domingo, 10 de julho de 2016

Por que Tiago afirmou que uma pessoa é “justificada por obras” e não “por fé” somente? – Tiago 2:24




Com frequência, Tiago 2:14-26 é entendido como uma “correção” à ênfase dada por Paulo à justificação pela fé somente. Hoje, felizmente, a maioria dos estudiosos, assim como eu, não concorda com essa afirmação. Em primeiro lugar, ao procurar entender o argumento de Tiago, precisamos manter em mente o contexto geral e o objetivo de sua carta. Em segundo lugar, devemos compreender que diferentes escritores bíblicos podem, às vezes, usar a mesma terminologia para sentidos diferentes ou para um propósito específico. Pode depender também do contexto. (Leia Tiago 2:14-26 antes de continuar.)

1. Objetivo principal de Tiago: A mensagem de Tiago é muito simples em sua natureza, abordando os sofrimentos e provações da comunidade dos crentes e a opressão da estratificação social. Seu interesse foca o impacto social da fé cristã. Rejeita tratamento preferencial baseado em posses ou status social (Tiago 2:1-7) e condena a exploração social e o abuso dos pobres (Tiago 5:1-6). Para Tiago, a fé cristã não pode ser desconectada da sociedade, uma vez que ele afirma sua relevância. Sua mensagem teológica está embutida na preocupação de que a religião deve ser parte da essência da sociedade. Isso significa que tudo o que Tiago diz no capítulo 2:14-26 deve ser relacionado à sua maior ênfase.

2. Fé e obras: A passagem em consideração deve ser lida em seus próprios termos. Devemos determinar como Tiago usa a palavra “fé”. Contextualmente, isso não é difícil. Ele não a usa na forma salvífica tradicional, mas como conhecimento interior e convicção. Em outras palavras, o que depositamos em Cristo, inicialmente, não é fé, mas uma convicção religiosa que não determina a conduta. Isso se torna claro quando ele escreve: “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem” (verso 19). Fé é estar persuadido de que nossas convicções estão corretas; os demônios podem ter esse tipo de compreensão. Esse tipo de fé é inútil na vida cristã se ela nos conduz a uma atitude de indiferença em relação às necessidades dos outros (versos 14-16, 20). Tiago argumenta que a fé sem as obras é morta (verso 17).

De fato, alegar que a fé existe na ausência de obras equivale a afirmar que o corpo pode existir independente do espírito. Um não pode existir sem o outro. Fé e obras formam uma unidade indivisível na vida cristã (verso 26); as obras tornam visível a nossa fé (verso 18). São evidências da realidade da fé na vida do crente.

3. Fé e justificação: Sob a influência de Paulo, a justificação geralmente é vista como a absolvição dos pecados de pecadores arrependidos diante do tribunal divino, no início da vida cristã, independente das obras.

Tiago não está negando essa crença, mas também não está se referindo a esse assunto em particular. Ele escreve para membros da igreja, pessoas que já haviam sido justificadas pela fé em Cristo. O problema é que a fé que professavam não estava afetando o modo como deveriam viver a vida cristã. Para eles, Tiago diz: “A pessoa é justificada pelo que faz e não apenas pela fé”.

O elemento mais importante nesse verso é o verbo “justificar”. Uma vez que, no contexto, a presença da fé é comprovada ou demonstrada pelas obras, o verbo justificar provavelmente significa “mostrar ou demonstrar o que é ser justificado”.

O verbo exerce uma função demonstrativa, isto é, o crente mostra/demonstra que foi justificado não apenas por alegar que tem fé, mas especificamente pelo que faz. Essa foi a experiência de Abraão e Raabe, que demonstraram justificação por suas obras (verso 21 e 25). Essas não são as obras da lei pelas quais, segundo Paulo, alguns procuram ser justificados. Tiago está falando sobre o que Paulo chama de “boas obras”. Ambos concordariam que “somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras” (Efésios 2:10).

A mensagem de Tiago ecoa em Apocalipse 3:15-18 e nos desafia a permitir que nossa fé, pelo poder do Espírito, se expresse numa verdadeira conduta cristã e em profundo interesse pelos pobres e oprimidos. Afinal, “qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?” (Tiago 2:14).

Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – outubro de 2008

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Será que realmente nos importamos com Deus? Dr. Rodrigo Silva

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Sentido do Cosmos - Dr. Rodrigo Silva

terça-feira, 5 de julho de 2016

O Casamento de José com Maria – Mateus 1:18




Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, Sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo”.

A Bíblia de Jerusalém assim o traduz:

“A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria Sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo”.

Esta mesma Bíblia traz a seguinte nota para este verso:

“Trata-se de um compromisso de casamento, isto é, de um noivado, mas o noivado judaico era um compromisso tão real que o noivo já se dizia ‘marido’ e não podia desfazê-lo senão por um repúdio”.

Em última análise, o problema com esta passagem é o seguinte: Traduções antigas apresentavam os pais de Jesus como sendo casados, porém, hoje, traduções mais afinadas com o original não o fazem. O verbo grego mnesteuo significa: pedir em casamento, noivar, estar comprometido; refere-se ao prévio contrato de casamento.

Broadus, em seu Comentário do Evangelho de Mateus, pág. 64, escreveu: “Desde o momento que se faziam noivos, cada uma das partes se achava legalmente ligada à outra, podendo ser chamados marido e mulher”.

As palavras do Comentário Bíblico Adventista sobre Mateus 1:18 são precisas e trazem luz para a solução do problema:

“O noivado constituía um relacionamento legal, um pacto tão solene que apenas poderia ser desfeito por processos legais, isto é, pelo divórcio”.

Entre os judeus, uma moça noiva era chamada de esposa, e como tal era tratada. O período que ia do noivado às bodas, propriamente ditas, era mais ou menos de um ano, quando o jovem casal deixava a casa dos pais para viver juntos (Gênesis 24:55; Juízes14:8; Deuteronômio 20:7). A quebra do sétimo mandamento, neste período, por qualquer um dos noivos, era adultério e a união só poderia ser desfeita através do divórcio.

A noiva, se ela fosse culpada, como parecia no caso de Maria, aos olhos de José devia ser apedrejada (Deuteronômio 22:23-24). Mas José podia legalmente escolher dois caminhos, de acordo com as leis do Velho Testamento:

1º) Expor a sua noiva à vergonha pública, acusando-a de adúltera (Deuteronômio 22:21) para depois ser apedrejada.

2º) Desquitando-se “secretamente”, sem mencionar na carta de desquite as razões para sua atitude.

Mateus, no verso 19, apresenta José como justo, mas, apesar disso, não queria viver com uma mulher que lhe tinha sido infiel, pensava ele; mesmo assim, por ser de coração magnânimo, não queria a sua morte. Por essa razão intentou deixá-la secretamente; ou optou pela segunda alternativa, que não foi consumada porque a intervenção divina fez com que o problema fosse solucionado (Mateus 1:20).

A palavra que aparece traduzida por infamar ou difamar do verso 19 é a forma verbal grega “deigmatisai” – que significa fazê-la um espetáculo (público). Há manuscritos gregos que trazem “paradeigmatisai” – fazê-la um exemplo.

Teoria das cordas - Temporada 3 - cap. 9

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mundo sub atômico - Temporada 3 - cap. 8

Constantes universais - Temporada 3 - cap. 7

Que dizem de Jesus?Dr. Rodrigo Silva

domingo, 3 de julho de 2016

Igreja Adventista: pregação do evangelho sob ameaça na Rússia

 
 
Membros da Igreja Adventista na Rússia se mobilizaram na última terça-feira, 28 de junho, num dia de jejum e oração em favor da preservação da liberdade religiosa no país. A principal ameaça é um projeto de lei que prevê sérias restrições para quem exerce atividades missionárias no território russo. A aprovação da proposta proibiria, por exemplo, reuniões religiosas nos lares. Além disso, haveria a necessidade de documentação específica para aqueles que desejassem compartilhar sua fé no ambiente digital ou distribuir literatura. Líderes adventistas da Divisão Euro Asiática, que cobre a maior parte da ex-União Soviética e tem sede em Moscou, também apelaram ao presidente russo Vladimir Putin para que rejeite o projeto, aprovado pela Duma (câmara dos deputados russa). 
O dia de oração e jejum aconteceu simultaneamente ao pedido de Oleg Goncharov, diretor de liberdade religiosa da Divisão Euro Asiática, para que o presidente russo rejeitasse o projeto. “Se essa legislação for aprovada, a situação religiosa no país ficará consideravelmente mais complicada. Muitos fiéis serão exilados e estarão sujeitos a represálias por causa de sua fé. Isso preocupa os adventistas do sétimo dia, que têm conduzido suas atividades na Rússia por mais de 130 anos."

