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domingo, 15 de abril de 2012

"Ai se eu te pego” embala procissão na Semana Santa

Cada vez mais Babilônia me surpreende com suas heresias e blasfêmias contra Deus!
Uma confraria religiosa da cidade espanhola de Alhuma de Murcia resolveu usar a música "Ai se eu te pego", do cantor Michel Teló para animar uma procissão de Jesus ressucitado durante as celebrações da Semana Santa.
Conforme mostra o vídeo abaixo, as pessoas que erguiam a imagem fizeram Jesus "dançar" ao som do hit de Teló. Não é a primeira vez que a confraria comete uma heresia do gênero: ano passado a procissão foi embalada ao som da canção espanhola "Paquito Chocolatero"

via Yahoo notícias

domingo, 4 de março de 2012

A Justificação Católica para Mudar o Sábado para o Domingo

Vejam a justificação católica para a mudança do sábado para o domingo… O pior é que os evangélicos aceitam as ordens do papa e guardam o domingo que é um sinal da autoridade papal. O sinal entre Deus e o Seu povo está escrito em Ezequiel 20:20; 12:20.

Clique para ampliar



Este material IMPRIMATUR… É genuinamente católico.

Nesta página vemos e comprovamos a origem das doutrinas católicas: Doutrinas de homens.

Que argumento interessante… A Igreja Católica “achou conveniente”… E como fica a vontade de Deus? E como fica o que Deus escreveu em tábuas de pedra? Que coisa… Como podem ter a “coragem” de reescrever a Palavra de Deus.

Fica uma pergunta: O fato dos protestantes dizerem que seguem as Escrituras e seguirem na realidade o que o papa ensina… Acham eles que estão desvinculados da Igreja Católica, mas, no fundo estão todos unidos na adoração ao poder papal.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Como surgiu o dogma católico da veneração de Maria?


O Novo Testamento deixa claro que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria quando ela ainda era virgem (Mt 1:18-25; Lc 1:26-56; 2:1-7). Mas a igreja apostólica jamais atribuiu a Maria qualquer função especial junto à comunidade dos crentes. No entanto, várias teorias especulativas a respeito de Maria começaram a se infiltrar no cristianismo pós-apostólico. Justino Mártir, Irineu e Tertuliano sugeriam que, como Eva havia sido a fonte do pecado e da morte, Maria trouxe a bênção da redenção ao mundo. Não demorou muito para que se consolidasse também a noção da perpétua virgindade de Maria.


No Concílio de Éfeso (431), Maria foi declarada “mãe de Deus” (grego Theotokos), o que ajudou a estimular a crescente veneração da Virgem Maria através de cultos e orações a ela dedicados. Mas foi, sem dúvida, a oração da “Ave Maria”, originária do século 11, que mais contribuiu para popularizar essa veneração. Philip Schaff declara que durante a Idade Média “a veneração de Maria degenerou-se gradualmente na adoração de Maria”, a ponto de suplantar a própria “adoração de Cristo”.


A teoria da imortalidade natural da alma proveu o embasamento necessário para abrigar o dogma católico da assunção de Maria. Na Idade Média difundiu-se a crença de que a alma de Maria teria sido levada para o Paraíso logo após a sua morte; mas, quando o seu corpo estava para ser sepultado, Jesus o buscou a fim de ser reunido com a alma dela. Como se isso não bastasse, Maria passou a ser considerada como exercendo a função de mediadora humana junto ao trono de Cristo, através da qual os seres humanos poderiam ter acesso à majestade divina e obter graça especial. Em 1854, o papa Pio IX decretou o dogma da Imaculada Conceição de Maria, sugerindo que ela “foi preservada imune de toda mancha do pecado original”.


A veneração de Maria continua ocupando um lugar central na teologia católica romana. O novo Catecismo da Igreja Católica (publicado em 1992) corrobora a crença: “Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu sua função materna em relação aos membros de Cristo.” E mais: “Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente… Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna.”


A revista Newsweek de 25 de agosto de 1997 revelou que “um crescente movimento na Igreja Católica Romana” estava sugerindo que o papa aprovasse um novo dogma reconhecendo Maria como co-redentora com Cristo. Naquela ocasião, o papa já havia recebido em apoio a essa proposta “4.340.429 assinaturas de 157 países”, entre as quais constavam as assinaturas de “aproximadamente 500 bispos e 42 cardeais”.


Por mais significativa que a veneração da Virgem Maria tenha se tornado para a Igreja Católica Romana, ela não possui qualquer base bíblica. Jesus mesmo advertiu contra tal postura em Lucas 11:27 e 28: “Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” Em Lucas 8:21, Cristo acrescenta: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam.”


A teoria da mediação de Maria diante de Cristo a favor dos seres humanos é contrária ao ensino de Cristo de orarmos diretamente ao Pai em Seu nome. Jesus mesmo afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6). “E tudo quanto pedirdes em Meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14:13). E o apóstolo Pedro acrescentou: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4:12).


O próprio dogma da assunção de Maria ao paraíso cai por terra se levarmos em consideração o ensino bíblico de que os mortos permanecem em estado de completa inconsciência na sepultura (ver Sl 115:17; 146:4; Ec 3:19, 20; 9:5, 6 e 10), aguardando o dia da ressurreição final (ver Jo 5:28 e 29; I Co 15:51-54; I Ts 4:13-18). Se os justos fossem levados ao céu por ocasião da morte, o apóstolo Pedro jamais poderia ter afirmado no Pentecostes que Davi, um dos heróis da fé, ainda não havia subido “aos Céus” (At 2:29 e 34).


Cremos, por conseguinte, que Maria foi uma pessoa piedosa e temente a Deus; mas, como Davi, ela ainda não se encontra no céu e, como qualquer outra criatura, ela jamais deveria ser venerada (ver Ap 22:8 e 9).


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista Sinais dos Tempos, setembro/outubro de 2003, p. 30. Via Sétimo Dia

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A MENTIRA DE FÁTIMA – Padre português conta tudo!!!




quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Católico não Praticante? Pessoas com Medo de assumir suas Crenças!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Papado, a Marca da Besta, o Sábado e o Caráter

O Papado e os Dez Mandamentos “Nos dias de Noé” embora não existisse o papado, já havia o “dragão” e sua marca era a rebeldia estampada no estilo de vida dos ímpios ante-diluvianos, era o próprio caráter deles! Por exemplo, Caim recebeu uma marca de Deus, um “sinal” (Gn 4:15) por sua rebelião contra Deus e Suas ordens. Caim idolatrou a si, colocou-se acima de JAVÉ criando seu próprio sistema de adoração e culto, e ainda matou – transgressões prescritas na Lei dos Dez Mandamentos (Êx 20) que já vigorava mesmo centenas de anos antes do Sinai! De igual modo, os adoradores da besta ou seguidores do papado já pisam e pisarão (Dn 8:13) a autoridade de Deus por meio da transgressão de Sua lei! “Que ninguém vos seduza, de maneira alguma, porque [“o Dia do Senhor”, II Ts 2:2] não virá a menos que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem que é contra a lei, o filho da destruição. Ele se coloca em oposição e se ergue acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência, de modo que se assenta no templo de Deus, exibindo-se publicamente como sendo deus. Verdadeiramente, o mistério daquilo que é contra lei já está operando; mas apenas até que aquele que agora mesmo age como restrição esteja fora do caminho. Então, deveras, será revelado aquele que é contra a lei, a quem o Senhor Jesus eliminará com o espírito de sua boca e reduzirá a nada pela manifestação de sua presença. Mas a presença daquele que é contra a lei é segundo a operação de Satanás, com toda obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos” (II Ts 2:3, 4 e 6-9, Tradução do Novo Mundo). O caráter dessas pessoas (marca “sobre a fronte” ou “testa”, Ap 13:16), suas obras e seu estilo de vida (“marca sobre a mão direita”) evidenciam sua escolha pelo papado em vez da Bíblia!


