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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Através da Tribulação





Os Pinheiros Bristlecone podem viver mais de 4.000 anos e acredita-se serem as árvores mais antigas ainda vivas no planeta. Encontrados nos cumes das solitárias “White Moutains” (montanhas brancas) na Califórnia, os Pinus longaeva, que raramente ultrapassam 15 metros de altura são árvores de troncos retorcidos que a mais de 5.000 anos suportam ventos ciclônicos, temperaturas de 30 graus negativos, sol escaldante, muitas chuvas e violentas tempestades elétricas. Como eles conseguiram sobreviver, em meio a essas ásperas condições adversas? Eles enviam as suas raízes profundas ao solo, as envolvendo tenazmente em torno de uma rocha sólida, e penduram-se.



O povo de Deus terá de praticar essas mesmas habilidades de sobrevivência nos dias à frente. Jesus disse que um momento terrível de angústia viria sobre o mundo antes de Seu retorno e que seria mais intenso do que qualquer outro na história deste mundo. “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mateus 24:21-22).






Quando Jesus disse estas palavras aos seus discípulos, sem dúvida, ele estava se referindo a uma profecia semelhante feita pelo profeta Daniel. “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro” (Daniel 12:1).






A boa notícia é que os filhos de Deus irão sobreviver à tribulação que virá. Como os pinheiros Bristlecone, os santos terão de afundar suas raízes profundas com fé na Palavra de Deus e se apegarem tenazmente na Poderosa Rocha de todas as eras.



O que é a Tribulação?


Enquanto discutimos a grande tribulação que terá lugar antes do retorno de Jesus, lembre-se que tem havido vários outros “tempos difíceis” para o povo de Deus no passado.



Por exemplo, os filhos de Israel resistiram à 400 anos de tribulação, pouco antes do Êxodo (Atos 7:6). Os primeiros cristãos também passaram por um tempo de angústia, imediatamente após o apedrejamento de Estevão (Atos 8:1). De 303-313 dC, durante a era representado pela igreja de Esmirna (Apocalipse 2:10), o povo de Deus sofreu um período de 10 anos de tribulação. Mas talvez a mais notável foi a dificuldade de 1.260 anos de intensa perseguição empreendida contra os verdadeiros cristãos durante a Idade das Trevas. “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias”…”Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão” (Apocalipse 12:6, 13).



Escuro como cada um desses tempos foram para o povo de Deus, ninguém pode compará-los com a a grande tribulação final que ainda está para acontecer. A grande tribulação corresponde ao tempo durante o qual as sete últimas pragas de Apocalipse capítulo 16 irão cair “Vi no céu outro sinal grande e admirável: sete anjos tendo os sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a cólera de Deus” (Apocalipse 15:1).



A ira de Deus será dirigida contra os que desobedecem a Sua lei, distorcem a verdade, e oprimem o seu povo “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18).



A grande tribulação também coincide com a Batalha do Armagedom. Ambas tendo lugar imediatamente antes da segunda vinda de Cristo “Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom. Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!” (Apocalipse 16:16-17)



É minha convicção que o grande momento de dificuldade vai durar apenas um mês ou dois. Aqui estão algumas citações bíblicas que mostram que será um período curto de tempo.



Apocalipse 18:8 nos diz: “em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou”. Um “dia” em profecia bíblica representa um ano literal (Ezequiel 4:6, Números 14:34, Lucas 13:32). Assim, quando Apocalipse diz que “em um só dia sobrevirão os seus flagelos”, isso significa dentro, ou em menos de um ano. A própria natureza das sete últimas pragas, os rios e mares transformados em sangue e o planeta sendo abrasado com grande calor, tornaria impossível para a raça humana sobreviver mais de um ou dois meses. É por isso que Jesus disse: “E, se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém seria salvo, mas por causa dos escolhidos aqueles dias serão encurtados” (Mateus 24:22, NVI).



A Fúria do Dragão


A experiência dos filhos de Israel, pouco antes das pragas caírem sobre o Egito é um tipo ou símbolo, do que acontecerá ao povo de Deus antes dos sete últimos flagelos descritos no Apocalipse 16.



Depois de 400 anos de escravidão, os Israelitas se tornaram influenciados pela religião do Egito e tinham perdido de vista a lei de Deus. Assim, antes de Moisés e Arão reunirem-se com o Faraó, eles reuniram todos os líderes de Israel para promover um renascimento do compromisso com a lei de Deus, incluindo o sábado da criação (Êxodo 4:29-31). O povo respondeu sinceramente, razão pela qual o faraó ficou furioso e disse a Moisés e Arão: “Essa gente já é tão numerosa, e vocês ainda os fazem parar de trabalhar!” (Êxodo 5:5, NVI). Lembre-se que os filhos de Israel sabiam que o sábado era parte da lei de Deus antes de chegarem ao Monte Sinai (Êxodo 16:22-28).



Antes do início da grande tribulação, especial atenção é novamente chamada para o assunto da adoração e do mandamento do sábado. Em Apocalipse 14:7, um anjo de Deus chama as pessoas para adorar “… aquele que fez o céu e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7). O anjo está claramente citando o mandamento do sábado, que diz: “Porque em seis dias o Senhor fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia” (Êxodo 20:11).



A redescoberta da lei de Deus, incluindo a verdade do sábado, será o alarme que desperta a fúria do dragão. O diabo odeia o sábado, porque ele sabe que todos os relacionamentos de amor são construídos sobre o tempo. Se ele pode destruir o dia que foi separado para o povo de Deus passar tempo de qualidade com o seu Criador, ele pode destruir o relacionamento. Vemos isso acontecer repetidamente entre marido e mulher, bem como entre pais e filhos. Se você parar de gastar tempo de qualidade juntos, logo o relacionamento vai desmoronar.



Quando os filhos de Israel responderam ao chamado de Deus para guardarem o Sétimo dia do santo sábado, o faraó ficou furioso. Ele sabia que, enquanto o povo só trabalhasse, trabalhasse, trabalhasse, eles não teriam tempo para pensarem em sua liberdade. O diabo está usando a mesma Estratégia ainda hoje. Seu objetivo é Manter as pessoas tão ocupadas com o trabalho e tão preocupadas com os cuidados desta vida que não lhes sobra tempo para adorarem o seu Criador. Ele sabe que se fizer com que as pessoas negligenciem o descanso do sábado, Elas nunca vão ter tempo para pensar seriamente na salvação.



Olhando ao longo da história até o fim dos tempos, o Senhor sabia que o Seu povo fiel guardaria o sábado do quarto mandamento. É por isso que, em conexão com a tribulação, Jesus aconselha seus seguidores “Orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado” (Mateus 24:20).



O tempo de angústia começa com a ira do diabo contra os filhos obedientes de Deus (Apocalipse 12:17) e termina com a ira de Deus contra os que obedecem a besta (Apocalipse 14:9-10).



Sem Segunda Chance


Antes da grande tribulação começar, o povo de Deus irá experimentar um pequeno tempo de angústia. Durante este tempo os Santos terão de partilhar a sua fé em face da rígida oposição social, política e religiosa “para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome” (Apocalipse 13:17).



Esse pequeno tempo de dificuldade será semelhante ao período de tempo, pouco antes das pragas que caíram sobre o Egito. O Faraó, irritado tentou transformar os corações de seus escravos israelitas contra o seu Deus, forçando-os a produzir o contingente usual de tijolos sem fornecer a palha necessária. Da mesma forma, antes da tribulação, o governo vai usar sanções políticas e econômicas para pressionarem as pessoas a receberem o sinal da besta. Quando este não conseguir forçar o povo de Deus, à desobediência, haverá então um decreto de morte definitiva “e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta” (Apocalipse 13:15). Neste momento, a grande tribulação começa e as sete últimas pragas começam a cair.



A principal razão desta tribulação ser tão intensa é porque ela virá para os perdidos “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro” (Daniel 12:1). Observe que, quando começa a tribulação, os casos de todas as pessoas já estão para sempre decididos.



A porta da salvação e da graça será fechada para o mundo, assim como a porta da arca foi fechada sete dias antes do dilúvio começar. Naquele tempo, Jesus vai dizer: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Apocalipse 22:11-12).



Pela primeira vez na história do mundo, o Espírito de Deus será totalmente retirado do perdido. Os perdidos, serão dados totalmente ao controle demoníaco. Os salvos serão selados e os perdidos para sempre perdidos. Não pode haver mais mudança de lado.



Deus em Julgamento


Se ninguém é convertido pelas pragas, então por que o Senhor permite isso?



Por milhares de anos o Espírito de Deus tem trabalhado nos corações dos homens. Mas ele alertou que isso nem sempre seria assim (Gênesis 6:3). Satanás devia ter uma oportunidade para demonstrar como seria o mundo estando este totalmente sob seu poder. E assim Deus vai finalmente permitir que os ventos da contenda soprem sem obstáculos, mas não antes de Seus servos serem selados (Apocalipse 7:1-3).



A grande tribulação irá revelar ao universo que nada, nem mesmo as piores condições da história do mundo, mudaria o caráter dos que ainda estiverem vivos sobre a terra. O povo de Deus continuará confiando nEle apesar das circunstâncias, e Seus inimigos continuarão se rebelando contra ele.



Às vezes, a adversidade traz uma alma perdida ao arrependimento, mas assim que as sete últimas pragas estiverem sendo derramadas, os maus irão revelar que já não existe nada de resgatável neles.



“O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória” (Apocalipse 16:8-9).



“e blasfemavam contra o Deus dos céus, por causa das suas dores e das suas feridas; contudo, recusaram arrepender-se das obras que haviam praticado” (Apocalipse 16:11, NVI)



“também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande” (Apocalipse 16:21)



Através da Tribulação Com Cristo


Muitos cristãos acreditam que os justos serão todos arrebatados para fora do mundo pouco antes do tempo de angústia e que os ímpios serão deixados para trás para suportarem sete anos de tribulação. Porque soa atraente, essa doutrina ganhou aceitação generalizada. Mas a verdade é que a Bíblia ensina claramente o contrário.



Aqui está apenas algumas das muitas passagens que ensinam que no final do tempo de Deus as pessoas vão passar pela tribulação.



A Bíblia descreve os 144.000 como “os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).