O projeto de lei, que faz parte de um pacote de ações visando a combater o terrorismo, segue para o Soviete da Federação, o mais alto órgão legislativo da Federação Russa. O governo da Rússia ainda não respondeu publicamente ao pedido feito pela igreja. Os defensores dos direitos humanos também pediram mudanças, afirmando que várias medidas antiterroristas violam o direito internacional. 

Para mais informações acesse a Revista Adventista (via Adventist Review)

Um Olhar Químico Sobre o Processo de Fossilização

No dia 30 de junho foi realizada a palestra intitulada "Um olhar químico sobre o processo de fossilização", ministrada pelo Dr. Rodrigo Meneghetti Pontes, professor do Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Vice-Presidente do NUMAR-SCB. O Dr. Rodrigo possui linha de pesquisa na área de Físico-Química Orgânica.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O Que é o Pecado Contra o Espírito Santo? O Que é Pecado Para a Morte?



Mateus 12:31-32 – “Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro”.

1João 5:16 – “Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”.

A resposta à pergunta “O que é o pecado contra o Espírito Santo?” é muito conhecida, portanto relativamente fácil de ser dada.

A leitura das palavras de Cristo em Mateus 12:31-32 tem preocupado a muitos cristãos sinceros temerosos de terem cometido este pecado.

O conhecimento do trabalho do Espírito Santo ajuda na compreensão do que Cristo quis dizer.

O Espírito Santo é o mais poderoso agente divino para influenciar o ser humano; e o meio pelo qual Deus opera, rogando, suplicando retorne à senda cristã. Se o homem rejeita voluntariamente o Espírito, propositadamente ele se desliga do meio de comunicação com o céu, e a pessoa ultrapassa os limites do perdão como nos diz Marcos 3:29.

Conforme as Escrituras há três estágios progressivos para se chegar ao estado de não haver mais perdão.

1º) Entristecer o Espírito Santo (Efésios 4:30), pela continuação de uma vida que impeça a Sua operação.

2º) Resistir ao Espírito Santo como fizeram os judeus (Atos 7:51).

3º) Suprimindo o Espírito (1Tessalonicenses 5:19) até que a alma perde a sensibilidade (Efésios 4:19) e o Espírito se afasta.

Pecado contra o Espírito Santo não é um ato, ou um pecado tão repelente que Deus não possa perdoar, mas um estado do coração pecaminoso, que se opõe de maneira determinada e voluntária aos apelos que são feitos.

O pecado contra o Espírito Santo pode ser sintetizado nesta simples frase: é o pecado do qual o homem não se arrepende. O pecado mais comum contra o Espírito Santo é a persistente negligência em ouvir o Seu convite para o arrependimento.

Este pecado é imperdoável, não porque Deus não queira perdoá-lo, mas porque o pecador se colocou numa posição em que não tem mais o desejo de receber perdão. A Bíblia é muito clara ao garantir-nos que por mais abjeta que seja a transgressão, se o infrator se arrepender, pedir o perdão divino este lhe será concedido. Quando o Espírito Santo é rejeitado por tanto tempo, que o homem não pode mais ser alcançado por Sua influência, também não há mais esperança de salvação.

O pecado contra o Espírito Santo ou o pecado imperdoável é aquele sobre o qual o pecador não deseja receber perdão.

O contexto histórico de Mateus 12:31-32 nos ajuda a compreender melhor o que Jesus queria dizer por pecado imperdoável. Segundo a narração de Mateus 12:22-30 a multidão estava admirada do milagre que Jesus efetuara, mas este ato divino provocou uma reação negativa nos fariseus, que procuravam desacreditá-Lo diante do povo. Acusaram-no de expulsar os demônios por Belzebu, o príncipe dos demônios. Em seu ódio a Cristo, aqueles líderes religiosos em vez de reconhecerem que os milagres eram realizados pelo poder do Espírito Santo, preferiram atribuir este poder a Satanás. A rejeição de Cristo torna-se a base para o pecado imperdoável. Cada passo dado na rejeição de Cristo é um passo dado no sentido da rejeição da salvação, um passo dado para o pecado contra o Espírito Santo.