A Marca da Besta e o Caráter Veja também que nesse tempo pós-juízo, “a todos” (Ap 13:16), independente da religião (inclusive os muçulmanos) o papado e os EUA carimbam com sua “marca” ou “sinal”, obviamente com exceção dos selados com o “selo do Deus vivo” (Ap 7:2). Como “nos dias de Noé”, salvos e condenados embora estejam “juntos” (Mt 13:30; cf. Mt 24:40,41), seus caracteres e estilos de vida são antônimos como o dia e a noite! O Espírito Santo terá concluído Sua obra terrena de selar (Ef 4:30) os salvos vivos após o fim do julgamento no Céu, ou seja, fazê-los produzir Seu fruto (Gl 5:22,23), tornar seus caracteres resplendentes e puros (cf. Ap 19:7,8 e Ef 5:26,27) e torná-los “primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14:4)! Assim sendo, mesmo que o Senhor Espírito ainda esteja atuando sobre os selados pelo papado, pelos EUA e pelo dragão, seus caracteres estão programados para a rebeldia contumaz e imutável, programados por escolha deles mesmos, obviamente, pois, assim como os salvos escolheram Deus e lutaram contra suas tendências pecaminosas com a força da Palavra, da oração e da presença do Espírito Santo, os adoradores do dragão (Ap 13:4) escolheram voluntariamente seu presente e futuro, as mentiras de Satanás e do papado e os resultados previstos pela Bíblia! “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça” (II Ts 2:9-12). Portanto, mesmo com seus nomes riscados já há dias, semanas, meses, mesmo com o fim do julgamento no Céu, mesmo com a presença atuante dAquele que convence do pecado (os que permitem), os que estiverem sofrendo as pragas, os selados pelo dragão, jamais se converterão de suas práticas e confirmarão o veredito divino de “pecado eterno”.


O Sábado e o Caráter Deus permitirá que Satanás os use um pouco mais, talvez a partir da sexta praga, quando ocorrerá o “Armagedom” ou a global concentração político, religiosa e militar contra os selados pelo Espírito Santo. E aí se cumpre completamente algumas passagens bíblicas concernentes a santificação do ser humano e do sábado! “Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou JAVÉ, que vos santifica” (Êx 31:13). “Porque assim diz JAVÉ: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança, darei na minha casa e dentro dos meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará. Aos estrangeiros que se chegam a JAVÉ, para o servirem e para amarem o nome de JAVÉ, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos. Assim diz JAVÉ Deus, que congrega os dispersos de Israel: Ainda congregarei outros aos que já se acham reunidos” (Is 56: 4-8). “Dei-lhes os meus estatutos e lhes fiz conhecer os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles. Também lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou JAVÉ que os santifica. Eu sou JAVÉ, vosso Deus; andai nos meus estatutos, e guardai os meus juízos, e praticai-os; santificai os meus sábados, pois servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou JAVÉ, vosso Deus” (Ez 20:11,12,19 e 20). Nesse tempo, o sábado será como a terra de Gósen e como a arca de Noé em nosso planeta! 
por (Hendrickson Rogers) 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vaticano quer autoridade financeira 'com competência universal'

"O Vaticano anunciou nesta quarta-feira ter preparado um documento para a reforma do sistema financeiro internacional no qual convoca a criação de uma "autoridade pública com competência universal". O documento será apresentado na segunda-feira à imprensa e foi elaborado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, liderado pelo cardeal africano Peter Kodwo Appiah Turkson.


"A reforma do sistema financeiro internacional na perspectiva de uma autoridade pública de competência universal" é o título do documento, que ainda não teve seu conteúdo divulgado. O Vaticano apresenta assim propostas concretas perante a crise económica e social que afeta o mundo desde 2008.


Bento XVI se pronunciou em diversas ocasiões a favor de uma "intervenção pública" e denunciou o sistema econômico atual e suas consequências sobre os setores mais pobres da população, em particular os camponeses. "A crise financeira mundial demonstrou a fragilidade do sistema econômico atual e das instituições a elas conectadas", declarou o Papa em abril.


Para o chefe da igreja, é "um erro considerar que o mercado é capaz de se autorregular, sem a necessidade de uma intervenção pública e sem referências morais internacionais", escreveu. (...)


Fonte: AFP (negritos meus para destaque)


Não posso deixar de fazer algumas observações que me parecem da maior relevância.


Que o sistema financeiro internacional precisa de reformulação, creio que todos estarão de acordo. O que falta saber é os termos dessa reforma, qual o novo método a seguir.


Pois bem, tal e qual já abordei anteriormente, também aqui o Vaticano se posiciona como portador da solução - veja bem que eu escrevi 'da' solução e não 'de uma' solução. E essa solução é, sugere a Igreja Romana, uma autoridade de âmbito e competência universais, que abrangerá todo o mundo.


Quanto à fragilidade do sistema económico atual, algo também constatado por todos, o Vaticano já não consegue disfarçar a vantagem que isso é para a sua estratégia: se há décadas o comunismo falhou e agora o capitalismo ocidental vai pelo mesmo caminho (veja aqui), fica escancarado o caminho para que o poder religioso romano se assuma como a solução ética e moral que regule (dito de outra forma: ordene) os comportamentos até agora errantes e que nos conduziram onde estamos.


Por isso, o próprio Papa considera que se trata de um erro pensar que o mercado se autorregulará, mas que necessita dessa norma moral internacional, que mais não é do que um padrão estabelecido segundo os princípios católicos romanos.


Repare que isto é o reflexo moderno de algo que faz parte da história de Roma:
"A Igreja Católica Romana, com todas as suas ramificações pelo mundo inteiro, forma vasta organização, dirigida da sé papal, e destinada a servir aos interesses desta. Seus milhões de adeptos, em todos os países do globo, são instruídos a se manterem sob obrigação de obedecer ao papa. Qualquer que seja a sua nacionalidade ou governo, devem considerar a autoridade da igreja acima de qualquer outra autoridade. Ainda que façam juramento prometendo lealdade ao Estado, por trás disto, todavia, jaz o voto de obediência a Roma, absolvendo-os de toda obrigação contrária aos interesses dela. A História testifica de seus esforços, astutos e persistentes, no sentido de insinuar-se nos negócios das nações; e, havendo conseguido pé firme, nada mais faz que favorecer seus próprios interesses, mesmo com a ruína de príncipes e povo" (Ellen White, O Grande Conflito, p. 580).
Mantenha-se atento. É isto que Roma está a fazer.

Fonte: O Tempo Final

sábado, 8 de outubro de 2011

O purgatório é uma doutrina bíblica?



Os que acreditam no purgatório assim o definem: lugar onde as almas dos justos são purificadas através de padecimentos. As almas que lá se encontram são chamadas de “pobres” por estarem padecendo; de outro lado são também denominadas “santas”, porque se arrependeram profundamente de seus pecados.

Seus defensores assim o justificam:

Após a morte os que cometeram pecado mortal irão para o inferno. Aqueles que estiverem na graça de Deus e livres de pecados venais ou mortais irão diretamente para o paraíso. As pessoas cujas faltas não foram expiadas cabalmente, permanecerão no purgatório até estarem em condições de irem para o céu.

Segundo os teólogos católicos as pessoas necessitam pagar através do sofrimento as penas devidas aos seus pecados.

Argumentos Católicos em Defesa do Purgatório:

1º) Declarações Bíblicas:

a) Mateus 12:32 - Esta declaração bíblica admite que há pecados que serão perdoados em outra vida.

b) II Timóteo 1:18 - O apelo a Cristo, para obter misericórdia junto de Deus, no dia do juízo, em favor de Onésimo, supõe a convicção de que também após a morte ainda é possível uma sentença mais favorável que a estritamente merecida.

c) I Coríntios 3:12-15

d ) Mateus 5:26

e) II Macabeus 12:39-43 - Nos versos deste livro há referências aos sacrifícios expiatórios pelos que morreram. A Igreja Católica baseada neste relato sentencia: Há um lugar de expiação e pode-se orar pelos mortos, mesmo porque é santo e salutar este procedimento.

Esta declaração por ser de um livro apócrifo não é inspirada, por isso contradiz os ensinos dos livros canônicos.

2º) O ensino da tradição e da constante doutrina da Igreja.

Desde os tempos apostólicos os pais da Igreja e outros escritores eclesiásticos pregam tal doutrina. Cipriano, Tertuliano, Cirilo de Jerusalém, Crisóstomo, Santo Agostinho e outros foram defensores deste ensinamento.

Os concílios da Igreja, começando com o de Cartago, que faz referência ao assunto, prosseguindo com os de Florença (1439-1445) e o de Trento (1545-1563), que o consideraram como dogma de fé, contribuíram para a difusão desta crença.

3º) Por um raciocínio lógico.

Se para o céu vão as almas limpas e para o inferno as que deixaram este mundo com pecado mortal, naturalmente sobram aquelas que não podem entrar no céu por não estarem ainda purificadas de pecados leves e venais, e de igual modo também, não podem ir para o inferno por não terem cometido pecados mortais.

