Conceitos Prévios
A Homossexualidade, definindo com simplicidade, é uma
conduta que se manifesta na prática do relacionamento sexual entre pessoas do
mesmo sexo. A palavra “Homossexual” foi utilizada pela primeira vez em 1869
pelo escritor vienense Benkert, tratando de demonstrar que as pessoas que
seguiam essa conduta constituíam um terceiro sexo1. Em 1870, o termo
“homossexual” foi introduzido na literatura médica pelo psiquiatra Westphal, ao
descreve-lo como um tipo de doença da personalidade2. S. Freud, considerou como aberração, todo
desvio da relação sexual que não alcance seu fim normal, ou seja a “conjunção
dos genitais”3.
O uso do termo “homossexual”, gerou outros, que se tornaram
necessários para definir atitudes pessoais diante dessa conduta. Assim, o termo “homofilia” define a atitude
de quem aceita a conduta homossexual, e o termo “homofobia”, define o
comportamento de quem é contrário a essa conduta. Até alguns anos atrás, do ponto de vista da
Psicologia, a homossexualidade era considerada como desvio sexual, comparado ao
incesto, fetichismo, exibicionismo, sadismo, etc., por causar sensação de culpa, ansiedade ou
desconforto. Mas, recentemente a
Associação Americana de Psiquiatria, retirou a Homossexualidade masculina e o
Lesvianismo feminino, da lista de desvios
sexuais, por considerar que essas práticas não provocam nenhum distúrbio do
tipo psicológico4.
O Homossexualismo na Sociedade e na Igreja
Entre os anos de 1948 a 1953, o Dr. Alfred Kinsey
entrevistou ao redor de 18.000 pessoas do sexo masculino de diferentes lugares
dos Estados Unidos para descobrir a intensidade da tendência homossexual. Encontrou que 4% dos entrevistados eram
exclusivamente homossexuais e que nunca se uniram a uma mulher, e um total de
37% tiveram ao menos uma experiência homossexual entre a adolescência e a idade
adulta5. Outras pesquisas recentes mostram que a porcentagem dos envolvidos é
relativamente a mesma, em muitas partes do mundo; no entanto, o aparente aumento de casos de
homossexualismo deve-se à liberdade de discussão do problema e ao auto
reconhecimento dos implicados.
A liberdade de discussão sobre o tema do homossexualismo tem
gerado em alguns países, mudanças no comportamento social do seus habitantes.
Os integrantes de grupos de homossexuais participam de manifestações públicas
reivindicando direitos e igualdades sociais. Nos parlamentos promovem
modificações das normas constitucionais, como na Inglaterra onde a
homossexualidade é um ato legal se praticado a partir dos 16 anos de idade; na
Dinamarca e nos países baixos, o casamento entre homossexuais já é oficialmente
reconhecido.
Adeptos e defensores da prática da homossexualidade dos
diferentes segmentos da sociedade e principalmente de líderes das diversas
tendências religiosas, levantam a sua voz em favor dessa conduta. Caberia
afirmar que essa atitude se torna evidente entre as personalidades
eclesiásticas devido ao aumento de homossexuais entre os membros das suas
respectivas comunidades. Uma pesquisa
realizada por prestigioso jornal do Brasil, revelou que 60% de espíritas
kardecistas são a favor da legalização da união civil entre homossexuais;
seguindo essa tendência estão: 38% de católicos; 22% de evangélicos
pentecostais; 21% de evangélicos não pentecostais[vi]. Robert Goss, teólogo evangélico norte-americano,
propõe no livro da sua autoria: Jesus Acted Up:
A Gay and Lesbian Manifesto, a fundação de “comunidades eclesiais de
base”, por pessoas homossexuais[vii].