Adam Clarke diz claramente: “Quando a pessoa obstinadamente atribui ao demônio o que ela tem completa evidência de que apenas poderia ser realizado pelo Espírito de Deus, ela comete o pecado contra o Espírito Santo”.

Segue-se parte da resposta dada à pergunta: O que é o pecado imperdoável?

“Se há um pecado imperdoável é justamente o que atribuí a Deus o que Satanás faz, e a Satanás o que Deus faz. Se o homem cortar o único meio pelo qual Deus se comunica com ele e o salva, a última esperança de livramento terá de ser abandonada.

“A pessoa que teme ter já cometido o recado imperdoável, tenha esta certeza: Qualquer pessoa que tem um coração brando e que sente tristeza pelo pecado, tem por si o Espírito Santo, e ainda não cometeu o pecado imperdoável, tem, com isso, a melhor prova de que ainda não o fez; porque é sinal de que o Espírito Santo está trabalhando em seu coração para convencê-la a e trazê-la ao arrependimento. Esta é a sua primeira obra (João 16:7-8)” (O Atalaia, setembro de 1930, pág. 24).

Conclusão

Todo o pecado é perdoável quando a pessoa o reconhece e roga a Deus que lhe perdoe.

Pecado imperdoável e a contínua rejeição da graça divina, o não atendimento aos apelos do Espírito para que a pessoa se arrependa. É o ato de colocar-se fora da influência dos apelos do Espírito Santo.

Que é “pecado para morte” de acordo com 1João 5:16?

“Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte e por esse não digo que rogue”.

A que pecado se refere João na sua primeira carta (5:16)? Seria o pecado de imoralidade, o pecado da apostasia, a blasfêmia contra o Espírito Santo?

João não especifica os pecados para a morte e os pecados que não são para a morte.

Ele classifica todos os pecados em dois grupos: os que são “para morte” (imperdoáveis), e os que “não são para morte” (passíveis de perdão).

Teólogos católicos baseados nesta passagem têm classificado os pecados para a morte (mortais) e os pecados não para a morte (veniais). Pecados mortais seriam os pecados graves, deliberados, que levam o pecador à morte espiritual, enquanto os pecados veniais seriam as faltas leves, cometidas sem reflexão.

João não se refere nesta passagem a um pecado específico, como a violação de um dos Dez Mandamentos. A palavra pecado no grego aparece sem artigo, dando-lhe assim um sentido indefinido.

Muitos comentaristas (inclusive o Comentário Bíblico Adventista) se inclinam a crer que haja aqui referência ao pecado imperdoável de Mateus 12:31-32.

Eis duas notas bíblicas explicativas:

“Sobre este pecado de excepcional gravidade, os destinatários da epístola deveriam estar bem informados. Poderia ser o pecado contra o Espírito, contra a verdade (Mateus 12:31) ou a apostasia dos anticristos (1João 2:18-29; Hebreus 6: 4-8)” – A Bíblia de Jerusalém.

“Este pecado corresponde ao ‘pecado eterno’ contra o Espírito Santo” – Bíblia Vida Nova.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

Vale a pena brigar? Dr.Rodrigo Silva

terça-feira, 28 de junho de 2016

O Preço do Discipulado Cristão - Dr. Rodrigo Silva

domingo, 26 de junho de 2016

O Reino (des)Unido e a profecia

Ofensas Inaceitáveis - Dr.Rodrigo Silva

sábado, 25 de junho de 2016

O problema é sempre do outro? Dr. Rodrigo Silva

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Defende Paulo a Justificação Pelas Obras? – Romanos 2:13


“Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados”.

Esta passagem tem sido apresentada pelos legalistas em defesa da salvação pelas obras. Se fosse possível a salvação pela obediência à lei ou prática de boas obras, isto iria contradizer toda a teologia de Paulo. Dentre os escritores bíblicos, ele foi o mais ardoroso defensor da justificação pela fé. A verdade fundamental da sua teologia é esta: o crente não é salvo por praticar boas obras. Ser “justificado por obras” na ideia de Paulo seria a rejeição de Cristo como nosso Salvador. Se o praticar boas obras propiciasse a salvação, Cristo não precisaria ter morrido por nós.