Provas Bíblicas Contrárias ao Purgatório

1ª) A passagem de Mateus 12:32 jamais pode ser usada como argumento de que os pecados poderão ser perdoados na outra vida.

A doutrina da “Segunda Oportunidade” defendida pelos católicos (missa, purgatório), pelos espíritas (reencarnação) e pelas Testemunhas de Jeová, (durante o milênio existe outra oportunidade para a salvação) é um ardil do inimigo, que leva à descrença nas Escrituras.

As seguintes passagens bíblicas são suficientes para provarem a inconsistência dessa doutrina: II Cor. 6:2 “… eis aqui agora o tempo sobremodo oportuno, eis aqui agora o dia da salvação.”

Hebreus 3:7-8 “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje se ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações.”

2ª) I Cor. 3:13 “Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.”

Os exegetas católicos se baseiam especialmente nesta passagem para justificar a sua doutrina do purgatório.

O fogo mencionado neste verso será originado pela glória de Cristo ao retornar à Terra. Os que o rejeitaram serão destruídos pelo fogo, mas os que o aceitaram como seu Salvador pessoal serão preservados. O exemplo dos três hebreus na fornalha ardente é a confirmação de que os crentes não serão atingidos pelas chamas destruidoras do juízo final.

No verso 15 Paulo escreveu: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano, mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.”

Ser salvo através do fogo parece ser valioso argumento em prol do purgatório. Esta declaração está longe de afirmar que o fogo ou o sofrimento salvará a pessoa, pois se o fizesse seria a salvação pelas obras condenada por Paulo. Ele afirma que a pessoa será provada ao máximo.

O comentarista Adão Clarke afirma sobre este texto: “O fogo aqui mencionado destina-se a provar a obra do homem e não a purificar sua alma, não havendo aqui referência a nenhum suposto purgatório. Acrescentando que é possível haver aí alusão à purificação de diferentes espécies de vasos, segundo a lei dos judeus. Os elementos que resistem ao fogo são purificados enquanto substâncias como a madeira e a palha são facilmente consumidas.”

Outros comentaristas afirmam que o apóstolo tem em vista os ensinadores judaizantes, que pregavam a circuncisão e outros ritos abolidos por Cristo na cruz, em vez de pregarem o evangelho. As verdadeiras e as falsas doutrinas serão reveladas naquele grande dia.

A Bíblia de Jerusalém (tradução católica) traz a seguinte nota sobre I Cor. 3:13: “O purgatório não é diretamente considerado aqui, mas este texto, juntamente com outros serviu de base à explicitação de tal doutrina por parte da Igreja.”

3ª) Mateus 5:26 que afirma: “Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo” é outra passagem usada em defesa do purgatório.

Cristo com estas palavras, jamais poderia referir-se a um hipotético purgatório, ensinamento que não encontra nenhuma base bíblica. Seria inconcebível alguém deduzir de Mat. 5:25 e 26 a existência do purgatório. O que encontramos aqui é a ilustração de um delinqüente que deve endireitar o mal que cometeu para não ser encerrado na prisão.

O comentário da Bíblia de Matos Soares apresenta para Mat. 5:26 a seguinte aplicação espiritual: “Jesus mostra a necessidade que temos de nos reconciliar com o próximo ofendido, antes de aparecermos no tribunal de Deus.”

A hierarquia de pecados não é apregoada pela Bíblia, que declara de maneira enfática: “A alma que pecar, essa morrerá.” Ezeq. 18:20.

Não existem provas bíblicas para classificar os pecados como fazem os comentaristas católicos. As Escrituras nos esclarecem:

a) “Todo o que comete pecado é escravo do pecado.” João 8:34.

b) A única solução para o estado miserável do homem (Rom. 7:24) é o perdão provido por Cristo e alcançado pelos seus méritos.

Conclusão:

As provas bíblicas apresentadas pelos paladinos de um lugar de purificação para os pecados após a morte são trechos retirados dos livros apócrifos, comprovadamente falsos por terem origem em ensinamentos pagãos. Os textos bíblicos retirados dos livros canônicos são apresentados sem levar em consideração os princípios exegéticos, especialmente este: uma passagem jamais deve ser usada fora do seu contexto.

A Bíblia é bastante clara ao afirmar que muitas passagens, como a de I Cor. 3:13-15 e II Cor. 5:10 que todos no juízo final serão julgados conforme suas obras. O erro doutrinário do purgatório católico é o ensino antibíblico, de que o castigo se seque imediatamente após a morte, e ainda mais que será concedida uma segunda oportunidade para muitos.

Um dos maiores absurdos relacionados com o purgatório é a crença pagã de que o sofrimento dos que lá se encontram pode ser aliviado por missas e orações feitas pelos vivos, mediante pagamento em dinheiro. Não é possível conseguir a salvação negociando com coisas sagradas. O apóstolo Pedro condenaria a simonia moderna com a mesma veemência que a desaprovou em seus dias.

Fonte: Sétimo Dia

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Rosário

A verdade sobre o rosário está no livro sagrado:

(Mateus 6:7) -  E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.

(Jeremias 44:17-18, 23) -  Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome.
Porque queimastes incenso [a RAINHA], e porque pecastes contra o SENHOR, e não obedecestes à voz do SENHOR, e na sua lei, e nos seus testemunhos não andastes, por isso vos sucedeu este mal, como se vê neste dia.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O FIM DA LIBERDADE COMO CONHECEMOS!

Os direitos de liberdade do cidadão e liberdade religiosa estão gradativamente sendo restritos. Veja aqui em torno de que a Liberdade de consciência será atingida..

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Papa fala heresias e diz que Maria é a Arca da Aliança

Este é um dia para admirar e louvar pelas grande coisas que o Onipotente por meio da Virgem Maria e pelas coisas que Ele operou nela, disse o Papa Bento XVI na solenidade de Assunção de Maria, celebrada nesta segunda-feira, 15.

Durante a homilia da Santa Missa realizada nesta manhã na paróquia pontifícia “Santo Tomás de Villanova, em Castel Gandolfo, o Papa destacou que Maria indica “um caminho e uma meta que podem e devem se tornar, de qualquer modo, o nosso mesmo caminho e a nossa mesma meta”. 

Guiado pela Liturgia do dia, o pontífice indica que a arca descrita no Antigo Testamento, se torna “arca viva” no Novo Testamento.

“Qual o significado da arca? O nos que parece? Para o Antigo Testamento, esse é o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Mas, agora, o símbolo deu lugar a realidade. Assim, o Novo Testamento nos diz que a verdadeira arca da aliança é uma pessoa vida e concreta: é a Virgem Maria”, elucida o Papa. 

O Santo Padre ressalta que Deus não vive num objeto, Deus habita numa pessoa, num coração: Maria, naquela que carregou em seu colo o Filho eterno de Deus feito homem, Jesus nosso Senhor e Salvador. 

Maria é a arca da aliança, porque acolheu em si Jesus; colheu em si a Palavra vivente, todo o conteúdo da vontade de Deus, da verdade de Deus; acolheu em si Aquele que é a nova e eterna aliança, culminando com a oferta do seu corpo e do seu sangue: corpo e sangue recebidos de Maria”, enfatiza.

Maria no Apocalipse

No Livro do Apocalipse, é indicado um outro aspecto importante da realidade de Maria. Nele, ela, arca vivente da aliança, tem um destino de glória extraordinária, pois está estreitamente unida ao Filho, aquele no qual ela acolheu na fé e gerou na carne, sendo ela capaz de compartilhar integralmente a glória do céu. 

“Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida... atormentada para dar à luz. Ela deu à luz um filho, um varão, que Irá reger todas as nações...” (Ap 12,1-2; 5). 

Hoje, a Igreja canta o amor imenso de Deus por esta sua criatura: “a escolhida como verdadeira 'arca da aliança', como aquela que continua a gerar e a doar Cristo Salvador à humanidade, como aquela que no céu divide a plenitude da glória e goza da mesma felicidade de Deus”, explica o Papa. 

Maria visita Isabel

Já no Evangelho de Lucas é descrita a visita de Maria a Isabel. Maria deixa sua casa em Nazaré e parte para chegar “logo” à cidade de Judá. Esse “logo” mostra a rapidez na qual Maria se coloca para fazer a vontade de Deus. 

“As coisas de Deus merecem rapidez, na verdade, as únicas coisas no mundo que merecem rapidez são justamente aquelas de Deus, que têm uma verdadeira urgência para nossa vida”, salienta Bento XVI. 

