segunda-feira, 13 de março de 2017

Por que o ano de 457 a.C. é o início da contagem dos 490 anos de Daniel 9:24-27?

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Pr. Gerhard F. Hasel, Ph.D.

O ponto de partida para as “setenta semanas”, (setenta shabu’im [1] ) de acordo com ‘o historicismo’ [2], é a “saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (vs. 25). Isso ocorreu no sétimo ano de Artaxerxes I (Ezrá, Esdras 7:7, 8), quando ele emitiu seu primeiro “decreto” (vs. 11-26). O sétimo ano de Artaxerxes é agora estabelecido firmemente como 458/457 a. C., com o retorno de Esdras em 457, e não em 458 a.C. Consequentemente, o primeiro ano de reinado de Artaxerxes no cálculo judaico começou em 1º de tishri de 464 a.C.

Com base no fundamento histórico para essa data (457 a.C.) como o início das primeiras duas divisões do período das 70 semanas (7+62 semanas = 483 anos), a conclusão dos 483 anos é 27 d.C., o ano da “mikvê” de Yeshua. O mikvê marcou a inauguração do ministério público de Yeshua (Jesus) como o Mashiach, o Ungido. Há pelo menos duas fortes razões para a escolha do primeiro decreto de Artaxerxes I em 457 a.C. (Ezrá, Esdras 7) como o ponto de partida para os 490 anos. A primeira e principal razão é tanto exegética quanto histórica.

Primeira Razão

Daniel 9:25ª, identifica especificamente “a ordem” referente à restauração e reconstrução da cidade de Jerusalém como o início do período das 70 semanas.

A “ordem” dificilmente é entendida como um decreto de Deus. Em vez disso, parece se referir a uma ordem real de um rei, assim como foi emitido o “decreto real” (dãt, Daniel 2:13,15) para matar os sábios. Esse decreto ou “ordem” tinha a ver com a restauração e reconstrução da cidade de Jerusalém. Portanto, não é possível indicar que se esteja falando do decreto real de Ciro emitido no ano 538/537 a.C. (Ezrá, Esdras 1:1-4), que impelia os judeus exilados a construírem a “casa de Deus”, ou seja o templo. Não há sequer uma só palavra no decreto de Ciro para restaurar e reconstruir a cidade, como uma cidade. O decreto real de Dario I (Esdras 6:1 a 12) confirmou o decreto de seu antecessor e relatou mais uma vez a reconstrução do templo. Ele, da mesma forma, não tinha nada a ver com a cidade, como uma cidade.

O terceiro “decreto” ou ordem é a dada por Artaxerxes I no seu “sétimo ano” (Ezrá, Esdras 7:7, 8), isto é, 457 a.C. Essa ordem não pode referir-se à reconstrução do templo, pois ele foi concluído e dedicado em março de 515 a.C. (Esdras 6:13-18).

Os eventos registrados na passagem de Esdras 4:7-23 nos falam de uma insatisfação por parte dos samaritanos devido ao fato de os judeus estarem “reedificando aquela rebelde e malvada cidade e vão restaurando os seus muros e reparando os seus fundamentos” (vs. 12 conforme vs. 13,16 e 21). Se esse relato é de uma época posterior à ordem do sétimo ano de Artaxerxes I, a saber, um período de condições políticas incertas para o monarca persa depois da revolta egípcia de 448, então é possível concluir com segurança que a ordem dada em 457 a.C. dizia respeito à restauração e reconstrução de Jerusalém.

Deve-se notar que “os tempos angustiosos” (Daniel 9:25) durante os quais Jerusalém seria reconstruída novamente são refletidos claramente nos eventos registrados em Esdras 4:7-23. Embora a verdadeira palavra de comando de Artaxerxes I em 457 a.C. não faça menção explicita de nenhuma ordem para reconstruir a cidade de Jerusalém, até o momento é este o objetivo aparente conforme entendem os judeus, para quem foi dada a ordem.

Treze anos depois da ordem de Artaxerxes I, ou seja, no vigésimo ano de seu reinado (445/444 a.C), Hanani conta a Neemias que “os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas (Neemias 1:3). Isso implica que a cidade tinha sido reconstruída, algo que que dificilmente poderia ter começado antes de 457 a.C., porque os decretos de Ciro e de Dario diziam respeito somente à construção do templo.

O próprio Esdras confessa que Deus deu permissão por meio dos reis persas “para levantar a casa do nosso Deus, para restaurar as suas ruínas e para que nos desse um muro de segurança em Judá e em Jerusalém” (Ezrá, Esdras 9:9). Fica evidente, a partir de sua referência ao “decreto de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, rei da Pérsia” (Ezrá, Esdras 6:14), que Esdras considerou o terceiro “decreto” como a culminação dos três.

Deve-se também notar que dos quatro decretos conhecidos, apenas dois são decretos importantes. O decreto de Ciro é um decreto importante, enquanto o de Dario simplesmente confirma o de Ciro. O outro decreto importante foi a ordem do sétimo ano de Artaxerxes, enquanto o decreto de seu vigésimo ano é nada mais que uma ampliação e renovação de seu primeiro decreto. O decreto de Ciro e Dario dizem respeito à construção do templo; os de Artaxerxes à condição de Judá e Jerusalém.