Ao que todo parece, a bandeira em defesa do homossexualismo
é desfraldada por teólogos da Igreja Luterana, através de diferentes estudos e
discussões sobre o assunto. Em 1986 a Lutheran Church in America enviou a suas
respectivas comunidades um estudo relativo à homossexualidade; em 1989
seguiu-se um estudo com o título: Podemos falar a respeito?; que foi seguido
por um manifesto favorável a essa conduta, sob o título: A sexualidade humana e
a fé cristã6. Devido ao número crescente
de pessoas homossexuais que assistem a
reuniões religiosas nas diferentes igrejas dos EE.UU., a discussão sobre o tema
provoca acalorados debates que envolvem defensores e críticos ferozes, todos
usando textos bíblicos para explicar suas convicções. O reverendo Edward Kemp da Igreja Unida de
Cristo, conseguiu que essa denominação eclesiástica aceitasse a união de casais
homossexuais. Uma facção da Igreja dos
Santos dos Últimos Dias, organizou um grupo que abriga homossexuais mormons. O
reverendo Greg Deil da igreja Metodista de Chicago, afirma que 30% da sua
paróquia é homossexual. Derek Rawcliffe,
que ocupou na Igreja Anglicana, o cargo de Bispo de Glasgow, na Escócia e que
na atualidade exerce a posição de bispo-assistente de Ripon, declarou numa
entrevista ao vivo na TV sua condição de ser homossexual e acrescentou que “há
centenas de padres gays na igreja, tanto
na anglicana como na católica”7.
Apesar de que o Papado através de declarações do cardeal
Joseph Ratzinger condene as relações entre homossexuais, padres que assumem
essa posição se organizam para buscar reconhecimento da hierarquia da Igreja
Católica. Assim por exemplo, na Alemanha onde existem entre 3.800 a 4.500
padres homossexuais, de um total de 19.000 religiosos no país, já foram criados
14 Grupos de Padres Católicos Homossexuais da Alemanha. Hanspeter Heinz,
professor de Teologia Pastoral da Universidade de Ausburg, lançou um livro
defendendo a ordenação de padres homossexuais sob o argumento de que 20% dos
religiosos católicos tem predisposição homossexual8. O arcebispo Desmond Tutu,
da África do Sul é favorável à aceitação de homossexuais nas comunidades e até
na hierarquia católica. Por outra parte a Conferência Central de Rabinos
Americanos, que não esconde o fato de ter entre seus membros rabinos
homossexuais, decidiu apoiar a legalização de casamentos civis entre pessoas do
mesmo sexo9.
Argumentos para Derrubar o “Tabu”
Os defensores da liberalidade do homossexualismo na
sociedade contemporânea, principalmente dentro dos grupos religiosos,
fundamentam sua argumentação na consideração de que a prática da
homossexualidade no passado era um “tabu” que o mundo atual não mais
reconhece10. Afirmam que a perseguição feroz dos homossexuais por parte da
Igreja na Idade Média, foi um “erro trágico e um pecado diante de Deus”11.
Os mesmos defensores do homossexualismo, mediante uma
interpretação histórico-crítica do texto bíblico, ponderam que o propósito da
sexualidade, orientada originalmente
para a procriação, não pode mais permanecer vigente num mundo com
superpopulação12. Os homófilos afirmam que a
sexualidade deve ser um meio de comunicação para expressar o amor
romântico entre pessoas de qualquer sexo13 e até sugerem praticar uma forma de
koinonia onde as pessoas poderiam conviver em comunidades de 10 a 20
integrantes, compartilhando seus bens, conhecimentos, experiências, tempo de
lazer e sem dúvida, o prazer sexual14.
Consideram também, numa tentativa de fazer exegese de alguns
textos bíblicos, que Jesus não via nenhum mal na prática do homossexualismo,
pois não existe nenhuma condenação por parte do Redentor15, pelo contrario, Seu
propósito era desmantelar o sistema legalista que imperava naquele tempo. De igual modo, os homófilos sustentam que
Paulo ao proferir condenação sobre os homens que deixaram o contato “natural”
da mulher (Rom. 1:27), o fazia em relação ao costume da época, diferente da
atual, onde o homossexualismo já faz parte da tradição do mundo
contemporâneo16. Com igual ponderação,
sustentam que “se a homossexualidade é uma característica intrínseca do ser, …
ela deve ser aceita como parte da criação de Deus”17. Nessas condições acrescentam que as “pessoas
homossexuais são imagem de Deus. Pela fé …
todas as pessoas cristãs que crêem são santas e justas …”18.
Causas Aparentes do Homossexualismo
Existe quase uma inibição por parte das ciências, cujo
objeto de estudo é o Homem, para elucidar as causas da Homossexualidade. Mesmo assim, dentro do campo da Biologia e da
Psicologia surgem alguns estudos que poderiam explicar a causa do comportamento
homossexual.