Zacarias, Isabel e o pequeno João Batista representam todos os justos de Israel, no qual os corações, ricos de esperança, atendem a vinda do Messias salvador, explica o Papa. “É o Espírito Santo que abre os olhos de Isabel e a faz reconhecer em Maria a verdadeira arca da aliança, a Mãe de Deus, que vem para visitá-la”.

“Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? (Lc 1,42-43). É assim que Isabel recebe Maria, e é o Espírito Santo que abre o coração de João Batista no ventre de Isabel. 

“Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre” (Lc 1,44). 

No seio da mãe, João Batista dança como o Rei Davi no Antigo Testamento diante da arca da aliança. João Batista reconhecesse Maria como a nova arca da aliança, “diante da qual o coração exulta de alegria, a Mãe de Deus presente no mundo, que não tem para si a divina presença, mas a oferece, dividindo a graça de Deus”.

Destinados ao amor de Deus 

O Papa destaca que “também nós somos destinados a esse imenso amor que Deus reservou” e é Maria quem indica, com luminosa clareza, o caminho em direção a verdadeira Casa, aquela na qual é possível viver a comunhão da glória e da paz com Deus.

Fonte: Canção Nova

Nota: Como a Palavra de Deus é distorcida por aquele que deseja usurpar o lugar de Deus! Há um limite para suas heresias e em breve o Senhor retribuirá com o vinho de Sua cólera, preparado sem mistura. Anunciemos ao mundo: "Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição". Apocalipse 14:8
Fonte 2: Evidências Proféticas

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pedro foi o primeiro Papa?


A alegação que os católicos romanos fazem de que o apóstolo Pedro foi o principal líder dos apóstolos - o primeiro papa - tem fundamento nas Escrituras?

Há um pensamento geral entre os católicos de que Pedro foi o apóstolo que recebeu de Jesus a tarefa primordial de liderar os seus companheiros e fundar a Igreja.

Este artigo foi elaborado exatamente no período das festividades conhecidas por “juninas”, em 2008, dentre as quais há um dia dedicado a Pedro. Na época, em entrevista a uma emissora de televisão da Paraíba, uma senhora católica afirmou sua fé e respeito por “São” Pedro, citando exatamente a passagem na qual ela acredita que Jesus comissionou o apóstolo a fundar a Igreja Católica. Outra entrevistada concluiu a referência ao texto bíblico, dizendo que Pedro é a “pedra” sobre a qual Jesus edificou Sua Igreja. 

As senhoras supra-citadas estavam fazendo referência à passagem do capítulo 16 do evangelho de Mateus, no verso 18, que diz: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mas era mesmo isso que Jesus queria dizer? Podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que Jesus colocou em Pedro a liderança total sobre os demais apóstolos? A “pedra” a que Jesus Se referiu pode, realmente, ser entendida como sendo Pedro?

O presente estudo faz uma análise não exaustiva da passagem em questão, complementando com a pesquisa de outras referências bíblicas no Novo Testamento (ou NT), tentando chegar a uma conclusão para as questões inicialmente propostas sobre o papel real de Pedro na liderança da Igreja Cristã do tempo dos apóstolos. 

Evangelho de Mateus: Escrito em Aramaico ou em Grego?

Um dos pilares do ensinamento católico sobre o papel de Pedro na fundação da Igreja está no fato de Roma utilizar-se da língua aramaica para a passagem de Mt 16:18, na qual as palavras “Pedro” e “pedra” são grafadas da mesma maneira: “kepha”. Dessa forma, a Igreja Católica fundamenta-se dizendo que Jesus fez de Pedro a “pedra” sobre a qual o Senhor edificou a Igreja.

Há algumas referências ao texto hebraico de Mateus, ocorridas entre os chamados “Pais da Igreja”, que parece abonar o argumento católico. Dentre tais referências, uma relevante é aquela atribuída a Papias, considerado um dos discípulos diretos do apóstolo João. Eusébio de Cesaréia, historiador cristão dos primeiros séculos, falecido por volta do ano 340 d.C., cita o seguinte:

“Referente a Mateus, [Papias] diz o seguinte: ‘Mateus ordenou as sentenças em língua hebraica, mas cada um as traduzia como melhor podia’”. Baseado em referências patrísticas como esta é que a Igreja Católica fundamenta um dos seus principais argumentos acerca da interpretação de Mt 16:18 como Pedro sendo a pedra de edificação da Igreja, uma vez que, como citado anteriormente, no texto hebraico (aramaico) não há distinção entre “Pedro” (kepha) e “pedra” (kepha).

Porém os estudiosos não são unânimes em acreditar que Mateus escreveu realmente seu evangelho em aramaico (hebraico). Dentre os argumentos utilizados, podemos citar os seguintes: 

1. As várias citações que Mateus faz do Antigo Testamento não refletem uma única forma textual, ou seja, não são a própria versão de Mateus em aramaico tirada da Bíblia normalmente aceita pela Igreja Primitiva, que era a Septuaginta (LXX). 

2. O texto grego de Mateus não soa como uma tradução, pois apresenta muitas expressões que demonstram um profundo conhecimento do pensamento judaico, que os estudiosos chamam de “semitismos”.

O que tem sido aceito dentre importantes teólogos da atualidade é que Papias estava, na verdade, declarando que o “estilo” ou a “forma” literária utilizada por Mateus é que eram hebraicos, mas não a “escrita” em si. O Dr. David Alan Black, por exemplo, cita a pesquisa de J. Kürzinger na qual a expressão utilizada por Papias (traduzida por: “em língua hebraica”), foi hebraidi dialektō, que pode significar tanto “em língua hebraica” quanto “em estilo hebraico”, dependendo do contexto. Segundo a pesquisa acima mencionada, no contexto em questão, [Papias] estava explicando alguns problemas quanto ao estilo e/ou conteúdo de Marcos, pois esse relato não possuía nem o estilo judaico de Mateus nem o estilo literário normal de uma biografia grega como o relato de Lucas. 

Esse erro de interpretação da citação de Papias, cometido inclusive por Orígenes, acabou sendo perpetuado por escritores posteriores, levando ao pensamento atual entre alguns teólogos de que o evangelho de Mateus foi escrito em hebraico, o que parece estar mesmo descartado. 

Breve Exegese do Texto Grego de Mt 16:18

Adotando-se a evidência de que Mateus escreveu seu evangelho em grego, assim como os demais escritores do NT, podemos realizar uma exegese não exaustiva das palavras gregas utilizadas por Mateus para “Pedro” (petros) e “pedra” (petra), para verificarmos que Jesus não colocou sobre Pedro a fundação da Igreja.

O texto em português foi traduzido assim: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

A respeitada tradução espanhola, Reina Valera, verte o texto da seguinte forma: “Mas yo también te digo que tú eres Pedro [PETROS, no grego]; y sobre esta roca [PETRA, no grego] edificaré mi iglesia, y las puertas del Hades no prevalecerán contra ella.”

A palavra grega “petros”, ocorrer 100 vezes no Novo Testamento, como original para o nome de Pedro (cf. 1Pe 1:1; 2Pe 1:1). Já “petra” ocorre apenas 4 vezes, sendo duas delas relacionadas diretamente a Jesus como sendo a Pedra (cf. 1Co 10:4; 1Pe 2:7-8).

Há um pensamento comum, porém não irrefutável, de que “petros” é uma referência a um “pedregulho”, uma pedra de menor importância; enquanto que “petra” é uma “rocha”, uma pedra de maior durabilidade. 

Partindo deste ponto de vista, na verdade Jesus quis dizer que Pedro era uma pedra menor, enquanto Ele, Cristo, é a verdadeira pedra (ou rocha) sobre a qual a Igreja seria edificada. 

Pedro Era Mesmo o “Chefe” dos Apóstolos?

Além do estudo das palavras gregas empregadas por Jesus, algumas evidências internas nos revelam que, caso Jesus tenha realmente colocado sobre Pedro a primazia entre os demais apóstolos e líderes da Igreja, esta não foi a interpretação que eles mesmos deram às palavras de Cristo. Vejamos algumas dessas evidências encontradas dentro do próprio texto bíblico:

1. Os discípulos permaneceram com insinuações de quem seria considerado como o “maior” entre eles (cf. Mc 9:33-35). Isso certamente não aconteceria, caso Jesus tivesse colocado sobre Pedro a supremacia pastoral.

