian Carey Taylor: “Seria uma bênção se cada púlpito do mundo trovejasse ao povo a voz divina do Decálogo, pois a lei é o aio para guiar a Cristo.” – W. C. Taylor, Os Dez Mandamentos, pág. 5.

Perceba este detalhe:


II Coríntios 3:13 – “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório.”

Por que o véu era posto sobre o rosto de Moisés e não sobre as tábuas de pedra?

A Lei de Deus é fato consumado em toda a Bíblia, e confirmado por todos os escritores bíblicos, inclusive o próprio Paulo.

Portanto, isto não é forte argumento para se concluir que o que era transitório foi o reflexo de glória que ficou na face de Moisés?

II Coríntios 3:14 e 15 - “… Porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Concerto (nunca Velho Testamento), o qual por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.”

“Deles” quem? – Paulo esta se referindo aos “judaizantes”.

Paulo escreveu esta epístola em 52-54 d.C., nesta ocasião os judeus teimavam em praticar o ritual (lei Cerimonial) que por Jesus foi abolido ao morrer no Calvário. Somente no ano 70 com a destruição do Templo pelos romanos é que cessou “definitivamente” o que fora transitório. Este texto de II Coríntios 3, jamais financia a abolição de 39 livros da Bíblia, como afirma em seu livro, o pastor pentecostal Antenor Santos de Oliveira. Nele Paulo realmente se refere à  Lei Moral escrita em tábuas de pedra, porque ela era, e é o único instrumento que Deus tem para revelar o pecado. Paulo diz claramente que o que foi abolido é o Velho Concerto e não o Velho Testamento.

Semelhanças entre os dois concertos:


Ambos são chamados concertos.
Ambos foram ratificados com sangue.
Ambos foram feitos com base na Lei de Deus.
Ambos foram feitos com o povo de Deus.
Ambos foram estabelecidos sobre promessas.

“… Moisés mesmo estava inconsciente da brilhante glória que irradiava da face, e não sabia porque era que os filhos de Israel fugiam dele quando se lhes aproximava. Chamou-os para junto de si, mas não ousavam olhar para aquela face glorificada. Quando Moisés percebeu que o povo não lhes podia mirar o rosto, por causa de sua glória, cobriu-o com o véu.

A glória do rosto de Moisés era muitíssimo penosa para os filhos de Israel, por motivo de sua transgressão da santa Lei de Deus. Isto é uma ilustração dos sentimentos dos que violam a lei divina. Desejam remover dela sua luz penetrante, que é um terror para o que a transgride, ao passo que para os leais ela se afigura santa, justa e boa. Apenas os que têm justa consideração para com a Lei de Deus podem estimar devidamente a expiação de Cristo, tornada necessária pela violação da Lei do Pai.” - Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág 232.

Os Verdadeiros Obedientes Não Cairão


“Mas quando o mundo anular a Lei de Deus, qual será o efeito sobre os que são verdadeiramente obedientes e justos? Serão levados pela forte corrente do mal? Porque tantos se enfileiram sob a bandeira do príncipe das trevas, hão de os que guardam os Mandamentos de Deus apartar-se de sua fidelidade? Nunca!

Nem um dos que permanecem em Cristo falhará ou cairá. Seus seguidores curvar-se-ão em obediência a uma autoridade superior à de qualquer potentado terrestre. Ao passo que o desprezo lançado sobre os Mandamentos de Deus leva muitos a suprimir a verdade e mostrar por ela menos reverência, os fiéis hão de com maior zelo manter erguidas suas verdades distintivas. Não somos deixados a nossa própria direção.

Devemos reconhecer a Deus em todos os nossos caminhos, e Ele dirigirá nossas veredas. Devemos consultar-Lhe a Palavra em humildade de coração, pedir-Lhe o conselho, e submeter nossa vontade à Sua. Nada podemos fazer sem Deus.” - Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 368.
Fonte: Artigo extraído do livro "O Selo de Deus na Lei", no capítulo 7

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