As ciências biológicas apresentam casos de anomalias
anatômicas de estruturas sexuais de origem genética e hormonal que poderiam
levar uma pessoa à prática da homossexualidade. Essas anormalidades se
evidenciam principalmente, pela presença de caracteres sexuais, feminino e
masculino, num mesmo indivíduo. A literatura médica é cuidadosa em relacionar
essas anomalias com a homossexualidade; mesmo assim, já são numerosos os casos
em que a cirurgia interveio para definir finalmente o sexo de uma pessoa afetada. Os casos de origem genético mais destacados
são: o Síndrome de Klinefelter e os distúrbios do desenvolvimento sexual. No primeiro caso a incidência é de
aproximadamente 1 em cada 800 nascimentos masculinos19. Os afetados com essa
anormalidade pertencem ao sexo masculino e são geralmente “altos e magros, com
membros inferiores relativamente longos.
Parecem fisicamente normais até a puberdade, quando os sinais
dehipogonadismo20 se tornam obvios”21. Pode ocorrer ginecomastia22, o que
produz no paciente uma relativa forma física feminina.
Os casos de distúrbios de desenvolvimento sexual recebem
também o nome de Intersexos por que se caracterizam pela presença de órgãos
sexuais, masculino e feminino, num mesmo
indivíduo. Um caso, embora não muito freqüente, desse tipo de distúrbio é o
Hermafroditismo verdadeiro,
caracterizado pela presença de tecidos ovarianos e testiculares no mesmo
paciente23.
Os distúrbios de desenvolvimento sexual de origem hormonal,
segundo o registro clínico, se manifestam de forma e intensidade variadas,
dependendo da maior ou menor atividade dos hormônios gonadotrópicos, ou seja,
dos que atuam sobre as estruturas do aparelho reprodutor. Os mais
caracterizados são o Pseudo-hermafroditismo e o Hipogonadismo. O Pseudo-hermafroditismorecebe esse nome por
apresentar um único tipo de tecido gonadal, podendo ser masculino ou feminino.
O tipo masculino mas representativo é o Síndrome da Insensibilidade aos
androgênios ou hormônios masculinizantes.
Na literatura médica é conhecido também com o nome de Feminização
Testicular. Nesse caso o paciente é do sexo masculino, com testículos de
aspecto normal até a puberdade, fase quando o afetado apresenta feminização
total dos caracteres secundários24.
O Hipogonadismo se manifesta com a falta de crescimento do
aparelho reprodutor masculino causando baixa produção ou carência de hormônios
sexuais masculinos. Essa deficiência, na fase da puberdade, anula o
aparecimento dos caracteres sexuais secundários masculinos. A voz adquire um timbre agudo, persiste a
morfologia infantil e, pode ocorrer ginecomastia e obesidade na cintura25.
Pesquisas recentes, realizadas especificamente para detectar
estruturas celulares ou de tecidos como sendo as possíveis causas da
homossexualidade, apontam alguns indícios, embora sem provas conclusivas. O Dr. Roger Gorski, da escola de medicina da
Universidade da Califórnia e o Dr. Simon Le Vay, definem que a estrutura
cerebral conhecida como INAH-3 é maior nos cérebros dos homossexuais. Por sua vez Dean Hamer e sua numerosa equipe
no Instituto Nacional do Câncer nos EUA, mostrou que a região do cromossomo X,
identificada como Xq28, e´ mais destacada entre homossexuais. Mesmo assim, a demonstração dessas evidências
e seus efeitos, está distante de obter plena aceitação pela sociedade
científica mundial.
Dentro do campo da Psicologia, duas correntes pretendem
identificar a causa da prática da homossexualidade. Uma, considera que a homossexualidade é uma
atitude enquadrada dentro dos parâmetros da normalidade, já que se considera
que não é compulsiva, não provoca sentimento de culpa nem traumatismo
qualquer. O indivíduo homossexual
basicamente sente-se confortável com sua atração pelos membros do mesmo sexo. Se ocorre um desajuste psíquico será “devido
às pressões de rejeição da família, dos empregadores e da sociedade em
geral”26. A outra, é a explicação que Sigmund Freud dá em relação ao assunto,
baseado no complexo de Édipo.N.Wright destaca a posição de Freud sobre a
sexualidade, a qual se reduz à “função de obter prazer de zonas do
corpo”27. Por essa razão, o recém
nascido, em contato com o corpo da mãe desenvolve em forma constante sua
sexualidade.Essa atitude persiste na infância, transformando-se em traumatismo
quando na adolescência; mais adiante o jovem incapaz de renunciar à mãe como
objeto sexual, se identifica com ela ao ponto de ocupar seu lugar, buscando
objetos para amar e cuidar como ele o foi anteriormente.