“Paulo afirma que um homem é justificado perante Deus não por realizações, mas por uma fé verdadeira” (Introdução ao Novo Testamento em Inglês Moderno).

Antes da análise propriamente dita desta passagem, seria bom relembrar dois princípios hermenêuticos que mais se aplicam a este caso.

1º) A regra a que Orígenes deu o nome de “Analogia da Fé”. De acordo com este princípio o texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras, e nunca através de passagens isoladas.

2º) Consultar as passagens paralelas, isto é, aquelas que tratam do mesmo assunto.

A Crítica Textual nos informa que não há nesta passagem nenhum problema de tradução.

A comparação deste verso em algumas traduções nos mostra que o sentido é sempre o mesmo:

“Porque os simples ouvidores da lei não são justificados, mas os que praticam a lei hão de ser justificados”– Almeida Revista e Atualizada no Brasil.

“Porque não são justos diante de Deus os que ouvem a Lei, mas os que obram a Lei hão de ser justificados” – Trinitária.

“Não é pelo ouvir a lei, mas pelo cumpri-la que os homens serão justificados perante Deus” – New English Bible.

“Porque não são os que ouvem a Lei que são justos perante Deus, mas os que cumprem a Lei é que serão justificados”– A Bíblia de Jerusalém.

“Porque Deus não aceita os que somente ouvem a Lei; Ele aceita os que fazem o que a Lei manda” – A Bíblia na Linguagem de Hoje.

Para melhor compreensão deste texto devemos considerar estas duas questões:

1º) O que representava a lei em o NT e neste texto de Paulo para os judeus e gentios.

2º) Está Paulo neste verso defendendo a salvação pelas obras?

A Lei em o Novo Testamento

De acordo com W. E. Vine, no Novo Testamento, nomos – lei é usada como:

a) Lei em geral: Romanos 2:12-13; 3:27; 4:15;

b) Força ou influência impelindo para a ação: Romanos 7:21-23;

c) Lei Mosaica, Lei do Sinai, com artigo definido: Romanos 2:15, 18, 20; Mateus 5:18; Gálatas 3:10; 5:3…

d) Por metonímia, dos livros que contêm a lei.

1) Do Pentateuco: Mateus 5:17; 12:5…

2) Dos Salmos – João 10:34; 15:25…

De tudo isso, pode ser deduzido que a “Lei”, num sentido amplo, foi o título alternativo para “As Escrituras” (Expository Dictionary of New Testament Words).

Pelo contexto vemos Paulo dividindo o mundo em duas classes de pessoas: os judeus com sua lei dada diretamente por Deus e colocada por escrito para que todos pudessem lê-la. Os gentios, sem essa lei escrita, porém, com um conhecimento interno ou instintivo do bem e do mal implantado por Deus em seu coração.

Diante destas duas classes surge a pergunta: Quais os princípios que Deus utilizará no Dia do Juízo?

Charles R. Erdman em seu Comentário de Romanos apresenta a seguinte resposta:

a) Cada pecador será julgado segundo suas obras (vs. 6-11);

b) Cada pecador será julgado conforme a luz que tenha.

Ele prossegue dizendo que no julgamento final a recompensa será de acordo com as obras e não com o que a pessoa professa crer. O julgamento será segundo a luz que cada um recebeu individualmente (v. 11).

William Barclay, em seu Estudo Sobre Romanos, pág. 57, pondera:

“O homem será julgado pelo que tem tido oportunidade de conhecer. Se conhece a Lei, será julgado como quem conhece a lei. Se não conhece a Lei, será julgado como quem não conhece a lei”.

Os judeus descansavam contentes no grande privilégio que tinham de serem conhecedores da lei, mas muitas vezes não viviam de conformidade com o que a lei preceituava. Paulo estava dizendo mais ou menos o seguinte: mais importante do que ouvir, conhecer, é o praticar.

Russell N. Champlin comentando este verso sob a epígrafe: Eles Ouviram a Lei, escreveu:

“1) Eram ensinados a cada sábado.

2) Nos seus lares, eram obrigados a memorizar a lei.

3) Havia escolas especiais que preparavam a elite, os doutores da lei.

4) Israel foi a mais religiosa nação de toda a história.