Segunda Razão

A segunda razão para a escolha do primeiro “decreto” de Artaxerxes em 457 a.C. baseia-se no cálculo dos 490 anos. Apenas essa ordem se ajusta ao cômputo dos 490 anos solares. O princípio de reconhecer o cumprimento da profecia também foi levado em conta. Aqui deve-se relembrar que a necessidade de encontrar um desfecho que se ajuste aos fatos históricos é compartilhada pela interpretação ‘historicista’ e suas opositoras da mesma forma.

O final da primeira divisão de 7 anos é 408 a.C. Essa primeira divisão de 49 anos é designada à restauração e reconstrução de Jerusalém. Poucas informações do período por volta de 400 a.C. excluem inevitavelmente qualquer tentativa de se verificar a exatidão da data de 408 a.C. para a restauração da cidade de Jerusalém.

A segunda divisão das 62 semanas, 434 anos, completa o período até o surgimento do Messias em 27 d.C. A interpretação ‘historicista’ tradicional segue a pontuação das versões LXX, Teodócio, Vulgata, Siríaca, a qual foi adotada nas versões inglesas atuais (KJV, ASV, ERV (margem), MLB, JB, NASB). Isso significa que a frase é lida assim:

“até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão.” (9:25, NASB).

“até que seja ungido um príncipe, passar-se-ão sete períodos; durante 62 períodos será reconstruída com suas praças e seus fossos.” (9:25, Bíblia Hebraica, português).

Há versões inglesas que seguem a pontuação do texto massorético (VER, RSV, NEB) que tem uma athnach (o principal divisor disjuntivo dentro de um versículo) após as palavras “sete semanas”. Marcas de pontuação em manuscritos hebraicos não adquiriram uso geral antes do surgimento de uma grande atividade massorética em 600 d.C. e 930 d.C. Seu uso foi cristalizado na forma presente apenas no século 9/10, enquanto continuou em pequenas questões de acentuação no século 14.

Evidências atuais sugerem que acentos nas versões gregas são anteriores aos dos manuscritos hebraicos dos massoretas. Considerações contextuais também têm sido citadas a favor da antiga pontuação. Além disso, a estrutura literária da poesia de Daniel 9:25 sugere também que a pontuação massorética está incorreta.

Os textos do Qumran relacionados a Daniel 9:24-27 não apoiam a pontuação massorética ou moderna. Todas as traduções antigas seguem uma pontuação não-massorética, a saber, a Septuaginta e Teodócio, Símaco e Áquila além da Peshitta. Elas tratam as 7 e as 62 semanas como um período único ao final do qual o Messias viria.

A pontuação não-messiânica da tradição massorética parece refletir uma “rejeição do papel messiânico de Yeshua (Jesus) e a frustração das outras esperanças messiânicas judaicas do primeiro e segundo séculos d.C. Portanto, ela reflete um preconceito anticristão. Parece, com base na evidência citada, que a pontuação tradicional nas versões antigas e refletidas em inglês nas KJV, ASV, MNLB, JB NASB, etc. deve ser mantida com base na evidência histórica, contextual, literária, e as versões sem fazer injustiça ao contexto hebraico.

A terceira divisão de uma semana, os últimos sete anos, começa em sucessão cronológica às 69 semanas (483 anos) com a mikvê e o começo do ministério público de Yeshua (Jesus Cristo). “Na metade da semana” ( Daniel 9:27) (isto é, três anos e meio depois, em 31 d.C.) o Messias traria fim ao sistema sacrifical por sua morte… a última metade da semana chega ao fim com:

– Morte de Estevão, (Atos 7:60).

– Dispersão dos discípulos de Jerusalém, (Atos 8:1).

– Pregação aos goin’s (gentios, Atos 8).

– E possivelmente com a aceitação de Shaul (Paulo) de Yeshua (Jesus) como o Mashiach (Messias).

A correlação cronológica exata entre Daniel 9:24-27 e os eventos históricos indicam notável superioridade da interpretação ‘historicista’ sobre os outros esquemas. O único esquema que pode reivindicar correlação e harmonia perfeitas entre a profecia e a história com relação a 9:24-27, ao ano e mesmo à metade do ano é o que sincroniza os 490 anos de 457 a.C. ao término em 34 d.C.

Daniel 9:24-27 “é uma das mais notáveis profecias preditivas da ‘Bíblia Hebraica’”. O critico K. Koch observa que “o cumprimento matemático singular e absolutamente exato de uma predição messiânica da ‘Bíblia Hebraica’ quanto à vida do Mashiach na B’rit Hadashah desempenhou em séculos anteriores um importante papel como prova para a veracidade das Escrituras Sagradas”. As correlações cronológicas recentes dão apoio adicional ao “cumprimento matemático absolutamente exato” de 9:24-27.