A Qualificação Bíblica dada ao Homossexualismo
Apesar de que a tendência atual, baseada em conceitos
sociais e psicológicos, seja do reconhecimento da homossexualidade como uma
simples preferência e não um distúrbio;
a definição Bíblica ainda é a qualificação mais adequada para tratar
esse assunto. No livro de Levíticos encontra-se definido o caráter pecaminoso
do ato: “Não te deitarás com varão como
se fosse mulher; é abominação” (Lev.
18:22); mais adiante o mesmo livro
refere a sentença imposta aos que se tornam transgressores por não ouvir esse
preceito: “Se um homem se deitar com
outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação;
certamente serão mortos; o seu sangue
será sobre eles” (Lev. 20:13).
O texto de Lev. 18:22, não é simplesmente o estabelecimento
legal, em forma de proibição, de uma norma de comportamento; nem sequer institui um procedimento cultual
de maneira que a proibição possa atingir unicamente aos santos, sendo liberada
à grande massa de pessoas que forma o povo de Deus. Mais do que implantar uma norma, esse texto estabelece
um princípio. É o ponto de partida do qual deriva o adequado comportamento
baseado no respeito entre pessoas de sexos diferentes. Como princípio, estabelece a relação íntima
que deve existir entre seres criados diferentes através do sexo; estabelece também a fonte da qual deriva ou se
perpetua o ser. Esse princípio determina
que a relação sexual deve ser para unir intimamente homem e mulher, tendo como
finalidade a procriação.
O termo hebraico (zakar) que aparece no texto de Lev. 18:22,
o qual é traduzido como homem, tem um significado relacionado estreitamente com
a atividade sexual. Devemos notar a
diferença de sentido desse termo com as outras palavras que aparecem na Bíblia
hebraica e que são traduzidas por “homem”. O termo ’adam, significa o ser
humano, alguém, coroa da criação, espécie humana; ’ish, tem a conotação
genérica, diferente de mulher, marido, identificador de atividade como “homem
do campo”; ’enosh, significa ser
vulnerável, inferior, mortal;
geber, transmite a idéia de ser
poderoso, vencedor, homem forte; mat, é
usado para descrever homens de má reputação, falsos, iníquos.
O termo zakar, que aparece no texto mencionado acima, indica a masculinidade em relação ao sexo, em
geral identifica o macho de humanos e animais28. É usado em Gen. 1:27 e 5:2 para definir a
parceria sexual com a mulher; também
aparece em Gen. 17:10; 34:15; Ex. 12:48
e outros para identificar quem deve participar do rito da circuncisão; em Num. 31:18, 35; Jz. 21:12 o uso do termo é
para referir-se ao parceiro masculino nas relações sexuais normais. Dessa
maneira o texto de Levíticos ao que fazemos referência, é uma alusão à
sexualidade masculina que deve ser usada segundo o princípio divinamente
estabelecido, sendo proibida a prática incorreta. Da mesma forma, na sentença que aparece em Lev.
20:13 o transgressor do preceito é identificado com o termo zakar, com o qual
não permanecem mais dúvidas em relação ao ato que está sujeito a condenação, ou
seja a união sexual de parceiros do mesmo sexo.
No Novo Testamento, o apostolo Paulo faz referência ao
passado pecaminoso da humanidade, assinalando que os “homens também, deixando o
contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade,
cometendo torpeza, homens com homens…” (Rom. 1:27). O próprio apóstolo sentencia em outra epístola,
que “os injustos não herdarão o reino de Deus … nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados,
nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos …” (1 Cor. 6:9). Esses textos claramente indicam que a
vigência do princípio pelo qual existe a diferença sexual, permanece durante o
cristianismo e se projeta como qualificativo da salvação, para a eternidade.