2. Vemos em Mt 20:20-28 (claramente posterior à conversa do capítulo 16) que a mãe de Tiago e João fez um curioso pedido a Jesus: para que seus filhos fossem o n° 1 e o n° 2 no governo do reino de Cristo. Demonstrando claro descontentamento com tal pensamento, Jesus novamente expressa Seu desejo de que não haja este tipo de sentimento, onde um se considere superior aos demais. O conceito católico de “primo entre pares” parece encontrar aqui uma clara reprovação de Cristo.

3. No Concílio de Jerusalém (At 15:1-29), por exemplo, também não há evidências de que Pedro tenha presidido tal reunião de líderes da Igreja, o que seria lógico, caso fosse ele realmente o líder maior, como advogam os católicos. Vemos que Pedro teve um papel importante (v. 7), assim como também tiveram Barnabé e Paulo (v. 12), e Tiago (v. 13), que parece ter dado a palavra final sobre o debate teológico em questão. O próprio Pedro já havia mencionado o nome de Tiago com certo destaque no governo da Igreja (cf. At 12:17).

4. Paulo declara que não só Pedro, mas também Tiago e João, eram considerados “colunas” da Igreja (cf. Gl 2:9), o que mostra que a responsabilidade de liderança era dividida igualmente. E mesmo nessa citação, Paulo não menciona Pedro em primeiro lugar, o que poderia ter ocorrido caso houvesse alguma ordem de autoridade entre essas “colunas”.

5. Na mesma epístola aos Gálatas, Paulo cita um curioso evento no qual ele repreendeu Pedro na presença de todos os demais discípulos (cf. Gl 2:11-16). Como poderia o apóstolo Paulo, que nem mesmo fora um dos 12, ousar repreender teologicamente o “papa” da Igreja? Essa é mais uma fortíssima evidência de que Pedro não era considerado o maioral dos apóstolos, muito menos possuía a infalibilidade (ex-catedra), arrogada pelo bispo de Roma da atualidade. Paulo também condena aqueles que queriam colocar Pedro, ou qualquer outro, em posição de destaque (cf. 1Co 1:10-12).

6. O próprio Pedro se considerava um presbítero companheiro e igual aos demais (cf. 1Pe 5:1), o que mostra que ele não possuía tal pensamento de considerar-se melhor ou superior aos outros líderes. Aliás, há uma referência bíblica que demonstra claramente que não havia apenas um bispo em cada cidade, como quer a teologia católica, mas algumas delas poderiam ter vários, conforme, talvez, o tamanho de sua população convertida, como era o caso de Filipos (cf. Fp 1:1).

7. Interessante notar, ainda, que Pedro não é mencionado na carta de Paulo aos romanos, escrita por volta do ano 58 d.C. Isto pode ser uma forte evidência de que Pedro era, na verdade, um pregador itinerante (cf. 1Pe 1:1), e não o “bispo de Roma” como querem os católicos. Inclusive, Eusébio (citado acima) menciona que o primeiro “bispo” de Roma foi Lino (cf. 2Tm 4:21), logo após o martírio de Paulo e Pedro, considerados pelo historiador como os fundadores do evangelho em Roma. 

Uma Igreja Monárquica

Vemos que há um grande esforço na teologia católica em colocar sobre Pedro o fundamento humano da Igreja Cristã, sendo que, a partir dele, tal autoridade foi sendo transmitida ao longo dos séculos, de bispo para bispo, mantendo-se uma estrutura hierárquica forte, onde no topo da “pirâmide” de poder está o papa, líder supremo da cristandade, para os católicos.

Esta estrutura hierárquica robusta e consistente, que tem se mantido ao longo de quase 2 milênios, parece não ter surgido realmente na declaração de Cristo a Pedro, como pregam os católicos, mas em uma ambição meramente humana, nascida na mente de um imperador romano, pretensamente convertido à fé cristã. O professor católico Luis Aznar, faz um interessante comentário em uma edição do livro História Eclesiástica, de Eusébio:

Culminava então (313 AD) a carreira política do imperador Constantino para a monarquia universal e absoluta. A audaz empresa exigia uma mudança substancial na concepção forjada por Augusto e retocada por Adriano e Deocleciano... Constantino compreendeu que necessitava do apoio das tenazes comunidades cristãs para edificar o novo império. Assim, desde que foi proclamado imperador pelo exército, em 306, tomou sob sua proteção os cristãos e ingressou entre os que podiam escutar a leitura dos evangelhos nos templos. Porém seu pensamento era político e não religioso. Queria organizar as comunidades episcopais autônomas em uma igreja universal. 

Vê-se que o objetivo por trás da instituição da hierarquia da Igreja Católica, encabeçada pelo papa, era mais uma estratégia política de dominação (que realmente deu certo!), do que o cumprimento de uma orientação divina.

Resumo e Conclusão

Não há evidências conclusivas sobre a composição em aramaico do evangelho de Mateus. A hipótese da escrita nesta língua é defendida por alguns teólogos católicos, por facilitar o argumento de que Jesus colocou sobre Pedro a autoridade de fundamentar a Sua Igreja, conforme o texto de Mt 16:18. 

Porém, há fortes evidências de que o texto foi mesmo escrito em grego, no qual o “jogo” das palavras petros e petra pode indicar que Jesus colocou sobre Si mesmo, a pedra angular (cf. At 4:11; 1Pe 2:7), a autoridade única de fundamento da Igreja Cristã.

Há também, dentro do próprio texto do Novo Testamento, fortes indicações de que Pedro não exerceu a função de líder maior da Igreja, como pôde ser visto no Concílio de Jerusalém, no debate com Paulo acerca dos ritos judaicos para os gentios conversos, da não-citação de Pedro na epístolas aos romanos, entre outros pontos que foram aqui analisados.

Podemos concluir, então, que Pedro era um importante apóstolo de Cristo, com papel de destaque em diversos acontecimentos ocorridos nas primeiras décadas da Igreja. Entretanto, ele não assumiu o papel de um “papa”, nos moldes que a Igreja Católica defende, nos quais Pedro teria iniciado uma “linhagem” papal, que foi transmitida ao longo dos séculos a cada “bispo de Roma”, chegando até o atual papa Bento XVI. Pedro assumiu um papel relevante, sim, mas sem exercer supremacia sobre os demais apóstolos, bispos ou presbíteros da Igreja Primitiva.

A verdadeira Pedra sobre a qual Cristo edificaria Sua Igreja foi,
sem sombra de dúvidas, Ele mesmo (cf. At 4:11).

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Suposto evangélico quebra imagem de santa durante missa católica


Homem quebra imagem de Nossa Senhora por Paulopes

“Adorai somente a Deus, adorai somente a Deus, adorai somente a Deus”, gritou o homem supostamente evangélico a sair de uma missa no domingo (3) de uma igreja de Iguarapava (SP). Ele tinha acabado de quebrar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, jogando-a no chão, diante do padre.
Uma câmara interna filmou toda a sequência da violência. Mostra, inclusive, quando o homem entra na igreja e se senta logo na primeira fileira, onde não ficou por mais de 10 minutos.Iguarapava tem cerca de 28 mil habitantes e fica a 440 km de São Paulo.
A imagem quebrada é a réplica de outra que na década de 90 ficou conhecida por chorar sangue.O frei Edimilson Oliveira da Cunha, antes de terminar a missa, colocou a imagem original no altar, que, agora, voltou a ser substituída por uma réplica.
A polícia disse já saber a identidade do homem, que se encontra foragido.
Com informação da EPTV.
Via Paulopes Weblog

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cristo e a Eucaristia

 
Wilson Borba, professor de teologia no Equador  
Artigo extraído da Revista Ministério, julho de 1998.
Milhares de adventistas no Brasil são oriundos do catolicismo romano. Em maior ou menor grau, foram anteriormente influenciados a crer que Cristo está presente e morto nos elementos do pão e vinho eucarísticos. Diante disso, é importante conhecermos um pouco sobre a origem e o desenvolvimento da doutrina da transubstanciação. Sintetizar a história e o desenvolvimento desse ensinamento é um desafio. São mais de 1.500 anos de história. A questão é difícil, até porque, segundo Hermann Sasse, “nenhum livro sobre assunto dessa espécie foi escrito ou poderá ser escrito com absoluta imparcialidade”.1

Os primeiros ensaios da doutrina da transubstanciação surgiram durante a Era Patrística, aproximadamente entre os anos 100 e 600.