Equipe Biblia.com.br

sábado, 11 de março de 2017

Cálculo das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14


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Alguns estudiosos se surpreendem quando subtraem 457 (a data da saída da ordem para restaurar Jerusalém) de 2.300 e notam que não atinge o ano de 1844 como data terminal das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14. Nesse tipo de conta o resultado óbvio é 1843. Se desejamos saber matematicamente quando o referido período terminou não podemos simplesmente subtrair 457 de 2.300 pelo fato de que o primeiro montante é uma data e o segundo corresponde a número de anos. Número de anos se subtrai de número de anos, e não de datas ou vice-versa. Assim temos de converter a data de 457 a.C em número de anos a.C e então subtrai-los de 2.300 para chegarmos ao fim desse período.

O decreto de Artaxerxes emitido em 457 a.C (7º ano de seu reinado) foi posto em execução no outono desse ano, isto é, faltando mais ou menos 1/4 do ano para que este terminasse, já que o ano possui 4 estações, considerando que no hemisfério norte o outono começa entre o fim de setembro e o início de outubro. Portanto, a data é 457 a.C, mas o número de anos é 456 completos mais 1/4 de 457, que ainda faltava transcorrer. Assim temos:

♦ Data: 457 a.C

♦ Número de anos a.C: 456+1/4

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Daniel 9:25).

Considerando que até o batismo de Jesus (até ao Ungido) passar-se-iam 483 anos, conforme o texto acima. Temos o seguinte cálculo:

♦ 7 semanas + 62 semanas = 69 semanas.

Aplicando o princípio dia-ano em profecia, cada dia equivale a um ano.

♦ 69 semanas x 7 dias = 483 dias (ou anos proféticos).

Agora podemos subtrair o quantidade de anos a partir do ano 457 a.C., considerando que há 456 anos + 1/4 de ano completados. Então temos o seguinte cálculo:

♦ – 456 (mais 1/4) + 483 = 26 (mais 3/4).

Ou seja, passados 26 anos completos da era cristã, mais 3/4 do ano seguinte ocorre o batismo de Jesus, ou seja, no outono de 27 a.D. Assim temos:

♦ Data: 27 a.D.

♦ Número de anos a.D: 26+3/4

O evento do Calvário ocorreu 3,5 anos depois do batismo. Como a conta envolve quartos e não meios, devemos considerar 3+2/4 como equivalentes a 3,5 e adicioná-los a 26+3/4. O resultado será 29+5/4, ou 30+1/4. A cruz foi levantada 30 anos completos depois de Cristo mais 1/4 do ano seguinte, isto é, a primavera de 31 a.D (e sabemos que Cristo morreu por ocasião da Páscoa). Assim temos:

♦ Data: 31 a.D.

♦ Número de anos a.D: 30+1/4

Até a morte de Estêvão são mais 3,5 anos, e as 70 semanas, ou 490 anos, chegam ao fim. Somando 3+2/4 a 30+1/4 chegamos a 33+3/4 do ano seguinte, o outono de 34 a.D. Assim temos:

♦ Data: 34 a.D.

♦ Número de anos a.D: 33+3/4

Subtraindo 490 (o número de anos correspondentes às 70 semanas) de 2.300 (também número de anos) sobram 1810 anos que somados a 33+3/4 (quando terminam os 490 anos ou 70 semanas) chegamos a 1843+3/4 do ano seguinte, o que corresponde a outono de 1844. Assim temos:

♦ Data: 1844 a.D.

♦ Número de anos a.D: 1843+3/4

Chegamos a esse mesmo resultado subtraindo 456+1/4 de 2300. Em outras palavras, esse período profético termina em outubro de 1844. 

Via Bíblia

terça-feira, 7 de março de 2017

Gênesis 1: Universo jovem ou vida jovem?

Têm sido propostos dois modelos para a criação do Universo:

Modelo da Terra Jovem: o primeiro modelo, em geral, defende a criação da Terra – incluindo a sua modelagem para ter as condições necessárias para a existência da vida, bem como a própria vida em todas as suas manifestações – em seis dias, na semana da Criação, juntamente com a criação do Universo e do nosso Sistema Solar. Nesse primeiro caso, a semana da Criação corresponde, portanto, ao período da criação do Universo, juntamente com a modelagem da Terra para abrigar a vida, tendo os demais planetas e luas do Sistema Solar (criados nessa semana simultaneamente com a Terra) permanecido sem forma e vazios.[1: p. 23]

Modelo do intervalo passivo: em seu livro Origens, o zoólogo e paleontólogo Dr. Ariel Roth, ex-diretor do Geoscience Research Institute, nos informa que esse modelo é considerado uma variação do criacionismo da Terra Jovem.[2: p. 330] O modelo defende que Deus criou o Universo, inclusive o Sistema Solar e a matéria da Terra (rocha) em eras anteriores (época indeterminada), mas preparou a Terra para a vida e criou a vida somente poucos milhares de anos atrás, em seis dias (note a semelhança com o modelo geral da Terra Jovem).[3]

segunda-feira, 6 de março de 2017

Bactérias consideradas as formas de vida mais antigas na Terra eram apenas rachaduras em cristais



Microcristais que foram confundidos com bactérias

A explosão do Cambriano é uma das muitas pedras nos sapatos dos defensores da Teoria da Evolução. Isso os tem levado a um busca desesperada por formas de vida simples nas camadas pré-cambrianas que apresentem qualquer conexão com aquelas encontradas nas camadas superiores. Algumas algas e supostas bactérias são relatadas nessas camadas pré-cambrianas, mas não se veem ali formas intermediárias claramente identificáveis como ancestrais de trilobitas ou de braquiópodes, por exemplo. Uma explicação simples para a presença de algas e bactérias nessas regiões é a observação de que nos dias atuais algas e bactérias também habitam rochas profundas. Na época do dilúvio, essas criaturas poderiam ter sido fossilizadas ali.