O termo usado pelo apóstolo Paulo em Rom 1:27 e que é
traduzido por homem é arsenes, que tem o sentido de varonilidade,
masculinidade, relativo ao sexo. A
comparação com outros termos gregos que aparecem na Bíblia e são traduzidos por
“homem”, permitem destacar mais o sentido da palavra usada por Paulo no texto
indicado. Assim, o termo anthropos, faz
referência ao ser humano, amigo; o termo
aner, serve para identificar o homem adulto, o noivo, o marido. A ênfase imposta pelo apóstolo para
qualificar o ato pecaminoso está no uso do termo arsenes, pois faz referência
ao homem com seus atributos de sexualidade, usados indevidamente. Igualmente ao elaborar a lista de práticas
pecaminosas que excluirão seus adeptos, do reino celestial, o apóstolo usa a palavra gregaarsenokoitai,
traduzido por “sodomitas”. Essa palavra está
composta do termo arsenes, “homem macho”
e do termo koito, o “ato sexual”.
Dessa maneira podemos inferir que Paulo se referia aos homens que
ostentam característica sexual masculina, usando esse atributo em forma
indevida.
A Missão da Igreja
Jesus deixou claramente estabelecida a missão que devem
cumprir seus fieis seguidores, organizados em Igreja. Usando o tempo
imperativo, disse: “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar
todas as cousas que vos tenho ordenado …” (Mt. 28:19,20). Nessas palavras estão sintetizadas todas as
atividades a serem desenvolvidas pela igreja com a única finalidade de preparar
um povo santo para o Céu. No cumprimento
dessa missão a Igreja enfrenta toda gama de obstáculos que tentam impedir de
alcançar a sua finalidade. Um desses
obstáculos é a crescente tendência libertina da imoralidade, principalmente de
expressões irrestritas do homossexualismo.
Vimos neste estudo, apesar do silêncio manifestado pela
medicina, que existem algumas anormalidades relacionadas com a sexualidade,
razão pela qual pessoas do sexo masculino afetadas, poderiam apresentar
comportamento efeminado, . Essas pessoas
devido a essas características, em geral sofrem discriminação e facilmente são
levadas a constituir grupos com outras semelhantes e dessa maneira praticar o
homossexualismo. Devemos esclarecer que
a Bíblia não condena ninguém por suas deficiências físicas ou anormalidades de
qualquer índole. A condenação Bíblica é
para os que praticam atitudes contrárias aos preceitos estabelecidos. Dessa maneira podemos inferir que a sentença
não exclui a quem, devido a suas anomalias fisiológicas e estruturais, sendo do
sexo masculino, manifesta atitudes tipicamente femininas.A exclusão é para quem
pratica o homossexualismo.
Da manifestação de atitudes tipicamente femininas por parte
de um jovem, à prática da homossexualidade, por parte do mesmo; há uma
distância considerável. Um jovem que
padece de tal tipo de distúrbio, pode nunca ter tido uma experiência de
relacionamento homossexual. Essa prática
está relacionada com a tendência sexual que na linguagem freudiana é conhecida
como libido, condicionada à maturidade geral do indivíduo.Segundo Kretschmer,
“a tendência sexual é um produto … de um ciclo causal bastante complicado onde
participam o cérebro, a medula e as glândulas em geral”29. Essa tendência, ou seja a libido, quando
manifestada com intensidade, pode levar a deturpações do comportamento sexual.
Cabe enfatizar que atitudes femininas manifestadas principalmente por
adolescentes do sexo masculino e que freqüentam uma igreja, não significam que
o tal seja necessariamente um indivíduo homossexual. Esse comportamento, se observado pelos
líderes da igreja, pode ter uma razão fisiológica ou anatômica. O reconhecimento desse problema no entanto,
pode ser traumático para os familiares, mas o líder da igreja, consciente das
suas funções, fazendo uso de muita cautela e sabedoria pode convencer os parentes para requerer o
auxilio médico correspondente.
Verificada a raiz que gera essa tendência, será necessário compartilhar
com outros membros da comunidade eclesiástica, a explicação clínica do
caso. De qualquer forma o vital do
problema é evitar o preconceito velado, que produz discriminação e que pode
levar o paciente a procurar seus semelhantes e dessa forma, ser conduzido à
prática do homossexualismo prematuro.