De Inácio a Jerônimo


A carta de Inácio de Antioquia aos romanos, escrita aproximadamente no ano 110, apresenta fortes ensaios da transubstanciação. Parte da carta diz: “eles se abstêm da eucaristia e da oração, porque não admitem que a eucaristia seja a carne do Salvador Jesus Cristo, a carne que o Pai por Sua bondade a ressuscitara. Eles pois que contradizem o dom de Deus morrem em suas discussões”2

Tem-se dito que, por este escritor ter vindo num tempo em que predominava a heresia dos docentistas, os quais afirmavam que Jesus não viera em carne, declarações tais como essas são compreensíveis dentro do contexto que o cercava. Aparentemente clara, a posição de Justino Mártir tem gerado muitas discussões. Cerca do ano 150, enviou ao imperador romano, Antônio Pio, duas apologias em que defende a fé cristã. Sobre a eucaristia, afirmou: “Mas Jesus Cristo encarnou, tornou carne e sangue para a nossa salvação, assim também este alimento, que se tornou Eucaristia graças à oração formada das palavras de Cristo que sustenta e assimila à nossa carne e sangue de Jesus encarnado: tal é a doutrina que nós recebemos.”3

Essa antiga declaração de Justino Mártir tem sido criticada como imprudente, pois em outras passagens no Diálogo de Trifo enfatiza apenas um sentido metafísico para a Ceia do Senhor.

Irineu, bispo de Lion, martirizado no ano 202, escreveu contra os gnósticos, e sobre a eucaristia declarou: “Porque nós oferecemos a Deus coisas de Sua própria criação e anunciamos a comunhão da carne com o Espírito; porque assim como o pão, produto da terra, quando recebe a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, constituindo de duas realidades, uma terrena e outra espiritual, assim também nosso corpo quando recebe a Eucaristia não é mais corruptível, mas possui a esperança da ressurreição para a eternidade.”4

Segundo alguns, essa declaração de Irineu não fundamenta a transubstanciação. Estaria afirmando apenas que os cristãos não deveriam receber a Ceia do Senhor simplesmente como uma realidade de coisas terrenas como o pão e o vinho, produtos da terra, mas como coisas sagradas. Orígenes (185-253), célebre professor da Escola de Alexandria, destacou-se pelo uso da interpretação alegórica tal como escreveu: “Ninguém poderia escutar a Palavra de Deus se não fosse santificado, quer dizer, se não é santo de corpo e de espírito e se não lavou as suas vestes. Dentro de alguns instantes ele vai entrar no banquete nupcial vai comer a carne do Cordeiro, vai beber o sangue da salvação. Que ninguém entre nesse banquete de vestes poluídas.”5

Até aqui, apresentamos declarações de pais da Igreja segundo e terceiro século. Não há condições de se estabelecer a doutrina católica romana da transubstanciação tal como ela é hoje, ou pelo menos como foi na Idade Média, se procurarmos suas bases em afirmações do primeiro e segundo séculos. Elas são esparsas, denotando que o foco da atenção daqueles teólogos não era o mesmo da Idade Média, como ainda veremos.

Estabelecer a transubstanciação fica mais difícil quando chegamos a Agostinho, bispo de Hipona, África, após o ano 300. É considerado pela Igreja Católica Romana o mais douto dentre os santos e o mais santo entre os doutores. Esse pai da Igreja foi anti-realista em relação à Ceia do Senhor; não aceitava a presença real do Senhor Jesus Cristo, morto ou vivo, nos elementos da eucaristia. Apresentou uma interpretação simbólica para as palavras de Cristo: “Quem ousará comer a seu Senhor? Eu sem embargo disse: Ele que me come, vive em mim. Comer a Cristo é comer a vida. Não é morto para ser comido, antes Ele vivifica os mortos... Seja comido Cristo; comido vivo, porque da morte ressuscitou.”6

Pelo que se pode notar, Agostinho cria no Cristo presente na Ceia, mas não morto. Sua presença não poderia ser nos elementos, porque segundo suas palavras, ninguém deveria ter a pretensão de comer a seu Senhor. Tratava-se de uma presença espiritual e viva, pois Ele já havia ressuscitado. Esse pensamento influenciou muito a Berengário, no século XI, e a Lutero, monge agostiniano e principal reformador do século XVI.

Lutero, porém, desenvolveu, em contraposição à doutrina da transubstanciação, a doutrina da consubstanciação, ensinando a presença de Cristo vivo embaixo e por cima dos elementos do pão e do vinho eucarísticos. Ele não poderia basear-se totalmente em Agostinho para desenvolver a consubstanciação, pois este não chegou a definir uma possível presença de Cristo vivo nos elementos ou embaixo deles.

É justamente em Agostinho e em Ambrósio que se tornam distintas duas linhas teológicas que iriam causar influência em teólogos que iriam causar influência em teólogos futuros, como Pascásio Radberto, no século IX; Berengário, no século XI; Lutero, Calvino e Zwínglio, no século XVI, estendendo-se aos nossos dias.  Enquanto Agostinho propunha uma interpretação simbólica para as palavras de Cristo quanto ao pão e ao vinho, na instituição da Ceia, Ambrósio é a grande autoridade no realismo sacramental que prevaleceu nos séculos seguintes. Falando da transformação operada na eucaristia, escreveu: “Reconhecemos que isto não é o que a natureza formou, mas o que a benção consagrou e que a força da benção ultrapassa a força da natureza, porque pela benção a natureza se encontra transformada... A palavra de Cristo que pode fazer do nada o que não existia, então não poderia mudar as coisas existentes naquilo que elas não eram ainda? Porque quem dá a natureza às coisas a ‘fortiori’ pode muda-la.”7

É interessante que a Idade Média não conseguiu descobrir a diferença e notar as duas linhas de pensamentos antagônicos desses pais da Igreja. Foi somente a partir do século IX que a polêmica quanto à presença real se tornou importante, e quando a Igreja sentiu necessidade de definir o dogma. Por quase 500 anos, os dois tipos de sacramento coexistiram lado a lado.

A presença real do corpo e do sangue de Cristo não podia ser entendida de maneira mais realista ou mais espiritual. A diferença podia ser tolerada porque a questão quanto à relação que realmente existe entre o corpo do Senhor crucificado e ressurreto, de um lado, e o corpo de Cristo no Sacramento, do outro, ainda não se tornara problema teológico. É apropriado consultar Jerônimo, um dos mais cultos entre os pais da Igreja, falecido no ano de 420. Em seus escritos, nada há que se pareça com a presença real. São suas estas palavras, na Epístola 98:13 “O pão representa o corpo de Cristo e a eucaristia é um memorial da redenção.”8

De Pascásio ao Concílio de Latrão.


O desenvolvimento da doutrina da transubstanciação ocorreu de forma lenta e sem grande resistência, nos primeiros séculos. A influência do realismo sacramental de Ambrósio de Milão foi, porém, decisiva para o estabelecimento da doutrina a tal ponto que nenhum teólogo do início da Idade Média jamais duvidou serem o pão e o vinho respectivamente o corpo sagrado e o sangue de Cristo. O único caso de um encontro tratar da eucaristia foi incidental. O Sínodo 787 (Nicéia II) decidiu em favor da adoração de ícones ou imagens, rejeitando a resolução anterior, tomada pelo Sínodo 754. Este havia se posicionado contra a adoração de imagens na Igreja, a não ser a imagem de Cristo nos elementos da eucaristia.

Comentando a decisão do Sínodo de 787, Hermann Sasse declara: “A decisão de 787 pressupunha a doutrina e assim entendeu a questão em parte, que o pão e o vinho consagrados não são imagens figuradas ou símbolos, mas são o verdadeiro corpo e sangue de Cristo.”9

O começo das discussões teológicas mais acirradas em torno da eucaristia aconteceu no ano de 831, com o lançamento de uma obra favorável à transubstanciação, o primeiro livro medieval sobre o assunto, escrita por Pascásio Radberto. Abstendo-se de usar a palavra transubstanciação, ele a substituía por “transformação”. A esse teólogo coube o mérito de ter, pela primeira vez, estabelecido a diferença entre a substância e a espécie na eucaristia.  Radberto cria no milagre da consagração, segundo o qual o pão e o vinho seriam transformados em corpo e sangue reais de Cristo, sendo o próprio corpo que nasceu da virgem Maria, foi crucificado e ressuscitou dos mortos.

Ratramno, um de seus principais oponentes da época, não negava que o pão e o vinho consagrados eram o corpo e o sangue de Cristo, mas distinguia o corpo do sacramento do corpo histórico. Para ele, os elementos não eram transformados e permaneciam pão e vinho reais. Apenas virtualmente eram o corpo e sangue de Cristo.