Estruturas microscópicas filamentosas, encontradas na Austrália ocidental, são consideradas por evolucionistas as formas de vida mais antigas de que se tem relato. As rochas nas quais essas estruturas se localizam têm idades estimadas em 3,5 bilhões de anos, na cronologia evolucionista. Essas estruturas foram encontradas há mais de duas décadas e foram identificadas como fósseis de bactérias fotossintéticas do Archeano.

Pois bem, um grupo de pesquisadores do Instituto Carnegie decidiu fazer aquilo que sempre coloca os evolucionistas em maus lençóis, ou seja, analisar as alegações de forma detalhada. Os pesquisadores, usando técnicas de construção de imagens sofisticas, observaram os interstícios entre os grãos microscópicos de cristais de quartzo nas vizinhanças de um dos supostos microfósseis e descobriram que esses interstícios estavam preenchidos por carbono.
Quando os pesquisadores olharam para o suposto microfóssil usando essa mesma técnica, perceberam que o filamento dividia vários pequenos microcristais, de forma que partes correspondentes desses microcristais eram encontradas nos dois lados dos filamentos. Isso é como cortar uma laranja ao meio e colocar um objeto entre as duas metades. Não é o que se espera de um processo de fossilização. Além disso, o carbono encontrado ao longo do filamento liga-se a outros veios que parecem estar preenchendo fissuras e o filamento parece também estar conectado a uma espécie de cratera local que não faz o menor sentido do ponto de vista biológico. Tudo isso indica que a rocha hospedeira e a estrutura filamentosa não se formaram juntamente. Ao invés disso, o cristal maior no qual a estrutura filamentosa é encontrada se partiu (dividindo também os grãos de tamanho menor) e as fissuras formadas foram posteriormente preenchidas por material rico em carbono. Em outras palavras, olhar para essa estrutura e ver ali uma bactéria é como olhar para as nuvens e tentar identificar figuras familiares.

O estudo não afirma que todas as estruturas microscópicas desse tipo são pseudofósseis, mesmo porque nem todas foram estudadas com o mesmo rigor, mas nos mostra que deve-se exercitar muita cautela para não tirar conclusões precipitadas baseadas em uma visão de mundo equivocada e sem o suporte experimental necessário.

Referências:
[1] D.M. Bower, A. Steele, M.D. Fries, O.R. Green, J.F. Lindsay, Raman Imaging Spectroscopy of a Putative Microfossil from the 3.46 Ga Apex Chert: Insights from Quartz Grain Orientation, Astrobiology. 16 (2016) 169.

sábado, 4 de março de 2017

Criacionista sugeriu a seleção natural antes de Darwin


Ao contrário do que muitos pensam, os criacionistas não rejeitam a ideia de seleção natural.[1,2] Todavia, discordam dos evolucionistas a respeito da extensão das modificações que esse processo é capaz de produzir. Normalmente, coloca-se um sinal de igualdade entre seleção natural e macroevolução; apela-se à primeira para justificar a última. Os exemplos clássicos de evidências a favor evolução que encontramos em livros-texto tratam de variações em pequena escala, ou seja, de microevolução (como mudanças de cor, tamanho, resistência a antibióticos etc). Como os próprios autores evolucionistas admitem, a macroevolucão só pode ser inferida a partir de extrapolação.[3]

Pois bem, não é novidade que Darwin não foi o primeiro a tratar da seleção natural. James Hutton escreveu sobre o mecanismo em 1794, William Wells em 1818 e Patrick Matthew em 1831.[4] Segundo alguns autores, até mesmo William Paley teria antecipado o conceito seleção natural, em 1803.[5] Darwin afirmava ter tomado conhecimento da contribuição desses autores somente após a publicação de A Origem das Espécies, em 1859.[4]

Em 1835, Edward Blyth publicou um artigo no Magazine of Natural History [6] no qual se pode encontrar o mecanismo de seleção natural de forma surpreendentemente clara. Existem evidências históricas de que Darwin era um leitor do Magazine of Natural History,[7] mas não se pode afirmar com certeza que ele tenha lido o trabalho de Blyth antes de elaborar sua teoria.
Embora o termo seleção natural não seja utilizado explicitamente no artigo de Blyth, a ideia está indubitavelmente presente:

“É uma lei geral da natureza para todas as criaturas a propagação de sua própria semelhança: e isso se estende às minúcias mais triviais, para as mais tênues peculiaridades individuais; e assim, entre nós mesmos, vemos a semelhança de uma família sendo transmitida de geração em geração. Quando dois animais acasalam, cada um possuindo uma certa característica em comum, não importando o quão trivial ela seja, existe também uma tendência decisiva na natureza para que aquela peculiaridade se intensifique; e se a prole desses animais for separada, e se somente aqueles nos quais a mesma peculiaridade é mais aparente forem selecionados para reprodução, a próxima geração irá possuí-la em um grau ainda mais notável; e assim por diante, até que a longo prazo a variedade que designei de raça seja formada, podendo ser muito diferente do tipo original”.[6]