Para alívio do problema, a incidência de casos de anormalidade fisiológica
e estrutural em pessoas do sexo masculino e que poderiam levar à prática da
homossexualidade é pequena.
O cerne do problema, no entanto, está na elevada porcentagem
de pessoas do sexo masculino que praticam a homossexualidade sem serem portadores
de nenhuma anormalidade física que os induza a manifestar tal conduta. Norman L. Geisler, no seu tratado sobre ética
afirma que a homossexualidade é um mal “porque coloca a única relação marido e
mulher entre dois que não podem ser marido e mulher”30. Fazendo referência novamente aos resultados
obtidos por Alfred Kinsey, onde 37% dos entrevistados por esse pesquisador
admitiram que tiveram ao menos uma experiência de homossexualismo, se deduz que
a maioria são pessoas que foram levadas a tal prática, por forças semelhantes
às que induzem um indivíduo à bebida, ao tabaco, ao uso de drogas, as
jogatinas, ou a quaisquer vício humano.
Em outras palavras, pelas forças que operam a tentação e o pecado. Esta asseveração está baseada na consideração
Bíblica sobre o caráter pecaminoso de tais práticas e que resultam em
condenação (1 Cor. 6:9,10).
Não existindo uma causa física ou psíquica aparente que
estimule a conduta homossexual entre pessoas do sexo masculino, deve-se
considerar que essa prática é devida ao cultivo de um hábito pernicioso. Muitos jovens se tornam homossexuais
inveterados, da mesma forma do que um bêbado ou um dependente de drogas; levados unicamente pela atração inconsciente
a novas aventuras que no final resulta na formação de um mal hábito. A homossexualidade, vista com a lente
bíblica, é uma prática pecaminosa e deve
ser evitada e tratada como qualquer ato dessa natureza. Em certos casos a recuperação pode ser
imediata mas, noutros pode criar-se uma esfera de pessimismo. A expressão
Bíblica sugere manter confiança no poder sobrenatural por que outros que
sofriam desses males, foram lavados, santificados, justificados, “em nome do
Senhor Jesus Cristo” (1 Cor. 6:11).
O papel do líder da igreja, neste como em todos os demais
casos em que lhe cabe enfrentar esse tipo de hábitos deve ser o de prevenir o
mal. O pastor da igreja sabe que sua
função fundamental é a redenção dos que a ele lhe são confiados. Será de bom empenho fazer referência aos
males da sociedade moderna protegendo sua comunidade, da contaminação do
mundo. Não deve contar nesse serviço
unicamente com suas habilidades e recursos individuais; deve sim requerer de Deus a sabedoria e toda
inspiração para vencer a contenda.
Referências
1 Theodore ZELDIN,
Uma História Intima da Humanidade, 3. Ed., Rio de Janeiro: Record, 1997,. P. 116. ↑
2 Christoph
SCHNEIDER-HARPPRECHT,
“Homossexualidade na Perspectiva da Teologia Prática”, Estudos
Teológicos, v. 39, n. 1, Escola Superior
de Teologia da IECLB, São Leopoldo,
RS. Brasil. 1999, p. 63.
O autor esclarece que a posição de Westphal era a de considerar o “homossexualismo” como uma
doença causada por motivos sociais e biológicos. ↑
3 Freud considera aberrações da relação sexual, o emprego das mucosas bucais, o uso do esfinter anal, o fetichismo, e todo
ato que substitui o coito normal. Carmen
S. de OLIVEIRA, “Homossexualidade no
Divã”, Estudos Teológicos, v. 39,
n.1., Escola Superior de Teologia da
IECLB, São Leopoldo, RS. Brasil. 1999,
p. 54
4 Dennis COON, Introduction
to Psychology. Explanation and
Aplication. West Publishing Company,
California, 1977, p. 494. ↑
5 Nicholas Wright, ed.
Understanding Human Behavior, v. 1,
Columbia House, New York, 1977.