Em Seu grande discurso profético sobre o monte das Oliveiras Jesus fez a seguinte declaração imediatamente após citar a tribulação: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mateus 24:22). Se os eleitos não estavam no mundo durante a grande tribulação, eles não precisariam que os dias fossem abreviados !



Por toda a Escritura, vemos exemplos do Senhor salvando o Seu povo através da tribulação, não a partir dela.



Noé não foi salvo do Dilúvio, mas através dele.



Daniel não foi salvo da cova dos leões, mas através dela.



Sadraque, Mesaque e Abedenego não foram salvos da fornalha de fogo, mas através dela. Na verdade, Jesus passou por isso com eles, e Ele vai passar a grande tribulação com a gente também!



Os filhos de Israel não foram salvos do Egito antes que as pragas caíssem, mas depois. Deus demonstrou seu amor e poder, preservando-os no Egito em meio às dez pragas. Da mesma forma, os justos estarão no mundo, quando caírem as sete últimas pragas (Apocalipse 16), mas Deus vai preservá-los.



Deus nunca prometeu que nossa vida seria sempre fácil. Cristo orou ao Pai pelos Seus discípulos: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (João 17:15). Da mesma forma, em 2 Timóteo 3:12 Paulo afirma: “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. Paulo também disse a um grupo de discípulos que “através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14:22).



Embora Deus nem sempre oferece um escape da tribulação, Ele faz a promessa de nos dar o poder e a força para passar por ela. “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).



Em Sua parábola dos dois construtores, Jesus ensinou que a tempestade vem tanto ao homem prudente que constrói sobre a rocha, como certamente também para o homem tolo que constrói sobre a areia. (Mateus 7:24-27). A tempestade vai chegar para todos.



Não é preciso ter medo


Imagine, se você ousar, esta receita aterrorizante. Primeiro, despeje todo o conteúdo do Armagedom numa panela de pressão, em seguida, misture lentamente as sete últimas pragas com uma garrafa cheia de angústia para Jacó e uma Babilônia toda esmagada. Em seguida, mexa uniformemente, acrescente duas caixas cheias de ira, uma de Deus e uma de Satanás. Tampe a panela e cozinhe em fogo alto.



Soou apetitoso?


Nós todos parecemos evocar essas imagens assustadoras quando pensamos na tribulação.Agora pense na Imagem de Jesus em um frágil e pequeno barco num mar escuro, com as ondas crescendo e o vento rugindo. Marcos 4:38-40 registra a cena: “E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança”.



Então Cristo disse-lhes: “Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?” Jesus descansou com a paz de um bebê porque ele viveu pela fé em Seu Pai celestial. Uma mensagem que ele repetiu várias vezes durante o Seu ministério foi “Não temas”.



Em João 16:33, Jesus disse: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”.






Deus não quer que a gente viva com medo, mas sim pela fé “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4:18).



Durante a pior hora do mundo e da maior prova, Deus irá fornecer maior paz e fé. Precisamos apenas lembrar que Jesus está no barco com a gente. Apesar da fornalha ser aquecida sete vezes mais, podemos passar com segurança através dela, se Jesus estiver ao nosso lado.



O Salmo 91 contém promessas especiais para aqueles que viverem durante a última grande tribulação. Ele diz: “Você não terá medo dos perigos da noite nem de assaltos durante o dia. Não terá medo da peste que se espalha na escuridão nem dos males que matam ao meio-dia. Ainda que mil pessoas sejam mortas ao seu lado, e dez mil, ao seu redor, você não sofrerá nada. Você olhará e verá como os maus são castigados” ( Salmos 91:5-8, NTLH).






O salmista deixa claro que nós estaremos no meio do mundo durante as pragas e ainda assim permaneceremos intocados, se Deus for o nosso refúgio “Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda” (Salmo 91:10)



Resgate dos Céus


Na sexta-feira de 2 de junho de 1995, o Capitão Scott O’Grady estava voando com seu F-16 sobre a Bósnia, quando seu avião foi cortado em dois por um míssil inimigo. Miraculosamente, antes de descer para o mergulho fatal no jato F-16, O”Grady conseguiu acionar o que ele chamaria depois, numa reunião da imprensa, a “bela alavanca dourada” entre os seus joelhos, ejetando o assento pára-quedas, que o colocou fora da nave sinistrada. De repente, ele encontrou-se em um mundo diferente e hostil com todo o exército sérvio vasculhando cada centímetro de chão em busca dele. Durante seis dias ele orava, muitas vezes escondido com o rosto no chão para evitar ser visto pelos soldados inimigos passando a poucos metros. Durante seis longos dias, ele sobreviveu ao frio, molhado, cansado, com fome, comendo insetos e bebendo água suja, no pequeno equipamento de sobrevivência, o piloto americano encontrou um rádio transmissor PRC-112, quase do tamanho de um walkman comum, com uma autonomia de 7 horas. Por causa do mau tempo, O”Grady conseguiu fazer um só contato com um outro piloto americano, o capitão Thomas Hanford, indicando sua sobrevivência e localização aproximada. Correndo de inimigos e se escondendo sob arbustos, veio depois um ousado resgate dos céus. Quarenta dirigíveis, centenas de soldados, satélites e a tecnologia combinada de todos da OTAN foram contratados para resgatar o soldado caçado com êxito.



Deus vai fazer menos para o seu povo?


Quando o Capitão Scott O’Grady retornou aos Estados Unidos, ele foi saudado como um herói. Por quê? Porque ele tinha saído da grande tribulação. Nós também podemos ter de suportar um breve momento de dificuldade, mas ele se desvanece na insignificância, quando comparado com o momento glorioso quando Jesus vier bater através do céu com seus exércitos angelicais para resgatar Seus filhos.
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8:18).



Artigo escrito por Doug Batchelor, traduzido pelo blog www.setimodia.wordpress.com, do original “Through The Tribulation”.

sábado, 13 de junho de 2015

Os Reis do Orgulho

Por Doug Batchelor

Um fato surpreendente: Joshua Abraham Norton sofria de delírios de grandeza. Ele preferia ser chamado de Sua Majestade Imperial Norton I, e em 1859, se auto proclamou imperador dos Estados Unidos. Naturalmente, as pessoas se divertiam com as grandes reivindicações feitas pelo pobre coitado, mas ainda que fosse geralmente considerado um pouco “louco”, ele comia de graça nos melhores restaurantes de São Francisco e os jornais da cidade publicavam muitas de suas proclamações – Incluindo a dissolução do Congresso dos E.U.A pela força e a construção de uma ponte através da baía de São Francisco. Seu humor e obras ficaram famosos não só na cidade em que vivia mas em todo o mundo.

Rudyard Kipling escreveu a curta e inteligente história “O Homem que Queria ser Rei”, um conto sobre as maquinações de dois amigos do século 19. Os ex-soldados partiram da Índia britânica em busca de aventura e acabaram como reis no que é agora parte do Afeganistão. É um estudo fascinante de como a sua ascensão ao poder régio lentamente desencadeou o orgulho latente em seus corações, mudando suas características e dividindo-os como amigos.


A maioria de nós já ouviu a expressão “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Isto é especialmente verdadeiro para os monarcas, que são expostos às tentações do orgulho mais do que as pessoas comuns. A Bíblia está repleta de exemplos de homens que queriam ser reis, e reis que queriam ser divinos. Na verdade, nós aprendemos que o pecado entrou no nosso universo através do portal do orgulho …

O Anjo que Queria ser Deus


Em Isaías 14, encontramos um retrato fascinante da primeira vítima do veneno do orgulho. É a história de como o diabo tornou-se um demônio. Claro, que sabemos que Deus não criou o diabo. Pelo contrário, Ele criou um anjo deslumbrantemente perfeito chamado Lúcifer, que foi o maior dos querubins, o líder do coro celestial, e o mais inteligente e poderoso de todos os seres criados.


Mas todas as criaturas de Deus são livres para escolher quem vão amar e servir. Infelizmente, Lúcifer tomou a tóxica decisão de escolher-se a si mesmo, acima de todos os outros. Ele tornou-se hiper-narcisista, encantado com sua própria beleza. “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! … Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” (Isaías 14:12-13). Lúcifer tinha claramente problemas com seu ego.

Quando o anjo rebelde espalhou seu desafeto entre os outros anjos, finalmente Deus teve que expulsá-lo da corte celestial. Mas esse não foi o fim do orgulho na criação de Deus. Na verdade, foi o primeiro tipo de tentação que Lúcifer, agora mais conhecido como Satanás, apresentou para Adão e Eva. Disse-lhes que se fossem simplesmente comer do fruto proibido, seus olhos seriam abertos e seriam como Deus, implantando assim, em seus corações e mentes seus desejos arrogantes. E funcionou.

Finalmente, o orgulho é uma forma de idolatria – tornando-nos um objeto de adoração. As aspirações do Clube do diabo em toda a grande controvérsia giram todas em torno do “próprio eu, do ego”. Em Ezequiel 28, encontramos mais alguns detalhes sobre as muitas facetas do orgulho que levaram à queda de Lúcifer — orgulho pelo poder, posição, posse, inteligência, aparência, e muito mais. O capítulo deve ser um alerta para os cristãos na era final da história humana, porque essas características egoístas continuam a contribuir para a queda daqueles que, eventualmente se distanciam do Espírito do Senhor. Na verdade, o orgulho é o arrastão invisível com o qual o diabo captura os mais confiantes do povo de Deus.


O Orgulho do Poder


“Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o designei.Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes.” (Ezequiel 28:14). A Bíblia passa muito tempo nos reis que foram vencidos pelo orgulho de seu próprio poder, alimentando o egoísmo para nenhum fim.


Nabucodonosor lutava com este problema particular do orgulho. No auge de seu poder, o grande rei da Babilônia teve um sonho sobre uma árvore da qual o mundo inteiro era alimentado e em que cada pássaro encontrava um local para alojar-se nos seus ramos. Mais tarde, ele observa a árvore ser cortada, e preocupado o rei pede a interpretação do sonho. O profeta Daniel informa a Nabucodonosor, que o monarca é a árvore que será cortada. Daniel aconselha-o a voltar dos seus caminhos pecaminosos, viver em retidão, e mostrar misericórdia para com os pobres.