“Em um grande rebanho de gado, o touro mais forte afasta de si os indivíduos mais novos e mais fracos de seu próprio sexo, e permanece como o único mestre do rebanho; de modo que todos os jovens que venham a ser produzidos tenham sua origem naquele indivíduo que possui máxima potência e força física; e que, consequentemente, na batalha pela existência, foi o mais capaz para manter seu território, e defender-se de cada inimigo. De maneira similar, entre os animais que procuram sua comida por meio de sua agilidade, força, ou delicadeza dos sentidos, aquele melhor organizado deve sempre obter a maior quantidade; e deve, portanto, tornar-se o mais forte fisicamente, e assim ser habilitado, pela derrota de seus oponentes, a transmitir suas qualidades superiores a um número maior de descendentes”. [6]

Contudo, Blyth não sustentava que a seleção natural seria capaz de proezas como converter um urso em uma baleia, como Darwin sugeriu na primeira edição de seu livro mais famoso.[8] Blyth via esse mecanismo como um recurso que tinha por fim conservar as qualidades típicas de uma espécie:
“A mesma lei, portanto, que foi designada pela Providência para manter as qualidades típicas de uma espécie, pode ser facilmente convertida pelo homem em um meio de criar diferentes variedades; mas também está claro que, se o homem não preservar essas raças pelo controle do intercurso sexual, elas irão naturalmente retornar ao tipo original”. [6]

Em outras palavras, o mecanismo é o mesmo que Darwin publicaria 24 anos mais tarde – que tem como resultado a propagação das qualidades dos indivíduos mais aptos a se reproduzir – mas o efeito final, segundo Blyth, seria o de reestabelecer as variedades de animais aos seus tipos originais e não criar novas espécies sem limite aparente para as modificações. Diga-se de passagem, não é essa a posição defendida pelos criacionistas de hoje. Mas o ponto em questão aqui é a prioridade de Blyth sobre Darwin quanto ao mecanismo de seleção natural.

Edward Blyth, ao contrário de Darwin, não tentou descrever uma natureza sem um Criador. Blyth, como tantos outros cientistas importantes (desde muito antes de seu tempo até os dias atuais), reconheceu a origem de tudo:
“Existe, de forma muito estranha, uma diferença de opinião entre naturalistas quanto a serem essas mudanças sazonais um desígnio da Providência como uma adaptação a mudanças de temperatura, ou um meio de preservar as várias espécies de seus inimigos, pela adaptação de sua matiz às cores da superfície; (…) O fato é que elas respondem a ambos os propósitos; e elas estão entre aqueles impressionantes exemplos de planejamento, que tão claramente e fortemente atestam a existência de uma grandiosa e onisciente Primeira Causa”. [6]

Blyth pode ter errado com sua ideia de conservação. Mas Darwin também errou em outros pontos e principalmente ao propor o que hoje chamamos de macroevolução. Em um ambiente no qual o materialismo ganhava cada vez mais força, Darwin se tornou um ícone mundial. Como o próprio Richard Dawkins admite, “só depois de Darwin é possível ser um ateu intelectualmente satisfeito”.[9]   Edward Blyth foi praticamente lançado no esquecimento. Mas Alguém certamente se lembrará de que ele deu ao Criador a glória que lhe era devida.

“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10:32,33).

Referências:
[1]      G. Purdom, N.T. Jeanson, Understanding Natural Selection, Answers in Genesis, Https://answersingenesis.org/natural-Selection/understanding-Natural-Selection/. (2016).
[2]      P.G. Humber, Natural Selection – A Creationist’s Idea, Acts Facts. 26 (1997).
[3]      M. Riddley, Evolução, 3a. ed., Artmed, Porto Alegre, 2006.
[4]      P.N. Pearson, In retrospect: An Investigation of the Principles of Knowledge and of the Progress of Reason, from Sense to Science and Philosophy, Nature. 425 (2003) 665–665. doi:10.1038/425665a.
[5]      W.L. Abler, What Darwin knew, Nature. 426 (2003) 759–759. doi:10.1038/426759b.
[6]      E. Blyth, An Attempt to Classify the “Varieties” of Animals, with Observations on the Marked Seasonal and Other Changes Which Naturally Take Place in Various British Species, and Which Do Not Constitute Varieties, Mag. Nat. Hist. 8 (1835) 40–53.
[7]      J.E. Schwartz, Charles Darwin’s Debt to Malthus and Edward Blyth, J. Hist. Biol. 7 (1974) 301–318.
[8]      C.R. Darwin, On The Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Strugg;e for Life, Facsímile , Harvard University Press, Cambridge, 1859.
[9]      R. Dawkins, O Relojoeiro Cego, Companhia das Letras, São Paulo, 2001.

sexta-feira, 3 de março de 2017

A extinção dos dinossauros: semelhanças entre as propostas evolucionista e criacionista