5) Essa busca era um privilégio, e produziu muito fruto.

6) Porém, a mera instrução não basta, a menos que o coração seja comovido, amenos que a alma seja alterada.

7) Seus “ouvidos” estavam educados, mas em muitos casos os seus “corações” estavam longe da Fonte da sabedoria que lhes era ensinada.

8) Quanto a uma outra passagem que faz o contraste entre os meros “ouvintes” e os “praticantes” da lei, ver Tiago 1:22-25″ (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 3, págs. 295-296).

F. F. Bruce, ao comentar este verso no livro Romanos – Introdução e Comentário, pág. 74, declara:

“Talvez Paulo tenha em mente Levíticos 18:5: ‘Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo os quais, o homem viverá por eles’, passagem que ele cita depois, em 10:5. O curso seguido por seu argumento indica que, embora o homem fosse justificado se fosse praticante da lei, contudo desde que ninguém a pratica perfeitamente não há justificação desse modo. A antítese entre simplesmente ouvir a lei e praticá-la e desenvolvida em Tiago 1:22-25″.

Russell Norman Champlin, prosseguindo na análise deste verso, considera a expressão “os que praticam a lei hão de ser justificados” da seguinte maneira:

“No que diz respeito à possibilidade que tal coisa possa ser conseguida, por aqueles que observam princípios rituais e legais, a declaração que temos aqui é hipotética; e por detrás da mesma, está o pensamento que isso é simplesmente impossível o que Paulo termina por mostrar no terceiro capítulo de sua epístola. Não obstante, existem aqueles que por fim haverão de praticar perfeitamente todas as exigências da lei, e isso por terem sido aperfeiçoados em Cristo, quando possuirão a plena e perfeita santidade de Deus. Todavia, isso só pode ser conseguido mediante a redenção que há em Cristo, o que é a tese dominante do livro inteiro aos Romanos, e que encontra sua expressão mais alta no oitavo capítulo”.

Do Comentário Bíblico Adventista, merece destaque esta parte:

“Justificados. Ou ‘considerados justos’, ‘declarados justos’. Paulo está ainda contrastando a posição no julgamento daqueles que conhecem a vontade de Deus, e ainda assim são relutantes em obedecer-lhe, com a posição daqueles que não somente conhecem a vontade de Deus mas a ela se submetem totalmente. Que tal obediência pode vir somente através da fé já tem sido mencionado na epístola (cap. 1:5, 17; conf. cap. 3:20). Este verso dá mais ênfase ao fato que os homens são julgados, não pelo que eles alegam saber ou professam ser, mas pelo que realmente fazem (cap. 2:6)”.

Kittel, no Theological Dictionary of the New Testament, ao estudar a palavra nomos (lei), faz a seguinte declaração:

“Desde que a Lei é uma declaração da vontade de Deus, ela orienta o que o homem necessita fazer. Quando Paulo cita a declaração de Levíticos 18:5, a ênfase repousa no verbo poien = fazer… Para Paulo o cumprimento da Lei através do Espírito nos crentes é a real intenção da Lei”.

O objetivo de Paulo é condenar o procedimento daqueles que pensavam que por serem conhecedores da lei podiam alegar justiça diante de Deus. Adverte-os de que necessitam praticar a lei conforme o seu conhecimento. Em outras palavras, orienta os seus leitores para esta verdade: a justificação pela fé não nos desobriga do cumprimento da Lei ou das orientações dadas por Aquele que justifica.

Calvino declarou sobre Romanos 2:13:

“Aqueles que abusam desta passagem para estabelecer a justificação pelas obras são merecedores de que até as crianças zombem deles e os apontem com os dedos”.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

Poder da Humildade - Dr. Rodrigo Silva

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Será que a luz das estrelas distantes provam que o universo é antigo?

 A grande explosão?
Os críticos da criação bíblica muitas vezes usam o argumento de que a luz de estrelas distantes requerem bilhões de anos para chegar à Terra e, portanto, a Terra deve ser muito mais velha de 6.000 anos. Para contornar este problema, alguns criacionistas têm sugerido que as distâncias medidas devem estar erradas, mas essas distâncias são baseadas em ciência sólida, observacional. Outra alegação comum é que a luz que vemos hoje foi criada no seu caminho para a Terra. Muitos aspectos do universo criado deve ter aparecido maduro no momento da sua criação (Adão não era uma criança), mas a luz de objetos distantes é diferente. Se a luz de uma supernova que explodiu recentemente foi criado em trânsito, em seguida, que a estrela nunca existiu- vimos uma imagem de um evento inexistente. Parece pouco característico de Deus para usar uma ilusão para retratar o mundo natural.
 