Convencido pelo profeta, Nabucodonosor consegue humilhar-se – por um tempo. Como a Babilônia continuou a crescer em prosperidade, tal como os seus exércitos continuaram a ganhar batalhas, como todos os seus projetos de construção chegaram a ser concretizados, um dia o rei saiu para uma de suas varandas palacianas a contemplar a gloriosa vista do seu reino, e proclamou: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Daniel 4:30).


Soa como o diabo, não é? Ele tomou crédito irresponsável para tudo, sobre o qual foi dado a ele reinar. Neste exato momento, Deus emitiu um juízo sobre o orgulhoso rei. “Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino.” (verso 31).

O que se segue é bastante surpreendente. Por sete anos, Deus tirou a sabedoria do rei, inteligência e poder. Nabucodonosor, tornou-se como um animal, andando sobre suas mãos e joelhos. Seus conselheiros não sabiam o que fazer com ele. Temendo que isto pudesse desestabilizar o reino, eles se recusaram a declarar a situação para os cidadãos do reino e soltaram o rei para pastar nos jardins reais, onde ele andava ao redor, comendo erva como um boi.

Após sete anos, Deus teve misericórdia e restaurou o juízo de Nabucodonosor. Mas a lição é tão clara como a história do diabo em Ezequiel: Deus é o único que merece o nosso louvor, não importa o quanto de poder possuímos neste mundo. Quando Deus nos dá a capacidade de influenciar os outros, não devemos agir como se fizéssemos tudo por nossa própria conta. Devemos usar esse poder com profunda humildade. Por causa de seu orgulho, Nabucodonosor perdeu tudo. O orgulho também pode levar os cristãos a um lugar onde podem perder o acesso ao reino de Deus, assim como aconteceu com o diabo.


Orgulho pela Posição


“Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci…” (Ezequiel 28:14). Algumas pessoas crescem orgulhosas de sua posição no trabalho e na vida. Isto é parte da mesma miríade de questões, com as quais o diabo lutou antes de ser expulso do céu. Hamã no livro de Ester fornece outro exemplo de orgulho auto-destrutivo em exibição na Bíblia.


O poderoso Xerxes da Pérsia soube que um judeu chamado Mordecai tinha salvo sua vida de uma trama de assassinato. Xerxes quis honrar Mordecai, mas Hamã, que tinha recebido recentemente uma promoção de alta honra do rei, tornou-se irritado com Mordecai, porque o judeu devoto não se curvava diante do nobre arrogante. Hamã ficou tão zangado, que na verdade, ele quiz matar todos os judeus na terra.

Com o orgulho inflado Hamã continuou a progredir, e se gabava a seus amigos sobre “… a glória das suas riquezas e a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e como o tinha exaltado sobre os príncipes e servos do rei.” (Ester 5:11).

Assim, quando Mardecai continuou a recusar-se a mostrar reverência a Hamã, o nobre se irou contra ele. Hamã, presunçosamente, decidiu construir uma forca para pendurar a Mordecai, certo de que Xerxes lhe daria permissão por causa de sua posição real elevada. No entanto, antes que ele pudesse pedir ao rei permissão, Xerxes pergunta a Hamã: “O que deve ser feito ao homem que o rei deseja honrar?”

O orgulho, um espelho distorcido que obstrui o pensamento claro e a razão, permitiu a Hamã ver apenas a si mesmo. Cheio de vaidade, Hamã pensou no seu coração: “A quem o rei teria prazer de honrar, senão a mim?” (Ester 6:6 NVI). O nobre logo vislumbrou a procissão mais extravagante, ele poderia estar pensando que – Andaria no cavalo do rei, com vestes de rei, com a coroa de rei sobre a sua cabeça, desfilando para cima e para baixo pelas ruas da cidade para que todos o honrassem. Jesus disse: “Da abundância do coração fala a boca”, e isso não poderia ser mais verdadeiro para Hamã, que falava como se ele quisesse desesperadamente ser o rei.

Bem, vocês podem imaginar o choque de Hamã com o que se seguiu: “O rei ordenou então a Hamã: Vá depressa apanhar o manto e o cavalo, e faça ao judeu Mardoqueu o que você sugeriu … Não omita nada do que você recomendou” (verso 10). Hamã foi ordenado para homenagear o homem o qual seu orgulho tão desesperadamente queria assassinar.

A Bíblia diz: “Quando vem a soberba, então vem a vergonha” (Provérbios 11:2). A história de Hamã é um grande exemplo do pagamento final do orgulho. Ele foi pendurado na forca que ele havia construído para Mordecai.

Esse orgulho pela posição, infectava mesmo aqueles que estavam mais próximos a Jesus. Em Marcos 9, encontramos os discípulos discutindo sobre qual deles seria o maior no reino de Jesus. Era como se eles nunca tivessem ouvido uma das lições mais poderosas que Jesus já havia dado a eles: “Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros, Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.” (Mateus 23:11-12 NTLH).


Se você se exaltar a si mesmo, esforçando-se para obter posição e honra, você será humilhado por Deus. Se você se humilhar, Deus encontrará uma forma de exaltar-lhe, nesta vida ou ao entrar na eternidade. Você se sente como se tivesse sido preterido em seu trabalho por causa do favoritismo ao invés da habilidade? Não deixe que isso te incomode. Contente-se a servir onde Deus o colocou. Cristo em seu tempo vai te levantar.

Orgulho Espiritual


O orgulho espiritual é um poço escondido em que muitos cristãos inocentes caíram. É especialmente insidioso porque se disfarça como virtude. No Antigo Testamento, o Rei Uzias, foi em geral um bom governante, mas ele caiu por seu orgulho religioso. Ele achava que merecia os mesmos privilégios que os sacerdotes. O rei Saul também perdeu o seu reino, após usurpar as responsabilidades do sacerdócio.


Jesus abordou essa falha fatal em uma de suas parábolas mais populares. “Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos” (Lucas 18:10). Aqui Jesus contrasta duas pessoas que pertenciam à mesma igreja. No tempo de Jesus, os fariseus eram profundamente respeitados por sua religiosidade, enquanto os publicanos eram considerados párias.


Na parábola, “O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano, Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho”, enquanto “o publicano ficou a distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’ “(Lucas 18:11-13).

De acordo com Jesus, foi o humilde publicano quem foi para casa justificado (Lucas 18:14). Você vê, o fariseu estava orgulhoso de suas boas obras, acreditando que ações espirituais valeriam sua aceitação diante de Deus. Mas o publicano tinha simples confiança na misericórdia de Deus. O publicano foi perdoado, mas o fariseu não. Não podemos perder essa lição, se quisermos crescer em Cristo.

O orgulho espiritual é mortal – e é a desgraça da Igreja de Laodicéia. Quando uma pessoa ou igreja diz: “Eu sou rico, e me tenho enriquecido, e de nenhuma coisa tenho necessidade” isso é nada mais do que o orgulho espiritual egoísta. E Deus tem algo a dizer sobre isso. Ele diz que nós realmente somos “pobres, miseráveis, cegos e nús e não sabemos disso”. Quanto mais você se tornar espiritualmente orgulhoso, mais espiritualmente pobre você é. Mas aqueles que reconhecem e admitem o seu estado espiritual falho, sabem que podem ser salvos apenas pela graça de Cristo, e tem uma vantagem nessa humildade. Jesus promete-lhes: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.”


No clássico, Parábolas de Jesus, de Ellen White lemos : “O mesmo mal que levou Pedro à queda e excluiu da comunhão com Deus o fariseu, torna-se hoje a ruína de milhares. Nada é tão ofensivo a Deus nem tão perigoso para o espírito humano como o orgulho e a presunção. De todos os pecados é o que menos esperança incute, e o mais irremediável.” (Pág. 154).


É por isso que Jesus disse: “Cuidado com os mestres da lei. Eles fazem questão de andar com roupas especiais, de receber saudações nas praças e de ocupar os lugares mais importantes nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas, e, para disfarçar, fazem longas orações. Estes Homens diz Jesus “… receberão condenação mais severa!” (Marcos 12:38-40).


Você está sobrecarregado com orgulho espiritual? Você está orgulhoso de seu conhecimento das doutrinas da Bíblia? Você vai à igreja zombando daqueles que não vão no mesmo dia que você? Sonde o seu coração para as razões pelas quais você faz as coisas religiosas. O orgulho é a semente que Satanás plantou para ter Jesus pregado na cruz. Em Marcos 15 é nos dito que Pilatos perguntou aos judeus “Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus? sabendo que fora por inveja que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus.” (versos 9 e 10). O Orgulho ofendido por sentirem que Jesus ameaçava a importância deles entre os povos, fizeram com que eles o matassem.


O Poder da Humildade


Nós examinamos o poder destrutivo do orgulho na vida de grandes reis e do povo de Deus. Vamos concluir este estudo com uma pequena lição sobre o poder restaurador de escolha da humildade.

A Bíblia nos diz repetidamente que Deus quer corações humildes em Seu povo. “O SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus”. (Miquéias 6:8, NTLH).


O orgulho é uma bússola que aponta sempre para si mesmo. Mas nós podemos escolher resistir a essa tendência natural. Através do Espírito de Deus, podemos optar por sermos humildes. A Bíblia não diz que devemos pedir a Deus para nos humilhar, em vez disso, nós somos repetidamente convidados a nos humilhar “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14). Deus certamente pode encontrar formas de fazê-lo recuar em seu orgulho, e isso, porque Ele te ama. Mas isso não significa que você possa querer se humilhar diante dele: Praga após praga caíram sobre Faraó e seu povo, mas o líder egoísta não se humilhava para salvar ninguém, nem mesmo seu próprio filho.

Espero viver e reinar com Cristo, um dia, mas isso nunca vai acontecer se eu não escolher abraçar a humildade agora, como Moisés a escolheu quando ele estava vivo. É dito sobre este profeta “Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” (Números 12:3).

Isso é extraordinário considerando que ele teve a oportunidade de viver nos palácios do Egito. Moisés poderia ter sido um rei orgulhoso. Ele poderia ter tido todo o mundo curvando-se diante dele. No entanto, ele humildemente se afastou disso tudo, porque ele queria servir a Deus.

Adivinha onde ele está agora? Ele está na presença de Cristo, um dos poucos escolhidos que já vivem no céu. Isso é melhor do que ser um faraó embalsamado cercado por objetos empoeirados. E tudo porque Moisés se humilhou para que o Senhor pudesse levantá-lo. Precisamos perceber o nosso verdadeiro estado, se quisermos que Deus nos transforme de uma largata em uma borboleta.