A maioria das pessoas aprendeu na escola que os dinossauros foram extintos devido à queda de um asteroide há 65 milhões de anos. Essa hipótese foi apoiada inicialmente em 1978 com a descoberta de uma fina camada de irídio nas rochas que se formaram no fim do período Cretáceo. O irídio é um elemento raro no planeta Terra, mas é encontrado com frequência em asteroides e cometas. A segunda evidência a favor do impacto do asteroide veio com a descoberta de uma enorme cratera soterrada em Chicxulub, no Estado de Yucatán, México, medindo cerca de 180 quilômetros de diâmetro.[1] Em 1980, o geofísico Luiz Alvarez, da Universidade da Califórnia, foi o responsável por apresentar a hipótese de que os dinossauros foram extintos devido ao impacto de um gigantesco asteroide. Ele formulou essa ideia a partir de dados que recolheu em campo.[2]

quarta-feira, 1 de março de 2017

Pakicetus, uma baleia com pernas?




A baleia fake da Science


“Estivemos ansiosamente antecipando alguma descoberta desse tipo, mas não estávamos preparados para uma evidência tão convincente da estreita relação faunal entre a Ásia oriental e a América do Norte ocidental tal como é revelado por esse diminuto espécime.”[1] Essas palavras aparecem logo na quinta linha do artigo publicado por Henry F. Osborn em 1922 na revista Science, no qual ele descreve o famoso homem de Nebraska. A evidência tão convincente à qual ele se referia era um dente de cerca de 1 cm. Apenas isso. No artigo, Osborn discute detalhadamente as características do dente que o levaram a concluir que ele havia pertencido a um ancestral do homem. Em 1927, a Science se viu obrigada a publicar uma retratação com o título “Hesperopithecus apparently not an ape nor a man” (Hesperopithecus, aparentemente nem macaco nem homem).[2] O restante do esqueleto ao qual pertencia o dente havia sido encontrado. Tratava-se de um javali extinto!



Mas a ciência vive de erros e acertos e, naturalmente, o tipo de abordagem que levou ao homem de Nebraska seria revisto no futuro para que não se repetisse tamanho vexame. Certo? Errado. As baleias que o digam.



A capa da edição de 22 de abril de 1983 da Science, 61 anos depois da publicação do homem de Nebraska, estampava um animal meio mamífero terrestre, meio baleia.[3] Na ilustração, o animal saía da margem de uma praia e mergulhava para buscar comida na água. Tratava-se do Pakicetus, nome dado à estranha criatura encontrada no Paquistão.



O Dr. Philip D. Gingerish, lider da pesquisa que apresentou o Pakicetus à comunidade científica, declarou na época que “o Pakicetus e outros cetáceos do início do Eoceno representam um estágio anfíbio na transição evolucionária gradual das baleias primitivas da terra para o mar.” [3] Mas o que era realmente conhecido a respeito do Pakicetus? Apenas fragmentos dos ossos do crânio. A partir deles, todo o crânio foi reconstruído e nele foram adicionadas características que não podiam ser deduzidas apenas com base nos fragmentes. Supôs-se que o Pakicetus possuísse olhos nas laterais da cabeça, como as baleias, e um respirador no topo do focinho. Esse respirador estaria a meio caminho da posição dos respiradores das baleias modernas. Supôs-se, ainda, que o Pakicetus possuísse nadadeiras, que não tivesse um pescoço visível (como nas baleias) e que podia tanto caminhar em terra como nadar no mar, como as baleias.



18 anos depois de o Dr. Gingerich ter encontrado os fragmentos do crânio do Pakicetus, outros 4 crânios parciais e 150 ossos de Pakicetus foram descobertos, permitindo que os cientistas construissem um esqueleto quase completo.[4] Com base nas novas descobertas, pôde-se concluir que o Pakicetus não se assemelhava nada com o animal que estampou a capa da Science em 1983. Ele na verdade possuía um nariz na extremidade do focinho, não um respirador de baleia, pés preparados para correr (não nadadeiras), pescoço longo e visível (não ausente, como nas baleias) e olhos no topo da cabeça (não nas laterais). Não seria um exagero chamar o Pakicetus de a “baleia de Nebraska”.



Mesmo assim, nos dias de hoje ainda se insiste em que o Pakicetus esteja na linha de ancestralidade dos cetáceos modernos com base em características como uma suposta semelhança entre suas bulas auditivas. Os cetáceos modernos possuem uma estrutura chamada de processo sigmoide, algo similar a um polegar estendido. Segundo o Dr. Zhe-Xi Luo, especialista em evolução de mamíferos, o Pakicetus não possuía um processo sigmoide na bula auditiva, mas simplesmente uma placa plana. Placas como essa são encontradas em mamíferos terrestres.[5]  Observe a figura ao lado e tire suas próprias conclusões.



A história toda de como esse animal acabou sendo chamado de baleia é um exemplo muito interessante de como a visão de mundo de um cientista possui um peso decisivo em suas interpretações, especialmente quando tentamos reconstruir a história de um passado do qual sobraram apenas alguns vestígios. Os fragmentos de crânio encontrados pelo Dr. Gingerinsh constituem os dados experimentais dos quais ele dispunha. O significado que ele atribuiu àqueles fragmentos foi pura interpretação baseada em sua visão de mundo evolucionista.