Em qualquer altura, tentar estimar a idade das coisas, devemos fazer suposições. Se algum dos pressupostos são questionáveis, então o argumento não é bom. O primeiro pressuposto é que a velocidade da luz tem sido sempre constante. Alterando a velocidade da luz tem efeitos sobre outros aspectos da física incluindo a relação entre a massa e energia num sistema de (E = mc 2). Alguns cientistas da criação acreditam que este é um modelo válido para explicar a luz das estrelas distantes, enquanto outros acreditam que devemos procurar outra explicação.
 
Outra hipótese é que o tempo é rígido. No entanto, o tempo é dependente da velocidade e a força de gravidade, onde o tempo está a ser medido. Isso pode parecer estranho, mas tem sido demonstrado por uma experiência e é uma ideia científica sólida. Desde o tempo pode fluir em diferentes taxas de diferentes pontos de vista, os eventos podem ocorrer em diferentes posições no universo. Apenas um curto período de tempo passou na Terra, embora tenha havido mais tempo passado nos confins do universo. Há uma questão de saber a quantidade de diferença que modelos criacionistas usando essa ideia podem produzir, e mais pesquisa precisa ser feito.
 
Outra hipótese é que o tempo é medido pela convenção "tempo universal cósmica". No entanto, é comum usar convenções de fuso horário na Terra, e essas mesmas ideias podem ser aplicadas para o universo. A linguagem na Bíblia pode ser explicando a luz visível no universo usando o horário local cósmico em vez de hora universal cósmica. Esta é uma forma intrigante de olhar para o alegado problema.
 
A última hipótese é que o universo só pode ser explicado pelo naturalismo. Esta suposição corta automaticamente qualquer explicação sobrenatural, especialmente o Deus da Bíblia, fora da imagem. Alguns secularistas afirmam que um ato sobrenatural não pode ser verdade na base de que ele não pode ser explicado por processos naturais observados hoje. Este é um argumento circular e rejeita, como pressuposto de partida, a existência de um Deus que pode agir fora das leis naturais que Ele criou.
 
Apesar destas premissas, a explicação naturalista tem o seu próprio problema do tempo de viagem da luz que raramente é discutido. O universo é tão grande que não tenha havido tempo suficiente para a luz viajar de um lado para o outro. Na visão secular, a temperatura uniforme da radiação cósmica de fundo deve ser explicada por processos naturais isolados. Para a temperatura  se tornar uniforme, diferentes áreas devem trocar energia. A maneira mais rápida de fazer isso é a troca de radiação eletromagnética (luz) uma vez que nada pode viajar mais rápido que a luz. Uma vez que os pontos estão mais afastados do que a luz poderia viajar não há nenhuma maneira, utilizando os pressupostos naturalistas, que a temperatura pode ser tão uniforme como ela é.
Para explicar esse problema de distância, os cientistas seculares têm sugerido que houve um período inflacionário nos primeiros estágios do big bang. Não há nenhuma evidência para apoiar esta ideia que não deve ser assim, se o big bang é um modelo exato da formação do universo. Os modelos inflacionários realmente criam mais problemas para resolver. Uma vez que o big bang tem o seu próprio problema da luz travel-tempo, é inconsistente usar um problema de tempo de luz viajar para desacreditar a explicação bíblica.
 
Há muitos problemas com o big bang e há muitas evidências que sugerem que o universo não pode ser de bilhões de anos de idade. Uma vez que todas estas explicações da idade do universo confiam em suposições, deve haver um padrão objetivo de saber qual é verdadeiro. Porque a Bíblia contém o registro de testemunhas oculares do Criador, deveria ser o nosso padrão para determinar a verdade.