Ser como Cristo


Os exemplos contrastantes entre o orgulho do Faraó e a mansidão de Moisés são um símbolo de Lúcifer e Jesus. E cada um de nós deve escolher imitar os traços de um ou de outro. Portanto, aqui está um princípio inabalável que você deve ter conhecimento: Deus exalta aqueles que são mais humildes e humilha os mais orgulhosos.



Quem é que vai receber a maior humilhação no dia do julgamento? Satanás, porque ele queria ser Deus. Exaltou-se mais do que qualquer outro ser da criação, portanto, ele vai ser humilhado mais do que qualquer outro. Ele que caminhou ao lado do Todo-Poderoso brilhando entre pedras preciosas, vai ser lançado no lago de fogo. É o maior rebaixamento na história.



Quem mais se humilhou a si mesmo? Jesus, porque Ele desceu do seu trono celeste para a cova da humilhação e da morte por amor de Sua criação. Jesus foi o Criador tornando-se criação. Jesus “humilhou-se, tornando-se obediente até à morte. … Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2:8-9).



Estas principais características de Jesus e de Lúcifer estão em guerra dentro de todos nós. Cada um de nós terá que escolher copiar um desses dois modelos em nossas vidas. Para o seu bem e para o bem do Reino de Deus, escolha a humildade hoje e peça a Deus para ajudá-lo nisso.



Artigo escrito pelo pastor Doug Batchelor, do Ministério Amazing Facts, traduzido do original “The Kings of Pride”.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Fora do corpo

Fora do Corpo
By Joe Crews

INTRODUÇÃO

Tanto eruditos quanto leigos, igualmente, muitas vezes tropeçaram em alguns dos escritos do apóstolo Paulo. Há alguns versos espalhados em cartas que ele endereçou às igrejas que, segundo eles, parecem contradizer o que ele escreveu em outras epístolas. No mínimo, eles têm interpretado como contradição. Mas, teria a tremenda mentalidade reta e espiritual de Paulo escrito estas coisas confusas? Ou a contradição repousa somente na maneira com a qual os leitores distorcem suas palavras?

Um exemplo perfeito desse problema aparece nos primeiros versos de II Coríntios 5, em que Paulo fala sobre vida e morte. Sua linguagem ali foi entendida por muitos como sendo o ensinamento de que a recompensa do justo lhe é concedida no momento da morte. Assim, uma alma imortal deixa o corpo para encontrar-se ou com a imediata recompensa, ou com a punição. Se este fosse o verdadeiro significado das palavras de Paulo estaríamos diante de sérias incongruências dentro de suas epístolas. Vamos examinar os versos em II Coríntios 5:1-8 e descobrir o que Paulo realmente ensinou sobre este assunto crucial.

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna nos céus. E, por isso, também gememos desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido, pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no nosso corpo, vivemos ausentes do Senhor. (Porque andamos por fé e não por vista). Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”.


A fim de termos uma visão clara na mente, vamos rever os versos ponto a ponto:

Verso 1
Paulo introduz apresentando um lar terreno e um lar celestial e diz: “Porque sabemos que se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus”.

Verso 2
Ele afirma nossa condição enquanto estamos no lar terreno. “E, por isso também gememos...”

Verso 2-3
Ele nos fala o que deseja nesse estado. “... desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus”.

Verso 4
Paulo repete este fato mais uma vez. “Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos”.

Verso 4
Ele então afirma o resultado de ser revestido com aquilo que vem da morada celestial que ele deseja tão ardentemente. “… para que o mortal seja absorvido, pela vida”.

Verso 5
O Espírito é a garantia de que a mortalidade será, finalmente, tragada pela vida.“Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito”.

Verso 6
Paulo mostra o campo de sua certeza [NT- viver no Senhor, e ausente do corpo]: “Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no nosso corpo, vivemos ausentes do Senhor”.

Verso 7
Um interlúdio sobre o viver do cristão vitorioso: “(Porque andamos por fé e não por vista)”.

Verso 8
Ele repete a disposição de viver fora do corpo e junto do Senhor. “Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo para habitar com o Senhor”.

Com o assunto plenamente anteposto a nós, vamos então determinar o significado dos termos usados por Paulo nesses trechos. O que ele quer dizer com: “casa terrestre”, “casa dos céus”, estarmos “vestidos” ou “nus”, “mortal ser absorvido pela vida”, e “deixar o corpo para habitar com o Senhor”?

O apóstolo responde todas essas questões para nós. No verso 6 ele define “nossa casa terrestre” como sendo o “nosso corpo”. A característica principal dessa casa é que ela pode ser desfeita; em outras palavras, é mortal. Essa casa terrena é, por esta razão, nosso corpo mortal, ou nossa atual condição mortal.

A “casa do céu” é eterna, ou imortal, e representa o estado da imortalidade que aguarda os redimidos, após a ressurreição. Aqui é onde se encontra o maior mal-entendido. Alguns têm pensado que a “casa dos céus” é estabelecida no momento da morte. Mas o apóstolo explica, com detalhes, O MOMENTO EM QUE ELE ENTRARÁ NA IMORTALIDADE.


A Hora da Mudança

Note como ele explana QUANDO o “mortal será absorvido pela vida”, em Romanos 8:22-23: “Porque sabemos que toda criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do corpo.” Este verso em Romanos é um perfeito e notável paralelo ao conteúdo dos versos em II Coríntios 5:1-8, e esclarece quando seremos vestidos da imortalidade. Note a similaridade da linguagem e pense:

Aos Coríntios Paulo escreveu:
“porque também nós… neste tabernáculo gememos... não porque queremos ser despidos, mas revestidos...”

Aos Romanos Paulo escreveu:
“… também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do corpo...”

Estes dois escritos estão falando da mesma experiência. O objetivo final em ambos os casos é mudar o corpo mortal em um corpo imortal e a “casa terrena” em uma “casa celestial”. Veja que, num verso, Paulo estava “desejando ser revestido” com a casa celestial, e no outro, “esperando a adoção, a saber, a redenção do corpo.”

A comparação prova que este “revestimento do céu” realiza-se quando da “redenção do corpo”. Paulo acrescenta um esclarecimento final em I Coríntios 15:51-53, quando ele novamente descreve o MOMENTO em que esta mudança se realizará: “ante a última trombeta”. Em outras palavras, ainda que a morte possa dissolver este corpo mortal, Paulo torna muito claro que nós não estaremos na casa dos céus até a volta de Jesus e a redenção do corpo. Isto é também estabelecido por repetição no uso das expressões que indicam o estarmos “nus” ou “vestidos”.


Despidos na Morte

O que quer dizer o termo “despido”? Note que Paulo declarou, especificamente, que ele não desejava estar nu ou despido. Podemos estar certos, então, de que o termo “despidos” não envolve estarmos com o Senhor, uma vez que Paulo não deseja isto. De fato, o apóstolo faz referência a estarmos vestidos com apenas duas casas, a terrestre ou a celestial. Despido, ele não estava nem no corpo terrestre, nem no celestial. Daí concluimos que há somente uma explicação possível: Estarmos “despidos” ou “nus”, é o estado da morte, que é o intervalo entre a dissolução da casa terrena, e a entrada na celestial.


Apenas Duas Casas

Alguns alegam que a nossa casa “eterna nos céus” é a alma imortal, com a qual entramos nos céus, imediatamente após a morte, após a casa terrestre ser dissolvida. Mas, na verdade, não é assim. Perceba a impossibilidade disto: Se a alma habitar na casa celestial imediatamente após a morte, o que acontecerá quando ela precisar revestir-se do corpo imortalizado quando, no futuro, se der a ressurreição? É somente na glorificada ressurreição dos mortos que o justo morará com Deus pela eternidade. Isto envolveria aquelas almas que, supostamente, já haviam partido para a “eterna morada nos céus” quando morreram, tendo elas então que voltar aos corpos agora redimidos na ressurreição. Então o que aconteceria com a moradia que ficou desocupada no céu? Por acaso os santos possuem casas para “alugar”? Além do mais, esta visão apresenta algo que Paulo nunca mencionou; a esta altura já temos TRÊS CASAS, mas a linguagem de Paulo reconhece apenas DUAS. Sem falar que uma delas seria abandonada, segundo a visão popular. Mas eu pergunto: Poderia ela ser estabelecida, para depois ser abandonada e cair em ruínas? Nada disso está escrito e é um absurdo. Essa idéia é impossível!

O fato é que Paulo não fala aqui sobre a alma como um todo. Ele nem sequer a menciona no contexto da passagem. Ele está simplesmente fazendo um contraste da vida presente com a longínqua vida glorificada que virá dos céus. Ele não anseia dormir para morrer (estado despido), quando não poderá estar com o Senhor, mas anseia a redenção do corpo, quando poderá revestir-se da “casa eterna que está nos céus”. Enquanto continua nesta vida, está vestido com um corpo mortal [NT-porém caminha pela fé e não pela vista]; e, após a mortalidade ser “tragada pela vida”, ele poderá, então, ter um corpo celestial, imortal. Mas, quer no tabernáculo terrestre ou no lar celestial, ele continuará a ter um corpo. Em lugar nenhum Paulo separou a alma do corpo. Seja um corpo na terra, o qual está afastado do Senhor, ou um corpo redimido no céu, o qual está presente com o Senhor.


O Penhor do Espírito

Aqui temos a mais positiva prova de que Paulo estava se referindo à ressurreição como sendo o TEMPO de nos revestirmos daquele lar eternal. Para ambos os povos, coríntios e romanos, Paulo enfatizou que o Espírito era a garantia ou penhor de que eles seriam revestidos da imortalidade. Mas o que ele quis dizer? De quê, o Espírito Santo em nossos corações, é penhor ou garantia? É Ele prova ou garantia de que temos almas imortais que viverão após o corpo morrer? Foi isto que Paulo quis dizer? Não. O apóstolo foi abundantemente claro, ao dizer que o Espírito é um penhor ou garantia da redenção de nossos corpos na ressurreição.

“...fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o PENHOR da nossa herança, até a redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” Efésios 1:13-14.