A mídia cientifica muito frequentemente nos apresenta os dados fósseis e sua interpretação evolucionista como um conjunto indissociável. Extrapolações e inferências são apresentadas como fatos incontestáveis e procura-se lançar ao ridículo aqueles que se atrevem a olhar para os mesmos dados com uma visão de mundo diferente. É preciso ter isso em mente quando nos forem apresentados os próximos homens-macaco e baleias com pernas.




Concepção artística atual do Pakicetus





Referências:

[1]    H.F. Osborn, Hesperopithecus, the first anthropoid primate found in America, Science, 55 (1922) 463–465. doi:10.1126/science.55.1427.463.
[2]    W.K. Gregory, Hesperopithecus apparently not an ape nor a man, Science, 66 (1927) 579–581. doi:10.1126/science.66.1720.579.
[3]    P.D. Gingerich, N.A. Wells, D.E. Russell, S.M.I. Shah, Origin of Whales in Epicontinental Remnant Seas: New Evidence from the Early Eocene of Pakistan, Science, 220 (1983) 403–406. doi:10.1126/science.220.4595.403.
[4]    J.G.M. Thewissen, E.M. Williams, L.J. Roe, S.T. Hussain, Skeletons of terrestrial cetaceans and the relationship of whales to artiodactyls, Nature. 413 (2001) 277–281. doi:10.1038/35095005.
[5]   C. Werner, Evolution: The Grand Experiment Vol. 1, 3rd ed., New Leaf Press, 2014.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Como entender a promessa de falar “novas línguas”, em Marcos 16:17?

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Alberto R. Timm

Como o conteúdo de Marcos 16:9-20 não aparece nos manuscritos gregos mais antigos e melhores, especialistas em crítica textual do Novo Testamento têm sugerido que o evangelho de Marcos terminava, originalmente, com o verso 8 do capítulo 16. Diante disso, se poderia argumentar que o texto de Marcos 16:17 não compartilha da mesma autoridade canônica que o restante do Evangelho.

Mas independente de aceitarmos ou não o conteúdo de Marcos 16:9-20 como parte do Cânon Sagrado, é importante observar que, na expressão “novas línguas” de Marcos 16:17, o termo original grego para “novas” é kainós (novas línguas para quem fala) e não néos (línguas até então desconhecidas). Isso significa, portanto, que essas “novas línguas” dizem respeito às mesmas línguas de nações mencionadas em Atos 2:4 como “outras línguas”, plenamente compreensíveis às respectivas pessoas que as reconhecem como suas línguas maternas (At 2:6, 8 e 11).

O fato de Mateus 16:17 colocar o dom de falar em “novas línguas” como parte dos “sinais” que haveriam de acompanhar aqueles que cressem, não significa que esse dom deveria ser concedido a todos os crentes em todas as épocas e lugares. Assim como os cristãos não haveriam, obviamente, de pegar “em serpentes” todo tempo (verso 18), também não é de se esperar que eles devessem falar sempre em “novas línguas”. Além disso, Paulo esclarece que o dom de línguas é dado apenas a alguns crentes, havendo uma necessidade concreta que justifique a sua manifestação (ver 1Co 12:4-11, 28-30).

Fonte: Sinais dos Tempos, janeiro/fevereiro de 2000. p. 21 (usado com permissão)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

7.Discipline seu filho - Encontro de Pais 2017

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

6.Elogie Seu Filho - Encontro de Pais 2017

Haverá casamento, relações sexuais e procriação na Nova Terra?

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As palavras “na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22:30), constituem-se numa revelação especial de Jesus sobre o futuro dos remidos. 

Em função de sua natureza espiritual (Hb 1:14), os anjos de Deus não se casam e nem procriam. Eles foram criados por Deus para executarem a Sua vontade como mensageiros. Por sua vez, os seres humanos foram criados por Deus para serem fecundos, multiplicar-se, encher a terra, sujeitarem-na e dominar os animais (Gn 1:28). Diferentemente dos anjos, que são seres espirituais, o ser humano foi feito do barro (Gn 2:7) e recebeu a incumbência de procriar por meio da instituição matrimonial (Gn 2:24). Em comparação aos anjos, os homens são inferiores (Hb 2:7). 

Um dos propósitos divinos em criar o ser humano era que este, após ser aprovado no teste, repovoasse o céu, em lugar dos anjos que foram expulsos com Satanás. Este propósito será alcançado após a ressurreição dos justos. Em si, este fato significará uma promoção funcional para os justos redimidos, pois, de acordo com a revelação de Cristo, eles serão “como os anjos no céu” (Mt 22:30). Deste modo, “como os anjos no céu” não significa que os remidos se tornarão anjos, mas que desfrutarão dos privilégios dos anjos, como estar na presença de Deus, louvar a Sua Pessoa, receberem asas e, principalmente, cumprir uma missão especial, que será a de testemunhar aos habitantes dos outros mundos que não pecaram sobre o amor e a justiça de Deus. 