Historicamente, existem três interpretações para o acontecimento e significado da Ceia do Senhor: sacrifício, comemoração e celebração.

Eucaristia como sacrifício é a linha teológica que segue a interpretação de Ambrósio de Milão e a de Pascásio, a qual foi instituída pelos concílios na Igreja Católica Romana. A idéia de comemoração segue o pensamento de Rábano Mauro, no século IX (em oposição a Radberto), e por Berengário, no século XI, alcançando seu grande defensor no reformador suíço do século XVI, Ulrico Zwínglio.

Os que vêem na Ceia do Senhor uma comemoração, fundamentam-se nas palavras de Cristo: “...fazei isso em memória de mim” (Lc 22:19). Procurando apoio também em Agostinho, uma vez que ele rejeitou a presença de Cristo morto nos elementos.

O aspecto de celebração é característica do pensamento de Agostinho, Lutero, Melancton e Calvino, com alguma diferença entre este e Lutero. Esse conceito rejeita a interpretação da Ceia como sacrifício, considerando-a um absurdo, recusando igualmente a idéia de comemoração.

Pascásio explicava a transformação ou conversão dos elementos do corpo e sangue de Cristo como um mistério. Segundo alguns autores, isso representava herança de Agostinho, o qual em usa teologia mostrou-se influenciado pelo neoplatonismo. Acredito que o pensamento do bispo de Hipona constituía uma barreira para os intérpretes realistas e, até certo ponto, dividia as opiniões. Sendo a maior autoridade teológica entre os pais da igreja, Agostinho iria afetar o trabalho de quase todos os teólogos, incluindo Pascásio, que se posicionou no extremo com o radicalismo sacramental, explicando a transformação dos elementos como uma conversão misteriosa.

Em 1088, ouviu-se forte voz em oposição à presença real de Cristo morto nos elementos da eucaristia. Berengário, arcediago da igreja de Angers, França,  e professor de Teologia, em sua obra A Sagrada Cena Contra Lanfranco, manteve a tese agostiniana, defendendo a presença simbólica. A referência feita ao pão e ao vinho, como o corpo e sangue de Cristo, ensinava Berengário é figurada. Foi a partir do século XI que as duas linhas de interpretação se tornaram mais visíveis e claras: de um lado, os realistas, seguindo Pascásio Radberto; e, do outro lado, os simbolistas, seguindo Berengário, que foi bem mais longe do que Agostinho, combatendo o “mistério” dos gregos com racionalismo, e considerando a presença real como absurdo lógico e contrário ao “culto racional” de Romanos 12:1.

A diferença básica entre Berengário e Agostinho, nesse assunto, é o racionalismo do primeiro em contraposição ao misticismo neoplatônico do segundo. O resultado mais importante da controvérsia berengária foi a definição dogmática que, para a Igreja Romana, solucionou as disputas em torno da presença real. Em 1097, Berengário foi forçado a aceitar uma fórmula pela qual se entendia a conversão ou transformação como significado que o corpo de Cristo era “despedaçado pelos fiéis”. Suas obras foram condenadas à fogueira e ele veria o mesmo fim, se não tivesse se retratado com juramento.

O cardeal Belarmino, que viveu alguns anos após o Concílio de Trento, confirmou o que foi exigido de Berengário: “Dizemos que o corpo de Cristo colocado sobre o alar, verdadeira e propriamente é posto, tirado, levado das mãos à boca, e desta ao estômago; e isto mesmo foi Berengário obrigado a reconhecer no concílio celebrado em Roma no pontificado do papa Nicolau; que o corpo de Cristo era sensivelmente tocado e partido pelas mãos do sacerdote.”10 O próprio Berengário, envergonhado por sua negação, mais tarde escreveu: “Confundido pela loucura do papa, e porque Deus, punindo-me por meus pecados não me deu um coração mais firme, lancei-me no chão e confessei com ímpia voz que tinha errado, temendo contra mim sentença de excomunhão e que como necessária conseqüência, a população me levasse à pior das mortes”11

Não obstante essa tremenda coação, a doutrina da presença real de Cristo morto nos elementos e comido pelos fiéis, estava ainda longe de sua vitória. Embora não abertamente, por medo de opressão, havia os defensores das idéias de Berengário. A luta estava se acentuando e o IV Concílio de Latrão, realizado em 1215, veio colocar um ponto final na luta, dando ao novo dogma o cunho de oficialização.

A palavra transubstanciação apareceu no Concílio de Latrão, no pontificado de Inocêncio II, em novembro de 1215, na primeira parte dos 70 capítulos que se supõe haverem sido redigidos pelo próprio Inocêncio III, e que se referiam à extirpação das heresias. Entre as decisões de Latrão, citamos os sete pontos seguintes:

“1) Que Jesus Se acha presente na Eucaristia todo inteiro em corpo, sangue,alma e divindade, real e substancialmente, e não em sinal, figura ou virtude; 2) que não resta substância alguma do pão e do vinho unida ao corpo e ao sangue, senão as meras aparências; 3) que Cristo Se acha todo inteiro sob cada uma das espécies e sob cada uma de suas partes destacadas; 4) que o corpo e o sangue existem não somente quando se recebem, mas antes e depois; 5) que o verdadeiro corpo do Senhor permanece inteiro em todas as hóstias que restam depois da comunhão; 6) que Cristo, filho único de Deus, deve ser adorado no santo sacramento, ainda exterior conforme os ritos e ofertas da Igreja;  7) que é comido não só espiritualmente, mas também real e sacramentalmente.”12

Precisamos honestamente reconhecer que a dogmatização da transubstanciação não foi suficiente para silenciar as objeções e que agora começaram a surgir perguntas mais difíceis de responder, tais como : “Se realmente ocorre um milagre de transformação, porque o pão e o vinho permanecem com a mesma aparência?” O Concílio de Latrão simplesmente afirmou a transformação dos elementos, mas não explicou como ela ocorria.

Era fácil condenar os pontos de vista de Berengário e obriga-lo a retratar-se; difícil porém, foi refutar as seguintes objeções: “Qual é a relação entre o corpo de Cristo que está no Céu e o corpo de Cristo no sacramento? Se Seu corpo deve estar no Céu e na Terra ao mesmo tempo, como pode estar sobre muitos altares simultaneamente? Como se pode explicar que a conversão da substância deixa todos os acidentes do pão e do vinho inalterados?”13

De Tomás de Aquino a Trento.


Tomás de Aquino (1225-1274) é o teólogo católico medieval cujas sínteses da teologia cristã e da filosofia de Aristóteles se tornaram um clássico da teologia católica por vários séculos. Tomás de Aquino é considerado entre os doutores católicos como o teólogo clássico no campo da doutrina eucarística. Foi ele quem deu à Igreja Romana aquele conceito de transubstanciação que essencialmente se tornaria o dogma de Trento. Aquino procurou explicar a transubstanciação através da filosofia aristotélica. A grande vantagem dessa interpretação do dogma era que o milagre da transubstanciação situava-se na esfera metafísica e da espiritualidade. Esse foi o mais flagrante exemplo da grande síntese entre a fé cristã e a filosofia aristotélica.

A doutrina da transubstanciação tal como foi formulada por Tomás de Aquino contém a doutrina da concomitância. Segundo a teoria de Aquino, o sangue de Cristo está junto com o corpo depois da consagração do pão, e, igualmente, o corpo com o sangue depois que tudo foi consagrado. O corpo e o sangue, além disso, se fazem acompanhar pela alma de Cristo e por Sua natureza divina. O Concílio de Trento (1545-1563) aceitou e confirmou a doutrina de Aquino sobre essa questão, incluindo expressamente a alma e a divindade de Cristo na concomitância. Mais tarde, o papa Paulo VI, referindo-se à doutrina tomista, afirmou: “A Igreja quis reconhecer na doutrina de São Tomás de Aquino, a expressão particularmente elevada, completa e fiel, quer do seu magistério, quer do sensus fidei de todo o povo de Deus”.14

É assim que Aquino explicou a transformação da substância dos elementos enquanto eles permaneciam inalterados. “A substância que é sujeito tem duas propriedades: primeiro, não ter necessidade fundamento intrínseco para ser sustentada, mas sustenta-se a si mesma; segundo, ser fundamento dos acidentes, sustentando-os e por isso diz-se que sub-está. Acidente é o ser cuja essência deve estar em outra coisa. Convém que o ser deles seja acrescido ao ser da substância e dependa desta. A substância, diz Aristóteles, é o simples ser e se realiza por si mesma; todos os outros gêneros de seres diversos da substância são seres de certo modo e existem pela substância. Por conseguinte, a substância é o primeiro entre os seres.”15

Em sua Sessão XIII, de 11/10/1551, o Concílio de Trento afirmou a presença real como uma “conversão” do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo, conversão esta também chamada de transubstanciação. Tomás de Aquino deu um toque refinado à doutrina da transubstanciação, o que salva a igreja Católica de ser acusada de ensinar canibalismo ou propor na missa o “almoço” de Cristo morto e presente. Diante da acusação de magia na missa, os teólogos católicos se defendem dizendo que não são pronunciadas palavras mágicas e que eles não fazem qualquer milagre; pois as palavras de Cristo são de Cristo e Ele mesmo é o consagrador dos elementos.