Não perca o ponto que Paulo estabeleceu de que o “penhor do Espírito” aponta para o tempo em que nossa herança será recebida plenamente e a redenção do corpo se realizará. Paulo usou a mesma expressão em II Coríntios 5:5, ao falar sobre revestir-nos da casa celestial:

“Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito”.

Este Espírito é uma garantia da ressurreição do corpo. Outro texto remove todas as dúvidas:

“E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.”
Romanos 8:11.

Este verso fornece uma inegável prova de que o Espírito, ao habitar no coração, é a garantia de que nossos corpos mortais serão despertados na ressurreição. [Amém!]


Absorvida Quando?

Agora notemos que Paulo usou um argumento que impossibilita definitivamente a aceitação da doutrina de que a alma vai para o céu em decorrência da morte. Em uma simples afirmação, o apóstolo dos gentios despedaçou o argumento popular da imortalidade natural da alma:

“Porque também nós, ...gememos ...para que o mortal seja absorvido pela vida”. II Coríntios 5: 4.

É claro que a mortalidade só poderá ser absorvida pela imortalidade, ou seja, a vida eterna. É isto a saída da alma do corpo na hora da morte? Vamos dar uma olhada nisso. O quê há no homem, segundo a visão comum, que é mortal? O corpo. E o quê é imortal? A alma. Assumindo por um instante que isso seja verdade, então, o que ocorreria na morte? Na morte, o corpo, que é mortal, não se tornaria imortal mas, perdendo toda a sua vida, entra em decomposição na tumba, tornando-se pó. E a alma, que já era imortal antes, continuaria sendo nada mais que imortal depois. Porventura há aqui alguma “mortalidade sendo absorvida pela vida”? É exatamente o contrário! A mortalidade, ou seja, a parte mortal, segundo essa visão, é consumida pela morte! Assim, haveria menos vida depois da morte do que antes dela, porque após a morte somente a alma ficaria viva, enquanto o corpo, anteriormente vivo, agora estaria morto. Esta visão é, na verdade, uma contradição clara e direta do que a Palavra de Deus diz. Devemos então rejeitá-la.

Paulo sabia que os coríntios não ficariam confusos com sua linguagem sobre a mortalidade ser absorvida pela imortalidade, no capítulo 5 de sua segunda carta dirigida a eles, porque já lhes houvera escrito a primeira, onde explica quando a imortalidade seria manifestada.

“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, ENTÃO cumprir-seá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.” I Coríntios 15:52-54.

Quando a morte, ou a mortalidade será “tragada”? Paulo disse “ENTÃO”. E quando será este “ENTÃO”? “Num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta”. Como alguém pode tropeçar com a linguagem tão clara destes versos?

Paulo ansiava pela transformação do corpo terrestre, mortal, no glorioso corpo imortal. Ele declarou que a mudança iria realizar-se no dia da ressurreição e trasladação. Sua principal esperança parecia ser a possibilidade de ser trasladado sem mesmo ser “despido” na morte. Ele ansiava ser “revestido” pela trasladação em vida, na vinda de Jesus, para que não fosse encontrado “nu” (no pó). A trasladação significa que a mortalidade foi “tragada pela vida”.

Entretanto, ele apressou-se em mostrar confiança, conforme já demonstramos, na certeza de uma ressurreição onde a morte será tragada pela vitória (I Corintios 15:54). Em qualquer caso, quer por trasladação ou por ressurreição, ele seria “revestido” de corpo imortal. Toda e qualquer mortalidade seria “consumida”, ou por ser trasladado, ou, se viesse a morrer, por ser ressuscitado.

Paulo não se prolonga no estado de nudez, porque sua esperança repousava no novo corpo a ser recebido por ocasião da vinda de Cristo. Ele não poderia estar “para sempre com o Senhor” até que a mudança se realizasse “num piscar de olhos”. O intervalo do sono da morte, no pó, não encontrava qualquer simpatia em Paulo, mesmo isso parecendo ser nada mais que uma fração de segundo de absoluto esquecimento para os que morrem. Olhando para além da nada atraente nudez da morte, rumo à terra da vida, Paulo excluiu qualquer possibilidade de um estado entre a morte e a ressurreição, no qual espíritos desencarnados possam estar na presença do Senhor.


Criados para o Quê?

O apóstolo levanta ainda outro ponto, em II Coríntios 5, que aniquila a idéia de uma alma desencarnada. No verso 5 ele afirma que Deus “para isto mesmo nos formou”. “Isto mesmo” o quê? Para qual propósito Deus fez o homem? Paulo responde que deveremos gozar de um estado de existência no qual a “mortalidade é absorvida pela vida”. Porventura tal estado seria a existência de uma alma imortal separada? Impossível! Porque se o homem não tivesse pecado, ele teria alcançado esse estado sem ver a morte. O propósito de Deus ao criar o homem teria se concretizado sem que a morte ocorresse. Assim, a idéia de uma alma imortal jamais teria surgido. Com certeza, ninguém pode crer que Deus nos “formou” para “isto mesmo”: Pecar, morrer e sair do corpo numa forma invisível de alma.


A Intensa Expectação de Paulo

Um texto semelhante que Paulo escreveu aos filipenses foi também distorcido e mal-interpretado, como em II Coríntios 5. Aqui, novamente, Paulo fala sobre sua intensa expectação:
“Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.” Filipenses 1:20-24.


Primeiro, vamos esclarecer que a “intensa expectação” realmente envolve o fato de estar com Cristo. Será que Paulo presumiu estar com Cristo através da morte? Nem um único texto bíblico ensina uma coisa dessas. Deixemos o apóstolo responder por si mesmo acerca de sua “intensa expectação”:

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus”. Romanos 8:19.

Qual seria essa manifestação quando os filhos de Deus forem revelados? O verso 23 responde:

“… mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do corpo”.

A intensa expectativa e esperança de Paulo apontava para o tempo em que seu corpo seria redimido.

Em Filipenses 1:20-24, não foi escrita uma palavra sequer sobre o TEMPO em que ele estaria com o Senhor. Alguns têm tentado interpretar este texto como se Paulo estivesse dizendo que queria partir e estar com Cristo imediatamente, mas esta palavra – imediatamente – não está na Escritura. Nestes versos, Paulo não afirma especificamente QUANDO ele estará com o Senhor. Ele apenas afirma sua “intensa expectação” por estar lá. Já vimos, em outros textos bíblicos, que sua expectação centralizava-se na ressurreição do corpo, ou em sua transladação sem passar pela morte. Outras passagens esclarecem ainda mais, sem qualquer equívoco, QUANDO o grande apóstolo aguardava estar com Cristo:

Romanos 8:23 – Na redenção do corpo.
I Coríntios 5:5 – No dia do Senhor Jesus.
I Corintios 15:51-55 – Ao soar da última trombeta.
Colossenses 3:4 – Quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar.
I Tessalonicenses 4:16 – Quando Deus descer com alarido.
II Tessalonicenses 2:1 – Na vinda do Senhor.
II Timóteo 4:7-8 – “Naquele dia” (onde Paulo sempre se referia ao segundo advento de Cristo).

Paulo, no texto de Filipenses 1:20-24, tinha duas situações em vista: viver ou morrer. Entre elas, ele ficou em um dilema. A causa de Deus na Terra levou-o até ali, mas ele estava cansado de surras, apedrejamentos e sofrimentos físicos. Ele quase deu a impressão de que a morte seria desejável por causa da luta da vida. Tão exatamente equilibradas estavam as influências que o conduziam às duas direções, que ele dificilmente sabia que curso tomar. Todavia, afirmou ser mais necessário à igreja que ele permanecesse aqui, para dar-lhes o benefiício de seus conselhos e trabalho.


Como Estar com o Senhor

Paulo positivamente contestou a idéia de um espírito imortal deixando o corpo, na morte, ao destacar o ÚNICO meio de estarmos com o Senhor. Em I Tessalonicenses 4:16-17, ele disse:

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e ASSIM estare mos para sempre com o Senhor.”

Perceba o significado da palavra “ASSIM”. Ela significa “desta maneira”, ou “desta forma”, ou ainda, “por este meio”. “ASSIM”, nesta maneira, por este meio, “estaremos para sempre com o Senhor”. Ao descrever, sem qualquer limitação, a maneira e meio pelos quais iremos estar com o Senhor, Paulo inviabiliza quaisquer outros significados. Se houver qualquer outro meio de estarmos com o Senhor para sempre, então a linguagem de Paulo neste verso é uma tremenda falsidade. Se iremos estar com o Senhor por meio de uma alma imortal quando morrermos, então não iremos estar com Ele por meio da visível vinda de Jesus, da ressurreição dos mortos e da mudança de natureza. Assim, as palavras de Paulo não seriam verdadeiras. Não há jeito de escaparmos desta conclusão, exceto alegando que a descida do Senhor dos céus, o alarido, a trombeta, a ressurreição, a mudança de natureza, enfim, TUDO ISSO OCORRE QUANDO UMA PESSOA MORRE – uma posição absurda demais para ser considerada. Uma vez que Paulo definiu cuidadosamente a maneira de estarmos com o Senhor, por que o homem tenta interpretar Filipenses 1:23 dando a entender algo contrário à própria explanação do autor? Como já notamos em I Tessalonicenses 4:16-17, Paulo só considerou duas maneiras de estarmos pra sempre com o Senhor – por trasladação, ou por ressurreição.


Viver ou Morrer?

Ele expressou a seguinte esperança:

“Cristo será magnificado em meu corpo, seja pela vida, ou seja pela morte.” Paulo ligou vida e morte a um corpo físico, e não a uma alma ou espírito. As alternativas que ele tinha eram viver ou morrer. Ele estava em um dilema entre elas. Se vivesse, Cristo seria magnificado, e se morresse a morte de um mártir, a causa de Cristo seria magnificada. De qualquer maneira seria “ganho”, tanto para ele quanto para Cristo.

Mas, depois de considerar as duas alternativas, dentre as quais não conseguia escolher uma (viver ou morrer), Paulo é repentinamente chocado com uma terceira opção, a qual ele logo diz ser “muito melhor” que as outras duas. Ele a descreveu como “um desejo de partir e estar com o Senhor, que é bem melhor”. Melhor que o quê? A resposta é clara: Melhor que as duas outras opções que ele acabara de mencionar (viver ou morrer). Estamos aqui novamente lidando com o esmagador desejo de Paulo de ser trasladado sem passar pelo estado de “nudez” da morte. Este era seu mais profundo desejo.