Traduzido do inglês por Bíblia e a Ciência 
Via Answer in Genesis 

terça-feira, 21 de junho de 2016

Cientistas criam quimeras de humanos e porcos



A criação de híbridos de animais e humanos vem acendendo todos os sinais de alerta no tocante à ética científica.[Imagem: AMS]

Quimeras genéticas

Cientistas nos Estados Unidos estão fazendo experimentos para gerar órgãos humanos em porcos.
Em experimentos na Universidade da Califórnia em Davis, os cientistas estão injetando células-tronco humanas em embriões de suínos para produzir embriões híbridos apelidados de "quimeras".

O termo é uma referência à mitologia grega, em que as quimeras são monstros híbridos de diversos animais - parte leão, cabra ou serpente, por exemplo.Porém, os pesquisadores esperam que as suas "quimeras" humano-suínas tenham a aparência e o comportamento normais de porcos, exceto pelo fato de que terão um órgão composto de células humanas.

A alegação da equipe é que suas pesquisas têm por objetivo solucionar a falta de órgãos humanos para transplante. Contudo, se a rejeição de órgãos é um problema mesmo quando os órgãos são doados por outros humanos, é impossível avaliar os problemas que transplantes de animais para humanos poderão gerar. 

Nicho genético 

A criação das quimeras ocorre em duas partes. No experimento divulgado agora, os cientistas removem o gene de um embrião recém-fertilizado de porco que levaria ao desenvolvimento do pâncreas no feto. Isso é feito aplicando-se uma técnica de edição genética chamada CRISPR. O resultado é um "nicho genético" na estrutura genética do embrião animal.Células-tronco humanas (iPS), capazes de se desenvolver como qualquer tecido no corpo, são então injetadas no embrião suíno. Os cientistas esperam que as células-tronco humanas ocupem o nicho genético no embrião de porco e gerem um pâncreas com tecido humano no feto.Os fetos se desenvolvem em fêmeas de porco durante 28 dias - o período completo de gestação é cerca de 114 dias. Após isso, as gravidezes são interrompidas e o tecido é removido para análise.

As células-tronco humanas são injetadas em embriões de porco - as células podem ser vistas no tubo à direita. [Imagem: Pablo Ross/UC Davis]

Animais "humanizados" 

A pesquisa é polêmica. No ano passado, a principal agência norte-americana de pesquisa médica, dos Institutos Nacionais de Saúde, suspendeu o financiamento de experimentos semelhantes até que surjam mais informações sobre suas potenciais implicações.EUA dizem não à modificação genética de embriões humanos.

A principal preocupação é que as células humanas migrem para o cérebro dos porcos ao longo do processo, tornando-os, de certa forma, "mais humanos". Outras equipes nos EUA estão trabalhando com quimeras híbridas de humano e suíno, mas todas afirmam que não permitem o desenvolvimento do feto até o fim."Achamos que existe um potencial muito pequeno de crescimento de um cérebro humano", reconhece o geneticista Pablo Ross. "Mas isto é algo que investigaremos."Walter Low, da Universidade de Minnesota, também envolvido no desenvolvimento de quimeras, diz que sua equipe está monitorando os efeitos da pesquisa no cérebro dos porcos: "Com cada órgão, vamos olhar para o que está acontecendo no cérebro, e se estiver parecendo muito humano, não deixaremos os fetos nascerem."

Xenoenxertos

A edição genética, imbuída nas novas técnicas, está revitalizando a pesquisa dos chamados xenoenxertos e o conceito de usar animais para produzir órgãos humanos.Na década de 1990, muitos esperavam que porcos geneticamente modificados pudessem suprir a demanda por órgãos humanos para transplante. Acreditava-se que os transplantes entre espécies fossem se tornar uma realidade em pouco tempo.Contudo, todos os testes clínicos foram interrompidos por temores de que os humanos fossem infectados por vírus animais.

 Via Diário da Saúde

Nota do Site Bíblia e a Ciência: Veja o que a escritora Ellen White disse sobre amalgamação e hibridização. “Mas se houve um pecado maior que qualquer outro que requereu a destruição da raça humana pelo dilúvio, este foi o vil crime da amalgamação de homens e animais, que desfigurou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte. Deus Se propôs a destruir por um dilúvio essa poderosa raça longeva que corrompera seus caminhos diante dEle” Spiritual Gifts, vol.3, pág. 64.  Começaram novamente a cometer esse pecado horrendo, o que nos espera é só aguardar a sentença. Ora vem Senhor Jesus!

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