Assim, os justos redimidos, por serem levados ao céu pelo Senhor, compartilharão da mesma condição dos anjos, onde não é necessário o casamento nem a procriação, porque exercerão uma função eminentemente superior às que realizavam na terra. Enfim, os remidos não casarão e não se darão em casamento porque o Senhor também o revelou à Sua serva Ellen G. White:

"Homens há hoje que expressam a crença de que haverá casamentos e nascimentos na Nova Terra; os que creem nas Escrituras, porém, não podem admitir tais doutrinas. A doutrina de que nascerão filhos na Nova Terra não constitui parte da “firme palavra da profecia” (2Pe 1:19). As palavras de Cristo são demasiado claras para serem mal compreendidas. Elas esclarecem de uma vez por todas a questão dos casamentos e nascimentos na Nova Terra. Nenhum dos que forem despertados da morte, nem dos que forem trasladados sem ver a morte, casará ou será dado em casamento. Eles serão como os anjos de Deus, membros da família real." (Medicina e salvação, 99-100)

Há uma outra declaração de Ellen G. White que contribui para esclarecer a origem das crenças referentes a casamento na nova terra. Em carta endereçada a determinado irmão ela afirmou:

"O inimigo ganha muito quando consegue levar a imaginação de um dos escolhidos servos de Jeová a demorar o pensamento nas possibilidades de associação, no mundo por vir, com uma mulher a quem ama, e ali criar família. Não precisamos desses quadros aprazíveis. Todos esses pontos de vista se originam da mente do tentador. Temos a clara afirmação de Cristo de que no mundo vindouro os redimidos “não se casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição”. (Lc 20:35 e 36). Foi-me apresentado o fato de que as fábulas espirituais estão levando cativos a muitos. Tua mente é sensual e, a menos que venha uma mudança, isso se demonstrará tua ruína. A todos os que condescendem com fantasias profanas, desejo dizer: Parai por amor de Cristo, parai exatamente onde estais. Estais em terreno proibido. Arrependei-vos, eu vos rogo, e convertei-vos." (Carta 231, 1903)

Desse modo, pode-se perceber que os ensinos relacionados com a realização de casamentos, relações sexuais e procriação a terem lugar na Nova Terra têm sua origem e inspiração com Satanás, o inimigo de Deus. Como bem se pode constatar, não haverá relacionamento conjugal na vida pós-ressurreição, no sentido de relações íntimas e procriação. Por outro lado, haverá convivência familiar. Em carta escrita a um irmão que perdera sua esposa e ficara só para cuidar dos filhos, Ellen G. White afirmou:

"Oraremos por vós e por vossos preciosos pequeninos, para que possais, mediante paciente continuação em fazer o bem, conservar vossa face e vossos passos sempre em direção do Céu. Oraremos para que tenhais influência e êxito em guiar vossos pequenos, a fim de que, com eles, possais alcançar a coroa da vida, e no lar lá de cima, que agora está sendo preparado para nós, vós e vossa esposa e filhos possais ser uma família reunida, feliz e jubilosa, para nunca mais vos separardes. Com muito amor e simpatia." (Carta 143, 1903)

Após Sua segunda vinda, Cristo levará os justos vivos transformados e os justos ressuscitados para estarem com Ele, inicialmente por mil anos no céu e, depois, pelos anos da eternidade nesta terra que será renovada. Os salvos não casarão nem se darão em casamento porque vivenciarão uma nova qualidade de existência. Eles fruirão eternamente a presença de Deus e Seus anjos.

Alguns não conseguem compreender por que na nova ordem da vida pós-ressurreição não haverá casamento, relações sexuais e procriação. Argumentam que aquilo que era bom e não tinha relação com o pecado deveria continuar na eternidade. Pareceria uma injustiça privar os salvos da intimidade do relacionamento conjugal. Neste aspecto, trata-se de uma subestimação pueril do caráter e poder de Deus. É bom lembrar as palavras do apóstolo Paulo: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam” (1Co 2:9). É preciso confiar, Deus tem algo infinitamente melhor entesourado para os Seus filhos redimidos do que casamento e sexo. Certamente os relacionamentos na vida por vir serão mais íntimos do que no casamento e a comunicação, mais profunda do que o sexo.

Textos extraídos de Centro de Pesquisas Ellen G. White
Via Megaphone Adventista

domingo, 19 de fevereiro de 2017

4.Escute Seu Filho - Encontro de Pais 2017

sábado, 18 de fevereiro de 2017

3.Dedique Tempo - Encontro de Pais 2017

Animação Tema 10 - A Volta de Cristo e a Herança dos Santos


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

2.Amem-se os Pais - Encontro de Pais 2017

Animação Tema 09 - As Sete últimas Pragas e os Justos | 10 Dias de Oração 2017


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

1.Ame Seu Filho - Encontro de Pais 2017

Animação Tema 08 - O Fim do Tempo da Graça | 10 Dias de Oração 2017


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Animação Tema 07 - O Selo de Deus e a Marca da Besta | 10 Dias de Oração 2017


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Animação Tema 06 - A Chuva Serodia e o Alto Clamor | 10 Dias de Oração 2017


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