Mais uma vez somos forçados a perguntar: Para QUANDO Paulo esperava a realização desta trasladação? E quando ele previu que seria a mudança da mortalidade para a imortalidade? Ele responde:

“Quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com Ele em glória”. Colossenses 3:4.

Quando é esse ENTÃO? Na Sua segunda vinda. Porventura estes já apareceram com Ele em glória? Não. Só acontecerá ENTÃO; quando Ele aparecer. João concorda com Paulo:

“Mas sabemos que, QUANDO ELE SE MANIFESTAR, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos.” I João 3:2.

Pense por um momento sobre as implicações desta declaração. João não podia acreditar que os justos mortos já estivessem na presença do Senhor. Se assim fosse, eles seriam capazes de vê-Lo “como Ele é” neste momento, e já estariam mudados à “semelhança” de Cristo! Mas ele refuta a idéia de que alguém já O tenha visto e declara, inequivocamente, que isto só acontecerá “quando Ele aparecer”. .


Trasladação ou Ressurreição?

Finalmente notemos que, no caso, Paulo não foi permitido deixar esta vida pela trasladação e teve que partir pela morte. Ele não esperava estar com Cristo até a ressurreição. Ele esclarece isto em II Timóteo 4:6-8:

“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. DESDE AGORA a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda”.

Na linguagem mais clara possível, Paulo não apenas explica, mas enfatiza que sua recompensa será dada na volta de Cristo. Embora sua partida pela morte estivesse às portas, ele não esperava estar com Cristo imediatamente. Ele aguardava isso para um futuro à frente. Ele disse que “desde já a coroa da imortalidade foi guardada para mim e para os outros que amarem o Seu retorno.” Certamente nós que vivemos hoje devemos ansiar esta mesma gloriosa aparição, quando também receberemos, juntamente com Paulo, a coroa da justiça que espera, não muito longe, por nós.

domingo, 22 de março de 2015

Natureza Humana de Cristo

Natureza Humana de Cristo
By Joe Crews

INTRODUÇÃO

A falsificação mais perigosa é aquela que mais se assemelha à verdade. É por isso que as falsificações religiosas são tão mortais, embora frequentemente toleradas ao invés de serem identificadas e expostas. Os Cristãos, em geral, têm medo de serem mal compreendidos se se posicionarem contra algo que se parece tanto com a coisa mais pura na religião. Já que geralmente existe apenas uma fina linha separando o melhor do pior, o falso do verdadeiro, eles temem ser acusados de atacar o genuíno, caso se oponham à falsificação.

Será que Satanás fabricou algum tipo de falsificação da mais sagrada das doutrinas do Cristianismo? De fato ele a fabricou! E as delicadas diferenças têm levado até mesmo teólogos e eruditos muito reticentes a se oporem a ela abertamente.

Muitos sinceros Cristãos argumentam que as visões paralelas são tão próximas que nenhuma dúvida deveria existir sobre isso. Outros acreditam que a diferença é basicamente semântica e envolve apenas graus de significado no uso das palavras.

Seria possível que nosso poderoso adversário psicológico pudesse antecipar essas imprevisíveis reações humanas e habilidosamente criar sutis desvios da verdade que dificilmente seriam reconhecidos e resistidos? De fato, eu creio que ele seria um tolo se não explorasse seus seis mil anos de experiência nas ciências mentais! É por isso que o caminho do erro sempre jaz tão perto do caminho da verdade inegável. Satanás apostou que o professo Cristão relutaria em tomar posição contra algo tão próximo da verdade, especialmente se tal verdade envolvesse a obra da cruz, ou a imaculada vida do Filho de Deus. Quem gostaria de se posicionar contra essas santas realidades? Parece mais seguro simplesmente tolerar a posição deturpada do que se arriscar a ser mal compreendido ao atacar a falsificação quase perfeita.

Estou convencido de que Satanás engenhosamente produziu e popularizou um erro disfarçado, gerando assim uma rede de erros relacionados. E todos esses erros circulam em torno dos assuntos mais sagrados e queridos ao coração de um Cristão comprometido -justificação pela fé, a encarnação de Jesus, e a vitória sobre o pecado.

Não pode haver dúvida de que as séries de visões errôneas estão relacionadas umas às outras por uma convincente cadeia de lógicas e razões humanas. Se um ponto é verdadeiro, então todos os outros pontos devem, necessariamente, também ser verdadeiros. Mas se um ponto estiver em erro, os outros pontos perdem sua credibilidade.


O PECADO ORIGINAL

É muito provável que a cadeia de erros tenha sido iniciada pela inserção da doutrina do pecado original na teologia da igreja primitiva. Começando com a posição biblicamente válida da natureza carnal inerente ao homem, a qual o predispõe a pecar, a idéia gradualmente evoluiu para que a culpa de Adão também fosse imputada a seus descendentes. Agostinho foi responsável, mais do que qualquer outro, por propagar esta visão da culpa transmitida. Através de Lutero e dos reformadores, ela encontrou seu caminho dentro de muitas das igrejas Protestantes.

Embora a doutrina criasse uma tremenda controvérsia na igreja primitiva, muitos Cristãos modernos parecem aceitar a visão da maioria de hoje sem muita reflexão ou questionamentos profundos. É fácil ver que existe apenas uma única diferença marginal entre as duas visões, tanto naquela época quanto agora. A natureza enfraquecida e pecaminosa de Adão foi passada para seus filhos através das leis da hereditariedade, tornando impossível a eles não pecar enquanto permanecessem em um estado não convertido. Desde que os pecados deles eram o resultado do pecado de Adão, foi fácil deslizarem para dentro do erro de aceitar que eles compartilham a culpa do mesmo.

Mas há uma diferença muito importante entre a inclinação para o pecado e a culpa do pecado, e é esse pequeno grau de diferença que tem disparado uma série de outros erros doutrinários. Disse o profeta: “O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho” (Ezequiel 18:20).


O BATISMO INFANTIL

Como uma conseqüência natural da crença do pecado original, a igreja Católica desenvolveu uma forte doutrina do batismo infantil. Apenas pelo seu sacramento de aspersão poderia a maldição da culpa de Adão ser removida do bebê. Uma vez que a salvação da criança dependia de um batismo apropriado, foi atribuída uma prioridade absoluta a esse ritual. Se uma escolha tivesse que ser feita entre a vida da mãe e a vida do bebê não nascido, a mãe seria sacrificada. Os médicos e enfermeiras Católicos eram instruídos na arte de batizar um feto ainda no útero se houvesse alguma dúvida da sobrevivência do mesmo.

A doutrina do pecado original também deu origem ao dogma da imaculada concepção de Maria. Se todo bebê nascia com a culpa em sua alma, então alguma coisa precisava ser feita para preservar Jesus dessa culpa, caso contrário, Ele não poderia ser um sacrifício perfeito pelo pecado. A solução Católica atribuiu a Maria uma concepção miraculosa também, que a preservou do efeito do pecado original. Portanto, Jesus teria nascido de uma mãe humana sem participar da suposta culpa de Adão.

Como uma conseqüência estendida da visão de Jesus ser, de forma geral, diferente do homem, a igreja Católica também introduziu o ilegítimo sistema do sacerdócio humano. Se o filho de Deus não viveu na natureza caída do homem, então a escada não foi descida do céu à terra. O abismo continua sem uma ponte entre um Deus santo e a humanidade caída. Dessa forma, alguns outros meios deveriam ser providenciados para completar a conexão.

Primeiro, ela foi atribuída aos sacerdotes na terra, os quais era sabido possuírem carne pecaminosa. Depois, um papel mediador foi reivindicado para aqueles que haviam habitado em carne pecaminosa mas foram canonizados, pela igreja, como santos no céu. Finalmente, aos anjos e à mãe de Jesus foi concedido o status de intercessores entre o homem e Deus.

Já podemos começar a ver a reação em cadeia das conseqüências de um pequeno desvio da verdadeira doutrina.


NATUREZA CAÍDA OU NÃO CAÍDA?

Agora vamos observar o efeito do pecado original nas igrejas Protestantes. Como elas puderam evitar o dilema de suas crenças relacionadas com a natureza de Cristo? Embora elas rejeitassem a tradição Católica da imaculada concepção, elas idealizaram uma doutrina que era igualmente nãoescriturística e que removia Cristo totalmente da família caída de Adão. Esta visão declarava que Jesus encarnou de uma maneira especial que o preservou da participação na natureza dos descendentes de Adão. Em vez disso, Ele nasceu com a natureza não caída de Adão e viveu Sua vida santa no estado incorrupto de humanidade inocente.

Novamente somos surpreendidos com a maravilhosa duplicidade da falsificação. Ele realmente veio na natureza humana, eles dizem, mas deveria ser na natureza não caída de Adão, de forma a protegê-Lo da poluição do pecado original. A verdade é que este pequeno desvio estendeu o fundamento para uma série de outras conclusões falsas que atacam algumas das mais acariciadas verdades do Protestantismo.

Em primeiro lugar, tal doutrina é diametralmente oposta ao claro ensinamento da Bíblia. Pelo menos, seis vezes somos assegurados que Jesus teve uma natureza humana exatamente como a nossa. Em Hebreus 2:11 lemos: “Tanto o que santifica, como os que são santificados, vêm todos de um só. Por esta causa Jesus não se envergonha de lhes chamar irmãos.” Irmãos são de uma mesma carne e natureza familiar. Cristo é o único que santifica, e nós estamos sendo santificados; e todos somos de uma única carne, de modo que Ele pode nos chamar de Seus irmãos. Isso estabelece o ponto além de qualquer dúvida.

“Pois na verdade Ele não tomou sobre si a natureza de anjos, mas Ele tomou sobre si a semente de Abraão” (Hebreus 2:16 KJV). Como poderia Ele participar da semente de Abraão se Ele tomasse sobre Si a natureza de Adão não caído? A ênfase aqui é que ele não tomou sobre Si alguma natureza exótica, sem pecado, tal como a que os anjos ou o santo Adão pudessem ter tido, mas a mesma natureza que os filhos de Abraão possuíam. Eles tinham corpos e mentes enfraquecidos pelo pecado. Assim também Ele. Isto não envolve culpa. Estar sujeito ao pecado não é ser culpado dele. Ele foi tentado da mesma forma que nós somos, todavia Ele nunca, nem mesmo uma única vez, nutriu ou cedeu ao pecado. Ele nunca desenvolveu qualquer propensão em direção ao pecado por dar-lhe caminho. Ele permaneceu imaculado pelo pecado e foi sempre totalmente puro e santo.

“Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus” (Hebreus 2:17).


POR QUE A NATUREZA HUMANA?

Por que Ele nasceu na mesma carne e natureza que temos? Para que Ele pudesse ter entendimento de nossas fraquezas e inclinações para o pecado, e ser um Sumo Sacerdote misericordioso por nós. As palavras “em todas as coisas” realmente significam “em todas as coisas”? É claro que sim!

Paulo declarou que Jesus “nasceu da descendência de Davi segundo a carne” (Romanos 1:3). Seria contrário à razão interpretar estas palavras como significando que Cristo herdou de Maria uma natureza santa, não caída. Qualquer que fosse a semente de Davi segundo a carne, nosso Senhor participou da mesma. Todos os descendentes de Davi, exceto um, cedeu a suas inclinações hereditárias e cometeram pecados pessoais. Jesus, como todos os outros, herdou a natureza de Davi segundo a carne, mas Ele não cedeu à fraqueza inerente àquela natureza. Embora tentado em todos os pontos como nós somos, Ele não respondeu com um único grau de indulgência a qualquer dessas tentações. Sua vida foi uma constante fortaleza de invencível poder espiritual contra o tentador.

Ao contar completamente apenas com a força sempre presente de Seu Pai, Ele demonstrou a vitória que é possível, para toda semente de Davi segundo a carne, experimentar.

Novamente lemos: “Portanto, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas” (Hebreus 2:14). Note como o escritor inspirado enfatiza a semelhança do corpo de Cristo com o do homem. ELE MESMO TAMBÉM PARTICIPOU DAS MESMAS COISAS (no inglês, HE ALSO HIMSELF LIKEWISE, significando ELE TAMBÉM, ELE MESMO, DA MESMA FORMA). Essas palavras são usadas consecutivamente, mesmo sendo repetitivas e redundantes. POR QUÊ? De forma a impressionar-nos de que Jesus realmente participou da MESMA natureza que o homem caído possui. Exatamente como os filhos participam da mesma carne e sangue, ELE MESMO, TAMBÉM DA MESMA FORMA, tomou a MESMA! Como alguém pode ser confundido por esta linguagem não ambígua?


JESUS POSSUIU FRAQUEZAS HEREDITÁRIAS?

Essas palavras inspiradas, definitivamente, nos dizem que Cristo tomou parte da mesma natureza que os filhos que “são participantes da carne e sangue”. Isto não nos diz, sem dúvida, o tipo de natureza que Cristo possuiu? Adão teve algum filho nascido antes que ele pecasse? Nenhum! O fato é que todos os filhos que já nasceram neste mundo herdaram a mesma natureza humana caída de Adão, porque eles nasceram depois que Adão pecou. O livro de Hebreus declara que Jesus “também participou das mesmas coisas”. As mesmas quais? A mesma carne e sangue que os filhos herdam de seus pais. Que tipo de carne as crianças herdam de seus pais? Apenas carne pecaminosa. Algum outro tipo de carne, exceto carne pecaminosa, alguma vez foi conhecida entre os descendentes de Adão? Nenhuma, seja qual for. Se Jesus participou da mesma carne e sangue que os folhos, tinha que ser carne e sangue pecaminosos. Não há nenhuma outra conclusão a ser tirada. Todavia, Ele mesmo era sem pecado!

Uma escritora, reconhecendo esta clara posição bíblica, descreveu isso sucintamente nestas palavras:

“Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 49).

Essa declaração descreveu a operação das leis da hereditariedade e está em perfeita harmonia com a declaração de Paulo, de que Jesus participou da mesma carne e sangue que os filhos recebem de seus pais. Isso está referindo-se à hereditariedade também. Se Cristo tivesse nascido com a natureza não caída de Adão, a própria sugestão da influência hereditária seria ridícula ao extremo. Não poderia haver lugar para qualquer tipo de tendências hereditárias em uma natureza “adâmica” que nunca conheceu tanto o nascimento quanto a ancestralidade. Se Ele não possuísse nenhuma fraqueza herdada, por que o autor de Hebreus diria que ele participou da mesma carne e sangue que os filhos recebem dos pais? Certamente é porque o Criador não incorporou nenhuma fraqueza inerente na criação original. Adão não possuía nenhuma batalha para lutar contra tendências hereditárias. Ele possuía o poder em si mesmo para escolher sempre não pecar. Jesus, como homem, reivindicou ter esse mesmo tipo de poder? Não! Ele disse:“nada faço de mim mesmo, mas falo como o Pai me ensinou” (João 8:28). Repetidamente, Cristo falou de ser dependente de Seu Pai para o que Ele dizia e o que Ele fazia. Ele escolheu viver Sua vida aqui como um homem da mesma maneira que nós temos que vivê-la. Para salvar a Si mesmo do pecado e dos perigos da carne, Ele dependeu constantemente e unicamente do poder de Seu Pai. Foi dessa forma que Ele superou o Diabo, fechou cada avenida da tentação, e viveu uma vida de perfeita obediência.

Por nunca ceder ao apelo inerente da carne, Ele deu um exemplo do tipo de vitória que pode vir a cada filho de Adão através da dependência do Pai.

Satanás tentou Jesus no deserto a usar Seu poder divino para satisfazer Sua fome agonizante. Satanás sabia que Jesus tinha o poder divino para operar aquele milagre. Sua esperança era que ele pudesse provocá-Lo a depender de Sua divindade para alívio próprio. Por que isso teria sido um triunfo para Satanás? Ele poderia ter usado isso para sustentar suas acusações de que Deus requeria uma obediência que nenhum homem, na carne, poderia prestar. Se Jesus falhasse em superar o tentador na mesma natureza que temos e pelos mesmos meios disponíveis para nós, o Diabo teria provado que a obediência é, de fato, um requisito impossível. Satanás entendeu muito bem que Jesus não poderia usar Seu poder divino para salvar a Si mesmo e salvar o homem ao mesmo tempo. Foi isto o que tornou o teste uma experiência tão severa e agonizante para Cristo.

Se Jesus realmente herdou a natureza comprometida de Adão, então por que Ele não pecou como o resto dos descendentes de Adão? Porque Ele era cheio do Espírito Santo de Deus desde o ventre, e possuía uma vontade completamente entregue ao Pai, e uma natureza humana santificada. Podemos nós participar do mesmo poder para guardar-nos de pecar? Sim! Jesus ao viver Sua vida de vitória sobre o pecado, não utilizou Sua divindade, mas confinou-se ao mesmo poder disponível a nós através da conversão e santificação.


CRISTO VENCEU EM NOSSA PRÓPRIA NATUREZA

Não tivesse Ele obtido a vitória sobre Satanás na mesma natureza que temos, que encorajamento poderia ser tirado de Sua vitória? Não é necessário me mostrar que era possível para Adão não ceder ao pecado. Eu já sabia disso. O que eu preciso saber é se eu posso superar o pecado, sendo minha natureza a que é.

Satanás acusou Deus de requerer algo que não podia ser feito. A razão pela qual o homem caído não podia prestar obediência é claramente descrita em Romanos 8:3-4: “Pois o que era impossível à lei, visto que estava enferma pela carne, Deus, enviando Seu filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

Esses versos são simplificados quando fazemos algumas perguntas: O que a lei não poderia fazer por nós porque éramos muito fracos na carne para guardá-la? Ela não podia salvar-nos.

Já que nós não podíamos guardá-la devido à fraqueza da carne, o que fez Deus? Ele enviou Jesus para obedecer à lei perfeitamente na carne. Ele condenou o pecado na carne pela total vitória sobre ele.

O que Sua vitória na carne tornou possível para nós? “Para que a justiça (os justos requisitos) da lei se cumprisse em nós”. Ela habilitou-nos a obedecer.

Como Sua vitória na carne tornou possível a nossa obediência? Pelo milagre da conversão, que muda nossa caminhada, da carne para o Espírito. Então Cristo em nós, através do Seu Espírito, comunica vitória sobre o pecado para nossas vidas.

Estas verdades óbvias apontam um dos grandes problemas em se acreditar na natureza humana pré-lapsariana de Cristo (isto é, a natureza de Adão antes da queda). Se Sua vitória sobre Satanás, na carne, foi com o propósito de habilitar-me a cumprir os requisitos da lei, como poderia Sua vitória ajudar-me de alguma forma, se ela foi obtida em alguma outra carne se não a minha? Aqui é onde essa falsa doutrina ataca o belo princípio da justificação pela fé.

Justiça pela fé é a imputação e a comunicação dos resultados da vida sem pecado e morte expiatória de Cristo. Inclui tanto justificação quanto santificação. Cristo atribui, ou credita, a nós, os méritos de Sua experiência sem pecado para libertar-nos da penalidade do pecado. Isso é justificação. Para libertar-nos do poder do pecado Ele não apenas, e meramente, nos conta como justos, mas Ele realmente comunica Sua força para superar o pecado. Em ambos os casos, Ele pode apenas conceder-nos o que Ele conseguiu através de Sua própria experiência encarnada como o Salvador do mundo.

Alguém pode afirmar que desde que a justificação apenas envolve uma atribuição do registro sem pecado de Cristo em nossa conta, isto poderia ter sido feito em qualquer tipo de corpo. Mas seria isto verdade? O propósito da encarnação foi redimir o homem caído e não o homem que não pecou. Para fazer isso Ele tinha que “condenar o pecado na carne” (Romanos 8:3). Nossos pecados, que procedem da carne, deveriam ser condenados por Ele, e a única maneira pela qual isso poderia ser feito era conquistar aquela carne pecaminosa e submetê-la à morte da cruz.

Jesus veio tirar o pecado do mundo, como declarou João. Como Ele poderia tirar o pecado que não estivesse mesmo na carne que Ele assumiu? Para ser mais preciso, como ele poderia “condenar o pecado na carne” em uma carne sem pecado? Paulo disse: “Estou crucificado com Cristo” (Gálatas 2:20). Por que ele posteriormente declara que nós “fomos batizados na Sua morte” (Romanos 6:3)? Todo pecador deve passar, pela fé, pela experiência da crucificação e ressurreição com Cristo. De modo a passar da morte para a vida, cada um de nós deve identificar-se com Aquele que nos representou como o segundo Adão. Nossos pecados estavam nEle. Quando Ele morreu, nós morremos; e a penalidade pelos nossos pecados foi satisfeita e exaurida.