P. 494. O trabalho pioneiro do Dr. Kinsey deu lugar a outras pesquisas
relativas ao caso, envolvendo outros especialistas o que resultou na formação
do Instituto Kinsey. ↑
6 Folha de São Paulo,
Caderno Mais!, C 4, 18 Janeiro,
1998. ↑
7 Citado por C. SCHNEIDER-HARPPRECHT, op. cit. p. 74. ↑
8 Gottfried BRAKEMEIER, “Igreja e Homossexualidade”. ↑
9 Rogério SIMÕES, corresponsal em Londres da Folha de São
Paulo, Caderno C, p. 8, 9 Abril, 1995.↑
10 Salvador Pane BARUJA,
“Batinas cor-de-rosa”, em Isto é,
n. 1459, São Paulo, Brasil. 17
Setembro 1997, p. 110. ↑
11 Patricia DECIA,
“Rabinos reformistas aprovam união civil entre homossexuais”, em Folha de São Paulo, caderno Mundo, 30 Março 1996, p. 15. ↑
12 Erhard S. GERSTENBERGER,
“Sexualidade, homossexualismo e convivência”. Estudos Teológicos, v. 39, n. 1. Escola Superior de Teologia da IECLB, São
Leopoldo, RS, Brasil, 1999, p. 24. ↑
13 John BOSWELL,
Christianity, Social Tolerance, and Homosexuality, Chicago, 1980. Citado por
E. S. GERSTENBERGER, op. cit. p.
25. ↑
14 Nélio
SCHNEIDER, “ ‘Homossexualidade’
no Novo Testamento”, Estudos Teológicos,
v. 39, n. 1. Escola Superior de Teologia da IECLB, São Leopoldo, RS. Brasil.
1999, p. 33. ↑
15 C.
SCHENEIDER-HARPPRECHT, op.
cit. p.
71. ↑
16 E. GERSTENBERGER,
op. cit. p. 26. ↑
17 Wanda DEIFELT, “Os
tortuosos caminhos de Deus: Igreja e
homossexualidade”. Estudos Teológicos,
v. 39, n. 1. Escola Superior de Teologia
da IECLB, São Leopoldo, RS.
Brasil, 1999, p. 43. ↑
18 Para os defensores do homossexualismo, “aquilo que é
considerado ‘natural’ pela tradição é o
que está de acordo com a vontade de Deus” .
N. SCHNEIDER, op. cit. p. 30. ↑
19 Wanda DEIFELT, op.
cit. p. 45. ↑
20 Anete ROESE, “Deus escolheu as cousas loucas… para
envergonhar as fortes”, Trabalho de
conclusão de curso da EST, São Leopoldo,
RS. Brasil, 1997, p. 46. Citado por W. DEIFELT, op. cit. p. 45. ↑
21 James THOMPSON &
M. V. THOMPSON, Genética
Médica. Tradução Paulo ª Motta,
UFRJ, Livraria Atheneu, Rio de Janeiro, 1976, p. 170. ↑
22 O hipoganadismo é uma anormalidade testicular que pode
existir desde o nascimento, já seja por anomalia genética ou embriológica. ↑
23 THOMPSON & THOMPSON.
Genética Médica. Editorial
Guanabara, Koogan, 5ª edição.
Rio de Janeiro, 1993, p. 163. ↑
24 A ginecomastia é caracterizada pelo desenvolvimento
excessivo da glândula mamária em pessoas do sexo masculino. ↑
25 O Hermafroditismo verdadeiro pode ser: lateral, onde se
verifica a presença do ovário num lado do corpo e testículo do outro. Na maioria porém, os dois órgãos coexistem
numa única estrutura chamada Ovotestis.
Bernardo BEIGUELMAN. Genética
Médica, v. 1, Citogenética Humana, 2da. ed.
Editora EDART, São Paulo, 1977,
p. 91. ↑
26 M. MAXWELL &
outros. Medicina Interna, Tomo I,
4a Edición Española. La Prensa Médica Mexicana, Ciudad de México, 1973,
p. 614. ↑
27 Ibid. p. 616. ↑
28 D. COON, op.
cit. p. 495. ↑
29 N. WRIGHT. Op. cit.
p. 33. ↑
30 R. LAIRD HARRIS
& outros. Dicionário Internacional
de Teologia do Antigo Testamento,
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova,
São Paulo, 1998, verbete zakar , p. 393. ↑
31 Anotado por Anibal PONCE.
Psicologia de la Adolescendia.
Editora Universitaria, UTHEA,
México, 1960, pp. 27,28. ↑
32 Norman L. GEISLER.
Ethics, Alternatives and Issues,
Zondervan Publishing House, Grand
Rapid, Michigan. 1971, p. 204. ↑
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