Em terminologia moderna, o que o Concílio de Trento definiu poderia ser expresso da seguinte maneira: o pão e o vinho, sem perder suas propriedades, ou, sem que alguma mudança tenha acontecido neles no plano do fenômeno, deixaram de ser no plano metafísico o que eram; ao invés, sobre este plano Jesus Cristo mesmo tornou-Se presente de modo misterioso.

Depois de Trento.


Não seria de esperar, que, após as declarações do Concílio de Trento, um cardeal da Igreja Católica Romana tivesse a coragem de admitir com dúvida que o texto bíblico referente à instituição da Ceia do Senhor fosse suficientemente explícito para se concluir que ocorra a transubstanciação: “Não é de todo improvável que não haja na Escritura passagem clara e expressa que prove a transubstanciação, sem a declaração da Igreja.”16

Outro fato notável é que a Igreja Ortodoxa Grega, a qual antigamente estava em comunhão com as igrejas do Ocidente, jamais creu na doutrina da transubstanciação. Para a Igreja Oriental, o corpo e o sangue de Cristo são verdadeiros mistérios que não são mudados em carne humana. A Igreja Católica Romana tem oficialmente sua doutrina ligada ao Concílio de Trento. Atualmente, porém, outras explicações pretendem substituir a interpretação escolástica, por terem outras filosofias tomando o lugar do pensamento tomista. F.X. Durrwell, teólogo católico moderno, expressa a nova tendência da interpretação: “Não se fala mais de uma substância nova, mas de determinação de um novo sentido.”17

Ora, essa tendência no catolicismo, analisada à luz da História, é a voz abafada pelos simbolistas descendentes de Agostinho e Berengário que está tentando tomar o lugar dos realistas descendentes de Ambrósio e Mascásio. Como está claro, a Igreja Católica é conservadora, mantendo-se fiel às declarações de Trento; este é um assunto a respeito do qual poucos expressam opinião. O próprio Durrwell, embora aponte a existência de tendências simbolistas, declara-se conservador das idéias tridentinas: “Nem o pão, nem o vinho, nem a refeição, nem a assembléia, sejam eles compreendidos segundo uma filosofia de intenção ou de natureza, poderão justificar a presença eucarística.”18

Nota-se porém que já há uma certa abertura da igreja para o diálogo, principalmente tendo em vista o ecumenismo. Isso se torna evidente quando um novo elemento, por muito tempo esquecido, é introduzido no assunto da eucaristia, o Espírito Santo: “Quando Ele Se torna presente para a Igreja na Eucaristia, é pela força do Espírito que o pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue de Cristo. É pelo Espírito Santo que a igreja se torna o corpo de Cristo, o sacramento na presença do mundo do Cristo pascal.”19. O método de Durrwell é “explicar” como se realizaria a transubstanciação fugindo do aristotelismo de Tomás de Aquino. Mas se alguém afirma que a eucaristia perdeu sua importância dentro da Igreja Católica romana está enganado. É seu propósito fazer desse assunto “o projeto do mundo, a direção da história, isto é, o projeto eucarístico”.20

Não é a questão dos pobres a mais importante. O grande tema para a Igreja Católica Romana é o projeto eucarístico. Pode-se falar da eucaristia como visitação, refeição, encontro, projeto, reconciliação, festa, celebração, comunhão ou sinal de unidade, mas a Igreja dirá: A eucaristia é muito mais do que isto: é a presença e o sacrifício de Cristo.

Karl Rahner, um dos principais teólogos católicos da atualidade, e talvez o mais ecumênico entre eles, produziu um livro no qual fala sobre a presença real de Cristo em termos de “visita”. Ele procura conciliar católicos e evangélicos, propondo a necessidades dessa visita pelo fato de que Cristo tem prazer em estar conosco, ser honrado e adorado. Lembra que a estrutura básica da eucaristia é um banquete, mas não decepciona os católicos conservadores: “Este princípio implica certamente a presença real de Cristo, pois o alimento oferecido não é senão o Seu corpo e Seu sangue, mas vai mais além desta simples afirmação, pois apresenta-se como sendo destinado a ser tomado como alimento.”21

Não se vê, ecumenicamente falando, alguma concessão da parte da Igreja Romana no que se refere à eucaristia. A caminhada em direção ao diálogo é visível, mas a questão permanece no mesmo ponto: o fiel católico realmente crê que, por um milagre de fé, o pão e o vinho deixam de ser o que eram antes, transformando-se na carne e sangue reais de Cristo, o qual é partido e comido em todas as missas. É muito apropriado saber o pensamento do papa João Paulo II, que tem pregado o diálogo entre católicos e evangélicos, e é considerado o papa mais missionário de todos os tempos.

Diz ele: “O sacerdócio ministerial ou hierárquico, o sacerdócio dos bispos e dos presbíteros e, ao lado deles, o ministério dos diáconos, estão em relação muito íntima com a Eucaristia. Esta é a principal e central razão de ser do sacramento do sacerdócio, que nasceu efetivamente no momento da instituição da Eucaristia e justamente com ela. Não é sem motivo que as palavras “fazei isto em memória de Mim” são pronunciadas imediatamente depois das palavras da consagração eucarística, e que nós as repetimos todas as vezes que celebramos o santo sacrifício.”22

Por esta e outras declarações do líder maior da Igreja Católica, é evidente a importância que essa Igreja dá à eucaristia como sacrifício. João Paulo II é guardião da transubstanciação, pois se realmente ocorre o sacrifício de Cristo na eucaristia, são necessários os altares, as missas e os sacerdotes. Caso contrário, toda a estrutura eclesiástica da Igreja estaria abalada, pois tanto altares como missas e sacerdotes seriam desnecessários.



1 Hermann Sasse, Isto é o Meu Corpo, Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia. 1967, pág 5.
2 Raphael Gióia Martins, Ceia ou  Missa? Livraria Independente Editora s.d. pág 40.
3 Lucien Deis, A Ceia do Senhor, São Paulo: Edições Paulinas
4 Raphael Gióia Martins, O Sacramento da Eucaristia, Livraria Independente Editora, 1962, pág 43.
5 Jean-Jacques Von Allmenn, Estudos Sobre a Ceia do Senhor, São Paulo: Editora Duas Cidades, 1968, pág. 75.
6 Fr. Amador Del Fueyo, Obras de San Agostinho,, São Paulo: s.d., pág. 141.
7 V. Héris, A Eucaristia Ministério da Fé, São Paulo: Edições Paulinas, 1987, pág. 55
8 Raphael Gióia Martins, Op. Cit, pág. 66.
9 Hermann Sasse, Op Cit., pág. 27.
10 Guilherme Dias, Inovações do Romanismo, Livraria Evangélica, 1912, pág. 57.
11 Philip Schaff, História da Igreja, vol. 4, pág. 84.
12 Raphael Gióia Martins, Ceia ou Missa, pág. 84.
13 Hermann Sasse, Op. Cit., pág. 27.
14 Tomás de Aquino, Exposição Sobre o Credo, Rio de Janeiro: Presença Edições, 1975, pág. I.
15 Ibid., págs. 98 e 99.
16 Guilherme Dias, Op. Cit,. Pág. 57
17 F.X. Durrwell, A Eucaristia, Presença de Cristo, São Paulo; Edições Paulinas, 1976, pág. 26.
18 Ibid., pág. 28.
19 Ibid,. Pág 56.
20 Aturo Paoli, Fraternidade no Mundo, Exigência da Eucaristia, São Paulo: Edições Paulinas, 1980, pág. 80.
21 Karl Rahner, A Eucaristía e os Homens de Hoje, São Paulo: Edições Paulinas, s.d., pág. 162.
22 João Paulo II, Eucaristía: Sacramento de Amor, pág. 13.

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