Você pode ver que Ele teve que carregar nossa natureza caída até àquela cruz, de modo a tornar possível que nossa natureza pecaminosa fosse colocada para morrer? Qualquer coisa a menos teria falhado em satisfazer a justiça de Deus. Cristo teve que render a humanidade condenada ao salário completo do pecado naquela cruz, de modo a tornar a expiação possível por nós. De outra forma, não poderíamos nos identificar com Ele ou sermos crucificados com Ele. Obviamente, a redenção requer que Jesus viva e morra com a natureza do homem caído, de forma a fornecer a ligação vital da justificação. Agora vamos para os requisitos da santificação


PARTICIPANDO NA VITÓRIA DE CRISTO

A santificação não é um mero crédito ou contabilidade. É a comunicação de algo a nós. Assim como Ele atribui justificação para nos libertar da culpa do pecado, Ele agora comunica santificação para nos libertar do poder do pecado. O que é a santificação que Ele nos comunica? É nossa real participação na vitória de Cristo sobre o pecado. Pela fé, nos apropriamos da força da vitória que Ele experimentou na carne. Em outras palavras, Ele é capaz e desejoso de viver em nós a mesma vida de superação que Ele viveu como um homem nesta terra. Ele reproduzirá em nós Sua própria experiência sem pecado. Isso é santificação.

Se Jesus veio ao mundo com a natureza não caída de Adão para manifestar uma vida sem pecado, como poderia aquela natureza não caída ser reproduzida em mim? Homens caídos não são santificados por participar da experiência não caída de Adão! Eles são santificados ao vencer o pecado em sua natureza caída, através do mesmo poder que Jesus utilizou para vencer o pecado. Não há nenhuma forma de nós participarmos da experiência não caída de Adão. Se este foi o meio pelo qual Jesus superou Satanás, não há nenhum modo para Ele comunicá-lo a mim. Mas se Jesus obteve a vitória sobre Satanás na natureza caída dos descendentes de Adão, então eu posso participar dela com Ele. Este tipo de vitória pode ser superposta sobre minha própria vida, porque ela foi obtida na mesma natureza que eu possuo.

Uma experiência sem pecado, vivida em alguma natureza alienígena não caída, não poderia ser creditada a mim, nem jamais poderia ser possuída por mim. A natureza caída nunca pode, nesta vida, ser restaurada ao estado do homem não caído. Mas nós podemos receber a vitória sobre o pecado, a qual Jesus obteve na carne como um de nós.


OS DOIS EXTREMOS

Nesse contexto, é interessante estudarmos a breve história vivida por um grupo de Cristãos em Indiana (EUA), que reivindicavam ter carne santa. Por volta do ano 1900, um corpo particularmente grande de membros conservadores tornou-se obcecado com a idéia de que Jesus viveu Sua vida sem pecado na natureza do Adão não caído.

Assumindo, corretamente, que Sua experiência vitoriosa na carne poderia ser comunicada a cada Cristão através da fé, eles começaram a ensinar que a mesmíssima vida incorrupta sem pecado de Adão poderia ser vivida pelos homens caídos. Esta visão fanática levou-os a acreditar que eles pudessem reproduzir a absoluta santidade e perfeição do Adão não caído. Esse é apenas um bem documentado exemplo das ramificações deste falso ensinamento.

A outra extremidade para a qual os homens são levados, ao aceitar o erro da natureza pré-queda de Cristo, é exatamente o oposto à teoria da “carne santa”. Eles simplesmente afirmam que, visto que Jesus venceu na natureza sem pecado de Adão, nós não podemos experimentar Sua vitória enquanto permanecemos em corpos de carne pecaminosa.

Cristo poderia apenas comunicar o que Ele tem para dar, e posto que Ele não obteve vitória sobre o pecado em nossa natureza caída, Ele não poderia compartilhá-la conosco. Portanto, é impossível vencer como Cristo venceu.

Assim, podemos ver como a verdade bela e simples da santificação é minimizada e removida da experiência da justificação pela fé. Já vimos como o erro do “pecado original” gerou duas outras perversões, a saber, que Jesus possuía a natureza não caída de Adão, e que a santificação não pode ser comunicada ao homem por Jesus. De fato, muitos proponentes do pecado original nem mesmo acreditam que é possível superar o pecado nesta vida. Eles negam as repetidas declarações das Escrituras de que o homem caído pode realmente participar da natureza divina de Cristo. De alguma forma, eles não conseguem perceber e aceitar o mistério celestial, tão freqüentemente afirmado na Bíblia, de que Jesus tomou a natureza caída do homem sobre Si e, todavia, nunca foi culpado de pecado. Para eles, a culpa herdada de Adão é tão penetrante na natureza humana, que ela apenas pode ser vencida quando a transladação tomar lugar na vinda de Cristo.


VIVENDO SEM PECADO

É difícil para nós crermos que Jesus, em Sua humanidade, pudesse manter uma mente absolutamente pura, impecável, durante Seus 33 anos e meio neste mundo? É impossível para qualquer um, em carne humana, mesmo sob o poder de Deus, alcançar um tal ponto de vitória sobre o pecado? A resposta da Bíblia é clara: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus... Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” ( II Coríntios 10:3-5).

Essa promessa é feita com relação aos pecadores na carne, os quais voltam-se para o poder libertador do Evangelho. Quanto mais nosso abençoado Senhor seria capaz de clamar a força capacitadora de Seu Pai para guardá-lo de pecar! A Palavra de Deus assegura-nos que podemos participar da natureza divina de Jesus e ter a “mente de Cristo”. Sua experiência sem pecado na carne é uma garantia de que qualquer um de nós pode ter a mesma vitória se dependermos do Pai como Ele fez.

Isto significa que ao vencer o pecado Ele não possuía nenhuma vantagem sobre nós. Ele lutou contra o inimigo na mesma natureza e com as mesmas armas espirituais que estão disponíveis para nós. Se Ele possuiu qualquer vantagem sobre outros homens, foi simplesmente por Sua natureza humana inerente nunca ter sido debilitada, posteriormente, pela indulgência pessoal ao pecado.

Podemos igualar-nos ao padrão perfeito da vida sem pecado de Jesus? Não! Todos nós temos degradado a natureza humana também, ao rendermonos à carne. Não apenas trouxemos a maldição da morte sobre nós mesmos ao quebrar a lei de Deus, mas tornamo-nos a nós mesmos mais vulneráveis a Satanás ao cooperarmos com ele. Jesus nunca respondeu a um único estímulo, e Satanás não podia achar nada nEle. Ele viveu toda a Sua vida com a mente rendida e a vontade do ser inteiramente santificada. Ele não cometeu nenhum pecado pelo qual ser expiado.

Mas, embora não podendo nos igualar ao padrão, devemos procurar ardentemente refletir aquela vida santa de Jesus, tão completamente quanto possível. Pela graça de Deus, podemos colocar de lado cada pecado conhecido e sermos perfeitos em nossa esfera, com consciência nenhuma de ter acariciado um mal proceder sequer.

Isto significa que estaremos nos gabando de viver sem pecado? Pelo contrário, quanto mais nos aproximarmos de Cristo, mais sentiremos nossa indignidade. Aqueles que alcançam o padrão de Cristo serão os últimos a reconhecer isso, quanto mais gabar-se disso. É importante que Deus tenha um povo obediente no final dos tempos, para que Ele possa apontar como uma prova de Seu caráter? A Bíblia revela que todo conflito cósmico entre Deus e o mal pode ser traçado ao desejo original de Satanás em tomar o lugar de Deus e governar o universo. Foi o seu programa de falsa acusação que provocou a rebelião no céu e alienou um terço dos anjos. Satanás apresentou de forma inapropriada o caráter de Deus e acusou o Criador de fazer exigências não razoáveis e impossíveis.

Como se poderia provar que o diabo estava errado? Deus tinha que fornecer uma demonstração que silenciaria o adversário para sempre. Foi uma longa e dolorosa demonstração que levou o Filho de Deus a descer em um corpo humano de homem caído e, dentro do limite dessa natureza, superar tudo o que Satanás pudesse atirar contra Ele. Tivesse Ele utilizado qualquer poder divino para vencer o pecado, que não estivesse disponível a outros na carne, Satanás teria usado isto pra sustentar suas reclamações de que ninguém poderia guardar a lei de Deus.

Na cruz, Jesus demonstrou ao universo inteiro que Satanás estava errado. Ele provou que era possível, na carne, ser obediente através da dependência do Pai. O passo final da prova terá lugar quando o caráter de Cristo tiver sido reproduzido naquele pequeno remanescente perseguido, que permanecer fiel através da tempestade de fogo do Armagedon e além. Muito tempo depois que os joelhos de Satanás tiverem se dobrado em reconhecimento à justiça de Deus, e eras após ele e seus seguidores tiverem provado as conseqüências eternas de seus pecados, os 144.000 continuarão ainda dando testemunho da honra e integridade do governo de Deus. Ao seu novo cântico de vitória e libertação ser escutados por anjos, mundos não caídos, inumerável multidão de santos, todos unir-se-ão em um oratório de louvor, dizendo: “Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.” (Apocalipse 7:12).

É fácil entender porque aquele pequeno grupo que canta o cântico de Moisés e do Cordeiro será tão assinaladamente honrado ao permanecerem mais perto do trono de Deus. É através da experiência deles que o caráter de Deus será vindicado afinal.

Em resumo, podemos ver como o antigo erro da culpa atribuída de Adão levou à uma cadeia de enganos relacionados. As verdades mais significativas da salvação foram habilmente falsificadas. A humanidade de Jesus foi negada, a justiça comunicada por Cristo foi desafiada, e a possibilidade de vitória sobre o pecado foi ridicularizada. É apenas ao reconhecermos o engano básico que podemos evitar as perversões que a seguem. Que Deus nos dê a sabedoria para permanecermos firmes sobre a Palavra apenas, e rejeitar toda doutrina que não estiver enraizada nEle.


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